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De: XXXXXX

Ao: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS –Agência Digital Curitiba

XXXXX, brasileiro, casado, corretor de seguros, portador do RG 3.887.664-3 e


devidamente inscrito no CPF/MF sob o n° XXXX-00, residente e domiciliado na XXXXXXXX,
residente e domiciliado nesta cidade, vem, por meio de seus procuradores, requerer a
concessão de APOSENTADORIA POR IDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA pelos seguintes
fundamentos fáticos e jurídicos:

I – DOS FATOS

O Requerente, Sr. Carlos Alberto da Costa e Silva, nascido em 11/02/1957, contando


atualmente com 64 anos de idade, filiou-se à Previdência Social no ano de 1994, sendo que
sempre trabalhou na condição pessoa com deficiência. A tabela a seguir demonstra, de forma
objetiva, as atividades laborativas desenvolvidas:
  

II – DO DIREITO

O § 1º do art. 201 da Constituição Federal determina a adoção de requisitos e critérios


diferenciados para a concessão de aposentadoria as pessoas com deficiência. Por conseguinte,
a Lei Complementar nº 142/2013, regulamentando a previsão constitucional, estabeleceu a
necessidade de a pessoa ter desempenhado atividades na condição de pessoa com deficiência
por no mínimo 15 (quinze) anos, contando com, pelo menos, 60 (sessenta) anos de idade, se
HOMEM:

Art. 3º - É assegurada a concessão de aposentadoria pelo RGPS ao segurado com


deficiência, observadas as seguintes condições:

(...)

IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de


idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência, desde que cumprido
tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência de
deficiência durante igual período.
Parágrafo único.  Regulamento do Poder Executivo definirá as deficiências grave,
moderada e leve para os fins desta Lei Complementar.

Além disso, o Decreto nº 8.145/2013 alterou o Decreto n 3.048/99 para exigir que seja
comprovada a condição de pessoa com deficiência da data da entrada do requerimento
administrativo do benefício ou do implemento dos requisitos:

Art. 70-A -A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao


segurado que tenha reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por
perícia própria do INSS, grau de deficiência leve, moderada ou grave, está
condicionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na data da
entrada do requerimento ou na data da implementação dos requisitos para o
benefício.

        

No presente caso, atualmente o Requerente conta com 64 anos de idade, e em


conformidade com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n 13.146/15), o Sr. Carlos Alberto
é pessoa com deficiência, trabalhando com dificuldade em face do déficit físico em seu braço
direito, o que será corroborado por ocasião das perícias a serem realizadas
administrativamente.

II.I DA FORMA DE COMPROVAÇÃO DO GRAU DE DEFICIÊNCIA

Para fins de definição do grau de deficiência a LC nº 142/2013 delegou ao Poder


Executivo a respectiva regulamentação. Nesse sentido, foi emitida a Portaria
INTERMINISTERIAL AGU/MPS/MF/SEDH/MP Nº 1 de 27.01.2014 que instituiu o Índice de
Funcionalidade Brasileiro aplicado para fins de Classificação e Concessão da Aposentadoria
da Pessoa com deficiência (IF-BrA).

Nesse contexto normativo, mister salientar que a referida portaria delegou ao INSS o
dever de realização de avaliação médica e também de avaliação funcional, a cargo de
assistente social, que não somente devem seguir o IF-BrA, como também utilizar a Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF, da Organização Mundial de Saúde,
para fins de aferição da deficiência. Veja-se o que dispõe o art. 2º:

Art. 2º Compete à perícia própria do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, por
meio de avaliação médica e funcional, para efeito de concessão da aposentadoria da
pessoa com deficiência, avaliar o segurado e fixar a data provável do início da
deficiência e o respectivo grau, assim como identificar a ocorrência de variação no
grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau.

1º A avaliação funcional indicada no caput será realizada com base no conceito de


funcionalidade disposto na Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde - CIF, da Organização Mundial de Saúde, e mediante a
aplicação do Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de
Aposentadoria - IFBrA, conforme o instrumento anexo a esta Portaria.

2º A avaliação médica e funcional, disposta no caput, será realizada pela perícia


própria do INSS, a qual engloba a pericia médica e o serviço social, integrantes do seu
quadro de servidores públicos.

3º O instrumento de avalição médica e funcional, destinado à avaliar o segurado, e


constante do anexo a esta Portaria, será objeto de revisão por instância técnica
específica instituída no âmbito do Ministério da Previdência Social, no prazo máximo
de um ano, a contar da data de publicação deste ato normativo, podendo haver
revisões posteriores.

E giza-se que o próprio INSS incorporou internamente tal iter procedimental por meio
da IN INSS/PRES nº 77/2015:

Art. 424. Compete à perícia própria do INSS, representada pela perícia médica
previdenciária e pelo serviço social do INSS, para efeito de concessão da
aposentadoria da pessoa com deficiência, avaliar o segurado e fixar a data provável
do início da deficiência e seu respectivo grau, assim como identificar a ocorrência de
variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau.

1º A avaliação indicada no caput será realizada mediante a aplicação do Índice de


Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de Aposentadoria - IFBrA que será
objeto de revisão por instância técnica específica instituída no âmbito do Ministério da
Previdência Social, no prazo máximo de um ano, a contar da data de publicação da
Portaria Interministerial SDH/MPS/MF/MPOG/AGU nº 1, de 2014.

2º Com fins a embasar a fixação da data da deficiência e suas possíveis alterações ao


longo do tempo, caberá à perícia médica previdenciária fixar a data de início do
impedimento e as datas de suas alterações, caso existam, por ocasião da primeira
avaliação.

3º As datas de início do impedimento e suas alterações serão instruídas por meio de


documentos, sendo vedada a prova exclusivamente testemunhal.

4º Serão considerados documentos válidos para embasamento das datas citadas no §


3º deste artigo, todo e qualquer elemento técnico disponível que permita à perícia
médica formar sua convicção.

5º A comprovação da deficiência somente se dará depois de finalizadas as avaliações


médica e do serviço social, sendo seu grau definido pela somatória das duas avaliações
e sua temporalidade subsidiada pela data do impedimento e alterações fixadas pela
perícia médica.

Assim, para fins de comprovação da deficiência e seu respectivo grau, devem ser
realizadas tanto avaliação médica quanto funcional, baseadas no conceito de funcionalidade da
CIF e com a respectiva aplicação do IF-BrA.

II.II DA REAFIRMAÇÃO DA DER PARA DATA POSTERIOR AO REQUERIMENTO


ADMINISTRATIVO EM CASO DE NECESSIDADE

Na remota eventualidade de não serem reconhecidos todos os períodos postulados,


desde já requer seja reafirmada a DER para o momento em que o segurado requerente adquirir
direito à aposentadoria, concedendo-se o benefício a partir da data da aquisição do  direito,
nos termos do art. 690 da IN 77/2015:

Art. 690. Se durante a análise do requerimento for verificado que na DER o segurado
não satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os
implementou em momento posterior, deverá o servidor informar ao interessado
sobre a possibilidade de reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a
expressa concordância por escrito.

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas as situações que resultem em


benefício mais vantajoso ao interessado.

Por fim, cumpridos todos os requisitos exigidos em lei, tempo de contribuição e


carência, o Sr. Carlos Alberto da Costa e Silva adquiriu o direito à aposentadoria da pessoa com
deficiência, tornando-se imperiosa a sua concessão, devendo o INSS CONCEDER O MELHOR
BENEFÍCIO A QUE FIZER JUS, com fulcro na IN 77/2015:

Art. 687. O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus,
cabendo ao servidor orientar nesse sentido.
III – DO PEDIDO

ISSO POSTO, requer:

1. O recebimento e o deferimento do requerimento;

2. A produção de todos os meios de prova em direito admitidos. Em caso de necessidade de


dilação probatória, requer seja aberto prazo para cumprimento das exigências pertinentes;

3. A realização de avaliação médica e funcional, a cargo de médico e assistente social, devendo


estes utilizarem a CIF para enquadramento da deficiência e com a respectiva aplicação do IF-
BrA, nos termos do art. 424, 1º da Instrução Normativa INSS/PRES nº 77/2015;

4. O reconhecimento da condição de pessoa com deficiência do Sr. Carlos Alberto da Costa e


Silva;

5. A concessão do benefício de APOSENTADORIA POR IDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, a


partir da data do agendamento do requerimento administrativo em 02/06/2021;

6. Subsidiariamente, caso não seja reconhecido tempo de serviço com deficiência suficiente para
a concessão do benefício até a DER, requer o cômputo dos períodos posteriores, e a concessão
de aposentadoria especial, com a reafirmação da DER para a data em que o segurado
preencheu os requisitos para a concessão do benefício, conforme art. 690 da IN 77/2015;

7. Não sendo reconhecido o direito de aposentadoria para o Sr. Carlos Alberto da Costa e Silva,
que imediatamente seja agendada cópia do processo administrativo deste benefício, devendo
correr o prazo recursal somente após a entrega da cópia do processo. Requer que
agendamentos sejam informados para o procurador no momento do indeferimento do pedido.

Nestes Termos;

Pede Deferimento.

 02 de junho de 2021.

Suellem S. Medeiros Araújo OAB/PR


Procuradora

Fernando Budant OAB/PR


Procurador

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