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CONSTITUIÇÃO
25/03
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Direito Constitucional
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
PREÂMBULO
Segundo o STF, o preâmbulo não possui força normativa constitucional, logo, não pode
ser utilizado como parâmetro de Controle de Constitucionalidade.
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Princípios Fundamentais
A Forma de Estado adotada no Brasil é a Federativa. A Forma de Estado reflete o modo
de exercício do poder político em função do território. A Federação caracteriza-se por:
• Forma composta ou complexa.
• Pluralidade de poderes políticos internos.
• Pluralidade de Constituições.
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• Autonomia política de cada estado.
• Impossibilidade de secessão.
• Existência de uma Constituição Federal.
• A soberania pertence ao Estado Federal.
• Repartição de competências.
• Participação dos Estados-membros na formação da vontade nacional.
• Existência de um Guardião da Constituição Federal (STF).
• Federalismo tricotômico, centrífugo e por desagregação.
• Clausula pétrea (art. 60, § 4º, CF).
A Forma de Governo adotada no Brasil é a Republicana. A Forma de Governo reflete o
modo de aquisição e exercício do poder político, mede a relação entre o governante e o
governado. O Republicanismo caracteriza-se por:
• Etimologia: “rés pública” (coisa pública).
• Administração da coisa pública em prol da coletividade.
• Temporariedade do exercício do poder.
• Responsabilidade.
• Poder do povo.
• Princípio sensível (art. 34, VII, a, CF).
O Sistema de Governo adotado no Brasil é Presidencialista. O sistema de governo rege
a relação entre o Poder Executivo e o Legislativo medindo o grau de dependência entre
eles. O Presidencialismo caracteriza-se por: O Presidente é o Chefe de Estado, Chefe
de Governo e Chefe da Administração Pública; o presidente é eleito pelo povo direta
ou indiretamente; mandato certo; prevalece a separação entre o Poder Legislativo e
Executivo, independentes e harmônicos entre si.
O Regime de Governo adotado no Brasil é o Democrático. Caracteriza-se por ser: um
Estado Democrático de Direito, estado da social democracia, dignidade da pessoa
humana. Governo do povo, pelo povo e para o povo (soberania popular). Democracia
brasileira: semi-direta ou participativa. Princípio sensível (art. 34, VII, a, CF) .
I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
a) Executivo
• Função típica – governar, administrar, executar.
• Função atípica – legislar e julgar.
b) Legislativo
• Função típica – edição de normas gerais, inovação do ordenamento jurídico,
fiscalização contábil e financeira.
• Função atípica – administrar e julgar.
c) Judiciário
• Função típica – jurisdicional, aplicar o direito ao caso concreto.
• Função atípica – administrar e legislar.
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IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
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CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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4. Igualdade
•• Principio da igualdade ou isonomia
a) Igualdade formal – todos são iguais perante a lei, igualdade jurídica
b) Igualdade material – igualdade efetiva, substancial: “tratar os iguais com igualdade
e os desiguais com desigualdade, na medida das suas desigualdades”
•• Ações afirmativas ou discriminações positivas
5. Segurança
•• Segurança jurídica
•• Tranquilidade para exercer os direitos fundamentais
•• Estabilidade nas relações jurídicas
•• Garantias constitucionais
6. Propriedade
•• É o direito de usar, gozar, dispor e reivindicar os seus bens
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
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Liberdade de consciência e crença religiosa (VI – VIII)
•• Decorre do fundamento constitucional de Pluralismo Político
•• O Brasil não possui religião oficial
•• No Brasil a relação entre o Estado e a igreja é uma relação de separação, logo, ele
é reconhecido como Estado Laico, Leigo ou não – confessional
•• Todas as manifestações religiosas possuem proteção constitucional desde que
compatíveis com todo o ordenamento jurídico
•• O inciso VIII fala da chamada Escusa de consciência (imperativo ou objeção de
consciência). Ocorre quando um indivíduo deixa de fazer algo em virtude da sua
crença. Quando não quiser cumprir uma obrigação imposta a todos, ele deverá
cumprir uma prestação alternativa fixada em lei. Caso não cumpra nenhuma das
duas, ocorrerão restrições nos seus direitos políticos.
Liberdade de expressão
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
Inviolabilidade domiciliar
1. Exceções a inviolabilidade da casa:
Qualquer hora: flagrante delito, desastre ou para prestar socorro
Durante o dia: determinação judicial
2. Casa: local delimitado e separado, não aberto ao público, ocupado com exclusivida-
de a qualquer título. Para o STF, o conceito de casa pode ser ampliado (escritório profis-
sional, quarto de hotel, oficina mecânica, garagem, trailer, barco)
3. Dia:
•• 06:00 às 18:00 (regra adotada nas provas)
•• Aurora ao Crepúsculo
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Liberdade de informação
Liberdade de locomoção
•• Direito de ir, vir e ficar
•• Durante o Estado de Defesa e Estado de Sítio a liberdade de locomoção poderá
sofrer restrições
•• Restrições ilegais e com abuso de poder, pode-se utilizar o Habeas Corpus para se
proteger
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Liberdade de Reunião
1. Requisitos para exercer o direito de reunião:
•• Pacifica
•• Sem armas
•• Locais abertos ao público
•• NÃO precisa de autorização X PRECISA de prévio aviso
•• Não frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local
2. Limitação ao direito de reunião
Estado de Defesa: restrição
Estado de Sítio: suspensão
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
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XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
Requisição administrativa
•• Autoexecutável
•• Indenização ulterior só se houver dano
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XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Bem de família
•• Pequena propriedade rural
•• Trabalhada pela família
•• Protegida contra penhora para pagamentos de débitos decorrentes da atividade
produtiva
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos
Propriedade industrial
•• Lei 9.279/96
•• O direito do autor é temporário
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Direito de herança
Bens de estrangeiros situados no Brasil serão regulados pela lei mais favorável aos
herdeiros podendo ser a estrangeira ou brasileira
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
Liberdade de informação
•• Não é um direito absoluto: possibilidade de restrição por meio de sigilo quando for
necessário à segurança da sociedade ou do Estado.
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XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Tribunal do Júri
•• Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece
sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela
constituição estadual.
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
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Principio da anterioridade
Principio da irretroatividade
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Insuscetíveis de
Imprescritíveis Inafiançáveis
graça e anistia
•• Racismo
•• Ação de grupos armados •• Terrorismo
•• Racismo •• Terrorismo •• Tráfico de drogas
•• Ação de grupos armados •• Tráfico de drogas •• Tortura
•• Tortura •• Crimes hediondos
•• Crimes hediondos
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b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
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L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, prati-
cado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecen-
tes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
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Principio do contraditório e ampla defesa
•• Processo judicial ou administrativo
•• Inquérito policial, sindicâncias, inquéritos civis e demais investigações: não é ne-
cessário
•• Contraditório: direito de se opor, debater, contraditar, direito a informação e a se
manifestar no processo
•• Ampla defesa: trazer ao processo todos os meios de defesa permitidos no direito
•• SV nº 3 – Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou re-
vogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a aprecia-
ção da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
•• SV nº 5 – A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disci-
plinar não ofende a Constituição.
•• SV nº 14 – É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório re-
alizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercí-
cio do direito de defesa.
•• SV nº 21 – É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
•• SV nº 28 – É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de ad-
missibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.
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LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
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Direito ao silêncio
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interroga-
tório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisó-
ria, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntá-
rio e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Sumula Vinculante STF nº 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que
seja a modalidade do depósito
Habeas Corpus
•• Gratuito
•• Ação constitucional penal
•• Cessar violência à liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder
•• Espécies:
Repressivo ou liberatório – Violência produzida
Preventivo – Ameaça, antes de ocorrer a violência (salvo-conduto)
•• Partes:
Impetrante
Paciente
Autoridade coatora
•• Legitimidade ativa universal, nacional ou estrangeiro, Independente da capacidade
civil, idade ou estado mental, pessoa física ou jurídica
•• Em benefício próprio ou de terceiros
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Direito Constitucional
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não ampara-
do por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcio-
namento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
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•• Legitimidade ativa: qualquer pessoa física ou jurídica
•• Legitimidade passiva: autoridade coatora. Autoridade com poder de decisão para
anular o ato. Pode ser autoridade pública ou privada;
•• Repressivo ou preventivo
•• Prazo: 120 dias a partir da ciência do ato a ser impugnado (decadencial)
•• Cabe MS contra diretor de estabelecimento particular de ensino
2. MS Coletivo
•• Objeto: preservação de interesses transindividuais
•• Legitimidade ativa:
a) Partido político
Representação no CN
A Lei 12.016/09 limitou a atuação aos fins partidários ou de seus membros
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulam entadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Mandado de injunção
•• Ação constitucional Civil
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Direito Constitucional
•• Requisitos:
Norma constitucional de eficácia limitada
Falta de norma regulamentadora tornando impossível o exercícios de direitos
•• Objetivo: curar a inefetividade das normas constitucionais
•• Legitimidade ativa: qualquer pessoa
•• Legitimidade passiva: pessoa estatal com competência de regulamentar as normas
constitucionais
•• Teoria concretista: o STF concretiza o direito no caso concreto, com efeito erga
omnes ou inter partes, até que sobrevenha norma integrativa pelo poder legislativo
•• É possível mandado de injunção coletivo nos termos do mandado de segurança
coletivo
•• Em 2016 entrou em vigor a primeira lei que regulamenta o Mandado de Injunção
(Lei 13.300/16). Dentre as mudanças mais relevantes para sua prova podemos
citar:
•• Ampliação do rol de legitimados para impetração do mandado de injunção
coletivo com a inclusão do Ministério Público e da Defensoria Pública além dos
legitimados para impetrar o Mandado de Segurança coletivo (Partido Político com
representação no Congresso Nacional, Organização Sindical, entidade de classe e
associação legalmente constituída e em funcionamento há um ano.
•• Outra mudança relevante é que o efeito do MI passa a ser em regra inter partes
podendo ter efeito erga omnes no caso de necessidade para efetivação do direito.
Habeas Data
•• Gratuito
•• Ação constitucional civil
•• Lei 9.507/97 – Rito processual sumário
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•• Assegura conhecimento, retificação, complementação ou explicação de informa-
ções e Anotação nos assentamentos funcionais
•• Banco de dados de repartições públicas ou privadas acessíveis ao público
•• Informações de interesse particular relativos a pessoa do impetrante (personalís-
sima)
•• Legitimidade ativa: PF, PJ, brasileiro ou estrangeiro
•• Não é absoluto: sigilo indispensável a segurança do Estado ou da sociedade.
•• Requisito: petição administrativa recusada (Súmula 2 STJ)
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Ação popular
•• Ação processual civil
•• Preventiva e repressiva
•• Legitimidade ativa: pessoa física detentora dos direitos políticos (cidadão)
•• Defesa de interesse coletivo contra ato lesivo ao: Patrimônio público ou de entidade
de que o Estado participe, moralidade administrativa, meio ambiente, patrimônio
histórico e cultural
•• Lei 4.717/65
•• Meio direto de exercício da democracia
•• Isento de custas ou ônus da sucumbência, salvo má fé
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufici-
ência de recursos;
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Direito Constitucional
•• Defensorias Públicas
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
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•• Contida (redutível ou restringível) – norma auto-aplicável com aplicabilidade dire-
ta, imediata, não-integral
•• Limitada – norma não auto-aplicável, com aplicabilidade indireta, mediata, redu-
zida
De princípio institutivo ou organizativo
De princípio programático
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
festado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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Direito Constitucional
Introdução
Nesta aula vamos dar uma olhada nos direitos sociais, espécie de direito fundamental de 2ª ge-
ração, que tem como característica a interferência estatal na sociedade através de prestações
financeiras. Daremos ênfase ao texto constitucional, doutrina e a jurisprudência que certamen-
te serão trabalhadas em sua prova.
Estudaremos nessa aula alguns institutos jurídicos aplicáveis aos direitos sociais como os Prin-
cípios da Reserva do Possível e do Mínimo Existencial bem como o da Proibição do Retrocesso.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
Rol exemplificativo
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
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Súmula Vinculante STF nº 16: “Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da
Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público”.
Súmula Vinculante STF nº 6: “Não viola a Constituição o estabelecimento de remune-
ração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.”
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Direito Constitucional
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
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Direitos Sociais dos Trabalhadores
Tanto os trabalhadores domésticos quanto os servidores públicos não tiveram ga-
rantidos todos os direitos sociais previstos no artigo 7º. Os trabalhadores domésticos
possuem apenas os previstos no parágrafo único do artigo acima, os quais estão di-
vididos em dois grupos: os que são autoaplicáveis e os que possuem aplicabilidade
reduzida.
São autoaplicáveis:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódi-
cos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remunera-
ção variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da apo-
sentadoria;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e qua-
tro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por
cento à do normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei;
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Direito Constitucional
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
XXIV – aposentadoria;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admis-
são por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admis-
são do trabalhador portador de deficiência;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;
Possuem aplicação reduzida:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Segundo o artigo 39, § 3º da CF, aplicam-se aos servidores ocupantes de cargo públi-
co o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza
do cargo o exigir, os quais são:
IV – salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódi-
cos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remunera-
ção variável;
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VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da apo-
sentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e qua-
tro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
cento à do normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admis-
são por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
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Direito Constitucional
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
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Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
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Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
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CONCEITOS INICIAIS
FORMA DE GOVERNO: Entende-se por forma de governo (ou sistema político) o conjunto de
instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder
sobre a sociedade.
Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exer-
cício, inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) e os demais mem-
bros da sociedade (os administrados).
A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida com a forma de Estado
nem com seu sistema de governo.
Se a forma de governo for caracterizada pela eletividade e pela temporariedade dos mandatos
do Chefe do Executivo, teremos a República; caso estejamos diante de um governo caracteriza-
do por sua hereditariedade e vitaliciedade, teremos a Monarquia.
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FORMAS DE ESTADO: A forma de Estado é maneira pela qual o Estado organiza sua população e
seu território e estrutura o seu poder relativamente a outros de igual espécie, que a ele ficarão
coordenados ou subordinados.
A posição recíproca em que se encontram os elementos do Estado (povo, território e poder po-
lítico) caracteriza a forma de Estado (Unitário, Federado ou Confederado).
De acordo com a classificação doutrinária, existem três formas de Estado, quais sejam o Estado
Federal, o Estado Unitário e o Estado Confederado, o Brasil adotou a forma de Estado Fede-
rado, e, por essa razão, iremos aprofundar os nossos estudos nesta modalidade, traçando um
paralelo com as outras formas.
Estado Unitário
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Para recusar o poder exercido pela Inglaterra sobre as colônias norte-americanas, os colonos
passaram a questionar a origem da soberania. Na concepção dos ingleses, a soberania perten-
cia ao Estado Inglês e as únicas limitações a ela seriam determinadas por critérios do próprio
soberano. Em contrapartida, os colonos defendiam que a soberania possuía origem na popula-
ção e seria exercida pelo Estado nos limites do poder que lhe foi delegado.
A partir desse embate, foi declarada a independência das Colônias Americanas, em 1776. Elas
passaram a enfrentar o desafio de elaborar um novo regime constitucional para dar lugar ao
espaço antes preenchido pela Lei Britânica.
Em 1777, foi Estabelecido O Pacto Confederativo, que criava um Estado Confederado, uma
unidade frágil entre os Estados autônomos norte-americanos para fazer frente à Europa.
Em 1787, enfraquecidos pela forma de estado adotada, pois a liberdade trazia sérias consequ-
ências, doze delegados dos Estados Norte Americanos reuniram-se na Convenção de Filadélfia
para repensar o arranjo confederativo.
Percebam o tamanho do problema!!
Haviam treze estados independentes, autônomos e livres, que, em tese, pelo pacto confede-
rativo, precisavam se unir para fazer frente a Europa. Contudo, na hora de enviar soldados,
mantimentos, verbas, etc., para a Confederação, os estados simplesmente não mandavam, sob
o argumento de que eram livres e independentes e não precisavam mandar se não quisessem,
ou seja, a confederação tinha fracassado pela ausência de poder centralizador capaz de manter
uma unidade entre os Estados.
Assim, dessa reunião na Filadélfia, com duas formas de Estado fracassadas na mão, os doze dele-
gados abriram mão de suas liberdades e deram origem ao primeiro Estado Federado (detentor de
soberania e composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio).
Ou seja, a Constituição Federativa Americana nasceu de Estado que eram livres e se torna-
ram únicos – movimento que pode cair na prova com a denominação “centrípeta” de fora para
dentro.) PERCEBAM QUE ESTAVA FALANDO DOS ESTADOS UNIDOS!!! No Brasil, tínhamos um
Estado Unitário e esse bloco se difundiu e criou estados autônomos, ou seja, foi o contrário dos
EUA, por isso, a nomenclatura é “centrífuga”.
Principais Diferenças
FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
Estados Autônomos Estados Soberanos
Constituição Federal Tratado internacional
Vedado direito de secessão Autorizado direito de secessão
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Geralmente a confederação é governada por uma Assembleia dos Estados Confederados, que
têm direitos e deveres idênticos. A confederação tem personalidade jurídica, mas a sua capa-
cidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a Confederação costuma ser uma
fase de um processo que leva à Federação, como nos casos dos Estados Unidos e da Suíça.
Entes Federados
A Constituição Federal (CF) prevê a existência de quatro entes federativos, que são a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos eles autônomos e com auto-organização, au-
togoverno, auto-administração.
É importante ressaltar que autonomia não se confunde com soberania. O termo soberania
que a Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamento da República Federativa do
Brasil irá se manifestar apenas na pessoa da República Federativa do Brasil, entendida como
um grande bloco, no qual está a união de todos os entes internos, representando todo o povo
brasileiro, que é o verdadeiro titular da soberania.
O ente federativo "União" não possui soberania, apenas autonomia, tal como os Estados, O
Distrito Federal e os Municípios. A República Federativa do Brasil é a única soberana e que se
manifesta internacionalmente como pessoa jurídica de direito internacional. Assim, embora a
União (e somente a União) possa representar o Brasil externamente, lá fora ninguém sabe que
não está "tratando com a União, mas sim com a República Federativa do Brasil. Somente esta
(República Federativa do Brasil) é que é pessoa jurídica de direito público externo.
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VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS
O art. 19 contém vedações gerais dirigidas à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios. visam o equilíbrio federativo. A vedação de criar distinções entre brasileiros coliga-se com
o princípio da igualdade. A paridade federativa encontra apoio na vedação de criar preferência
entre os Estados.
BASE LEGAL
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DA UNIÃO
União é o ente que se relaciona INTERNAMENTE, é uma pessoa jurídica de direito público
interno (CC art. 41,I), formada pela reunião das partes componentes.
Iniciamos o nosso estudo da União apresentando os bens da União, que estão indicados no Art.
20 da CF, onde, dentre outros, estão incluídos os recursos minerais, inclusive os do subsolo, e os
potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII a X CF). Após inúmeras demandas, decidiu-se que é
assegurada a participação dos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da Administração
Direta da União no produto dessa exploração ou compensação financeira.
BENS DA UNIÃO
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“Ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art.26, II”:
O art. 10, § 3º , da Lei nº 7.661/88 conceitua praia como sendo a área coberta e descoberta
periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subsequente de material detrítico, tal como
areias, cascalhos, seixos e pedregulhos até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em
sua ausência, onde comece outro ecossistema.
O caput do dispositivo supracitado, combinado com o art. 225 da Constituição Federal, classifica
as praias marítimas como bens de uso comum do povo e, por fazerem parte da zona costeira,
também são consideradas patrimônio nacional. Igualmente, cumpre ressaltar que as praias
marítimas sempre estão situadas em terrenos de marinha e, por consequência, pertencem à
União, conforme disposto no art. 20, inciso VII, da Constituição Federal.
Já as ilhas costeiras resultam do relevo continental ou da plataforma submarina e as ilhas
oceânicas encontram-se afastadas da costa e nada têm a ver com o relevo continental ou com
a plataforma submarina.
Como se não bastasse, ao utilizar o termo “terceiros”, o legislador constitucional ainda deixou clara
a possibilidade de apropriação das ilhas oceânicas ou costeiras por pessoas de direito privado,
advertindo-se, entretanto, que tal apropriação privada não inclui o mar e as praias que as contornam,
pois estes são bens públicos de uso comum do povo, nos termos do próprio Código Civil.
“Recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva”:
O art. 11 da Lei Federal nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993, conceitua a plataforma continental
como o leito e o subsolo das áreas submarinas, que se estendem além do seu mar territorial,
em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior
da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base,
a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da
margem continental não atinja essa distância.
“Do mar territorial”:
O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas
a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, como indicada nas
cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil (art. 1º da Lei Federal nº
8.617, de 04 de janeiro de 1993), sendo que a soberania do Brasil estende-se ao leito, subsolo
e espaço aéreo subjacente ao mar territorial.
Trata-se de bem de uso comum do povo sob o domínio da União e também abrange as
chamadas águas interiores salgadas das reentrâncias do litoral como baías e enseadas.
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COMPETÊNCIAS
Repartição de competências é a técnica que a Constituição utiliza para partilhar entre os entes
federados as diferentes atividades do Estado Federal.
Tal repartição é o ponto nuclear do Estado Federado, visto que a autonomia dos entes
federativos pressupõe a existência de competências que lhes são atribuídas como próprias
diretamente pela CF.
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Direito Constitucional
Então existem dois tipos de competência suplementar. Portanto, ela é um gênero que apresenta
duas espécies: a suplementar-complementar e a suplementar-supletiva. Isto é:
Se a União edita normas gerais (exercendo o interesse nacional), os Estados e o DF irão suple-
mentar de forma complementar essas normas da União para atender às suas peculiaridades
regionais. Porém, se a União não edita as normas gerais (como já explicitado), os Estados e o
DF irão exercer competência legislativa plena intitulada competência suplementar supletiva.
Obviamente devemos registrar que eles irão editar toda a normatividade, pois não há como
editarem só a complementação. Não há como complementar o que não existe!
A legislação do Estado ou DF então irá ter validade apenas no âmbito do Estado ou no âmbito
do DF.
Ainda temos que acrescentar que, se existir, por parte dos Estados e do DF, o exercício da com-
petência suplementar supletiva e posteriormente a União vier a editar normas gerais (que
eram até então inexistentes!), essas irão suspender as normas estaduais ou distritais no que
lhes forem contrárias. Esse, aliás, é o teor do art. 24, § 4º da CR/88 que preleciona que a super-
veniência de Lei Federal sobre normas gerais suspende a eficácia da Lei Estadual, no que lhe for
contrário.
Por que se trata de suspensão e não de revogação? Como salientado na omissão de normas
gerais da União, os Estados-membros exercem competência legislativa plena. Ou seja, eles edi-
tam toda a normatividade (normas gerais e suplementares) visto que não tem como eles ape-
nas suplementarem na medida em que não há como suplementar o que não existe! No entan-
to, a União pode resolver editar as normas gerais (inexistentes). Com isso, essas suspendem
as normas estaduais que lhes forem contrárias. Porém, pode acontecer o seguinte: a União
posteriormente poderá editar outras normas gerais que, obviamente, irão revogar as primeiras
normas gerais por ela (União) editadas.
Nesse contexto, pode ocorrer de as novas normas gerais editadas pela União não mais contra-
riarem as normas editadas pelos Estados ou DF que estavam suspensas, então, temos que: se a
segunda norma geral editada pela União não contrariar aquelas normas editadas pelos Estados
ou DF (que estavam suspensas!), elas vão voltar a vigorar.
A CF enumera os poderes da União (art. 21 e 22), dos Estados (Art. 25 §1º) e dos Municípios (art.
30), combinando possibilidades de delegação. A competência material pode ser exclusiva (art. 21)
e comum (art. 23). A competência legislativa pode ser privativa (art. 22) e concorrente (art. 24).
No tocante às competências, podemos elaborar o seguinte quadro esquemático:
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BASE LEGAL
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radioisótopos de meia-vida igual ou inferior XVI – organização do sistema nacional de
a duas horas; emprego e condições para o exercício de
profissões;
d) a responsabilidade civil por danos nucle-
ares independe da existência de culpa; XVII – organização judiciária, do Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios
XXIV – organizar, manter e executar a inspe- e da Defensoria Pública dos Territórios, bem
ção do trabalho; como organização administrativa destes;
XXV – estabelecer as áreas e as condições XVIII – sistema estatístico, sistema cartográ-
para o exercício da atividade de garimpa- fico e de geologia nacionais;
gem, em forma associativa.
XIX – sistemas de poupança, captação e ga-
Art. 22. Compete privativamente à União legis- rantia da poupança popular;
lar sobre:
XX – sistemas de consórcios e sorteios;
I – direito civil, comercial, penal, processu-
al, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, XXI – normas gerais de organização, efeti-
espacial e do trabalho; vos, material bélico, garantias, convocação
e mobilização das polícias militares e corpos
II – desapropriação; de bombeiros militares;
III – requisições civis e militares, em caso de XXII – competência da polícia federal e das
iminente perigo e em tempo de guerra; polícias rodoviária e ferroviária federais;
IV – águas, energia, informática, telecomu- XXIII – seguridade social;
nicações e radiodifusão;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacio-
V – serviço postal; nal;
VI – sistema monetário e de medidas, títu- XXV – registros públicos;
los e garantias dos metais;
XXVI – atividades nucleares de qualquer na-
VII – política de crédito, câmbio, seguros e tureza;
transferência de valores;
XXVII – normas gerais de licitação e contra-
VIII – comércio exterior e interestadual; tação, em todas as modalidades, para as ad-
IX – diretrizes da política nacional de trans- ministrações públicas diretas, autárquicas e
portes; fundacionais da União, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios, obedecido o disposto no
X – regime dos portos, navegação lacustre, art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; sociedades de economia mista, nos termos
do art. 173, § 1º, III;
XI – trânsito e transporte;
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespa-
XII – jazidas, minas, outros recursos mine-
cial, defesa marítima, defesa civil e mobili-
rais e metalurgia;
zação nacional;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturaliza-
XXIX – propaganda comercial.
ção;
Parágrafo único. Lei complementar poderá
XIV – populações indígenas;
autorizar os Estados a legislar sobre ques-
XV – emigração e imigração, entrada, extra- tões específicas das matérias relacionadas
dição e expulsão de estrangeiros; neste artigo.
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§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a
competência da União limitar-se-á a estabe-
lecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar
sobre normas gerais não exclui a competên-
cia suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas
gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas pecu-
liaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre
normas gerais suspende a eficácia da lei es-
tadual, no que lhe for contrário.
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Estados Membros
Os Estados Federados têm autonomia político-administrativa frente aos demais entes federati-
vos, regendo-se por suas próprias constituições, ressalvando-se o que estiver vedado na Cons-
tituição Federal. Os Estados não podem se contrapor àquilo reservado à competência de outro
ente, sob pena de intervenção.
Os Estados Membros, nos termos do Art. 25, organizam-se e regem-se por sua própria consti-
tuição, observados os princípios da Constituição Federal.
Sobre os bens do Estado, dispõe o Art. 26 quais pertencem aos Estados, que, por óbvio, são
aqueles que não pertencem à União.
É importante frisar que os Estados detém algumas competências que lhes são exclusivas, tais
como explorar serviço de gás canalizado, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urba-
nas e microrregiões.
Ademais, devemos ressaltar a importância dos Estados na divisão de competências, exercendo
esse a chamada competência RESIDUAL, ou seja, “São reservadas aos Estados as competências
que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”.
No tocante ao Poder Legislativo Estadual – Assembleia Legislativa, a Constituição Federal regula
a quantidade de integrantes da Assembleia Legislativa, Para auxiliar nos estudos, elaboramos o
seguinte quadro:
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BASE LEGAL
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DOS MUNICÍPIOS (ART. 29 a 31)
Municípios
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BASE LEGAL
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g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municí- q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos
pios de mais de 160.000 (cento e sessenta Municípios de mais de 1.800.000 (um mi-
mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos lhão e oitocentos mil) habitantes e de até
mil) habitantes; 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Muni-
cípios de mais de 300.000 (trezentos mil) r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Mu-
habitantes e de até 450.000 (quatrocentos nicípios de mais de 2.400.000 (dois milhões
e cinquenta mil) habitantes; e quatrocentos mil) habitantes e de até
3.000.000 (três milhões) de habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Muni-
cípios de mais de 450.000 (quatrocentos e s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos
cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 Municípios de mais de 3.000.000 (três mi-
(seiscentos mil) habitantes; lhões) de habitantes e de até 4.000.000
(quatro milhões) de habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Muni- t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos
cípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) Municípios de mais de 4.000.000 (quatro
habitantes e de até 750.000 (setecentos milhões) de habitantes e de até 5.000.000
cinquenta mil) habitantes; (cinco milhões) de habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Mu- u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos
nicípios de mais de 750.000 (setecentos e Municípios de mais de 5.000.000 (cinco
cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 milhões) de habitantes e de até 6.000.000
(novecentos mil) habitantes; (seis milhões) de habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municí- v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Mu-
pios de mais de 900.000 (novecentos mil) nicípios de mais de 6.000.000 (seis milhões)
habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi-
cinquenta mil) habitantes; lhões) de habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municí- w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos
pios de mais de 1.050.000 (um milhão e cin- Municípios de mais de 7.000.000 (sete mi-
quenta mil) habitantes e de até 1.200.000 lhões) de habitantes e de até 8.000.000
(um milhão e duzentos mil) habitantes; (oito milhões) de habitantes; e
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VII – o total da despesa com a remuneração III – 5% (cinco por cento) para Municípios
dos Vereadores não poderá ultrapassar o com população entre 300.001 (trezentos
montante de cinco por cento da receita do mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habi-
Município; tantes;
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos
suas opiniões, palavras e votos no exercício por cento) para Municípios com popula-
do mandato e na circunscrição do Municí- ção entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
pio; 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
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§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais VIII – promover, no que couber, adequado
de setenta por cento de sua receita com fo- ordenamento territorial, mediante planeja-
lha de pagamento, incluído o gasto com o mento e controle do uso, do parcelamento e
subsídio de seus Vereadores. da ocupação do solo urbano;
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do IX – promover a proteção do patrimônio his-
Prefeito Municipal: tórico-cultural local, observada a legislação
e a ação fiscalizadora federal e estadual.
I – efetuar repasse que supere os limites de-
finidos neste artigo; Art. 31. A fiscalização do Município será exerci-
da pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
II – não enviar o repasse até o dia vinte de controle externo, e pelos sistemas de controle
cada mês; ou interno do Poder Executivo Municipal, na forma
III – enviá-lo a menor em relação à propor- da lei.
ção fixada na Lei Orçamentária. § 1º O controle externo da Câmara Munici-
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do pal será exercido com o auxílio dos Tribunais
Presidente da Câmara Municipal o desres- de Contas dos Estados ou do Município ou
peito ao § 1º deste artigo. dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.
Art. 30. Compete aos Municípios:
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão
I – legislar sobre assuntos de interesse local; competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de pre-
II – suplementar a legislação federal e a es-
valecer por decisão de dois terços dos mem-
tadual no que couber;
bros da Câmara Municipal.
III – instituir e arrecadar os tributos de sua
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, du-
competência, bem como aplicar suas ren-
rante sessenta dias, anualmente, à disposi-
das, sem prejuízo da obrigatoriedade de
ção de qualquer contribuinte, para exame e
prestar contas e publicar balancetes nos
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
prazos fixados em lei;
legitimidade, nos termos da lei.
IV – criar, organizar e suprimir distritos, ob-
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conse-
servada a legislação estadual;
lhos ou órgãos de Contas Municipais.
V – organizar e prestar, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, os ser-
viços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter es-
sencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do Estado, programas
de educação infantil e de ensino fundamen-
tal;
VII – prestar, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
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Conceituada como uma unidade federativa atípica, o Distrito Federal (DF) é a sede do Governo
Federal. Possui autonomia idêntica aos outros entes federados. É organizado por Lei Orgânica.
Merecem destaque alguns pontos sobre o DF:
•• O DF é a capital da República.
•• É vedada sua divisão em Municípios.
•• Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios, ou seja, tanto as competências concorrentes que aparecem no Art. 24 da CF
quanto aquelas de interesse local (art. 30, I CF) são atribuídas ao DF.
•• Tem o Poder Judiciário e o Ministério Público mantidos pela União.
•• A União legisla sobre organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal.
BASE LEGAL
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§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em
Municípios, aos quais se aplicará, no que
couber, o disposto no Capítulo IV deste Tí-
tulo.
§ 2º As contas do Governo do Território
serão submetidas ao Congresso Nacional,
com parecer prévio do Tribunal de Contas
da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de
cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição, ha-
verá órgãos judiciários de primeira e se-
gunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a
lei disporá sobre as eleições para a Câmara
Territorial e sua competência deliberativa.
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