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PARTE I
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Natureza, titularidade e limites de um fenômeno que não pertence ao mundo do direito positivo!
PARTE II
DA NATUREZA DO PODER CONSTITUINTE
2. A resposta a questão quem faz a lei? É simples: o legislador, que integra o Parlamento, que por sua
vez exerce a função legislativa, que ao lado do executivo e judiciário compondo o Estado, que por sua
vez foi criado pela Constituição. Então temos:
Constituição: cria o Estado-Função Legislativa (que faz a lei) -a qual toda a sociedade está compelida a
estrita observância.
cria a ordem jurídica- onde a lei vigorará, produzindo seus efeitos.
2.1. A explicação desse fenômeno de cunho político-social tem base teológica e jusnaturalista.
2.4.1. Fundo teológico: Tal qual a figura de Deus é desvinculada de qualquer antecedência, o poder
constituinte originário não se vincula a normas jurídicas anteriores. Tal qual Deus é onipotente, idem
quanto ao constituinte originário, pois é capaz de criar do nada e dispor de tudo. Deus se funda em si, o
poder constituinte não necessita de algo que lhe seja anterior, posto que originário. Por fim, tal qual Deus
é absoluto, o poder constituinte originário é um poder absoluto, existindo para limitar o poder absoluto,
através da constituição.
2.4.2. Fundo jusnaturalista: defende que há diretrizes que são anteriores e superiores a organização
do Estado, fruto de um poder divino/natureza. A teoria que explica a existência do poder constituinte se
ancora no a mesma linha. É dizer, o poder constituinte antecede e é superior ao poder constituído e a
ordem jurídica posta, pois trata-se de um fenômeno.
PARTE III
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
3. “O povo, titular do poder constituinte originário, apresenta-se não apenas como conjunto de
pessoas vinculadas por sua origem étnica ou pela cultura comum, mas além disso, ‘como um
grupo de homens que se delimita e se reúne politicamente, que é consciente de si mesmo como
magnitude política e que entra na história atuando como tal’. (Gilmar Mendes, Curso de Direito
Constitucional).
3.1. “ É a expressão da vontade política da nação” (Rousseau).
PARTE IV
LIMITES A ATUAÇÃO DO PODER CONSTITUINTE
4.3. Muitas vezes o poder externo que convocou o constituinte originário estabelece condições para a
confirmação da nova Constituição e posterior vigência.
Podendo ser referendum popular (hipótese não aventada por Sieyès, pois para ele a nação sendo
soberana, se manifestando através de seus representantes, cabe a eles a palavra final),
Ratificação pelas assembleias estaduais – como ocorreu nos EUA em 1787, só entrando em vitor após a
ratificação de pelo menos 2/3 das convenções estaduais.
4.4. Se a teoria que explica o constituinte originário se assenta na sua legitimidade democrática, não há
como imaginá-lo como algo ilimitado, livre da ideia de justiça (que diferencia o direito do ‘não direito’, ‘ a
extrema injustiça não é direito” (Gustav Radbruch-1.878/1.949) e do Direito que traz em si.
4.5.Na atual quadra da humanidade, o constituinte originário além dos próprios limites impostos por
quem o convoca, não pode desprezar (sob pena de perder sua legitimidade) nos valores éticos, culturais,
religiosos, igualdade e de liberdade daquele povo.
4.6. Outro limite externo imposto pela consciência internacional é o respeito aos direitos humanos,
notadamente a Declaração Universal da ONU pós 2ª guerra. Tais direitos funcionam como ‘patamar
mínimo” a ser observado no momento da feitura de uma constituição.