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DIREITO DO TRABALHO

CASOS PRÁTICOS – I PARTE

(Ano Letivo 2022/2023)


Direito do Trabalho
2022/2023

1. Descontente com as condições de trabalho proporcionadas pelas


instituições públicas aos profissionais por si representados, uma associação pública
profissional pondera a possibilidade de desencadear uma greve.

2. Invocando a inexistência de previsão quanto ao exercício do direito de


tendência, os serviços do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
devolvem aos seus remetentes os estatutos aprovados na assembleia de constituição
de um novo sindicato.

3. Amália, cujo contrato de trabalho com a Sociedade Z acaba de cessar por


despedimento, pretende saber se pode permanecer como filiada no Sindicato X, que
representa os trabalhadores do sector. Bonifácio, seu antigo companheiro de
trabalho, que acaba de passar à reforma por velhice, tem a mesma dúvida.

4. Tendo apresentado, a 1 de fevereiro de 2022, uma proposta de convenção


coletiva, a União dos Sindicatos Democráticos do Distrito do Porto convocou, logo a
16 de fevereiro, uma greve a toda a prestação de trabalho nos dias 21 e 22 desse mês
e uma greve ao trabalho suplementar, também com início a 22 de Fevereiro, até que
tenha lugar o início da negociação. No dia 22 de fevereiro, Álvaro, trabalhador da
Sociedade X, que, apesar de não sindicalizado, aderiu à greve, prestou declarações a
um canal de televisão afirmando que “só a tremenda ignorância e desonestidade dos
administradores da empresa” poderia justificar a resposta dada à associação sindical.
Logo no dia seguinte, a Sociedade X fez saber que pondera a instauração de
procedimento disciplinar contra Álvaro. Por outro lado, esta Sociedade considerou
como injustificadas as ausências, nos dias 21 e 22 de fevereiro, dos seus trabalhadores
Beatriz e Carlos que, afirmando terem aderido à greve, se encontravam em Madrid,
para onde se tinham deslocado em passeio no início do fim de semana de 20 e 21 de
Fevereiro.

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5. Insatisfeita com a falta de adequada atualização do salário mínimo e com o


que considera ser o aumento incontrolado do alojamento local, a Federação de
Sindicatos da Hotelaria convocou, em 22 de dezembro de 2022, uma greve de três
dias, com início no dia 29 de dezembro.
A administração do Hotel Grande Vista logo anunciou que iria responsabilizar
civilmente a Federação pelos prejuízos advenientes da perda de clientes no período
da passagem de ano e que, se não lhe fosse possível ter o seu estabelecimento aberto
durante o período da greve, não iria pagar quaisquer salários nesse período,
independentemente da adesão à greve. Pretendia, ainda, inquirir individualmente os
trabalhadores quanto à sua eventual intenção de aderir à greve.
Por seu turno, o Sindicato independente X, que representa também
trabalhadores do sector hoteleiro, emitiu um comunicado onde proibia os seus filiados
de aderir à greve convocada pela Federação dos Sindicatos da Hotelaria, invocando a
existência de uma cláusula de paz social no contrato colectivo de trabalho por si
subscrito.

6. Uma associação sindical representativa dos motoristas de transportes


públicos rodoviários apresentou, em 28 de dezembro de 2022, um pré-aviso de greve
para o primeiro trimestre de 2023, nos termos do qual cabe a cada trabalhador decidir
em que dia, ou dias, deixará, durante esse período, de realizar a sua prestação. Do
mesmo pré-aviso consta ainda a indicação que durante todo esse período serão
recusados a prestação de trabalho suplementar e o uso de farda, referindo-se ainda
que não serão prestados serviços mínimos.

7. A comissão de trabalhadores da Sociedade X comunica, em 9 de fevereiro


de 2023, à administração que pretende realizar uma assembleia de trabalhadores no
dia 11 desse mês, durante o período de laboração, e que pretende que essa reunião
se realize no auditório da empresa. A entidade empregadora contesta a realização
dessa assembleia, pela escassa antecedência com que é feita a comunicação, e
acrescenta que não poderá, em qualquer caso, ceder o auditório, propondo que a
assembleia se realize no parque de estacionamento da empresa.

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Perante esta recusa, e invocando igualmente a recusa da administração da


Sociedade em realizar reuniões periódicas com a comissão de trabalhadores, esta
convoca uma greve por tempo indeterminado.

8. Eduarda, delegada sindical, comunicou, no dia 13 de fevereiro de 2023, ao


respetivo empregador que na manhã do dia seguinte estaria ausente, ao abrigo do
crédito de horas de que é titular. A meio da referida manhã, um dos administradores
da empresa avistou a trabalhadora a fazer jogging num jardim.

9. A administração da Sociedade Y recebeu, no dia 5 de fevereiro de 2023, uma


proposta de celebração de convenção coletiva de trabalho, subscrita por vários
sindicatos e pela comissão de trabalhadores. No dia seguinte, a administração
comunicou aos subscritores da proposta que entende não ser oportuna a abertura de
negociação, já que está em vigor uma convenção coletiva celebrada em maio de 2022.

10. Em 20 de fevereiro de 2021 a Sociedade W remeteu aos sindicatos com os


quais tinha celebrado um acordo de empresa uma comunicação pela qual denunciava
esse IRCT, vigente até 30 de março de 2022, acompanhada de proposta de celebração
de novo acordo. As negociações com um dos sindicatos progrediram
satisfatoriamente, tendo culminado, em julho de 2021, na celebração de novo acordo
de empresa, no qual se eliminam várias regalias dos trabalhadores, em troca do
compromisso do empregador de não proceder a uma diminuição do volume de
trabalhadores. As negociações com o outro sindicato foram interrompidas, por falta
de acordo, em setembro de 2021, tendo sido desencadeado um processo de
mediação, também sem sucesso. Filipe, trabalhador da empresa sem filiação sindical
e que havia individualmente aderido ao anterior acordo de empresa, considera que
essa convenção lhe continua a ser aplicável

11. O Acordo Coletivo de Trabalho para a Pastelaria, celebrado entre várias


empresas do sector e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Transformação e
da Distribuição Alimentar, iniciou a sua vigência a 1 de janeiro de 2021.

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Para poder beneficiar dessa convenção coletiva, Deolinda, filiada no Sindicato


Democrático dos Pasteleiros, o qual tinha igualmente subscrito, em Setembro de
2020, um Acordo Coletivo de Trabalho com as mesmas empresas do sector, decidiu
desfiliar-se dessa associação e inscrever-se no Sindicato Nacional dos Trabalhadores
da Transformação e da Distribuição Alimentar,
No final de 2021, confrontadas com a pandemia COVID-19, as empresas
outorgantes comunicaram ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da
Transformação e da Distribuição Alimentar e ao Sindicato Democrático dos
Pasteleiros a intenção de fazer cessar as convenções coletivas em vigor, remetendo,
em simultâneo, proposta de celebração de novo acordo coletivo, onde se previa a
eliminação de várias regalias pecuniárias que vinham sendo atribuídas aos
trabalhadores.

12. Estando em discussão uma proposta de revisão do Código do Trabalho,


Guiomar, titular de um contrato de trabalho, pretende saber se, em caso de
aprovação dessa proposta, as respetivas normas lhe serão aplicáveis ou se conserva o
estatuto legal presentemente vigente.

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