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DIREITO DO TRABALHO

Módulo:
JORNADA DE TRABALHO

TEMA 07 – OUTROS REPOUSOS. DSR’S E


FÉRIAS.
REPOUSO SEMANAL REMUNERADO
O repouso semanal remunerado, ou descanso semanal remunerado (DSR),
tem previsão constitucional, conforme art. 7º, XV:
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Conceitualmente falando, o que caracteriza o repouso semanal remunerado?


É um lapso temporal de 24 horas de descanso que ocorre regularmente ao longo das
semanas de trabalho, geralmente nos dias de domingo e de na prestação dos serviços
ao mesmo forma remunerada. Assim, como há uma pausa tempo em que o
empregado tem essa diária remunerada, fala-se que se trata de hipótese de
interrupção do contrato de trabalho.

É importante relembrar a diferença entre interrupção e suspensão contratual,


porque isso ajuda a entender uma peculiaridade do repouso semanal remunerado.

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Como foi visto, em regra, este período de descanso é remunerado, razão pela qual é
caracterizado como hipótese de interrupção contratual. Contudo, existe a
possibilidade de o empregado perder a remuneração referente a este período,
conforme previsão na Lei nº 605/1949. Por esta razão, quando o empregado perder o
valor desta diária de descanso, haverá uma verdadeira suspensão contratual, pois
não há trabalho ao mesmo tempo em que não há retribuição.
O repouso semanal remunerado é um instituto imperativo, ou seja, o
empregado não pode abrir mão dele, já que não está em sua esfera de disponibilidade.
Assim, por exemplo, o empregador não pode querer chamar os trabalhadores para
prestarem serviços durante o DSR a fim de que consigam bater a meta do mês. Afinal,
a concessão deste descanso é obrigatória de acontecer semanalmente, isto é, ao
longo de cada semana de trabalho, o empregado terá direito a 01 DSR de 24 horas
consecutivas para descanso remunerado, como regra. Dessa forma também
entendeu o TST quando editou a OJ 410 da SDI-1:
OJ 410, SDI-1, TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO.
CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE
TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em
22, 25 e 26.10.2010)
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal
remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no
seu pagamento em dobro.

Quando se pensa no repouso semanal remunerado preferencialmente aos


domingos, percebe-se que seu objetivo não é apenas o descanso, mas também a
confraternização, a reunião, do empregado com seu círculo de relações pessoais.
Nesse caso, a literatura trabalhista é pacífica em reconhecer esse papel social do
descanso:
Visam ainda os intervalos interjornadas e intersemanais assegurar ao
trabalhador lapsos temporais diários e semanais mínimos para sua
fruição pessoal, inclusive quanto à sua inserção no contexto familiar e
comunitário. Esses intervalos — significativamente mais amplos do
que os anteriores — é que, na verdade, permitem assumir o obreiro
outros fundamentais papéis cotidianos, além do concernente ao ser
econômico que desempenha no âmbito da relação empregatícia. Tais
intervalos é que permitem, portanto, que se fale em um trabalhador
como ser familiar (integrado a seu núcleo básico de laços de sangue
e afetividade), ser social (partícipe de problemas e anseios
comunitários), ser político (sujeito das decisões políticas na sociedade
e no Estado) (DELGADO, 2019, p. 1137).

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E é geralmente aos domingos que esse encontro é viabilizado. Tendo isso em
mente, o Ministério do Trabalho, através de portaria, passou a entender que, a
despeito de o DSR ser preferencialmente aos domingos, é possível que seja
concedido em outro dia da semana, mas respeitado o limite mínimo de concessão no
domingo pelo menos uma vez por mês.
Como visto, o repouso semanal remunerado é um período de 24 horas
consecutivas de descanso, ou seja, não pode ser concedido de forma fracionada. A
cada módulo de 44 horas trabalhadas por semana, o trabalhador adquire o direito a
um DSR no total de 24 horas consecutivas de descanso. Veja-se que é um prazo legal
de repouso fixado em horas, e não em dias. Então, pode acontecer a situação de o
empregado trabalhar até 22 horas da noite sábado, por exemplo, ter devido o intervalo
interjornada de 11 horas a partir da saída do trabalho e, logo em seguida, serem
somadas as 24 horas do descanso semanal remunerado. Ao final, apenas a partir das
09 horas de segunda-feira o empregado poderá ser demandado para trabalhar.

A Lei nº 605/1949 trata do repouso semanal remunerado e do trabalho em


feriados. Sua leitura é importante para saber que há requisitos que o empregado
precisará preencher para usufruir de seu repouso semanal remunerado, que são
analisados em seguida.
Assim, primeiramente, é de se reconhecer logo em seu art. 1º que a
concessão do DSR deve respeitar os limites de exigência técnica das empresas:
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado
de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos
e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis
e religiosos, de acordo com a tradição local.

O que são esses limites das empresas? Significa que o repouso semanal
remunerado deve ser adaptado às empresas que funcionam aos domingos, como

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acontece com aquelas ligadas ao ramo de entretenimento (ex.: cinema, teatro,
restaurante, bares etc.), ou seja, não é possível fazer coincidir o DSR no domingo para
todos os empregados ao mesmo tempo. Por isso, haverá uma escala de revezamento
em que a coincidência da concessão do repouso semanal aos domingos aconteça
pelo menos uma vez por mês.
Tanto os empregados urbanos quanto empregados rurais têm o mesmo direito
ao DSR. É uma questão de isonomia que a Lei 605/1949 trouxe em sua redação:
Art. 2º Entre os empregados a que se refere esta lei, incluem-se os
trabalhos rurais, salvo os que operem em qualquer regime de parceria,
meação, ou forma semelhante de participação na produção.

Por fim, a lei ainda é aplicável para os autônomos que trabalhem na forma do
art. 3º, que são os trabalhadores portuários sem vínculo de emprego com o porto:
Art. 3º O regime desta lei será extensivo àqueles que, sob forma
autônoma, trabalhem agrupados, por intermédio de Sindicato, Caixa
Portuária, ou entidade congênere. A remuneração do repouso
obrigatório, nesse caso, consistirá no acréscimo de um 1/6 (um sexto)
calculado sobre os salários efetivamente percebidos pelo trabalhador
e paga juntamente com os mesmos.

O art. 6º da Lei nº 605/1949 traz uma questão importante sobre o repouso


semanal remunerado. Acontece que, em regra, as 24 horas consecutivas de descanso
são remuneradas, tornando-se uma hipótese de interrupção contratual em que o
empregado não presta serviço, mas recebe pelo dia de descanso. Porém, esta lei
criou a situação de haver tal descanso sem que ele seja remunerado, ou seja, é
possível que o empregado não seja demandado a trabalhar ao mesmo tempo em que
não há remuneração pelo período de repouso, o que configura uma verdadeira
suspensão contratual.

Para tanto, vale a pena verificar a redação do art. 6º da Lei 605/1949:

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Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado,
o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior,
cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.

Portanto, o direito de usufruir do repouso semanal sempre será exercido pelo


empregado. Contudo, como se observa no dispositivo acima, nem sempre esse
repouso será remunerado. Para que consiga essa remuneração, o empregado
precisa dos requisitos de (1) frequência integral, ou seja, ter trabalhado todos os dias
daquela semana, e de (2) pontualidade, isto é, tem que ter chegado e saído nos
horários corretos. Caso o empregado não cumpra um destes requisitos
injustificadamente, perderá o direito à remuneração do repouso semanal, mas
continuará com o direito de descansar pelas 24 horas consecutivas.
Por isso, por exemplo, pode acontecer a situação de o empregado faltar 01
dia na semana injustificadamente e ter descontado em seu contracheque o
equivalente a 02 diárias. Isso pode ocorrer porque seria 01 diária referente ao dia em
que faltou e 01 diária referente ao valor do repouso semanal que seria remunerado,
caso ele não tivesse faltado ao trabalho.
Para verificar quais são os motivos de falta justificada, pode-se analisar o art.
6º, §1º, da Lei nº 605/1949:
Art. 6º. [...]
§ 1º São motivos justificados:
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação
das Leis do Trabalho;
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da
administração do estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do
empregador, não tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do
seu casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.

A alínea a se refere a todas as hipóteses do art. 473 da CLT, as quais


permitem a falta ao serviço e não prejudicam a remuneração do repouso semanal
remunerado:
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem
prejuízo do salário:
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua

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carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência
econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por cinco dias consecutivos, em caso de nascimento de filho;
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de
doação voluntária de sangue devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar
eleitor, nos têrmos da lei respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do
Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17
de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de
exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino
superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer
a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião
oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
X - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para
acompanhar sua esposa ou companheira em até seis consultas
médicas, ou exames complementares, durante o período de gravidez;
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos
em consulta médica.
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso
de realização de exames preventivos de câncer devidamente
comprovada.
Parágrafo único. O prazo a que se refere o inciso III do caput será
contado a partir da data de nascimento do filho.

A alínea b citada pelo art. 6º, §1º, da Lei 605/1949, trata daquela autorização
que o próprio empregador concede ao empregado para faltar algum dia, para chegar
atrasado ou para sair mais cedo. No caso da alínea c, o próprio empregador resolveu
que, em determinado dia, não haveria trabalho em seu estabelecimento, seja
simplesmente porque não quer abrir naquele dia, seja porque é um feriado que não
tem previsão legal.
O valor da remuneração do repouso semanal remunerado está regulado pelo
art. 7º da Lei 605/1949:
Art. 7º A remuneração do repouso semanal corresponderá:
a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, à de um
dia de serviço, computadas as horas extraordinárias habitualmente
prestadas;
b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma de trabalho,
computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas;
c) para os que trabalham por tarefa ou peça, o equivalente ao salário
correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no

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horário normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente
prestados ao empregador;
d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao quociente da
divisão por 6 (seis) da importância total da sua produção na semana.
§ 1º Os empregados cujos salários não sofram descontos por motivo
de feriados civis ou religiosos são considerados já remunerados
nesses mesmos dias de repouso, conquanto tenham direito à
remuneração dominical.
§ 2º Consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do
empregado mensalista ou quinzenalista cujo cálculo de salário mensal
ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base
do número de dias do mês ou de 30 (trinta) e 15 (quinze) diárias,
respectivamente.

A intenção do legislador ao trabalhar a remuneração do DSR nestes


dispositivos foi tentar aproximar o valor do descanso semanal ao que já seria pago
como 01 dia de trabalho do empregado. Ricardo Resende apresenta uma
interpretação interessante sobre esses dispositivos, principalmente quando elucida a
questão de o empregado mensalista já ter considerado pago o DSR no salário do mês:
O dispositivo não apresenta maiores dificuldades, ao passo que prevê
a base de cálculo do DSR para cada forma diferente de pagamento de
salário. A essência é a remuneração do DSR à base de um dia de
serviço do empregado. Quem recebe por mês (mensalista) já tem
embutido no salário o DSR, ao passo que recebe por todos os dias do
mês, inclusive os não úteis. No caso dos empregados que recebem
salário variável, por produção, entre outras modalidades, faz-se
necessário calcular o valor de um dia de salário para, a partir daí,
calcular o valor do DSR (2020, p. 510).

Até as horas extras, quando habitualmente prestadas, fazem parte da


remuneração do descanso semanal remunerada, conforme se percebe da leitura do
art. 7º, alínea a, da Lei nº 605/1949, acima elencado. Ainda, importa acrescentar que
o TST também vem decidindo de forma a considerar tais horas no pagamento do DSR,
conforme sua súmula 172:
Súmula nº 172 do TST
REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO (mantida)
- Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras
habitualmente prestadas.

FÉRIAS

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O instituto das férias está previsto na Constituição Federal de 1988, art. 7º,
XVII:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço
a mais do que o salário normal;

Todo empregado que tira férias recebe uma quantia financeira maior que os
outros meses, até porque é nas férias que ele pode consumir mais. Assim, está
previsto neste dispositivo o chamado “terço constitucional de férias”.
O instituto das férias é caracterizado como hipótese de interrupção do
contrato de trabalho. Significa que o empregado não presta serviço, mas recebe
naquele mês como se estivesse trabalhando. Portanto, embora descanse, ele
receberá salário do empregador, desta vez com um terço a mais, conforme dispositivo
constitucional acima.
As férias começam com 30 dias de descanso. Porém, nem todos os
empregados terão exatamente este período concedido. O número de dias de férias
leva em consideração o número de faltas injustificadas que o trabalhador tiver
cometido, ou seja, pode ser que tenha direito a menos dias de férias a depender da
quantidade de faltas cometidas. Para isso, deve ser observada a proporção do art.
130 da CLT:
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do
contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte
proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço
mais de 5 (cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis)
a 14 (quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a
23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro)
a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do
empregado ao serviço.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos,
como tempo de serviço.

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Conforme o art. 130, III, da CLT, se tiver 32 faltas injustificadas, o empregado
só terá direito a 12 dias corridos de férias. O que acontece se ele tiver 33 faltas
injustificadas? Neste caso, ele perderá as férias. Portanto, o máximo de dias de faltas
injustificadas é de 32 dias. Se ultrapassar este limite, perderá totalmente as férias.
Ademais, como o período de férias é considerado interrupção do contrato de
trabalho, faz sentido o art. 130, §2º, CLT, afirmar que este período será considerado
como tempo de serviço. Afinal de contas, não há trabalho, mas há remuneração.
Antes da Reforma Trabalhista de 2017 (Lei nº 13.467/2017), havia na CLT o
art. 130-A. Tratava das férias para os empregados contratados sob modalidade de
contrato de trabalho a tempo parcial urbano. Para eles, como trabalhavam menos
horas na semana, se comparados com os contratos de tempo integral urbano, também
eram concedidos menos dias de férias. Após a reforma, o art. 130-A encontra-se
revogado, de forma que tais empregados passaram a ser regidos pelo art. 130 da
CLT, que agora trata das férias de ambas as modalidades de contrato, a parcial e a
integral.
O tema das férias é estudado com a observação de dois períodos: (1) período
aquisitivo e (2) período concessivo. Verificar o tempo de trabalho e saber identificar
tais conceitos trabalhistas ajuda a entender exatamente a partir de quando as férias
devem ser concedidas e a partir de quando o empregador se encontrará em atraso na
sua decisão de as conceder.
O período aquisitivo é o lapso de tempo da prestação de serviços que
precisa transcorrer para que o empregado adquira o direito de gozar férias. Então,
existe um tempo de prestação trabalho para que o empregado possa, em seguida, ter
direito às férias.
No ordenamento brasileiro, tal período corresponde a 12 meses de trabalho.
Dessa forma, a cada 12 meses de trabalho (chamado de período aquisitivo), o
empregado ganha o direito de gozar um período de férias. É por isso que, no primeiro
ano de trabalho, o empregado não tira férias, mas apenas no ano seguinte. Afinal de
contas, esse primeiro ano é o lapso temporal referente apenas ao seu período
aquisitivo.
Completados os 12 meses de trabalho, o empregado tem o direito de que
sejam concedidas as férias nos 12 meses subsequentes, conforme art. 134 da CLT,

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cujo período é chamado de período concessivo. É dentro deste lapso temporal que
o empregador vai ter que conceder as férias adquiridas pelo empregado.
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um
só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o
empregado tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão
ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá
ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser
inferiores a cinco dias corridos, cada um.
§ 2o (Revogado)
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede
feriado ou dia de repouso semanal remunerado.

Quando exatamente serão concedidas as férias dentro do período


concessivo? Isso fica a critério do empregador. Não é o empregado que escolhe o
mês que quer tirar as férias, pois é direito do empregador selecionar aquele que mais
lhe convier. Embora possa escolher o mês que quiser para conceder as férias, o
empregador deve respeitar os 12 meses do período concessivo, ou seja, tem que
escolher dentro deste limite de tempo quando vai dar as férias ao empregado.
Por exemplo, imagine-se uma situação na qual um empregado começa a
trabalhar em junho de 2022. Seu período aquisitivo de 12 meses de trabalho terminaria
em maio de 2023. A partir daí, nasce o período concessivo de 12 meses para que o
empregador conceda as férias ao empregado.

Este seria o esquema que representaria o período aquisitivo do 1º ano de


contrato deste empregado. Ademais, a partir do 2º ano de contrato, tem o que se

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chama de “períodos duplos”. Significa que a partir do momento em que começa o
período concessivo entre jun./2023 e maio/2024, este período concessivo
corresponde também ao período aquisitivo do 2º ano de contrato do empregado, que
seria referente a jun./2023 a maio/2024. Portanto, o período concessivo do 1º ano de
contrato é o mesmo lapso temporal do período aquisitivo do 2º ano de contrato.

Já se sabe que, caso o empregado cometa faltas ao serviço, ele pode ter
diminuído o número de dias de férias. Nesse caso, não é qualquer falta que gera essa
diminuição. O art. 131 da CLT faz uma listagem das faltas que não contam para essa
consequência jurídica:
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do
artigo anterior, a ausência do empregado:
I - nos casos referidos no art. 473;
Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de
maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do
salário-maternidade custeado pela Previdência Social;
III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do
inciso IV do art. 133;
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver
determinado o desconto do correspondente salário;
V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito
administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou
absolvido; e
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do
inciso III do art. 133.

São os períodos em que há ausência justificada ao trabalho. Considerando


isso, não servem para o desconto do número de dias de férias.
Além disso, a CLT também prevê situações em que não há desconto, mas
perda completa das férias, conforme seu art. 133:
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do
período aquisitivo:

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I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subseqüentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por
mais de 30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30
(trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da
empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de
trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora
descontínuos.
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o
empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas
neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa
comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com
antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da
paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual
prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo
da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos
locais de trabalho.

Quando ocorrer qualquer uma das hipóteses deste art. 133, CLT, o
empregado perderá o período aquisitivo em que ela se der. Ato contínuo, assim que
ele retornar ao serviço, será iniciado um novo período aquisitivo do zero, conforme o
§2º acima.
Uma vez iniciado o período concessivo, o empregado não tem direito de
escolher quando vai tirar férias. É uma prerrogativa do empregador, conforme caput
dos arts. 134 e 136 da CLT:
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em
um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o
empregado tiver adquirido o direito.
[...]
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte
os interesses do empregador.

Veja-se que a redação diz “concedidas por ato do empregador”. Portanto, não
é direito do empregado escolher a data das férias. Na verdade, como é o empregador
quem dirige a prestação dos serviços, o ordenamento brasileiro concedeu a ele o
direito de escolher o período de férias que mais lhe convier. Assim, ele poderá realizar
as adequações na produção da empresa organizando os quadros de férias que seus
empregados vão tirar.

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A princípio, as férias são concedidas de forma completa em uma só vez. É
permitido o fracionamento, desde que haja concordância do empregado, conforme
art. 134, §1º, da CLT:
Art. 134. [...]
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão
ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá
ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser
inferiores a cinco dias corridos, cada um.

Portanto, o empregador não pode impor ao empregado o fracionamento das


férias. Ele pode apenas determinar o período das férias, mas não fracionar. Ainda,
apesar de o empregador poder escolher quando concede as férias, a lei traz um limite
para o exercício desta prerrogativa. O art. 134, §3º, da CLT veda a o início das férias
próximo de feriado ou do descanso semanal remunerado:
Art. 134. [...]
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede
feriado ou dia de repouso semanal remunerado.

Trata-se de uma medida legislativa que foi feita para evitar que o empregado
já começasse suas férias próximo a dias em que ele já teria direito a descanso
remunerado. Nesse caso, o legislador decidiu proteger o empregado contra esse tipo
de concessão pela empresa.
Seguindo a análise dos dispositivos celetistas sobre as férias, o que acontece
se elas forem concedidas depois do respectivo período concessivo? Segundo o art.
137 da CLT, serão pagas em dobro:
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de
que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva
remuneração.
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha
concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo
a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do
salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao
órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa
de caráter administrativo.

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Como funciona o cálculo deste pagamento em dobro? O empregador
multiplica o salário por 2 e depois incide o acréscimo do um terço constitucional,
conforme exemplo abaixo:

O que acontece se os 30 dias de férias forem concedidos parte no final do seu


período concessivo e parte extrapolando esse período? Por exemplo, caso o
empregador tenha como limite do período concessivo o dia 31 de agosto, significa que
o empregado tem até 31 de agosto para ter gozado de suas férias. Nesse caso, o que
acontece quando o empregador concede 30 dias de férias a partir do dia 15 de agosto
e o empregado só retorna ao trabalho no dia 14 de setembro? O que acontece com
esses últimos 13 dias de férias concedidos após o limite do período concessivo?
Nesse caso, os dias de férias dentro do período concessivo serão pagos como dias
simples com acréscimo de um terço. Em seguida, os dias de férias gozados após o
dia 31 de agosto serão pagos em dobro com acréscimo de um terço.
Como tem direito de gozar as férias, o empregado recebe a faculdade de
“vender” uma parte de seus dias de descanso ao empregador. Assim, o empregado
pode trabalhar apenas em parte do que seria seu período de férias. Trata-se do que
a doutrina chama de “abono pecuniário”, que está regulado no art. 143 da CLT:
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do
período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da
remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes
do término do período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este
artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o
sindicato representativo da respectiva categoria profissional,
independendo de requerimento individual a concessão do abono.

Veja-se que é um direito do empregado converter parte de suas férias em


abono pecuniário. Não pode, portanto, o empregador obrigá-lo a abrir mão de 1/3 de
delas para trabalhar, mesmo que isso seja remunerado. É direito do empregado
descansar as férias em sua integralidade, caso ele assim entenda.

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Por outro lado, decidindo pela conversão de 1/3 de suas férias em abono
pecuniário, o empregado deve realizar o pedido ao empregador. Caso ele requeira até
15 dias antes do término do período aquisitivo, conforme o art. 143, §1º, CLT, o
empregador estará obrigado a “comprar” esse período de férias. Se o empregado
requerer após esse prazo, o empregador terá a faculdade de “comprar” ou não.
Portanto, deixará de ser uma obrigação da empresa pagar o abono pecuniário por 1/3
das férias.
Ainda, o art. 143, §2º, da CLT trata do abono pecuniário no caso de férias
coletivas. Nessa situação, o legislador preferiu deixar que regulamentação desta
hipótese seja estabelecida em instrumento de negociação coletiva, que será decidido
por ambas as partes coletivas.
Embora elas sejam remuneradas, o empregado receberá tal pagamento
antes de entrar de férias, e não apenas no mês subsequente ao vencido, conforme
art. 145 da CLT:
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o
do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes
do início do respectivo período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com
indicação do início e do termo das férias.

O empregador tem até 02 dias antes do início das férias para realizar o
pagamento. Afinal, não adianta o empregado entrar de férias sem dinheiro. O mês
deste descanso anual precisa ser pago com antecedência.
Lidando com este problema, o TST aplicou analogicamente o art. 137 da CLT.
Segundo este artigo, as férias são pagas em dobro quando sua concessão é feita com
atraso, isto é, após o período concessivo. Assim, o TST passou a entender que o
mesmo acontece quando as férias são concedidas, mas com pagamento em atraso.
Nessa situação, foi editada a súmula 450:
Súmula nº 450 do TST
FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO
PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 386 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT
divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o
terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que
gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

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Portanto, o TST entende que deve acontecer o pagamento em dobro das
férias concedidas em época própria, mas com pagamento fora do limite de até 02 dias
antes de seu início. Porém, é importante reconhecer que esta súmula foi julgada
inconstitucional pelo STF a ADPF 501, conforme decisão do Plenário abaixo
consignada (voto vencedor/voto divergente):
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente a arguição de
descumprimento de preceito fundamental para: (a) declarar a
inconstitucionalidade da Súmula 450 do Tribunal Superior do
Trabalho; e (b) invalidar decisões judiciais não transitadas em julgado
que, amparadas no texto sumular, tenham aplicado a sanção de
pagamento em dobro com base no art. 137 da CLT. Tudo nos termos
do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, Cármen
Lúcia, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Falou, pelo requerente, o
Dr. Fernando Filgueiras, Procurador do Estado de Santa Catarina.
Plenário, Sessão Virtual de 1.7.2022 a 5.8.2022.

Diante desta decisão, o TST deverá cancelar sua súmula e passar a aplicar o
entendimento firmado pelo STF.

Leitura Complementar

COUTO, Karen. STF derruba súmula do TST com punição para atraso
no pagamento de férias. Consultor Jurídico. 2022. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2022-ago-09/stf-derruba-sumula-tst-
atraso-pagamento-ferias. Acesso em: 12 ago. 2022.

Legislação

CF/88, Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
[...]
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;

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Lei nº 605/1949, Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal
remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e,
nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de
acordo com a tradição local.
Art. 2º Entre os empregados a que se refere esta lei, incluem-se os trabalhos
rurais, salvo os que operem em qualquer regime de parceria, meação, ou forma
semelhante de participação na produção.
Art. 3º O regime desta lei será extensivo àqueles que, sob forma autônoma,
trabalhem agrupados, por intermédio de Sindicato, Caixa Portuária, ou entidade
congênere. A remuneração do repouso obrigatório, nesse caso, consistirá no
acréscimo de um 1/6 (um sexto) calculado sobre os salários efetivamente percebidos
pelo trabalhador e paga juntamente com os mesmos.
[...]
Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o
empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo
integralmente o seu horário de trabalho.
§ 1º São motivos justificados:
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis
do Trabalho;
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da
administração do estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador,
não tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu
casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.
[...]
Art. 7º A remuneração do repouso semanal corresponderá:
a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, à de um dia de
serviço, computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas;

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b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma de trabalho,
computadas as horas extraordinárias habitualmente prestadas;
c) para os que trabalham por tarefa ou peça, o equivalente ao salário
correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no horário normal de
trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente prestados ao empregador;
d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao quociente da divisão por
6 (seis) da importância total da sua produção na semana.
§ 1º Os empregados cujos salários não sofram descontos por motivo de
feriados civis ou religiosos são considerados já remunerados nesses mesmos dias de
repouso, conquanto tenham direito à remuneração dominical.
§ 2º Consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do
empregado mensalista ou quinzenalista cujo cálculo de salário mensal ou quinzenal,
ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base do número de dias do mês ou
de 30 (trinta) e 15 (quinze) diárias, respectivamente.
CLT, Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato
de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e
três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao
serviço.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo
de serviço.
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo
anterior, a ausência do empregado:
I - nos casos referidos no art. 473;

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Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de
maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-
maternidade custeado pela Previdência Social;
III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver
determinado o desconto do correspondente salário;
V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo
ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III
do art. 133.
[...]
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subseqüentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de
30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias,
em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho
ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira
de Trabalho e Previdência Social.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado,
após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao
serviço.
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará
ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze)
dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa,
e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da
categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.

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Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só
período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver
adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a
quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
cada um.
§ 2o (Revogado)
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado
ou dia de repouso semanal remunerado.
[...]
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador.
[...]
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata
o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido
as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença,
da época de gozo das mesmas.
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário
mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão
local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter
administrativo.
[...]
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de
férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria
devida nos dias correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do
término do período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo
deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo

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da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a
concessão do abono.
[...]
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono
referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação
do início e do termo das férias.
[...]
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo
do salário:
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de
trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por cinco dias consecutivos, em caso de nascimento de filho;
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação
voluntária de sangue devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos
têrmos da lei respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço
Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei
do Serviço Militar).
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame
vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de
organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
X - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para acompanhar
sua esposa ou companheira em até seis consultas médicas, ou exames
complementares, durante o período de gravidez;

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XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em
consulta médica.
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de
realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada.
Parágrafo único. O prazo a que se refere o inciso III do caput será contado a
partir da data de nascimento do filho.

Jurisprudência

OJ 410, SDI-1, TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO


APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF.
VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após
o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

Súmula nº 172 do TST


REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras
habitualmente prestadas.

Súmula nº 450 do TST


FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO.
DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 386 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e
23.05.2014
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época
própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo
diploma legal.

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STF, ADPF 501, Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente a
arguição de descumprimento de preceito fundamental para: (a) declarar a
inconstitucionalidade da Súmula 450 do Tribunal Superior do Trabalho; e (b) invalidar
decisões judiciais não transitadas em julgado que, amparadas no texto sumular,
tenham aplicado a sanção de pagamento em dobro com base no art. 137 da CLT.
Tudo nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, Cármen
Lúcia, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski. Falou, pelo requerente, o Dr. Fernando
Filgueiras, Procurador do Estado de Santa Catarina. Plenário, Sessão Virtual de
1.7.2022 a 5.8.2022.

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Bibliografia

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e


atualizada conforme a lei da reforma trabalhista e inovações normativas e
jurisprudenciais posteriores. 18. ed. São Paulo: LTr, 2019.
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2020.

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