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4. Ação rescisória no novo CPC: entenda o que muda
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Atualizado às 08:52
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(Imagem: Arte Migalhas)
A ação rescisória é uma ferramenta jurídica importantíssima para que haja a legitimação da
ampla defesa e principalmente do principal contraditório de possibilidade que uma ação, que
transita em julgado, seja revista sem que isso afete a segurança jurídica. Mas o que ação
rescisória no novo CPC gera de mudanças?
Sua aplicação sempre deixou dúvidas em muitos profissionais do direito, principalmente depois
das mudanças dispostas no novo CPC.
Por isso, reunimos nesse artigo as principais atualizações e o que elas significam para que
você possa explorar todas as possibilidades que a ação rescisória permite e representar o seu
cliente da melhor forma e sem ferir nenhuma lei.
Mas antes de falar sobre as mudanças proporcionadas pela ação rescisória no novo CPC, é
preciso relembrar alguns pontos importantes sobre essa peça fundamental.
Como dito acima, a ação rescisória gera um novo processo de julgamento, por isso, ela não
tem efeito suspensivo, a não ser que seja concedida tutela provisória para o autor.
Enquanto a ação inicial estiver sendo discutida, a primeira decisão continua valendo até o
julgamento do mérito da ação rescisória.
Só após essa análise é que será avaliado se a ação rescisória irá rescindir a decisão do
processo inicial.
Normalmente, a solicitação de uma ação rescisória acontece por erros e vícios graves de
sentenças e da forma como são conduzidos os processos.
Mas existem algumas outras situações que o art. 966 do CPC/2015, traz como possibilidade
para abertura de ação rescisória. Confira:
IV. Aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Como ela não tem efeito suspensivo e gera um novo processo jurídico, a ação rescisória no
novo CPC precisa seguir os requisitos e orientações da petição inicial do artigo 319:
II. Depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se converterá em
multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
III. O autor da ação rescisória também deve seguir as disposições do artigo 968 do novo CPC.
Depósito prévio
Uma outra grande mudança que o novo Código do Processo Civil trouxe é em relação a
obrigatoriedade de um depósito prévio para impugnar a ação rescisória.
De acordo com a ação rescisória no novo CPC, esse valor refere-se a 5% da causa e irá
funcionar como uma espécie de indenização para o réu. E o depósito prévio está previsto no
parágrafo único do artigo 974:
De acordo com o artigo 975, do novo CPC a parte interessada além de cumprir todos os
requisitos do art. 319, terá o prazo de dois anos, a contar da data do trânsito julgado da
decisão, para propor a ação rescisória.
O artigo ainda reforça que o prazo é decadencial, ou seja, não há suspensão ou interrupção.
Em alguns casos há prorrogação desse tempo.
• Art. 975, § 1º: Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a
que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em
dia em que não houver expediente forense.
• Art. 975, § 2º: Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a
data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos,
contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
• Art. 975, § 3º: Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a
contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no
processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.
Depois de impugnada a ação rescisória e deferida, o artigo 970 do novo CPC determina um
prazo de resposta para a outra parte responder:
"O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze) dias
nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou
sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum."
Ainda falando sobre prazos, caso haja apresentação de novas provas dos fatos alegados, o art.
972 determina que poderá haver delegação de competência.
Isso quer dizer que o relator da ação rescisória poderá delegar a competência do julgamento
para o órgão que proferiu a decisão da ação inicial avaliar. Se isso ocorrer, esse órgão terá o
prazo de até 3 meses para devolver os autos.
Amanda Vieira
Produtora de conteúdo especializado para Advise Brasil, que desenvolve soluções tecnológicas que
facilitam a gestão jurídica há mais de duas décadas.
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