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Introdução do SNC-AP

Agenda
• Breve evolução histórica da Contabilidade Pública

• Razões da mudança

• Benefícios esperados da introdução do SNC-AP

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Breve evolução da Contabilidade Pública

• Marquês de Pombal e a reforma das Finanças Públicas (período de iluminismo):

Criação da Aula de Comércio em 1759

Criação do Real Erário e a introdução da partida dobrada em Portugal em 1761


(objetivo: aumentar a eficiência das finanças públicas)=> havia balanços do
Estado português

• Com a ida da corte para o Brasil em 1808 e a desregulamentação que se


observou com o liberalismo, houve perda de importância da contabilidade, o que
levou a que em 1835 se regressasse à partida simples
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Breve evolução da Contabilidade Pública

Estado Novo e Salazar (período de obscurantismo):

Reforma orçamental, de 1928, que aprova o modelo de Orçamento


Geral do Estado

Contabilidade Pública: era contabilidade orçamental (receitas e


despesas) em partida simples

=> qualquer pessoa que soubesse ler e escrever podia fazer


contabilidade

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Breve evolução da Contabilidade Pública

• Este regime (Contabilidade Pública = Contabilidade Orçamental) vigorou


durante um longo período e só começou a ser questionado com a entrada
de Portugal na UniãoEuropeia em 1986:

Lei n.º 8/90, designada por Lei de Bases de Contabilidade Pública

Decreto-Lei n.º 155/92: os organismos com autonomia financeira (regime


excecional) utilizavam o regime de contabilidade de acréscimo e o modo de
registo digráfico com base no POC; organismos sem autonomia financeira
(regime geral), só contabilidade orçamental no regime de caixa modificada.

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Breve evolução da Contabilidade Pública
• O Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP), aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 232/97, obrigava todos os organismos da Administração Central, Regional
e Local a implementar, de imediato, um sistema integrado de contabilidade
orçamental, patrimonial e analítica, em método digráfico

• Decorridos 20 anos da implementação do POCP devem ser referidas as


dificuldades que este Plano tem levantado ano nível da sua implementação:

Os organismos com autonomia administrativa e financeira da Administração


Central e nos municípios, a implementação do POCP ou dos planos sectoriais
aplicáveis, é aceitável (excluindo a contabilidade analítica)

Contudo em alguns serviços integrados a contabilidade patrimonial não


chegou a implementar-se e apenas têm contabilidade orçamental
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Problemas com a Contabilidade Pública no séc. XXI

• A crise financeira, o resgate e os problemas contabilísticos no setor


público:

A base do acréscimo e a contabilidade financeira ainda não atingiram


níveis aceitáveis em muitas entidades públicas:
não se faz na maior parte das entidades a gestão de ativos (só têm
contabilidade orçamental ou não usam a base do acréscimo)
problemas em perceber a dívida portuguesa por parte dos credores (não
há o balanço do Estado português)

O POCP é um normativo nacional, hoje os governos financiam-se nos


mercados internacionais que querem normas globais

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Razões da mudança
Insuficiências do POCP
• O POCP manteve-se estagnado numa AP em evolução (nenhumas instruções
contabilísticas foram apresentadas para as PPPs e instrumentos financeiros
como os contratos Swaps)

• Em matéria de consolidação de contas, apenas o POC-Educação define regras


para o efeito, o que implicou a necessidade de emissão pela CNCAP, em 2010,
de uma orientação sobre as regras de consolidação

• => insuficiência técnica do POCP

• => MAS, a principal razão para o falhanço da Contabilidade Pública nos últimos
anos: qualquer um, independentemente das suas qualificações profissionais,
pode ser responsável pela contabilidade das entidades p8úblicas
Razões da mudança
Problemas com a Contabilidade Pública no início do séc. XXI
 Como consolidar contas quando a normalização contabilística se encontra
fragmentada e inconsistente?

 As entidades públicas hoje têm de consolidar contas emSNC, SNC-ESNL,


IAS/IFRS, normas que são baseadas emprincípios

 A fragmentação dentro do próprio setor público (POCP, ou POC-Educação,


POCMS, POCAL e POCISSSS) dificulta uma visão do conjunto da situação
financeira dos diferentes setores das Administrações Públicas

 O Estado como entidade que relata ainda não existe (ECE)

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SNC-AP: Decreto-lei nº 192/2015

• Evolução da Contabilidade Pública:


Contabilidade orçamental
NCP 26 – norma local

1928 1997

Contabilidade orçamental Contabilidade orçamental


unigráfica +contabilidade patrimonial
(digráfica) Contabilidade financeira
(Baseadas nas IPSAS)
+ contabilidade analítica
+ contabilidade de gestão
NCP 27- Norma local
SNC-AP: Decreto-lei nº 192/2015

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Informação proporcionada pelo
sistema de contabilidade pública

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Benefícios esperados do SNC-AP

• Disponibilização de informação financeira e orçamental mais completa e mais


relevante

• Facilidade na consolidação de contas entre entidades do setor empresarial, não


lucrativo e setor público

• Aumento da comparabilidade nacional e internacional

• Aumento da transparência na contabilidade e relato financeiro, o que se espera


que beneficie o custo do financiamento

• Melhoria da informação para as estatísticas nacionais (contabilidade nacional)

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Benefícios esperados do SNC-AP: Criação do Estado
português como entidade que relata

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Âmbito do SNC-AP- Art.3º
• O SNC-AP é aplicável todos os serviços e organismos da administração
central, regional e local

• Entidades pública reclassificadas pela autoridade estatística nacional (INE)


(alinhamento com a autoridade estatística nacional)

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SNC-AP: normativo
Decreto-lei 192/2015: Regime geral

Portaria n.º 218/2016: Regime Simplificado do Sistema de Normalização


Contabilística para as Administrações Públicas

Portaria n.º 189/2016 de 14 de julho: Notas de Enquadramento ao Plano de


Contas Multidimensional

• A CNC publicou também um manual de implementação onde se apresenta o


mapeamento das contas bem como os procedimentos de transição e ainda se
abordam as normas que apresentam maior complexidade técnica
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Introdução do SNC-AP

• Durante 2016 e 2017 o SNC-AP tem sido testado por entidades piloto

• As entidades-piloto estão a ter apoio e acompanhamento através de


um portal que foi criado pela CNC para o efeito

• As entidades-piloto tiveram formação no âmbito de parceria


estabelecida entre o Governo e a Ordem dos Contabilistas Certificados

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SNC-AP:
Unidade de implementação da LEO
• No dia 22 de Setembro de 2016 o governo aprovou a Unidade de
Implementação da LEO

• Esta unidade deve atuar como catalisador dos trabalhos de


implementação do SNC-AP.

• Necessidade de avançar com os sistemas informáticos e com a formação

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Introdução do SNC-AP
• Todos sabemos que a mudança é necessária e devemos fazê-la para nos
defendermos como contribuintes e cidadãos

• Contudo, a implementação só será bem sucedida se for feita por


profissionais competentes (Ball & Pflugrath, 2012) => a contabilidade é nos
termos da lei para os contabilistas, cumpra-se a lei

• => necessidade de dotar a Administração Pública de Contabilistas Públicos


Certificados que com um Código deontológico e controlo de qualidade
respondam pelo não cumprimento das normas => para se fazer uma
mudança EFETIVA

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