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Carla Sofia Amaral Caetano

Orientador
Professora Doutora Soraia Gonçalves

Dissertação apresentada
ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
para obtenção da aprovação à disciplina de Seminário em Metodologias
de Elaboração e Conceção de Trabalhos de Natureza Profissional em
Gestão Autárquica

dezembro, 2023
Implentação do SNC-AP no Património

Carla Sofia Amaral Caetano


Orientador
Professora Doutora Soraia
Dissertação apresentada
ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
para obtenção da aprovação à disciplina de Seminário em Metodologias
de Elaboração e Conceção de Trabalhos em Gestão Autárquica

dezembro, 2023
Declaração

Nome: Carla Sofia Amaral Caetano


Título da Dissertação: Implentação do SNC-AP no Património
Subtítulo da Dissertação: Implentação do SNC-AP no Património na Câmara Municipal de S. João da
Pesqueira
Orientador: Professora Doutora Soraia Gonçalves
dezembro, 2023
Ano de conclusão: Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Gestão Autárquica

Nos exemplares das Dissertações /Projetos/ Relatórios de Estágio de mestrado ou de outros trabalhos entregues para prestação d

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APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO
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QUALQUER PARTE DESTA DISSERTAÇÃO/TRABALHO

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, ___/___/______

Assinatura: ________________________________________________

III
IMPLEMENTAÇÃO DO SNC-AP NO PATRIMÓNIO

RESUMO
Com a nova reforma da contabilidade pública, materializada pelo Sistema de Normalização
Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP), o Classificador Complementar veio substituir o
CIBE que constava da Portaria 671/2000, de 17 de abril, entretanto revogada, entrou em vigor a 1 de janeiro
de 2017, conforme dispõe o n.º 1 do artigo 18º do Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro.
O objetivo principal deste estudo será explorar e avaliar o processo de implementação do SNC-AP no
Património na Câmara Municipal de S. João da Pesqueira.

Palavras-chave: SNC-AP, Património, cibe, Pocal

IV
IMPLEMENTATION OF SNC-AP IN HERITAGE

ABSTRACT
With the new reform of public accounting, materialized by the Accounting Standardization System for
Public Administrations (SNC-AP), the Complementary Classifier came to replace the CIBE that was
contained in Ordinance 671/2000, of April 17, which has since been revoked, and came into force. on
January 1, 2017, as provided for in paragraph 1 of article 18 of Decree-Law no. 192/2015, of September 11.
The main objective of this study will be to explore and evaluate the implementation process of the SNC-
AP in Heritage at the Municipal Council of S. João da Pesqueira.

Keywords:

V
LISTA DE ABREVIATURAS
E/OU SIGLAS

AFT – Ativos Fixos Tangíveis


AI – Ativos Intangíveis
CC – Classificador Complementar
CIBE – Cadastro e Inventário dos Bens do Estado
SNC-AP – Sistema de Normalização Contabilistico para as Autarquias Locais

VII
ÍNDICE
RESUMO................................................................................................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS..........................................................................................
ÍNDICE....................................................................................................................................................
ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................................................
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................
1. SNC-AP:.............................................................................................................................................
1.1 SNC-AP CONCEITOS:.......................................................................................................................................
1.2 – NORMATIVAS REFERENTES AO PATRIMÓNIO:.........................................................................................
1.2.1– NCP 3 – ATIVOS INTANGÍVEIS....................................................................................................................
1.2.2– NCP 5 – ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS............................................................................................................

2. CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR:..............................................................................................
4. CASO DE ESTUDO: MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA PESQUEIRA.................................................
CONCLUSÕES......................................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................

IX
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela I – Questões da
Entrevista……………………………………………………………………………...15

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INTRODUÇÃO
Na Administração Pública, nomeadamente Autarquias Locais o imobilizado é a principal
componente do Ativo, o valor do mesmo deve estar permanentemente atualizado e só assim nos permite
conhecer um património constante atualizado.
A necessidade de uma legislação específica sobre o inventário, avaliação e atualização do
imobilizado da Administração Pública, já estava prevista no DL n.º 477/80, de 15 de outubro, referindo no
seu artigo 9.º que “as regras para proceder às avaliações e amortizações dos bens do Estado serão
estabelecidas e publicadas a este Decreto-Lei”.
Passados uns anos o Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro, que aprova o SNC-AP veio
substituir o Cibe pelo Classificador Complementar.
O presente trabalho tem como objetivo estudar a mudança do Pocal para o SNC-AP, mais
concretamente no Património da Câmara Municipal de São João da Pesqueira.
Este trabalho usa como metodologia entrevistas aos funcionários da CMSJP, que foram conduzidas
usando um guião que foi preparado com base na literatura inicialmente estudada.
Este trabalho está estruturado da seguinte forma: em primeiro lugar, apresento a revisão da literatura
que é a base deste trabalho teórico e subdivide-se em conceitos do SNC-AP e das normas referentes ao
Património. De seguida, apresenta-se os principais resultados obtidos, e por fim, são apresentadas as
conclusões.

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1. SNC-AP:
1.1 SNC-AP CONCEITOS:
O Snc-ap significa Sistema de Normalização Contabilística para Administração Pública.
Devido a várias dificuldades sentidas na contabilidade pública, em 2015 surgiu um novo sistema
contabilístico: o SNC-AP através do Decreto–Lei 192/2015 que mantem os sistemas de contabilidade
orçamental, financeira e contabilidade de gestão (Silva & Costa, 2008).
O Snc-ap aplica-se a Administração Central, Regional e Local, permite o cumprimento de objetivos de
gestão, de análise, de controlo e de informação.
Focando no ponto sobre as normas internacionais, é preciso reconhecer que a presença de Portugal na
União Europeia constituiu uma obrigação de aproximar algumas metodologias, incluindo as contabilísticas,
em relação aos demais países da União. De forma a satisfazer as necessidades de comparabilidade da
informação financeira das entidades públicas entre esses países, considerou-se importante adotar as IPSAS
(Rua, 2016).
Carvalho e Carreira (2016) antecipavam alguns impactos do novo modelo contabilístico (SNC-AP) nas
contas das autarquias locais: nos ativos fixos tangíveis, as autarquias que ainda não tenham inventariado
todos os ativos que devam ser reconhecidos têm de, na transição, reconhecer e mensurar esses ativos, de
acordo com critérios da NCP 5. Isto porque existem autarquias que ainda não reconheceram no seu balanço
alguns bens, em especial os do domínio público.
Alguns dos exemplos existentes na literatura que trata do SNC-AP são sobre o tratamento dos Ativos
Intangíveis que não considera o modelo de revalorização com base no Justo Valor, embora haja possibilidade
de revalorização dependente de critérios definidos pelos decretos-lei. Os Ativos Fixos Tangíveis também não
terão revalorização baseada no justo valor, só se houver permissão através de decretos-lei (Silva et al., 2016).

1.2 – NORMATIVAS REFERENTES AO PATRIMÓNIO:


1.2.1– NCP 3 – ATIVOS INTANGÍVEIS
Esta norma estabelece o tratamento contabilístico dos recursos intangíveis que satisfaçam a definição de
ativo intangível bem como o seu reconhecimento e mensuração, dos gastos com amortizações e das perdas
por imparidade.
Para reconhecermos que é um AI os mesmos têm que ser identificáveis, são controlados pela entidade e
dos quias se espera a existência de benefícios económicos futuros. São exemplos de ativos intangíveis: os
projetos de desenvolvimento, as patentes, as marcas, os alvarás e as licenças.

1.2.2– NCP 5 – ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS


São Ativos Fixos Tangíveis todos os bens que sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens
e serviços ou para fins administrativos. Estes bens têm que ser usados durante mais de um ano e não se destinem
a ser vendidos ou transformados no ato da compra.

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São exemplos de AFT os equipamentos, livros, veículos, edifícios e outras construções, terrenos e as
infraestruturas.

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2. CLASSIFICADOR COMPLEMENTAR:
O Classificador Complementar veio substituir o CIBE – Cadastro e Inventário dos bens do Estado
que constava na Portaria n.º 671/2000, de 17 de abril, entretanto revogada, entra em vigor em 1 de janeiro de
2017, conforme dispõe o n. º1 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro.
As entidades poderão manter os códigos CIBE para efeitos de inventário e as respetivas vidas úteis
no que respeita às depreciações, para todos os bens do ativo fixo tangível (exceto edifícios e outras
construções).
Para os edifícios e outras construções, quer se tratem de ativos fixos tangíveis, quer de propriedades de
investimento, o respetivo cadastro e vida útil devem ser atualizados face às disposições do SNC-AP.

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3. EQUIVALÊNCIAS ENTRE AS CONTAS PATRIMONIAIS
As contas patrimoniais para os bens do Domínio Público têm o 3.º digito sempre a 0, temos o
exemplo da conta 42.0.2.5 Piscinas e Complexos Desportivos.
Deixou de existir a conta 48* de amortizações acumuladas e passou a existir dentro de cada conta
patrimonial do imobilizado o terceiro digito “8” para identificar as contas das depreciações acumuladas.
A conta 66* custos de amortizações foi substituída pela conta 64* Gastos de depreciação e de
amortizações.
Dentro de cada conta patrimonial do Investimento novas contas as Perdas por Imparidades quer é
identificado pelo terceiro digito da conta “9”.
Os investimentos em curso não precisam de esperar pelo Auto de Receção <provisório, desde que as
obras estejam já finalizadas e em uso.
Por fim, também deixou de existir a conta de Imobilizado em Curso para os bens de Domínio.

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4. CASO DE ESTUDO: MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
A mudança organizacional e a mudança contabilística concluíram que a disposição dos indivíduos
para a mesma influência a sua perceção de uma nova iniciativa (Marinova et al., 2015).
A aceitação do novo sistema de informação relacionado com a entrada do SNC-AP está em grande

parte dependente da utilidade percetível do mesmo (Igbaria et al., 1995; Fontes et al., 2016).
O Método de investigação utilizado o método qualitativo através de uma entrevista às colaboradoras
do Município.
As entrevistadas foram feitas a seis colaboradoras do Município, da Secção de Património,
Contabilidade e Tesouraria no dia 19 de dezembro e as colaboradoras ficaram no anonimato.
As questões foram as seguintes:
Tabela I – Questões da Entrevista
25-30
A sua idade está compreendida entre 30-40
49-50
50-60
Habilitações 12.º ano
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
A mudança para o SNC-AP foi bem
aceite?

Na sua opinião, o SNC-AP trouxe benefícios para o


seu Município? Se sim quais?
Anos de Experiência no POCAL?
Como adquiriu conhecimentos referentes ao SNC-
AP?
Os Softwares ajudaram na mudança?
Fonte: Elaboração Própria
Analisando as respostas dos entrevistados podemos concluir que os colaboradores mais novos e com
um nível de habilitações maior lidaram bem com a mudança e veem o futuro da contabilidade pública a
evoluir.
Todos os entrevistados tiveram formações internas e externas. Os colaboradores com mais anos de
POCAL adaptaram-se bem à mudança expecto um colaborador.

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Relativamente à questão do Software, todos os colaboradores achavam o Software lento, os bens não
transitaram do POCAL para o SNC-AP com as classificações corretas e ainda hoje o Software está em
constante atualização.

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CONCLUSÕES
Haverá sempre quem diga que o projeto de implementação do SNC-AP é ambicioso, mas há outras
opiniões que referem que esta mudança já vem muito tarde. Um dos objetivos deste sistema é trazer mais
transparência, harmonização e credibilidade às contas públicas. As características principais da informação
financeira que será construída de acordo com o novo sistema são: a relevância, fiabilidade,
compreensibilidade, oportunidade, comparabilidade e verificabilidade (Rua, 2015).
Utilizando este modelo, torna-se mais simples preparar um guião para fazer as entrevistas, bem
como analisar os resultados das entrevistas
No caso das colaboradoras do Município de SJP o termo mudança não foi aceite da melhor maneira.
Depois de várias formações e experiência com o SNC-AP a então esperada reação positiva notou-se dados os
vários benefícios que o novo sistema fornece. A opinião do líder enquanto motor da mudança foi eficiente, as
colaboradoras aceitaram esse desafio.
No Município a mudança estava prevista para 2018, depois passou para 2019. No inicio do ano de
2019 e fechado o ano de 2018 os bens novos a registar foram registados com as normas do SNC-AP e os
bens antigos “mal classificados” continuaram assim até final de 2022. Em 2022 foram feitas as
reclassificações dos bens registados antes de 2019. As reclassificações dos bens tiveram que ser feitas uma a
uma pois o programa não estava preparado para converter as contas do POCAL para o SNC-AP. As contas
que deixaram de existir nomeadamente “Iluminação Pública”, no Património correta, na Contabilidade ficou
a antiga o que originou muitos problemas.
Passados estes três anos de mudança os colaboradores estão ambientados com o SNC-AP é
necessário haver mais transparência, fiabilidade e coerência entre os factos patrimoniais daí a necessidade de
alterar o que estava menos credível na área do Património das Autarquias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Carvalho, A. C. P., & Carreira, J. (2016). Considerações sobre o impacto do novo modelo contabilístico
(SNC-AP) nas contas das Autarquias Locais
Fontes, A., Rodrigues, L. L., & Craig, R. (2016, December). A theoretical model of stakeholder
perceptions of a new financial reporting system. Accounting Forum, 40(4), 300-315
Igbaria, M., Guimaraes, T., & Davis, G. B. (1995). Testing the determinants of microcomputer usage via
a structural equation model. Journal of Management Information Systems, 11(4), 87–114
Marinova, S. V., Peng, C., Lorinkova, N., Dyne, L. V., & Chiaburu, D. (2015). Changeoriented behavior:
A meta-analysis of individual and job design predictors. Journal of Vocational Behavior, 88, 104–120
Rua, S. (2016). A problemática do reconhecimento e da mensuração dos ativos fixos tangíveis: Estudo
comparativo do SNC e do SNC-AP
Rua, S. C. (2015). Estudo comparativo do reconhecimento e da mensuração dos ativos fixos tangíveis no
POCAL e no SNC-AP
Silva, A., Jorge, S., & Rodrigues, L. L. (2020). Enforcement and accounting quality in the context of
IFRS: is there a gap in the literature? International Journal of Accounting and Information Management,
29(3), 345–367
Silva, C. F. F., & Costa, T. C. (2008). A Contabilidade Analítica no POC-Educação: o preenchimento
dos mapas necessários para o apuramento dos custos e dos proveitos

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