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ROGÉRIO RENZETTI 1

AULA 4 – ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


O contrato de trabalho possui normas de caráter imperativo que não comportam
transação entre as partes.

Devem-se respeitar os princípios da inalterabilidade contratual lesiva e da condição +


benéfica.

Art. 444, CLT. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das
partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho,
aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre
os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que
perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.

Art. 468, CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da clausula infringente desta
garantia.

OJ nº. 159, SDI-I, TST. Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em


instrumento normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o art.
468, desde que observado o parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT.

Súmula nº 265 do TST. A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda
do direito ao adicional noturno.

Art. 468, §1º, CLT. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para
que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o
exercício de função de confiança.

§2º. A alteração de que trata o §1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao
empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será
incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.

A Reforma Trabalhista criou uma nova hipótese de jus variandi: a alteração do regime
de teletrabalho para o presencial pode ocorrer por determinação do empregador.

Art. 75-C, §2º, CLT. Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial
por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com
correspondente registro em aditivo contratual.

Diferentemente, a alteração do regime presencial para o teletrabalho necessita da


concordância do empregado.
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Art. 75-C, §1º, CLT. Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho
desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.

OJ nº 244, SDI I, TST. PROFESSOR. REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA. POSSIBILIDADE


(inserida em 20.06.2001). A redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição do
número de alunos, não constitui alteração contratual, uma vez que não implica redução do valor
da hora-aula.

Art. 469, CLT. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não
acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

❶ empregados que exercem cargos de confiança;

❷empregados cujo contrato tenha uma condição implícita ou explícita de transferência;

❸ extinção do estabelecimento;

❹ transferência provisória.

Art. 469 §1º. Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam
cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a
transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.

Súmula nº 43 do TST. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art.


469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

Art. 469 §2º CLT. É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que
trabalhar o empregado.

§3º. Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para


localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior,
mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e
cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar
essa situação.

OJ nº 113, SDI-I, TST. O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência


de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O
pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência
provisória.

Art. 470, CLT. As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.

Art. 543, CLT. O empregado eleito para o cargo de administração sindical ou representação
profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do
exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne
impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
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§1º. O empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou


voluntariamente aceita.

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