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AO JUÍZO DA ...... VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL - .............

PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

NOME DO AUTOR, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº ....., órgão expedidor e inscrito no
CPF/MF sob o nº ...., residente e domiciliado ...., por sua advogada infra-assinada, já devidamente
constituída e qualificada em instrumento de mandato procuratório em anexo, com endereço
profissional endereço na ...., onde recebe notificações e intimações (CPC, art.39, I), vem
respeitosamente a presença de Vossa Excelência com fulcro nos arts. 300 e seguintes e 693 e
seguintes do Código de Processo Civil, bem como nas normas do Código de Defesa do Consumidor,
do Código Civil aplicáveis à matéria, com fundamento nos arts. 5°, XXXII, da CF/88, 319, 300 e 311
do CPC/15 c/c arts. 186 e 927 do CC ajuizar

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA E DANOS MORAIS

Contra ......, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº ....., estabelecida com
endereço ....... pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I – PRELIMINARMENTE
A. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Requer o Demandante a Vossa Excelência que lhe sejam concedidos os benefícios da Assistência
Judiciária Gratuita, não tendo condições financeiras para arcar com as despesas oriundas de custas
processuais, honorários advocatícios de sucumbência e de advogado, sem prejuízo de sustento
próprio (docs. 04A a 04D e 05) com fulcro nos artigos 1º e 4º da Lei nº 1.060/50 e Lei Federal nº
7.115, de 29 de agosto de 1983, bem como dos arts. 98 e ss. do CPC.

B. DESINTERESSE NA DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO


A parte autora manifesta, expressamente, o seu desinteresse na designação da audiência de
conciliação e mediação, nos termos do art. 334, § 5º do CPC. E em observância aos Princípios da
Razoável Duração do Processo, Celeridade e Economia Processual, requer a imediata instrução e
julgamento do feito.

Ainda que seja desnecessária a audiência de conciliação, em homenagem ao Princípio da


Cooperação, insculpido no art. 6º do CPC, indica os canais de comunicação constantes no timbre
para uma eventual composição amigável, informando desde já que seus patronos possuem os
poderes especiais previstos do art. 334, § 10º, do CPC.

C. DAS INTIMAÇÕES, PUBLICAÇÕES E NOTIFICAÇÕES

Nos termos do art. 272, §§2º e 5º do Código de Processo Civil, requer que todas as Intimações,
Publicações e Notificações, dizendo respeito à presente ação, tenham a devida publicação, com
expressa indicação, sempre, de todos os advogados constituídos, sob pena de NULIDADE.

II - DOS FATOS
Em .............................. a Autora após diversos tratamentos, sem êxito, sendo portadora diabetes e
hipertensão arterial, devido ao agravamento de suas condições de saúde, diante do seu caso ser
de Obesidade Mórbida (CID 10: E66), o médico ................. que faz o acompanhamento da
paciente, entendeu que se tratava de exigência de processo cirúrgico, indicando, para tanto, a
cirurgia de redução de estômago, também conhecida como Cirurgia Bariátrica.

A Autora solicitou ao plano de saúde ..........., do qual é beneficiário, Plano ..........., Cód. de
Identificação: ..........., com cobertura ambulatorial, hospitalar e obstetrícia, acomodação
apartamento.(doc. ........), autorização junto à referida operadora, solicitando a Validação Prévia de
Procedimentos, juntando laudo médico, tendo sido autorizado pela operadora a referida cirurgia.

No dia......................., a autora submeteu-se à cirurgia bariátrica. Na época, pesava ............... kg


com a altura de 1,........... . A cirurgia correu como esperado, e em consequência do procedimento,
a autora no período de ..................... eliminou excesso de peso ........................ kg e, atualmente,
encontra-se com o peso estabilizado em ...................... kg.

Recentemente a autora passou a realizar consultas dando início à próxima fase do tratamento da
obesidade mórbida que inclui cirurgias reparadoras posteriores a bariátrica. De acordo com o
laudo médico emanado pelo médico assistente credenciada na operadora Ré, a Autora necessita
fazer as seguintes cirurgias reparadoras (INSERIR LAUDO COM PROCEDIMENTOS
PORMENORIZADOS A SEREM REALIZADOS).

Ato contínuo, a autora solicitou ao plano de saúde ..........., do qual é beneficiária, autorização para
a realização as cirurgias reparatórias pós-bariátrica, anexando todos os documentos necessários,
em especial o laudo médico pormenorizado conforme exigência do plano.

Todavia, para a surpresa da Autora, em ............, a operadora em resposta à solicitação dos


procedimentos, se posicionou no sentido de negativa de sua cobertura (doc. .........), nos
seguintes termos:

JUNTAR A NEGATIVA DO PLANO

Ou seja, a justificativa da operadora para a negativa é que tais procedimentos possuem natureza
estética e não constam no rol estabelecido pela ANS e, portanto, não possui cobertura.

Ocorre que, de acordo com o relatório médico (doc. ........) emitido em .............., pela
Dra. .............., CRM n. ................, os procedimentos não são meramente estéticos, mas
REPARADORES, necessários não só à qualidade de vida da Autora como também para retornar à
sua aparência e higiene da paciente, um por causa da redução drástica de peso, e retirada do
excesso de tecido epitelial, que objetiva a melhoria da autoestima da paciente, sendo assim,
CORRETIVA E NÃO ESTÉTICA.

Ocorre que, além de abusiva a negativa da operadora Ré, a teor do Código de Defesa do
Consumidor, tal conduta é completamente rechaçada pelos tribunais pátrios, inclusive aos
precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça (VERIFICAR A JURISPRUDÊNCIA DO JUÍZO ONDE A
DEMANDA SERÁ PROPOSTA) e do recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça,
pacificando a controvérsia referente à se a cirurgia plástica pós-bariátrica tem finalidade
reparadora ou meramente estética,dispondo ser de cobertura obrigatória pelos planos de saúde
a cirurgia plástica de caráter reparador ou funcional indicada pelo médico assistente em
paciente pós-cirurgia bariátrica, visto ser parte decorrente do tratamento de obesidade
mórbida.

Sendo assim, não restou alternativa à Autora senão recorrer ao Poder Judiciário para propor a
presente ação com o objetivo de garantir o seu direito em ter acesso ao tratamento médico para
salvaguardar e restabelecer sua saúde.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A) DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO E DA ABUSIVIDADE DA NEGATIVA DE


COBERTURA

A relação jurídica entre Autora e réu é regida pelo diploma consumerista, de acordo com o
Enunciado da Súmula 608 do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA e com o art. 1º da Lei n.
9.656/1998, alterado pela Lei n. 14.454/2022, com a seguinte redação:

Art. 1º Submetem-se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de direito privado que operam
planos de assistência à saúde, sem prejuízo do cumprimento da legislação específica que rege a
sua atividade e, simultaneamente, das disposições da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990
(Código de Defesa do Consumidor), adotando-se, para fins de aplicação das normas aqui
estabelecidas [...]

Assim, é sabido, que as cláusulas contratuais atinentes aos Planos de Saúde devem ser
interpretadas em conjunto com as disposições contidas no Código de Defesa do Consumidor, de
sorte a alcançar os fins sociais preconizados na Constituição Federal.

Logo, sendo aplicável à espécie o Código de Defesa do Consumidor, é nítida a abusividade quando
a Ré se nega a cobrir o tratamento da parte Autora, tratamento este que consiste em
procedimentos necessários pós-cirurgia bariátrica que devem ser cobertos pela requerida, uma
vez que fazem parte do tratamento original, sobretudo porque possuem EXPRESSA INDICAÇÃO
MÉDICA, conforme relatório anexo.

Segundo o Dr. (NOME DO MÉDICO), inscrito no CRM sob nº ..., a expressiva perda de peso
decorrente da cirurgia que foi submetida para tratamento da obesidade mórbida, a autora sofre
de .................. (CITAR O LAUDO), .................... NECESSITANDO assim da CIRURGIA ......... para
finalização de seu tratamento, A QUAL QUALIFICA-SE COMO CIRURGIA REPARADORA!

Ou seja, quando o médico assistente indica o tratamento, o plano de saúde não pode negá-lo
simplesmente por mera alegação de que o procedimento se equipara a cirurgia estética ou não se
encontra no rol da ANS, conforme o presente caso (negativa em anexo).

O plano de saúde sequer cogitou a hipótese de realização de perícia na autora visando ser
necessária ou não tal ato cirúrgico, apenas se limitou em negar o procedimento. No caso em tela,
a autora apresentou relatório médico afirmando a necessidade da cirurgia em questão para a
melhora da sua saúde física e psicológica!

Visto o exposto, é patente e indiscutível a aplicação à presente lide dos artigos 6º, V a VIII, 14, 20,
§2º, 51, caput e IV, §1º, I e II, 54, §4º, 81, caput, primeira parte, 83 e 84, todos do código
consumerista.

Por estes dispositivos vigora o princípio do equilíbrio da base contratual (art. 6º, V); a necessidade
de efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais do consumidor, ora Autora, com
livre acesso inclusive ao Poder Judiciário (art. 6º, VI, VII), facilitando inclusive a defesa em juízo por
diversos meios, como a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII); responsabilidade objetiva do
fornecedor de serviços (art. 14); a nulidade de cláusulas contratuais que colocam o consumidor
em desvantagem exagerada, como a limitação do valor do reembolso de despesas, e a que
restringe direitos e obrigações fundamentais inerentes a natureza do contrato (art. 51, caput e
IV, §1º, I e II); e a possibilidade de se manejar, em defesa do consumidor qualquer tipo de ação
capaz de garantir os seus direitos (art. 81, caput, e 83), podendo o juiz, conceder tutela específica,
em caso de obrigação de fazer, mesmo liminarmente, impondo multa diária pelo
descumprimento, revertida em favor do consumidor (art. 84, e §§).

Estas são as disposições contidas no Código de Defesa do Consumidor, aplicáveis à espécie, por se
tratar de nítida relação de consumo, conforme os conceitos extraídos dos artigos 2º e 3º, §2º, do
mencionado dispositivo legal.

Bastaria tão somente os termos constantes do código consumerista para verificar a plausibilidade
do direito da parte autora.

Ressalte-se que o Código de Defesa do Consumidor diz que são ilegais e, portanto, nulas as
cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade, conforme
disposto no art. 51, inciso IV.

Para a Lei, é considerada exagerada, entre outros casos, a vantagem do fornecedor, no caso a
operadora de saúde, que ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, ameaçando seu
objeto ou o equilíbrio contratual; e/ou que se mostre excessivamente onerosa para o
consumidor, considerando a natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras
circunstâncias peculiares ao caso.

Sobre o tema, o STJ, em sede de repercussão geral STJ, Tema 1069, referentes ao REsp 1.870.834 e
REsp 1.872.321 encerrou controvérsia se a cirurgia plástica pós-bariátrica tem finalidade
reparadora ou meramente estética, fixando as seguintes teses:

i) É de cobertura obrigatória pelos planos de saúde a cirurgia plástica de caráter reparador ou


funcional indicada pelo médico assistente em paciente pós-cirurgia bariátrica, visto ser parte
decorrente do tratamento de obesidade mórbida.
ii) Havendo dúvidas justificadas e razoáveis sobre o caráter eminentemente estético da cirurgia
plástica indicada ao paciente pós cirurgia bariátrica, a operadora de plano de saúde pode se
utilizar do procedimento da junta médica formada para dirimir a divergência técnico-assistencial.
A junta médica deverá ser custeada pelo plano de saúde e deverá ser composta por um médico
indicado pelo beneficiário, um médico indicado pela operadora de plano de saúde e um terceiro
médico indicado pelas partes.

Junte-se a isso, que a Lei n. 9.656/98, que trata dos planos de saúde, é clara ao estabelecer que
todas as doenças previstas na Classificação Internacional de Doenças (CID), devem ter o
tratamento custeado pelos planos de saúde. E a obesidade (CID 10: E66) é uma das moléstias que
fazem parte da lista. Portanto, os pacientes diagnosticados com obesidade mórbida têm direito
inconteste a se tratarem pelo plano com todos os seus desdobramentos e procedimentos
necessários ao restabelecimento da saúde e qualidade de vida da Autora.

Cumpre mencionar a Lei n. 14.454, de 21/09/22, que pôs fim à limitação de procedimentos
cobertos pelos planos de saúde, o chamado rol taxativo da ANS. A nova lei altera a Lei n. 9.656/98,
que dispõe sobre os planos privados de assistência à saúde, para estabelecer critérios que
permitam a cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de
procedimentos e eventos em saúde suplementar. E tem por objetivo buscar evitar a
descontinuidade de tratamentos médicos.

Noutro ponto, de acordo com entendimento do STJ não cabe à operadora estabelecer o
tratamento a que o paciente precisa, sendo notório que é abusiva a cláusula contratual que
exclui tratamento prescrito para garantir a saúde ou a vida do segurado ou que decide, sem
nenhum respaldo médico, deixar de fornecer o tratamento prescrito pelo médico como
procedeu a operadora, porque o plano de saúde pode estabelecer as doenças que terão
cobertura, mas não o tipo de terapêutica indicada por profissional habilitado, em afronta ao art.
51, IV, e § 1º, II, do CDC.

Nesse contexto, relevante trazer as súmulas ....... e ......... deste E. Tribunal de Justiça, verbis:

JUNTAR JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL ONDE A DEMANDA SERÁ PROPOSTA

Neste sentido, mencionamos a jurisprudência deste Tribunal que entende ser abusiva a negativa
da cobertura do tratamento referido:
JUNTAR JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL ONDE A DEMANDA SERÁ PROPOSTA

Portanto, não pode a operadora se furtar ao tratamento prescrito pelo médico especialista,
tratamento este que, ao contrário do que afirma a operadora em sua negativa de cobertura das
cirurgias plásticas reparadoras, nos moldes constantes no laudo médico acostado aos autos. A
indicação médica possui caráter reparador, ou seja, torna-se fundamental à recuperação integral
da saúde da autora.

B) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O presente feito ainda trata-se de uma relação consumerista, marcada pela hipossuficiência do
Demandante, haja vista sua incapacidade de dispor de meios probatórios, com reduzido poder de
negociação em face do Demandado.

Diante disse a inversão do ônus da prova é elemento que se impõe, seja pela expressa disposição
legal encartada no artigo 6º, VIII, da Lei Federal nº 8.079/90, que garante a facilitação da defesa de
seus direitos.

Artigo 6º
[...] VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

Com efeito, diante da verossimilhança das alegações do Autora, bem como comprovada sua
hipossuficiência na presente relação de consumo, impõe-se a inversão do ônus da prova.

C) DA INCIDÊNCIA DOS DANOS MORAIS


O ordenamento jurídico pátrio assegura a possibilidade de reparação de ato ilícito causador de
danos de ordem moral, sendo a matéria de ordem constitucional, como direito fundamental,
conforme se observa:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...] V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;

[...] X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; “ (g.n.).

O Código de Defesa do Consumidor assevera:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


[...] VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;

Sobre reparação por dano moral, dispõem os arts. 186, 187 e 927, do Código Civil que:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Conforme narrado, a operadora de saúde, sem respaldo nenhum, simplesmente negou cobertura
à Autora. Ora, ao negar a cirurgia, o Plano de Saúde cometeu ato ilícito, uma vez que impediu a
mesma de se recuperar totalmente da enfermidade que lhe aflige, causando-lhe dano moral. A
autora não precisaria provar o dano que efetivamente sofreu, porque a negativa de tratamento,
por si só, gera dano presumido, portanto, in re ipsa.

Cumpre salientar, que o estado de sua saúde mental, já debilitado pela baixa autoestima gerada
pelas alterações anatômicas e morfológicas do corpo humano consequentes da cirurgia bariátrica,
somados a negativa da operadora, geram danos morais.

Durante o julgamento dos Recursos Especiais n. 1.757.938/DF e n. 1.442.236/RJ, foram fixadas


algumas premissas no sentindo de demonstrar de maneira clara, que não se está diante de uma
simples negativa de cirurgia plástica, mas sim de uma negativa para UM TRATAMENTO CAPAZ DE
MINIMIZAR CONSEQUÊNCIAS DE ORDEM FÍSICA E PSICOLÓGICAS.

Ainda com base no relatório médico a cirurgia torna-se imperativa para a melhora da saúde
física e PSICOLÓGICA da paciente, e qualifica-se, como cirurgia reparadora.

Resta evidente que não se está diante de mero aborrecimento, e que o ato praticado pela
prestadora negar a cobertura em conformidade com o laudo médico, pois viola os direitos da
Autora, tendo em vista a flagrante falha da Ré em fornecê-lo, conforme comprovado e narrado.

Diante dos fatos até aqui narrados, restou clara a falha na prestação de serviços por parte da
requerida, sendo certo que deve ser responsabilizada por toda a aflição que causou à autora, por
estar submetendo-a a aflição ainda maior do que naturalmente precisa passar em razão de seu
quadro clínico.

Nesse contexto, sobressai a questão do tempo como fator a ser considerado.


O reconhecimento da perda involuntária do tempo como um dano causado pelo mau
atendimento das demandas de consumo por parte dos fornecedores de produtos e serviços
revela-se como um dos mais importantes e atuais avanços na defesa do consumidor.
O dano temporal está relacionado com a área do direito do consumidor, deriva do dever de sua
proteção pelo Estado, previsto no art. 5º, XXXII, da Constituição Federal, o qual trata-se de um
verdadeiro bem jurídico do indivíduo.

Se tomado como um tipo de recurso, o tempo é caro e finito; se concebido como uma espécie de
direito, o tempo é componente do próprio direito à vida. Se é questão de direito, o tempo
também é questão de justiça.

É com base nessa perda, na constatação do tempo do consumidor como recurso produtivo e da
conduta abusiva do fornecedor ao não empregar meios para resolver os problemas surgidos em
prazo razoável, é que pode-se falar na aplicação da teoria do desvio produtivo, plenamente cabível
no caso em tela.

De acordo com Marcos Dessaune, a atitude do fornecedor ao se esquivar de sua responsabilidade


pelo problema, causando diretamente o desvio produtivo do consumidor, é fato gerador da
relação de causalidade existente entre a prática abusiva e o dano gerado pela perda do tempo útil.

A título de exemplo, o Estado do Amazonas publicou em 29.04.2022 a Lei n. 5.867 que reconhece,
pela primeira vez no país, o tempo do consumidor como um bem jurídico.

Art. 1º É reconhecido, no Estado do Amazonas, o tempo do consumidor como bem de valor


jurídico, como direito humano e direito fundamental decorrente da Constituição necessário para
albergar a vida, a liberdade, a existência e outros direitos necessários à qualidade de vida digna e
ao desenvolvimento sadio da personalidade.

Art. 4º O fornecedor de serviços e produtos envidará todos os esforços para prevenir a perda de
tempo indevida do consumidor.

Art. 6º A compensação do dano extrapatrimonial decorrente de lesão temporal ao consumidor,


seja individual ou coletiva, poderá ocorrer independentemente da ocorrência de dano
patrimonial ou de dano moral com base na dor psicológica.
Segundo Dessaune:

A Teoria do desvio produtivo sustenta que o tempo é o suporte implícito da vida, que dura certo
tempo e nele se desenvolve, e a vida constitui-se das próprias atividades existenciais que cada um
escolhe nela realizar. Logo o tempo é tanto um dos objetos do direito fundamental à vida – ou
seja, um bem jurídico constitucional – quanto um atributo da personalidade tutelado no rol aberto
dos direitos da personalidade.

Convém ainda, mencionar a tese de Laís Berstein, que trata da teoria relativa ao MENOSPREZO
PLANEJADO presente em sua obra “O tempo do consumidor e o menosprezo planejado: o
tratamento jurídico do tempo perdido e a superação das suas causas”. De acordo com tal teoria, o
dever de reparar o dano temporal deve ser observado através de dois critérios: menosprezo ao
consumidor e o planejamento. Dispõe a autora:

“O menosprezo ao consumidor é verificado nos casos de fornecedores que ignoram os pedidos e


as reclamações do consumidor ou não lhe prestam informações adequadas, claras e tempestivas.
(BERGSTEIN, 2019, p.113)”.

Já o segundo critério apontado diz respeito ao planejamento, ao tempo do consumidor que


poderia ter sido poupado pelo fornecedor de produtos ou serviços mediante a implementação de
mecanismos para aumentar a segurança das contratações. (2019, p.117).

Neste contexto, o fornecedor por meio de diversas práticas pode planejar ou induzir ao
menosprezo do tempo do consumidor, controlando a distribuição dos recursos na rede de
produção de consumo. Assim, presente o menosprezo planejado ao tempo do consumidor como
podemos observar nesta demanda, caracteriza-se a responsabilidade civil do fornecedor.

No presente caso, Douto Juízo devem ser considerados 2 (dois) fatos importantes: o tempo de
espera e falha no tratamento dispensado à Autora e o tempo perdido em que tentou resolver a
questão de forma administrativa, sem sucesso, tendo que recorrer à Justiça para que o direito ao
tratamento digno e adequado lhe seja dado.
Interessa mencionar ainda, o art. 7º da referida norma amazonense que fixa critérios para fins de
apuração e compensação da lesão temporal autônoma ao consumidor:

Art. 7º Para fins de apuração e compensação da lesão temporal autônoma ao consumidor, o


julgador poderá considerar, dentre outros suportes fáticos relevantes:
I - o descumprimento de prazos legais para resolução de problemas de consumo;
II - o descumprimento do tempo-limite em filas previstos nas legislações;
III - o menosprezo planejado ao tempo do consumidor pelo fornecedor;
IV - o desvio produtivo do consumidor;
V - o tempo de privação de uso de produtos e serviços;
VI - a imposição de perda indevida de tempo por robochamadas ou reiteradas ligações,
conforme critério a ser avaliado pelo prudente arbítrio do juízo; e
VII - a violação abusiva do direito à desconexão, lazer e descanso.

Assim, resta claro o dano temporal pelo tempo perdido pela Autora, cabendo indenização justa
como forma de amenizar o sofrimento e a espera causados imotivadamente, bem como a recusa
e descontinuidade dos serviços prestados.

Assim, além da pretensão principal, de natureza mandamental, a Ré deve ser condenada ao


pagamento de indenização pelos danos imateriais causados a autora, decorrentes da falha na
cobertura e do desvio produtivo da Autora, em momento tão delicado para a demandante.

A condenação pretendida vem sendo imposta em ações semelhantes, como percebemos através
da leitura dos seguintes julgados:

APELAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PLANO DE SÁUDE. FALHA NA


PRESTAÇÃO DO SERVIÇO COMPROVADA. TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO OU PERDA DO TEMPO
ÚTIL DO CONSUMIDOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FIXAÇÃO. - A pretensão
indenizatória também é legitimada em decorrência do desgaste e significativo tempo
despendidos na tentativa de solução extrajudicial, face à consagrada tese do desvio produtivo
ou perda de tempo útil - O arbitramento do dano moral deve ser realizado com moderação, em
atenção à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, proporcionalmente ao grau de
culpa e ao porte econômico das partes, sem se descurar do sentido punitivo da condenação .
(TJMG -AC: 10000211912977001 MG, Relator: Cláudia Maia, Data de Julgamento: 11/11/2021,
Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 11/11/2021)(g. n.)

INDENIZATÓRIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. PLANO DE SAÚDE. EXAME. AUTORIZAÇÃO NÃO


COMPROVADA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANOS MATERIAL E MORAL CONFIGURADOS.
DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR. 1. Relação de consumo. Aplicabilidade das normas
protetivas do Código de Defesa do Consumidor, que são de ordem pública e interesse social.
Inversão do ônus da prova. 2. Verossimilhança das alegações autorais, no sentido de que, embora
estivesse em dia com as mensalidades o seu contrato constava como "INATIVO" no sítio eletrônico
da ré, o que corrobora a assertiva de recusa à cobertura do exame de raio-x, realizado pelo autor
em 10/10/2017, às suas expensas. 3. A ré, por sua vez, não nega a existência do contrato nem sua
validade, limitando-se a asseverar que não houve qualquer recusa em prestar serviços ao autor.
Todavia, ante a verossimilhança das alegações autorais e a inversão do ônus da prova à seu favor,
caberia à ré comprovar a pronta autorização do exame solicitado pelo autor, ou a ausência de
cobertura contratual para tanto, o que não fez, devendo responder pelos prejuízos causados à
parte autora, em decorrência da falha na prestação dos serviços a seu encargo. 4. Dano material
comprovado. Restituição em dobro do valor pago indevidamente pelo autor para realização de
exame, por não se tratar de hipótese de engano justificável.
5. Neste contexto, ainda, é nítido que a parte autora sofreu frustração de sua legítima
expectativa quanto à prestação dos serviços contratados com a ré, bem como angústia em
relação à própria continuidade do contrato, não sanada pela via administrativa, impondo ao
demandante a perda adicional de tempo e esforço para garantir a obtenção da prestação dos
serviços pela via judicial. Aplicação da teoria do desvio produtivo do consumidor. Dano moral
configurado. Precedentes. 6. Inversão dos ônus da sucumbência. PROVIMENTO DO RECURSO (TJRJ
- APL: 00067246720188190007, Relator: Des(a). CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA, Data de
Julgamento: 30/07/2019, VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL) (g. n.)

Existência de falha na prestação do serviço por recusa indevida de cobertura, diante da regra do
art. 12, v, c, prevendo carência máxima de 24 horas para casos de emergência e urgência, e do
teor do artigo 35-C, da Lei nº 9.656, de 1998, dispondo ser obrigatória a cobertura do atendimento
nos casos de emergência, como tais definidos aqueles que implicam em risco imediato de vida
ou de lesões irreparáveis ao paciente. Os dissabores experimentados pela autora extrapolaram
a seara do mero aborrecimento, vez que não é justo que o consumidor pague as mensalidades
do plano de saúde pontualmente, com vistas a uma eficiente assistência, e quando dele
necessite, tenha simplesmente recusado seu direito ao tratamento, por alegada carência e
doença pré-existente, argumentos esses aqui inaceitáveis. Ademais, a recusa da ré em autorizar
cirurgia essencial, sem dúvidas causou ao autor angústia além do normal. DANO MORAL IN RE
IPSA que dispensa a prova do sofrimento físico ou psíquico causado pelo ato ilícito praticado
pela operadora do plano de saúde, não havendo aqui que se falar em culpa, em especial diante
do teor da Súmula nº 209, desta eg. Corte (Apelação Cível nº 0255500-79.2011.8.18.0001, 14ª
Câmara Cível do TJRJ, rel. Des. JUAREZ FERNANDES FOLHES, j. 20.3.2014)

A jurisprudência do STJ é no sentido de que a recusa indevida à cobertura médica enseja


reparação a título de dano moral, uma vez que agrava a situação de aflição psicológica e de
angústia no espírito do segurado, já combalido pela própria doença. Precedentes. Agravo interno
não provido (AgInt no REsp 1619259/GO, 4ª Turma do STJ, rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, j.
6.3.2018)

A Ré é sabedora de todas as necessidades da Autora, sendo patente que o tratamento adequado


constante do relatório médico é de suma importância para a saúde e bem-estar da paciente, além
de estar de acordo com o princípio da dignidade da pessoa humana.

Dentre outros objetivos, o direito à indenização visa a aplicar sanção econômica aos planos de
saúde que insistem em obter lucro em detrimento daqueles que necessitam de tratamento
médico, aproveitando-se da vulnerabilidade do doente e dos seus familiares, simplesmente
negando tratamento àqueles que têm direito.

Como se pode observar, a autora teve de acionar judicialmente a requerida, a fim de conseguir
direito que lhe é assegurado. No caso específico da mamoplastia, porque impunha-se a urgência
no tratamento em razão dos graves problemas de saúde que lhe afetam, conforme relatório
médico.
Em razão da negativa do tratamento, e da insistência de a requerida não cumprir com o contrato
de prestação de serviço, entende ela ter direito à indenização de dano extrapatrimonial no valor
de R$ ............... (por extenso).

Por fim, repise-se que a requerida, diante da negativa da cirurgia, causou profundo dissabor à
autora, gerando dano moral e, portanto, o dever de indenizá-la.

IV - DA CONCESSÃO TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

Em virtude de todo o exposto faz-se necessária a utilização do instituto da tutela antecipada que,
no presente caso, está fundamentada em urgência e/ou em evidência.

No que tange a tutela de urgência, esclareça-se, desde já, que a necessidade aqui colocada
amolda-se ao disposto no art. 300 do CPC/15 que diz que "a tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo".

Quanto à tutela de evidência, também há permissivo no inc. II do art. 311 do CPC/15:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de


dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Como já mencionado, a cirurgia reparadora pretendida pela autora não é meramente plástica ou
estética, com a finalidade de massagear seu ego. Muito pelo contrário, é cirurgia que certamente
acarretará melhora significativa na qualidade de vida da autora, que atualmente vive em estado
de absoluta angústia e desordem emocional.

Conforme relatório o médico anexo, devido a expressiva perda de peso decorrente da cirurgia
que foi submetida para tratamento da obesidade mórbida, a autora sofre ...................
ocasionando-lhe problemas de saúde, como (CITAR LAUDO), NECESSITANDO assim da
CIRURGIA .................. para finalização de seu tratamento, A QUAL QUALIFICA-SE COMO
CIRURGIA REPARADORA.

Importante mencionar que o procedimento cirúrgico foi agendado para ................, no hospital
(...), com alta hospitalar prevista para o dia seguinte.

Do mais, é certo que o decurso do tempo no presente caso pode acarretar consequências
irreversíveis e/ou danos irreparáveis, o que foi reconhecido pelo C. STJ em caso análogo, no
julgamento do Resp nº 1757938.

Está evidenciado por meio do laudo médico que a autora vem sofrendo problemas gravíssimos, o
que vem causando-lhe dor extrema e que pode ser AGRAVADA caso a autora não realize com
urgência todos os procedimentos a ela indicados pelo médico especialista. Assim sendo,
comprovado está o perigo de dano pela INSUSTENTABILIDADE DO QUADRO CLÍNICO DA AUTORA.

Já a probabilidade do direito decorre da própria Lei de Planos de Saúde (Art. 35 - F) e o


entendimento pacífico deste Egrégio Tribunal e do Colendo Superior Tribunal de Justiça, no
sentido de que a cirurgia reparadora não possui caráter meramente estético, mas sim FUNCIONAL.

Cumpridos tais requisitos, requer desde já a concessão da Tutela de Urgência Antecipada, para
que seja a requerida compelida a arcar com a cobertura integral dos procedimentos do relatório
médico.

V - PEDIDOS

Diante do exposto, respeitosamente, requer a este Juízo:

a) Concessão do benefício da justiça gratuita para as instâncias de 1° e 2° grau, requerido no


instrumento procuratório; nos termos dos arts. 98 e 99, caput e § 3°, CPC, e da Lei 9.099/95;
b) A concessão da tutela de urgência antecipada, para que a requerida seja condenada a proceder
com a cobertura integral das cirurgias requeridas no relatório médico anexo, devendo ainda
fornecer todo e qualquer material requisitado pelo médico, bem como todo e qualquer
medicamento necessário ao procedimento; alternativamente, requer seja a ré determinada a
custear todo o tratamento médico e honorários de profissional de confiança da autora;
c) Deferida a tutela e com seu descumprimento da Ré requer o bloqueio imediato do numerário o
quanto for necessário para cumprir a obrigação determinada por este juízo;
d) citação da Ré, nos termos do art. 246, inciso I, CPC; para querendo responda ação sob pena de
revelia;
e) Requer ainda, a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, em conformidade com o artigo 6º, VIII, do
Código de Defesa do Consumidor, por serem verossímeis as alegações ora formuladas, e da
hipossuficiência do Autor em relação à empresa Ré;
f) Fixação de multa diária pelo descumprimento do provimento jurisdicional ora suplicado, no
valor de R$ 1.000,00 (mil reais) por dia de descumprimento, bem como as cominações legais
previstas no art. 330 do Código Penal, se houver crime de desobediência, até o final do julgamento
da lide que envolve as partes;
g) A condenação da Ré em DANOS MORAIS no valor de R$ ............ (POR EXTENSO);
h) Informa ainda a Autora, que não tem interesse na realização de audiência de conciliação e
mediação, nos termos do artigo 319, inciso VII do CPC/15;
i) E ainda, a condenação da Ré ao pagamento das custas e despesas processuais devidamente
atualizadas, bem como a condenação para pagamento de verba de sucumbência no percentual
equivalente a 20% sobre o valor do BENEFÍCIO ECONÔMICO, nos termos do art. 85, §2º, do
CPC/15, e todas as demais cominações legais;
j) Ao final, seja a presente ação julgada procedente em todos os seus pedidos, com a condenação
da Ré em custear integralmente todo o tratamento de saúde da Autora de acordo com a
prescrição médica.
i) Por fim, requer sejam as intimações, atos e termos processuais realizados exclusivamente em
nome do advogado infra-assinado, sob pena de nulidade.

Protesta pela produção de provas por todos os meios legais e especialmente a documental,
ulterior juntada de novos documentos, sem exclusão de quaisquer meios de prova admitidos em
direito.

Dá-se o valor da causa de R$ .............. (POR EXTENSO)


Nesses Termos,

Pede deferimento,

Local, data.

ADVOGADO
OAB/UF nº ................

Anexos:
DOC01_Identidade
DOC02_Carteira Plano de Saúde
DOC03_Comprovante de residência
DOC04_Comprovante de renda
DOC05_Declaração de IR
DOC06_Exame_Diagnóstico
DOC07_Relatório Médico
DOC08_Negativa do Plano
DOC09_Procuração
DOC10_Declaração de Hipossuficiência

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