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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA ___ VARA DA JUSTIÇA

FEDERAL DE CURITIBA, SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ. 

 
Qualificação, vem, com o devido respeito, por meio dos seus procuradores,
XXXXX, brasileira, casada, advogada inscrita na OAB/PR sob o XXXXXX com
escritório profissional na XXXX, endereço eletrônico XXXX, perante Vossa
Excelência, propor

 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM CONVERSÃO DE


TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM – REGRA DE TRANSIÇÃO #3 –
PEDÁGIO 50% + FATOR PREVIDENCIÁRIO

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –INSS, Autarquia Federal,


com Procuradoria nesta cidade, na Rua João Negrão, nº 11 – Centro, CEP:
80.010-020, Curitiba-PR, com fundamento na Lei nº 8.213/1991 e demais
disposições legais, o que faz pelas razões de fato e direito que a seguir expõe:

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PRELIMINAR

1. DA JUSTIÇA GRATUITA

Preliminarmente, requer-se o deferimento da gratuidade da


justiça, dada a hipossuficiência econômica do Autor, o caráter alimentar
da pretensão, e principalmente porque sem o deferimento do benefício
de aposentadoria por tempo de contribuição na via administrativa, não
possui no presente momento, condições financeiras para arcar com as
despesas processuais da presente ação sem prejuízo do próprio sustento
e de sua família, conforme declaração anexa, nos termos da Lei 1.060/50
e do art. 98 do NCPC.
NCPC Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.
Independentemente da assistência judiciária gratuita e da
hipossuficiência econômica, requer-se a condenação em sucumbência
porquanto são devidos honorários de advogado sempre que vencedor o
beneficiário da gratuidade, de acordo com Súmula 450 do STF.

2. DOS FATOS E FUNDAMENTOS

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O Requerente, nascido em 22/11/1963, possui tempo de contribuição
necessário para se aposentar por Aposentadoria por Tempo de Contribuição por
meio da regra de transição 3 – Pedágio 50% + Fator Previdenciário, com
conversão de tempo de serviço especial em comum de 01/08/1979 até
21/01/1983, conforme vínculos existentes em seu CNIS, bem como na Carteira
de Trabalho e Perfis Profissiográficos em anexo.
Por entender já possuir os requisitos ensejadores da aposentadoria por
pontos, buscou a Autarquia Ré, e em 04/02/2021 (DER), formulou o pedido de
concessão de aposentadoria, o qual foi cadastrado sob o nº. NB 200.677.071-8.
O Autor apresentou diversos PPP’s contendo elementos caracterizadores para o
enquadramento como atividades especiais, porém nenhum dos períodos
solicitados foi reconhecido pelo INSS.
Deste modo, o pedido realizado à Autarquia Previdenciária restou
indeferido. O tempo reconhecido na DER foi de 33 (trinta e três) anos, 05 (cinco)
meses e 05 (cinco) dias.
No entanto, a documentação apresentada comprova que as atividades
realizadas pelo Autor o expunham a ruídos que ultrapassavam os limites
previstos em lei, devendo, portanto, enquadrar os períodos apresentados no
PPP’s na modalidade de atividade especial, porém, não foi feita qualquer
conversão pela Autarquia Ré e nem foi dado a ele as benesses que lhe são
garantidas pelas leis previdenciárias no exercício de atividades especiais.
Assim, tal contagem não merece prevalecer, uma vez que o Autor na data
de entrada do requerimento, ou seja, em 04/02/2021, já somava tempo de
contribuição suficiente para se aposentar, inclusive, soma tempo para

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aposentadoria especial, considerando os períodos laborados em atividades
especiais e a conversão do tempo comum em especial.
Ocorre que os períodos de exercício de atividade especial foram
rejeitados pela Autarquia Ré que fez a contagem equivocada, além de não
considerar a especialidade do tempo devidamente comprovado que exposto a
agentes nocivos à saúde, prejudicando grandemente o Autor, eis que não
considerou qualquer período de atividade especial.
Assim, vemos que dos períodos laborados até a data do requerimento
administrativo há vínculos de trabalho, cujas atividades da empresa expunham
o trabalhador a agentes nocivos à sua saúde, enquadrando-se como de
atividade especial, porém, não foi feita qualquer conversão pela Autarquia Ré
Neste sentido, importante observar que dos 33 (trinta e três) anos, 05
(cinco) meses e 05 (cinco) dias já reconhecidos pela Autarquia Ré (p. 129, P.A.),
há que acrescentar os períodos especiais não considerados pelo INSS, mesmo
com apresentação do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) devidamente
preenchido.
Para comprovar a atividade especial, além das devidas anotações em
suas CTPS, o Autor apresentou perante a Autarquia Previdenciária, diversos
PPP’s referente a empresas nas quais trabalhou. Porém, nesse momento, por
acreditar já ser suficiente para obtenção da aposentadoria pretendida, requer o
reconhecimento referente à seguinte documentação apresentada:

Enunciado 18 CRPS – Carteira de Trabalho sem rasuras é válida como prova

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Na Carteira de Trabalho do Autor consta o vínculo laborado na empresa
Interbelle Comércio de Produtos de Beleza Ltda, entre 04/02/2002 a
17/12/2013. No entanto, a informação constante no CNIS é que o vínculo
perdurou de 04/02/2002 a 15/10/2013, período este que interfere no cálculo da
renda mensal da aposentadoria.
Na contagem efetuada pelo INSS, verificou-se que não foi considerado o
período da Carteira de Trabalho. Necessária, pois a retificação do CNIS do Autor,
a fim de que sejam inclusos o tempo e as contribuições devidas.

- Ford Motor Company Brasil Ltda


CNPJ nº 03.470.727/0002-01

Cargo: Aprendiz Mecânico


Agente Nocivo: Ruído
Data de admissão: 01/08/1979 a 31/01/1982.
Comprovação: CTPS e PPP

- Ford Motor Company Brasil Ltda


CNPJ nº 03.470.727/0002-01

Cargo: Mecânico Geral


Agente Nocivo: Ruído
Data de admissão: 01/02/1982 a 31/05/1982.
Comprovação: CTPS e PPP

- Ford Motor Company Brasil Ltda

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CNPJ nº 03.470.727/0002-01

Cargo: Inspetor em Treinamento


Agente Nocivo: Ruído
Data de admissão: 01/06/1982 a 21/01/1983.
Comprovação: CTPS e PPP

Cumpre salientar que nos períodos elencados, o Requerente foi exposto


a níveis de ruídos iguais ou superiores a 85dB(A), ou seja, superior ao limite da
época, estabelecido em 80dB(A).

3. DO DIREITO

A nova aposentadoria por tempo de contribuição, instituída pela EC


103/2019 e ainda não disciplinada em legislação infraconstitucional, encontra-
se estabelecida no art. 201, § 7º, I, da Constituição Federal e nos arts. 52 a 56 da
Lei 8.213/91, exceto naquilo em que forem incompatíveis com o novo
regramento constitucional.

O fato gerador da aposentadoria em apreço é o tempo de contribuição, o


qual, na regra permanente da nova legislação é de 35 anos para os homens.
Trata-se do período de vínculo previdenciário, sendo também consideradas as

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situações previstas no art. 55 da Lei 8.213/91. No presente caso, o Requerente
possui um total de 35 anos, 10 meses e 28 dias, tornando o requisito
preenchido.

Quanto à carência, verifica-se que foram realizadas 364 contribuições,


número superior aos 180 meses exigidos, conforme determina o art. 25, II, da
Lei 8.213/91.

Destarte, cumprindo os requisitos exigidos em lei, tempo de serviço e


carência, o Requerente adquiriu o direito à aposentadoria por tempo de
contribuição.

Fora isso, salienta-se que a comprovação da atividade especial até 28 de


abril de 1995 era feita com o enquadramento por atividade profissional
(situação em que havia presunção de submissão a agentes nocivos) ou por
agente nocivo, cuja comprovação demandava preenchimento pela empresa de
formulários SB40 ou DSS-8030, indicando qual o agente nocivo a que estava
submetido.

No caso em tela, o Autor juntou PPP de todo o período de suas atividades


insalubres, demonstrando a efetiva exposição ao agente físico RUÍDO.

Todavia, a especialidade do labor desempenhado pelo Demandante não


restou reconhecida na esfera administrativa, sob o fundamento de que os
períodos não foram enquadrados pelo Serviço de Pericia Médica Federal,
conforme parecer técnico.

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Com efeito, o presente entendimento não merece prosperar pelos
motivos a seguir expostos.

3.1 AGENTE NOCIVO RUÍDO

Sobre o agente agressor ruído vale transcrever o Voto do Desembargador


Federal João Batista Pinto Silveira, proferido na Apelação 5005600-
31.2011.404.7000/PR, que sintetiza de forma didática a evolução legislativa, nos
seguintes termos:

Especificamente quanto ao agente nocivo ruído, o Quadro


Anexo do Decreto nº 53.831, de 25-03-1964, o Anexo I do
Decreto nº 83.080, de 24-01-1979, o Anexo IV do Decreto nº
2.172, de 05-03- 1997, e o Anexo IV do Decreto nº 3.048, de 06-
05-1999, alterado pelo Decreto nº 4.882, de 18-11-2003,
consideram insalubres as atividades que expõem o segurado a
níveis de pressão sonora superiores a 80, 85 e 90 decibéis, de
acordo com os Códigos 1.1.6,

1.1.5, 2.0.1 e 2.0.1:

Período Limites de
Enquadramento
Trabalhado Tolerância

Até 05- 03-97 1. Anexo do Decreto nº 1. Superior a 80


53.831/64; 2. Anexo I do dB; 2. Superior a 90

Periodo Limites de tolerancia


Enquadramento
Trabalhado

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De 06-
Anexo IV do Decreto nº Superior a 90 dB.
03-97 a 06- 2.172/97.
05-99
De 07- Anexo IV do Decreto nº
05-99 a 18- 3.048/99, na redação original. Superior a 90 dB.
11-2003
Anexo IV do Decreto nº
A partir 3.048/99 com a alteração
de 19-11- Superior a 85 dB.
introduzida pelo Decreto nº
2003 4.882/2003.

Quanto ao período anterior a 05-03-97, já foi pacificado na


Seção Previdenciária desta Corte (EIAC 2000.04.01.134834-3/RS,
Rel. Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz, DJU, Seção
2, de 19-02-2003) e também do INSS na esfera administrativa
(Instrução Normativa nº 57/2001 e posteriores), que são
aplicáveis concomitantemente, para fins de enquadramento, os
Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79 até 05-03-97, data
imediatamente anterior à publicação do Decreto nº 2.172/97.
Desse modo, até então, é considerada nociva à saúde a
atividade sujeita a ruídos superiores a 80 decibéis, conforme
previsão mais benéfica do Decreto nº 53.831/64.

No que tange ao período posterior, caso aplicados literalmente


os Decretos vigentes, ter-se-ia a exigência de ruídos superiores a
90 decibéis até 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos nºs 2.172/97
e 3.048/99, este na redação original) e, somente então, de
ruídos superiores a 85 decibéis, conforme a alteração trazida
pelo Decreto nº 4.882/2003 ao Decreto nº 3.048/99, que
unificou a legislação trabalhista e previdenciária no tocante.

Todavia, considerando que esse novo critério de enquadramento da


atividade especial veio a beneficiar os segurados expostos a
ruídos no ambiente de trabalho, bem como tendo em vista o
caráter social do direito previdenciário, é cabível a aplicação
retroativa da disposição regulamentar mais benéfica,
considerando-se especial a atividade quando sujeita a ruídos

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superiores a 85 decibéis desde 06- 03-97, data da vigência do
Decreto nº 2.172/97.

Em resumo, é admitida como especial a atividade em que o


segurado ficou exposto a ruídos superiores a 80 decibéis até 05-03-
97 e, a partir de então, acima de 85 decibéis, desde que aferidos
esses níveis de pressão sonora por meio de perícia
técnica, trazida aos autos ou noticiada no
preenchimento de

Assim, caso fique demonstrada a exposição ao agente nocivo ruído


acima de 80 dB até 05/03/1997, ou 85 dB a partir de então, estará
caracterizado o exercício da atividade especial.
No mesmo viés, a Súmula 32 da TNU, a jurisprudência reforça que o nível
máximo tolerado era de 80 dB durante a vigência dos Decretos 53.831/64 e
83.080/79 e de 85 dB após a entrada em vigor do Decreto 2.172/97.
No caso em tela, o Autor laborou na Ford Motor Company Brasil Ltda no
período de 01/08/1979 a 21/01/1983, sendo que durante este período, o
segurado foi exposto ao agente insalubre ruído a níveis de 85-92 dB, portanto,
acima dos níveis máximos da época, bem como no limite atual.
Importante salientar que, tratando-se de exposição ao agente nocivo
ruído, a utilização de equipamentos de proteção individual não descaracteriza a
especialidade do labor, segundo dispõe a súmula nº. 9 da Turma Nacional de
Uniformização dos Juizados Especiais Federais: “Súmula nº 9: Aposentadoria
Especial – Equipamentos de Proteção Individual. O uso de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de
exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”.

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Ademais, extrai-se dos enunciados 12, inciso II e 13 caput do despacho nº
37/2019 referente a revisão e atualização dos Enunciados do Conselho Pleno do
CRPS:

Desta forma, resta claro que o período de 01/08/1979 a 21/01/1983 deve


ser reconhecimento como especial, vez que, apesar da existência de EPI eficaz,
conforme PPP, o segurado foi exposto a níveis de ruído superiores aos limites da
época, fato que garante a especialidade do serviço.

3.2 PPP COMO MEIO DE PROVA

Como mencionado anteriormente, o Autor, para comprovar o exercício


de atividade especial, apresentou os PPP’s os quais descrevem de forma precisa

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as atividades desempenhadas pelo Requerente, e o agente insalubre (RUÍDO) e
a intensidade do mesmo.
Desta forma, vale destacar que A Lei nº 9.528/97, acrescentou o § 4º ao
art. 58 da Lei nº 8.213/91, criando o "Perfil Profissiográfico Previdenciário",
com o intuito de simplificar a forma de comprovação do exercício de atividade
especial mediante a elaboração de um documento completo que contenha
tanto informações laborais do segurado (dados administrativos) quanto
informações técnicas acerca das condições de trabalho da empresa
(compreendidas no laudo técnico).
Neste sentido, cita-se os seguintes julgados:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. COMPROVAÇÃO DA


ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. METODOLOGIA DE AFERIÇÂO DO
AGENTE AGRESSIVO. DOSIMETRIA. PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
PREVIDENCIÁRIO (PPP). DOCUMENTO APTO À COMPROVAÇÃO DAS
CONDIÇÕES ESPECIAIS. APELAÇAO NÃO PROVIDA. 1. Trata-se de
recurso de apelação interposto pelo INSS contra sentença que julgou
procedentes os pedidos para reconhecer a especialidade do labor
realizado nos períodos de 02/01/1992 a 28/02/1994 e de 01/01/2016
a 22/08/2016 com exposição ao agente físico ruído, assegurar ao
autor a percepção de aposentadoria especial, bem como determinar
o pagamento das parcelas pretéritas desde a DER. Em suas razões, a
Autarquia ressalta que a comprovação da exposição nociva ao
agente ruído exige a apresentação de formulário e laudo pericial.
Aduz que os períodos contemplados na sentença não podem ser
reconhecidos como especiais, pois na aferição do agente físico não
foi observada a metodologia fixada pela NHO 1 FUNDACENTRO.
Defende, caso mantida a condenação, a incidência de atualização
monetária e juros de mora conforme a disciplina constante da Lei
11.960/09. 2. Para a caracterização da nocividade do labor em função
da presença do agente agressivo ruído, faz-se necessária a análise
quantitativa, sendo considerado prejudicial nível acima de 80 dB até
05.03.1997 (véspera da publicação do Decreto 2.172/97); acima de
90 dB, até 18.11.2003 (edição do Decreto 2.172/97) e acima de 85 dB
a partir de 19.11.2003 (edição do Decreto 4.882/03). 3. Conquanto
não haja menção à adoção das técnicas e dos procedimentos

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previstos na NHO 01 da FUNDACENTRO, os PPPs de ids 23261039 e
id. 23261041 (fls. 37 e 43/47, todas da rolagem única) indicam a
adoção de técnica adequada, constando, nesse último, referência
específica à dosimetria, cuja utilização, autorizada pelo Anexo I da
Norma Regulamentadora nº 15, atende ao disposto no art. 58, § 1º,
da Lei 8.213/91 (A comprovação da efetiva exposição do segurado
aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma
estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido
pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de
condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho
ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação
trabalhista). 4. Conforme jurisprudência do STJ, inclusive com
relação ao agente nocivo ruído, em regra, trazido aos autos o Perfil
Profissiográfico Previdenciário (PPP), dispensável se faz, para o
reconhecimento e contagem do tempo de serviço especial do
segurado, a juntada do respectivo Laudo Técnico de Condições
Ambientais de Trabalho (LTCAT), na medida que o PPP já é
elaborado com base nos dados existentes no LTCAT, ressalvando-se,
entretanto, a necessidade da também apresentação desse laudo
quando idoneamente impugnado o conteúdo do PPP. (STJ - Pet:
10262 RS 2013/0404814-0, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data
de Julgamento: 08/02/2017, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJe 16/02/2017). In casu, a Autarquia Previdenciária não
questionou a veracidade das informações insertas nos PPPs
apresentados, mostrando-se aptos, per se, à comprovação da
exposição do segurado ao agente insalubre ruído,
independentemente da apresentação dos respectivos laudos
ambientais. 5. No caso em apreço, os PPPs de ids 23261039 e id.
23261041 (fls. 37 e 43/47, todas da rolagem única) atestam que o
Autor laborou exposto ao fator de risco ruído, acima dos limites de
tolerância legalmente estabelecidos, nos lapsos de 02/01/1992 a
28/02/1994 e de 01/01/2016 a 22/08/2016. 6. Configurada a
especialidade do labor prestado nos períodos em debate, o
somatório com os intervalos enquadrados administrativamente
supera o tempo exigido legalmente para a obtenção de
aposentadoria especial, confirmando-se o direito do Demandante à
percepção do benefício desde a DER (25/08/2016) (v. contagem à fl.
426 da rolagem única). 7. Conforme estabelecido na sentença, a
atualização monetária e juros de mora devem seguir o disposto no
Manual de Cálculos da Justiça Federal, cujos parâmetros se
harmonizam com a orientação firmada pelo STF (Tema 810 da
repercussão geral) e pelo STJ (Tema 905). 8. Honorários
sucumbenciais majorados em 1% (um por cento), nos termos do § 11
do art. 85 do CPC/2015. 9. Apelação não provida.(TRF-1 - AC:

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10038855620184013800, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL
WILSON ALVES DE SOUZA, Data de Julgamento: 04/03/2021,
PRIMEIRA TURMA)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. AGENTE QUÍMICO.


AVALIAÇÃO QUALITATIVA. 1. Trata-se de apelação interposta contra
sentença que julgou procedente o pedido, reconhecendo as
condições especiais dos períodos de 1/9/1988 a 5/5/2015,
condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria
especial. O apelante alega: 1) não foi comprovada a exposição
habitual e permanente ao agente nocivo, no período de 1/11/1990 a
5/5/2015, porque os documentos acostados são vagos e não
especificam como se dava a exposição; 2) a avaliação da exposição ao
agente químico passou a ser quantitativa desde março/1997; 4) a
correção monetária e os juros moratórios devem ser fixados nos
termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 (com redação dada pela Lei nº
11.960/2009); 5) os honorários advocatícios não devem incidir sobre
as parcelas vincendas (Súmula 111 do STJ). 2. O PPP e o LTCAT
anexados comprovam o trabalho exercido na empresa CASAL -
Companhia de Saneamento de Alagoas, no período de 1/9/1988 a
5/5/2015, com exposição habitual e permanente, não ocasional e
nem intermitente a cloro líquido. 3. Consta do PPP que a técnica
utilizada para análise da exposição ao cloro líquido foi "qualitativa".
Entretanto, a partir de 06/05/1997, a técnica utilizada passou a ser
"quantitativa", nos termos do Anexo IV do Decreto nº 3.048.
Precedentes do TRF5. 4. Impõe-se a reforma parcial da sentença,
para considerar especial apenas o período não atingido pela análise
quantitativa, qual seja: de 1/9/1988 a 6/5/1997 (dia imediatamente
anterior à vigência do Decreto nº 3.048/99). Por consequência, o
autor passou a ter apenas 8 (oito) anos, 8 (oito) meses e 5 (cinco)
dias de trabalho prejudicial a sua saúde (art. 57, caput, da Lei nº
8.213/91), o que não é suficiente para a concessão da aposentadoria
especial. 5. Apelação parcialmente provida, para considerar especial
apenas o período de 1/9/1988 a 6/5/1997 (dia imediatamente
anterior à vigência do Decreto nº 3.048/99) e indeferir a concessão
da aposentadoria. (TRF-5 - AC: 08012400720194058000, Relator:
Desembargador Federal Roberto Machado, Data de Julgamento:
02/03/2020, 1º Turma)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. AGENTES QUÍMICOS.


1. Até 28/04/1995 é admissível o reconhecimento da especialidade
por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos,
aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de
29/04/1995 não mais é possível o enquadramento por categoria

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profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes
nocivos por qualquer meio de prova até 05/03/1997 e, a partir de
então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por
meio de perícia técnica. 2. Comprovado o exercício de atividade
especial por mais de 25 anos, a parte autora faz jus à concessão da
aposentadoria especial. 3. A exposição a agentes químicos,
apontados no formulário PPP, enseja o reconhecimento do tempo
de serviço como especial. (TRF-4 - AC: 50175269220144047100 RS
5017526-92.2014.404.7100, Relator: (Auxilio Paulo Afonso) ANA
CARINE BUSATO DAROS, Data de Julgamento: 30/05/2017, QUINTA
TURMA)

Fora o exposto, ressalta-se que o Superior Tribunal Justiça já consolidou,


por meio da PET nº 10.262-RS, o entendimento de que o PPP é meio de prova
suficiente para enquadrar a especialidade da função, dispensando inclusive a
apresentação do laudo técnico, desde que não ocorra objeção ao PPP.

PETIÇÃO Nº 10.262 - RS (2013/0404814-0) RELATOR : MINISTRO


SÉRGIO KUKINA REQUERENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL - INSS PROCURADOR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF
REQUERIDO : JOSÉ BENTO BENJAMIM DA SILVA ADVOGADO : IMILIA
DE SOUZA E OUTRO (S) DECISÃO Trazem os autos Incidente de
Uniformização de Jurisprudência dirigido ao Superior Tribunal de
Justiça com fundamento no art. 14, § 4º, da Lei 10.259/01, contra
acórdão da Turma Nacional de Uniformização, assim ementado:
VOTO-EMENTA PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO.
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO. DISPENSABILIDADE DE
LAUDO TÉCNICO. 1. O INSS interpôs pedido de uniformização de
jurisprudência impugnando acórdão que, mesmo sem amparo em
laudo técnico, reconheceu condição especial de trabalho por
exposição a ruído. Alegou que o conjunto de documentos que instrui
os autos é integrado apenas por um formulário PPP (Perfil
Profissiográfico Previdenciário). Suscitou divergência jurisprudencial
em face de acórdãos paradigmas que consideram imprescindível a
apresentação de laudo técnico para reconhecer condição especial de
trabalho por exposição a ruído. 2. Em regra, o PPP dispensa a
apresentação de laudo técnico ambiental para fins de comprovação
de condição especial de trabalho. Precedentes:
PEDILEF2006.51.63.000174-1, Juiz Federal Otávio Port, DJ
15/09/2009; PEDIDO2007.72.59.003689-1, Rei. Juiz Federal Ronivon

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de Aragão, DOU 13/05/2011;PEDILEF 2009.72.64.000900-0, Rei.
Rogério Moreira Alves, DJ 06/07/2012. 3. O art. 161, IV, da revogada
IN INSS/PRES nº 20/2007 previa que para períodos laborados a partir
de 1o de janeiro de 2004, o único documento exigido do segurado
seria o PPP. E o § 1o do mesmo artigo ressalvava que, quando o PPP
contempla os períodos laborados até 31/12/2003, o LTCAT é
dispensado. A mesma previsão consta do art. 272, § 2o, da IN
INSS/PRES nº 45/2010, atualmente em vigor. 4. O PPP é preenchido
com base em laudo técnico ambiental elaborado por médico do
trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. A validade do
conteúdo do PPP depende da congruência com o laudo técnico. Essa
congruência é presumida. A presunção relativa de congruência do
PPP com o laudo técnico dispensa, em regra, que este documento
tenha que ser apresentado conjuntamente com o PPP.
Circunstancialmente pode haver dúvidas objetivas sobre a
compatibilidade entre o PPP e o laudo técnico. Nesses casos, é
legítimo que o juiz condicione a valoração do PPP à exibição do
laudo técnico ambiental. No presente caso, porém, não foi suscitada
nenhuma objeção ao PPP. A apresentação de laudo técnico
ambiental para aferir a validade do teor do PPP deve ser a exceção, e
não a regra. 5. Reiterado o entendimento de que, em regra, deve ser
considerado exclusivamente o PPP como meio de comprovação da
exposição do segurado ao agente insalubre, inclusive em se tratando
de ruído, independentemente da apresentação do respectivo laudo
técnico-ambiental. 6. O Presidente da TNU poderá determinar que
todos os processos que versarem sobre esta mesma questão de
direito material sejam automaticamente devolvidos para as
respectivas Turmas Recursais de origem, antes mesmo da
distribuição do incidente de uniformização, para que confirmem ou
adequem o acórdão recorrido. Aplicação do art. 7o, VII, a, do
regimento interno da TNU, com a alteração aprovada pelo Conselho
da Justiça Federal em 24/10/2011. 7. Pedido improvido. Alega o INSS
que "o entendimento da Turma Nacional de Uniformização de
Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais consiste em
considerar, em regra, exclusivamente o PPP como meio de
comprovação da exposição do segurado ao agente insalubre ruído,
independentemente da apresentação do respectivo laudo técnico
ambiental" (fl. 105). Aduz, no entanto, que "a jurisprudência
predominante do STJ é no sentido da necessidade de apresentação
de laudo técnico para a comprovação da efetiva exposição ao agente
nocivo 'ruído', acima dos limites permitidos pela legislação de
regência, ainda que a atividade tenha sido desenvolvida antes do
advento da Lei nº 9.032/95" (fl. 105). Para fins de comprovar a
divergência aponta os seguintes precedentes deste Tribunal: AgRg no

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AgRg no REsp 877.972/SP, Rel. Min. Haroldo Rodrigues
(Desembargador Convocado do TJ/CE), DJe 30/8/2010; AgRg no REsp
941.885/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 4/8/2008; REsp 639.066/RJ,
Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ 7/11/2005; e REsp 689.195/RJ,
Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ 22/8/2005. Em acréscimo a esses
julgados, cito, também, as seguintes e mais recentes decisões: REsp
1.488.699/RS, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 3/11/2014; AgRg no
AREsp 16.677/RS, Rel. Ministra Alderita Ramos de Oliveira
(Desembargadora Convocada do TJ/PE), Sexta Turma, DJe 20/3/2013.
Em juízo preliminar, configurada está a divergência quanto à
necessidade de apresentação de laudo técnico para fins de
comprovação da especialidade do trabalho realizado com exposição
ao agente nocivo ruído. Assim, admito o incidente de uniformização e
determino: a) a comunicação desta decisão aos Ministros integrantes
da Primeira Seção do STJ e ao Presidente da Turma Nacional de
Uniformização para que dê ciência aos Presidentes das Turmas
Recursais Federais, para os fins previstos no art. 14, § 6º, da Lei n.
10.259/2001; b) a publicação de edital no Diário de Justiça, com
destaque no noticiário do Superior Tribunal de Justiça na internet; c)
seja dada ciência aos interessados para que, caso queiram,
manifestem-se no prazo de 30 dias, nos termos do art. 14, § 7º, da
Lei n. 10.259/2001 e do art. 2º, III, da Resolução n. 10/2007 deste STJ;
e d) após, a abertura de vista ao MPF para parecer no prazo de
quinze dias. Publique-se. Brasília (DF), 31 de março de 2015.
MINISTRO SÉRGIO KUKINA Relator (STJ - Pet: 10262 RS
2013/0404814-0, Relator: Ministro SÉRGIO KUKINA, Data de
Publicação: DJ 07/04/2015).

Desta forma, tendo em vista que o STJ já confirmou e que os tribunais já


pacificaram o entendimento de que o PPP é prova suficiente para se
reconhecer a especialidade da função dos contribuintes, não havendo motivo
para que o Réu indeferisse o requerimento do Autor.
3.3 DA CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM

Para aqueles trabalhadores que sucessivamente se


submeteram a atividades sujeitas ao regime de aposentadoria especial e

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comum, o § 1º do art. 201 da Constituição Federal estabelece a contagem
diferenciada do período de atividade especial.

A conversão do tempo de serviço especial em tempo de


serviço comum é feita utilizando-se um fator de conversão, pertinente à relação
que existe entre o tempo de serviço especial exigido para gozo de uma
aposentadoria especial (15, 20 ou 25 anos) e o tempo de serviço comum, até a
publicação da Emenda 103, em 14/11/2019. O Decreto 3.048/99 traz a tabela
com os multiplicadores:

MULTIPLICADORES
TEMPO A CONVERTER
MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)
DE 15 ANOS 2,00 2,33
DE 20 ANOS 1,50 1,75
DE 25 ANOS 1,20 1,40

4. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO

Considerando a política atual de acordo zero adotada pelos procuradores


federais, o Autor vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII, do
CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de conciliação ou
mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de
que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme previsto no art. 334,
§4º, inciso I, do CPC/2015.

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5. DO PEDIDO
a) A concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, tendo em vista que o
Autor não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo do seu sustento
próprio e da sua família;
b) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural, bem como a
concessão de prioridade na tramitação, com fulcro no art. 71 da lei 10.741/03
(Estatuto do Idoso);
c) A não realização de audiência de conciliação ou mediação;
d) A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que,
querendo, apresente defesa;
e) A produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial as
provas documental e pericial;
f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:
1) Efetuar a conversão do tempo de serviço especial pelo fator 1,4 do
período de 01/08/1979 a 21/01/1983;
3) Retificação do CNIS do Autor para considerar os vínculos constantes da
CTPS apresentada, sem rasuras, hábil a comprovar o vínculo
compreendido entre 04/02/2002 a 17/12/2013, laborado na empresa
Interbelle Comércio de Medicamentos Ltda;
2) Conceder ao Autor a APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
NB 200.677.071-8, com a condenação ao pagamento das prestações em
atraso a partir da DER 04/02/2021, corrigidas na forma da lei, acrescidas
de juros de mora desde quando se tornaram devidas as prestações;

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3) A aplicação da flexibilização instrumental do pedido (art. 462 do
Código de Processo Civil), a fim de que eventual superveniência de causa
modificativa (ou aquisitiva) do direito pretendido, durante a fase
processual de conhecimento, seja levada em consideração na
sentença/acórdão, possibilitando, inclusive, a contagem de tempo de
serviço laborado após a data do requerimento administrativo, alterando-
se a data de início de benefício, se necessário;

4. Pagamento de honorários advocatícios, nos moldes do artigo 85 do


NCPC;

5. Pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precatório


expedido(a) de acordo com a Resolução 438/05 do Conselho da Justiça
Federal, sendo que os valores contratados a título de honorários
advocatícios sejam expedidos conforme contrato de honorários O
pagamento dos valores atrasados por meio de RPV/Precatório expedido
(a) de acordo com a Resolução 438/05 do Conselho da Justiça Federal,
com o devido destaque dos honorários de sucumbência e contratuais,
estes últimos no montante de 30% (trinta por cento) sobre o valor da
condenação ou de eventual acordo.
Valor da Causa: R$ XXX, conforme cálculo em anexo.

Nesses termos, pede deferimento.


Curitiba, 26 de outubro de 2021

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