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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações
legais.
DIREITO DO TRABALHO
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. PERDA DO DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
2.1. Desconto Proporcional do DSR
2.2. Ausências Justificadas
2.3. Rescisão Contratual
3. EMPREGADO DOMÉSTICO
4. EMPREGADO COMISSIONISTA
5. EMPREGADO HORISTA
6. EMPREGADO DIARISTA
7. EMPREGADO INTERMITENTE
8. JORNADA 12 x 36
9. EMPREGADO TAREFEIRO
10. PROFESSOR
11. ESOCIAL
12. FISCALIZAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O DSR (Descanso Semanal Remunerado) ou RSR (Repouso Semanal Remunerado) é um direito garantido a todo
empregado, previsto na Constituição Federal de 1988, na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, bem como, na Lei n°
605/49 e em seu Decreto regulamentador n° 27.048/49, conforme se observa:
Constituição Federal:
Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
(…)
CLT:
Art. 67. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o
domingo, no todo ou em parte.
Lei n° 605/49:
Art. 1° Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado, de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas,
preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e
religiosos, de acordo com a tradição local.
Decreto n° 27.048/49:
Art. 1° Todo empregado tem direito a repouso remunerado, num dia de cada semana, preferentemente aos
domingos, nos feriados civis e nos religiosos, de acordo com a tradição local, salvo as exceções previstas neste
regulamento.
(…)
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Quando o empregado não cumpre integralmente sua jornada semanal, o empregador tem o direito de descontar as horas
falta e/ou dias de faltas injustificadas, além do DSR da semana seguinte, conforme dispõe o artigo 6° da Lei n° 605/49 e
o artigo 11 do Decreto n° 27.048/49, vejamos:
Lei n° 605/49:
Art. 6° Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado
durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
Decreto n° 27.048/49:
Art. 11. Perderá a remuneração do dia de repouso o trabalhador que, sem motivo justificado ou em virtude de
punição disciplinar, não tiver trabalho durante toda a semana, cumprindo integralmente o seu horário de
trabalho.
Ou seja, se o empregado deixou de cumprir integralmente sua jornada de trabalho em uma determinada semana
trabalhista (entre segunda-feira e domingo), terá descontado o dia da falta injustificada e o DSR que recair na semana
seguinte.
Assim, para que o empregado também tenha o feriado descontado, é necessário que o feriado recaia na semana do
desconto, e não na semana da falta injustificada, de acordo com o artigo 11, § 4°, do Decreto n° 27.048/49.
NOVEMBRO - 2019
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1°) Empregado com jornada semanal de 44 horas, sendo 08 horas de segunda a sexta-feira, 04 horas no sábado e seu
DSR semanal aos domingos. Faltou injustificadamente no dia 06 (quarta-feira).
2°) Empregado com jornada semanal de 44 horas, sendo 08h48 de segunda a sexta-feira e seu DSR semanal aos
domingos. Faltou injustificadamente no dia 13 (quarta-feira).
Observação: o sábado neste caso, é um dia não trabalhado, porém, não é considerado um DSR. Somente seria
descontado o sábado, se este fosse um feriado.
Ressalta-se que o desconto do DSR é devido nos casos de faltas injustificadas, bem como, em razão da suspensão
disciplinar aplicada pelo empregador, de acordo com o artigo 11 do Decreto n° 27.048/49.
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Ainda, o sábado é considerado um dia útil, mesmo que o empregado o compense durante a semana trabalhista. Assim,
somente poderá ser considerado um DSR, se neste dia for decretado feriado, conforme prevê o artigo 1° da Lei n°
605/49 e artigo 1° do Decreto n° 27.048/49.
Em regra, quando o empregado não cumpre integralmente sua jornada semanal, é possível realizar o desconto do DSR
da semana seguinte, com base no artigo 6° da Lei n° 605/49.
Dessa forma, o atraso acima da tolerância prevista no artigo 58, § 1°, da CLT (05 minutos por batida, limitados a 10
minutos diários) já permite que o empregador desconte o DSR de maneira integral.
Algumas empresas adotam a política de não descontar o DSR em caso de atraso, ou proceder o desconto de maneira
proporcional, entretanto, não há dispositivo na legislação trabalhista que discipline o cálculo do DSR proporcional.
Sendo assim, recomenda-se consultar a respectiva entidade sindical, a fim de verificar seu posicionamento a respeito.
De acordo com o artigo 12 do Decreto n° 27.048/49, consideram-se motivos justificados, para fins de não desconto do
DSR:
c) A paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;
Dessa forma, em caso de ausência justificada, não haverá o desconto do DSR da semana seguinte.
De acordo com a Portaria SRT n° 001/2006, através da Ementa Normativa n° 26 prevê que nos contratos por prazo
indeterminado, será devido o pagamento do DSR por ocasião da rescisão do contrato de trabalho nas seguintes
hipóteses:
1°) Quando o descanso for aos domingos e a carga horária semanal tiver sido cumprida integralmente;
2°) Quando o prazo do aviso prévio terminar em sábado ou sexta-feira, e o sábado for compensado;
3°) Quando existir escala de revezamento e o prazo do aviso prévio se encerrar no dia anterior ao do descanso
previsto.
Conforme Portaria MTE n° 1.057/2012, no Termo de Rescisão Contratual do Trabalho - TRCT, o campo 58 na coluna
“Valor”, o empregador deve informar o valor referente ao DSR devido no mês do afastamento do trabalhador remunerado
por hora (horista) ou por dia (diarista). Sendo o caso de o salário ser pago por mês (mensalista), deve ser informado o
pagamento do DSR devido quando da última semana integralmente trabalhada.
Com relação ao desconto do DSR em razão de ausências injustificadas, havendo o rompimento contratual, não há o que
se falar em desconto do DSR da semana seguinte, isso porque, inexistirá o vínculo empregatício de fato na semana
seguinte, e/ou, no caso do aviso prévio trabalhado, seria descontado indevidamente um dia do aviso prévio do
empregado.
Por fim, embora não haja dispositivo legal que discipline tal situação, para cálculo do DSR no mês de rescisão contratual,
em regra, utiliza-se o total de dias do mês, e não apenas os dias trabalhados, salvo se o instrumento coletivo trouxer
previsão específica sobre o cálculo.
3. EMPREGADO DOMÉSTICO
Até 18.07.2006 o artigo 5°, alínea “a”, da Lei n° 605/49 mencionava que as regras referente ao DSR não se aplicavam
aos empregados domésticos.
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Com o advento da Lei n° 11.324/2006, publicada no DOU em 19.07.2006, tal dispositivo foi revogado.
Todavia, é importante mencionar que o direito ao DSR já tinha sido estendido aos empregados domésticos desde a
Constituição Federal de 1988, conforme prevê seu artigo 7°, parágrafo único.
Com a publicação da Lei Complementar n° 150/2015 que dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico, em 02.06.2015,
ficou garantido em seu artigo 16, que o empregado doméstico tem o direito a um descanso semanal remunerado de, no
mínimo, 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, além de descanso remunerado em feriados.
Ressalta-se que o DSR deverá ser concedido, de maneira que o empregado doméstico não trabalhe 07 dias corridos
sem folga.
Muito embora o artigo 3°, alínea “a” do Decreto n° 27.048/1949 ainda traga a previsão sobre a inaplicabilidade das regras
do DSR aos empregados domésticos, é possível afirmar que o artigo em questão está derrogado em razão das
normativas publicadas posteriormente, que acabam por invalidar tal dispositivo.
4. EMPREGADO COMISSIONISTA
Como não há dispositivo legal que mencione a forma correta de calcular o reflexo do DSR nas comissões, pode haver
variação conforme o entendimento da respectiva entidade sindical da categoria.
O entendimento majoritário, orienta que para a realização do cálculo do reflexo do DSR sobre as comissões, utiliza-se a
totalidade de dias úteis no mês, conforme segue:
Entretanto, outro posicionamento presente na jurisprudência, considera para o cálculo do DSR sobre as comissões,
apenas o número de dias efetivamente trabalhados no mês, devendo ser realizado da seguinte forma:
Diante da ausência de dispositivo legal que discipline a matéria, é importante que a respectiva entidade sindical da
categoria seja consultado a fim de verificar qual dos posicionamentos deve ser adotado.
5. EMPREGADO HORISTA
A denominação de empregado horista refere-se a forma como o mesmo é remunerado, ou seja, por horas.
De acordo com o artigo 7°, alínea “b” da Lei n° 605/1949, a remuneração do repouso semanal para os que trabalham por
horas, corresponderá à sua jornada normal de trabalho, computadas as horas extraordinárias prestadas.
O DSR do empregado horista e calculado mês a mês com base nas horas efetivamente trabalhadas, conforme segue:
Na hipótese de falta injustificada do empregado horista, não se aplica o desconto do DSR da semana seguinte. Isso
porque, no momento de calcular o DSR devido no mês, já serão consideradas apenas as horas trabalhadas durante o
mês, refletindo automaticamente no descanso semanal remunerado.
6. EMPREGADO DIARISTA
O artigo 7°, alínea “a” da Lei n° 605/1949, prevê que para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, a
remuneração do DSR corresponderá à de 01 dia de serviço, computadas as horas extraordinárias prestadas.
7. EMPREGADO INTERMITENTE
Nos termos do artigo 443, § 3° da CLT, considera-se como intermitente, o contrato de trabalho no qual a prestação de
serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de
inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
O artigo 452-A da CLT, estabelece que ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o
pagamento imediato das seguintes parcelas:
• remuneração;
• adicionais legais.
Com relação ao contrato intermitente, a legislação é omissa em muitos aspectos, incluindo a forma de calcular o DSR a
ser pago ao empregado ao final de cada prestação de serviços.
Sendo assim, a respectiva entidade sindical deve ser consultada a fim de verificar a forma correta de realização do
cálculo do DSR do empregado contratado por meio do contrato intermitente.
8. JORNADA 12 x 36
Com o advento da Lei n° 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), foi inserido o artigo 59-A na CLT, o qual estabelece que é
facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer
horário de trabalho de 12 horas seguidas por 36 horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os
intervalos para repouso e alimentação.
Além da possibilidade de pactuar esse tipo de jornada por meio de acordo individual, outra novidade trazida pela
Reforma Trabalhista refere-se ao DSR neste tipo de jornada.
Isso porque, o parágrafo único do artigo 59-A da CLT prevê que a remuneração mensal pactuada para a jornada 12 x 36
já abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, sendo
considerados compensados os feriados eventualmente trabalhados.
Assim, não há cálculo de DSR a se fazer separadamente neste tipo de jornada, bem como, o trabalho em domingos e
feriados não são remunerados em dobro, salvo se o instrumento coletivo trouxer previsão específica sobre o tema.
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No que se refere ao desconto do DSR da semana seguinte em caso de ausência injustificada, não há dispositivo na
legislação trabalhista que regulamente o tema. Dessa forma, como a jornada 12 x 36 é diferenciada, e não há como
estabelecer qual dia da semana seguinte será seu DSR, sugere-se a consulta ao sindicato da categoria a fim de verificar
seu posicionamento.
9. EMPREGADO TAREFEIRO
De acordo com o artigo 7°, alínea “c” da Lei n° 605/1949, para os que trabalham por tarefa ou peça, o DSR equivalente
ao salário correspondente às tarefas ou peças feitas durante a semana, no horário normal de trabalho, dividido pelos
dias de serviço efetivamente prestados ao empregador.
Dessa forma, o cálculo do DSR do empregado tarefeiro deve ser realizado da seguinte forma:
d) multiplica-se o valor estipulado para cada tarefa pela quantidade de tarefas realizadas durante a semana;
Por exemplo:
10. PROFESSOR
É vedado ao professor de estabelecimento particular ministrar aulas e trabalho em exames nos domingos, conforme
prevê o artigo 319 da CLT.
Dessa forma, o descanso semanal remunerado dos professores será necessariamente aos domingos.
A Sùmula 351 do TST estabelece que o professor que recebe sua remuneração com base na hora-aula, terá um
acréscimo 1/6 para fins de remunerar o DSR, além de considerar o mês com 04 semanas e meia, conforme estabelece o
artigo 320, § 1° da CLT.
Para encontrar todos os DSR’s do professor no mês, o cálculo deve ser realizado da seguinte maneira:
Entretanto, para encontrar apenas 01 DSR no mês, o cálculo deve ser realizado da seguinte maneira:
11. ESOCIAL
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De acordo com a Tabela 03 - Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento do Anexo I dos Leiautes do eSocial versão
2.5 - Tabelas do eSocial, as rubricas a serem utilizadas referente ao pagamento e ao desconto do DSR são:
1002 - Descanso semanal remunerado - DSR - Valor correspondente a um dia de trabalho incidente sobre as
verbas de natureza variável, tais como: horas extras, adicional noturno, produção, comissão, etc.
9210 - DSR s/faltas e atrasos - Desconto correspondente ao Descanso Semanal Remunerado - DSR, calculado
sobre faltas e atrasos do trabalhador.
De acordo com os Leiautes do eSocial - Versão 2.5, nos Registros do Evento S-2200 - Cadastramento Inicial do Vínculo
e Admissão/Ingresso de Trabalhador, o campo {tpJornada} deve ser preenchido com as modalidades de jornadas
existentes na empresa, com uma das seguintes opções:
12. FISCALIZAÇÃO
De acordo com o artigo 12 da Lei n° 605/1949, alterado pela Lei n° 12.544/2011, as infrações a legislação que abrange o
DSR serão punidas, com multa variável entre R$ 40,25 a R$ 4.025,33, de acordo com a natureza da infração, sua
extensão e a intenção de quem a praticou, aplicada em dobro no caso de reincidência e oposição à fiscalização ou
desacato à autoridade.
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