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Na obra Discurso sobre a servidão voluntária, obra de Étienne Lá Boetie,

inicialmente nos remete ao ideal proposto na obra O Contrato Social, o qual se


fundamenta na existência de um acordo mútuo entre os cidadãos e seu governo, no
qual aqueles abrem mão do seus direitos individuais enquanto homem natural, com
o fito de conceder autoridade ao governo.
Nesta égide, a obra Discurso sobre a servidão voluntária de Étienne Lá Boetie
é responsável por uma crítica sobre a condição de subordinação / servidão do
homem, circunstância esta que é encarada como natural. Assim, o autor traz uma
profunda crítica sobre a relação de poder constituída entre os cidadãos e seu
governo que, em verdade, se trata de uma concessão destes primeiros, a qual
viabiliza a convivência em sociedade.
Diante de tais ponderações, é possível extrair que a formação da legislação
tributária no Brasil, à luz da obra de Étienne Lá Boetie, resulta deste estado de
normalidade quanto a autoridade do governo e a subordinação exacerbada entre os
cidadãos a ele sujeitos, o que possibilita que hoje o Brasil seja considerado um dos
países que mais tributam em todo o mundo, o que se mantém com a reforma
tributária que está sendo discutida no Congresso Nacional, sendo, inclusive,
considerado como o segundo país que mais tributa empresas em todo o globo
(MONEYTIMES, 2023).
Tem-se, portanto, que a obra, embora tenha sido publicada originalmente no
ano de 1563, reputa-se atual e evidenciada nas formas de governo atuais, incluindo-
se o Brasil.
REFERÊNCIAS

(1574) Discurso da servidão voluntária – São Paulo: Brasiliense, 1982 LACAN, J.


(1960) Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano in:
Escritos- Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

PEREIRA, Laura. Impostos: Brasil é o 2º país que mais tributa empresas; confira o
ranking. MoneyTimes, 08/06/2023. Disponível em:
https://www.moneytimes.com.br/impostos-brasil-e-o-2o-pais-que-mais-tributa-
empresas-confira-o-ranking/>. Acesso em: 13 de setembro de 2023.

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