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GERENCIA DE FORMAÇÃO E CIDADANIA

PROGRAMA ADOLESCENTE APRENDIZ

ROTINAS TRABALHISTAS
DE DURAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO

Recibo de Férias
 
Segundo lembra SERGIO PINTO MARTINS (Direito do Trabalho. 13.ª ed. São Paulo : Atlas,
2001:498), as férias visam proporcionar descanso ao trabalhador, após certo período de trabalho,
quando já se acumularam no organismo toxinas que não foram eliminadas adequadamente. Os
estudos da Medicina do Trabalho revelam que o trabalho contínuo sem férias é prejudicial ao
organismo. Sabe-se que, após o quinto mês de trabalho sem férias, o empregado já não tem o
mesmo rendimento.
Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito ao
gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração, na proporção seguinte
(Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, art. 130):

N.º de faltas injustificadas


Período de gozo de férias
no período aquisitivo

Até 5 30 dias corridos

De 6 a 14 24 dias corridos

De 15 a 23 18 dias corridos

De 24 a 32 12 dias corridos
Acima de 32 faltas, o empregado não tem direito a férias

Ressalte-se que as férias não decorrem da pontualidade do empregado, de chegar à empresa


sempre na hora, mas de ter trabalhado.

Para efeito da concessão de férias, não será considerada falta ao serviço a ausência do
empregado (CLT, art. 131):
a) até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente,
irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), viva
sob sua dependência econômica;
b) até três dias consecutivos, em virtude de casamento;
c) por cinco dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana (veja licença-
paternidade);
d) por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue
devidamente comprovada;
e) até dois dias, consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva;
f) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra
"c" do art. 65 da Lei n.º 4.375, de 17/8/64 (Lei do Serviço Militar);
g) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de vestibular para ingresso em
estabelecimento de ensino superior (inciso VII do art. 473 da CLT, acrescido pela Lei n.º 9.471,
de 14/7/97 - DOU, 15/7/97);
h) durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto,
observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência
Social;
i) por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro
Social — INSS, excetuada a hipótese de o empregado ter percebido da Previdência Social
prestação de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de seis meses, mesmo em
períodos descontínuos;
j) justificada pelo empregador, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto
do correspondente salário;
l) durante a suspensão preventiva para responder a inquérito de prisão preventiva, quando for
impronunciado ou absolvido; e
m) nos dias em que não tenha havido serviço, salvo se o empregado deixar de trabalhar com
percepção de salários, por mais de 30 dias.

Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo (CLT, art. 133):
a) deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 dias subseqüentes à sua saída;
b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias;
c) deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação
parcial ou total dos serviços do empregador; e
d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença
por mais de seis meses, embora descontínuos.

É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono
pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes, devendo
essa conversão ser requerida até 15 dias antes do término do período aquisitivo (CLT, art. 143 e
§ 1.º). (EMITIR DOCUMENTO)
O pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não, sujeita-se ao acréscimo do
terço constitucional (Constituição Federal, inciso XVII do art. 7.º).
O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, do abono será efetuado até dois dias
antes do início das férias.
O empregado deverá dar quitação do pagamento das férias, assim como do abono, com a
indicação do início e do término das férias. (EMITIR DOCUMENTO)
A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no
mínimo, 30 dias. Dessa participação o interessado dará recibo (CLT, art. 135). (EMITIR
DOCUMENTO)
O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), para que nela seja anotada a respectiva
concessão (CLT, § 1.º do art. 135). (Anotação, na CTPS, da Concessão das Férias)
Consoante o art. 10 da Convenção n.º 132 da OIT, "a ocasião em que as férias serão gozadas
será determinada pelo empregador, após consulta à pessoa empregada interessada em questão
ou seus representantes, a menos que seja fixada por regulamento, acordo coletivo, sentença
arbitral ou qualquer outra maneira conforme à prática nacional. Para fixar a ocasião do período de
gozo das férias serão levadas em conta as necessidades do trabalho e as possibilidades de
repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada", modificando, assim, o art. 136 da CLT; e
uma vez marcada sua data é vedado ao empregador modificá-la sem a anuência do empregado.
Em se tratando de membros de uma mesma família que trabalhem para um mesmo empregador,
terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disso não resultar
prejuízo para o serviço (CLT, § 1.º do art. 136).
O empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias
escolares (CLT, § 2.º do art. 136). É forçoso, evidentemente, que o empregado prove a
freqüência regular à escola, de qualquer grau.
O parcelamento de férias individuais — e no máximo em dois períodos, um dos quais, agora, não
poderá ser inferior a 14 (catorze) dias corridos — somente é permitido em casos excepcionais,
ressalvando-se, no entanto, que aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade as
férias serão sempre concedidas de uma só vez (CLT, § 2.º do art. 134).
A lei não oferece o conceito de casos excepcionais que justificam o fracionamento das férias,
devendo ele ocorrer por acordo com o empregado, seja de iniciativa do empregador seja de
iniciativa do empregado o motivo, consignando-se este último em documento que poderá ser uma
correspondência com o ciente e o "de acordo" da parte a quem é dirigida. Ante o silêncio da lei
quanto ao conceito de "casos excepcionais", OCTAVIO BUENO MAGANO, apud VALENTIN
CARRION, entende ser suficiente que não haja procedimento arbitrário do empregador  (Manual
de Direito do Trabalho. São Paulo, LTR, 1987, v. 4, p. 55).
Destaque-se, por fim, que o fracionamento das férias não exime o empregador da remuneração
do período acrescida de 1/3 do seu valor.

EXEMPLOS DE CÁLCULOS

Salário = R$ 400,00
   
   Cálculo da remuneração:  
   
R$
Remuneração de férias de 30 dias
400,00
(+) Terço constitucional (1/3 de R$ R$
400,00) 133,33
R$
Total:
533,33
   
   Cálculo com abono pecuniário:  
   
R$
20 dias de férias (2/3 de R$ 400,00)
266,67
(+) Abono pecuniário de férias (1/3 de R$
R$ 400,00) 133,33

(+) Terço constitucional [1/3 da


remuneração de férias (R$ 400,00),
conforme art. 7.º, XVII, da CF,
R$
e não do período de gozo das férias
133,33
(R$ 266,67)]
R$
Total:
533,33

http://www.apatroaesuaempregada.com.br/Textos/rotvig_recfer.htm

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