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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

TATIANE CRISTINA PEREIRA DA CRUZ RODRIGUES

PESSOAS NATURAIS E JURIDICAS

Resumo modulo 1

Professor Otelo Castellani

Direito Civil

JI-PARANÁ

2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
PESSOA NATURAL .................................................................................................... 4
TEORIAS DA PERSONALIDADE ............................................................................... 4
Teoria Natalista ................................................................................................................................... 4
Teoria da Personalidade Condicional .................................................................................................. 4
Teoria Concepcionista ......................................................................................................................... 5
DIREITOS DA PERSONALIDADE E NOME CIVIL ..................................................... 5
DIREITO AO NOME E À PROTEÇÃO DO PSEUDÔNIMO ........................................ 6
MORTE E AUSÊNCIA ................................................................................................. 7
E QUANDO OCORRE A AUSÊNCIA? ........................................................................ 7
ETAPAS CONSIDERADAS NA AUSÊNCIA ............................................................... 8
CONCLUSÃO.............................................................................................................. 9
INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo definir as pessoas naturais e os


direitos inerentes a sua personalidade, também serão apresentados as
formas em que se adquirem personalidade jurídica, as três doutrinas do
cenário jurídico e como se chega a extinção da pessoa natural.

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DESENVOLVIMENTO

PESSOA NATURAL

Pessoa natural é a pessoa do indivíduo como ente jurídico, dotada de


personalidade, as pessoas são detentoras da personalidade jurídica, ou seja, a
aptidão para adquirir direitos e contrair deveres, na forma do art. 1º do Código Civil.
Quer dizer então que o conceito de personalidade está intimamente ligado ao conceito
de pessoa.
A personalidade independe de qualquer ato volitivo do indivíduo, isto é,
pessoas com problemas psíquicos, em estado de coma, com perdas temporárias ou
permanentes de memória, ou bebês, por exemplo, têm personalidade jurídica, ou
seja, todos têm aptidão genérica para adquirir direitos ou contrair obrigações.

TEORIAS DA PERSONALIDADE

Teoria Natalista
Esta corrente doutrinária afirmam que a personalidade civil somente se inicia
com o nascimento com vida, Para tal comprovação, utiliza-se o exame de docimasia
hidrostática de Galeno, capaz de evidenciar se houve respiração extrauterina do feto,
a partir da análise da densidade do pulmão.
No instante em que principia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório,
clinicamente aferível pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno, o recém-
nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo que
venha a falecer minutos depois. Apesar de não haver personalidade civil atribuída ao
nascituro, o nascituro tem seus direitos protegidos, especialmente no que tange aos
direitos patrimoniais.

Teoria da Personalidade Condicional


Esta corrente sustentam que a aquisição da personalidade por parte do
nascituro é condicionada ao nascimento com vida, ou seja, esse ser ainda não é uma
pessoa, sendo desprovido de personalidade até que se implemente a condição

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requerida (nascimento com vida). Seus direitos, portanto, se encontram em estado de
latência. Dessa forma, um feto que não venha a termo, ou se não nasce com vida,
sobre ele devemos afirmar que a relação de direito não chega a formar, nenhum direito
se transmite por intermédio do natimorto, e a sua frustração opera como se ele nunca
tivesse sido concebido.

Teoria Concepcionista
De acordo com esta teoria, desde a concepção haveria personalidade
jurídica concedida ao nascituro. Tal teoria ainda pode ser dividida em:
Teoria Concepcionista Pura, O melhor exemplo para ilustrá-la, em termos de
dispositivo legal inserto no Código Civil, seria o artigo 1798, que dispõe sobre a deixa
sucessória: “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no
momento da abertura da sucessão”. Teoria da Personalidade Condicional Preconiza
que a personalidade já é atribuída ao nascituro com a concepção, o que só restaria
confirmado com o efetivo advento da condição suspensiva do nascimento com vida.
Trata-se, dessa forma, de uma teoria mista elaborada com a conjugação da Teoria
Natalista e da Teoria Concepcionista.

DIREITOS DA PERSONALIDADE E NOME CIVIL

Essa espécie de direitos encontra seu amparo no art. 1º, inciso III, da Carta
Política de 1988, que versa sobre os fundamentos que devem nortear a construção
de nossa sociedade. Trata-se do princípio da dignidade da pessoa humana.
As principais características desses direitos são, inicialmente:
A Generalidade São direitos concedidos a todos os indivíduos.
A Extrapatrimonialidades Significa que há a impossibilidade de avaliação do
direito do prisma econômico em si considerado. A lesão a tais direitos, no entanto,
pode ser mensurada e quantificada, gerando reflexos patrimoniais.
O Caráter absoluto Pode ser definido como a possibilidade do direito ser
oponível contra todos (erga omnes).
A Inalienabilidade O titular do direito subjetivo de personalidade não pode dele
dispor livremente, daí exsurgindo a irrenunciabilidade e impenhorabilidade. Apesar de
não poder dispor livremente nem renunciar, a doutrina preconiza que pode haver
cessão, em hipóteses específicas, desses direitos, desde que não haja infração às

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normas de ordem pública e desde que a cessão não seja permanente. Pode-se
exemplificar com o caso de um jogador de futebol que ceda seu direito de imagem a
determinada emissora de TV por ato voluntário.
A INTRANSMISSIBILIDADE Informa sobre a impossibilidade de tais direitos
intrinsecamente serem transmitidos a outras pessoas, o que não deve ser confundido
com a possibilidade de que os efeitos patrimoniais decorrentes da cessão desses
direitos passem a outrem.
Faz-se necessário que registremos o art. 11 do Código Civil de 2002, que
preceitua as duas últimas características elencadas anteriormente: “com exceção dos
casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.

DIREITO AO NOME E À PROTEÇÃO DO PSEUDÔNIMO

Os artigos 16 a 19 do Código Civil de 2002 tutelam o direito ao nome e


à proteção do pseudônimo. De acordo com o art. 16, “toda pessoa tem direito ao
nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”.
O nome é um direito de personalidade, visto que individualiza a pessoa humana
no seio da sociedade.
O pseudônimo, que pode ser definido como uma designação personativa
diferente do nome civil registral, não pode ser utilizado para atividades ilícitas e goza
da mesma proteção dada ao nome (art. 19 do CC).
Como corolário do direito à identidade, a doutrina civilista afirma que travestis
e transexuais (transgêneros) têm direito sobre a compatibilidade do nome em relação
ao gênero/sexo, levando-se em consideração a multiplicidade psíquica, biofisiológica
e multicultural dos integrantes da sociedade em contraposição ao padrão binário
socialmente imposto.
Assim, deve-se adotar o nome social quando requerido pela pessoa
transgênero, seja no ambiente de repartições públicas, em instituições privadas ou na
sociedade em geral.
O Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução nº 270/2018, assegurada
a possibilidade de uso do nome social às pessoas trans, travestis e transexuais
usuárias dos serviços judiciários.

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MORTE E AUSÊNCIA

A extinção da pessoa natural se dá com a morte, na forma do art. 6º do Código


Civil, in verbis: “a existência da pessoa natural termina com a morte”. No que concerne
aos ausentes, a extinção da pessoa natural ocorre nos casos em que lei autoriza a
abertura da sucessão definitiva.
Segundo a doutrina, tal momento será o da morte encefálica, que é a ausência
da atividade cerebral, com irreversibilidade, devidamente atestada pelo médico. O
óbito deve ser levado ao registro público (art. 9º, inciso I, CC) e será comprovado por
meio da certidão respectiva, quando possível.
O Código também cita a chamada morte presumida, ou seja, hipóteses em que
o legislador houve por bem considerar a pessoa como morta, dadas as circunstâncias
especiais de seu desaparecimento, que são:
Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida (art.
7º, inciso I), casos de pessoas que estavam em locais de desastre, como acidentes
aéreos.
Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra (art. 7º, inciso II).
Existe também uma hipótese de morte presumida que se encontra na Lei nº
9140/45, que “reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de
participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, no período de 2
de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979”.

E QUANDO OCORRE A AUSÊNCIA?

Ocorre a ausência quando alguém desaparece do seu domicílio, sem dele


haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba
administrar-lhe os bens (art. 22 do CC).
Ainda que se tenha deixado mandatário, se este não quiser ou não puder
exercer ou continuar o mandato, ou caso tenha poderes insuficientes, também será
declarada a ausência daquele que desapareceu do domicílio sem deixar notícias (art.
23 do CC).

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Após o desaparecimento e não ocorrendo hipótese de haver responsável
deixado pela administração dos bens, algum interessado ou o Ministério Público
deverá requerer ao juiz que declare a ausência.

ETAPAS CONSIDERADAS NA AUSÊNCIA

Curador é nomeado (cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado


judicialmente, ou de fato por mais de dois anos ou, caso não haja cônjuge, pais e
descendentes, nessa ordem). Não havendo nenhum desses interessados, juiz nomeia
curador (arts. 24 a 25).
SUCESSÃO PROVISÓRIA
SUCESSÃO DEFINITIVA

A declaração de ausência se justifica mesmo que o ausente não possua bens.


Nesse caso, não haverá a nomeação de curador, mas apenas a declaração de
ausência. A declaração de ausência possui efeitos para além da esfera patrimonial,
de que constituem exemplos a regra de que os filhos menores serão postos sob tutela
no caso de os pais serem declarados ausentes (cc, art. 1728, i), bem como a
determinação de que, havendo a ausência de tutor, a obrigação de prestar contas
passa aos seus herdeiros ou representantes.

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CONCLUSÃO

Podemos entender então que Pessoa natural é o ser humano capaz de direitos
e obrigações na esfera civil. Todo ser humano, assim, recebe a denominação
de pessoa - natural ou física - para ser denominada como sujeito do direito, ente único,
do qual e para o qual decorrem normas, Cada uma dessas pessoas , natural e jurídica
possui direitos e deveres estipulados pelo ordenamento jurídico.

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