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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL COMARCA DE DOURADOS DO


ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

BERNARDO, brasileiro, viúvo, militar da reserva, inscrito no


CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, portador da carteira de identidade
nº XX.XXX.XXX-X residente na Rua Bauru, 371, Brusque/ SC,
por intermédio de seu procurador in fine assinado, vem com o
devido respeito ante a presença de Vossa Excelência pelo
procedimento especial da Lei 9.099/95, propor:

AÇÃO INDENIZATÓRIA POR PERDAS E DANOS


em face de SAMUEL, brasileiro, casado, inscrito no CPF nº
XXX.XXX.XXX-XX, portador da carteira de identidade nº
XX.XXX.XXX-XX ambos os residentes na Rua Jirau, 366,
Florianópolis, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:

Dos Fatos
O requerente e o requerido celebraram um contrato de dar
coisa certa. Samuel, por força de um contrato escrito,
domiciliado em Campo Grande/MS, deveria restituir o cavalo
mangalarda chamado de “Tufão”, avaliado em R$ 10.000,00,
para Bernardo, que mora na cidade de Dourados/MS.
Conforme previsto no contrato, o dia para cumprir a tradição
deveria ocorrer no dia 02 de outubro de 2020. Contudo, até o
mês de janeiro de 2021, Samuel ainda não havia restituído por
pura desídia, quando uma forte chuva causou a morte do
cavalo.
Assim sendo, resta evidente a responsabilidade de Samuel no
acidente e da obrigação restituir o requerente.
Do Direito
Conforme previsto, no artigo 399 do código civil: “O devedor em
mora responde pela impossibilidade da prestação, embora
essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior,
se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção
de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação
fosse oportunamente desempenhada.”
Destarte, mesmo que por razões óbvias Samuel não ter sido o
causador da chuva que acometeu a morte do cavalo, sua mora
em efetuar a tradição, ou seja, transposição do prazo firmado
em contrato (Anexo. 1) gera o direito subjetivo do requerente
pedir restituição de perdas e danos.
É garantido não apenas a restituição a restituição de perdas
danos, como também o que a pessoa deixou de lucrar,
conforme disposto no Art. 402 CC.
“Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas
em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.”
É certo que a recusa injustificada configura ato ilícito, vez que
causou prejuízos ao autor devendo, portanto, promover a
reparação por todos os danos causados, nos termos do artigo
186 combinado com o artigo 927 do Novo Código Civil
Brasileiro.
Prelecionam os citados artigos:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
DO PEDIDO
Ante o exposto requer:
 
I- a citação da ré a comparecer à Audiência de
Conciliação, que poderá ser imediatamente convolada
em Audiência de Instrução e Julgamento, para oferecer
resposta, sob pena de revelia e confissão ficta da
matéria de fato;
II- Seja julgado procedente o pedido para condenar o réu
a pagar R$ 10.000,00, referente ao valor do cavalo e
perdas de danos no montante de R$ 5.000,00.

DAS PROVAS
Requer a produção de provas na amplitude do artigo 32 da
lei 9099/95, em especial documental testemunhal e
depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão.

DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 15.000,00

Termos em que pede deferimento

Rio de Janeiro, 23 de abril de 2021

Douglas Corrêa Viana


OAB/RJ
 

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