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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO 2º JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA COMARCA DE XXXXXXXXXX/UF

Autos: XXXXXXXXXXXXX

Recorrente: XXXXXXXXXXXXX

Recorrida: XXXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXX, já qualificada nos autos em epígrafe, por intermédio de


seus advogados legalmente constituídos, vêm, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, interpor RECURSO INOMINADO, nos termos do artigo 42 da Lei
9.099/95, pelas razões anexas, requerendo desde já seu recebimento e posterior remessa
à instância superior, segundo as formalidades legais.

Informa desde já a Recorrente que o preparo não foi recolhido, pois o indeferimento dos
benefícios da assistência judiciária gratuita pela r. sentença recorrida é também objeto
deste recurso.

Pede deferimento.

XXXXXXXXXXXX/UF

Macel Guimarães Gonçalves

OAB/MG 131.717

RAZÕES DE RECURSO INOMINADO

Autos: XXXXXXXXXXXXXXXX

Recorrente: XXXXXXXXXXXXXXXX

Recorrida: XXXXXXXXXXXXXXXX
 

EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA


DE XXXXXXXXXXX/UF

Eméritos Julgadores,

A r. sentença proferida nestes autos às fls. XX/XX deve ser reformada pelas razões de
fato e de direito que este recurso passa a expor:

I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

I.a – Do preparo

A r. sentença recorrida negou à Recorrente os benefícios da Justiça Gratuita, sendo este


um dos pontos que se pretende reformar. Por esta razão não foi recolhido o preparo para
o presente recurso, esperando-se, portanto, que esta Egrégia Turma se manifeste a
respeito, concedendo a gratuidade, ou, eventualmente, abrindo prazo para o seu devido
recolhimento.

Neste sentido, pela primazia da celeridade e da economia processual e pelo fato de que a
presente questão compõe o mérito destas razões recursais, pede-se vênia para remeter a
leitura ao tópico “III.a –  Dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita”, em que
tal ponto foi devidamente abordado.

I.b – Da tempestividade

A r. decisão recorrida foi publicada em XX/XX/XXXX. Considerando o prazo legal de


10 dias para a apresentação do presente recurso e, ainda, a data em que este foi
interposto, tem-se respeitado o pressuposto da tempestividade recursal.

II – BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

A Recorrente, outrora Autora, ajuizou ação de indenização por danos materiais e morais
em face da Recorrida, em razão de ter tido sua bagagem por esta extraviada durante uma
viagem realizada do XXXXXXXXXXX/UF a XXXXXXXX/UF, em XXXXXXXX de
XXXX.
Apesar do fato, a Recorrida manteve-se inerte, não indenizando a Recorrente em valor
compatível com os danos por ela suportados.

Conforme exposto na peça inicial, a mala extraviada continha bens avaliados em


R$XX.XXX,XX.

E além do dano material, a Recorrente experimentou também danos morais, ínsito à


odiosa situação criada pela Recorrida.

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Defesa apresentada às fls. XX/XX e audiência de conciliação realizada em
XX/XX/XXXX, sem acordo entre as partes, no entanto.

Por fim, a r. sentença recorrida foi publicada em XX/XX/XXXX e, em síntese, indeferiu


à Recorrente os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita e condenou a Recorrida ao
pagamento de R$XXXXXX a título de danos materiais e R$XXXXXX a título de danos
morais à Recorrente.

Não obstante todo o respeito devido ao citado provimento judicial, entende a Recorrente
pela necessidade de sua reforma, não podendo se conformar com os termos prolatados,
sob pena de ver indevidamente crucificado seu direito e, ainda, em termos amplos, ver
distorcido o direito consumerista pátrio, consoante se verá adiante.

III – DAS RAZÕES RECURSAIS

III.a –  Dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita

Em sua peça inicial a Recorrente pediu lhe fossem concedidos os benefícios da


Assistência Judiciária Gratuita, invocando o art. 4º da Lei 1060/50, mediante declaração
de hipossuficiência financeira.

A Recorrente é pessoa idosa, aposentada, não possui fonte de renda considerável, vive
cuidando do esposo, pessoa idosa e enferma já há vários anos.

Isso posto e, ainda, considerando o disposto no comando legal de que o referido


benefício será concedido mediante a simples declaração da parte, confiou a Recorrente
em seu deferimento, sem apresentar junto com a peça inicial documentos outros como
declaração de Imposto de Renda, extratos do INSS etc. (crendo, inclusive, que se o
entendimento judicial exigisse instrução sobre a questão, apresentaria ela,
oportunamente, mais provas a respeito).

No entanto, em sua defesa a Recorrida, de maneira sensivelmente abjeta, pôs-se a


especular sobre a situação financeira da Recorrente, afirmando que: “Ora, Excelência, a
Reclamante postula de dano material a ‘bagatela’ de R$XXXXXX e, ainda, pleiteia o
benefício da assistência judiciária gratuita sem apresentar qualquer comprovante
nesse sentido. (…) A simples apresentação de declaração não é capaz de balizar o
pedido de justiça gratuita em tais casos (…)”.

Não é necessário muito para ver que a defesa ignora completamente a letra e o espírito
da Lei 1060/50. E vai além: ignora cabalmente o princípio do acesso à Justiça,
constitucionalmente consagrado.

Uma coisa é impugnar o pedido de concessão da benesse judiciária.

Outra bastante distinta é especular acerca das condições financeiras da Recorrente, sem
apresentar, para tanto, sequer indícios de provas a respeito.

E não bastasse a pobreza jurídica do argumento da Recorrida, a r. sentença o acolheu e,


assim, indeferiu a gratuidade judiciária à Recorrente.

Assim disse a r. sentença recorrida:

“A ré arguiu em preliminar o indeferimento da justiça gratuita, pois a autora alegou


ter sofridos danos materiais no valor de R$ XXXXXXX. Assim, tenho que razão assiste
a ré, pois se a autora possui condições financeiras de adquirir os bens de alto valor,
elencados às fls. 05/06, que totalizam a quantia de R$ XXXXXXXXXXX, presume-se
que a mesma possui condições financeiras de arcar com as custas processuais. Desse
modo, ACOLHO A ALEGAÇÃO.”  (grifos originais)

Então, faz-se necessário um questionamento: qual a relação lógica e direta entre o fato
de a Recorrente vir a juízo postular a reparação de um prejuízo causado pela própria
Recorrida (seja ele de qual monta for) e a sua capacidade financeira de arcar ou não com
as custas e despesas do processo?

Eméritos Julgadores: como pode subsistir uma decisão que, com a devida vênia, é
baseada numa mera e simples presunção? Como pode prevalecer um provimento
judicial que, lastreado em suposição, sequer instrui o processo acerca deste ponto
específico e, assim, presume sobre as condições financeiras da parte, para
prejudicá-la?

E o conteúdo da Lei 1060/50? E a declaração de hipossuficiência presente nos


autos? E a fundamentação (de ordem jurídica, robusta, técnica, fundamentada,
não partida de simples presunção) acerca do indeferimento? Aonde reside o
cumprimento ao art. 93, IX, do Texto Magno Constitucional?

Além disso, Excelências, vejam: quem lê apressadamente a r. decisão (bem como a


defesa da Recorrida), pensa estar diante de um prejuízo material semelhante ao de uma
verdadeira fortuna!

As suposições presentes na peça de defesa (infelizmente acolhidas pela r. decisão)


fazem parecer que a Recorrente é uma pessoa da chamada “alta classe social”, que vive
vida abastada, com situação financeira tranquila e consolidada.

Não! A Recorrente é pessoa aposentada, vive de maneira simples, cuidando do lar e de


seu esposo, idoso e enfermo.

Por ocasião de sua viagem, compareceria a um casamento de familiares e a


confraternizações de fins de ano, comuns ao mês de Dezembro.

Para tanto e, considerando que ali passaria aproximadamente uma semana, resolveu
colocar na bagagem seus bens mais valiosos, que lhe levantariam a autoestima e que
causassem boa impressão e até mesmo respeito por parte de seus familiares, que veriam
que a Recorrente, embora humilde e de cidade longínqua do interior de Minas Gerais,
valoriza as confraternizações familiares e sua família, fazendo questão de se apresentar
com o que de melhor possuia para tal.

No entanto, jamais se pode dizer que os bens levados na viagem indicam que a
Recorrente possui condição financeira sólida e tranquila, apta a arcar com os custos
processuais.

Tais bens foram adquiridos ao longo da vida, em locais distintos. Ou seja, diluindo-se o
seu valor total durante um período de tempo espaçado, jamais a r. decisão poderia
presumir que a Recorrente tem condições financeiras diversas das por ela alegadas.
Caso distinto seria se os bens extraviados tivessem sido adquiridos numa compra única,
em data próxima aos dias atuais, ou mesmo tivessem sido adquiridos durante a viagem.
Aí, talvez, a citada presunção judicial fizesse sentido. Não é o caso dos autos.

Por fim, uma lamentável contradição irônica que se constata: adiante se verá que, noutro
ponto, a r. decisão recorrida condenou a Recorrida ao pagamento da quantia de
R$XXXXX à Recorrente a título de indenização por danos materiais.

Pois bem. Recapitulando a presunção feita pela r. decisão para indeferir a


gratuidade judiciária, soa estranho dizer que se a Recorrente está pleiteando em
Juízo uma indenização no patamar perseguido, ela teria condições de arcar com as
despesas judiciais mas, ao mesmo tempo, linhas depois, concedê-la uma
indenização por danos materiais no importe de pouco mais de mil reais. Ora, o
valor pretendido serve apenas como fator de presunções negativas e desfavoráveis
à Recorrente?

Se a Recorrente pleiteia uma indenização neste importe e este fato, por si só, indica
que ela tenha boas condições financeiras, então, que no mérito, a decisão, partindo
da mesma presunção, reconheça todo o dano material por ela sofrido para que,
então, consolidada sua situação econômica a partir do ressarcimento financeiro,
tenha ela condições reais de arcar com as custas e despesas processuais.

Consoante a jurisprudência:

APELAÇÃO – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA  GRATUITA – DECLARAÇÃO DE


MISERABILIDADE – ART. 4º DA LEI Nº 1.060/50 – AÇÃO ORDINÁRIA – PRÉVIO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – AUSÊNCIA – IRRELEVÂNCIA –
INTERESSE DE AGIR – PRESENÇA – SENTENÇA CASSADA – APLICAÇÃO DO
ARTIGO 515, PARÁGRAFO 3º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – SITUAÇÃO
QUE IMPEDE SUA APLICAÇÃO – RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. O art.
4º da Lei 1.060/50, que atribui presunção “juris tantum” de veracidade à declaração
de miserabilidade apresentada pelo requerente do benefício da justiça gratuita, foi
recepcionado pela ordem constitucional vigente, devendo a benesse ser de plano
concedida quando inexistente qualquer indício que inaugure a necessidade de dilação
probatória para melhor apuração da real condição financeira do
requerente. (TJMG 1.0686.11.012641-0/001(1). Processo 0126410-65.2011.8.13.0686.
Rel. Belizário De Lacerda. Data da publicação: 04/03/2015)
“AGRAVO INOMINADO – AGRAVO DE INSTRUMENTO A QUE SE NEGOU
SEGUIMENTO – PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA – PESSOA FÍSICA –
DECLARAÇÃO DE POBREZA – PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE VERACIDADE –
INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS NOS AUTOS A DESCARACTERIZAR A
HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA – CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. – A
declaração de pobreza colacionada pela recorrente alicerça a presunção juris tantum
prevista em lei a seu favor. – O demonstrativo de pagamento acostado não evidencia
que os vencimentos recebidos pela agravante sejam suficientes para cobrir seus gastos
habituais e ainda dar-lhe condições de arcar com as despesas judiciais. – Ausência de
elementos a desautorizar a concessão do benefício à servidora na ação principal.   –
Recurso provido.” (TJMG – Agravo 1.0024.12.075683-8/002. Processo 1003628-
26.2012.8.13.0000 (1). Rel. Versiani Penna. 5ª Câmara Cível. Data da publicação
19/11/2012)

Por todos estes fundamentos, a Recorrente pleiteia a reforma da r. sentença neste


aspecto, para que lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, com a
consequente desnecessidade da realização do respectivo preparo recursal, inclusive.

Eventualmente, caso assim não entenda esta Egrégia Turma, acaso mantida a r. sentença
neste ponto, requer seja a Recorrente intimada para que, em tempo hábil, recolha o
preparo (Ag. XXXXXXX. Rel. Des. XXXXXXXX. XXª Câmara Cível).

III.b – Da inversão do ônus da prova

O caso dos autos é típico daqueles que clamam a incidência do direito do consumidor,
conforme detalhado na peça inicial, a partir do enquadramento da Recorrente como
consumidora dos serviços de transporte prestados pela Recorrida (arts. 2º e 3º do CDC).

Isso posto, e diante das peculiaridades do caso, a Recorrente pediu fosse determinada a


inversão do ônus da prova (art. 6º, inciso VIII, do CDC), para que, assim, tivesse
facilitada a defesa de seus direitos enquanto consumidora, diante da verossimilhança de
suas alegações e de sua hipossuficiência perante a outra parte na lide.
O primeiro requisito, a verossimilhança do alegado, foi expressamente reconhecido pela
sentença, que afirmou: “No mérito, é fato incontroverso que houve o extravio da mala
da autora, uma vez que a própria ré alega tal fato (f. 45)”.

Por sua vez, a hipossuficiência da Recorrente sequer foi analisada pela r. sentença que,
no único parágrafo dedicado a tratar dos danos materiais, limitou-se a dizer que a
Recorrente “não juntou aos autos documento que comprove a propriedade dos bens,
tampouco restou comprovado que os objetos citados estariam em sua mala quando do
extravio”.

Diante de tamanha ausência de juridicidade sobre o tema central da demanda, data


maxima venia,  necessário trazer alguns apontamentos específicos sobre a
hipossuficiência consumerista.

Nas palavras de Flávio Tartuce, renomado jurista civilista especializado no tema,


citando Roberto Senise Lisboa:

“a hipossuficiência é um conceito fático e não jurídico, fundado em uma disparidade


ou discrepância notada no caso concreto. (…) Também caracteriza a hipossuficiência
a situação jurídica que impede o consumidor de obter a prova que se tornaria
indispensável para responsabilizar o fornecedor pelo dano verificado
(hipossuficiência técnica). Explica-se. Muitas vezes o consumidor não tem como
demonstrar o nexo de causalidade para a fixação da responsabilidade do fornecedor,
já que este é quem possui a integralidade das informações e o conhecimento técnico
do produto ou serviço defeituoso.

Desse modo, o conceito de hipossuficiência vai além do sentido literal das expressões
pobre ou sem recursos (…). O conceito de hipossuficiência consumerista é mais amplo,
devendo ser apreciado pelo aplicador do direito caso a caso (…).

Como antes se adiantou, decorrência direta da hipossuficiência é o direito à inversão


do ônus da prova a favor do consumidor, nos termos do art. 6º, VIII, da Lei 8078/90
(…).” (TARTUCE, Flávio. Manual de Direito do C onsumidor: direito material e
processual. 3ª ed, Rio de Janeiro: Forense – São Paulo: Método, 2014, pp. 34/35)

De posse dos conceitos acima expostos e, trazendo-os ao presente caso, questiona-se:


seria razoável esperar que a Recorrente possuísse “comprovantes de propriedade” de
bens adquiridos aleatoriamente em sua vida, ao longo de anos, e que, por uma
lamentável coincidência, estavam juntos na mala no momento do extravio? E ainda,
tratando-se de bens móveis, cuja propriedade se presume e se adquire pela posse e sua
transferência se dá pela tradição, poderia o i.Juiz exigir “comprovantes de propriedade”
da Recorrente? Entendemos que não.

Ou lado outro, não seria a Recorrida a responsável por trazer aos autos prova técnica
acerca do extravio, seus motivos, suas particularidades, o momento e o local do
ocorrido?  Também entendemos que não.

É JUSTO IMPUTAR TAL RESPONSABILIDADE PROBATÓRIA À


RECORRENTE?

Portanto, vê-se que a r. sentença recorrida falhou ao não analisar o pedido de inversão
do ônus da prova expressamente feito pela Recorrente em sua peça inicial.

A vulnerabilidade e a hipossuficiência da Recorrente enquanto consumidora merecem


toda a gama de proteções a ela conferidas pelo CDC, logo, não poderia a r. decisão
passar ao largo do pedido de inversão do ônus probatório.

Assim, desde já fica requerida a reforma da r. sentença neste particular, ordenando-se à


Recorrida a trazer aos autos elementos de prova cabais a elidir a pretensão autoral.

III.c – Dos danos materiais

No que toca aos danos materiais, retome-se o que afirmou a r. decisão (fls. XX):

“O vício do serviço prestado pela requerida (extravio da bagagem), é ponto


incontroverso nos autos. A lide se concentra, de fato, na prova dos bens extraviados e
no quantum da indenização, bem como na existência de danos morais a serem
indenizados. Embora a autora tenha mencionado que a mala extraviada continha seus
pertences, e ter enumerado quais eram estes itens (fls. 05/06), não juntou aos autos
documento que comprove a propriedade dos bens, tampouco restou comprovado que os
objetos citados estariam em sua mala quando do extravio, entretanto, tendo em vista a
oferta da requerida de indenização por danos materiais no valor de R$ XXXXXX, com
base no Decreto nº 2521/98, defiro o pedido.”
Portanto, o extravio da mala da Recorrente durante a viagem é fato incontroverso
(demonstrado pelos documentos dos autos, confessado pela Recorrida e, por fim,
reconhecido pela r. decisão).

Mas ao contrário do que afirmou a contestação (fls. XX), o Relatório de Danos e


Extravio de Bagagem foi solicitado e preenchido por iniciativa da Recorrente (bem
como o Boletim de Ocorrência lavrado em momento imediatamente posterior).

Não obstante ter iniciado bem a análise deste ponto, a r. sentença incorreu em falsa pista
ao deixar de ponderar todos os aspectos necessários à completa elucidação da questão.

Conforme já sublinhado, a r. decisão combatida, ao decidir o montante devido pela


Recorrida a título de indenização por danos materiais, se ateve, única e exclusivamente,
à presunção falaciosa de que a suposta ausência de algum documento fiscal signifique,
em última análise, a total improcedência da pretensão ressarcitória.

E ao assim decidir, a r. decisão excluiu de seu campo de análise todos os elementos


fáticos e probatórios trazidos pela Recorrente: a narrativa fática verossímil,
concatenada, razoável, acompanhada de documentos que comprovaram sua presença em
eventos familiares na cidade para a qual viajou à época (momento do ano no qual
realmente ocorrem as confraternizações das quais ela ali participou, em razão da
proximidade com as festas natalinas e de Ano Novo). Além disso, a Recorrente trouxe
fotografias, corroborando o alegado.

Não seria razoável que, numa viagem de aproximadamente uma semana, para um outro
estado, a Recorrente amealhasse aqueles bens tabelados na inicial, para levá-los
consigo, com o fim de comparecer às ocasiões para as quais fora convidada?

A resposta é sim, seria perfeitamente razoável.

Vejam ainda, Excelências, que a contestação (fls. 44) afirmou: “A transportadora


pugna (sic) veementemente todos os bens descritos na tabela (…)”.

Ora, como pode a Recorrida querer discutir e impugnar os bens extraviados arrolados
pela petição inicial se, no momento da viagem da Recorrente, a empresa sequer se deu
ao trabalho de recolher a declaração do valor da bagagem despachada (que, certamente,
conteria a descrição de bens e seus valores)?
Não bastasse a presunção já por ela carreada, a peça de contestação vai além e,
lamentavelmente, afirma: “O Boletim de Ocorrência de fls. XX a XX, não tem o condão
de comprovar que os bens descritos realmente estavam no interior da mala. Ressalta,
ainda, que o Boletim de Ocorrência não tem qualquer valor comprobatório dos fatos
alegados pela Autora, uma vez que trata-se de documento produzido unilateralmente
por este (sic), que narra os fatos como mais lhe convier, para o escrivão da Delegacia
de Polícia, de forma que tal documento não tem fé pública e por tal motivo a Empresa
Ré o impugna veementemente”.

Totalmente descabida a afirmação de que o citado Boletim não possui valor algum. Ora,
a lavratura do ato policial é um direito posto à disposição de todo cidadão em ocasião de
lesão ou ameaça de lesão a direitos e interesses. Numa comparação, quer a Recorrida
fazer crer que seus “expedientes e procedimentos internos” seriam, então, mais
“judicialmente valiosos” do que o documento relatado pela autoridade policial?

A Recorrida se arvorou no absurdo teratológico de dizer que o Boletim de Ocorrência é


documento desprovido de fé pública!

Como pode, então, a Recorrente se conformar com a r. decisão prolatada nos autos,
sendo que, ao que tudo indica, o provimento acolheu (ainda que sutil e indiretamente) os
argumentos empresariais?

Adiante, veja-se o equívoco no qual incorreu a r. decisão quanto ao valor estipulado a


título de indenização por danos materiais.

A Recorrente listou os bens extraviados, avaliando-os em R$XXXXXXXX.

Em defesa (fls. XX), a Recorrida afirmou que “entrou em contato com a autora e
informou o valor do teto do decreto 2521/98, sendo de R$XXXXXXXX” e,
posteriormente, que “melhorou a proposta até o importe de R$XXXXXXXXX”.

Mais à frente (fls. XX), para justificar o valor oferecido, a Recorrida conclamou o art.
74, §2º do citado decreto (trazido em excerto anexo), que afirma: “O valor da
indenização será calculado tendo como referência o coeficiente tarifário do vigente
(sic) para o serviço convencional com sanitário, em piso pavimentado, de acordo com
o seguinte critério: a) até três mil vezes o coeficiente tarifário, no caso de danos; e b)
até dez mil vezes o coeficiente tarifário, no caso de extravio”.
E a contestação afirmou que o coeficiente tarifário seria, atualmente, de XXXXX.

Vejam, Eméritos Julgadores, que no parágrafo em que fundamentou sua decisão


sobre os danos materiais, o provimento judicial atacado foi claro em afirmar que, a
condenação por ele imposta, respeitaria o teto definido pelo aludido Decreto
2521/98.

Mas, reparem, que o citado parágrafo segundo do art. 74, que define o referido
teto, foi revogado pelo artigo 2º, inciso XII, Decreto 8.083 de 2013 (trazido em
anexo neste excerto particular)!

Como poderia, então, o aludido dispositivo, ao tempo da sentença já revogado,


servir-lhe de fundamento jurídico? Iura novit curia?

Logo, a r. sentença não poderia ter utilizado o frágil critério posto pela Recorrida para
estipular o montante indenizatório.

Além disso, vejam mais um equívoco perpetrado pela r. decisão atacada, data venia: a
Recorrida confessou que a ofereceu à Recorrente a quantia de R$XXXXXX para
resolver administrativamente o extravio da mala.

Na visão da Recorrente, o valor ainda é insuficiente, e, frente à sua pretensão, realmente


não o aceitaria a título de “acordo”. Mas, a título comparativo, é um valor superior ao
suposto teto (revogado e inútil) do Decreto 2521/98.

Ora, então, visto isso, como poderia a r. decisão determinar uma indenização por danos
materiais num valor inferior àquele oferecido pelo próprio agente causador do dano?

Verdadeiro absurdo, que merece ser corrigido e reformado!

Voltando aos fatos: caso a Recorrente apresentasse, com a inicial, comprovantes fiscais
de produtos que ela tivesse listado como se fossem os extraviados, estaria provado que
estes bens “documentados” estivessem, de fato, na mala? Qual a relação lógico-
probatória entre uma coisa e outra? Onde reside a lógica instrutório-processual que
fecha os olhos à realidade e abre espaço para que a parte, em juízo, fraude documentos
para que, então, consiga comprovar suas alegações?
Repita-se: os bens extraviados listados na inicial foram adquiridos pela Recorrente
ao longo de vários anos, comprados em ocasiões diferentes, em locais distintos:
como poderia ela guardar documentos fiscais de todos eles com o único intuito de,
na ocasião em que tivesse sua mala extraviada numa viagem, apresentá-los em
juízo para, então, heroicamente, se sentir aliviada por ter “comprovado a
propriedade” dos bens?

Além disso, legalmente, qual a forma de comprovação de propriedade de bens móveis?


Documento fiscal (ou algum outro “comprovante”) tem força para provar a
propriedade? Ou a legislação cível afirma que a mera tradição de bens móveis
concretiza a transferência de sua propriedade? Como poderia a r. decisão ter incorrido
na falácia de que a ausência de nota fiscal (que compete exclusivamente ao fisco)
impede a comprovação de propriedade, muito propagada e conveniente a àqueles que
lesam a consumidores, hipossuficientes, em demandas de extravio de bagagens?

A defesa (fls. XX) distorceu os fatos e afirmou que, no momento de preencher o RDE, a
Recorrente não teria listado os bens de maneira integral e que só em juízo teria ela
relacionado à exaustão os bens extraviados: flagrante mentira!

Tanto no preenchimento do RDE, como no relato do fato ao Boletim de Ocorrência, a


Recorrente listou tantos bens quantos lhe era possível recordar naquele momento. Não
se esqueçam, Excelências, que a Recorrente é pessoa idosa, viajava desacompanhada,
tinha enfrentado viagem cansativa de várias horas, havia desembarcado no final da
madrugada/começo da manhã, momento em que uma pessoa comum ainda se
encontraria em estado de sonolência, não estando inteiramente desperta (o que se dirá de
uma pessoa idosa): como iria se lembrar de todos os bens contidos na mala?

Fechar os olhos para estes fatos é forjar uma realidade processual inaceitável e
desvirtuada do mínimo de verossimilhança.

A este propósito é que serviria o pedido de inversão do ônus da prova: toda a


verossimilhança das alegações e provas autorais levam a crer que os bens listados
estavam, de fato, na mala. Mas, diante das peculiaridades do caso e, ademais, em
observação aos princípios consumeristas que devem incidir sobre o feito, seria preciso
que, invertido o ônus da prova, fosse facilitada a defesa dos direitos da Recorrente,
transferindo-se à Recorrida a responsabilidade por todo o prejuízo material por ela
causado com o extravio.

Ora, qual o sentido da responsabilidade objetiva das empresas prestadoras de serviços se


não a sua direta responsabilização pelos danos por elas causados, em termos práticos e
reais? É preciso abandonar a teoria estéril e distante da realidade e transmudar o direito
em algo vívido, palpável, sensível, que realmente atinja a sociedade de maneira
transformadora e reparadora.

Como dito na peça inicial (e lamentavelmente sequer abordado pela r. decisão


recorrida): o §1º do art. 8º da Resolução 1432/06 da ANTT prevê a faculdade das
empresas de transporte de exigir dos passageiros a declaração dos valores
transportados em bagagens.  Sabe-se bem que a maioria esmagadora das empresas
de transporte, terrestre ou mesmo aéreo, desconsideram esta faculdade.

Mas vejam, Excelências, que quando passam ao largo desta faculdade, tais
empresas são beneficiadas, pois, em casos como dos autos, o consumidor,
vulnerável e hipossuficiente, vê jogado e invertido contra si o ônus probatório
destinado às empresas, qual seja, aquele que decorre da faculdade dada às
empresas de solicitar a declaração de bens e valores das bagagens transportadas.
Logo, o consumidor sequer é questionado sobre tal declaração e, em caso de
extravio, ainda é obrigado a suportar o prejuízo por ele próprio não causado.

Assim, as empresas do setor “lucram” duas vezes: não se importam em exigir a citada
declaração e, assim, não possuem expediente neste sentido, nem funcionário
responsável pela tarefa e, ainda, em casos de extravio, se defendem alegando que a
relação de bens apresentada pela outra parte não é verdadeira ou completa, escapando,
ardilosamente, do dever legal de indenizar.

Noutro ponto a própria r. decisão (fls. XX), ao pontificar sobre o dano moral,
afirmou que os bens extraviados “certamente foram escolhidos e comprados em
locais e momentos diferentes”. Fica cada vez mais claro a abusividade de se exigir
da Recorrente a apresentação de documentos ou notas fiscais sobre a propriedade
dos bens, para que assim, fosse “provado” o prejuízo material a ela imposto.

Por fim, Excelências, um último e relevante ponto a ser tratado.


Ao tratar dos danos morais (fls. XX/XX) a r. decisão colacionou a ementa do acórdão
proferido em apelação nos autos de nº XXXXXXXX/XXX(X), do e. TJMG, relatado
pelo e. Desembargador XXXXXXXX.

O citado acórdão afirmou: “Presente a verossimilhança das alegações, viável e devida


se mostra a inversão do ônus da prova. – Deve a indenização por danos materiais em
casos de extravio de bagagem, em viagens internacionais, equivaler a todo o prejuízo
sofrido, devendo ser integral, ampla, não tarifada (…)”.

Pois bem, conforme se lê, o acórdão em muito se alinha com a tese defendida pela
própria Recorrente desde o início deste feito. Por isso, resolveu a Recorrente estudar a
fundo os argumentos jurídicos trazidos pelo e. Desembargador Relator em seu voto.

E para sua curiosa surpresa, a Recorrente percebeu que, os fatos ocorridos naqueles
autos e os fundamentos trazidos pelo i. acórdão, quanto aos danos materiais, são deveras
semelhantes (senão, idênticos) ao caso deste feito.

Veja-se excerto extraído do voto exarado pelo e. Relator Desembargador


XXXXXXXXXXX:

“A. C. M. ajuizou Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais em face de A. L.


A. I. SPA, alegando ter firmado com a companhia aérea contrato de transporte aéreo
para um vôo internacional, no trecho São Paulo a Paris, tendo suas bagagens
extraviadas, não sendo localizadas, o que lhe causou sérios transtornos, por ter ficado
sem seus objetos de higiene pessoal e vestuário, em um país estrangeiro em um período
de inverno rigoroso. O MM. Juiz de primeiro grau julgou procedente a ação,
condenando a empresa aérea ao pagamento do valor de R$ 5.434,76 (cinco mil,
quatrocentos e trinta e quatro reais e setenta e seis centavos) a título de danos
materiais e do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por danos morais.

(…)

Alega a segunda apelante que há total carência de provas quanto aos danos materiais
acolhidos pelo Julgador a quo; que a recorrida não apresentou uma única prova do
prejuízo material, limitando-se à sua declaração unilateral, relacionando
superficialmente os bens que espera sejam aceitos como incontroversos; que não há
prova quanto ao valor apontado pela recorrida dos bens mencionados na referida
relação; que não foi decretada a inversão do ônus probatório, sendo ônus exclusivo da
recorrida firmar o convencimento do Julgador com documentos e provas.

(…)

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que a relação travada entre as partes se trata de
típica relação de consumo, enquadrando-se a empresa aérea no conceito de fornecedor
e A. C. M. no de consumidora.

(…)

Destarte, para ser possível a inversão do ônus da prova, exige-se a presença de pelo
menos um dos requisitos elencados. No caso, tenho que está evidente a
verossimilhança das alegações da primeira apelante. Em momento algum a segunda
recorrente contestou o extravio da bagagem, sendo tal fato, portanto, incontroverso.
O MM. Juiz de primeiro grau, em sua sentença, inverteu o ônus probatório (f. 125-
126). Verifica-se que a primeira apelante requereu a inversão do ônus da prova na
petição inicial (f. 10). Em sua contestação, a segunda recorrente não impugnou tal
pedido. A primeira apelante juntou aos autos um rol de objetos que estariam em sua
bagagem extraviada e não encontrada. A segunda apelante não produziu nenhuma
prova contrária, restringindo-se a alegar que a primeira recorrente não teria
produzido prova constitutiva de seu direito. Ora, é absolutamente provável que uma
pessoa que viaja para o exterior, na estação do inverno, leve em sua bagagem uma
quantidade razoável de roupas, como a constante no rol apresentado pela primeira
apelante às f. 14. Também é provável que uma pessoa em viagem a passeio leve
máquina fotográfica, com os devidos acessórios (carregador e cartão de memória),
conforme orçamento de f. 15. E, finalmente, é também absolutamente provável que
uma mulher carregue em sua bagagem os produtos de higiene enumerados às f. 16.
Assim, não há porque não considerar o rol de objetos perdidos apresentados pela
primeira recorrente como verossímeis. Assim, presente o requisito legalmente exigido,
viável e devida se mostra a inversão do ônus da prova, restando afastado o argumento
de inobservância pela autora dos ditames do artigo 333, I, do CPC.

(…)
Entende a segunda apelante ser indevida a reparação por danos materiais. Alega que o
MM. Juiz singular ultrapassou os limites da legalidade, com o afastamento da
aplicação do Pacto de Varsóvia. Além disso, diz que não há provas de que os bens
narrados na exordial estavam efetivamente dentro da bagagem extraviada. Entendo
correta a decisão do MM. Juiz sentenciante. Como salientado acima, ocorreu a
inversão do ônus da prova. Assim, cabia à segunda recorrente provar que os bens
listados na petição inicial não se encontravam na bagagem extraviada, ou seja, que o
dano material sofrido não era aquele alegado. No entanto, não se desincumbiu a
segunda apelante do referido ônus, não restando outra alternativa senão considerar
como válida a listagem de f. 14-16. Conforme dito supra, demonstra a experiência
ordinária a probabilidade de que uma pessoa que viaja para o exterior a passeio, em
época de inverno europeu, coloque em sua bagagem a quantidade de roupas listada,
leve máquina fotográfica e acessórios e produtos de higiene pessoal.

(…)

Na peça de ingresso, a autora, ora primeira apelante, apresentou planilha no valor


total de R$ 5.434,76 (cinco mil, quatrocentos e trinta e quatro reais e setenta e seis
centavos). O MM. Juiz de primeiro grau deferiu a indenização por danos materiais
conforme pleiteado, devendo, pois, ser mantida.” (grifos acrescidos)

Vejam, então, Ínclitos Julgadores, que o acórdão trazido pela i. sentença recorrida como
baliza para os danos morais é, na verdade, fundamento para sua própria reforma, no
tocante aos danos de ordem material.

Como dito alhures, deveria ter sido invertido o ônus da prova, para que então, facilitado
o direito da Recorrente em razão da presença dos requisitos legais, fosse a Recorrida
impelida a desconstituir a pretensão ressarcitória, de forma robusta, com provas e
argumentos razoáveis, não a partir de meras e frágeis presunções e suposições, como
fez.

Isso posto, mediante todos os sólidos argumentos apresentados, deve ser reformada a r.
sentença para que, a partir da inversão do ônus da prova e dos elementos já presentes
nos autos, seja a Recorrida condenada ao pagamento da quantia de R$XXXXXXXX a
título de indenização por danos materiais à Recorrente.
III.d – Dos danos morais

Pronunciando-se a respeito dos danos morais, a r. sentença recorrida afirmou:

“No que se refere à fixação do valor dos danos morais, considerando os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, observando-se ainda que o autor não concorreu
em momento algum para o dano, bem como o fato de que sua bagagem não foi
ressarcida posteriormente, entendo como razoável o arbitramento da quantia de R$
XXXXXX como indenização pelos danos morais experimentados pela requerente.”

Cotejando-se o valor acima estipulado, as peculiaridades do caso presente e, ainda,


acórdãos prolatados em casos semelhantes decididos recentemente pelo e. TJMG, a
Recorrente concorda com o montante estipulado a título de indenização por danos
morais, pugnando pela manutenção da r. sentença neste ponto específico.

IV – DOS PEDIDOS

Por todo exposto, a Recorrente requer seja o presente recurso conhecido e provido, com
a consequente reforma da r. sentença atacada, determinando-se:

1. a) o deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita à Recorrente e a consequente


isenção da realização do preparo recursal ou, pelo princípio da eventualidade,
em assim não se entendendo, seja ela intimada para que recolha o devido
preparo;
2. b) no mérito, no que toca ao aspecto do dano material, seja deferida a inversão
do ônus da prova a favor da Recorrente, consoante os vastos argumentos acima
expostos e, consequentemente, acolhendo-se a pretensão reparatória referente
aos prejuízos causados pela Recorrida, seja a r. sentença reformada para
condená-la a pagar à Recorrente a quantia de R$XXXXXXX, alusiva aos bens
extraviados, devidamente atualizada e corrigida;
3. c) ainda quanto ao mérito, no tocante aos danos morais, entende a Recorrente
pelo acerto quanto ao valor arbitrado, requerendo seja mantida a d. sentença
neste particular;
4. d) seja a Recorrida condenada ao pagamento das custas e honorários
advocatícios no importe de XX% no valor da causa (Lei 9099, art. 55, segunda
parte);
 

Termos em que pede deferimento

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