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Sistema de Normalização Contabilística –

Administrações Públicas
(SNC-AP)

(DL nº192/2015, de 11 de setembro)


Introdução
Decorridos mais de 18 anos da aprovação do Plano Oficial de Contabilidade Pública
(POCP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 232/97de POCP, e dos planos sectoriais
para determinados setores da administração pública tais como o POCAL
(autarquias locais) o POC-educação (sector da educação), o POC-MS (entidades
do Ministério da Saúde) e o POCISSS (instituições de segurança e solidariedade
social), e considerando o movimento global a que temos assistido nos últimos
anos com vista à harmonização internacional da contabilidade pública em
todos os subsectores da Administração Pública que resultou na publicação das
IPSAS (International Public Sector Accounting Standards) pela International
Federation of Accountants (IFAC), em 2015 foi publicado o SNC-AP, pelo
Decreto-Lei 192/2015, de 11 de setembro.
Este novo sistema contabilístico, aplicável a todas as entidades do setor público
Português, teve assim como base as IPSAS (International Public Sector
Accounting Standards) e o SNC.

O SNC-AP veio dar mais um importante passo


na implementação do regime do acréscimo na
contabilidade pública, articulando-o com a
atual base de caixa modificada e
estabelecendo os fundamentos de um
orçamento do estado em regime de acréscimo
(Nova) Reforma da Contabilidade
Pública
• A normalização contabilística em Portugal para o setor
público encontrava-se desatualizada e inconsistente
face às IPSAS – Normas Internacionais de Contabilidade
para o setor público e face ao SNC - Sistema de
Normalização Contabilístico ajustado às normas
internacionais de contabilidade (IAS/IFRS).

• Por outro lado o sistema contabilístico no setor


público, baseado no POC e Planos setoriais encontrava-
se fragmentado e assente em normativo nacional na
base POC, entretanto revogado
Preâmbulo Dec. Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro
(Nova) Reforma da Contabilidade
Pública

Esta fragmentação e inconsistência de normativos contabilísticos aplicáveis, tem


afetado a eficiência no processo de consolidação de contas dos grupos públicos e
em especial no subsector local, obrigando a significativos ajustamentos no processo
de consolidação de contas, que podem pôr em causa a fiabilidade da informação
consolidada.
(Nova) Reforma da Contabilidade
Pública

Daí que com a publicação do Decreto-lei 134/2012 de 29/6 que procedeu à revisão da
estrutura, composição e competência da CNC – Comissão da Normalização Contabilística,
foi-lhe incumbida a elaboração de um novo sistema contabilístico para as administrações
públicas, consistente com o SNC e com as IPSAS, sendo para o efeito criado dentro da CNC,
um comité de Normalização Contabilística Publico (CNCP). http://www.cnc.min-
financas.pt/
SNC-AP Objetivos
Com a publicação do Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro foi aprovado o
SNC-AP – Sistema de Normalização Contabilística

• Implementar a base de acréscimo na contabilidade de relato financeiro das


administrações públicas articulando com a atual base de caixa modificada;
• Estabelecer os fundamento para uma orçamentação do Estado com base no
acréscimo;
• Fomentar a harmonização contabilística;
• Institucionalizar o Estado como entidade que relata, mediante a preparação de
demonstrações orçamentais e financeiras, numa base individual e consolidada;
• Aumentar o alinhamento entre a contabilidade pública e as contas nacionais e
• Contribuir par a satisfação das necessidades dos utilizadores da informação do
sistema de contabilidade relato orçamental e financeiro das administrações
públicas.
Aumentar a
transparência das contas
públicas
Subsistemas do SNC-AP (art.º 4º)
• Para além da Lei de Enquadramento Orçamental, os subsistemas contabilísticos
integrados no SNC-AP têm por base as seguintes referências essenciais:
Subsistemas do SNC-AP (art.º 4º)
Normas revogadas pelo SNC-AP
Este diploma vem revogar a seguinte legislação:
• POCP => Decreto-Lei n.º 232/97, de 3 de setembro;
• POCAL => Decreto -Lei n.º 54 -A/99, de 22 de fevereiro, alterado pela Lei n.º 162/99,
de 14 de setembro, pelos Decretos-Leis n.ºs 315/2000, de 2 de dezembro e 84
A/2002, e 5 de abril, e pela Lei n.º 60 -A/2005, de 30 de dezembro, com exceção dos
pontos 2.9, 3.3 e 8.3.1, relativos, respetivamente, ao controlo interno, às regras
previsionais e às modificações do orçamento;
• POCISSSS => Decreto-Lei n.º 12/2002, de 25 de janeiro;
• CIBE => Portaria n.º 671/2000, publicada na 2.ª série do Diário da República, de 17
de abril;
• POC — Educação => Portaria n.º 794/2000, de 20 de setembro;
• POC – Ministério da Saúde => Portaria n.º 898/2000, de 28 de setembro;
• Consolidação de Contas => Portaria n.º 474/2010, publicada na 2.ª série do Diário da
República, de 1 de julho.
Âmbito de aplicação do SNC-AP
(art.º3º)

Entende‐se por entidades públicas reclassificadas as entidades que,


independentemente da sua forma ou designação, tenham sido incluídas nos
subsetores da administração central, regional, local e segurança social das
administrações públicas, no âmbito do Sistema Europeu de Contas Nacionais e
Regionais, nas últimas contas setoriais publicadas pela autoridade estatística
nacional.
Regime Geral e Regime Simplificado

O SNC-AP compreende dois regimes:

•O Regime geral para a generalidade das entidades públicas


•O Regime Simplificado para as entidades de menor dimensão e risco
orçamental (artº5)
Regime Geral e Regime Simplificado
• O SNC-AP é convergente com as IPSAS
Regime geral
Às Entidades abrangidas pelo regime geral
aplica-se:
• Estrutura conceptual
• Todas as NCP
• Modelos de Demonstrações Financeiras da
NCP 1
• Plano de contas Multidimensional
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto

Pela Portaria 218/2016 de 9 de Agosto, foi


publicado o Regime Simplificado do SNC-AP
com os requisitos para que uma entidade
pública seja considerada Pequena Entidade
(PE) ou Microentidade (ME).
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto

Pequenas
entidades

Despesa orçamental paga


> 1.000.000 € e ≤ 5.000.000 € (Artº3)

1.Norma de Contabilidade Pública – Pequenas Entidades (NCP-PE), que se


publica em anexo à presente portaria, dela fazendo parte integrante;
2. Norma de Contabilidade Pública 26 – Contabilidade e Relato Orçamental,
constante do Anexo II do Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro;
3. Norma de Contabilidade Pública 27 – Contabilidade de Gestão, constante do
Anexo II do Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro;
4. Plano de Contas Multidimensional (PCM), que constitui o Anexo III do
Decreto-Lei n.º 192/2015, de 11 de setembro. (artº5)
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto

Microentidades

Despesa orçamental paga


≤ 1.000.000 € (Artº4)

1. Norma de Contabilidade Pública 26 – Contabilidade e


Relato Orçamental, constante do Anexo II do Decreto-Lei n.º
192/2015, de 11 de setembro;
2. Divulgação do inventário do património.
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto

Regime Geral

Regime Regime
simplificado- simplificado-
PE ME

Quer as Pequenas Entidades, quer as Microentidades podem optar por


Regime Normativo Contabilístico Superior (art.º 2), ou se tal for determinado
pelo membro do governo responsável (n.º 2 e 3 do Art.º 2).
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto

Consolidação de contas
(artº7)
Uma pequena entidade terá obrigatoriamente de
adotar o regime geral do SNC-AP se for este o
regime aplicado por alguma das suas entidades
controladas

Uma microentidade terá obrigatoriamente de adotar ou o


regime geral do SNC–AP ou o regime simplificado para as
pequenas entidades consoante sejam estes os regimes
aplicados por alguma das suas entidades controladas
SNC-AP
Regime Simplificado
Portaria n.º 218/2016, de 9 de agosto

Integração de lacunas(artº9)

1.Deve obedecer-se à seguinte hierarquia das normas:


a)Normas de contabilidade pública que integram o regime geral do
SNC-AP
b)Normas de contabilidade e Relato Financeiro que integram o SNC

2. Comissão de Normalização Contabilística interpretar e dar resposta às


questões relacionadas com o Regime Simplificado do SNC-AP que lhe
venham a ser colocadas pelas entidades públicas
Estrutura do SNC-AP
Exercício 5
Calcule o Resultado Orçamental e o Resultado Económico
Operações ocorridas em N Contabilidade Contabilidade
Orçamental financeira

Transferência Corrente (Subsídio à Exploração) no valor de 20.000


u.m
Transferência de Capital (Subsídio para Investimento em ativos
amortizáveis em 20 anos) no montante de 100.000 u.m.

Empréstimo Obtido junto de Instituição Bancária de 5.000 u.m

Trabalhos Realizados pela Própria Entidade em ativos no valor de


1.650 u.m.
Gastos com Pessoal no montante de 19.000 u.m.
Telefone de dezembro de N-1 pago em N, no valor de 52 u.m.

Renda paga em Dez de N referente a janeiro de N+1, 222 u.m.


Seguro de 120 u.m. correspondente ao período 01/08/N a 31/07/N+1

Depreciação
de Equipamento 7.000 u.m. (ano n)
Estrutura Concetual SNC-AP

Anexo I do Decreto Lei n.º 192/2015, de 11


de setembro

Define os conceitos que devem estar presentes


no desenvolvimento de NCP aplicáveis à
preparação de DF e outros Relatórios
Financeiros por parte das Entidades Públicas.
Estrutura Concetual SNC-AP
1) Finalidade da EC
2) Objetivos e Utilizadores das DF’s
3) Características Qualitativas
4) Entidade de Relato
5) Elementos das DF’s
6) Reconhecimento dos Elementos das DF’s
7) Mensuração dos Elementos das DF’s
Estrutura Concetual SNC-AP
1) Finalidade da EC
Define os conceitos que devem estar presentes
no desenvolvimento de NCP – Normas de
Contabilidade Pública.
Estrutura Concetual SNC-AP
2) Objetivos e Utilizadores das DF´s
• Objetivos – informação útil aos utilizadores
• Utilizadores do Relato Financeiro (diferentes utilizadores)
• Responsabilização pela Prestação de Contas
• Informação do Relato Financeira
a) Orçamental
b) Prestação de Serviços
c) Informação explicativa

Os principais utilizadores da informação financeira são os


utilizadores dos serviços e seus representantes, os fornecedores de
recursos e os contribuintes e seus representantes.
Estrutura Concetual SNC-AP
3) Características Qualitativas

As características qualitativas da informação incluída no relato financeiro são os atributos que fazem com que
essa informação seja útil para os utilizadores das demonstrações financeiras e atinja os objetivos do relato
financeiro. As características qualitativas principais são a relevância, a fiabilidade, a compreensibilidade, a
oportunidade, a comparabilidade e a verificabilidade.

Existem, porém, constrangimentos na informação incluída no relato financeiro como a materialidade, a relação custo-benefício e o
equilíbrio entre as características qualitativas abordadas mais adiante. Cada característica qualitativa deve ser considerada na
preparação das demonstrações financeiras. Se na prática isso não for possível, deverá haver um equilíbrio entre elas.
Estrutura Concetual SNC-AP

4) Entidades de Relato
-É uma entidade que recebe recursos dos cidadãos,
ou em nome deles, e ou utiliza recursos para
realizar atividades para o seu benefício (pode ter
ou não personalidade Jurídica).
- Pode ser o Governo ou qualquer organização,
programa ou área de atividade do setor público
que prepare relatórios financeiros de finalidade
geral.
Estrutura Concetual SNC-AP
5) Elementos das Demonstrações Financeiras
Estrutura Concetual SNC-AP
Estrutura Concetual SNC-AP
Estrutura Concetual SNC-AP
6) Reconhecimento dos Elementos das DF´s
O reconhecimento dos elementos das DF´s, tal
como no SNC, é o processo de incorporar,
numa demonstração financeira adequada, um
determinado item que cumpre a definição
prevista de elemento e que pode ser
mensurado com fiabilidade, em conformidade
com os critérios previstos na EC
Estrutura Concetual SNC-AP
Os critérios de reconhecimento são:
• O item satisfaz a definição de um elemento.
• O item pode ser mensurado de uma forma que assegure as
características qualitativas e tome em consideração os
constrangimentos à informação financeira, estando este requisito
normalmente assegurado quando a mensuração pode ser efetuada
com fiabilidade.
• O reconhecimento de um item nas demonstrações financeiras
implica a atribuição, ao mesmo, de uma quantia monetária.
• Este processo tem implícita a seleção de uma base de mensuração
apropriada e a avaliação sobre se essa mensuração é suficientemente
relevante e fiável, para que o item seja reconhecido como um
elemento nas demonstrações financeiras.
Estrutura Concetual SNC-AP
Plano de Contas Multidimensional
• Plano de Contas Multidimensional (PCM)
integra o anexo III ao Decreto-Lei n.º
192/2015, de 11 de setembro.

é um elemento essencial da contabilidade pública e do


novo Sistema de Normalização Contabilística para as
Administrações Públicas (SNC -AP), dado que assegura
a classificação, registo e relato das transações e
acontecimentos de uma forma normalizada,
sistemática e consistente
Plano de Contas Multidimensional
• Objetivos:
(a) Prestação de informação sobre a natureza das receitas e despesas
públicas para efeitos de relato da execução face às estimativas constantes
no orçamento, bem como apoio à avaliação do desempenho orçamental;
(b) Elaboração de demonstrações financeiras de finalidade geral, através do
subsistema de contabilidade financeira;
(c) Elaboração do cadastro dos bens e direitos das Administrações Públicas e
cálculo das respetivas depreciações e amortizações;
(d) Apoio à elaboração do relatório de gestão que acompanha as contas
individuais e consolidadas;
(e) Apoio à preparação das contas nacionais (agregados estatísticos).

Neste sentido, o PCM integra contas que


poderão ser utilizadas na contabilidade
orçamental, financeira e nas contas nacionais e
para efeitos de cadastro de bens e direitos.
Plano de Contas Multidimensional
• O PCM é constituído por:
(a) Um quadro síntese de contas das Classes 1 a 8 destinadas a registar
transações e acontecimentos na contabilidade financeira e que podem
também servir para classificar as operações por natureza na
contabilidade orçamental;
(b) Uma lista codificada de contas (Código de Contas) das Classes 1 a 8;
(c) Um quadro de correspondência entre as rubricas orçamentais e as
contas do PCM, caso estas venham a ser adotadas na contabilidade
orçamental para classificar as operações por natureza;
(d) Um quadro de correspondência entre as contas do PCM e as principais
contas do SEC (contas do sistema europeu);
(e) Um classificador de entidades (Classificador complementar 1);
(f) Um classificador de bens e direitos para efeito de cadastro e respetivas
vidas úteis (Classificador complementar 2).
Bibliografia
• Portaria 218/2016 de 9/agosto
• DL nº192/2015, de 11 de setembro
• Ribeiro, P.(2016).Contabilidade Pública - Sistema de
Normalização Contabilística para as Administrações
Públicas e Regime Simplificado. Vidaeconómica-editorial
S.A. ISBN:978-989-768284-1
• A elaboração desta sebenta foi também, possível dada a
consulta de material de apoio, da formação eventual
Formação eventual 0416 da Ordem dos Contabilistas
Certificados
• Consulta CADERNO DE EXERCÍCIOS CONTABILIDADE
PÚBLICA I GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, 2.º ANO
(2.º SEMESTRE)ANO LETIVO 2016/2017

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