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JURÍDICAS
DEPARTAMENTO DE DIREITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS
PONTA GROSSA
2024
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PONTA GROSSA
2024
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo discorrer acerca dos princípios penais constitucionais
do contraditório e da ampla defesa, trazendo seus conceitos, a fundamentação legal dentro do
ordenamento jurídico brasileiro, sua aplicabilidade no código de processo penal, bem como
abordará uso de tais princípios em decisões do Superior Tribunal de Justiça, objetivando
demonstrar sua importância para a garantia da isonomia no processo penal.
ABSTRACT
The present work aims to discuss the constitutional criminal principles of adversarial and broad
defense, bringing its concepts, the legal basis within the Brazilian legal system, its applicability
in the code of criminal procedure, as well as addressing the use of such principles in decisions
of the Superior Court of Justice, aiming to demonstrate its importance in guaranteeing equality
in criminal proceedings.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................6
2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO…………………...................................................7
STJ .........................................................................................................................................9
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................11
REFERÊNCIAS....................................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO
Esses dois princípios estão interligados, uma vez que proporcionam oportunidades equitativas
de participação para os envolvidos no processo, permitindo que apresentem suas alegações conforme
seus interesses. Tais apontamentos representam as funções assumidas pelos princípios descritos: a
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garantia de participação e a possibilidade dos litigantes em produzirem as provas e a se pronunciarem
a respeito dos resultados.
2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Segundo Aury Lopes Jr. (2022, p.50) “O contraditório é visto em duas dimensões
(informazione e reazione), como direito à informação e reação (igualdade de tratamento e
oportunidades).”
No processo penal, após a apresentação inicial da acusação, seja ela de natureza pública ou
privada, é concedido à parte acusada o direito de contestar as alegações que a incriminam,
utilizando todos os meios de prova lícitos permitidos. O autor da ação, via de regra, é quem tem
o dever de provar as alegações feitas, para que sejam devidamente contestadas. O réu, por sua
vez, tem o direito de responder às alegações apresentadas contra si para que enfim o Estado,
personificado na figura do magistrado, resolva a controvérsia, sendo ele o guardião da
jurisdição. A inobservância do princípio do contraditório, nesse sentido, prejudica a relação
triangular fundamentalmente ligada ao desenvolvimento do processo.
De acordo com o autor, a defesa pode ser técnica, quando exercida por advogado
habilitado, garantindo paridades de armas diante da acusação, e a autodefesa é realizada pelo
próprio acusado por meio do direito de audiência e do direito de presença. Quando existente a
defesa técnica, as partes têm direito a produzir provas que digam respeito à causa. Desta forma,
se o juiz rejeita a produção de uma prova essencial ao andamento do processo e à apuração da
ocorrência, aí ocorre a violação ao exercício do direito à Ampla Defesa
Contudo, Bonfim explica que a decisão do juiz de indeferir uma prova não constitui
violação à ampla defesa:
Por fim, a amplitude recursal diz respeito ao direito das partes de contestar as decisões
judiciais por obscuridade (quando não estão claras) ou simplesmente por discordarem delas. As
partes podem recorrer de decisões interlocutórias (simples ou mistas) por meio do agravo de
V) - Ampla defesa e contraditório (arts. 201, 381, III, 400, 564, IV, do
CPP) O Tribunal de origem, com base nas provas dos autos, afastou a
alegada violação da ampla defesa e do contraditório. Para tanto,
apresentou os seguintes fundamentos:
O ministro relator Ribeiro Dantas entendeu ilógico pensar em violação de ampla defesa
ou contraditório quando a testemunha deixa de ser ouvida e a parte que a arrolou não se
insurge.Em suas palavras:
Nestes termos, o Recurso Especial apreciado pelo ministro foi negado. A não oitiva da
testemunha foi a causa pela qual a defesa entendeu existir violação ao princípio do contraditório
e da ampla defesa. A tese não foi aceita pelo tribunal, declarando que a simples desistência da
oitiva não infringe os citados princípios. Ademais, os argumentos defensivos encontram óbice
na Súmula nº 7 do STJ, a qual aduz que ““A pretensão de simples reexame de prova não enseja
recurso especial”. O Superior Tribunal de Justiça, ao aceitar o referido recurso especial, estaria
incumbido de reexaminar as provas, dando sentido diverso ao estabelecido pelo tribunal de
origem, competência esta que não lhe cabe.
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5 CONCLUSÃO
direito de ter o conhecimento dos fatos, bem como o direito de resposta. Por sua vez, a ampla
defesa concede ao indivíduo o direito de alegar e se defender, podendo utilizar todos os meios
Portanto, a ampla defesa abrange também o direito à assistência técnica. Esses princípios
são cruciais para garantir que o processo legal ocorra de maneira igualitária, em conformidade
REFERÊNCIAS
LOPES Jr, Aury. Direito Processual Penal. 19. ed. São Paulo : SaraivaJur, 2022.
NUCCI. Guilherme de Souza. Curso de Direito Processual Penal. 20. ed. Rio de Janeiro:
NUCCI. Guilherme de Souza. Curso de Direito Processual Penal. 20. ed. Rio de Janeiro:
AMPLA DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA[...]. Daerson Luis de Melo contra Tribula de Justiça
https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?livre=AGRAVO+EM+RECURSO+ESPECIAL+N