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Exemplo: quem empresta dinheiro, deve ser reembolsado.

Se não fosse assim só


as pessoas mt generosas emprestariam! Ora, é preciso que esta regra tenha
eficácia, pois o credor tem de reaver o seu dinheiro!

Se assim não acontecer, há meios (tribunais, forças policiais) para se efectivar
esta obrigação: vai-se buscar a casa do devedor, se necessário pela força, o
dinheiro e entrega-se ao credor, ou vai-se lá buscar bens que se venderão
(apreensão de bens ou penhora: 829.o e 820.o CC), e entrega-se o dinheiro ao
credor.

V. 824.o CC

Exemplo:

 Pedro parte o vidro da janela de Paulo. Pedro deve colocar tudo na


situação em que existiria se não tivesse partido o vidro pondo outro vidro
(RECONSTITUIÇÃO NATURAL ou execução específica), OU pagando outro
vidro (Indemnização ou EXECUÇÃO POR SUCEDÂNEO PECUNIÁRIO)! Porém,
naquele dia chovia muito e a chuva estragou o chão de madeira da casa de
Paulo, então Pedro deve pagar o chão estragado.

 V. 483.o, n.o 2; 562.o; 566.o CC

Aulas I E II
7- AS REGRAS JURÍDICAS
A norma jurídica:
- noção e estrutura
- Caraterísticas das normas jurídicas
- Tipologia das normas jurídicas
- A sanção jurídica
- Noção
- Espécies de sanções jurídicas

->Sentidos possíveis: lei; preceito; disposição legal; norma – Proposição prescrita: definição de comandos que pretendem regular
comportamentos.

7.1) CARATERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS


A- Imperatividade – ordem ou comando (permitir, proibir, declarar: 405.º, 67.º, 1305.º).

B- Violabilidade – de facto (ex: não pagar a renda. Juridicamente continua na posição de devedor 1038.º)

C-Generalidade e Abstração – destina-se a uma generalidade de pessoas (conj. Indeterminado e indeterminável – 483.º e 135.º e 201.º/1 CRP);
aplicando-se a um tipo, mais ou menos, lato de situações, factos ou pluralidade de casos. Dispõe para aqueles que estão nela previstos: 18.º/3
CRP)

D- Coercibilidade – confere especificidade à norma jurídica face às restantes regras imperativas. Suscetibilidade de imposição pela força
mediante a aplicação de SANÇÕES (pena de prisão, multa, restituição, indemnização).

ESTRUTURA DAS NORMAS JURÍDICAS


A-Previsão – hipótese normativa; antecedente; formulada de forma geral e abstrata. Descrição de situação da vida. (Ex: 1368.º as árvores ou
arbustos nascidos na linha divisória de prédios – 204.º CC – pertencentes a donos diferentes)
Consequência jurídica associada à verificação da situação anteriormente descrita:

B-Estatuição – injunção; consequente:


Ex: presumem-se comuns; qualquer dos consortes tem a faculdade de os arrancar, mas o outro tem direito de haver metade do valor das árvores
ou arbustos, ou metade da lenha ou madeira que produzirem, como mais lhe convier.
Efeito jurídico que vai associado aos factos previstos, estabelecendo-se a regulação ou conduta: atribuindo direitos, impondo deveres ou
faculdades.
Ex: 483.º previsão: violação / estatuição: obrigação de indeminização

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V. 1323.º/1/ 1.ª parte

C-Sanção – Reação da ordem jurídica à não observação da estatuição.


Elemento integrante do sistema jurídico: as normas jurídicas por fazerem parte do sistema. Este é jurídico por comportar meios de coação.

TIPOLOGIA DAS NORMAS JURÍDICAS

A-Normas universais, regionais e locais: (Critério de validade ESPACIAL de aplicação)


I-> Universais – aplicam-se em todo o território (Portugal: Estado unitário regional, com e regiões autónomas: 112.º/1 e 232.º CRP)
II-> Regionais – aplicáveis só numa dada região
Ex: Estatuto da Região autónoma: 225.º e 161.º b) da CRP). Assembleias legislativas regionais: 227.º e 232.º 56.º CRP)
III-> Locais – aplicam-se em fração do território (municípios)
Poder local: 235.º e ss. CRP, posturas municipais e regulamentos da administração local, não publicadas em DR.

B-Normas Interpretativas
 Fixam sentido de outras normas ou expressões legais.
 Definições legais (874.º) e enunciações legais (1023.º)
 Ex: 1402.º, 2227ª
 AUTÊNTICA, se feita pelo órgão criador da norma
 DOUTRINÁRIA, se pelos estudiosos do direito
C-Normas Imperativas ou Injuntivas e Normas Dispositivas ou Facultativas
Critério da relação com a VONTADE dos destinatários.

C-1- Imperativas ou Injuntivas:


Aplicação não depende da vontade.

PERCEPTIVAS- impõem conduta positiva ou dever: pagar impostos, escrituras: 875.º e 1323.º
PROIBITIVAS- impõem abstenção: 877.º/1; 989.º; 1038.º. alíneas c), d), e) e f), 1360.º, 1458.º

(saber a que se refere o artigo)

C-2-Dispositvas ou Facultativas
Aplicação depende da vontade.

- DISPOSITIVAS ou PERMISSIVAS- concedem poderes, faculdades ou possibilidades de ação.


Comando pode ser afastado: 1450.º, 1698.º, 405.º, 2188.º
- SUPLETIVAS OU INTEGRATIVAS – suprem falta ou insuficiência de manifestação de vontade nas declarações negociais
- Só se aplicam se particulares não adotarem outra solução (582.º, nº1; 772.º/1; 1698.º, 1717.º e 878.º

(saber distingui – normalmente sai no teste) podem ->facultativa

Regime supletivo legal – regime que fica se eu não escolher outro, o que a lei escolhe se eu não escolher
Ex: é facultativo fazer testamento, a lei não obriga, a lei da a faculdade de fazer testamento

D- Normas Gerais, Excecionais e Especiais:


Critério do ÂMBITO MATERIAL
Quando não há excecionais ou especiais, aplicam-se as gerais.

- GERAIS- Regime-regra para generalidade de situações (A lei geral não revoga a especial)
- ESPECIAIS- Desvio do regime-regra. (ex: 1303.º/1) Regulam sector restrito de casos sem contrariar as gerais, antes as complementando. (Ex:
compra e venda comercial e civil)
- EXECIONAIS- regulamentação oposta às normas gerais. A disciplina geral é inadequada em sector restrito.
Confrontar o 219.º(regra geral) com 875.º e 1143.º, 309.º e 310-º, 947.º

A vende seu imóvel a B


Necessária escritura pública que é um ato notarial pago.

Partes podem regular quem deve pagar despesas.

Quando não o fazem aplica-se o 878-º CC:


<<na falta de convenção em contrário as despesas ficam a cargo do comprador>>

Fundamento: Vontade conjetural das partes. Maior justiça da solução.

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E- Normas Determinadas e Indeterminadas
- DETERMINADAS – sentido claro e preciso
- INDETERMINADAS – elásticas: conceito de dolo, culpa, fraude, abuso de direito, boa fé, bons costumes, erro, facto notório, bom pai de família

F- Normas Programáticas, preceptivas, exequíveis


- PROGRAMÁTICAS – Definem objetivos sob forma de resultados não imediatos. Programa de ação: 65.º/1 e 66-º CRP
- PRECEPTIVAS – Impõem comportamento: 406.º/1
- EXEQUÍVEIS – Auto-suficientes
- NÃO-EXEQUÍVEIS – Programáticas ou preceptivas que necessitam complementação de outras: 38.º/3, 40.º/3 CRP

C- SANÇÃO – Coercibilidade – confere especificidade à norma jurídica


Susceptibilidade de imposição pela força, através dos órgãos estaduais com competência para o efeito.
A tutela pode ser repressiva e preventiva.

A-TUTELA PREVENTIVA: dissuadir práticas futuras desviantes; minimizar riscos de práticas ilícitas ou perigosas (polícia sanitária -ASAE, polícia
marítima, polícia de trânsito). Preventiva- para evitar

-MEDIDAS DE SEGURANÇA: expulsão de estrangeiro por razões de ordem pública ou segurança nacional.
Aplicam-se àqueles que praticam crimes e que, por serem portadores de doenças mentais, não podem ser considerados responsáveis pelos
seus atos e, portanto, devem ser tratados e não punidos.

-MEDIDAS DE INABILITAÇÃO: proibição de uso de cheques / pessoas que conduz automóvel em estado de embriaguez e provoca um acidente
originando uma morte, o juiz pode determinar que o arguido pode ficar sem conduzir durante algum tempo

-PROCEDIMENTOS CAUTELARES: requerimento do credor para apreensão judicial de bens do devedor em caso de fundado receio de perder a
garantia patrimonial do seu crédito.

Art. 381.º CPC:


Providências cautelares não especificadas

<Sempre que alguém mostre fundado receio de que outrem cause lesão grave e dificilmente reparável ao seu direito, pode requerer a
providência conservatória ou antecipatória concretamente adequada a assegurar a efetividade do direito ameaçado>

A gravidade da lesão deve ser aferida tendo em conta a sua repercussão na esfera jurídica do interessado.
Evitar a persistência da situação lesiva.

B-TUTELA REPRESSIVA – Sanção


Tutela jurisdicional: incube aos tribunais assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos, reprimir a violação da legalidade
democrática e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados.

Art.20.º CRP e 201.º e 209.º


- 1 – A todos é assegurado o acesso aos Tribunais Judiciais para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, não podendo a
justiça ser denegada por insuficiência de meios económicos.
- 2 - Lei própria regula o acesso aos Tribunais Judiciais em caso de insuficiência de meios económicos.

MODALIDADES DE SANÇÕES
(PODEM SER CUMULATIVAS)
1-COMPULSÓRIAS – Atuam sobre infrator constrangendo-o na adoção da conduta devida. Impõe-se sacrifício, que cessa logo que infrator
cumpra. Apenas para prestações de facto infungível. Sem efeito retroativo.
Entre a prevenção e a repressão.

Ex: dívidas de alimentos (não interessa castigar o infrator, mas forçar o cumprimento da obrigação); 829.º-A CC – sanção compulsória pecuniária
p/dia de atraso ou infração, direito de retenção -754.º CC (compelir ao pagamento, devendo restituir-se a coisa c/ o pagamento ou satisfação
da dívida) – juros de mora ou agravamentos fiscais. – Cláusula penal nos contratos.

2-RECONSTITUITIVAS – sanções materiais: cumprimento coativo


Repor a situação que existira sem a violação

Ex: A deve 500 euros a B; o tribunal vai buscar 500 ao património da A e entrega a B–cumpriu-se a norma coativamente.

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- EXECUÇÃO ESPECÍFICA- Conduz ao mesmo resultado que o cumprimento voluntário. Realização de prestação igual àquela a que estava
vinculado o devedor.
-Nos direitos de crédito o devedor deve realizar uma prestação em benefício do credor. Este pode exigir judicialmente a prestação imposta pela
norma ofendida. (entrega de coisa ou do preço). 827.º, 828.º e 829.º.

3-COMPENSATÓRIAS, RESSARCITÓRIAS OU INDEMNIZATÓRIAS


- 1º tenta-se a reposição (sanção reconstitutiva), ou Reintegração in natura – 562.º: situação que EXISTIA ANTES da violação da norma.
Ex: quebrou-se um vídeo- põe-se outro igual

SE TAL JÁ NÃO FOR POSSÍVEL

- Reintegração por equivalente (ou sucedâneo) - constituir situação que, embora, diferente, seja equivalente à situação visada pela norma
infringida: 564.º, 566.º - ideia de reparação.
Ex: Retrato por pintor conhecido; cantar em espetáculo; partir prato antigo

-Sanção compensatória- opera mediante indeminização substitutiva de danos emergentes ou imediatos (patrimoniais ou não patrimoniais), não
cobertos pela reconstituição natural -IDEIA DE REPARAÇÃO 496.º, (494.º)
Ex: atropelamento (danos patrimoniais e dores, sofrimento)

4-SANÇÕES PUNITIVAS OU PENAS – violações mais graves da ordem jurídica: infligir CASTIGO e CENSURA. Variam em função da culpa.

Impõem:
- Sofrimento e Reprovação para o infrator ou
- Privação de um bem (substituição por pena de multa, por dias livres ou fins de semana, semidetenção, com saídas do estabelecimento
prisional). Medidas de segurança privativas da liberdade (inimputabilidade): internamento, tratamento de segurança.
No Direito Civil – cláusulas penais dos contratos – 810.ºCC e 2034º

Pena CRIMINAL (previstas no Código Penal): civil, administrativa e disciplinar.


Ex: A, conhecido traficante, roubou um carro e atropelou duas pessoas, tendo matado uma delas. O juiz aplicou-lhe prisão efectiva.

5-PREVENTIVAS – Medidas de segurança


485.º, 781.º - prevenir violações futuras (contrariar tendência do agente).

Ex: interdição de profissão (inimputáveis com internamento) Inabilitação para o exercício de funções públicas em consequência da prática de
fatos delituosos. Inibição de conduzir (não privativas da liberdade)

6-SANÇÕES CONTRA-ORDENACIONAIS – Ilícito de mera-ordenação social


 Facto ilícito censurável que preenche um tipo legal para o qual se comina uma coima. Socialmente intolerável, mas sem dignidade penal. Para
pessoas singulares ou coletivas.
 Podem cumular-se sanções acessórias (perda de objetos, encerramento de edifícios, selagem de equipamentos, suspensão de laboração)
 Aplicadas por autoridades administrativas com poderes inspetivos e sancionatórios, que devem remeter o processo ao Ministério Público se se
tratar de crime.
 O arguido deve ser notificado do auto de contraordenação e assiste-lhe o direito de ser ouvido, de se defender, de constituir advogado e de
recorrer (junto ao tribunal do local onde se consumou a infração)

7-SANÇÕES ATÍPICAS: para negócios feridos de vícios formais ou substâncias


Valores negativos do ato jurídico:
A – ILEGALIDADE: Desconformidade com a lei. Supõe violação de um dever.
B – INVALIDADE: Ato com conteúdo desconforme ao Direito. Ilícito. Inibição de efeitos jurídicos.
C – INEFICÁCIA: Mera irregularidade. Inadequação para produzir os efeitos pretendidos por falta de alguns pressupostos legais. 268.º/1; 119.º/2
CRP
D – INEXISTÊNCIA – casos mais graves de ilicitude. Para o direito não há, a lei di-lo claramente: 1626c) e 1630.º, 1577.º

REGIME DAS INVALIDADES

NULIDADE: não produz efeitos desde a sua origem. Ofensa de interesses públicos (280.º). Não se sana com decurso do prazo. Invocável em
qualquer momento, por qualquer interessado (285.º e 286-º). Declarada ex ofício pelo tribunal.

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Ex: requisitos formais de transmissão: escritura públicas, documento particular autenticado, 219.º e 202.º, ou vícios na formação ou decl. da
vontade, 245.º, 224.º e 240.º

ANULABILIDADE: produz efeitos como se fosse válido, mas pode ser destruído. Invocável pelo interessado, comprazo para ser arguida.
Se não a invocar (287.º, 288.º e 289.º) o vício sana-se após determinado período do tempo e efeitos tornam-se definitivos: CONVOLIDAÇÃO o9u
CONFIRMAÇÃO (renúncia ao direito de anulação). Sanação com efeito retroativo. Ex: 247.º e 125.º
O direito de anulação por pronúncia judicial é direito protestativo.

SANÇÕES DISCIPLINARES
 Juntamente com o poder de direção e de regulamentação constitui o núcleo dos poderes patronais.
 É faculdade, poder discricionário (proporcionalidade, boa-fé. Celeridade, contraditório, respeito dos direitos e garantias dos
trabalhadores)
 Resulta da supremacia/sujeição as relação jurídico-laboral. Conteúdo sancionatório – função punitiva – ordenador – função
perspetiva – e preventivo. Assegurar disciplina nas empresas.
 CT – repreensão; repreensão registada; sanção pecuniária; perda de direito de férias; suspensão do contrato, com perda de
retribuição e de antiguidade, despedimento sem qualquer indemnização.

TUTELA PRIVADA ou AUTOTUTELA – excecional


1- LEGÍTIMA DEFESA: ato destinado a afastar agressão ilegal, atual ou iminente, contra a pessoa ou património do agente ou de
terceiro: 337.º CC, 32.º CP. – está a acontecer
- Subsidiariamente da reação: impossibilidade de recorrer à tutela pública
- Proporcionalidade de meios: não provocar prejuízo superior ao que procura evitar (senão é abuso de direito)
- Agressão: atual ou iminente, ainda em curso e antes de ter terminada a agressão
- Defesa – necessidade e intenção defensiva (cfr intensidade da agressão, perigosidade do agressor)
- Exclui a ilicitude.

2- ESTADO DE NECESSIDADE: destruir ou danificar coisa alheia, devido a necessidade imperiosa de afastar ou remover perigo atual ou
iminente de ocorrência de dano superior para a pessoa e/ou o património do agente ou de terceiro: 339.º CC e 34.º CP
- Ex: introdução em casa alheia como refúgio em inundação ou derrube de árvores para trava avanço de incendio. A, para escapar às chamas,
arromba porta da habitação contígua. Indemnizável (só pode sacrificar bens patrimoniais).
- Exige-se o que o agente não seja responsável pela situação de perigo/proporcionalidade (predomínio do interesse ameaçado).
- O perigo pode ser causado por comportamento humano, natural ou animal, mas não há ilícito a travar (exclui ilicitude da conduta)

3- AÇÃO DIRETA: 336.ºCC Recorrer à força para evitar inutilização prática do direito, consiste em:
- Apropriação /destruição/deterioração de coisa (derrubar muro e entrar no jardim do vizinho para recuperar cavalo da nossa propriedade que
ele retirou sem autorização), eliminação de resistência irregularmente oposta ao exercício de um direito (empurrar indivíduo para entrar em
nossa casa; arrombamento de portão como meio de defesa de servidão passagem).
- Limites da LD e do EM- Impossibilidade de recorrer em tempo útil aos meios coercivos; não exceder o necessário; violação efetiva do direito.
Inevitável para evitar inutilização prática do direito.

4- DIREITO DE RESISTÊNCIA: 21.º e 271-º/3 CRP – face a ordens que violem DLG. Ex: direito de trabalhador desobedecer a ordem
ilegítima para abandonar o posto de trabalho. Resistir a ordem de autoridade policial ou entidade patronal.

5- DIREITO DE RETENÇÃO: 754.º - credor pode reter a coisa que deveria entregar ao devedor para o obrigar a cumprir.

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Exercício 1
«A possibilidade de o trágico acidente de Castelo de Paiva ter resultado da extração de areias no leito do Rio Douro aconselha a que se suspenda
esta atividade, com a finalidade de dar tempo para reavaliar o seu regime jurídico.
Assim sendo, (…) o governo decreta:
Artigo único
1- Fica proibida a extração de areias no leito do Rio Douro a menos de 30km de qualquer ponte.
2- A infração do disposto no número anterior é punida com coima de 10 000 a 50 000 mil euros.

Classifique a disposição legal, n.º 1 e classifique a sanção prevista no n.º 2.

Fica proibida- norma imperativa proibitiva


2- sanção jurídica é uma coima que se traduz numa quantia de dinheiro a pagar quem infringir a norma
A disposição legar nº1 é uma norma local, aplica-se em fração do território, neste caso, leito do Rio Douro a menos de 30km de qualquer ponte.
Normas locais ou de direito local aplicam-se apenas a certa fração do território do Estado.

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A sanção prevista no nº2 é uma sanção contra-operacional, pois trata-se de um facto ilícito censurável que preenche um tipo legal para qual se
comina uma coima. Socialmente intolerável, mas sem dignidade penal. Para pessoas singulares ou coletivas. É um tipo de sanção que é
aplicada por autoridades administrativas com poderes inspetivos e sancionatórios, que devem remeter o processo ao Ministério Público se se
tratar de crime. Compete a diversas identidades administrativas o procedimento da instrução do processo e aplicação da coima
O arguido deve ser notificado do ato de contraordenação e assiste-lhe o direito de ser ouvido, de se defender, de constituir advogado e de
recorrer. Os Tribunais são competentes para apreciar os recursos das decisões das entidades administrativas que aplicam as coimas

Exercício 2
Tendo em conta os meios de tutela jurídica, pronuncie-se sobre o tipo de sanções utilizadas e descreva a sua função:
1- 827.º CC – s.r.;
2- 496.º CC - s.c.;
3- 562.º, CC (s.r. in natura);
4- 566.º n.º1, CC (s.i. em dinheiro).
5- Prisão efectiva (s.p)
6- Suspensão do contrato de trabalho (s.d)

1- Sanção Reconstitutiva
Como o próprio nome indica, as sanções reconstitutivas são as que visam reconstituir a situação a que se teria chegado com a observância da
norma violadas. Permite obter no plano fático o que se teria caso o ilícito não tivesse sido praticado. Pretende-se obter a situação original, há
coincidência entre o resultado da sanção reconstitutiva e a situação inicial pré-ilícito.
Esta reconstituição procura a ordem jurídica que seja “tal qual”, isto é, a reconstituição da situação concreta, específica, a que se teria chegado
com a observância da norma. Está-se no domínio da denominada reconstituição ou restauração naturas, sendo esta a forma normal de reação
da ordem jurídica à inobservância da norma, no domínio do direito das obrigações, em tanto quanto for possível a execução em forma
específica, ou seja, a realização de uma prestação legal à que estava vinculado o devedor (artigo 562ºCC). Se a reconstituição natural não for
possível, não for bastante ou não for o meio adequado, deve-se proceder, no todo ou em parte, à reintegração por equivalente (art. 566º CC).
Esta consiste na entrega de uma soma pecuniária, cuja finalidade é constituir uma situação que, embora diferente da que existiria se não
houvesse a violação da norma, seja, todavia, valorativamente equivalente à primeira,
Apesar de ser a mais desejável é evidente que nem sempre é possível aplicá-la, como nos casos de homicídio, destruição de objetos únicos, ou
então o direito não julga conveniente ou ainda insuficiente (então soma-se este tipo de sanção com outro tipo).
2- Sanção compensatória
Opera mediante indeminização substitutiva de danos emergentes ou imediatos (patrimoniais ou não patrimoniais), não cobertos pela
reconstituição natural – (ideia de reparação).
Busca-se a equivalência entre o dano sofrido e a sanção, para compensar quem sofreu o ilícito. Valorativamente equivalente, busca-se um valor
equivalente àquele bem. Podendo ser por dano patrimonial ou moral. Este tipo de sanção funciona bem quando o dano é patrimonial, porém
quando o dano é moral se torna muito mais difícil mensurar o valor do dano, do sofrimento, por não haver nenhuma semelhança entre o dano
(moral) e a compensação (econômica).
3- Sanção Reconstitutiva
Primeiro existe uma tentativa de reposição (sanção reconstitutiva), ou Reintegração in natura. Situação que existia antes da violação da norma.
(ex: quebrou-se um vidro, coloca-se um igual)
4- Sanção Indemnizatória– a indemnização é fixada a dinheiro, a reconstituição já não é possível
5- Sanção Punitiva ou Penal
Com as sanções punitivas pretende o direito reagir contra as violações mais graves de ordem jurídica, recorrendo à aplicação de penas, as quais
implicam, simultaneamente, um sofrimento, consiste na privação de um bem (vida, liberdade ou valores patrimoniais) e uma reprovação da
conduta do infrator. Já não interessa reconstituir a situação que existiria se o facto se não tivesse verificado, mas aplicar o castigo ao infrator.
Se bem que quando se fala de penas se tenha em vista, normalmente, a pena criminal, esta não esgota todas as categorias de penas. É que
existem verdadeiras penas civis, isto é, sanções punitivas fora do direito criminal ou até independentemente da prática de qualquer ato
criminoso. É o caso das penas disciplinares que correspondem às infrações disciplinares 8por, exemplo, pena de demissão ou de despedimento
opor justa causa, no âmbito laboral).
6- Sanção Disciplinar
Deriva do poder disciplinar do empregador. Juntamente com o poder de direção e de regulamentação constitui o núcleo dos poderes patronais.
O poder disciplinar é um dos poderes que a lei enuncia como sendo um dos que as entidades patronais têm direito a exercer sob os
trabalhadores. Tem como objetivo assegurar a disciplinas nas empresas.

Exercício 3
Diga que tipos de autotutela revestem as seguintes situações jurídicas: (colocar sempre artigo)
 Os bombeiros arrombaram a porta da casa de Carlos, contígua a uma padaria, para acederem ao incêndio na casa de Berta e evitar a sua
propagação. – É uma situação de autotutela prevista no art. 339º, (4º requisito) dentro da autotutela é Estado de necessidade (destruir ou
danificar coisa alheira, devido a necessidade imperiosa de afastar ou remover perigo atual ou iminente de ocorrência de dano superior para a
pessoa e/ou património do agente ou de terceiro). Perigo iminente de propagação presente. Tudo isto é indemnizável.
 Para evitar que David roube a carteira à sua namorada, Eugénio agrediu-o com a sua mochila. – É uma situação de autotutela prevista, dentro
da situação de autotutela é uma situação de Legítima Defesa prevista no art.337º (ato destinado a afastar agressão ilegal, atual ou iminente,

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contra a pessoa ou património do agente ou de terceiro). Requisito da atualidade. Princípio da subsidiariedade da defesa e princípio a
proporcionalidade, na sua vertente da adequação. A violação está ao alcance da minha tutela preventiva.
 Francisca recusa-se a entregar as chaves do carro de Guiomar, cuja pintura restaurou, porque ela não lhe pagou a quantia convencionada para
o efeito. – Direito de Retenção art. 754.º (credor pode reter a coisa que deveria entregar ao devedor para obrigar a cumprir).
 Para defender a sua sementeira, Vasco matou as galinhas do vizinho com milho impregnado de inseticida. - Ação direta (Recorrer à força para
evitar inutilização prática do direito, consiste em apropriação/destruição/deterioração de coisa ou limites de LM e do EM)
 Pedro, veterinário, recusa-se a devolver o Bolinhas, que tinha ido à vacina, porque o Paulo não quer pagar a consulta. - Direito de Retenção
(credor pode reter a coisa que deveria entregar ao devedor para obrigar a cumprir).

Exercício 4
Refira-se à forma de tutela que o texto evoca e identifique a sanção aplicável:

->Comete um crime de homicídio qualificado, na forma tentada previsto e punido pelos art.s. ….CP, aquele que, com o propósito de ir ver as
filhas, sabendo que ia encontrar igualmente a sua mulher, se mune de uma faca, tipo navalha, de uso doméstico, articulada, com cabo em
madeira, lâmina de um bico, de um só gume, com 3 cm de largura máxima e 9 cm de comprimento, que trazia no bolso, e desfere a vítima, sua
mulher, de quem estava separado há cerca de um mês, e na presença das duas filhas de ambos, desfere várias facadas ao nível do pulso e da
palma da mão esquerda, na face anterior esquerda do pescoço e na região subclavicular, que só não lhe causaram a morte por ter sido
prontamente assistida.
Hétero tutela.
Sanção – sanção punitiva ou penal

Exercício 5
Para conduzir a sua irmã, gravemente ferida, ao hospital, e sem possibilidade de recorrer a qualquer meio de transporte, Carlos utilizou um
automóvel alheio, sem colher a autorização do proprietário, tendo-lhe causado alguns danos. Diga se Carlos cometeu algum ilícito e se será
obrigado a indemnizar o proprietário do automóvel pelos prejuízos causados. (en)

Situação de autotutela - Estado de necessidade. Os danos são indemnizáveis pelo art. 339.º, nº2

O Carlos não cometeu um ilícito, porque está numa situação de estado de necessidade prevista no artigo 339.º ou seja tem autotutela. Mas é
obrigado a indemnizar pois há danos, que são indemnizáveis ao nível dos prejuízos.

Exercício-6 Distinga os seguintes conceitos: nulidade e anulabilidade / Tutela preventiva de tutela reconstitutiva

Art 286/287

Nulidade não produz efeitos desde a sua origem. Ofensa de interesses públicos. Não se sana com decurso do prazo. Invocável em qualquer
momento, por qualquer interessado. Declarada ex oficio pelo tribunal. A nulidade é invocável a todo o tempo por qualquer interessado e pode
ser declarada oficiosamente pelo tribunal.
Anulabilidade produz efeitos como se fosse válido, mas pode ser destruído. Invocável pelo interessado, comprazo para ser arguida. Se não a
invocar o vício sana-se após determinado período de tempo e efeitos tornam-se definitivos.
A anulabilidade é uma forma de invalidade, contrapondo-se à nulidade. Um negócio anulável tem efeitos «frágeis», por poderem ser destruídos.
E essa fragilidade resulta necessariamente de um vício originário, de uma perturbação que afeta o negócio desde o momento da sua
celebração.

Tutela preventiva – Nesta categoria incluem-se as medidas que para além de constituírem a reação à violação da norma jurídica, têm também
como finalidade prevenir violações futuras, de que a prática do ilícito anterior justifica o receio-
Tutela reconstitutiva - Como o próprio nome indica, as sanções reconstitutivas são as que visam reconstituir a situação a que se teria chegado
com a observância da norma violadas. Permite obter no plano fático o que se teria caso o ilícito não tivesse sido praticado. Pretende-se obter a
situação original, há coincidência entre o resultado da sanção reconstitutiva e a situação inicial pré-ilícito.

Exercício 7
Classifique esta situação tendo em conta os tipos de ilícito que conhece:
A sociedade” Terra-mãe”, apesar de notificada para tal, não apresentou as folhas de férias dos seus trabalhadores à Autoridade para as
condições de Trabalho e, por isso, esta aplicou-lhe uma coima.

Sanção contra-ordenacional – aplicação de coima. O ilícito é mera ordenação social.

Exercício 8
Relativamente aos artigos 1323.º e 483.º do CC assinale as partes em que se dividem as respetivas estruturas lógicas.

7
Previsão- antecedente
Estatuição – consequente
1323.º -> (1) a quem pertence .

483.º -> (1)

Exercício 9 – Importante *
Atente nas seguintes disposições legais e classifique-as de acordo com as suas características: art.s 878.º, 227.º

878 – Supletiva – Facultativa (na falta de convenção


227 –

Exercício 10
Distinga nos respectivos preceitos legais as espécies de sanções utilizadas, referindo-se à função que visam prosseguir:
Art.s 829.º-A, 754.º (sc)

829- Sanção compulsória pecuniária p/dia de atraso ou. Infração


754- Sanção compulsória - direito de retenção (compelir o pagamento, devendo restituir-se a coisa c/ o pagamento ou satisfação da dívida)

Exercício 11
Verdadeiro ou Falso?

 Todos os factos sociais são factos jurídicos.


F. Em sociologia, fato social são valores, normas culturais e estruturas sociais que transcendem o indivíduo e podem exercer controle social.
Um fato jurídico é todo o acontecimento de origem natural ou humana que gere consequências jurídicas. Facto jurídico é todo o humano ou
acontecimento natural juridicamente relevante. Esta relevância jurídica traduz-se, principalmente, senão mesmo necessariamente, na
produção de efeitos jurídicos. Nem todos os factos reais ou sociais são factos jurídicos.

 Todas as normas jurídicas são prescritivas.


F. A norma jurídica exprime, em termos gerais e abstratos, a representação de uma situação da vida cuja verificação ou preenchimento
determina a emissão de uma valoração ou a necessidade de um comportamento. A norma jurídica assume-se, portanto, como parâmetro de
qualificação da realidade e, ou, regra de conduta.
Prescrição é a perda da pretensão de reparação de um direito violado em virtude da inércia de seu titular no prazo previsto em lei.

Exercício 12
Diga que tipo de sanção está prevista nas seguintes situações:

António viu o seu automóvel danificado por Bernardo, num grande acidente de viação. Como era muito antigo e já não se tornava possível ou
justificada a sua reparação António exigiu uma quantia em dinheiro de montante igual ao valor do carro danificado.

- Reintegração por equivalente

Exercício 13
O art. 2034.º e ss CC prevê a perda do direito de herança por indignidade do herdeiro. Sabendo que a prática, ou a tentativa, de crimes contra o
pai ou contra a mãe constitui uma violação grave de um interesse fundamental da sociedade, pronuncie-se sobre o tipo de sanção prevista
naquele dispositivo legal.
- Sanção punitiva

Exercício 14
Identifique a previsão e a estatuição na seguinte norma jurídica:

«quem injuriar outra pessoa, imputando-lhe factos, mesmo sob a forma de suspeita, ou dirigindo-lhe palavras, ofensivos da sua honra ou
consideração, é punido com pena de prisão até 3 meses e multa até 120 dias».

A previsão vai até À consideração

Exercício 15 – Importante*. + o contrapolo

8
A trabalha há 13 anos por contrato de trabalho para a empresa X, ontem decidiu denunciar o contrato de trabalho, enviando para esse efeito
uma carta com 60 dias de antecedência.
No fim do prazo o contrato cessa.

Trata-se de um direito subjetivo propriamente dito ou um direito potestativo? Classifique-o.


É um direito potestativo

O direito subjetivo é a situação jurídica, consagrada por uma norma, através da qual o titular tem direito a um determinado ato face ao
destinatário. Em geral, o direito subjetivo é consagrado por uma norma de direito que conduz a uma relação trilateral entre o titular, o
destinatário e o objeto do direito
Ex.: são direitos subjetivos: "a permissão de casar", "constituir família", "adotar pessoa como filho", "ter domicílio inviolável", etc.
Direito Potestativo é um direito que não admite contestações, ou seja, seu uso é de mera liberdade do seu possuidor. É o caso, por exemplo, do
direito assegurado ao empregador de dispensar um empregado (no contexto do direito do trabalho); cabe a ele apenas aceitar esta condição;
como também num caso de divórcio, uma das partes aceitando ou não, o divórcio será processado.
Direito objetivo é a dimensão do direito enquanto dado cultural objetivo, ou seja, enquanto regras e instituições normativas genéricas que
regem o comportamento humano de um certo grupo social em um determinado momento histórico, autorizando o indivíduo a fazer ou não
algo. Diz respeito ao poder de exigir aquilo que as normas de direito atribuem a alguém como próprio. É a permissão dada, por uma norma
jurídica válida, para fazer ou não fazer alguma coisa, ter ou não ter algo, ou exigir de outrem por meio dos órgãos competentes do poder
público.
DIREITO II
A SISTEMACIDADE DO DIREITO

1 - GRANDES DIVISÕES DO DIREITO – RAMOS DO DIREITO


A – DTO INTERNACIONAL (extra-estadual) e DIREITO INTERNO:

Conjunto de normas e princípios que regulam as relações entre os sujeitos de Dto internacional:
Geral – recepção automática: 8.º/1 CRP (7.º/1, 16.º/2 e 29.º/2); Convencional - recepção plena condicionada: 8.º/2 e 277.º/2; Atos aprovados
por órgãos de OI de que Portugal faz parte – cláusula de recepção automática e directa, 8.º/4 conjugada com o 7.º/6. 8.º/3/4

• FONTES: art. 38.º da CV sobre Dto dos Tratados


(CI // Costume Internacional// Princípios Gerais de Dto e Jus cogens/Jurisprudência// Doutrina e Equidade// Acto Jurídico unilateral
(autónomos e não autónomos)

SUJEITOS ESPECÍFICOS – Estados, Organizações Internacionais, entidades pró estaduais, comunidade internacional e indivíduo
DIP - supralegal, infraconstitucional - IUS COGENS - supraconstitucional

B – DUE
Fontes:
DIREITO ORIGINÁRIO – Tratados institutivos, Carta
DIREITO DERIVADO – Conjunto de actos e normas adoptados pelos órgãos da EU, que podem ser: Regulamentos// Directivas (112.º/8)//
Decisões// Recomendações e Pareceres

Critérios de Articulação com o direito interno:

 Autonomia;
 Primado (conflitos de aplicação: Inaplicabilidade do dto interno contrário);
 Aplicabilidade Directa;
 Efeito Directo (atributo das normas – invocabilidade vertical e horizontal);
 Interpretação conforme;
 Uniformidade de Aplicação;
 Responsabilidade dos EM pelo incumprimento do DUE.

c – Summa Divisio - DTO PÚBLICO e DTO PRIVADO:

1 - Critério da “natureza dos interesses”, MAS


 Art. 280.º CC tutela interesses públicos;
 Art. 1.º do Código das Expropriações, tutela interesses privados: «Os bens imóveis e os direitos a eles inerentes podem ser expropriados por
causa de utilidade pública compreendida nas atribuições, fins ou objecto da entidade expropriante, mediante pagamento contemporâneo de
uma justa indemnização nos termos do presente Código»;
 Art. 188.º/1 e 190.º/1b) CC

9
2 - Critério da “natureza dos sujeitos” da relação jurídica,

3 – Critério da “posição dos sujeitos” (como intervêm) na relação jurídica:

Dto Privado: relações jurídicas estabelecidas entre particulares ou entre particulares e o Estado, onde este intervém despido de ius imperium, ou
seja sem prerrogativas de autoridade pública.
Ex: Estado arrenda prédio para nele instalar um serviço público; regime de responsabilidade extracontratual do Estado
Dto Público: Regulamenta organização e funcionamento do Estado e entes públicos (enqto titulares do poder público) e que disciplinam as
relações entre eles ou entre eles e os particulares. «Sistema de normas jurídicas que, tendo em vista a prossecução de um interesse
colectivo, conferem para esse efeito a um dos sujeitos da relação jurídica poder sobre o outro».
o Relações verticais - Estado munido de poder de supremacia (desigualdade de base – princípio da supraordenação
o Ex: 62.º, n.º 2 CRP
o Relações Estado/particular; Estado/Autarquia Local

Dto Privado - «sistema de normas jurídicas que, visando regular a vida privada das pessoas, não conferem a nenhuma delas (mesmo que seja o
Estado) poderes de autoridade sobre as outras, mesmo quando pretendem proteger um interesse público relevante». DTO CIVIL é Direito
Privado Comum
Ex: se Estado compra prédio; se dá de arrendamento; enqto accionista de sociedade anónima

• Liberdade (autonomia privada) e Igualdade (paridade).


• Aos particulares tudo o que não for proibido, é permitido.
• Aos poderes públicos, tudo o que não for permitido ou imposto, é proibido – princípio da legalidade

RAMOS DO DIREITO PÚBLICO

1 - DTO ADMINISTRATIVO: (O dto Const. passa - o Adm. Fica) - Regula e organiza o funcionamento da Admção Pública (e Gov. na função
executiva), bem como das sua relações com outros suj., durante o exercício da actividade administrativa de gestão pública (satisfação das
necessidades públicas ou coletivas)

2 – DTO FISCAL OU TRIBUTÁRIO:


Regula a incidência, lançamento e a cobrança dos tributos (prestações unilaterais). Fonte de receitas públicas.

3 – DTO PENAL OU CRIMINAL: protege bens essenciais da vida coletiva, definindo os crimes (tipo legal) e atribuindo penas ou medidas de
segurança criminais como consequência desses comportamentos.
• Tutela bens jurídicos fundamentais (mínimo ético) de uma sociedade (vida, integridade física e moral, ordem pública, propriedade, liberdade,
etc.).
• V. 29.º CRP e art. 1.º e 2.º CP

• Princípio da legalidade; Princípio da não retroatividade (não criminalizar factos passados; nem aplicar a crimes anteriores penas mais graves,
mas aplica-se lei anterior se mais favorável, salvo se já houver condenação com sentença transitada – lex mellior) art. 29.º/4 CRP e 2.º e 3.ºCP;
Princípio da Tipicidade - Nullum crimen sine lege, nulla poena sine crimine – preencher tipo legal; Princípio da culpa - Nullum crimen sine culpa
– 13.º e 40.º, n.º 2 CP; Nullum crimen sine injuria – lesivo de interesse juridicamente protegido

Funções das penas:


• Retribuição ou expiação;
• Prevenção geral – prevenir violações futuras;
• Prevenção especial – prevenir que criminoso reincida;
• Ressocialização – finalidade reeducativa.
• Crimes - públicos ou semi-públicos
• Contravenções - infracção de regra preventiva
Ex: é crime atingir pessoa através de explosão; é contravenção fazer circular matérias explosivas sem acatar as determinações legais
estabelecidas.
• (Criminologia – ciência auxiliar

4 – DTO PROCESSUAL ou ADJECTIVO


Civil; Penal (cabe tendencialmente ao M.P. que actua por si ou a requerimento do ofendido); Trabalho; e Administrativo.
Regula a forma de resolução de litígios pelos tribunais, fixando os termos a observar na propositura e no desenvolvimento das acções judiciais.
Protecção coactiva dos direitos.
Direito Judiciário. Instrumental do Substantivo ou Material.

5 – DIREITO DOS REGISTOS E DO NOTARIADO – função probatória

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Conservador – «responsável pelo regular funcionamento das conservatórias de registo civil e comercial ou predial, desempenha função
burocrática relacionada como os actos de registo exigidos ou facultados pela lei e com a emissão dos respectivos meios de prova (ex: certidão
de nascimento)»

Notário - «aquele que atribui fé pública aos documentos (contrato de compra e venda de imóvel, testamento) que exprimem a vontade dos
particulares. A intervenção deste funcionário de Estado é uma garantia de autenticidade dos documentos».

6 – DTO CONSTITUCIONAL:
«Conjunto de normas que regula a estrutura e organização interna do Estado, designa as suas funções e define as suas atribuições e os limites
dos órgãos supremos do poder político». Trave-mestra do ordenamento jurídico de uma sociedade política. CRP

Organização do poder público em Portugal

• Toda a actividade do Estado está sujeita ao Direito


• O Estado português é a República Portuguesa – art. 1 e 2.º CRP – Estado unitário, art. 6.º CRP: um poder soberano, descentralizado, pois as
autarquias locais têm competências para satisfazer necessidades públicas (Estado central fiscaliza actuação das 3400 autarquias locais – 308
municípios e 3092 freguesias, que apenas têm funções administrativas).
• Mas, Portugal é também um Estado Regional parcial – 2 regiões autónomas (funções político-legislativas, vg. decretos legislativos regionais)
• Princípio da separação dos poderes: horizontal –distribuição entre os órgãos supremos do Estado; vertical – entre entidades públicas de níveis
diversos.
• 4 órgãos de soberania:
• PR – 120.º e 121.º - funções políticas mas participa no legislativo pelo veto político ou jurídico//AR – 147.º e 148.º, 161.º (230 deputados) –
funções políticas e legislativas //GOV – 182.º e 197.º - pm, ministros, secretários de Estado e Subsecretários de Estado – AR e PR podem demiti-
lo – 133.º dissolução e 191.º, pq o sistema de governo é semi-presidencial – funções legislativas, governativas e administrativas- 197.º e
199.º//Trib – função jurisdicional – Tribunais judiciais: Comarca, Relação e Supremo - 1ª instância, 2.ª instância e última instância;
Administrativos e Fiscais – tribunais de círculo, centrais administrativos e Supremo Tribunal Administrativo. Especializados: marítimos,
militares, arbitrais e julgados de paz. Tribunal de Contas e Tribunal Constitucional
• MP – representante do Estado, para defender a legalidade e interesses legalmente determinados e acusar suspeitos da prática dos crimes –
219.º, n.º 4
• Tribunal Constitucional – garante da constitucionalidade e de certa legalidade- 223.º (10 juízes nomeados pela AR e 3 coptados por aquele)
• Pr do Tribunal de Contas e Procurador-Geral da República são nomeados pelo PR. Tribunais tb aplicam Dt Constitucional 277.º a 283.º CRP.
• Órgãos locais ou periféricos do Estado – comandantes distritais da PSP e directores gerais da educação
• Regiões autónomas – 227.º funções legislativas, administrativas e governativas – descentralização político-administrativa: 237.º e 241.º,
algumas com legitimidade democrática.
Administração Pública Portuguesa
Administração estadual (órgãos e serviços do Estado que desenvolvem a função administrativa, 267.º CRP) e Administração autónoma (pessoas
colectivas de base territorial ou associativa, v.g. institutos públicos e entidades públicas empresariais)

RAMOS DO DTO PRIVADO – Classificação germânica de Savigny:

1- DTO PRIVADO COMUM


o PESSOA; FAMÍLIA; PATRIMÓNIO
o DTO DAS OBRIGAÇÕES; DTOS REAIS; DTO DA FAMÍLIA; DTO DAS SUCESSÕES

2 – DTO PRIVADO ESPECIAL


Sub-ramos: COMERCIAL; LABORAL; INTERNACIONAL PRIVADO
Estrutura e sistematização do Código Civil:
 Aprovado em 1966. Em vigor em 1/6/1967.
 Divide-se em 5 livros: títulos, capítulos, secções, subsecções.
 Livro I – PARTE GERAL – Leis, sua interpretação e aplicação; regras gerais das relações jurídicas e seus elementos.

SUB-RAMOS
• Livro II – Direito das Obrigações: Contém as regras das Obrigações em geral, e, Dos contratos em especial.
• Livro III – Direito das Coisas: Posse; Propriedade; Outros direitos reais
• Livro IV - Direito da Família: Casamento; Filiação; Adopção; Obrigação de alimentos; Divórcio.
• Livro V – Direito das Sucessões: Sucessão legítima; Sucessão legitimária; Sucessão testamentária; Sucessão contratual.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: 397.º a 1250.º CC


Regula situações pelas quais uma pessoa está vinculada a realizar, em benefício de outra, uma prestação.

o Regula contratos, enriquecimento sem causa, resp. civil, obrig.

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o Principal instituto: contrato (expressão da autonomia privada: 405.º)
o Sujeito activo – credor, tem um dto de crédito ---- pode exigir
o Sujeito passivo – devedor, tem uma obrigação ---- deve prestar
(pagar o preço, pagar renda ao locatário, entregar a coisa vendida, etc.)

DIREITO DAS COISAS ou REAIS: 1251.º a 1575.º


Dto estático. (1302.º e 1403.º-1575.º//1251.º CC)
Regula a atribuição dos bens, proporcionando a fruição das coisas, de modo directo e imediato, ficando uma pessoa com um dto oponível a
terceiros, e, podendo a mesma tirar vantagem da coisa.

Os demais: obrigação passiva universal, de abstenção.


Direitos tipificados na lei: Dtos Reais de Gozo ou de Garantia
• Instituição principal: propriedade - dto real pleno.
• Dtos reais limitados: usufruto, posse, superfície, servidão, garantias reais e acessórias das obrigações
• D.R.G – consignação de rendimentos, penhor, hipoteca, privilégois creditórios e dto de retenção.

DTO DA FAMÍLIA: 1576.º a 2023.º


Regula a constituição, modificação, ou extinção dos laços de família e as relações que nela se estabelecem e as que surgem na sua
dependência (ex: obrig. de alimentos, deveres pessoais dos cônjuges).

o Casamento (vínculo conjugal 1577.º),


o Parentesco (1578.º - Relação de consanguinidade - vínculo que liga pessoas que descendem uma da outra ou que descendem de um
progenitor comum - recto e colateral),
o Afinidade (1584.º - vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro)
o Adopção. 1586.º e 1973.º. Tb Separação e Divórcio.
o Relações pessoais ou patrimoniais: regime de bens, deveres de alimentos.
o Poderes-Deveres; carácter duradouro; taxativos;

DTO DAS SUCESSÕES: 2024.º a 2334.º


Regula a sucessão mortis causa, nos bens e dtos do defunto. 2024.º
• Várias espécies de sucessão.
• Atendendo ao título pelo qual os sucessores do de cujus, são chamados a ingressar nos bens do falecido:
• Voluntária Testamentária: 2179.º
• Legal: legitimária (descendentes, ascendentes e cônjuge): 2156.º// legítima: 2133.º para familiares cfr esquema supletivo da lei, caso o autor
não tenha disposto, por testamento, relativamente a bens não abrangidos pela legitimária.
• Ver tb 2030.º. Sucessão p/ títulos: lei, testamento ou contrato

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RAMOS DO DIREITO AULAS MOODLE III
RAMOS DO DIREITO
DTO PÚBLICO e DTO PRIVADO:
Ver diapositivo 59 e seguintes do power-point divulgado no início do ano.
. Critério da “posição dos sujeitos” (como intervêm) na relação jurídica:
Dto Privado: relações jurídicas estabelecidas entre particulares ou entre particulares e o Estado, onde este intervém despido de ius imperium, ou
seja sem prerrogativas de autoridade pública.
Ex: Estado arrenda prédio para nele instalar um serviço público; Estado renova frota automóvel de ministério.
Dto Público: regulamenta organização e funcionamento do Estado e entes públicos (enqto titulares do poder público) e disciplina as relações entre
eles ou entre eles e os particulares. «Sistema de normas jurídicas que, tendo em vista a prossecução de um interesse colectivo, conferem para esse
efeito a um dos sujeitos da relação jurídica poder sobre o outro».
• Relações verticais - Estado munido de poder de supremacia.
• Ex: 62.º, n.º 2 CRP (expropriação por utilidade pública)
• Relações Estado/particular; Estado/Autarquia Local

Dto Privado - «sistema de normas jurídicas que, visando regular a vida privada das pessoas, não conferem a nenhuma delas (mesmo que seja o
Estado) poderes de autoridade sobre as outras, mesmo quando pretendem proteger um interesse público relevante». DTO CIVIL é Direito
Privado Comum
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO.
1 – DTO CONSTITUCIONAL:
• «Conjunto de normas que regula a estrutura e organização interna do Estado, designa as suas funções e define as suas atribuições e
os limites dos órgãos supremos do poder político».
• Trave-mestra do ordenamento jurídico de uma sociedade política. CRP
• Estabelece os direitos e deveres fundamentais, a organização económica e a organização do poder político (órgão de soberania) e o
sistema de garantia e revisão da própria Constituição.

Dto Penal – conjunto de normas que definem os crimes e estabelece as penas e medidas de segurança correspondentes que visam o combate à
criminalidade.
Comportamentos graves – homicídio, furto, burla, abuso sexual, peculato, emissão de cheque sem cobertura.
Princípio da legalidade penal: não há crime sem prévia lei que o qualifique; não há penas que não sejam previstas na lei; não há crime sem culpa;
não há pena sem processo que assegure as garantias de defesa do arguido.
Princípio da não retroactividade: não criminalizar factos passados; nem aplicar a crimes anteriores penas mais graves, mas aplica-se lei anterior se
mais favorável, salvo se já houver condenação com sentença transitada em julgado – lex mellior) art. 29.º/4 CRP e 2.º e 3.º CP

Funções das penas:


• Retribuição ou expiação;
• Prevenção geral – prevenir violações futuras;
• Prevenção especial – prevenir que criminoso reincida;
• Ressocialização – finalidade reeducativa.
Código Penal – repositório dos valores fundamentais da comunidade
• Os crimes podem ser públicos ou semi-públicos.
• Há crimes contra as pessoas, contra o património, contra a identidade cultural e integridade pessoal, contra a vida em sociedade, contra o
Estado, e contra animais de companhia.
• Contravenções - infracção de regra preventiva

Ex: é crime atingir pessoa através de explosão;


é contravenção fazer circular matérias explosivas sem acatar
as determinações legais estabelecidas.

RAMOS DO DTO PRIVADO:

1- DTO PRIVADO COMUM


Regulado no Código Civil de 1967. Estatuto dos dtos e deveres das

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pessoas privadas que regula as relações entre elas ou entre elas
e os entes públicos em pé de igualdade.
• PESSOA; FAMÍLIA; PATRIMÓNIO
• DTO DAS OBRIGAÇÕES; DTOS REAIS;
• DTO DA FAMÍLIA; DTO DAS SUCESSÕES

2 – DTO PRIVADO ESPECIAL


Sub-ramos: COMERCIAL; LABORAL; INTERNACIONAL PRIVADO

DTO LABORAL
Disciplina relações colectivas e individuais de trabalho relativas ao trabalho
subordinado, ou seja, POR CONTA DE OUTREM (trabalho subordinado), e as realidades afins com ele conexas. 1152.º C.C. e art. 11.º CT.
Art. 59.º CRP: função reguladora alargada.

”Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras
pessoas, no âmbito de organização e sob autoridade destas.” (ORDENS, INSTRUÇÕES, DIRECÇÃO e DISCIPLINA do empregador)
Tem de haver subordinação jurídica (dever de obediência), logo é muito diferente do trabalho autónomo ou independente (art. 1154.º CC), isto é
de contratos de prestação de serviços.

Presunção da existência de um contrato


de trabalho (indícios):
Princípio da consensualidade do Contrato
• actividade realizada em local pertencente ao seu beneficiário
• Instrumentos de trabalho pertençam ao beneficiário
• Prestador de actividade cumpra horário de trabalho determinado pelo beneficiário
• Pagamento periódico de quantia certa ao prestador, como contrapartida da prestação.

Interesse prático da presunção: artigo 12.º CT


Ao trabalhador basta-lhe alegar a existência daqueles indícios,
cabendo ao empregador fazer a prova da inexistência de um contrato de trabalho.

Admissão de trabalhador e obrigações perante segurança social:


• Inscrição inicial do trabalhador até final do mês seguinte ao inicio de actividade; por modelo próprio ou internet.
• Comunicação de admissão do trabalhador nas 24 horas anteriores ao início do contrato; modelo próprio ou internet.
• Declaração da entidade patronal se é contrato a termo ou sem termo.

Período experimental:
Livre denúncia do contrato
• Contrato a termo – 15 ou 30 dias se inferior ou igual ou superior a 6 meses.
• Contrato por tempo indeterminado – 90, 180, 240 dias se trabalhador comum, ou se cargo for de complexidade técnica e de especial
qualificação
• Denúncia - pré-aviso de 7 ou 15 dias, sob pena de pagamento da retribuição relativa ao período em falta.
TRABALHADOR-ESTUDANTE:
• Prova de frequência de qualquer nível de educação escolar (apresentação de horário e prova da condição de trabalhador junto ao
estabelecimento de ensino)
• Aproveitamento escolar
• Dto a ajustamento de horário
• Dispensa da obrigação de prestação de trabalho suplementar, de regime de adaptabilidade, e de banco de horas.
• Dto a faltar no dia de exame e no dia anterior, não excedendo 4 dias por disciplina.

O trabalhador deve, em princípio, exercer as funções correspondentes à actividade para que foi contratado, devendo o empregador atribuir-lhe,
no âmbito da referida actividade, as funções mais adequadas às suas aptidões e qualificação profissional.
• Polivalência funcional: a actividade contratada compreende as funções supra referidas, bem como as que lhe sejam afins ou funcionalmente
ligadas, para as quais o trabalhador tenha qualificação adequada e não impliquem desvalorização profissional, dando dto a retribuição
acrescida mais elevada.

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• Mobilidade funcional: sempre que o interesse da empresa o exija, o empregador pode exigir (por escrito) que o trabalhador exerça
temporariamente (não + de 2 anos) funções não compreendidas na actividade contratada, desde que tal não implique modificação substancial
da posição do trabalhador e diminuição salarial. (dto a condições + favoráveis)

DEVERES DOS TRABALHADORES:


• Principal dever: DEVER DE OBEDIENCIA
• Outros deveres do trabalhador: deveres acessórios do trabalhador:
• Respeito;
• Dever de lealdade
• Dever de assiduidade e pontualidade;
• Dever de custódia;
• Dever de prevenção.
PODERES DO EMPREGADOR
Poder de direcção
Compete ao empregador estabelecer os termos em que o trabalho deve ser prestado, dentro dos limites decorrentes do contrato e das normas
que o regem.
Engloba:
a) Poder determinativo da função (definição de tarefas);
b) Poder conformativo da prestação (fixar termos da prestação);
c) Poder disciplinar (aplicar sanções em caso de infracção disciplinar;
d) Poder regulamentar (regulamentos internos da empresa).

Prazos para o exercício do poder disciplinar: artigo 329.º


O direito de exercer o poder disciplinar prescreve um ano após a prática da infracção ou no prazo da lei penal, se o facto constituir crime.
O procedimento disciplinar tem de ser iniciado nos 60 dias subsequentes àqueles em que o empregador tem conhecimento da infracção.
(obrigatório para despedimento – acusação, defesa, instrução e decisão)

Contrato a termo:
Obrigatoriamente celebrado por forma escrita
• Substituição de trabalhador
• Actividade sazonal
• Acréscimo excepcional da actividade da empresa
• Tarefa ocasional
• Execução de obra temporária
• Lançamento de nova actividade da empresa
• Contratação de jovens à procura do 1.º emprego ou desempregado de longa duração.
• TERMO CERTO (18 meses, 2 ou 3 anos – renovado até 3 vezes – renovando-se no final do termo na ausência de
declaração de qualquer das partes de que o quer cessar),
• TERMO INCERTO (na contagem devem incluir-se contratos celebrados anteriormente), e
• Contrato de muito curta duração (turísticos, agrícola)

Limites do tempo de trabalho:


• 8 horas diárias e 40 semanais., excepto se estiver em regime de adaptabilidade, banco de horas, horário concentrado ou
trabalho suplementar.
• Descanso diário entre 2 dias de trabalho deve ser de 11 horas,
• Descanso em 1 intervalo de duração não inferior a 1 hora, nem superior a 2 horas.
Retribuição:
• Certa (em função do tempo), variável (em função de resultados de trabalho) ou mista (parcela fixa e outra variável).
• Retribuição base (em função do tempo), diuturnidades (em função da antiguidade), subsídio de férias e de natal, trabalho
suplementar, comissões.
• IMPENHORABILIDADE DE 2/3 ATÉ MÍNIMO DE 3 SALÁRIOS MÍNIMOS – LIMITE MÍNIMO DE 1 SALÁRIO MÍNIMO
NACIONAL – ENTIDADE PATRONAL TEM DEVER DE DESCONTO DEPOIS DE INFORMADO PELO AGENTE DE EXECUÇÃO
• Parcelas não retributivas: ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte, abono para falhas.

• Retribuição do período de férias e respectivo subsídio:


• A que o trabalhador receberia se estivesse em período efectivo.
• Subsídio: retribuição de base e outras prestaçãoes que sejam contrapartida da forma de execução do trabalho
• Deve ser pago no início do período de férias e proporcionalmente em caso de gozo interpolado de férias.
• Pago proporcionalmente ao tempo de serviço prestado no ano de admissão ou de cessação de trabalho.

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TIPO DE EMPRESAS:
• Micro (10 trabalhadores)
• Pequena (10 a 49)
• Média (50 a 249)
• Grande (mais de 250)
DURAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS:
• No ano de admissão – 2 dias por cada mês de trabalho
• Anos subsequentes – 22 dias
• Ano de cessação – Se contrato excedeu 1 ano: proporcional ao trabalho prestado no ano; se não excedeu: proporcional à duração,
não podendo exceder 22 dias.
• Devem gozar-se entre 1 de Maio a 31 de Outubro.
• Por motivo imponderável pode ser alterado o período de férias.

Faltas:
• Justificadas – previstas na lei (casamento, falecimento, provas, doença, acidente, assistência, depoimentos, etc.).
Empregador pode exigir prova.
• Injustificadas – não prevista como justificada
• Falta previsível – comunicada ao empregador com antecedência de 5 dias; Falta imprevisível – comunicada e
acompanhada de motivo de falta, sob pena de falta injustificada.

Cessação do Contrato de Trabalho:


• Revogação por mútuo acordo – doc assinado por ambas as partes
• Despedimento por facto imputável ao trabalhador – constitui justa causa de despedimento o comportamento culposo
do trabalhador que, pelas suas consequências e gravidade, torne imediata e praticamente impossível a subsistência da relação laboral
(desobediência ilegítima, falsas declarações quanto a faltas, 5 faltas seguidas ou 10 interpoladas, injúria, violência física, prática de crime, redução
anormal de produtividade, etc. etc.)
• Com procedimento disciplinar prévio e faseado
• Possível impugnação judicial do despedimento – 60 dias a contar do despedimento

• Despedimento Colectivo
• Despedimento por extinção de posto de trabalho
• Despedimento por inadaptação
• Compensação por cessação de trabalho:
• 20 dias de retribuição base e diuturnidade por cada ano completo de antiguidade, a ser paga pelo empregador, com
excepção da parte que cabe ao fundo de compensação do trabalho.
• Resolução (justa causa do trabalhador com cessação imediata: falta de pagamento da retribuição, sanção abusiva,
violação de condições de segurança)
• Denúncia do contrato independentemente de justa causa desde que com aviso prévio (30 ou 60 dias - se até 2 anos ou
mais)
• Abandono do Trabalho – 10 dias úteis seguidos, vale como denúncia

16
AULAS POR MOODLE DUE
O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA UMA BREVE ABORDAGEM

ESTÁDIOS DE INTEGRAÇÃO ECONÓMICA


1 ZCL – eliminação de restrições quantitativas ao comércio e dtos de importação e exportação; livre circ. de mercadorias nas relações entre
Estados participantes (Ex: EFTA, 1960)
2 U.A. – livre circ. alargada a todos os produtos e PAC c/Est. Terceiros
3 Mercado Comum – regime da UA, com livre circ. de factores produtivos: 4 liberdades: mercadorias, pessoas (trabalhadores e livre
estabelecimento), serviços e capitais; políticas comuns; harmonização das legislações internas
4 UEM – coordenação das políticas económicas, financeiras e monetárias; aprofundamento da harmonização das legislações nacionais
relacionadas com o funcionamento do sistema económico (Dto comercial, fiscal, concorrência).
Comportando uma UM (câmbio fixo; convertibilidade obrigatória das moedas nacionais; política monetária una)

1 - Noção breve sobre a evolução do processo de integração europeia – das origens ao Tratado de Lisboa
• Declaração Schuman, 9/5/1950 (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo)
• A criação das 3 Comunidades Europeias:
• TRATADO DE PARIS - CECA, 8/4/1951 (Europa dos seis).
• TRATADO DE ROMA, 1957 - CEE e CEEA (em vigor:1958)

Sobre o ponto 1, por favor, ler meu texto publicado no Jornalíssimo da Universidade Nova de Lisboa que irá ser divulgado na plataforma
moodle.

1.1. TCEE - 1957 – momentos importantes:


• 1968 – União Aduaneira (6 Estados)
• 1973 - Dinamarca, Irlanda, RU (1.º alargamento: RU, Irlanda, Dinamarca)

• 1979 - sufrágio directo universal e Sistema Monetário Europeu


• 1981 - Grécia (2.º alargamento)
• 1986 - Portugal e Espanha (3.º alargamento)
• 1985 - Acordo Schengen: Bélgica, Lux., Holanda, França e Alemanha).
Portugal adere em 1991 e CE assina em 1990. Vigência 1985

1.2. TUE ou Tratado de MAASTRICHT: (em vigor 1993)

• Criação da U.E. (União + estreita entre os povos da Europa: integração política). União n/absorveu as Comunidades, coexistiu c/ elas.

• CEE passa a CE.


• Entrada em vigor do Mercado único
• Estrutura tripartida: fundada nas 3 comunidades e apoiada em 2 pilares intergovernamentais “templo grego”
• Duas metodologias integrativas: método intergovernamental e método comunitário
• Domínios novos: CIDADANIA e protecção de DF, UEM, PESC, CJAI (criação da EUROPOL –Unidade Europeia de Polícia; regras comuns de
asilo, imigração, controlo de fronteiras externas, luta contra a criminalidade e política comum de vistos).
• Adesão da Suécia, Áustria e Finlândia (1995)
• Tratado de Amesterdão e Tratado de Nice (1999 e 2003)
• Grande alargamento aos países centrais europeus (2004), Roménia e Bulgária (2007) e Chipre e Malta

1.3. TRATADO DE LISBOA EM VIGOR EM 1/12/2009

“UNIÃO” (sucede à CE e aos pilares intergovernamentais)

17
Tratados fundem-se em 2 partes: 1 União, 2 Tratados:

• TUE: parte fundamental. Disposições de carácter constitucional


• TFUE: contém a reestruturação do TUE e do TCE
• CDFUE: 6.º, n.º 1 TUE-L.
• Dupla maioria: Estados (percentagem e número) e percentagem da população
• Lógica intergovernamental na PESC
• Comunitarização no domínio da CPJMP:
• Noção de DUE – conjunto de normas e princípios relativos aos fins e objectivos da União, aos valores sobre os quais assenta, e ao funcionamento
do seu sistema institucional (art. 14.º TUE).
• Art. 2.º TUE - indica a base axiológica da EU, vinculando o legislador da União e os seus EM ao respeito dos valores nele referidos - em especial o
TJUE e os tribunais nacionais - bem como, nos termos do art. 49.º TUE, condicionando o acesso e a manutenção da qualidade de membro (art.
7.º TUE), valores esses que são comuns aos EM.

2 - QUADRO INSTITUCIONAL
• Instituições, órgãos (complementares) e organismos (agência, observatório, centro)
• Órgãos de direcção e execução e órgãos de controlo
• Art. 13.º TUE- Lisboa

2.1. CONSELHO EUROPEU (europa.eu/european-council/index_pt.htm)


• Cimeira de Paris de 1974
• Representa Estados
• COMPOSIÇÃO: 15.º/2. (Portugal – 1.º ministro)

• SEDE: Bruxelas
• COMPETÊNCIA: 15.º/1……FUNÇÃO POLÍTICA A.R. da UNIÃO PARA OS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E A POLÍTICA DE SEGURANÇA: 18.º

2.2. PARLAMENTO EUROPEU

• Representante dos cidadãos (Democracia representativa):


• sufráfio directo e universal: 14.º e 223.º/1 par. 2.º

COMPOSIÇÃO: 14.º/2 (750 + PR (Portugal tem 22, Alemanha 96)
• Proporcionalidade regressiva: maior peso dos pequenos e médios
• Modo de eleição: 14.º/3 (20.º/2 b) TFUE e 39.º CDFUE) e 223.º/1
• Mandato: 5 anos. Sede em Estrasburgo, Luxemburgo, Bruxelas.

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO:
• 7 Grupos políticos e 1 de não inscritos: 10.º/4 TUE.
• SEDE: Estrasburgo. funciona em plenário ou em comissões parl.

COMPETÊNCIAS: ……aprovar ou rejeitar…não alterar


• Legislativa: 14.º/1 TUE. (ultrapassar défice democrático)
• Orçamental: 14.º, 312.º a 314º (elaboração e aprovação 310.º e 314.º; execução mediante a sua quitação à Comissão319.º)

• Controlo político:
• Fiscaliza Comissão e Conselho (questões orais) – pq
• Moção de Censura à Comissão: 234.º
• Constitui Comissões de Inquérito temporárias: 226.º
• Controla Europol e Eurojust: 88.º/2 e 85.º/1 TFUE
• Provedor de Justiça Europeu: 228.º/1.
• Dto de Petição dos cidadãos: 20.º/2 d) e 24.º/2 TFUE

2.3. CONSELHO:
• Órgão de representação dos governos dos EM: 16.º/2
• SEDE: Bruxelas – (Abril, Junho e Outubro - Luxemburgo)
• FUNCIONAMENTO: reuniões públicas na deliberação de actos legislativos. 16.º/8 (preparação no Coreper) e 238.º

• COMPOSIÇÃO:
• Variada e descontínua - 16.º/6 - 10 formações: assuntos gerais, (formação base)//negócios estrangeiros//assuntos económicos e financeiros //justiça
e assuntos internos //emprego, política social, saúde e consumidores //competitividade (mercado interno, indústria, turismo, investigação e
espaço)//transportes, telecomunicações e energia //agricultura e pescas //ambiente //educação, juventude, cultura e desporto //eurogrupo. 236.º

18
• PRESIDÊNCIAS ROTATIVAS sucessivas:16.º/9 e 236.º

• REGRAS DE VOTAÇÃO - DELIBERAÇÕES POR MAIORIA: 16.º/3 E ÀS VEZES UNANIMIDADE: Abstenção construtiva
(casos: 24.º/1, 31.º/1, 41.º/2 e 4, 46.º/6, 48.º/7 e 49.º TUE-L e 19.º1,21.º3,22.º/1 e 2, 25.º/2,64.º/3, 65.º/4 etc)
• Regra de 1 Estado - 1 voto
• Cláusulas passerelle: 31.º/3 TUE-L (48.º/7)
• Travagem de emergência – 31.º/1/2;48.º/2
COMPETÊNCIAS: 16.º/1
• Legislativas (em partilha com o PE: 289.º/1 e 294.º)
• Orçamentais
• Vinculação internacional da EU: 218.º
- Política Comercial Comum: 207.º/3
- No quadro da UEM (202.º, 5.º e 121 TFUE): 219.º
• Papel Central na PESC, CJMPCP.
• Revisão dos tratados e fiscalização dos valores da EU: 7.º
2.4. COMISSÃO EUROPEIA: 13.º e 17.º
• Funcionamento colegial – 250.º – interesse geral
• Executivo da União

COMPOSIÇÃO:
• 27 MEMBROS (17.º/4 ) – 1 p/EM. Dp de 2014 – 17.º/5 – 2/3 do número de EM
• Critérios de elegibilidade: independência 17.º/3// empenhamento europeu// competência – 245.º e 247.º (durante ou dp do exercício das funções).
• Mandato: 5 anos (17.º/3, 246.º), renovável, c/privilégios e imunidades

DESIGNAÇÃO:
• 17.º/7, par. 1.º - tripla dependência da Comissão face ao PE (17.º/7/8).

REGRAS DE DELIBERAÇÃO:
• Colegialmente, e por maioria: 250.º

COMPETÊNCIAS: 17.º/1
– Iniciativa Legislativa: 17.º/2

A pedido do PE: 225.º , Conselho: 241.º e cidadãos: 11.º e 24.º. Adopta actos de regulamentação de actos legislativos
– Negociação de acordos com terceiros Estados ou OI
- Função regulamentar
- Administração e gestão de seu pessoal, e meios materiais e recursos financeiros
- Execução do orçamento e presta contas no fim do anos financeiro ao PE e Conselho

- Representação externa da UE, salvo na PESC: 17.º/1: 207.º/3


– Guardiã dos Tratados:17.º/1 (poderes de controlo)
• Controla comportamentos de órgãos e EM.
• Aplica sanções a particulares no âmbito da concorrência: 103.º
• Dever de informação dos EM

2.5. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UNIÃO EUROPEIA: 19.º


• Tribunais nacionais – funcionalmente europeus
• Competência obrigatória (verdadeira jurisdição - «diz o Direito» criando-o, desenvolvendo-o e garantindo o seu respeito)
• Acção condicionada pelo princípio da atribuição: 5.º/1

2.6. BCE
• A mais nova Instituição: 13.º
• Sede em Frankfurt
• Objectivo do SEBC (Bancos centrais nacionais, dirigido p/ órgãos do BCE): 127.º - estabilidade dos preços;
• 3.º/4 do TUE-L (tb/sistema financeiro internacional)
COMPETÊNCIA:

• Sanções pecuniárias compulsivas às empresas (132.º/3)


• Organismo do domínio monetário: conduz a PM: 282.º/1

19
2.7. TRIBUNAL DE CONTAS: 13.º
COMPETÊNCIA: fiscalização das contas da União (287.º/1) e garantia da s/fiabilidade e boa gestão financeira

3 - OBJECTIVOS DA UNIÃO APÓS TL


• Art. 3.º TUE: lista única de objectivos (políticos e económicos)
• Art. 8.º; 10.º; 11.º e 12.º; 13.º; 14.º e 15.º, 16.º e 17.º TFUE: objectivos horizontais
• Os objectivos serão tratados em documento independente que envio na próxima aula

4 – SISTEMA DE FONTES DE DUE:


• Direito originário (incluindo a CDFUE)
• Direito derivado (actos unilaterais, fundamentados e publicados ou notificados)

Artigo 288.º TFUE (direito derivado)


• Para exercerem as competências da União, as instituições adotam regulamentos, diretivas, decisões, recomendações e pareceres.
• O regulamento tem caráter geral. É obrigatório em todos os seus elementos e diretamente aplicável em todos os Estados-Membros.
• A diretiva vincula o Estado-Membro destinatário quanto ao resultado a alcançar, deixando, no entanto, às instâncias nacionais a competência
quanto à forma e aos meios.
• A decisão é obrigatória em todos os seus elementos. Quando designa destinatários, só é obrigatória para estes.
• As recomendações e os pareceres não são vinculativos.

REGULAMENTOS: 288.º/2 (296.º, 297.º)


o Actos normativos gerais e abstractos.
o Obrigatórios em todos os seus elementos ou disposições.
o Directamente aplicáveis.
o Dispensam mecanismo de recepção incorporando-se automaticamente Grande alcance normativo, não podendo os Estados invocar
quaisquer disposições internas para obstarem à sua aplicação.
o Gozam de primado na sua aplicação. Produzem efeitos directos no ordenamento interno (se não necessitarem de medidas de
execução). Vinculam obrigatoriamente no plano das relações verticais (entre Estado e particular) e nas horizontais (entre particulares).

Obrigatoriamente publicados no JOUE.


Entram em vigor, em simultâneo, no território de todos os EM na data neles prevista ou, na sua falta, 20 dias após publicação.

DIRECTIVAS: 288.º/3
• Vinculam o(s) Estado(s) destinatário(s) qt aos resultados que visam alcançar, possibilitando-lhes a escolha da forma e meios adequados para
assegurar o seu efeito útil.

• Facultam discricionariedade aos Estados: meio de harmonização legislativa ou de «legislação indirecta»


• Não é directamente aplicável aos indivíduos.
• Implicam acto material de incorporação, ou de transposição, para ordenamento interno dos E.M nos prazos nelas previstos. (112º, nº8 da CRP
deve revestir a forma de L, DL, dec. Legisl. Regional)
• Prevalecem sobre dto interno, que se deve interpretar de forma conforme a elas (efeito indirecto das directivas

Não transposição, transposição tardia, errónea ou insuficiente, acarreta incumprimento e responsabilidade patrimonial do Estado.
- Ainda que não transposta, caso contenha disposições claras, incondicionais e precisas, QUE NÃO DEPENDAM DA PRÁTICA DE ACTO
POSTERIOR DO EM OU DAS AUTORIDADES DA UNIÃO, pode gozar de efeito directo junto aos particulares podendo estes invocá-las
jurisdicionalmente (ac. Ratti e Wallonie) contra o Estado.
- ENTRE PARTICULARES: invocação dos princípios gerais nelas contidos Mangold e Seda Kucukdeveci (ac. Marshall I)
• 297.º: QDO DIRIGIDAS A TODOS OS EM, SÃO PUBLICADAS no JOUE e produzem efeitos a partir DA DATA POR ELAS FIXADA, OU NA FALTA DELA,
NO 20.º DIA APÓS PUBLICAÇÃO.

• AS QUE INDIQUEM DESTINATÁRIO(S) PRODUZEM EFEITOS MEDIANTE NOTIFICAÇÃO do EM

DECISÕES: 288.º/4
• Acto típico vinculativo
• ACTO PRINCIPAL DA PESC (excluídos actos legislativos)
• Concreto e não necessariamente individual
• Obrigatória em todos os seus elementos tal como o regulamento, impondo o resultado a atingir como a directiva.

20
• Destinatários: EM ou particulares.
• Qdo designam destinatários individuais só são obrigatórias para estes tendo, naturalmente, efeito directo sobre os mesmos, sendo
directamente aplicáveis (contendo normas claras, precisas e incondicionais).
• Qd designam EM, efeito directo depende da adopção de actos internos de execução. Ac. Grad
• Publicadas no JOUE e produzindo efeitos dd a NOTIFICAÇÃO (SALVO SE ADOPTADAS EM PROCESSO LEGISLATIVO).

AULAS DUE TESP MOODLE II

O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA UMA BREVE ABORDAGEM - II


- OBJECTIVOS DA UNIÃO APÓS TL
- Art. 3.º TUE: lista única de objectivos (políticos e económicos)
Primazia dos objectivos políticos sobre os económicos
Particularmente importante: a criação de um espaço de liberdade, segurança e justiça, onde se conjuga a livre circulação de pessoas, controlo
nas fronteiras externas, asilo e imigração, e prevenção e combate à criminalidade.
Objectivos económico-sociais: compromisso entre a economia social de mercado, o pleno emprego, combate à exclusão e a protecção social, a
estabilidade de preços, a competitividade e as exigências da União Económica e Monetária.

União dispõe de competência exclusiva nos seguintes domínios:


a) União aduaneira;
b) Estabelecimento das regras de concorrência necessárias ao funcionamento do mercado interno;
c) Política monetária para os Estados-Membros cuja moeda seja o euro;
d) Conservação dos recursos biológicos do mar, no âmbito da política comum das pescas;
e) Política comercial comum.

As competências partilhadas entre a União e os Estados-Membros aplicam-se aos principais domínios a seguir enunciados:
a) Mercado interno;
b) Política social, no que se refere aos aspetos definidos no presente Tratado;
c) Coesão económica, social e territorial;
d) Agricultura e pescas, com exceção da conservação dos recursos biológicos do mar;
e) Ambiente;
f) Defesa dos consumidores
g) Transportes
h) Redes transeuropeias;
i) Energia;
j) Espaço de liberdade, segurança e justiça
k) Problemas comuns de segurança em matéria de saúde pública, no que se refere aos aspetos definidos no presente Tratado

LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS TRABALHADORES: 45.º a 48.º (EFEITO DIRECTO)


Actividade económica assalariada: elemento transfronteiriço.
- Activ. laboral “real e efectiva”: pessoa que exerceu, exerce ou pretende exercer (engloba os que procuram trabalho, desempregados involuntários
ou incapacitados).

- Activ. econ. em favor de outra pessoa, sob s/direcção, recebendo em contrapartida uma remuneração (ex: funcionários de OI; atletas profissionais;
trabalhadores ocasionais; estagiários temporários, etc.)
- Não são trabalhadores: familiares de nacionais de EM que nunca exerceram a liv. circulação; pensionistas que só dp da reforma a exercem sem
pretenderem trabalhar; bolseiros de doutoramento; refugiados; apátridas.

OBJECTIVO: 45.º/2 e 18.º: abolição de discriminação em função da nacionalidade, no que diz respeito ao emprego, remuneração e demais
condições de trabalho.
CONTEÚDO DO DTO DE LIVRE CIRCULAÇÃO:
- Responder a ofertas de trabalho
- Livre deslocação para o efeito (aos cidadãos)
- Fixação de residência num EM
- Permanência no país destinatário da prestação, findo o
seu exercício

21
- Tratamento nacional
• Dtos de cidadania e CDFUE consolidam objectivo
• Mas estatuto de cidadania n/consome o de trabalhador .
(Pode circular-se livremente e não ser trabalhador: 21.º).

Art. 20.º TFUE


1. É instituída a cidadania da União. É cidadão da União qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um Estado-Membro. A cidadania da União
acresce à cidadania nacional e não a substitui.
2. Os cidadãos da União gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres previstos nos Tratados. Assistem-lhes, nomeadamente:
a) O direito de circular e permanecer livremente no território dos Estados-Membros;
b) O direito de eleger e ser eleitos nas eleições para o Parlamento Europeu, bem como nas eleições municipais do Estado-Membro de residência,
nas mesmas condições que os nacionais desse Estado;
c) O direito de, no território de países terceiros em que o Estado-Membro de que são nacionais não se encontre representado, beneficiar da
proteção das autoridades diplomáticas e consulares de qualquer Estado-Membro, nas mesmas condições que os nacionais desse Estado;
d) O direito de dirigir petições ao Parlamento Europeu, o direito de recorrer ao Provedor de Justiça Europeu e o direito de se dirigir às
instituições e aos órgãos consultivos da União numa das línguas dos Tratados e de obter uma resposta na mesma língua

Os cidadãos da UE com um BI ou passaporte, PODEM:


1 - Entrar noutro país da UE, com os membros das suas famílias, sejam ou não cidadãos da UE, sem de visto de saída ou entrada.
2 - Residir noutro país da UE durante até 3 meses sem quaisquer condições ou formalidades.
3 - Residir noutro país da UE durante + de 3 meses, sob reserva de condições, consoante o seu estatuto no país de acolhimento:
3.1. Os trabalhadores assalariados ou não assalariados não são obrigados a cumprir outras condições.
3.2. Os estudantes e pessoas não ativas, (reformados), devem dispor de recursos suficientes para si e para os membros das suas famílias, a fim de
não se tornarem uma sobrecarga para o regime de segurança social do país de acolhimento.

Devem dispor de cobertura extensa de seguro de doença,

- Têm de se registar junto das autoridades competentes, para períodos de residência superiores a 3 meses. Os membros das suas famílias, se não
forem nacionais da UE, deverão dispor de um cartão de residência válido por cinco anos.
• Aquisição do direito de residência permanente, caso tenham residido legalmente noutro país da UE por um período de 5 anos consecutivos.
Aplica-se o mesmo aos membros das suas famílias.
• Dto de serem tratados em pé de igualdade com os nacionais do país de acolhimento. Contudo, os Estados-membros não são obrigados a
conceder benefícios sociais aos cidadãos da UE que não estejam ativos durante os primeiros 3 primeiros meses da sua residência.

• Os membros da família podem, em determinadas condições, conservar o dto de residir no país visado, em caso de morte do cidadão, divórcio, ou
abandono do país.
• Os cidadãos da UE, ou os membros das suas famílias, podem ser afastados caso o seu comportamento represente uma ameaça séria para um dos
interesses fundamentais da sociedade.
• As únicas doenças que justificam a restrição da liberdade de circulação de uma pessoa são as que a Organização Mundial de Saúde considere
como tendo um potencial epidémico.
(*) Cidadão da UE: pessoa que tenha a nacionalidade de um país da UE.
(*) Membro da família: inclui, por ex., o cônjuge, um parceiro com quem um cidadão da UE contraiu uma parceria registada e os descendentes
diretos com menos de 21 anos de idade.

OU SEJA:
1 - DTO de ENTRADA e SAÍDA para procurar emprego, mediante apresentação do BI ou passaporte, não podendo exigir-se-lhes visto de entrada.
Familiares não nacionais têm dto de entrar ou sair c/ visto de entrada (gratuito) ou pela posse do cartão de residência.
2 - DTO DE RESIDÊNCIA NÃO PERMANENTE:
. 2.A. ATÉ 3 MESES:
BI ou passaporte válido (art._6º/1), extensivo aos familiares
não nacionais de EM que o acompanhem ou a ele se juntem,
logo que não constituam sobrecarga para o regime de
Segurança Social do EM (14.º)

2.B. SUPERIOR A 3 MESES:


«Para períodos de residência superiores a 3 meses, os EM podem exigir que os cidadãos se REGISTEM junto das autoridades competentes do
local de residência, o que será comprovado por um certificado de registo emitido para o efeito».
Certificado: pedido na Câmara Municipal ou SEF.
Basta apresentação do BI ou passaporte; confirmação do empregador; certidão de emprego ou prova de que exerce actividade não assalariada, dd
que para:
actividade económica; estudantes; recursos de subsistência pps e suf. (seguro de doença se seguir formação enqto estudante) sem implicar
oneração do regime de segurança social nacional

22
«Os documentos exigidos para a emissão do certificado de registo ou do cartão de residência devem ser especificados de forma circunstanciada,
para evitar que práticas administrativas ou interpretações divergentes constituam um obstáculo indevido ao exercício do dto de residência dos
cidadãos e dos membros das suas famílias.»
Para a emissão do certificado de registo, os EM só podem exigir:
– Apresentação de BI ou passaporte válido; confirmação de emprego pela entidade patronal; ou prova de que exerce uma actividade não
assalariada,
– Apresentação de BI ou passaporte válido, comprovativo da sua inscrição num estabelecimento de ensino reconhecido; um seguro de doença e a
declaração ou meios equivalentes referidos na alínea c) do n.º 1 do artigo 7.º.

«Os EM não podem fixar um montante fixo para os recursos que consideram "suficientes", devendo ter em conta a situação pessoal da pessoa
em questão.
Este montante não deve ser superior ao nível de recursos abaixo do qual os nacionais do EM de acolhimento passam a poder beneficiar de
assistência social, ou, quando este critério não for aplicável, superior à pensão mínima de segurança social paga pelo EM de acolhimento
«Em conformidade com a proibição da discriminação em razão da nacionalidade, todos os cidadãos e membros das suas famílias que residam num
EM deverão beneficiar, nesse EM, de igualdade de tratamento em relação aos nacionais nos domínios abrangidos pelo Tratado, sob reserva das
disposições específicas expressamente previstas no Tratado e no direito secundário.»

Portugal exige que o “registo” deve ser efectuado 30 dias após os 3 meses de entrada, junto da câmara municipal de residência (14.º da Lei
Portuguesa)
«A exigência do cartão de residência deverá ser limitada aos membros da família de cidadãos da União que não sejam nacionais de um Estado-
Membro relativamente a períodos de residência superiores a três meses.»
Validade do Cartão de residência: 5 anos.
. O cidadão que tiver deixado de exercer activ. assalariada ou não assalariada mantém o estatuto em caso de incapacidade temporária de
trabalho, resultante de doença ou acidente e de desemprego involuntário.

Dto de residência de filhos de imigrantes, para conclusão de estudos,


implica dto de permanência do progenitor que tenha a s/guarda.
3 – DTO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE (certificada):
. 1 - Residência permanentemente durante 5 anos consecutivos, sem sofrerem medida de afastamento têm certificado de residência permanente
(mm regra para familiares não nacionais)
A continuidade não é afectada por ausências temporárias inferiores a 6 meses/ano, nem para cumprimento de serviço militar, ou ausência máxima
de 12 meses consecutivos, por motivos importantes.
Perde-se por ausência superior a 2 anos consecutivos.
Certificado de residência renovável de 10 em 10 para familiares nacionais de E3.

Solidariedade financeira da segurança social em situações de necessidade .


2 - Prova de recursos estáveis, suficientes e regulares para a sua subsistência sem recorrer à assistência social do Estado de residência
3 - Seguro de doença que cubra todos os riscos cobertos para os nacionais
4 – Preenchimento dos requisitos de integração (língua, valores, história), sob pena de razões de ordem pública ou segurança pública (França, em
2010, proíbe a burca e o niquab nas escolas, hospitais e transportes públicos)
5 – doc. de viagem válido ou cópia autenticada do mesmo

DECISÃO CÉLERE e fundamentada - MÁXIMO DE 6 MESES


Disposições comuns: EM de acolhimento não é obrigado a assegurar prestações sociais, durante os 3 primeiros meses de residência a pessoas
não trabalhadoras e familiares, ou antes de adquirirem residência permanente.
Familiares têm dto de exercer activ. económica.
Noção de Familiares:
Cônjuge/ parceiro de parceria registada
Descendentes directos c/ menos de 21 anos ou a cargo.
Descendentes do cônjuge ou parceiro/ ascendentes directos a cargo.
O 1.º país que concedeu estatuto é obrigado a readmiti-lo, e à s/família, imediatamente e sem formalidades
Dt a 3 meses de circ. livre e fixarem residência num 2.º EM (para estudar ou trabalhar, sujeito a vagas e a quotas)

RESTRIÇÕES AO DTO DE ENTRADA E RESIDÊNCIA:


-Motivos de ordem, saúde (tuberculose activa, sífilis, infecciosas ou parasitárias contagiosas, toxicomania, alterações psicomentais grosseiras, psico
de agitação, comportamentos delirantes ou alucinatórios) ou segurança pública, não p/razões económicas.
- Lei n.º 37/2007, de 9/8
- Medidas proporcionais baseadas em comportamento pessoal.
Proibidas se por dissuasão ou prevenção, mm c/condenações penais.
- Notificadas ao indivíduo e fundamentadas (excepto p/razões de Estado)
- Prazo para abandonar o território não inferior a 1 mês (excepto se urgente)
- Medida sem duração indeterminada: pode reintroduzir-se o pedido dp
de 3 anos a contar da decisão definitiva.

23
Obrigação de adoptar medidas contra casamentos de conveniência.

Embora não haja controles nas fronteiras internas no espaço, tais controles podem ser reactivados temporariamente caso seja necessário para a
manutenção da ordem pública ou da segurança nacional.
Os signatários reforçaram os controles das fronteiras externas mas, por outro lado, cidadãos estrangeiros que ingressem como turistas ou que
obtenham visto de longo prazo para qualquer um dos países membros podem circular livremente no interior do espaço

Princípio da Equiparação perante os nacionais :


Familiares dos nacionais dos EM // filhos dos trabalhadores para efeitos de ESTUDOS e s/conclusão. (caso tenham a guarda efectiva de um filho
basta invocar dto de residência e acolhimento c/fundamento no art. 12.º do Reg. 1612/68, não tendo que satisfazer as condições da DI 2004/38/CE,
mm s/ suficiência económica).
- Ac. Maria Teixeira (reforça dtos de circulação) e ac. Mrax c. Estado Belga
NÃO PODEM ACEDER À NACIONALIDADE DO EM ONDE RESIDAM
Princípio do mútuo (automático) reconhecimento de diplomas académicos e títulos de habilitação profissional

Perda por: meios fraudulentos para sua obtenção/medida de expulsão p/razões de ordem pública ou segurança pública (não fundadas em
razões económicas)
Expulsos têm sp dto a recurso, com apoio judiciário.
Expulsão por autoridade administrativa:
Estrangeiro que entre e permaneça ilegal: detido por autoridade policial; presente ao juíz em 48 horas para validação da detenção e aplicação de
medida de coacção.
SEF promove o processo de afastamento em centro específico, ou é conduzido ao posto de fronteira.
Inscrição do SIS.
Sem abandono voluntário: procedimento de expulsão c/dto de impugnação judicial urgente e fica interditado de entrar.
Expulsão judicial:
Ex: condenação p/crime doloso em pena superior a 6 meses de prisão efectiva – se não residente.
Ex: moldura penal efectiva superior a 1 ano, se constitui ameaça suficientemente grave para a ordem pública ou segurança nacional – se residente.
Inscrição no SIS.

ACORDO DE SCHENGEN (incorporado nos tratados): convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre
circulação de pessoas entre os países signatários.
Total de 30, incluindo os da UE (excepto Irlanda e RU) e 3 não membros (Islândia, Noruega e Suíça). Liechenstein, Bulgária, Roménia e Chipre estão
em fase implementação do acordo.
Controlo de fronteiras e requisitos de entrada, permanência e circulação no território da EU
Cooperação de agentes de polícia dto de perseguição
Schengen Borders Code – fronteiras e requisitos de entrada de não nacionais// Reg.539/2001 – requisitos de atribuição de vistos de curta
duração// Reg.693/2003 – trânsito c/Rússia e Kalinegrado// SIS (sirene)// Reg. 343/2003 – pedidos de asilo

SIS contém dados sobre as seguintes categorias de pessoas :


 Pessoas procuradas para efeitos de detenção e extradição;
 Pessoas, não nacionais de um EM Schengen, a quem é recusada a entrada no espaço Schengen;
 Pessoas desaparecidas ou que devam ser colocadas sob protecção;
 Pessoas procuradas pelas autoridades judiciais no âmbito de um processo penal (mm testemunhas e para detenção);
 Pessoas sujeitas a vigilância discreta ou a controlo específico.
 Regras comuns de permanência temporária (visto Schengen)
 Regras comuns de controlo de fronteiras externas (Frontex)

Embora não haja controles nas fronteiras internas no espaço, tais controles podem ser reactivados temporariamente caso seja necessário para a
manutenção da ordem pública ou da segurança nacional.
Os signatários reforçaram os controles das fronteiras externas mas, por outro lado, cidadãos estrangeiros que ingressem como turistas ou
que obtenham visto de longo prazo para qualquer um dos países membros podem circular livremente no interior do espaço

A - União Aduaneira
e LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS:
A UA na sua vertente externa implica uma PAUTA ADUANEIRA COMUM: (código aduaneiro)
Na sua vertente interna implica:
- 1- PROIBIÇÃO DE DTOS ADUANEIROS E ENCARGOS EQUIVALENTES (tb natureza fiscal)– 30.º a 32.º
- 2 - COOPERAÇÃO ADUANEIRA - 33.º
- 3 - PROIBIÇÃO DE RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS ou medidas equivalentes entre EM – 34.º a 37.º .

lib. fundamental do mercado interno: 26.º e 3.º/3.


Transacções entre EM: operações intra-comunitárias

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Abrange: mercadorias originárias e as em livre prática:
- Originárias – critério do lugar da última transformação que conduza a produto novo: 28.º/2
- Livre prática: 29.º (equiparadas às de origem europeia)
PROIBIÇÃO DE:
– I - dtos aduaneiros e encargos de efeito equivalente: 30.º (obrig. clara, precisa e incondicional de abstenção, invocável em juízo, gerando dtos na
esfera particular) a 33.º, e
- II - restrições quantitativas (obstáculos que resultem da contingentação das mercadorias à importação, exportação e trânsito da própria
mercadoria) e medidas de efeito equivalente (obstáculos não pautais que tornam as importações mais onerosas ou difíceis que o escoamento da
produção nacional): 34.º e 35.º
- III – monopólios nacionais: 37.º/1

Ilustrações práticas:
Francesca é uma estudante italiana que gostaria de visitar a Portugal.
Adquiriu o bilhete de InterRail mas não sabe quais os doc. de viagem necessários ou se precisa cumprir formalidades legais
R: Enquanto cidadã da União, Francesca tem dto a entrar em qualquer E.M. Não precisa de documentação, mas qd se desloca dentro do espaço
Schengen deve levar com ela BI ou passaporte válido, pq as autoridades podem exigir prova da s/identidade.
Weiler é alemão. Gostaria de ir à Noruega, mas n/sabe se na Noruega se aplicam as mesmas regras em matéria de vistos e de passaportes. Embora
n/faça parte da União, a Noruega é membro do espaço económico europeu e do espaço Schengen.

R: Weiler precisa de ter um BI ou passaporte válido, para provar a sua identidade, caso tal lhe seja solicitado.
Aracelii é espanhol. Vai à Bulgária todos os meses visitar a namorada. Embora a Bulgária faça parte da União n/faz parte do espaço Schengen, à
semelhança de quatro outros países da União (Irlanda, Chipre, Roménia e RU).

R: Ao entrar e sair da Bulgária terá de apresentar o passaporte ou BI e sujeitar-se às formalidades normais, de controlos fronteiriços mínimos para
os cidadãos da União.

Martina, estudante Venezuelana, ganhou uma bolsa de estudo para passar 2 meses na Univ. de Lisboa, onde irá fazer investigação. Antes de
regressar, gostaria de viajar durante 1 semana para conhecer Espanha.
R: Enquanto cidadã de um país terceiro, pode entrar e circular, até 3 meses, dentro do território Schengen (caso de Espanha e Itália),dd que
preencha condições de entrada: ter passaporte válido, provar objectivo da viagem; demonstrar que dispõe de meios necessários para viver na
Europa durante 3 meses; possuir bilhete de regresso (ou de dinheiro suficiente para o comprar).
Martina n/precisa de visto para as estadas de curta duração na Europa.
Hisham é Argelino. Vive em França e passa férias c/os pais na Argélia.
Na viagem de regresso, pretende visitar o irmão em Portugal. Possui título de residência válido emitido p/França, que pertence a Schengen.

R: O título de residência, juntamente com um doc. de viagem, dispensam-no de solicitar visto Schengen.
Sendo nacional de um país terceiro, Hisham pode entrar em Portugal, para curta estada s/visto, apresentando o passaporte e o título de
residência válido emitido p/França.
Se Hisham tivesse um título de residência emitido pela Irlanda ou pelo RU não poderia entrar, pois aqueles n/fazem parte do espaço Schengen.
Precisaria de visto de curta duração para deslocar-se a Portugal.

Mesmo que tenha uma autorização de residência, precisa de visto para entrar num país que não pertença ao espaço Schengen:

Achua, de nacionalidade argelina, vive em Itália com o marido italiano. Enquanto familiar de um cidadão italiano, tem autorização de residência em
Itália. Achua gostaria de acompanhar o marido na sua próxima viagem de negócios a Londres. Como o RU não é Schengen, para poder entrar no
país com o marido, é obrigada a ter autorização de entrada para familiares de cidadãos do EEE (um visto de entrada).
Os titulares de autorização de residência na qualidade de familiares de um cidadão não necessitam de visto se viajarem com ele:
Ping, de nacionalidade chinesa, vive na Alemanha com o marido alemão, e é titular de uma autorização de residência na qualidade de familiar de
cidadão europeu, emitida pelas autoridades alemãs. Ping e o marido desejam ir passar férias a Portugal. Uma vez que tem um passaporte válido e
uma autorização de residência na qualidade de familiar de um cidadão não necessita de visto (para viajar sozinha precisa)

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DIREITO III – DIREITO DA FAMÍLIA

1576.º - FONTES DAS RELAÇÕES JURÍDICO-FAMILIARES


Relações parafamiliares – UNIÃO DE FACTO (L23/2010 de 30/8), A união de facto é a situação jurídica de duas pessoas que, independentemente
do sexo, vivam em condições análogas às dos cônjuges há mais de dois anos.
Impedem a atribuição de direitos ou benefícios, em vida ou por morte:
a) Idade inferior a 18 anos à data do reconhecimento da união;
b) Demência notória, mesmo com intervalos lúcidos, e a interdição ou inabilitação por anomalia psíquica, salvo se a demência se manifestar ou a
anomalia se verificar em momento posterior ao do início da união;
c) Casamento não dissolvido, salvo se tiver sido decretada a separação de pessoas e bens;
Regime jurídico aplicável a pessoas casadas em matéria de férias, feriados,
faltas, licenças e de preferência na colocação dos trabalhadores da
Administração Pública;
Aplicação do regime do IRS nas mesmas condições aplicáveis aos sujeitos passivos casados e não separados de pessoas e bens;
Protecção social na eventualidade de morte do beneficiário, por aplicação do regime geral ou de regimes especiais de segurança social
Prestações por morte resultante de acidente de trabalho ou doença profissional.

Em caso de morte do membro da união de facto proprietário da casa de morada da família e do respectivo recheio, o membro sobrevivo pode
permanecer na casa, pelo prazo de cinco anos, como titular de um direito real de habitação e de um dto de uso do recheio.
No caso de a união de facto ter começado há + de 5 anos antes da morte, os dtos previstos no n.º anterior são conferidos por tempo igual ao da
duração da união. Os dtos previstos nos números anteriores caducam se o interessado não habitar a casa por mais de um ano, salvo se a falta de
habitação for devida a motivo de força maior.
O dto real de habitação previsto não é conferido ao membro sobrevivo se este tiver casa própria na área do respectivo concelho.
Esgotado o prazo em que beneficiou do dto de habitação, o membro sobrevivo tem o dto de permanecer no imóvel na qualidade de arrendatário,
nas condições gerais do mercado, e tem dto a permanecer no local até à celebração do contrato, salvo se os proprietários satisfizerem os requisitos
legais para a denúncia do contrato de arrendamento para habitação, pelos senhorios, com as devidas adaptações.

Prova da união de facto - Na falta de disposição legal ou regulamentar que exija prova documental específica, a união de facto prova-se por
qualquer meio legalmente admissível.
No caso de se provar a união de facto por declaração emitida pela junta de freguesia competente, o documento deve ser acompanhado de
declaração de ambos os membros da união de facto, sob compromisso de honra, de que vivem em união de facto há mais de dois anos, e de
certidões de cópia integral do registo de nascimento de cada um deles.
O membro sobrevivo da união de facto tem o direito de exigir alimentos da herança do falecido.
APADRINHAMENTO CIVIL – Lei 103/2009 – promover desinstitucionalização de crianças não adoptadas

O apadrinhamento civil é uma relação jurídica, tendencialmente de carácter permanente, entre uma criança ou jovem e uma pessoa singular ou
uma família que exerça os poderes e deveres próprios dos pais e que com ele estabeleçam vínculos afectivos que permitam o seu bem-estar e
desenvolvimento, constituída por homologação ou decisão judicial e sujeita a registo civil.
Os padrinhos exercem as responsabilidades parentais, ressalvadas as limitações previstas no compromisso de apadrinhamento civil ou na
decisão judicial.
Podem apadrinhar pessoas maiores de 25 anos, previamente habilitadas para o efeito.
Pode ser apadrinhada qualquer criança ou jovem menor de 18 anos:
a) Que esteja a beneficiar de uma medida de acolhimento em instituição;
b) Que esteja a beneficiar de outra medida de promoção e protecção;

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c) Que se encontre numa situação de perigo confirmada em processo de uma comissão de protecção de crianças e jovens ou em processo judicial;
d) Que, para além dos casos previstos nas alíneas anteriores, seja encaminhada para o apadrinhamento civil por iniciativa do MP, comissão de
protecção de crianças e jovens, segurança social, pais, criança com + de 12 anos (se concentir).
2 - Também pode ser apadrinhada qualquer criança ou jovem menor de 18 anos que esteja a beneficiar de confiança administrativa, confiança
judicial ou medida de promoção e protecção de confiança a instituição com vista a futura adopção ou a pessoa seleccionada para a adopção
quando, depois de uma reapreciação fundamentada do caso, se mostre que a adopção é inviável.

RELAÇÕES FAMILIARES PROPRIAMENTE DITAS


(e relações que não o sendo, se estabelecem na dependência das relações de família)
Ideia dos poderes-deveres – irrenunciáveis, instransmissíveis e controlados juridicamente. Taxativos. CRP: 36.º e 67.º a 69.º
1 - CASAMENTO:
Noção: 1577.º - casamento como contrato-solene
Modalidades: 1587.º civil ou católico
Promessa: 1591.º e 1594.º (efeitos)
Pressupostos: 1596.º
Impedimentos: 1601.º e 1602.º (conjugicídio) e 1604.º
Autorização dos pais ou tutor: 1612.º
Celebração: 1615.º e 1616.º
Casamentos urgentes: 1599.º e 1622.º
Anulabilidade: 1635.º ss
Casamento putativo ou declarado nulo – 1647.º 1 e 3

Efeitos do casamento:
Pessoais – 1672.º; 36.º/3 CRP; 1677.º D; 1672.º , 1877.º, 1677.º (respeito, fidelidade, coabitação, cooperação e assistência); 1677.º
Patrimoniais – regime de bens: 1698.º, 1678.º ss, 1720.º e 1699.º/2.
- regras sobre administração de bens:1678.º ss;
- ilegitimidades conjugais: 1682.º ss; 1683.º
- regime especial de responsabilidade por dívidas

CABE A CADA UM DOS CÔNJUGES A ADMINISTRAÇÃO DOS SEUS BENS PPS (Bens levados para casamento, adquiridos por sucessão ou doação,
bens adquiridos em virtude de direito próprio anterior, (ex: bilhete de lotaria), bens sub-rogados no lugar de bens pps)
E DE TODOS OS INDICADOS NO 1678.º, N.º 2.
CADA UM PODE PRATICAR ACTOS DE ADMINISTRAÇÃO ORDINÁRIA, QUANTO AOS BENS COMUNS QUE ADMINISTRE – 1682.º
CARECE DO CONSENTIMENTO DE AMBOS A ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO DOS MEISO UTILIZADOS CONJUNTAMENTE PELOS DOIS NA VIDA DO
LAR OU COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO – 1682.º,N.º 3, AL A)
IMÓVEIS e ESTABELECIMENTO COMERCIAL, NÃO ALIENADOS OU ONERADOS SEM CONSENTIMENTO DE AMBOS, SALVO NO REGIME DE
SEPARAÇÃO – 1682.º-A,n.º 1

Dito de outra forma:


CADA CÔNJUGE ADMINISTRA OS SEUS BENS PRÓPRIOS
1678º,n.1 e dos referidos no n.º 2;
Excepções ao n.º1:
cada cônjuge tem ainda admção dos bens próprios do outro, por ele utilizados no trabalho; se o outro estiver impossibilitado; se o outro lhe
atribuir esse poder: 1678.º , n.º 2 al. e) f) g)
ADMINISTRAÇÃO CONJUNTA DE BENS COMUNS (salvo caso do 1678.º/2 – salários, dtos de autor, instrumentos de trabalho, bens levados para
casamento)(Direcção Conjunta): 1678º, n.º3, 2ª parte
Excepções ao n.º 2:
Cada um pode praticar actos de gestão ordinária qt aos bens comuns, exigindo-se o consentimento de ambos fora daquela: 1678:º/3.

CASA DE MORADA DE FAMÍLIA – CONSENTIMENTO DE AMBOS MM NA SEPARAÇÃO, sob pena de anulabilidade – 1682.º-A, n.º 2 e 1687.º;
Alienação de bem próprio do outro é o regime de venda de coisa alheia – 1687.º, n.º 4.
Dívidas dos cônjuges – qualquer as pode contrair sem consentimento do outro, 1690.º, n.º 1
Dívidas que responsabilizam ambos – 1691.º, 1693.º, n.º2 e 1694, n.º 2
Responsabilidade dos bens comuns e dos bens próprios por essas dívidas – 1695.º a 1697.º

RESPONSABILIDADE POR DÍVIDAS


São comuns todas as dívidas contraídas, por:
Ambos os cônjuges;
Para ocorrer aos encargos da vida familiar;
Em proveito comum do casal (abrir estabelecimento, fazer cruzeiro);

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No exercício do comércio – salvo no regime de separação;
Que onerem bens comuns (hipoteca de apartamento)

ILEGITIMIDADES CONJUGAIS – IMÓVEIS


Alienação, oneração ou arrendamento de bens imóveis (próprios ou comuns), salvo no regime de separação;
Alienação, oneração ou locação de estabelecimento comercial, salvo no regime de separação;
Alienação, oneração, arrendamento, da casa de morada de família - 1682.º-A, n.º 2 e 1682.º - B

ILEGITIMIDADES CONJUGAIS – MÓVEIS


Alienação ou oneração de móveis comuns administrados por ambos;
Alienação ou oneração de móveis pertencentes ao cônjuge que os não administra;
Alienação, oneração de móveis usados conjuntamente na vida do lar, ou como instrumento de trabalho (carro, máquina de filmar) - 1682.º/3, al.
a);
ISTO EM QUALQUER REGIME – exigindo-se consentimento de ambos

Consentimento de ambos os cônjuges, nos regimes de comunhão (GERAL e ADQUIRIDOS):


Alienação, oneração e arrendamento ou constituição de Dtos reais de gozo sobre IMÓVEIS PPS ou COMUNS
– 1682.º - A/1 a)
• Alienação, oneração ou locação de estabelecimento comercial, pp ou comum – 1682.º- A, 1 b)
• Repúdio de heranças ou legados: 1683.º, n.º 2 (excepto em regime de separação)

• Regime-regra: 1721.º a 1731.º - 1717 – regime supletivo - Comunhão de Adquiridos


• Os regimes são imutáveis – 1714.º, excepto no 1715

• Bens próprios – levados para casamento, adquiridos por sucessão ou doação, bens adquiridos em virtude de direito próprio
anterior ou neles subrogados
• Bens comuns – produto do trabalho (ordenado, reforma), bens adquiridos onerosamente na constância do matrimónio
• Excepção: imperatividade absoluta de separação – 1720.º (escritura)

• Regime de comunhão geral de bens – comuns (quase todos – 1732.º a 1734.º), pps (incomunicáveis – usufruto, dtos de autor,
indemnizações, seguros, roupas, alvarás, condecorações)
• Regime de separação de bens – não há bens comuns, pode haver compropriedade. Cada cônjuge tem liberdade de admção e
disposição dos seus bens. 1735.º e 1736.º (ex: casamento por quem tem + de 60 anos)

Dissolução da sociedade conjugal:


• Divórcio 1788.º (por comum acordo 1773.º- requerido em qq conservatória do registo civil ou no tribunal; ou litigioso 1779.º, n.º1, cujas
causas objectivas são: 1781.º);
• Separação de pessoas e bens (convertível em divórcio) – por mútuo consentimento ou litigioso – 1794.º e 1795.º, 1775.º a 1778.º-A e 1779.º,
1781.º 1782, n.º1 e 1785.º.

FILIAÇÃO – 1796.º
• (filiação, maternidade e paternidade)
• Responsabilidades parentais – 1877.ºss (quanto à pessoa e bens dos filhos)
• Suprimento – Tutela – 1921.º, 1923, 1924, n.º1 e 1927.a 1962.º (tutor, conselho de família e protutor que é o vogal do conselho); e
Administração de bens (1924.º, n.º2, 1922.º, c/carácter oficioso, 1923.º)

PARENTESCO:
Espécies: 1578.º e 1580.º:
1 - Linha Recta----- quando um dos parentes descende do outro
• Ascendente
• Descendente
2 - Linha Colateral ---- quando nenhum dos parentes descende
• dos outros, mas ambos descendem de um progenitor comum
3 – Unilateral

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• Linha materna – irmãos uterinos
• Linha paterna – irmãos consanguíneos
4 - Duplo ou bilateral - irmãos germanos – importante para efeitos sucessórios 2146.º

• Graus, linhas e cômputo do parentesco


• A série de graus define as linhas de parentesco: 1580.º, n.º 1
• Linha recta pode ser ascendente ou descendente, a 1580.º, n.º 2
A
B C
D E
F G
H

• A é pai de B e de C;
• D e E são filhos de B e C, portanto netos de A;
• F é filho de D, neto de B e bisneto de A;
• G é filho de E, neto de C e bisneto de A;
• H, filho de F, é neto de D, bisneto de B, trineto de A.
• Linhas rectas: A,B,D, F e H e A, C,E, G.
• Linhas colaterais: B,D,F e H relativamente a C, E e G, ou seja descendem de um progenitor comum.
• Limites dos efeitos do parentesco – 1582.º
• Na sucessão legítima – colaterais até 4.º grau, que não sejam descendentes de irmãos.

• Pai-filho…………. 1.º grau linha recta


• Avô-neto………… 2.º grau linha recta
• Bisavô-bisneto….. 3.º grau linha recta
• Irmãos……………. 2.º grau linha colateral
• Tio-sobrinho …….. 3.º grau linha colateral
• Primos……………. 4.º grau da colateral
• Sogro e genro ……Afins no 1.º grau da linha recta

• AFINIDADE: 1584.º
• Vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro, não há laços de sangue. Casamento é fonte da afinidade.
• Linha recta ou colateral consoante o parentesco que lhe subjaz – 1585.º
(Padrasto-enteado- afins, na linha recta, 1.º grau; cunhados- afins na linha colateral em 2.º grau.)
Regras:
1 - Afinidade não gera afinidade
2 - Afinidade, radicando no casamento, só nasce depois da celebração do mesmo
3 - União de Facto não gera relação familiar
4 – A afinidade não se cria após a dissolução do casamento
5 – A afinidade não se extingue com a dissolução do casamento que lhe deu origem, por morte;
5 – A afinidade cessa com a dissolução do casamento por divórcio

Efeitos da Afinidade: 1986.º (Até 6.º grau) irrevogável


• Art. 2009.º, n.º 1 f) - alimentos
• Art. 1931.º e 1952.º, n.º 1 – tutela e integrar conselho de família
• Art. 1602.º al. c) – impedimentos matrimoniais
• Transmissão por morte do dto ao arrendamento urbano para habitação 1106.º, n.º 3.

ADOPÇÃO : 1586.º - Parentesco Legal semelhante à filiação

• Modalidades: 1977.º - plena, 1979.º e 1986.º, 1987.º; singular ou conjunta


• Princípios gerais: 1974.º - Realizar o superior interesse da criança
• Requisitos: Idade – 1979.º e 1980.º, n.º 2

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• Inquérito social e psicológico – 1973.º, n.º2
• Confiança administrativa ou medida de protecção 1980.º/1
• Consentimento perante juiz 1981.º e 1982.º
• Vínculo constituiu-se por sentença – processo de adopção (superior interesse da criança)
• Requisitos: 1974.º e 1975.º;
• Capacidade para adopção: 1979.º a 1981.º

DIREITO DAS SUCESSÕES


Regula a sucessão mortis causa, dos bens e dtos do defunto (vg 71.º e 79.º), no património dos herdeiros. 2024.º
Abertura: 2031.º e 2032.º, NECESSÁRIO ACEITAÇÃO, possível o repúdio (credores do repudiante podem subrogar-se)
Bens intransmissiveis: usufruto e dto a alimentos
Partilha – 2101.º (conservatórias ou via notarial), indivisa 5 anos.
Colação – 2104.º
Herdeiro ( totalidade) e legatário (quota) – 2030.º
(ex de sucessão universal: deixo ¼ dos meus bens…..deixo metade da minha quota disponível; espécie de sucessão singular – legatário – deixo o meu
automóvel a…)

ESPÉCIES – 2026.º - atendendo ao título pelo qual os sucessores do de cujus, são chamados a ingressar nos bens do falecido:
• Legal – legítima (supletiva – sem a vontade) e legitimária (imperativa ou forçosa – contra a vontade)
• Voluntária – testamentária – segundo a vontade

I - Sucessão Voluntária Testamentária: 2179.º


Testamento público – escrito pelo Notário no Livro de notas,
Negócio jurídico unilateral e revogável (2311.º a 2313.º). 2205.º;
Capacidade: 2188.º; Indisponibilidade relativa: 2192.º, 2194.º Testamento cerrado – manuscrito e assinado pelo testador e dp,
apresentado ao notário até 3 dias após morte para aprovação,
 Limitado pela legítima e 2186.º// 2206.º. (test. Em calamidade pública: 2220.º)
 Dispõe sobre a quota disponível

II – Sucessão legítima
2131.º - cônjuge, parentes e Estado, pela ordem do 2133.º

 Preferência de classe ou grupo de sucessíveis 2034.º


 Preferência de grau de parentesco dentro de cada classe de sucessível, salvo o dto de representação 2135.º e 2138.º
 Cônjuge divorciado não é chamado à herança
 Sucessão por cabeça ou em partes iguais 2036.º
 Dto de representação sucessória 2038.º 2039.º

Cônjuge e descendentes – por cabeça, mas a quota do 1.º não pode ser inferior a uma quarta parte da herança;
Ex: A morre e deixa cônjuge e 2 filhos, valor da herança: 480.000 euros – cada herdeiro recebe 160, cônjuge garante mais de ¼ da herança; A morre e deixa
cônjuge e 5 filhos, para garantir o quarto – 120.000 mil euros e os restantes ¾ distribuem-se por cabeça pelos filhos. Cada um fica com 72.000 mil euros.
Só descendentes – dto de representação - 2042.º e 2044

Cônjuge e ascendentes: 20142.º, n.º 1


Cônjuge 2 partes da herança e ascendentes 1/3. Ex: A morre e deixa cônjuge sobrevivo B e seus pais C e D. A herança é de 675.000 mil euros. 2/3
para cônjuge – 450.000 mil euros e 1/3 para pais, 112.500 para cada pai.

Irmãos e seus descendentes – se não existir cônjuge e parentes na linha recta – 2145.º
Sucessão de outros colaterais – 2147.º - até 4.º grau. Sempre por cabeça.
Sucessão do Estado – inexistindo todos os outros (desnecessidade de aceitação e impossibilidade de repúdio)

III – Sucessão legitimária


• 2156.º a 2178.º - mesmo contra vontade do de cujus

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• Sendo vivo o A. da sucessão os legitimários apenas têm uma expectativa jurídica a uma mutável quota-parte da legítima global.
• Legítima – para o cônjuge, descendentes ou ascendentes, pela ordem estudada – 2157.º
• A quota disponível (parte que excede a legítima) é livre por testamento ou doação. Não os havendo é a quota devolvida aos herdeiros. Se não forem
respeitadas as legítimas: redução ou revogação por inoficiosidade: 2168.º e 2169.º; 2163.º
• Deserdação – 2166.º
• Quota legitimária – fixada no momento da abertura da sucessão 2156.º e 2162.º
• Não havendo descendentes ou ascendentes - legítima do cônjuge é metade da herança, 2158.º
• Sem cônjuge sobrevivo e 1 filho – metade – 2159.º, n.º 2, 1.ª parte
• Sem cônjuge sobrevivo e + de1 filho – 2/3 da herança – 2159.º, n.º 2, 2.ª parte;
• Sem cônjuge, sem filhos, e ascendentes 1.º G – metade - 2161.º, n.º2, 1.ª parte
• Sem cônjuge, sem descendentes, sem pais do autor da sucessão, logo para avós – 1/3 da herança - 2161.º, n.º1
• Cônjuge sobrevivo e 1 ou + filhos - 2/3 da herança: 2159.º , n.º1 e 2139.º, n.º1.
• Cônjuge e ascendentes - 2/3 da herança: 2161.º, n.º 1

Cálculo da legítima – 2162.º -


• Legítima subjectiva ou individual ou quinhão hereditário – 2139.º: porção de cada herdeiro legitimário na legítima global ou parcela da quota
indisponível. (Cálculo: 2162.º) NA LEGÍTIMA SUBJECTIVA A DIVISÃO É POR CABEÇA – 2136.º (2139.º)
• A falece em 1999. Deixa mulher B e filhos C,D,E e F. A herança vale 12.000 euros.
• Legítima global – 2159.º, n.º2….2/3 da herança: 12.000x2/3……………….8000
• Legítima subjectiva – 2139.º, n.º 1 (atenção à parte final):

B – ¼ da herança: 8000 …………………………………………………….2000


C,D,E e F – 8000-2000x1/4…………………………………………….…..1500

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