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Capítulos do manual

1. Encerramento de contas e SAF-T (PT) relativo à contabilidade


2. Aspetos contabilísticos e fiscais
3. Declaração Modelo 22
4. Benefícios Fiscais
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados e preparação
das demonstrações financeiras modelo reduzido NCRF-PE
6. Dossier Fiscal
7. Prestação de contas

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Pág. 8

Iremos utilizar uma empresa modelo para as aplicações


práticas com as seguintes caraterísticas:
Caraterização da empresa:
aplicações práticas

• Designação social: Sociedade Micro fábrica, Lda.,


• Sede, direção efetiva e atividade: Ferreira do Alentejo.
• A empresa tem 7 trabalhadores ao seu serviço, com
contratos de trabalho sem termo, sendo detida por dois
sócios, pessoas singulares, com participação de 60% e 40%
respetivamente.
• A empresa está classificada como micro empresa, tendo
obtido o respetivo certificação do IAPMEI, nos termos do
Anexo ao Decreto-Lei nº 372/2007, de 6 de novembro.
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Pág. 8

Iremos utilizar uma empresa modelo para as aplicações práticas com as seguintes caraterísticas:
A empresa apresentou no período de 2021 e 2022 os seguintes valores:
Caraterização da empresa:

2021:
• Total de balanço: 1.000.000 euros;
aplicações práticas

• Volume de negócios líquido: 15.000.000 euros


• Número médio de empregados durante o período: 7
2022:
• Total de balanço: 1.500.000 euros;
• Volume de negócios líquido: 17.500.000 euros
• Número médio de empregados durante o período: 7
Categoria de entidade contabilística do SNC em 2023: Pequena
entidade, por ter ultrapassado 2 dos 3 limites previstos no artigo 9º do
SNC, nos 2 últimos períodos.
• Norma contabilística do SNC aplicada: NCRF-PE
A empresa está a adotar o sistema de inventário permanente.
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Capítulo 1.
Encerramento de contas
e SAF-T (PT) relativo
à contabilidade

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SAF-T (PT) relativo à contabilidade
1. Encerramento de contas e

1.1. SAF-T (PT) relativo à contabilidade: Adiamento


1.2. Associação de taxonomias ao plano de contas
1.3. Como efetuar os registos contabilísticos do
encerramento de contas?
1.4. Quais os cuidados a ter no encerramento de contas
1.5. Organização e controlo contabilísticos

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Pág. 15-18

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.1. SAF-T (PT) relativo à contabilidade: Adiamento
1. Encerramento de contas e

Prazo atual de adiamento


• O Decreto-Lei nº 85/2022, de 21 de dezembro, no seu artigo 7º, veio mais uma
vez a adiar a introdução em vigor dos anexos A e I da IES e do SAF-T relativo à
contabilidade para o período de tributação de 2024, a entregar em 2025, o
que na prática adia a implementação prévia do SAF-T relativo à contabilidade
para ser apenas submetido a partir de 2025.

• Nota: Provavelmente será adiado para 2025 a entregar em 2026.

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Pág. 19-21

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.2. Associação de taxonomias ao plano de contas
1. Encerramento de contas e

Como criar ou preparar o Plano de Contas com as taxonomias?


• Importância das Taxonomias – Destinadas ao pré-preenchimento das
demonstrações financeiras no Anexo A e I da IES (e outros campos de
cruzamento de informação)
• Regras na criação e estrutura do Plano de Contas - É obrigatória a utilização da
codificação e estrutura das contas prevista no Código de Contas do SNC
(aprovada com a Portaria nº 218/2015, de 23 de julho).

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Pág. 21-22

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.3. Como efetuar os registos contabilísticos do encerramento de contas?
1. Encerramento de contas e

• Extração de um ficheiro SAF-T com qualidade necessária e sem


erros na validação que permita o preenchimento da IES
• SAF-T (PT) relativo à contabilidade extraído do software com
estrutura de dados da Portaria 302/2016, bem como regras SVAT.
• Procedimentos de apuramento de resultados
• Registos contabilísticos do encerramento de contas que não são
considerados de apuramento de resultados

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Pág. 22-24

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1. Encerramento de contas e

1.4. Quais os cuidados a ter no encerramento de contas?

• Extração do SAF-T da contabilidade


• Alteração de Contabilista Certificado (ou de programa de
contabilidade) no decorrer do período de relato
• Saldos iniciais e finais
• Anulações/correções de lançamentos e estornos

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Pág. 24-28

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.5. Organização e controlo contabilísticos
1. Encerramento de contas e

• Utilização de diários, meses contabilísticos e tipos de movimentos


I. Diários
II. Registos em sequência cronológica
III. Meses contabilísticos
• Classificação dos documentos relevantes contabilísticos e fiscais
• Registo de faturas e outros documentos (por documento ou por
resumo)
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Pág. 28-31

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.5. Organização e controlo contabilísticos
1. Encerramento de contas e

• Contabilidade Analítica
• Cumprimento do prazo de 90 dias para a execução da
contabilidade (durante o exercício e prestação de contas)
• Receção e controlo dos documentos
• Regras contabilísticas do Selo de Validação da AT (SVAT) – Saldos
esperados das contas

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Capítulo 2.
Aspetos contabilísticos e fiscais

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2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2.2. Meios financeiros líquidos
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços
2.4. Fornecedores de bens e de serviços
2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal
2.6. Estado e outros entes públicos

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2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2.8. Investimentos financeiros
2.9. Investimentos não financeiros
2.10. Capital próprio
2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
2.12. Acontecimentos após a data de balanço

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Pág. 35-36

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Seleção e aplicação de políticas contabilísticas


• Consistência de políticas contabilísticas
• Alterações nas políticas contabilísticas
• Aplicação retrospetiva
• Alterações nas estimativas contabilísticas
• Aplicação prospetiva
• Erros contabilísticos
• Reexpressão retrospetiva (NCRF-PE – afeta resultados transitados)

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Pág. 36
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo da revalorização)

• A Sociedade Micro fábrica, Lda. possui um equipamento, classificado como um item do ativo
fixo tangível (equipamento básico), pretendendo passar a mensurá-lo pelo modelo de
revalorização previsto no parágrafo 7.11 da NCRF-PE.
• Este equipamento básico é uma linha de produção, sendo o único equipamento da mesma
classe de ativos fixos tangíveis.

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Pág.36-37
2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros
Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo da revalorização)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Dados:
• Custo inicial: 100.000 euros
• Data de início de utilização: 1/1/2021
• Vida útil estimada: 7 anos (código 1080 da tabela I anexa do DR 25/2009)
• Valor residual estimado: 0 euros
• Depreciações acumuladas a 31/12/2023: (42.840 euros = 100.000 x 14,28% x 3 anos)
• Quantia escriturada antes da revalorização a ser efetuada a 31/12/2023: (57.160 = 100.000 –
42.840)
Existe mercado ativo para o equipamento básico, tendo sido estimado um justo valor (valor de
mercado) à data da revalorização de 150.000 euros (devido à escassez atual de equipamentos da
mesma natureza disponíveis no mercado, que levou a um aumento do seu valor de mercado).

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Pág. 36-37

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo da revalorização)

Cálculos auxiliares:
• (1) Excedente de revalorização: 150.000 – 57.160 = 92.840
Taxa efetiva de IRC (14%) (12,5 + 1,5 derrama)
• (2) Passivo por imposto diferido referente ao excedente: 92.840 x 14% = 12.997,60

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Pág. 36-37

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo da revalorização)


Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Anulação das depreciações 4383 – Dep. Acumuladas – Eq. 42 840
acumuladas para determinar Q.E. básico
433 – Eq. básico 42 840
Excedente de revalorização (1) 433 - Eq. básico 92 840
5891 – Excedente de 92 840
revalorização
Passivo por imposto diferido (2) 5892 – Imposto diferido 12 997,60

2742 – Passivos por impostos 12 997,60


diferidos
Enquadramento fiscal:
A variação patrimonial positiva referente ao excedente de revalorização não tem relevância para
a determinação do lucro tributável de IRC, nos termos da alínea b) do nº 1 do artigo 21º do CIRC.
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Pág. 37-38
2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros
Aplicação prática 2 – Alteração de política contabilística (alteração das fórmulas de custeio)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A Sociedade Micro fábrica, Lda. utiliza a fórmula de custeio do FIFO para mensurar os
inventários (produtos acabados). Atendendo a que as empresas do mesmo setor de
atividade utilizam, por regra o custo médio ponderado, a entidade optou por alterar a
mensuração dos produtos acabados do FIFO para o custo médio ponderado, com o objetivo
de obter informação mais relevante em termos de comparabilidade com as restantes
empresas do setor de atividade onde opera.
• De acordo com a NCRF-PE, essa alteração de política contabilística tem um efeito
retrospetivo.
• O efeito dessa alteração das fórmulas de custeio determina uma redução em 100.000 euros
no custo do inventário de produtos acabados, sendo 20.000 euros relacionada com o
período corrente e 80.000 euros de períodos anteriores.
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Pág. 37-38

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 2 – Alteração de política contabilística (alteração das fórmulas de custeio)


Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Efeito da alteração do 731 – Variação dos 20 000
custo dos produtos inventários de produção
acabados do período 341 – Produto A 20 000
corrente
Efeito da alteração do custo 56 – Resultados 80 000
dos produtos acabados dos transitados
períodos anteriores 341 – Produto A 80 000

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Pág. 37-38

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 2 – Alteração de política contabilística (alteração das fórmulas de custeio)

Enquadramento fiscal
• As aplicações retrospetivas por alterações de políticas contabilísticas com efeito respetivo em
resultados de períodos anteriores têm relevância fiscal na determinação do lucro tributável
do período corrente, nos termos do nº 1 do artigo 18º do CIRC.
• Variação patrimonial negativa relevante nos termos do nº 1 do artigo 24º do CIRC (Dedução
no campo 704 do quadro 07 da Modelo 22).

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Pág. 38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 3 - Alteração de estimativas contabilísticas - Alteração de vida útil

• A Sociedade Micro fábrica, Lda. no período corrente procedeu à depreciação do seu


equipamento de transporte, tendo efetuado uma revisão da vida útil, por utilização de taxa
superior aos anos anteriores mas inferiores às taxas máximas permitidas pela legislação fiscal,
contrariamente ao ocorrido nos períodos anteriores em que foram praticadas as taxas
mínimas.
• A justificação para este facto prende-se com o aumento da utilização dessas viaturas no
transporte de bens para os clientes, prescindido de recorrer à contratação de empresas do
setor dos transportes rodoviários de mercadorias.

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Pág.38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 3 - Alteração de estimativas contabilísticas – Alteração de vida útil

Dados:
• Viatura ligeira de mercadorias
• Custo inicial: 80.000 euros
• Data de início de utilização: 1/1/2022
• Vida útil estimada: 8 anos (código 2375 da tabela II anexa do DR 25/2009)
• Valor residual estimado: 5.000 euros
• Em 2023, alterou-se a vida útil total para 6 anos.

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Pág. 38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 3 - Alteração de estimativas contabilísticas - Alteração de vida útil

Cálculos auxiliares:
• Depreciação do período: quantia depreciável / período de vida útil estimado: (80.000 – 5.000)
/ 8 = 9.375
• Depreciações acumuladas a 31/12/2022: (9.375 euros = (80.000 - 5.000) x 12,5% x 1 ano)
• Quantia escriturada a 31/12/2022: (70.625 = 80.000 – 9.375)
• Quantia depreciável a 31/12/2022: (65.625 = 70.625 – 5.000)
• A estimativa do valor residual mantem-se em 5.000 euros.
• Alteração da depreciação do período: quantia escriturada antes da alteração da estimativa e o
período remanescente de vida útil: 65.625 / 5 anos = 13.125
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Pág. 38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


Aplicação prática 3 - Alteração de estimativas contabilísticas - Alteração de vida útil
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Depreciação do período da 6424 Gasto de depreciação 13 125
viatura de mercadorias
4384 Depreciações 13 125
acumuladas

Enquadramento fiscal
• Para efeitos fiscais, na determinação do lucro tributável, o gasto de depreciação do período é
aceite em termos fiscais, atendendo ao disposto no DR 25/2009, que aceita depreciações
entre a taxa máxima e mínima.
• Quota máxima: (80.000 – 5.000) / 4 = 18.750

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Pág. 40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 4 - Erros contabilísticos (gastos de períodos anteriores)


• A Sociedade Micro fábrica, Lda. rececionou em novembro de 2023 a fatura de um prestador
de serviços de assistência técnica informática.
• O serviço foi contratado e realizado no período de 2022, sobre a reparação do software para
operar uma máquina da linha de produção.
• Por lapso, não foi efetuado o reconhecimento do acréscimo de gasto nos resultados do
período de 2022, em que o serviço foi utilizado.
• Trata-se de um erro contabilístico que afetou resultados de períodos anteriores. Apesar da
fatura ter sido apenas rececionada em novembro de 2023, como o serviço contratado foi
utilizado em 2022, o mesmo deveria ter sido reconhecido como acréscimo de gastos de 2022.
• A fatura é de montante de 10.000 euros + IVA.
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Pág. 40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 4 - Erros contabilísticos (gastos de períodos anteriores)

Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
30/11/2023 Fatura de serviço de 2022 56 – Resultados transitados 10 000

2432 – IVA dedutível 2 300

221 – Fornecedores c/c 12 300

Enquadramento fiscal
As correções de erros contabilísticos com efeito respetivo em resultados de períodos anteriores
não têm relevância fiscal na determinação do lucro tributável do período corrente, nos termos
do nº 1 do artigo 18º do CIRC.

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2.2. Meios financeiros líquidos
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Caixa
i. Fundo fixo
ii. Contagem física – diferenças entre a contagem e a contabilidade
• Depósitos bancários
i. Reconciliação bancária
ii. Obrigação de possuir e utilizar conta bancária
iii. Proibição de pagamento em numerário
• Outros instrumentos financeiros
i. Enquadramento contabilístico
ii. Distinção entre a conta 14 e 41
iii. Enquadramento fiscal

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Pág. 41-42

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Caixa


Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Transações de pequeno valor

Fundo fixo

Folha de caixa periódica (diária, mensal, …)

Conferência dos documentos de suporte

Documentação para a contabilidade

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Pág. 41-43

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Caixa


Da responsabilidade do Contabilista Certificado:
Conferência dos documentos de suporte

Transações de pequeno valor

Conferência de saldos

Conferência dos registos contabilísticos

Caixa em outras divisas

Demonstração de fluxos de caixa

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Pág. 43

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Caixa
Aplicação prática 5 - Fundo fixo de caixa
• A Sociedade Micro fábrica, Lda. criou em dezembro de 2023 um fundo fixo de caixa para fazer
face a pequenas despesas diárias.
• O fundo fixo de caixa é de 1.000 euros por mês, sendo reposto mensalmente.
• Durante o mês de dezembro de 2023, foram suportadas despesas com a aquisição expedição
de correio de 200 euros, e 100 euros de despesas com táxis para deslocações de
colaboradores à conservatória.

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Pág. 44

2.2. Meios financeiros líquidos - Caixa


Aplicação prática 5 - Fundo fixo de caixa
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Constituição do fundo fixo 111 – Caixa – Fundo fixo 1 000

121 – Depósitos à ordem 1 000

Pela contabilização das 6262 – Fornecimentos e 200


despesas serviços externos -
Comunicação
6252 – Transportes de 100
pessoal
111 – Caixa – Fundo fixo 300

Pela reposição do fundo 111 – Caixa – Fundo fixo 300


(cheque emitido)
121 – Depósitos à ordem 300

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Pág. 45

2.2. Meios financeiros líquidos


Caixa
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 6 - Correções ao valor de caixa


• A Sociedade Micro fábrica, Lda. efetuou uma contagem física do valor de caixa, tendo sido
determinada um valor de 500 euros, representado por notas e moedas existentes em
31/12/2023. Constatou-se que o saldo devedor na contabilidade a essa data é de 2.500 euros.
• Após reconciliação da conta de caixa foi identificado um erro contabilístico referente a
despesas que foram pagas por caixa no período de 2023, mas que não foram objeto de registo
na contabilidade por lapso da área administrativa da empresa.
• As despesas em causa tratam-se de levantamentos de caixa no valor de 2.000 euros,
efetuados pelo gerente ao longo do ano de 2023, que não estão documentados.

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Pág. 46

2.2. Meios financeiros líquidos - Caixa


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 6 - Correções ao valor de caixa


Registos contabilísticos:

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pela correção de despesas 68882 – Outros gastos – Outros 2 000
não documentadas – Despesas não documentadas
111 – Caixa 2 000

Enquadramento fiscal
Nos termos da alínea b) do nº 1 do artigo 23º-A do CIRC, não são aceites como gastos fiscais para
a determinação do lucro tributável, as despesas não documentadas.
Esse gasto deve ser acrescido no campo 716 do quadro 07 da Modelo 22.
Adicionalmente, o montante de despesas não documentadas está sujeito a tributações
autónomas à taxa de 50% no valor de 1.000 euros (2.000 x 50%).
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Pág. 47

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Depósitos bancários


Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Validação dos documentos de suporte

Meios de pagamento e processo de autorização

Depósito de recebimentos diários

Documentação para a contabilidade

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Pág. 47-50
2.2. Meios financeiros líquidos
Procedimentos de controlo de Depósitos bancários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Conferência dos documentos de suporte

Base de Dados de Contas (Banco de Portugal)

Criação de subcontas

Reconciliação bancária mensal

Reconciliação bancária – saldos

Reconciliação bancária – análise e investigação de transações

Contas bancárias em outras divisas

Juros bancários obtidos

Conferência dos registos contabilísticos

Demonstração de fluxos de caixa


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Pág. 50
2.2. Meios financeiros líquidos
Depósitos bancários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 7 - Reconciliação bancária


• A Sociedade Micro fábrica, Lda. efetuou uma reconciliação bancária em 31/12/2023 da conta
do banco A, tendo sido detetadas as seguintes diferenças entre o saldo da conta 121 e o saldo
bancário:
Saldo do Banco A – Cf. Extrato bancário: 45.000 euros
• Registado pelo banco e não pela empresa
- Despesas bancárias de manutenção da conta: 50 euros a crédito (saída do banco)
• Registados pela empresa e não pelo Banco
- Cheque emitido ao fornecedor A em 30/12/2023, ainda não descontado no banco:
1.500 euros (Crédito da conta 121)
• Saldo da conta 121: 43.550 euros (45.000 + 50 – 1500)
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Pág. 51
2.2. Meios financeiros líquidos - Depósitos bancários
Aplicação prática 7 - Reconciliação bancária
Registos contabilísticos:
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pelas despesas bancárias de 6268 – Outros serviços 50
manutenção da conta (1)
121 – Banco A 50
Pela transferência da conta 121 – Banco A 1 500
12 para conta 2221 (2) 2221 – Fornecedores – Títulos 1 500
a pagar – fornecedores gerais
Explicações
(1) Registo das despesas bancárias no período em que ocorreram, mediante o comprovativo (fatura) emitido pela
entidade bancária
(2) Atendendo ao princípio da substância sobre a forma (parágrafo 35 da estrutura concetual do SNC), o pagamento ao
fornecedor não foi realizado, tendo sido emitido apenas uma ordem de pagamento através do cheque emitido, que
será apenas descontado no banco no período seguinte. Propõe-se a reclassificação da dívida de fornecedores c/c
para fornecedores títulos a pagar, e não o desreconhecimento do ativo (crédito da conta 12) e do passivo (débito da
conta 221).
Após estes registos de regularização, o saldo da conta 121 será de 45.000 euros devedor, sendo idêntico ao saldo
de depósitos à ordem no banco A.
40
Pág. 52

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Outros Instrumentos Financeiros


Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimento e outras informações

Documentação para a contabilidade (contratos, indicação de objetivo de aquisição e detenção)

Da responsabilidade do Contabilista Certificado


Conferência dos documentos de suporte

Enquadramentos contabilísticos e fiscais

41
Pág. 58

2.2. Meios financeiros líquidos


Outros Instrumentos Financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 8 - Instrumentos financeiros


• A sociedade Micro Fábrica, Lda. adquiriu em 2/1/2023, 30.000 de ações a 2 euros cada, do
capital social da empresa X, cotada em bolsa, o que representa menos de 5% do capital social
da empresa X. Foram suportadas despesas com a transação, suportadas com a empresa no
valor de 750 euros.
• O objetivo da aquisição das ações é a sua detenção para negociação, pretendendo-se obter
ganhos com a valorização em bolsa.

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Pág. 58-59

2.2. Meios financeiros líquidos


Outros Instrumentos Financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 8 - Instrumentos financeiros

• Ocorreram as seguintes operações durante 2023:

Dia Cotação Ganho/ Perda


02/01/2023 (compra) 2 -------------
30/06/2023 (venda 15 000 ações) 2,10 15.000 x (2,1–2)
31/12/2023 (atualização) 2,05 15.000 x (2,05–2,1)

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Pág. 58-59
2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros
Aplicação prática 8 - Instrumentos financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:

Data Descrição Conta Débito Crédito


02/01/2023 Pela aquisição das ações 142 – Instrumentos financeiros 60 000
com instrumentos detidos detidos para negociação
para negociação (1) 121 – Banco A 60 000
Pelas despesas de transação 6268 – Outras despesas 750
(1) 121 – Banco A 750
30/06/2023 Pela venda de 15 000 ações 12 – Banco A 31 500
a 2,10 por ação (2) 142 - Instrumentos financeiros 30 000
detidos para negociação
7862 - Rendimentos nos 1 500
restantes ativos financeiros –
Alienações

44
Pág. 58-59
2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros
Aplicação prática 8 - Instrumentos financeiros
Data Descrição Conta Débito Crédito
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

30/06/2023 Pela atualização para o justo 142 - Instrumentos financeiros 1 500


valor das ações detidas (3) detidos para negociação
771 - Ganhos por aumentos de 1 500
justo valor - Em instrumentos
financeiros
31/12/2023 Pela atualização para o justo 771 - Ganhos por aumentos de 750
valor das ações detidas (4) justo valor - Em instrumentos
financeiros
142 - Instrumentos financeiros 750
detidos para negociação
(1) 30.000 x 2 = 60 000 (custo de aquisição – justo valor à data de aquisição)
As despesas de transação são reconhecidas como gastos do período, não fazendo parte do custo do instrumento
financeiro adquirido (parágrafo 17.10 da NCRF-PE).
(2) Rendimento pela alienação das ações 15.000 x (2,10 – 2,00) = 1.500
(3) Atualização para o justo valor das ações detidas após a venda para a cotação à data da alienação 15.000 x (2,10-2,00)
= 1.500 (data relevante)
(4) Atualização do justo valor à data de relato (data relevante) 15.000 x (2,05 – 2,10) = 750
45
Pág. 58-59
2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros
Aplicação prática 8 - Instrumentos financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal:
• É reconhecido uma redução do rendimento anteriormente reconhecido pela desvalorização
da cotação. Apenas é reconhecido gasto a partir da eliminação do rendimento.
• Em termos de IRC, o rendimento obtido pela alienação das ações é tributável em sede de IRC,
nos termos do nº 9 do artigo 18º do CIRC, não se aplica o artigo 46º do CIRC (nos termos da
alínea b) do nº 1 do artigo 46º do CIRC).
• O ganho obtido por aumento de justo valor é um rendimento tributável nos termos da alínea
a) do nº 9 do artigo 18º do CIRC, sendo relevante para a determinação do lucro tributável.
• Em ambas as situações, não há que efetuar qualquer correção no quadro 07 da Modelo 22.

46
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços
• Clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

i. Mensuração subsequente de contas de clientes e outras contas a receber


ii. Enquadramento fiscal
iii. Perdas de imparidade de dívidas a receber de clientes
iv. Clientes de cobrança duvidosa
v. Créditos incobráveis
• Vendas e prestações de serviços
i. Enquadramento contabilístico do rédito pela venda de bens e de
prestações de serviços
ii. Diferenças de câmbio
47
Pág. 58-65

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Clientes, vendas e prestações de serviços


Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Faturas, documentos de transporte e demais documentos fiscalmente relevantes

Notas de crédito

Conferência de documentos de faturação

Clientes de cobrança duvidosa e clientes incobráveis

Documentação para a contabilidade

48
Pág. 58-65
2. Aspetos contabilísticos e fiscais
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Clientes, vendas e prestações de serviços

Da responsabilidade do Contabilista Certificado


Enquadramento fiscal das operações

Conferência dos documentos de faturação

Conferência dos registos contabilísticos

Conferência de saldos de clientes

Transações e saldos em moeda estrangeira

Letras e contratos de factoring

Imparidade de clientes

49
Pág. 65
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços
Vendas e prestações de serviços
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 9 - Reconhecimento do rédito de vendas de bens (vendas em moeda


estrangeira)
• A sociedade Micro Fábrica, Lda. efetuou uma venda de produtos acabados a um cliente na
Suécia, pelo valor de 150 000 coroas suecas, no dia 29/12/2023. Em 11/11/2023, foi
recebido um adiantamento por conta de vendas, para adjudicação da encomenda, no
montante de 75.000 coroas suecas. Os bens foram colocados à disposição do adquirente no
dia 29/12/2023, de acordo com o INCOTERM FOB, tendo a fatura sido emitida no dia
3/1/2024, tendo sido paga nesse dia.
• A taxa de câmbio da coroa sueca para o Euro em 11/11/2023 foi de 1 coroa equivale a 0,091 Euros.
• A taxa de câmbio da coroa sueca para o Euro em 29/12/2023 foi de 1 coroa equivale a 0,085 Euros.
• A taxa de câmbio da coroa sueca para o Euro em 31/12/2023 foi de 1 coroa equivale a 0,080 Euros.

50
Pág. 65-71
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - vendas e prestações de serviços
Aplicação prática 9 - Reconhecimento do rédito de vendas de bens (vendas em moeda
estrangeira)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:

Data Descrição Conta Débito Crédito


11/11/2023 Pelo adiantamento por 121 – Banco A 6 825
conta de vendas (1) 276 – Adiantamentos por conta 6 825
de vendas
29/12/2023 Pelo acréscimo do rédito da 276 - Adiantamentos por conta 6 825
venda de bens de inventário de vendas
e anulação do adiantamento 2721 Devedores por 6 375
por conta de vendas (2) acréscimos de rendimentos
712 – Produtos acabados 13 200
29/12/2023 Pelo gasto das vendas dos 731 Variação dos inventários 7 500
produtos acabados de produção
(variação dos inventários de 341 Produtos acabados 7 500
produção) (3)

51
Pág. 65-71
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - vendas e prestações de serviços
Aplicação prática 9 - Reconhecimento do rédito de vendas de bens (vendas em moeda
estrangeira)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pela diferença de câmbio do 6887 – Diferenças de câmbio 375
item monetário (acréscimo desfavoráveis
de rendimentos) à data de 2721 - Devedores por 375
balanço (4) acréscimos de rendimentos
(1) 75.000 x 0,091 = 6.825 euros. Os adiantamentos por conta de vendas não são itens monetários
(parágrafo 15 da NCRF 23, por aplicação supletiva da NCRF-PE), sendo mensurados pela taxa de câmbio
à data da transação e não são atualizados para diferenças de taxas de câmbio.
(2) Atendendo a que fatura ainda não foi emitida, mas os bens já foram colocados à disposição do
adquirente em 29/12/2023, há que proceder ao reconhecimento do rédito, sendo mensurado à taxa de
câmbio da data da operação. O rédito a reconhecer será de 75.000 x 0,085 = 6.375 euros (parte
convertida para euro à data da transação) e parte do adiantamento por conta de venda (75.000 x 0,091
= 6.825), num total de 13.200 euros.
(3) Gasto das vendas = 7 500 euros (dado)
(4) 75.000 x (0,085 – 0,080) = 375 euros. A dívida a receber, representada pelo acréscimo de rendimentos,
é atualizada para a taxa de câmbio à data de balanço (por ser item monetário).

52
Pág. 65-71

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - vendas e prestações de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 9 - Reconhecimento do rédito de vendas de bens (vendas em moeda


estrangeira)

Enquadramento fiscal:
• Em termos de IRC, o rédito da venda dos bens de inventário é um rendimento tributável no
momento em que ocorre, nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 18º do CIRC. O gasto das
vendas é dedutível para efeitos fiscais, nos termos do mesmo número do CIRC.
• O gasto pela diferença de câmbio desfavorável é também aceite para efeitos de IRC, nos
termos da alínea c) do nº 2 do artigo 23º do CIRC.
• Não existe qualquer correção no quadro 07 da Modelo 22.

53
Pág. 71-72

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços


Clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


Na sociedade Micro Fábrica, Lda. a 31/12/2022 identificaram-se as seguintes situações:
• O cliente A tem uma dívida de 10.000 euros em mora há 16 meses.
• O cliente B tem a dívida de 5.000 euros em mora há 3 meses.
• A dívida de 20.000 euros do cliente C está reclamada judicialmente.
• O cliente D tem uma dívida de 30.000 euros em mora há 8 meses.
• O cliente E estava desaparecido, com a dívida de € 15.000 em mora há 14 meses.
• Por indicações da gerência, estava constituída perda por imparidade para todas as dívidas
daqueles clientes, exceto para a do cliente D.
Assim, a conta 219 – Perdas por imparidade acumuladas apresenta saldo de € 50.000.

54
Pág. 72

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços


Clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes
Estavam verificados todos os requisitos para dedução fiscal, nos termos e condições definidas
nos artigos 28.º-A e 28.º-B do CIRC, das perdas por imparidade em créditos de clientes
contabilizadas. Assim, tivemos a determinação do valor acumulado da perda por imparidade em
créditos fiscalmente dedutível em 31/12/2022:
Limite fiscal
Cliente Dívida Enquadramento legal
% Valor (€)
Cliente A 10 000 50% 5 000 art.º 28.º-B, 1, c) e 2, b)
Cliente B 5 000 0% – Não enquadrado no art.º 28.º-B
Cliente C 20 000 100% 20 000 art.º 28.º-B, 1, b)
Cliente E 15 000 50% 7 500 art.º 28.º-B, 1, c) e 2, b)
TOTAL 50 000 32 500

55
Pág. 71-73

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços


Clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes

Em 31/12/2023, verifica-se a seguinte evolução:


• O cliente A tem uma dívida de € 10.000 em mora há 28 meses.
• O cliente B tem a dívida de € 5.000 em mora há 15 meses.
• Relativamente à dívida de € 20.000 do cliente C foi feito um acordo com plano de pagamento
em 15 prestações mensais, sem juros, e com início em 01/06/2024.
• O cliente D tem uma dívida de € 30.000 em mora há 20 meses.
• O cliente E apareceu e pagou a sua dívida de € 15.000.
• A gerência reanalisou a situação com o cliente D, e deu indicações para se considerar a
respetiva perda por imparidade.
56
Pág. 71-73
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:

Data Descrição Conta Débito Crédito


Em 2023 Pelo recebimento do cliente 121 – Banco A 15 000
E
2175 – Clientes de cobrança 15 000
duvidosa- Cliente E
31/12/2023 Evidenciação na 2174 - Clientes de cobrança 30 000
contabilidade de dívida de duvidosa- Cliente D
cobrança duvidosa 21114 – Clientes c/c - D 30 000

31/12/2023 Reforço das perdas por 6511 – Perdas por imparidade 30 000
imparidade (3) – Em dívidas a receber –
Clientes
2194 – Perdas por imparidade 30 000
acumuladas – Cliente D

57
Pág. 71-73

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Reversão da perda por 2195 - Perdas por imparidade 15 000
imparidade do cliente E (3) acumuladas – Cliente E
76211 – Reversões - De perdas 15 000
por imparidade - Clientes

(3) Existe uma reversão da perda por imparidade da dívida a receber do cliente E de 15.000 euros,
atendendo a que o cliente pagou a dívida, anteriormente reconhecida em perdas por imparidade. E
adicionalmente existe uma nova perda por imparidade no montante de 30.000 euros referente ao cliente
D.
A conta 219 – Perdas por imparidade acumuladas apresenta em 31/12/2023 o saldo de 65.000 euros.

58
Pág. 73-75
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal:
• Em termos de IRC, o tratamento fiscal das perdas por imparidade, tendo em conta o
balancete de antiguidade de saldos e restantes informações conhecidas, vamos determinar o
valor acumulado da perda por imparidade em créditos fiscalmente dedutível em 31/12/2023.
Admitindo que continuam verificados todos os requisitos para dedução fiscal, nos termos e
condições definidas nos artigos 28.º-A e 28.º-B do CIRC, das perdas por imparidade em
créditos de clientes contabilizadas. Assim, temos:

Limite fiscal
Cliente Dívida Enquadramento legal
% Valor (€)
Cliente A 10 000 100% 10 000 art.º 28.º-B, 1, c) e 2, d)
Cliente B 5 000 50% 2 500 art.º 28.º-B, 1, c) e 2, b)
Cliente C 20 000 0% - Não enquadrado no art.º 28.º-B
Cliente D 30 000 75% 22 500 art.º 28.º-B, 1, c) e 2, c)
TOTAL 65 000 35 000

59
Pág. 73-75

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


Enquadramento fiscal:
Resumo:
Aceitação fiscal Aceitação fiscal Diferença
Cliente Dívida
em 2022 em 2023 (+/-)
Cliente A 10 000 50% = 5 000 100% = 10 000 + 5 000
Cliente B 5 000 0% = 0 50% = 2 500 + 2 500
Cliente C 20 000 100% = 20 000 0% = 0 - 20 000
Cliente D 30 000 0% = 0 75% = 22 500 22 500
Cliente E 15 000 50% = 7 500 0 - 7 500
Total - 32 500 35 000 2 500

60
Pág. 73-75

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


Enquadramento fiscal:
Correções no quadro 07 da Modelo 22:
• Acresce no campo 718: 20.000 (cliente C) (que tem um plano de pagamentos, mas ainda não
iniciou o pagamento) + 7.500 euros (cliente D) (parte não aceite) = 27.500
• Dedução no campo 762: 7.500 (cliente E) (pois 50% foi dedutível no período anterior)
• Dedução no campo 781: 5.000 euros (cliente A) + 2.500 euros (cliente B) (dedução adicional por
perdas por imparidade tributadas em períodos de tributação anteriores) = 7.500
• No caso, aumenta em 2.500 € (35.000 € – 32.500 €) pelo que se obtém um gasto fiscal adicional
deste valor.

61
Pág. 75

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis


A sociedade Micro Fábrica, Lda. vendeu em 2021 produtos acabados no montante de 10 000
euros ao cliente F.
Em 2022, constitui perdas por imparidade desse montante, tendo sido aceite 50% para efeitos
fiscais (mora entre 12 e 18 meses):

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/202 Pelo reconhecimento de 6511 – Perdas por imparidade 10 000
2 perdas por imparidade – – Em dívidas a receber –
Cliente F Clientes
2196 - Perdas por imparidade 10 000
acumuladas – Cliente F

62
Pág. 76
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes
Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis
• Em termos de IRC, no quadro 07 da Modelo 22 do período de tributação de 2022 acresceu
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

5.000 euros no Q07, campo 718 (aceitação fiscal em 50%).


• Em 2023, foi decretada a insolvência de caráter limitado do cliente F, tendo a mesma
transitado em julgado (com verificação dos requisitos da alínea b) do n.º 1 do artigo 41.º do
CIRC), sendo certo que a dívida se tornou incobrável.

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pelo desreconhecimento da 2196 - Perdas por imparidade 10 000
dívida a receber acumuladas – Cliente F
2176 – Clientes de cobrança 10 000
duvidosa – Cliente F

• Em termos de IRC, é deduzido no campo 762 do quadro 07 da Modelo 22 de 2023, que


corresponde ao montante da perda por imparidade tributada em 2022, por nesse ano ter sido
acrescido no Q07, já que excedia o limite fiscalmente dedutível.
63
Pág. 77
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços - Clientes
Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal:
Mas realçamos que, em 2023, a incobrabilidade da dívida não tem impacto no resultado
contabilístico e a perda fiscal dos 10.000 euros acaba por ficar refletida para efeitos fiscais do
seguinte modo:
• Dedução fiscal de 5 000 euros em 2022, correspondente à perda por imparidade dedutível;
• Dedução fiscal de 5.000 euros em 2023, pela dedução desse valor no campo 762 do Q07.
• Esta dedução fiscal em 2023 pode agora ser vista como a dedução fiscal do crédito incobrável
que é gasto ou perda do período de tributação, para cujo montante não foi admitida perda por
imparidade ou esta se mostra insuficiente, nos termos do artigo 41.º do CIRC. No caso, a perda
por imparidade admitida fiscalmente mostrava-se insuficiente.
• Os créditos incobráveis que não se enquadrem no artigo 41.º do CIRC, são acrescidos no campo
722 do Q07 da declaração modelo 22.
64
2.4. Fornecedores de bens e de serviços
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Enquadramento contabilístico
• Perdas por imparidade – Saldos devedores ou adiantamentos - contabilidade e IRC
• Aquisição de bens e serviços: enquadramento contabilístico e fiscal
• Critérios de imputação temporal e Análise documental dos gastos
• Conceito de gasto fiscalmente dedutível: artigo 23.º CIRC
• Periodização do lucro tributável: Artigo 18.º CIRC
• Critério geral de dedutibilidade dos gastos
• Suporte Documental: n.º 3 do artigo 23.º do CIRC
• Despesas não documentadas vs. despesas não devidamente documentadas
• Detalhe de encargos específicos (Conservação e reparação, Encargos com combustíveis,
Deslocações e estadas vs. despesas de representação)

65
Pág. 77-78

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Fornecedores de bens e de serviços

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Conferência de faturas

Documentação para a contabilidade

66
Pág. 79-88

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Fornecedores de bens e de serviços

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Conferência dos documentos de faturação emitidos pelos fornecedores

Conferência dos registos contabilísticos

Conferência de saldos de fornecedores

Transações e saldos em moeda estrangeira

Letras e confirming

67
Pág. 88

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 12 – Encargos suportados


A sociedade Micro Fábrica, Lda. suportou os seguintes encargos no período de
2023:
1. Manutenção periódica de máquina integrante da linha de produção,
classificada como item do ativo fixo tangível, no montante de 2 500 euros
(mais IVA);
2. Substituição do motor do empilhador, classificada como item do ativo fixo
tangível, no montante de 7.000 euros (mais IVA). O motor avariado e
substituído tem uma quantia escriturada de 3.000 euros.

68
Pág. 88

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 12 – Encargos suportados

A sociedade Micro Fábrica, Lda. suportou os seguintes encargos no período de 2023:


3. Pagamento de deslocações e estadas ao gerente, para deslocação ao estrangeiro em
conjunto com um fornecedor, para visitar uma feira de apresentação de novos produtos
relacionados com a atividade da empresa, no montante de 2.500 euros, sendo 1.250 euros
suportados em relação ao gerente, e 1.250 euros suportados em relação ao fornecedor. As
despesas estão suportadas por faturas e outros documentos emitidos em nome da empresa;
4. Encargo com combustível para abastecimento de viatura de mercadorias da empresa,
abonado ao empregado, no valor de 75 euros (IVA incluído), mas apenas foi apresentada
fatura sem indicação do NIF da empresa e sem a matrícula da viatura.

69
Pág. 89
2.4. Fornecedores de bens e de serviços
Aplicação prática 12 – Encargos suportados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


Em Pelo reconhecimento do gasto do 6226 – Conservação e reparação 2 500
2023 período relacionado com as 2432 – IVA dedutível 575
manutenções periódicas (1) 2211 – Fornecedores c/c 3 075
Pelo reconhecimento do item do ativo 433 – “Equipamento básico 7 000
fixo tangível (2) 2432 – IVA dedutível 1 610
2711 – Fornecedores de 8 610
investimentos
Pelo desreconhecimento da parte 6873 - Abates 3 000
substituída (2) 433 – Equipamento básico 3 000
Pelo reconhecimento das deslocações 6251 – Deslocações e estadas 1 250
e estadas e despesas de 6266 – Despesas de representação 1 250
representação (3) 278x – Outros devedores e 2 500
credores - gerente
Pelo reconhecimento dos encargos 6242 – Combustíveis 75
com combustíveis suportados com a 278x – Outros devedores e 75
viatura de mercadorias da empresa credores – Empregado X
(4)

70
Pág. 89

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


Aplicação prática 12 – Encargos suportados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

(1) Nos termos do parágrafo 13 da NCRF 7 (aplicação supletiva da NCRF-PE), as manutenções


periódicas do item do ativo fixo tangível, são classificadas como gastos do período).
(2) Parágrafo 14 da NCRF 7 (aplicação supletiva da NCRF-PE, a quantia escriturada da parte
substituída é desreconhecida.
(3) São consideradas como despesas de deslocações e estadas os encargos com a deslocação à
feira do gerente, e como despesas de representação a deslocação do fornecedor, abonadas ao
gerente. As despesas de representação estão sujeitas a tributações autónomas no montante de
125 euros (1.250 x 10%).
(4) Em termos de IRC, a despesa com combustível não está devidamente documentada, não
sendo aceite em termos fiscais (não estando sujeita a tributações autónomas). A acrescer no
campo 731 do quadro 07 da Modelo 22.

71
2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Enquadramento contabilístico
• Contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados
• Estimativa de Férias e Subsídios de Férias Cálculo da estimativa em 2023 a
pagar em 2024
• Participação nos Lucros e gratificações
• Enquadramento contabilístico
• Enquadramento fiscal: IRC
• Participação nos Lucros – Segurança Social
• Participação nos Lucros – IRS
• Benefícios de cessação de emprego
• Enquadramento contabilístico e fiscal

72
Pág. 89-94

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de processamento salarial e gastos com o pessoal

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Programa informático de processamento salarial

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Procedimentos de execução e controlo

73
Pág. 94

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias


A sociedade Micro Fábrica, Lda. tem os seguintes dados relacionados com os
empregados em 31/12/2023:
Remunerações mensais permanentes
Empregado (remuneração base e
prémios/subsídios regulares)
Gerente (1) 5 000
Responsável da fábrica (1) 2 500
Empregados de fábrica (4) 4 400 (4 x 1 100)
Empregados administrativos (1) 800

74
Pág. 95

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Os encargos com a segurança social são de 23,75%.


• Os encargos com seguros de acidentes de trabalho 1%
• Estão previstos aumentos de 4% para os empregados de fábrica e administrativos para o
ano de 2024.

Estimativa de férias e subsídio de férias Órgãos sociais Pessoal


Mês de férias 5 000 7.908
Subsídio de férias 5 000 7.908
Total 10 000 15.816
Encargos com a Seg. Social 2 375 3.756,30
Seguros de acidentes de trabalho 100 158,16
Total 12 475 19.730,46

75
Pág.
2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal
Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Estimativa de férias e subsídio de férias:


Gerente:
• Remunerações permanentes: 5.000 x 2 = 10.000
• Encargos com a segurança social: 10.000 x 23,75% = 2.375
• Seguros de acidentes de trabalho: 10.000 x 1% = 100
Responsável da fábrica:
• Remunerações permanentes: 2.500 x 2= 5.000
• Encargos com a segurança social: 5.000 x 23,75% = 1.187,50
• Seguros de acidentes de trabalho: 5.000 x 1% = 50
Pessoal da fábrica e administrativo:
• Remunerações permanentes: (4.400 x 2 + 800 x 2 = 10.400)
• Aumentos: 10.400 x 1,04 = 10.816
• Encargos com a segurança social: 10.816 x 23,75% = 2.568,80
• Seguros de acidentes de trabalho: 10.816 x 1% = 108,16

76
Pág. 95

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias


Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Pelo reconhecimento da 631 – Remunerações – Aos órgãos 10 000
estimativa de férias e subsídio sociais
de férias 632 – Remunerações – Ao Pessoal 15 816
635 – Encargos sobre 6 131,30
remunerações
636 – Seguros de acidentes no 258,16
trabalho
2722 – Credores por acréscimos de 32 205,46
gastos

77
Pág. 98-99

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


Aplicação prática 14 – Participações nos lucros dos empregados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A sociedade Micro Fábrica, obteve em 2023, uma vez mais, excelentes


resultados, pelo que atribuiu ao sócio-gerente (60% do capital) e aos seus
empregados participações nos lucros relativos ao período de 2023. Como
reuniam as condições necessárias, o gasto foi reconhecido no período em
que os empregados e o gerente prestaram o serviço, ou seja, em 2023.
• Efetuados os cálculos do valor a atribuir a cada empregado, constatou-se
que o valor da gratificação a receber pelo gerente é 15.000 euros, e que o
valor a atribuir aos empregados é de 6.000 euros (1.000 euros por cada
empregado).
78
Pág. 99

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


Aplicação prática 14 – Participações nos lucros dos empregados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Pelo reconhecimento do gasto 631 – Remunerações – Aos órgãos 15 000
com as participações nos lucros sociais
dos empregados 632 – Remunerações – Ao Pessoal 6 000
2722 – Credores por acréscimos de 21 000
gastos
Enquadramento fiscal
• O gerente é titular de 60% do capital social da empresa. A sua remuneração mensal é 5 000 €.
• Valor da gratificação a atribuir ao gerente: 15.000 (a ser paga ou colocada à disposição até ao
fim de 2024).
• Remuneração mensal média do gerente: 5.000 x 14 / 12 = 5.833,33
• Limite fiscal: 2 X 5.833,33 = 11.666,67
• Valor que ultrapassa o limite: 15.000 – 11.666,67 = 3.333,33
• Acresce no Quadro 07 da modelo 22 de 2023: 3.333,33 Campo 735 do Q07.
• Os restantes encargos com as participações nos lucros dos empregados são aceites como
gastos fiscais, pressupondo o pagamento até ao final de 2024. 79
Pág. 101

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 15 – Cessação de emprego


• A sociedade Micro Fábrica, Lda. despede, em novembro de 2023, um
empregado, que irá receber uma indemnização no valor de 16 000
euros, não sujeita a imposto sobre rendimento de trabalho
dependente nem a Segurança Social, que lhe será colocada à
disposição em março de 2024.

80
Pág. 101

2.5. Pessoal e gastos com o Pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 15 – Cessação de emprego


Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
30/11/2023 Reconhecimento do gasto com 634 – Indemnizações 16 000
os benefícios de cessação de 2722 – Credores por acréscimos de 16 000
emprego gastos

Enquadramento fiscal
• Em termos de IRC, acrescer 16.000 euros no campo 715 do Q07 da Modelo 22
de 2023 (nº 12 do artigo 18º CIRC).
• Em 2024, deduzir 16.000 euros no campo 761 do Q07.

81
Pág. 101-106
2.6. Estado e outros entes públicos
Procedimentos de controlo de Estado e outros entes públicos
Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)


Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Acessos ao portal das finanças e demais sítios de internet

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Procedimentos gerais de controlo
Conta 241 – “Imposto sobre o rendimento”
Estimativa do imposto sobre o rendimento
Conta 242 – “Retenção de impostos sobre rendimentos”
Conta 243 – “Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)”
Conta 245 – “Contribuições para a Segurança Social”
Conta 246 – “Tributos das autarquias locais” a conta 248 – “Outras tributações”
82
Pág. 106

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Pagamento por conta: artigos 104.º e 105.º CIRC


• Modelo 22 e portal das finanças: a consulta dos pagamentos por conta
poderá ser efetuada no portal das finanças em:
https://sitfiscal.portaldasfinancas.gov.pt/movfin
• Os pagamentos por conta são deduzidos no campo 360 do Q10 da M22.

• Cálculo do pagamento por conta (artigo 105.º do Código do IRC)


• A OCC disponibiliza simuladores do cálculo dos pagamentos por conta e
pagamentos adicionais por conta (incluindo a simulação para o Continente
e Região Autónoma da Madeira, bem como para a Região Autónoma dos
Açores).
• Estes simuladores estão disponíveis em:
https://www.occ.pt/pt/noticias/simuladores-occ/
83
Pág. 107

2.6. Estado e outros entes públicos


• Pagamentos por conta: artigos 104.º e 105.º CIRC
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Volume de Negócios Fonte dos elementos (Modelo 22 Ano


Fórmula de Cálculo (Cada prestação) anterior)
ano anterior

Campo 351 (Coleta); campo 359


≤ 500.000 80 % X (coleta – retenções na fonte) / 3 (retenções na fonte); campo 411
(volume de negócios)
Campo 351 (Coleta); campo 359
> 500.000 95 % X (coleta – retenções na fonte) / 3 (retenções na fonte); campo 411
(volume de negócios)

• Os pagamentos por conta são deduzidos no campo 360 do Q10 da M22.

84
Pág. 107
2.6. Estado e outros entes públicos
• Prazos de pagamentos por conta (artigo 104.º do Código do IRC)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• julho (1.º PPC): obrigatório


• setembro (2.º PPC): obrigatório
• 15 de dezembro (3.º PPC): Pode ser suspenso ou limitado
• Pagamentos por conta: artigo 107.º CIRC (suspensão ou limitação do 3.º
pagamento por conta)
• Suspensão: Se o montante do pagamento por conta já efetuado é igual ao
superior ao imposto que será devido;
• Limitação: Se o montante do pagamento por conta já efetuado acrescido
da terceira entrega é superior ao imposto que será devido, pode limitar o
pagamento a essa diferença.
=» Se 80% X PPC devido – PPC efetuado > C367 do quadro 10 M22 de 2023 (valor estimado) => montante a
regularizar = 367 do quadro 10
=» Se 80% X PPC devido – PPC efetuado <= C367 do quadro 10 M22 de 2023 (valor estimado) => montante a
regularizar = 0.8 X PPC devido – PPC efetuado
85
Pág. 108

2.6. Estado e outros entes públicos


• Pagamento especial por conta (PEC) Artigo 106.º CIRC
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Revogado
• Dedução à coleta: artigo 93.º CIRC
PEC dedutíveis à coleta Período de utilização Período de tributação Prazo pedido de
de 2023 (nº de anos) limite para a dedução reembolso
PEC 2017 Ano + 6 2023 31/03/2024
PEC 2018 Ano + 6 2024 31/03/2025
PEC 2019 Ano + 6 2025 31/03/2026
PEC 2020 Ano + 6 2026 31/03/2027
PEC 2021 Ano + 6 2027 31/03/2028

86
Pág. 109

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Derrama Municipal
• Derrama estadual (art. 87.º-A CIRC) / Regional (Regiões autónomas)
• Estimativa de IRC (No caso prático, capítulo 5 do manual)
• Encargos (impostos e outros) sobre terceiros - Artigo 23.º – A, n.º 1,
alínea f) CIRC
• Imposto adicional ao IMI (AIMI)
• Multas, coimas, juros compensatórios (Art.º 23-Aº nº 1 e) CIRC)
• Tributações autónomas

87
Pág. 114

2.6. Estado e outros entes públicos


• Prejuízos fiscais: Art.º 52º CIRC
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Deixa de existir a limitação temporal na dedução dos prejuízos fiscais


• Aplicável aos prejuízos fiscais de 2023 e àqueles que se ainda são
dedutíveis a 1/1/2023 (Alteração OE: 65% LT / OE suplementar 2020 – 10 pp)
PF obtidos no período: Nº anos dedução Período limite dedução
2014 Ilimitado Ilimitado
2015 Ilimitado Ilimitado
2016 Ilimitado Ilimitado
2017 Ilimitado Ilimitado
2018 Ilimitado Ilimitado
2019 Ilimitado Ilimitado
2021 Ilimitado Ilimitado
2022 Ilimitado Ilimitado
2023 Ilimitado Ilimitado

88
Pág. 120

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro


• A sociedade Micro Fábrica, em julho de 2023, adquiriu um serviço de
manutenção e reparação de um edifício localizado em Espanha, pelo valor de
2.000 euros(valor sem IVA). O fornecedor espanhol, na fatura emitida,
liquidou o respetivo IVA à taxa de 21%.
• No mesmo mês, a sociedade recebeu ainda uma fatura da empresa consultora
francesa, no valor de 600 euros (IVA incluído à taxa de 20%).

89
Pág. 120

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro


• Em outubro, a sociedade Micro Fábrica solicitou o reembolso do IVA
aos estados espanhóis e franceses.
• Em novembro, o estado espanhol reembolsou o valor solicitado. O
estado francês recusou o reembolso alegando que o não há direito ao
reembolso na medida em que foi indevidamente liquidado pela
consultora francesa.

90
Pág. 120

2.6. Estado e outros entes públicos


Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos:
Data Descrição Conta Débito Crédito
julho Fatura do fornecedor espanhol 6226 – Conservação e Reparação 2 000
2471 – IVA Suportado noutros 420
países - Espanha
22111 – Fornecedores c/c 2 420
julho Fatura do fornecedor francês 6224 – Honorários 500
2472 – IVA Suportado noutros 100
países - França
22111 – Fornecedores c/c 600
novembro Reembolso do estado espanhol 12 – Depósitos à Ordem 420
2471 – IVA Suportado noutros 420
países - Espanha
Indeferimento do estado 6224 – Honorários 100
francesa 2472 – IVA Suportado noutros 100
países - França

91
Pág. 120-122
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal:
Em termos de IRC, de facto, importa fazer referência à Circular n.º 14/2008, de
11 de julho, nos termos da qual "Sempre que não seja exercido o direito ao
reembolso do IVA, o montante do IVA contabilizado como custo não é dedutível
para efeitos de determinação do lucro tributável em IRC, porque não se verifica
o requisito exigido pelo n.º 1 do artigo 23.º do respetivo Código".
Assim, no fecho de contas, deve-se verificar se existe para cada país IVA
superior a 50 euros, por forma a questionar o sujeito passivo da possibilidade
de reembolso. Se pretender, avança-se com o pedido de reembolso, ficando a
aguardar resposta. No caso de não pretender, avança-se para a sua
regularização contabilística e posterior acréscimo ao Q07 da Modelo 22.

92
Pág. 120-122
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal:
Nos casos em que o IVA é inferior a 50 euros, não sendo passível de pedido de
reembolso, avança-se para a sua regularização contabilística, sem acréscimo ao
Q07 da Modelo 22."
Sempre que não seja exercido esse direito ao reembolso (sendo
esse reembolso possível), o montante do IVA contabilizado como gasto não é
dedutível para efeitos de determinação do lucro tributável em IRC, porque não se
verifica o requisito exigido pelo n.º 1 do artigo 23.º do respetivo Código, terá que
ser acrescido no quadro 07 da Modelo 22.
No caso da sociedade Micro Fábrica, o IVA suportado em França foi indevidamente
liquidado pelo fornecedor, pelo que, não sendo possível recuperar esse montante,
deverá ser reconhecido como gasto contabilístico, mas acrescido no campo 752 do
quadro 07 da Modelo 22.
93
Pág. 122
2.6. Estado e outros entes públicos
• Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Taxas de tributação autónoma viaturas ligeiras: n.º 3 do artigo 88.º do Código do IRC

Custo de aquisição Movidas a Elétricas*


“Normais” Híbridas plug-in*
(valores em €) GNV *

Inferior a 27 500 10% 2,5% 2,5% 0%


Igual ou superior a 27 500 e
27,5% 7,5% 7,5% 0%
inferior a 35 000
Igual ou superior a 35 000 35% 15% 15% 0%

Superior a 62 500 _ _ _ 10%

(*) para viaturas híbridas plug-in que tiverem uma autonomia mínima, no modo elétrico, de 50 km e emissões oficiais
inferiores a 50 gCO2/km
(**) O limite do custo de aquisição para as viaturas elétricas é 45.000 para 2011, 50.000 para 2012 a 2014 e 62.500 a
partir de 2015
94
Pág. 123
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Em fevereiro de 2023, a sociedade Micro Fábrica, celebrou com um trabalhador,


um acordo escrito de utilização a título pessoal de uma viatura ligeira de
passageiros, adquirida em 10 de janeiro de 2020 por 50.000 euros. Para efeitos
do processamento mensal de remunerações, teríamos:
Rendimento a tributar em fevereiro de 2023 em IRS:
• [0,75% x valor de mercado da viatura x 1 mês], em que,
• Valor de mercado viatura = valor de aquisição – (valor de aquisição x Coeficiente
de desvalorização acumulado da portaria n.º 383/2003)
= 50.000 – (50.000 x 0,35) idade da viatura é 2 anos
= 50.000 – 17.500 = 32.500 assim 0,75% x 32.500€ = 243,75
https://portal.occ.pt/pt-pt/simulador-viatura
95
Pág. 123-124
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Rendimento a tributar em fevereiro em segurança social:


• Base 0,75% x Valor aquisição da viatura = 50.000 x 0,75% = 375€
Da responsabilidade do trabalhador:
• 375€ x 11% = 41,25€
Da responsabilidade da entidade empregadora: 375 x 23,75% = 89,06€

• Estes montantes deverão ser objeto de inclusão no recibo de vencimento


(remuneração em espécie) bem como na DMR AT mensalmente, e
eventualmente, na declaração de remunerações para a segurança social (se
aplicável).

96
Pág. 125-131
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
Procedimentos de controlo de inventários, custo dos inventários e variação da produção
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Sistema de inventário permanente

Gestão informática dos inventários

Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Operações internas com inventários e afetações a outros fins

Contagem física

Contabilidade analítica

Regime de bens em circulação e comunicação dos inventários à Autoridade Tributária e


Aduaneira (AT)
Documentação para a contabilidade

97
Pág. 131

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de inventários, custo dos inventários e variação da


produção

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Regime de bens em circulação e comunicação dos inventários à Autoridade Tributária e
Aduaneira (AT)
Sistema de inventário permanente e contabilidade analítica
Conferência dos registos contabilísticos

98
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
• Sistemas de inventário (permanente e intermitente)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Enquadramento contabilístico
• Mensuração dos Inventários
• Custo e valor realizável líquido
• Custo de aquisição e custo de produção
• Custos de juros de empréstimos obtidos
• Técnicas e Fórmulas de custeio para mensuração dos inventários
• Enquadramento fiscal
• Critérios de mensuração fiscal – Artigo 26.º CIRC (Inventários)
• Perdas por imparidade em inventários (artigo 28º do CIRC)
• Comunicação de inventários à AT (valorização apenas para inventário
permanente – acordo de concertação social)

99
Pág. 138

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados


• Durante o mês de dezembro de 2023, a sociedade Micro fábrica, Lda. são
conhecidos os seguintes valores (€):
• Compras de matérias para a produção 32.500
• Gastos com o pessoal da produção 8.000
• Eletricidade da Fábrica 1.500
• Depreciações das máquinas 10.000
• Outros 1.500
• Relativamente às matérias para produção sabe-se que a existência inicial é no
valor de 7.500€ e a existência final é no valor de 9.000 euros.
• Durante o mês foram produzidas 10.000 unidades.
100
Pág. 139
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos compras das matérias:


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Compras das matérias para a 312 – Compras – Matérias-primas, 32 500
produção subsidiárias e de consumo
2432 – IVA dedutível 7 475
22111 – Fornecedores c/c - A 39 975
Entrada em armazém 312 – Compras – Matérias-primas, 32 500
subsidiárias e de consumo
331 – Matérias-primas, subsidiárias 32 500
e de consumo – Matérias-primas

101
Pág. 139

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registo contabilístico dos consumos das matérias:

Data Descrição Conta Débito Crédito


dezembro Consumos das matérias 331 – Matérias-primas, subsidiárias 31 000
(incorporação dos materiais na e de consumo – Matérias-primas
produção) 612 – CMVMC – Matérias-primas, 31 000
subsidiárias e de consumo

Consumos = EI + Compras – EF (7.500 + 32.500 - 9.000€ = 31.000)

102
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registo contabilístico dos outros custos:


Os restantes gastos incorridos que estejam direta ou indiretamente relacionados com a produção
devem ser reconhecidos como gastos de acordo com a respetiva natureza (exemplo: mão-de-
obra do pessoal da produção, depreciações de equipamentos da fábrica, rendas de instalações
fabris, etc.).
Assim, neste caso, os restantes gastos estão contabilizados nas seguintes contas:
Descrição Conta Valor (€)
Gastos com o pessoal da 632 – Remunerações do pessoal 8 000
produção
635 – Encargos sobre remunerações
Eletricidade da Fábrica 6241 - Eletricidade 1 500
Depreciações das 6423 – Gastos de depreciação e de 10 000
máquinas amortização – Ativos fixos tangíveis –
Equipamento básico
Outros 62x – FSE 1 500

103
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Cálculo do custo de produção:

Matérias consumidas 31 000


MOD 8 000
GGF 13 000
Custo Produção Acabada 52 000*

(*) Assumindo que não há produção em curso

104
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registo contabilístico da produção acabada:

Data Descrição Conta Débito Crédito


dezembro Custo da Produção Acabada 341 – Produtos Acabados – Produto A 52 000
731 – Variações nos inventários da 52 000
produção – Produtos acabados e
intermédios

105
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Foram vendidas as 10 000 unidades, valorizadas a 52 000 euros, por 100 000
euros. Foi utilizado o custo específico.

Registo contabilístico do rédito pela venda de produtos acabados:


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Pelo rédito das vendas de 211 - Clientes 123.000
produtos acabados 712 – Produtos acabados 100.000
2433 – IVA liquidado 23.000
Pelo gasto das vendas 731 – Variações nos inventários da 52 000
produção – Produtos acabados e
intermédios
341 – Produtos Acabados – Produto 52 000
A

106
Pág. 140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 20 – Quebras de inventários


• Ainda no mês de dezembro a sociedade Micro Fábrica, Lda. apurou as seguintes quebras nas matérias:
Quantidades(un.) Valor (€)
✓ Quebras normais 200 500
✓ Quebras anormais 600 1.500
O que fazer às quantidades?
• Perante quebras em inventários, é necessário antes mais, aferir se estamos perante quebras
consideradas normais ou anormais.
Quebras normais - são aquelas verificadas com alguma regularidade e resultantes do exercício da
atividade, porque inerentes ao processo produtivo e ou ao manuseamento de certos bens.
• Estas não são alvo de relevação contabilística individualizada ficando refletidas posteriormente no
apuramento do CMVMC – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (conta 61).

Quebras anormais - são aquelas de verificação imprevisível, eventual, e resultantes de factos alheios ao
exercício da atividade, como por exemplo acidentes, roubos, incêndios, entre outros.

107
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 20 – Quebras de inventários


• Independentemente do valor das quebras, para regularizar o inventário, deve ser elaborado
um documento que identifique a quantidade e o valor (preço de custo, sem IVA) das quebras,
servindo este documento de suporte ao movimento contabilístico.
• Estas perdas derivadas de quebras podem ser relevadas na contabilidade periodicamente,
socorrendo--se de um registo extra contabilístico onde se enumerem e quantifiquem estas
situações que se pretendam relevar o qual suportará, documentalmente o lançamento
contabilístico.
• Contabilisticamente as quebras normais são relevadas no apuramento do CMVMC (conta 61),
as outras quebras não sendo consideradas normais terão o seguinte reflexo:
• Débito: 6842 – Quebras
• Crédito: 38x – Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos
108
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 141

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 20 – Quebras de inventários

Registos contabilísticos quebras de inventários:


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Quebras normais 612 – CMVMC – Matérias-primas, subsidiárias e de 500
consumo
331 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo – 500
Matérias-primas
Quebras 6842 – Perdas em inventários - Quebras 1 500
anormais 383 – Reclassificação e regularização de inventários e 1 500
ativos biológicos – Matérias-primas, subsidiárias e de
consumo
383 – Reclassificação e regularização de inventários e 1 500
ativos biológicos – Matérias-primas, subsidiárias e de
consumo
331 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo – 1 500
Matérias-primas
109
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 141

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 20 – Quebras de inventários


Enquadramento fiscal
• Em termos fiscais, este gasto será aceite dado que as perdas de inventários resultantes de
quebras fazem parte do exercício da atividade.
• É sempre aconselhável fazer a comunicação de abates de inventários ao serviço de finanças
com uma antecedência mínima de 15 dias para a AT poder fazer deslocar um agente de
fiscalização para presenciar o ato se assim o entender. A presença desse agente da AT confere
o máximo de segurança em relação às consequências fiscais relacionadas com o abate
(aceitação do gasto fiscal e inexistência de regularização de IVA).
• A comunicação do abate dos inventários pode ser efetuada de acordo com procedimentos
similares previstos no n.º 3 do artigo 31.º-B do CIRC, para os ativos não correntes (ofício-
circulado 35264 de 24/10/86 dos SIVA. 110
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 142

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade de inventários


• A sociedade Micro Fábrica, Lda. após análise aos inventários finais dos produtos acabados
detetou que existem 50 unidades em que o preço de venda é inferior ao preço de custo. O
preço de custo destas unidades é de 5,20 euros/unidade e o preço de venda é de 2
euros/unidade.

Enquadramento contabilístico
• Em termos de mensuração, o § 11.1 da NCRF-PE, refere que os inventários devem ser
mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.
• O procedimento contabilístico previsto nos §§ 11.20 a 11.24da NCRF-PE estabelece que
quando algum item de inventários, ou itens semelhantes, sofram alguma desvalorização, o
seu custo (de aquisição ou de produção) deve ser reduzido para o respetivo valor recuperável,
que é o valor realizável líquido. 111
Pág. 142
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade de inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos :

Data Descrição Conta Débito Crédito


dezembro Imparidades em inventários 652 – Perdas por imparidades – Em 160
inventários
349 – Perdas por imparidade 160
acumuladas
• Para suportar estes registos contabilísticos de perda por imparidade dos inventários deve
utilizar a comprovação da redução de preços do item, nomeadamente por deterioração do
estado físico dos bens, da desvalorização permanente do preço de mercado dos bens ou de
qualquer outra razão de reconhecimento da perda por imparidade.
• Essa comprovação pode ser efetuada mediante documentos internos de análise técnica dos
itens do inventário, como por exemplo, um relatório do responsável técnico pela produção ou
armazenagem dos bens, cotações oficiais de preços ou os últimos preços praticados pela
empresa ou também, por relatórios emitidos por entidades terceiras conforme o caso.

112
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 143
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade de inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• O artigo 28.º do Código do IRC prevê um tratamento semelhante ao estabelecido nas normas
contabilísticas. No entanto, esta norma fiscal estabelece uma definição específica de valor
realizável líquido, que pode não ser exatamente idêntico ao estabelecido em termos
contabilísticos.
• Essa regra fiscal determina que o valor realizável líquido deve ser determinado pelos preços
de venda constantes de elementos oficiais ou os últimos que em condições normais tenham
sido praticados pelo sujeito passivo ou ainda os que, no termo do período de tributação,
forem correntes no mercado, desde que sejam considerados idóneos ou de controlo
inequívoco.
• Atendendo a estas regras fiscais, para suportar a perda de inventários resultante da situação
de perda de imparidade, a entidade deve obter toda a documentação ou outro tipo de
informação disponível, que comprove a quebra ou redução de preços, a obsolescência, os
danos ou qualquer outro motivo.
• No caso da sociedade Micro Fábrica, caso não seja possível reunir a documentação que
comprove de forma inequívoca e idónea a quebra ou redução do valor dos inventários, a
perda por imparidade reconhecida não será aceite fiscalmente e deverá ser acrescida no
campo 718 do quadro 07 da Modelo 22 113
Pág. 146
2.8. Investimentos financeiros
Procedimentos de controlo de investimentos financeiros
Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)


Autorização do órgão de gestão
Mensuração dos investimentos

Suporte documental

Documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Conferência dos registos contabilísticos


Demonstrações financeiras consolidadas
Recebimento de lucros ou dividendos
Empréstimos concedidos e juros obtidos
Alienação de partes de capital
Saldos e operações em outras divisas
114
Pág. 151

2.8. Investimentos financeiros


• Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Investimentos em partes de capital de outras entidades


REGIME
(Mensuração)

Não cotadas Custo menos perdas por imparidades acumuladas

Justo valor com alterações em resultados, caso sejam negociados em


Cotadas mercado líquido e regulamentado (e não sejam classificados como
subsidiárias, associadas ou controlo conjunto)
NCRF – PE
Método da equivalência patrimonial:
• Tal como previsto na NCRF 13 – Interesses em Empreendimentos
Opção Conjuntos e investimentos em Associadas
• Se a empresa optar pelo MEP, esta opção tem de ser aplicada a
todos os investimentos da mesma natureza

115
Pág. 151-152

2.8. Investimentos financeiros


• Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Mensuração do goodwill
• Mensuração subsequente – Método de equivalência patrimonial
• Distribuição de lucros pela participada
• Outras alterações nos capitais próprios da participada
• Percentagem de interesse na participada
• Ajustamentos nas demonstrações financeiras da participada para a aplicação do MEP
• Descontinuação da aplicação do MEP
• Lucros não distribuídos (aditamento do n.º3 ao artigo 32.º do CSC)
• Interrupção da aplicação / obrigatoriedade de utilização
• Perdas por imparidade
• Participações no capital próprio de outras empresas
116
Pág. 152-158

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Enquadramento fiscal
• Impacto fiscal das imparidades
• Impacto Fiscal da aplicação do justo valor
• Impacto fiscal da utilização do MEP (Variações patrimoniais, Dividendos
recebidos)
• Impacto fiscal no recebimento de dividendos quando não existe aplicação
do MEP
• Impacto fiscal da alienação de investimentos financeiros (mais e menos
valias fiscais)
117
Pág. 158

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 22 – Aplicação do MEP – Reconhecimento inicial da participada


• A sociedade Micro Fábrica, Lda. adquiriu em setembro de 2023 uma participação social de
70% na Sociedade C, pelo valor de 56.000 euros. O capital próprio da subsidiária (sociedade
C), na data da aquisição, era de 60.000 euros e representava o justo valor líquido dos ativos,
passivos e passivos contingentes identificáveis.
• A entidade optou por reconhecer os investimentos financeiros pelo MEP.
• Atendendo que a sociedade Micro Fábrica, Lda. adota a NCRF-PE, efetivamente resulta do §
17.7 da NCRF-PE que poderá optar pelo MEP para o reconhecimento dos investimentos
financeiros em subsidiárias, associadas ou entidades conjuntamente controladas.

118
Pág. 158

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 22 – Aplicação do MEP – Reconhecimento inicial da participada

Registos contabilísticos :
Data Descrição Conta Débito Crédito
setembro Aquisição da 4111 Investimentos em subsidiárias - Participações de 42 000
participação na capital- método da equivalência patrimonial
sociedade C (1) 441 Goodwill 14 000
12 – Depósitos à Ordem 56 000

(1) 60.000 euros * 70% = 42.000 euros

119
Pág. 158

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

participadas
• A sociedade Micro Fábrica, Lda. detém duas participações, tendo optado pelo MEP para
reconhecimento contabilístico dos investimentos financeiros. Relativamente ao ano de 2023,
sabe-se a seguinte informação:
Sociedade A (participação em 40%)
• Em março de 2023 a sociedade A deliberou a distribuição de lucros no valor de 50.000
euros
• Em 2023 foi apurado um lucro de 100.000 euros
Sociedade C (participação em 70%)
• Em 2023 foi apurado um prejuízo de 20.000 euros

120
Pág. 159

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das


participadas

Registos contabilísticos da distribuição dos lucros:

Data Descrição Conta Débito Crédito


março Pela distribuição 278X – Resultados atribuídos – Entidade A 20 000
de dividendos
deliberada pela
4121 Investimentos em associadas - Participações de 20 000
entidade A (1)
capital- método da equivalência patrimonial

abril Pelo recebimento 12 – Depósitos à Ordem 20 000


dos lucros
278X – Resultados atribuídos – Entidade A 20 000

(1) 50.000€ * 40% = 20.000 euros

121
Pág. 159

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das


participadas
Enquadramento fiscal
• Considerando que a sociedade Micro Fábrica recebeu lucros da sua participada (sociedade A), no ano de
2023, o valor efetivamente recebido (20.000 euros) deve ser acrescido no campo 712 do Quadro 07 da
Modelo 22.
• Considerando que a sociedade Micro Fábrica reúne todos os requisitos previstos no artigo 51.º do CIRC,
os lucros recebidos (20.000€) não são tributados, pelo que devem ser deduzidos no campo 771
(eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos, caso a entidade cumpra com as
condições do artigo 51.º do CIRC.
• De notar que, no momento da distribuição dos lucros, por parte da sociedade A, não houve lugar à
retenção na fonte, nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 97.º do CIRC. Esta alínea refere o seguinte:
• Não existe obrigação de retenção:
• Lucros e reservas distribuídos a que seja aplicável o regime estabelecido no n.º 1 do artigo 51.º,
desde que a participação no capital tenha permanecido na titularidade da mesma entidade, de
modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à disposição

122
Pág. 159
2.8. Investimentos financeiros
Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das participadas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos da imputação dos resultados:


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Pela 4121 Investimentos em associadas - Participações de 40 000
imputação dos capital- método da equivalência patrimonial
resultados
7851 – Rendimentos em subsidiárias, associadas e 40 000
positivos da
empreendimentos conjuntos – Aplicação do método
sociedade A
da equivalência patrimonial
(1)
dezembro Pela imputação 6852 – Gastos em subsidiárias, associadas e 14 000
dos resultados empreendimentos conjuntos – Aplicação do método
negativos da da equivalência patrimonial
sociedade C (2) 4111 Investimentos em subsidiárias - Participações de 14 000
capital- método da equivalência patrimonial

(1) 100.000 x 40%= 40.000


(2) 20.000 x 70%=14.000

123
Pág. 160

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das


participadas

Enquadramento fiscal
• Tal como já referido, a adoção do MEP não é aceite fiscalmente, pelo que, em
termos fiscais, a sociedade Micro Fábrica, Lda. terá de eliminar o efeito
contabilístico do MEP.
• Assim, o valor reconhecido na conta 7851 deve ser deduzido no campo 758 do
Quadro 07 da Modelo 22.
• O valor reconhecido na conta 6852 deve ser acrescido no campo 712 do
Quadro 07 da Modelo 22.

124
Pág. 160

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP – Amortização do Goodwill
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da aplicação prática anterior resultou que, a sociedade Micro Fábrica, pela


aquisição da participação na sociedade C apurou um goodwill no valor de 14.000
euros.
Enquadramento contabilístico
O tratamento do goodwill encontra-se previsto nos parágrafos 43 a 47 da NCRF
14 (aplicação supletiva do parágrafo 17.7 da NCRF-PE):
Após o reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar o goodwill
adquirido numa concentração de atividades empresariais (e na aquisição de
instrumentos de capital próprio noutra entidade) pelo custo menos
amortizações acumuladas, menos qualquer perda por imparidade acumuladas,
amortizações que serão feitas ao longo da sua vida útil (nos termos da NCRF 6)
ou em 10 anos, caso a sua vida útil não possa ser estimada com fiabilidade.

125
Pág. 160

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP – Amortização do Goodwill

Registos contabilísticos da amortização do Goodwill:


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Pela amortização 643 – Amortização – Ativos Intangíveis 1 400
do Goodwill (1)
448 Amortizações acumuladas 1 400

(1) 14.000 euros / 10 anos = 1.400 euros

126
Pág. 160-161

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP – Amortização do Goodwill
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos de IRC, as amortizações de um goodwill não são fiscalmente aceites, porque não
compreendidas nas situações previstas no artigo 29.º do Código do IRC. Embora estejamos
perante um intangível, a amortização não deriva de perdas de valor resultantes da sua
utilização ou do decurso do tempo, mas antes de uma política contabilística imposta pelo SNC.
• Por seu lado, o n.º 1 do artigo 45.º-A prevê a possibilidade de dedução fiscal, em partes iguais,
durante 20 anos, para o goodwill adquirido em concentrações de atividades empresariais. O
que não acontece no caso de aquisição de participações sociais – Artº 45º-A, nº 4.
• E o artigo 12.º da Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro, determina que esta dedução fiscal só se
aplica relativamente a ativos intangíveis e goodwill adquiridos em períodos de tributação que
se tenham iniciado em, ou após, 1 de janeiro de 2014.
Em termos da Modelo 22, a sociedade Micro Fábrica deve:
• Acrescer a amortização registada na contabilidade (1.400 euros) no campo 719 do Quadro
07 da Modelo 22

127
Pág. 161

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Em novembro de 2023 a sociedade Micro Fábrica alienou a participação que detinha na


sociedade B, pelo valor de 100.000€. Na data da alienação o valor contabilístico desta
participação é de 120.000 €. A sociedade B foi constituída há 10 anos, tendo a sociedade
Micro Fábrica entregue como realização do capital social o valor de 150.000€.

Enquadramento Contabilístico
• A alienação de investimentos financeiros em instrumentos de capital próprio da outra
empresa, classificados como investimentos em subsidiárias, associadas ou empreendimentos
conjuntos, e mensurados pelo Método de Equivalência Patrimonial (MEP), devem implicar a
determinação de um ganho ou uma perda (mais ou menos valia) em função da diferença
entre o montante da contraprestação obtida e a quantia escriturada do investimento
financeiro, estando influenciado pela aplicação do MEP. 128
Pág. 161

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 25 – Alienação de participação

Registo contabilístico da alienação da participação:


Data Descrição Conta Débito Crédito
novembro Pela alienação 12 – Depósitos à Ordem 100 000
da participação
na sociedade B
6853 - “Gastos e perdas em subsidiárias, 20 000
associadas e empreendimentos conjuntos -
Alienações”
4111 Investimentos em subsidiárias - 120 000
(1) 14.000 euros / 10 anosParticipações
= 1.400 eurosde capital- método da equivalência
patrimonial

129
Pág. 162

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos fiscais, no âmbito do artigo 46.º do CIRC, devem ser determinadas as respetivas
mais ou menos valias decorrentes da alienação da parte da participação social.
• O valor de aquisição é o valor referente ao custo (histórico) de aquisição da participação,
eventualmente líquido de perdas por imparidade, não sendo influenciado pela mensuração
pelo MEP. Este valor de aquisição deve incluir o valor dos instrumentos de capital próprio
(ações ou quotas), bem como de outros instrumentos de capital próprio.
• Se a alienação da parte de capital se referir a uma participação adquirida há mais de 2 anos,
deve ser aplicado o respetivo coeficiente de desvalorização monetária, nos termos do artigo
47.º do CIRC. Esse coeficiente apenas pode ser aplicado à parte de capital (e não aos outros
instrumentos de capital próprio).
• Em termos fiscais, quando uma mais-valia ou menos-valia em resultado do
desreconhecimento por alienação, for resultado de uma participação social noutra empresa
que cumpra os requisitos do artigo 51.º-C e das alíneas a), c) e e) do n.º 1 do artigo 51.º, bem
como o requisito previsto na alínea d) do n.º 1 ou no n.º 2 do mesmo artigo, esta não é
relevante na determinação do lucro tributável de IRC.
130
Pág. 162

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Cumprindo esses requisitos das alíneas do n.º 1 e n.º 2 do artigo 51.º do CIRC, nomeadamente
que a participação não seja inferior a 10% desde que a participação no capital tenha
permanecido na titularidade da mesma entidade, de modo ininterrupto, por um período não
inferior a 12 meses, essa mais-valia fiscal não é tributada em sede de IRC na esfera da
sociedade participante, nem a menos-valia é dedutível.
• A prova do cumprimento destes requisitos deve ser efetuada através de declarações ou
documentos confirmados e autenticados pelas entidades públicas competentes, nos termos
do artigo 51.º-B do CIRC.
• Se do desreconhecimento da participação resultar uma menos-valia fiscal, e se reúnam os
requisitos ao artigo 51.º-C não é dedutível.
• No caso da sociedade Micro Fábrica o cálculo da mais ou menos valia pela alineação da
participação é o seguinte:
• 100.000€ - (150.000 euros * 1,04*) = - 56.000 euros (menos valia fiscal)
• (*) Portaria n.º 253/2022, de 20 de outubro – atualização dos coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos
bens e direitos durante o ano de 2022 (à data da preparação do manual não estava publicada a portaria para 2023).
131
Pág. 163

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
Preenchimento da Modelo 22
Menos-valia contabilística
• O valor da menos valia contabilística (20.000 euros) deve ser acrescido no campo 736 do
quadro 07 da Modelo 22
• Se existir uma menos-valia fiscal, que possa ser dedutível por não reunir os requisitos do
artigo 51.º-C, esta deve ser deduzida no campo 769 do quadro 07 da Modelo 22.
• Verificados os requisitos, às menos-valias fiscais aplica-se a “participation exemption” prevista
no artigo 51.º-C do Código do IRC.
• Neste caso, as menos valia fiscal deixa de ser relevante fiscalmente, devendo ser retirada da
imputação ao lucro tributável de IRC. Isto é, assumindo que a sociedade Micro Fábrica, Lda
cumpri com os requisitos do artigo 51.º-C do CIRC, a menos valia fiscal não concorre para o
lucro tributável. Nestas condições, não deve ser preenchido o campo 769.
• Não se aplicando o artigo 51.º-C do CIRC, a menos-valia fiscal obtida é fiscalmente relevante.

132
Pág. 164

2.9. Investimentos não financeiros


Procedimentos de controlo de investimentos não financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Gestão informática dos ativos não correntes
Manual de políticas contabilísticas e de procedimentos internos

Documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Gestão informática dos ativos não correntes

Procedimentos de execução
Conferência dos registos contabilísticos
Controlo individualizado dos itens do ativo não corrente (“fichas imobilizado”)

133
Pág. 169

2.9. Investimentos não financeiros


• Propriedades de investimento
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Definição e âmbito (imóveis para arrendamento ou valorização de capital)


• Enquadramento contabilístico (NCRF-PE: Ativo fixo tangível)

• Ativos fixos tangíveis


Enquadramento contabilístico
• Modelo do custo / Modelo da revalorização
• Depreciação (Métodos, estimativa de vida útil e valor residual)
• Perdas por imparidade
• Alienação e abates

134
Pág. 170

2.9. Investimentos não financeiros


• Ativos fixos tangíveis
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• depreciações e do valor residual
• não dedutíveis para efeitos fiscais (artigo 34.º CIRC)
• Depreciações excessivas (nº1 alínea c) artigo 34.º CIRC)
• Depreciações e amortizações praticadas para além do período máximo de vida útil (nº1
alínea d) artigo 34.º CIRC)
• Depreciações viaturas (nº1 alínea e) artigo 34.º CIRC)
• Imparidade, abates e Desvalorizações excecionais (artigo 31.º-B)
• Mais valias e reinvestimento (artigos 46º e 48.º do CIRC)

135
Pág. 172

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Ativos intangíveis
Enquadramento contabilístico
• Cumprimento da definição de ativo intangível e critérios de
reconhecimento
• Estimativa da vida útil (finitas e indefinidas)
Enquadramento fiscal
• Regime fiscal dos ativos intangíveis vida útil indefinida – Artigo 45.º A do
CIRC n.º 1

136
Pág. 181

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento


• A sociedade Micro Fábrica, Lda. efetua a venda de um imóvel, classificado como item do
ativo fixo tangível, por 200.000 euros em dezembro de 2023. O VPT à data da venda é de
210.000 euros.
• O imóvel foi adquirido por 150.000 euros em janeiro de 2019, tendo sido objeto de
depreciações de 2019 a 2022 no montante de 28.125 euros. O VPT à data da aquisição foi
de 200.000 euros.
• A empresa pretende efetuar o reinvestimento da totalidade do valor de realização obtido
na aquisição de outro imóvel, a classificar como item do ativo fixo tangível.

137
Pág. 181

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento


• Mais-valia ou menos-valia Contabilística (MVc/mvc) = Valor de realização – (custo de
aquisição – depreciações acumuladas – perdas por imparidade acumuladas)
• Este cálculo extracontabilístico permite determinar desde logo se a alienação irá determinar
uma mais ou menos valia (lucro ou prejuízo).
Assim, pela alienação do imóvel a Micro Fábrica, Lda. apurou:
• 200.000 euros - (150.000 – 28.125) = 78.125 (mais-valia)

138
Pág. 182
2.9. Investimentos não financeiros
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento
Registo contabilístico da alienação do imóvel:
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


dezembro Pela anulação das 438 – Depreciações acumuladas 28 125
depreciações acumuladas 432 – Edifícios e outras construções 28 125
e perdas por imparidades
acumuladas
Pelo desreconhecimento do 278 – Outros Devedores e Credores 200 000
imóvel (1) 431 – “Terrenos e recursos naturais” 37 500
432 – “Edifícios e outras construções” 84 375

7871 – “Rendimentos e ganhos em 78 125


investimentos não financeiros –
Alienações”, pela diferença positiva
(mais-valia)

(1) assumindo que o terreno corresponde a 25% do valor do imóvel


139
2. Aspetos contabilísticos e fiscais Pág. 182

2.9. Investimentos não financeiros


Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos de IRC, há que determinar a mais ou menos valia fiscal nos termos do art. 46.º e
seguintes do CIRC.
• Mais-valia Fiscal (MVf) = Valor de realização – (Custo de aquisição – Depreciações aceites
fiscalmente – Perdas por imparidade aceites fiscalmente) x Coeficiente desvalorização
monetária
• Como esta mais-valia se refere a um imóvel, há ainda que ter em atenção o disposto no artigo
64º do CIRC.
• De acordo com este artigo, se o Valor Patrimonial Tributário (VPT) definitivo determinado à
data da venda for superior ao valor de realização (do contrato de venda), deve ser esse VPT a
ser considerado na determinação do resultado fiscal.

• MVf: 200.000 – (150.000 – 28.125) * 1,01(*) = 76.906,25

• (*) Portaria n.º 253/2022, de 20 de outubro

140
Pág. 183
2.9. Investimentos não financeiros
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal Preenchimento da Modelo 22


Mais-valia contabilística
• Dedução no campo 767 do Quadro 07, no valor de 78.125 euros
Mais-valia fiscal
• Acréscimo no campo 739, no valor de 76.906,25 euros (sem intenção de reinvestimento)
• Ou, Acréscimo no campo 740, no valor de 38.453,13 euros (com intenção de reinvestimento)
Correções do valor de aquisição e de alienação para o VPT
• Acréscimo da diferença positiva entre o VPT e o VR (conforme alínea a) do n.º 3 do artigo 64.º
do CIRC), no campo 745 do Quadro 07 [diferença entre o VPT e o Valor de Realização à data da
venda, isto é, 10.000 euros (210.000 - 200.000)]
• Dedução da diferença positiva entre o VPT e o VA (conforme alínea b) do nº 3 do artigo 64º do
CIRC), no campo 772 do Quadro 07 [diferença entre o VPT e o Valor de aquisição à data da
aquisição, isto é, 50.000 euros (200.000 - 150.000)]
Assim, no caso da Micro Fábrica, o resultado tributável resultante da alienação do imóvel será:
• Mais-valia fiscal = 38.453,13 euros (assumindo que existe intenção de reinvestimento)
• Correção do VPT/VR= +10.000 euros
• Correção do VPT/VA= -50.000 euros
• Resultado Tributável= -1.546,87 euros 141
Pág. 188
2.9. Investimentos não financeiros
Aplicação prática 27– Questão dos WEB SITES
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A sociedade Micro Fábrica contratou uma empresa para o desenvolvimento de um “Web


site”. Durante o ano de 2023 foram suportados dispêndios no valor de 15.000€. No final do
ano de 2023 os trabalhos de desenvolvimento do site ainda não estão finalizados.
• Se o objetivo do “web site” for o de apenas promover e publicitar os produtos e serviços da
entidade, o correspondente dispêndio deve ser reconhecido como gasto quando incorrido,
uma vez que não é expectável que fluam para a entidade benefícios económicos que
ultrapassem o período contabilístico.
• Se o “web site”, para além dos aspetos publicitários, constituir uma plataforma para a
realização de vendas “on-line”, esperando-se, por conseguinte, que do seu uso fluam
benefícios económicos futuros para a entidade, então o seu custo poderá ser reconhecido
como um ativo intangível se se encontrarem reunidas todas as condições previstas no
capítulo 8 da NCRF-PE – “Ativos intangíveis”. 142
Pág. 188

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 27 – Questão dos WEB SITES


O objetivo será a criação de uma plataforma de vendas on-line, sendo
reconhecido como ativo intangível.

Registo contabilístico :
Data Descrição Conta Débito Crédito
2023 Pela contratação dos 454 – Ativos Intangíveis em Curso 15 000
serviços para o
desenvolvimento do “Web 2711 – Fornecedores de Investimento 15 000
site”

143
Pág. 188

2.9. Investimentos não financeiros


Aplicação prática 28 – Dispêndio com formação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A sociedade Micro Fábrica, Lda. adquiriu um novo módulo de gestão para o arquivo
documental e Workflows de aprovações. Na fatura de aquisição consta a quantia de 25.000
euros para a aquisição do módulo, o valor de 5.000 euros para a instalação e 1.500 euros para
a formação dos colaboradores.
• Estando perante a aquisição de um módulo para a melhoria da eficiência da gestão da
entidade, podemos assumir que estão reunidos todos os requisitos, previstos no capítulo 8 da
NCRF-PE, para o reconhecimento como Ativo Intangível.
• Quanto à mensuração, devemos atender ao parágrafo 8.4 da NCRF-PE que nos diz que um
Ativo Intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.
• § 8.10 a 8.13 da NCRF-PE - há determinados dispêndios que deverão ser reconhecidos como
gastos. É o caso das despesas com a formação.
144
Pág. 188

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 28 – Dispêndio com formação

Registo contabilístico :
Data Descrição Conta Débito Crédito
2023 Pela aquisição do Módulo 443 – Ativos Intangíveis – Programas 30 000
de Gestão de computador

638 – Outros gastos com o pessoal 1 500


2711 – Fornecedores de Investimento 31 500

145
Pág. 189

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 29 - Marcas


• A sociedade Micro Fábrica, Lda. adquiriu em janeiro de 2015 a propriedade de uma
prestigiada marca pelo montante de 200.000 euros. Tendo em consideração as regras de
reconhecimento e mensuração constantes no capítulo 8 da NCRF-PE, a marca foi considerada
como um ativo intangível com vida útil indefinida.

• O tratamento contabilístico e fiscal das operações no período de 2023, considerando uma


vida útil indefinida e a sua repercussão fiscal, será o que se segue.

146
Pág. 189

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 29 - Marcas

Registo contabilístico:
Data Descrição Conta Débito Crédito
2023 Registo contabilístico 643 - Gastos de depreciação e de 20 000
da amortização amortização – Ativos Intangíveis

448 – Amortizações acumuladas 20 000

147
Pág. 190

2.9. Investimentos não financeiros


Aplicação prática 29 - Marcas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos fiscais e de acordo com o disposto no art.º 45-A do CIRC, pode-se deduzir uma
vigésima parte do custo do ativo no apuramento do lucro tributável, originando uma diferença
entre o valor contabilístico e o valor fiscal. No caso em concreto a empresa inscreveu o valor
de 10.000 euros no campo 792 da modelo 22.
• Em termos fiscais esta amortização não é aceite fiscalmente apesar de o procedimento
contabilístico ter sido alterado, passando a prever uma amortização.
• Estes ativos continuam a não ter uma vida útil definida, pelo que também não possuem uma
vigência temporal limitada, o que determina que o gasto com amortização continua a não ser
dedutível para efeitos de IRC.
• A dedução fiscal prevista no artigo 45º-A do CIRC não deve ser confundida com a dedução
fiscal da amortização contabilizada, tratando-se de dois procedimentos distintos, com âmbito
e propósitos diferentes.
• Assim, no caso concreto a empresa acresce o valor da amortização de 20.000 euros no campo
719 do quadro 07 da modelo 22, bem como, continua a deduzir no campo 792 do mesmo
quadro 07 o montante de 10.000 euros que deduziu desde o ano de 2015.
148
Pág. 190

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de capital próprio

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Suporte documental e envio de documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Conferência dos registos contabilísticos


Procedimentos de execução e controlo

149
Pág. 189 -193

2.10. Capital próprio


Enquadramento legal / contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Conceito de capital
• Aplicação dos resultados
• Reservas legais: conta 551
• Obrigatoriedade de constituição e limites
• Limite de distribuição aos sócios
• Perda de metade do capital: artigo 35.º CSC
• Quotas próprias (aquisição e alienação)
• Outros instrumentos de Capital Próprio (Prestações suplementares e acessórias)
• Doações
• Subsídios
• Outros
150
Pág. 193

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 30 - Aplicação de resultados


• A Assembleia Geral de sócios da Sociedade Micro Fábrica, Lda. aprovou a aplicação do
resultado líquido do período de 2022 em 29 de março de 2023, no valor de 100.000 Euros, do
seguinte modo:
• Reserva legal: 1.000 euros
• Reservas livres: 1.000 euros
• Distribuição de lucros: 50.000 euros
• Resultados transitados: 48.000 euros
• Os lucros foram pagos aos sócios em 30 de abril de 2023.

151
Pág. 194

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 30 - Aplicação de resultados


Registo contabilístico:
Data Descrição Conta Débito Crédito
01/01/2023 Pela transferência do 818 – Resultado Líquido 100 000
resultado líquido no 56 - Resultados Transitados 100 000
início do período
29/03/2023 Pela aplicação do 56 - Resultados Transitados 52 000
resultado de 2022 551 - Reservas Legais 1 000
5521 – Reservas Livres 1 000
264 – Sócios – resultados atribuídos 50 000
30/04/2023 Pela colocação à 264 – Sócios – resultados atribuídos 50 000
disposição 242 – Retenção na fonte IRS (28%) 14 000
265 – Lucros disponíveis 36 000
30/04/2023 Pelo pagamento de lucros 265 – Sócios – resultados atribuídos 36 000
aos sócios 12 – Depósitos à ordem 36 000

152
Pág. 194

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 30 - Aplicação de resultados

Registo contabilístico:
Data Descrição Conta Débito Crédito
19/05/2023 Pelo pagamento da retenção 242 – Retenção na fonte IRS (28%) 14 000
na fonte sobre lucros aos 12 – Depósitos à ordem 14 000
sócios

153
Pág. 194

2.10. Capital próprio


Aplicação prática 30 - Aplicação de resultados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• As variações patrimoniais resultantes da aplicação do resultado do período descritas no
presente exemplo não têm relevância fiscal na sociedade. Com efeito, as saídas, em dinheiro
ou em espécie, em favor dos titulares do capital, a título de remuneração ou de redução do
mesmo, não constituem variação patrimonial negativa dedutível (artigo 24.º do Código do
IRC).
• Esses rendimentos obtidos pelos sócios serão, contudo, tributados na esfera destes, de acordo
com as regras aplicáveis em IRS (sócios pessoas singulares) ou IRC (sócios pessoas coletivas).
Importa ter em conta as regras de eliminação da dupla tributação económica que possam ser
aplicáveis.
• Na esfera das pessoas singulares, chama-se a atenção para o facto de a retenção na fonte
efetuada nos termos do artigo 71.º do Código do IRS ter natureza liberatória.
• Com efeito, em IRS, os rendimentos provenientes de lucros são considerados rendimentos de
capitais, conforme alínea h) do nº2 do artigo 5.º do Código do IRS, sujeitos a retenção na fonte
à taxa liberatória de 28%, quer se trate de residentes ou não residentes, conforme alínea a) do
nº 1 do artigo 71.º do Código do IRS.
154
Pág. 195

2.10. Capital próprio


Aplicação prática 30 - Aplicação de resultados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Os sujeitos passivos residentes podem optar pelo englobamento (nºs 8 e 9 do artigo 71º do
Código do IRS), ficando, nesse âmbito, obrigados a englobar a totalidade dos rendimentos da
mesma categoria, conforme nº 5 do artigo 22º do Código do IRS.
• Na opção pelo englobamento, os lucros são considerados em apenas 50% do seu valor,
conforme alínea a) do nº1 do artigo 40º-A do Código do IRS. Contudo, conforme estabelecido
no referido n.º 9 do artigo 71.º do Código do IRS, feita a opção pelo englobamento, a retenção
que tiver sido efetuada tem a natureza de pagamento por conta do imposto devido a final. O
que significa que é deduzida a totalidade do imposto retido, ainda que o rendimento seja
apenas tributável em 50%.
• A opção, ou não, pelo englobamento deve ser mencionada nos campos 01 ou 02 do Q.4-A do
Anexo E, com preenchimento, no caso de opção, do Q.4-B da declaração modelo 3 de IRS.
• Os rendimentos englobados devem ser declarados em apenas 50% do respetivo montante.

155
Pág. 204

2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Subsídios e outros apoios das entidades públicas

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Suporte documental e envio de documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Conferência dos registos contabilísticos


Procedimentos de execução e controlo

156
Pág. 204

2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas


Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Reconhecimento inicial
• Princípio do balanceamento entre rendimentos e gastos
• Subsídios reembolsáveis
• Apoios: Empréstimos sem juros ou taxas inferiores às do mercado
• Subsídios não reembolsáveis
• Subsídios relacionados com ativos
• Subsídios relacionados com rendimentos

Enquadramento fiscal
• Artigo 20.º do Código do IRC

157
Pág. 208

2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 31 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos


A Sociedade Micro Fábrica, Lda. recebeu, em 01/02/2023 um subsídio não
reembolsável para a aquisição de um terreno para a construção de um armazém
no valor de 20.000 euros, para o qual não se encontra estabelecido qualquer
período obrigatório para a manutenção do ativo.

158
Pág. 209
2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
Aplicação prática 31 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registo contabilístico:
Data Descrição Conta Débito Crédito
01/02/2023 Pelo recebimento do subsídio 12 – D. ordem 20 000
5931 – Subsídios atribuídos 20 000

Enquadramento fiscal
• Artigo 22.º, n.º 1, al. d) do Código do IRC: Quando os subsídios não respeitem aos
ativos referidos nas alíneas anteriores, devem ser incluídos no lucro tributável, em
frações iguais, durante os períodos de tributação em que os elementos a que
respeitam sejam inalienáveis, nos termos da lei ou do contrato ao abrigo dos quais
os mesmos foram concedidos, ou, nos restantes casos, durante 10 anos, sendo o
primeiro o do recebimento do subsídio.
• Assim, durante um período de 10 anos, há que efetuar um acréscimo ao lucro
tributável de 20.000/10 = 2.000 euros no campo 702 do quadro 07 da Modelo 22.
159
Pág. 209

2.12. Acontecimentos após a data de balanço


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento contabilístico
• Acontecimentos após a data de balanço (que ocorram entre a data do balanço e a data
em que as demonstrações financeiras forem autorizadas para emissão, pelo órgão de
gestão)
• Acontecimentos que dão lugar a ajustamentos
• Acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos

160
Pág. 210-211

2.12. Acontecimentos após a data de balanço


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a data de balanço


Na Sociedade Micro Fábrica, Lda ocorreram as seguintes situações após 31 de dezembro de 2023:
1. O cliente A interrompeu pagamentos a partir de 02/03/2024, tendo-se conhecimento que o
cliente está praticamente insolvente. A entidade tem sobre ele um crédito datado de novembro
de 2023.
Embora a dívida do cliente possa ainda nem sequer estar em mora, o conhecimento, no período
subsequente, de que o cliente está na iminência de entrar em processo de insolvência, é um
facto que confirma que à data do balanço já existia uma perda por imparidade, que deverá ser
reconhecida nas demonstrações financeiras da entidade em 2023.

161
Pág. 211
2.12. Acontecimentos após a data de balanço
Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a data de balanço
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Este é, portanto, um acontecimento que dá lugar a ajustamentos, que dependerão dos


eventuais registos que a entidade já tenha efetuado relativamente a esta dívida.
• Se a entidade já reconheceu em 2023 uma perda por imparidade sobre a totalidade da
dívida o cliente: não terá de efetuar mais nenhum ajustamento, apenas atualizar
eventualmente as divulgações no Anexo.
• Se a entidade já reconheceu em 2023 uma perda por imparidade por um montante
inferior ao valor total da dívida do cliente: deverá ajustar a respetiva quantia de perda
por imparidade para o valor total da dívida, e atualizar as respetivas divulgações no
Anexo.
• Se a entidade não reconheceu em 2023 qualquer perda por imparidade sobre a dívida do
cliente: deverá reconhecer a perda pelo valor total da dívida e atualizar as respetivas
divulgações no Anexo. 162
Pág. 211
2.12. Acontecimentos após a data de balanço
Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a data de balanço
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2. A entidade tem um processo judicial em curso desde outubro de 2023, movido por um ex-
empregado que reclama uma indemnização à entidade, no valor de 10.000 euros, por doença
profissional. Em 14/02/2023 foram conhecidos os resultados dos exames médicos periciais,
realizados ao ex-empregado, que confirmam a presença de danos em órgãos internos
provocados pela máquina que operava. A entidade não efetuou até à data o reconhecimento
deste facto nas suas demonstrações financeiras.
• O conhecimento dos resultados dos exames médicos periciais efetuados ao ex-empregado
veem, muito provavelmente, aumentar o risco de a entidade ter de pagar a indemnização
requerida em tribunal, ou seja, vem reforçar uma condição que já existia à data do balanço de
2023, i.e., uma obrigação presente, devendo dar lugar a um ajustamento em 2023.
• Como a entidade não efetuou qualquer registo, deve reconhecer uma provisão nas
demonstrações financeiras de 2023, pela melhor estimativa do valor da perda potencial, a
qual poderá ser o valor requerido em tribunal, ou seja, 10.000 euros.

163
Capítulo 3.
Declaração Modelo 22

164
3.1. Prazos
3. Declaração Modelo 22

3.2. Taxas
3.3. Taxas de tributação autónoma
3.4. Qualificação da empresa
3.5. Isenções e taxas reduzidas de derrama sujeitos à regra de minimis
a partir de 2019

165
Pág. 215

3.1. Prazos
3. Declaração Modelo 22

Prazos
• Até ao último dia do mês de maio, independentemente desse dia ser útil
ou não útil (por transmissão eletrónica);
• No caso de sujeitos passivos com período especial de tributação, até ao
último dia do 5º mês posterior á data do termo desse período (dia útil ou
não útil).

166
Pág. 215
3.2. Taxas
Para 2023, as taxas de IRC são as seguintes:
3. Declaração Modelo 22

Descrição Taxas
Taxa geral 21%
Taxa reduzida para PME e Small 17%, primeiros 50 000 € de
Mid Cap matéria coletável

• Tendo em conta que esta taxa reduzida tem âmbito de aplicação


limitado às pequenas ou médias empresas, encontra-se sujeita às regras
europeias aplicáveis em matéria de auxílios de minimis, pelo que os
sujeitos passivos que beneficiem deste escalão de taxa devem
preencher o quadro 09 do anexo D.
• Este benefício da redução de taxas para PME deve ser inscrito no campo
904-B do anexo D à declaração modelo 22.
167
Pág. 215-216
3.3. Taxas de tributação autónoma
O Orçamento do Estado para 2023 criou, para 2022 e 2023, um regime
excecional no âmbito do IRC, que consiste no desagravamento das taxas de
3. Declaração Modelo 22

tributação autónoma (não aplicação de 10 pp em caso de prejuízo fiscal),


quando:
• O sujeito passivo tenha obtido lucro tributável em um dos três períodos
de tributação anteriores e as obrigações declarativas previstas nos
artigos 120.º e 121.º do mesmo Código (Modelo 22 e IES), relativas aos
dois períodos de tributação anteriores, tenham sido cumpridas nos
termos neles previstos;
• Estes correspondam ao período de tributação de início de atividade ou a
um dos dois períodos seguintes.
É de assinalar que na declaração Modelo 22 está previsto o quadro 13 para
assinalar o início de atividade para efeitos da validação do desagravamento
de taxa.
168
Pág. 216

3.4. Qualificação da empresa


3. Declaração Modelo 22

A qualificação da empresa como micro ou PME à luz do Decreto-


Lei n.º 372/2007 é essencial para o correto aproveitamento de
taxas e benefícios fiscais.
Não deve confundir-se esta qualificação com os limites previstos
para efeitos da normalização contabilística.

169
Pág. 216

3.4. Qualificação da empresa


Conceito de micro e PME (certificado IAPMEI)
Categoria de empresa Efetivos E VN OU Balanço total
3. Declaração Modelo 22

Média < 250 =< 50 MEuros =< 43 MEuros


Pequena < 50 =< 10 MEuros =< 10 MEuros
Micro < 10 =< 2 MEuros =< 2 MEuros
SNC (limites do SNC: normativo contabilístico a utilizar em cada período)
À data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites seguintes:
Microentidade Pequenas entidades Médias entidades Grandes entidades
Total Balanço 0,35 MEuros 4 MEuros 20 MEuros Ultrapassam dois
dos
Volume Negócios
0,7 MEuros 8 MEuros 40 MEuros três limites
Líquido
anteriores e
todas as entidades
Nº médio de interesse público
empregados 10 50 250

170
Pág. 218

3.5. Isenções e taxas reduzidas de derrama sujeitos à regra de minimis a partir de


2019
• De entre a alterações à Lei das Finanças Locais (LFL) que entraram em vigor no dia 1 de
3. Declaração Modelo 22

janeiro de 2019 (artigo 18.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro), o n.º 1 do artigo 18.º da
LFL passou a prever que «os municípios podem deliberar lançar uma derrama, de duração
anual e que vigora até nova deliberação, até ao limite máximo de 1,5 por cento, sobre o
lucro tributável. Esta deliberação deixou de ser obrigatoriamente anual e foram aditados
os números 22 a 25 ao referido artigo, importando salientar o disposto no n.º 25:
• 25 - Os benefícios fiscais previstos nos números anteriores estão sujeitos às regras
europeias aplicáveis em matéria de auxílios de minimis.»
• O benefício fiscal que o sujeito passivo tem pelo facto de o município onde se encontra
deliberar a aplicação de taxas reduzidas ou de isenção de derrama municipal deve ser
inscrito no campo 904-E do anexo D à declaração modelo 22 (obrigatoriamente a partir de
2019).
• O montante do benefício a declarar corresponde à diferença de coleta de derrama
municipal calculada entre a taxa normal e a taxa reduzida ou, no caso de isenção, ao
montante apurado por aplicação da taxa normal.
171
Capítulo 4.
Benefícios Fiscais

172
4.1. Enquadramento e alterações recentes
4.2. Remuneração convencional do capital social (RCCS)
4. Benefícios Fiscais

4.3. Lei n.º 20/2023, de 17 de maio


4.4. Benefícios fiscais que terminaram a sua vigência
4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões
Autónomas – Art.º 41.º-B EBF
4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (Artigo 43.º-D EBF)
4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF

173
4. Benefícios fiscais
4.8. Medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de
mercadorias
4. Benefícios Fiscais

4.9. Donativos
4.10. Quotizações a favor de associações empresariais
4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento
4.12. SIFIDE II
4.13. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção
agrícola
4.14. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados com eletricidade e
gás
174
4. Benefícios fiscais Pág. 221

4.1. Enquadramento e alterações recentes


• Os sujeitos passivos que usufruam de benefícios fiscais, estão obrigados a
entregar o anexo D à Declaração Modelo 22.
4. Benefícios Fiscais

• As alterações mais relevantes verificadas nos últimos anos e que podem ter
impacto no cálculo do imposto em 2023 são:
• Lei n.º 21/2021, de 20 de abril, a qual estabelece a prorrogação de benefícios fiscais e
medida extraordinária no âmbito do regime fiscal do reinvestimento em sede de IRC.
• RFAI e SIFIDE, este diploma estabelece uma suspensão de prazos para efeitos do reporte
das respetivas dotações. A desconsideração dos prazos de reporte nos períodos de 2020 e
2021, tem efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2020.
• Note-se que o prazo de reporte do RFAI é de 10 anos e do SIFIDE é de 8 anos, “ganhando”
os sujeitos passivos dois anos com esta alteração.
175
Pág. 221

4.1. Enquadramento e alterações recentes


• Lei do Orçamento do Estado para 2022, Lei n.º 12/2022, veio consagrar
significativas alterações legislativas em matéria de benefícios fiscais,
4. Benefícios Fiscais

destacando-se o novo quadro de taxas máximas de auxílio artigo 43.º do CFI


(em vigor desde 1 de janeiro de 2022), o qual é relevante para efeitos dos
limites máximos aplicáveis aos benefícios fiscais concedidos às empresas no
âmbito do regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo
e do RFAI. Os limites são majorados em 10 pontos percentuais para as médias
empresas e em 20 pontos percentuais para as micro e pequenas empresas.

176
4. Benefícios fiscais Pág. 221

4.1. Enquadramento e alterações recentes


• Lei do Orçamento do Estado para 2023 (Lei n.º 24-D/2022) trouxe as seguintes
alterações mais relevantes:
4. Benefícios Fiscais

• O benefício fiscal da remuneração convencional do capital social (RCCS),


previsto no artigo 41.º-A do EBF é revogado. Contudo, continua a aplicar-
se, às entradas realizadas até 31/12/2022 relativamente às importâncias
aplicadas até essa mesma data.
• É igualmente revogada a DLRR, prevista do Código Fiscal do Investimento.
• Em substituição deste dois, é criado um novo benefício designado por
Incentivo à Capitalização das Empresas (ICE)

177
Pág. 222

4.2. Remuneração convencional do capital social (RCCS)


Regime transitório
• Caso uma determinada entidade tenha beneficiado do regime previsto no
4. Benefícios Fiscais

artigo 41.º-A do EBF (RCCS) relativamente a aumentos de capital efetuados


com recurso aos lucros gerados no período de tributação de 2022, não
poderá, relativamente às mesmas importâncias, beneficiar do regime previsto
no artigo 43.º-D do EBF, ICE, ainda que estas fossem passíveis de ser
consideradas “aumentos de capitais próprios elegíveis” para efeitos deste
regime (ICE).

178
4.3. Lei n.º 20/2023, de 17 de maio Pág. 223-224

• Alterações introduzidas a diversas normas por esta Lei incluem alterações ao artigo 92.º do
Código do IRC (resultado da liquidação).
• A partir de 1 de julho de 2023, os benefícios fiscais excluídos do ajustamento do resultado da
4. Benefícios Fiscais

liquidação passaram a ser:


• DLRR (revogada a partir de 1 de janeiro de 2023)
• Incentivo fiscal à valorização salarial (art.º 19.º-B EBF)
• Criação líquida de postos de trabalho para empresas que exerçam atividade em
territórios do interior e Regiões Autónomas
• Donativos de bens alimentares efetuados ao Estado, a IPSS e a ONG sem fins lucrativos
(art.º 62.º EBF)
• Por outro lado, passa a estar consagrado que as normas do Código do IRC que atribuam
“benefícios fiscais” não são abrangidas pelo ajustamento do resultado da liquidação, já que
tais normas do Código do IRC constituem regras de determinação do lucro tributável.
179
Pág. 225-229

4.4. Benefícios fiscais que terminaram a sua vigência


• Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI II), constante do ANEXO V
(a que se refere o artigo 16.º) da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho
4. Benefícios Fiscais

• Incentivo Fiscal à Recuperação, Artigo 307.º da Lei n.º 12/2022, de 27 de


junho (OE 2022)
• DLRR - Dedução por lucros retidos e reinvestidos, Artigos 27.º a 34.º do
Código Fiscal do Investimento
• Remuneração convencional do capital, Artigo 41.º-A EBF

Apesar de terminada a sua vigência, importa assegurar as condições impostas pelos benefícios para
períodos futuros, não esquecendo também os direitos de reporte e de utilização dos benefícios (ver manual)

180
Pág. 229

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões


Autónomas – Artº 41º-B EBF
• Às empresas que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade
4. Benefícios Fiscais

económica em territórios do interior, que sejam qualificadas como micro,


pequenas ou médias empresas ou empresas de pequena-média capitalização
(Small Mid Cap), nos termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007,
é aplicável a taxa de IRC de 12,5 % aos primeiros 50.000 euros de matéria
coletável.
• O benefício é aplicável aos períodos de tributação de 2017 e seguintes e
traduz-se num regime de redução de taxa, sendo inscrito no campo 245 do
Q08 da Modelo 22 e no campo 904-C do Q04 anexo D.
181
Pág. 230

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões


Autónomas – Artº 41º-B EBF
• O benefício máximo é de 4.250 euros ((21%-12,5%) x 50.000 euros). Contudo,
4. Benefícios Fiscais

comparando com uma PME ou Small Mid Cap que não exerça atividades no
interior ou Regiões Autónomas, o ganho de imposto ascende a 2.250 euros
[50.000,00 x (17% - 12,50%)].
• Não obstante o benefício não ser cumulativo com outros regimes de redução
de taxa, é compatível com a redução da taxa de IRC nas Regiões Autónomas
(que, em 2023, é de 30%, quer para a Região Autónoma da Madeira quer dos
Açores).

182
Pág. 230

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões


Autónomas – Artº 41º-B EBF
• As condições para aplicação deste benefício são:
• Exercer a atividade e ter direção efetiva nas áreas beneficiárias definidas
4. Benefícios Fiscais

na Portaria n.º 208/2017, de 13 de julho


• Não terem salários em atraso;
• A empresa não resultar de cisão efetuada nos dois anos anteriores à
usufruição dos benefícios;
• A determinação do lucro tributável ser efetuada com recurso a métodos
diretos de avaliação ou no âmbito do regime simplificado de determinação
da matéria coletável.
• Por se encontrar sujeito às regras de minimis, o benefício da redução de taxas
para territórios do interior deve ser inscrito no campo 904-C do anexo D à
declaração modelo 22.
• O benefício fiscal não se encontra sujeito à regra do resultado da liquidação
constante do artigo 92.º do Código do IRC.
183
Pág. 230-231

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (Artigo 43.º-D EBF)
Aplicável
• Sujeitos passivos de IRC (que exercem a título principal)
4. Benefícios Fiscais

• Não sejam instituições financeiras ou seguradoras (supervisão do BP e ASF)


• Disponham de contabilidade regularmente organizada;
• O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; e
• Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada
Cálculo do benefício
Dedução ao rendimento, taxa de 4,5 % (5% se micro ou PME ou small mid cap)
ao montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis.

184
Pág. 232

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (Artigo 43.º-D EBF)
Conceitos
Aumento de capitais próprios elegíveis:
4. Benefícios Fiscais

• As entradas realizadas em dinheiro no âmbito da constituição de sociedades ou


do aumento do capital social da sociedade beneficiária;
• As entradas em espécie realizadas no âmbito de aumento do capital social que
correspondam à conversão de créditos em capital;
• Os prémios de emissão de participações sociais;
• A aplicação dos lucros contabilísticos passíveis de distribuição, de acordo com a
legislação comercial, em resultados transitados ou, diretamente, em reservas ou
no aumento do capital.
185
Pág. 233

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (Artigo 43.º-D EBF)
Conceitos
São aumentos líquidos de capitais próprios elegíveis:
4. Benefícios Fiscais

• A diferença, positiva ou negativa, entre:


• Os aumentos dos capitais próprios elegíveis;
e,
As saídas:
• Em dinheiro ou em espécie, a favor dos titulares do capital, a título de redução
do mesmo ou de partilha do património,
• E as distribuições de reservas ou resultados transitados.

186
4. Benefícios fiscais Pág. 234

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (Artigo 43.º-D EBF)

Limitação ao benefício
4. Benefícios Fiscais

A dedução (taxa aplicável * aumento líquido dos capitais próprios) não pode
exceder, em cada período de tributação, o maior dos seguintes limites:
• € 2 000 000; ou
• 30 % do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento
líquidos e impostos, nos termos do artigo 67.º do Código do IRC (Limitação à
dedutibilidade de gastos de financiamento), ou seja, o chamado EBITDA fiscal.

187
Pág. 234

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (Artigo 43.º-D EBF)
Norma anti-abuso
Não são elegíveis, as entradas em dinheiro no âmbito da constituição de sociedades
4. Benefícios Fiscais

ou do aumento do capital da sociedade beneficiária:


• Que sejam financiadas por aumentos de capitais próprios elegíveis na esfera
de outra sociedade
• Por entidade com a qual o sujeito passivo esteja em situação de relações
especiais que sejam financiadas através de mútuos concedidos pelo próprio
sujeito passivo ou por outra entidade com a qual essa entidade e o sujeito
passivo estejam em situação de relações especiais
• Por uma entidade que não seja residente para efeitos fiscais noutro EM da EU
ou no EEE ou noutro Estado com que esteja em vigor uma CDT, acordo
bilateral ou multilateral que preveja a troca de informações.
Esclarecimentos e exemplos de aplicação
• No Ofício-Circulado nº 20261/2023, de 16 de outubro
188
Pág. 235
Aplicação prática 33 – Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (ICE)
• Os sócios da sociedade Micro Fábrica, Lda. efetuaram um aumento de capital social, com entrada em
dinheiro no montante de 10.000 euros, durante o ano de 2023.
• Adicionalmente, relativamente do resultado líquido de 2022 no montante de 100.000 euros, foram
4. Benefícios Fiscais

aplicados 48.000 euros em resultados transitados e 2.000 euros em reservas.


Cálculo do benefício fiscal do ICE:
• Aumentos de capital próprio líquidos elegíveis :
• Aumento do capital social: 10.000 euros (releva);
• Aplicação do resultado líquido de 2022 em resultados transitados: 48.000 euros (releva);
• Aplicação do resultado líquido de 2022 (distribuível) em reservas: 2.000 euros (releva);
• A distribuição de lucros do resultado líquido de 2022 não releva;
• O excedente de revalorização do ativo fixo tangível também não releva.
Benefício fiscal: 10.000 + 48.000 + 2.000 = 60.000 x 5% (PME) = 3.000 euros (dedução na determinação do
lucro tributável, com dedução no campo 774 do quadro 07 da Modelo 22.

189
Pág. 235

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF

• Começamos por referir que este benefício, apesar de ter entrado em vigor em 1 de janeiro de
2023, vai ser objeto de alterações estruturantes em 2024, dadas as dúvidas que suscitou e
4. Benefícios Fiscais

que foram interpretadas pela Autoridade Tributária com base na redação em vigor em 2023,
mas que serviu de suporte às propostas de alteração legislativa para 2024 (e que ainda não se
encontram legalmente concretizadas). Estas interpretações constam do Ofício-circulado n.º
20260/2023, de 14/09.
• O que significa que o entendimento aqui transmitido decorre dessas interpretações, que nem
sempre encontram correspondência no texto da lei.
• Designadamente, e no que respeita ao aspeto mais relevante, a interpretação administrativa
é a de que apenas são elegíveis os encargos que decorram, cumulativamente, de aumento
salarial individual em, pelo menos, 5,1%, no ano de 2023, da remuneração do trabalhador e
da existência de IRCT dinâmica aplicável àquela relação contratual que promova aumentos
salariais em percentagem igual ou superior a 5,1%, no ano de 2023.
• De acordo com o n.º 2 do artigo 282.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023, esta norma
cessa a sua vigência em 31 de dezembro de 2026.

190
Pág. 236

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Benefício fiscal Majoração em 50% dos Se os aumentos salariais não forem


encargos correspondentes ao determinados por IRCT, ou se o
aumento determinado por IRCT mesmo determinar aumentos que
dinâmica relativos a se traduzam numa percentagem
trabalhadores com contrato de inferior 5,1%, ainda que sejam
trabalho por tempo praticados aumentos salarias iguais
indeterminado. ou superiores a 5,1%, no ano de
Encargos relativos a 2023, a entidade empregadora não
trabalhadores cuja pode beneficiar do presente regime
remuneração tenha relativamente a esses trabalhadores
aumentado em pelo menos 5,1 ou categoria de trabalhadores.
% face ao ano anterior e acima
da RMMG

191
Pág. 236

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

IRCT dinâmica Aumento determinado Tipologias IRCT


por: Qualquer tipologia de IRCT negocial:
• IRCT • convenção coletiva (contrato coletivo, acordo
• outorgado ou coletivo ou acordo de empresa),
renovado há menos • acordo de adesão e
de três anos • decisão arbitral em processo de arbitragem
voluntária
1. IRCT não negociais:
• Portaria de extensão
• Não inclui: Portaria de Condições de Trabalho e
decisão arbitral em processo de arbitragem
obrigatória ou necessária

192
Pág. 236

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

IRCT dinâmica Aumento determinado Outorga/renovação


por:
• IRCT IRCT não negocial: Portaria de Extensão que tenha
subjacente uma determinada Convenção Coletiva
• outorgado ou
deve considerar-se, para efeito de aplicação da
renovado há menos
contagem do prazo, a mesma data que seria de
de três anos
considerar caso a Convenção Coletiva tivesse
aplicação direta às entidades que passam a estar
abrangidas por força da Portaria de Extensão.

193
Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Encargos Correspondentes ao É exigido o preenchimento dos seguintes


correspondentes ao aumento determinado critérios cumulativos:
aumento por IRCT dinâmica (i) aumento salarial individual em, pelo
determinado por relativos a menos, 5,1%, no ano de 2023, da
IRCT dinâmica trabalhadores com remuneração do trabalhador;
contrato de trabalho (ii) existência de IRCT dinâmica aplicável
por tempo àquela relação contratual que promova
indeterminado são aumentos salariais em percentagem igual ou
considerados em 150 superior a 5,1%, no ano de 2023.
% do respetivo
montante

194
Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo

Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023


4. Benefícios Fiscais

Leque salarial Corresponde à A definição deve ser interpretada no quadro do Acordo de


diferença entre os Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da
montantes anuais da Competitividade que está na sua génese porque o artigo
maior e menor 19.º-B EBF resultou do Acordo.
remuneração fixa dos
trabalhadores Leque salarial deve ser calculado através do rácio:
Remuneração fixa anual dos 10% de trabalhadores mais bem
remunerados / remuneração fixa anual dos 10% de
trabalhadores menos bem remunerados em relação ao total
Rácio apurado em 31/12/N e 31/12/N-1

195
Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Leque salarial Corresponde à Devem ser considerados todos os trabalhadores ao serviço


diferença entre os da entidade, independentemente do vínculo laboral, ainda
montantes anuais da que relativamente a alguns desses trabalhadores não haja
maior e menor encargos a considerar em resultado de os respetivos
remuneração fixa dos aumentos salariais não terem sido determinados por IRCT
trabalhadores ou, sendo, não tenham sido iguais ou superiores a 5,1%, no
ano de 2023, ou ainda nos casos previstos no n.º 6 daquele
dispositivo legal, nos termos do qual esses trabalhadores se
encontram excluídos do âmbito do presente benefício,
designadamente os membros dos órgãos sociais da entidade
empregadora.

196
Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Remuneração Omisso Toda a remuneração auferida pelo trabalhador que não


fixa esteja dependente do desempenho individual, da
equipa ou da empresa, bem como as remunerações
acessórias enunciadas na alínea b) do n.º 3 do artigo
2.º do Código do IRS, que se revelem de caráter fixo e
nas condições aí enunciadas.
A título exemplificativo, a remuneração fixa
compreende o ordenado ou salário base auferido pelo
trabalhador, o subsídio de férias e de Natal, as
diuturnidades e as remunerações acessórias a que o
trabalhador tenha direito em termos fixos. Poderão
estar nestas circunstâncias, designadamente, o abono
para falhas e o subsídio de refeição que excedam os
limites legais.
197
4. Benefícios fiscais Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Trabalhadores Trabalhadores com Inclui trabalhadores admitidos ao abrigo de um


não elegíveis contrato de contrato a termo que tenham passado a estar
– tipo de trabalho por tempo abrangidos por contrato sem termo.
contrato indeterminado Contudo, apenas serão de considerar os encargos que
respeitem a remunerações pagas ao abrigo de contrato
sem termo.
Trabalhadores Não são A exclusão dos trabalhadores que integrem o agregado
não elegíveis considerados os familiar da entidade patronal não terá aplicação
– que trabalhadores que quando a entidade patronal seja um sujeito passivo de
integrem o integrem o IRC (só as entidades empregadoras pessoas singulares
agregado agregado familiar têm agregado familiar)
familiar da da entidade
entidade patronal
patronal
198
4. Benefícios fiscais Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Trabalhadores Não são O nível de participação indireta deve ser determinado


não elegíveis considerados os em conformidade com o disposto no n.º 6 do artigo
– participação trabalhadores que 69.º do Código do IRC.
direta ou detenham direta ou Para efeitos da determinação do nível de participação
indireta não indiretamente uma indireta, considera-se, ainda, que o trabalhador detém
inferior a 50% participação não indiretamente as partes do capital da sociedade
do capital inferior a 50 % do quando as mesmas sejam da titularidade do cônjuge,
social ou dos capital social ou dos respetivos ascendentes ou descendentes até ao 2.º
direitos de direitos de voto do grau, sendo igualmente aplicáveis, com as necessárias
voto do sujeito passivo de adaptações, as regras sobre a equiparação da
sujeito IRC titularidade estabelecidas no Código das Sociedades
passivo de IRC Comerciais, nos mesmos termos que dispõe o n.º 6 do
artigo 23.º-A do Código do IRC.

199
4. Benefícios fiscais Pág. 237

4.7. Incentivo Fiscal à Valorização Salarial – artigo 19.º-B do EBF


Quadro resumo
Assunto Art. 19.º-B EBF Of. Circ. 20260/2023
4. Benefícios Fiscais

Benefício para Omisso Quando estejam em causa trabalhadores a tempo


trabalhadores parcial o montante máximo dos encargos majoráveis
a tempo deve ser considerado na devida proporção.
parcial

200
4. Benefícios fiscais Pág. 240

4.8. Medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias

O artigo 70.º EBF consagra, até 2026, um benefício ao setor do transporte rodoviário, relativa à
dedução ao lucro tributável dos gastos suportados com a aquisição em território português, de
4. Benefícios Fiscais

combustíveis para abastecimento de veículos, correspondente a 120% do respetivo montante.


Este benefício fiscal não é aplicável aos gastos suportados com a aquisição de combustíveis que
tenham beneficiado do regime de reembolso parcial para gasóleo profissional (Lei n.º 24/2016,
de 22 de agosto).
A dedução é feita no campo 774 Q07 Modelo 22 e inserida no campo 408 do Q04 anexo D.
Os veículos abrangidos são:
• Veículos afetos ao transporte público de passageiros, com lotação igual ou superior a 22
lugares que estejam registados como elementos do ativo fixo tangível (AFT) de sujeitos
passivos de IRC que estejam licenciados IMT, I. P.;
• Veículos afetos ao transporte rodoviário de mercadorias, público ou por conta de outrem,
com peso bruto igual ou superior a 3,5 t, registados como elementos do AFT de sujeitos
passivos de IRC e que estejam licenciados pelo IMT, I. P.;
• Veículos afetos ao transporte em táxi, registados como elementos do AFT dos sujeitos
passivos de IRS ou de IRC, com contabilidade organizada e que estejam devidamente
licenciados.
201
4. Benefícios fiscais Pág. 240

4.9. Donativos
Noção de donativo constante do artigo 61.º EBF:
• Donativos constituem entregas em dinheiro ou em espécie, concedidos, sem
4. Benefícios Fiscais

contrapartidas que configurem obrigações de caráter pecuniário ou comercial, a


entidades públicas ou privadas, cuja atividade consista predominantemente na
realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, desportiva ou
educacional.

202
4. Benefícios fiscais Pág. 241

4.9. Donativos
O EBF estabelece os seguintes benefícios relativos a mecenato:
• Mecenato científico: art. 62.º-A EBF
4. Benefícios Fiscais

• Donativos ao Estado: art. 62.º n.º 2 EBF


• Donativos no âmbito do mecenato social: art. 62.º n.º 3, 4 e 5 EBF
• Outros (desportivo, educacional, ambiental): art. 62.º n.º 6 e 7 EBF
• Mecenato cultural: art. 62.º-B EBF
Obrigações acessórias:
• Recibo Artº 66º EBF
• registo atualizado das entidades mecenas
• Submissão da Modelo 25
203
4. Benefícios fiscais Pág. 242

4.10. Quotizações a favor de associações empresariais


• É considerado gasto do período de tributação, para efeitos da determinação do
lucro tributável, o valor correspondente a 150% do total das quotizações pagas
4. Benefícios Fiscais

pelos associados a favor das associações empresariais em conformidade com os


estatutos.
• O montante correspondente a 150% do total das quotizações não pode, contudo,
exceder o equivalente a 2‰ do volume de negócios respetivo.
• Sobre este tema, sugerimos a leitura do entendimento da Autoridade Tributária
sobre a aplicação do limite de majoração das quotizações cfr. Ofício com n.º Saída
Geral n.º 32764, de 03.06.98, da DSIRC).

204
4. Benefícios fiscais Pág. 242

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Diplomas relevantes
• Artigos 22.º a 26.º do Código Fiscal do Investimento
4. Benefícios Fiscais

• Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro


• Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro
• Orientações relativas a Auxílios com finalidade Regional: publicadas no Jornal
Oficial da União Europeia, n.º C209, de 23 de julho de 2013
• Regulamento Geral de Isenção por Categoria (RGIC): Regulamento (EU) n.º
651/2014

205
4. Benefícios fiscais Pág. 234

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Benefício fiscal
• Em sede de IRC, as empresas que realizem investimentos elegíveis para efeitos do
4. Benefícios Fiscais

RFAI nas áreas elegíveis, que, para o período de 2022 a 2027 foram redefinidas
conforme consta do novo mapa nacional de auxílios estatais com finalidade
regional (artigo 43.º do Código Fiscal do Investimento), são suscetíveis de usufruir
das seguintes deduções à coleta do imposto:
• 30% das aplicações relevantes, relativamente ao investimento realizado até
ao montante de 15.000.000 euros;
• 10% das aplicações relevantes, relativamente à parte do investimento
realizado que exceda o montante de 15.000.000 euros.
206
4. Benefícios fiscais Pág. 244

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Benefício fiscal
• A dedução à coleta é efetuada na liquidação de IRC (no campo 355 do quadro 10
4. Benefícios Fiscais

da declaração Modelo 22 e quadro 7 do respetivo anexo D) respeitante ao


período de tributação em que sejam realizadas as aplicações relevantes, com os
seguintes limites:
• No caso de investimentos realizados no período de tributação do início de
atividade e nos dois períodos de tributação seguintes, exceto quando a
empresa resultar de cisão, até à concorrência do total da coleta do IRC
apurada em cada um desses períodos de tributação;
• Nos restantes casos, até à concorrência de 50% da coleta do IRC apurada em
cada período de tributação. 207
4. Benefícios fiscais Pág. 249

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Investimentos relevantes
Os ativos fixos tangíveis afetos à exploração empresarial, adquiridos em estado de
4. Benefícios Fiscais

novo, com exceção de:


• Terrenos, salvo no caso de se destinarem à exploração de concessões mineiras,
águas minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em
investimentos na indústria extrativa;
• Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo se
forem instalações fabris ou afetos a atividades turísticas, de produção de
audiovisual ou administrativas;
• Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas;
• Mobiliário e artigos de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro afeto
a exploração turística;
• Equipamentos sociais;
• Outros bens de investimento que não estejam afetos à exploração da empresa.

208
4. Benefícios fiscais Pág. 249

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Investimentos relevantes
• São também elegíveis os ativos intangíveis afetos à exploração da empresa,
4. Benefícios Fiscais

constituídos por despesas com transferência de tecnologia, nomeadamente


através da aquisição de direitos de patentes, licenças, «know-how» ou
conhecimentos técnicos não protegidos por patente

209
4. Benefícios fiscais Pág. 250

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Investimento inicial
• Os investimentos em causa têm que integrar o conceito de “investimento inicial”,
4. Benefícios Fiscais

considerando-se como tal:


• Os investimentos relacionados com a criação de um novo estabelecimento;
• O aumento da capacidade de um estabelecimento já existente;
• A diversificação da produção de um estabelecimento no que se refere a
produtos não fabricados anteriormente nesse estabelecimento;
• Ou uma alteração fundamental do processo de produção global de um
estabelecimento existente.
• Portaria n.º297/2015 de 21 de setembro

210
4. Benefícios fiscais Pág. 251

4.12. SIFIDE II
Este benefício encontra-se regulado nos artigos 35.º a 42.º do Código Fiscal do
Investimento e é relativo a investimento em despesas de investigação e
4. Benefícios Fiscais

desenvolvimento.

Consideram-se: «Despesas de investigação», as realizadas pelo sujeito passivo de


IRC com vista à aquisição de novos conhecimentos científicos ou técnicos e
«Despesas de desenvolvimento», as realizadas pelo sujeito passivo de IRC através
da exploração de resultados de trabalhos de investigação ou de outros
conhecimentos científicos ou técnicos com vista à descoberta ou melhoria
substancial de matérias-primas, produtos, serviços ou processos de fabrico.
211
4. Benefícios fiscais Pág. 252

4.12. SIFIDE II
As despesas associadas a atividades de I&D incluem:
• Aquisições de ativos fixos tangíveis, à exceção de edifícios e terrenos, desde que
4. Benefícios Fiscais

criados ou adquiridos em estado novo e na proporção da sua afetação à


realização de atividades de investigação e desenvolvimento;
• Despesas com pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro
Nacional de Qualificações, diretamente envolvido em tarefas de investigação e
desenvolvimento;
• Despesas com a participação de dirigentes e quadros na gestão de instituições
de investigação e desenvolvimento;

212
4. Benefícios fiscais Pág. 252

4.12. SIFIDE II
As despesas associadas a atividades de I&D incluem:
• Despesas relativas à contratação de atividades de investigação e
4. Benefícios Fiscais

desenvolvimento junto de entidades públicas


• Custos com registo e manutenção de patentes;
• Despesas com auditorias à investigação e desenvolvimento;
• Participação no capital de instituições de investigação e desenvolvimento e
contribuições para fundos de investimento, públicos ou privados, destinados a
financiar empresas dedicadas sobretudo a investigação e desenvolvimento.

213
4. Benefícios fiscais Pág. 253

4.12. SIFIDE II
Só a partir de 1 de janeiro de 2024, com as alterações introduzidas pela Lei n.º
21/2023 é que se verificarão mudanças relevantes na elegibilidade dos
investimentos em despesas efetuadas em:
4. Benefícios Fiscais

• Participação no capital de instituições de I&D


• Contribuições para fundos de investimento que realizem investimentos de
capital próprio e de quase-capital, em empresas dedicadas sobretudo a I&D.

Assim, para 2023, mantém-se a possibilidade de as despesas efetuadas nas


atividades indicadas beneficiarem, ainda, da taxa incremental de 50 % do acréscimo
das despesas realizadas naquele período em relação à média aritmética simples dos
2 exercícios anteriores, possibilitando deduções à coleta que podem ir até 82,5% do
investimento realizado.

214
4. Benefícios fiscais Pág. 254

Aplicação prática 34 – SIFIDE II


• A sociedade Micro Fábrica; Lda. efetuou despesas elegíveis no âmbito do
4. Benefícios Fiscais

SIFIDE em investimento em despesas de investigação e desenvolvimento, pela


primeira vez em 2023, no montante de 100.000 euros.
• O projeto de candidatura foi submetido em fevereiro de 2024.
Cálculo do benefício fiscal:
• 100.000 x 82,5% = 82.500 euros
Este montante é dedutível à coleta de IRC, pretendendo-se que seja utilizado já
na Modelo 22 de 2023, com inscrição no campo 355 do quadro 10.

215
4. Benefícios fiscais Pág. 254

4.13. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção agrícola

O artigo 232.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023 determina a majoração em


40% dos encargos suportados na produção agrícola, no apuramento do lucro
4. Benefícios Fiscais

tributável de 2023, em moldes iguais aos que vigoraram para 2022.

A majoração em 40% dos gastos ou perdas incorridos com a aquisição dos seguintes
bens, quando utilizados no âmbito das atividades de produção agrícola:
a) Adubos, fertilizantes e corretivos orgânicos e minerais;
b) Farinhas, cereais e sementes, incluindo misturas, resíduos e desperdícios das
indústrias alimentares, e quaisquer outros produtos próprios para alimentação de
gado, aves e outros animais, destinados à alimentação humana; e
c) Água para rega;
d) Garrafas de vidro.

216
4. Benefícios fiscais Pág. 254-255

4.13. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção agrícola

• O benefício encontra-se sujeito às regras de auxílios de minimis.


4. Benefícios Fiscais

• De acordo com a regra geral de minimis, prevista no Regulamento (UE) n.º


1408/2013, da Comissão, de 18 de dezembro de 2013, na sua redação atual, dada
pelo Regulamento (UE) n.º 2022/2046, da Comissão, de 24 de outubro de 2022, o
montante total dos auxílios de minimis concedidos por Estado-Membro a uma
empresa única não pode exceder 20.000,00 EUR em qualquer período de três
exercícios financeiros.

• Por fim, este benefício fiscal está também sujeito à limitação do art.º 92.º do
Código do IRC (resultado da liquidação) por não se encontrar expressamente
excluído.

217
4. Benefícios fiscais Pág. 255

4.14. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados com eletricidade e gás

• Este regime consta do artigo 231.º da Lei do OE para 2023 para o período de
tributação que se iniciasse em ou após 1 de janeiro de 2022.
4. Benefícios Fiscais

• À data, não se encontra em vigor para os períodos de tributação com início em


ou após 1 de janeiro de 2023, embora tal intenção legislativa conste da Proposta
do Orçamento do Estado para 2024.

218
Capítulo 5. Estimativa de IRC, apuramento
de resultados e preparação das
demonstrações financeiras modelo
reduzido NCRF-PE

219
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

5.1. Estimativa de IRC


5.2. Apuramento de resultados
5.3. Preparação e apresentação das demonstrações financeiras

220
Pág. 259

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)

5.1. Estimativa de IRC


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• Estimativa de imposto sobre o rendimento = [(Resultado Antes de Impostos


+/- Correções Fiscais - Prejuízos Fiscais dedutíveis - Benefícios Fiscais por
dedução ao lucro tributável) x Taxa de IRC] - Deduções à coleta +
Tributações Autónomas + Derrama + Resultado da liquidação (artigo 92.º do
CIRC) + IRC de anos anteriores.

• No final do período de tributação, há ainda que proceder ao apuramento


do IRC a pagar ou a recuperar, tendo em conta a referida estimativa de
imposto e os pagamentos por conta e retenções na fonte efetuadas por
terceiros.

221
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados e preparação das Pág. 259

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) demonstrações financeiras modelo reduzido NCRF-PE
5.1. Estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Neste sentido, sugerem-se os seguintes registos contabilísticos:


Pela estimativa de imposto corrente:
• Débito da conta 8121 - “Imposto sobre o rendimento - Imposto estimado para o
período”, por contrapartida a
• Crédito da conta 2413 - “Imposto sobre o rendimento - Imposto estimado”, pela
estimativa de imposto do período.

Pela transferência da estimativa de imposto para a conta de apuramento:


• Débito da conta 2413 - “Imposto sobre o rendimento - Imposto estimado”, por
contrapartida a
• Crédito da conta 2415 - “Imposto sobre o rendimento - IRC apuramento”, pelo
valor da estimativa de imposto.

222
Pág. 260

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


5.1. Estimativa de IRC
Neste sentido, sugerem-se os seguintes registos contabilísticos:
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Pela transferência dos pagamentos por conta para a conta de apuramento (se
existirem):
• Débito da conta 2415 - “Imposto sobre o rendimento - IRC apuramento”,
por contrapartida a
• Crédito da conta 2412 - “Imposto sobre o rendimento - Paga- mentos por
conta”, pelo montante dos pagamentos por conta;
Pela transferência das retenções na fonte efetuadas por terceiros (se
existirem):
• Débito da conta 2415 - “Imposto sobre o rendimento - IRC apuramento”,
por contrapartida a
• Crédito da conta 2414 - “Imposto sobre o rendimento - Retenções na fonte
efetuadas por terceiros”, pelo montante das retenções na fonte.

223
Pág. 260

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


5.1. Estimativa de IRC
Caso o montante da estimativa de IRC seja inferior ao montante dos
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

pagamentos por conta e retenções na fonte efetuadas por terceiros:


• Débito da conta 2417 - “Imposto sobre o rendimento - IRC a recuperar”,
por contrapartida a
• Crédito da conta 2415 - “Imposto sobre o rendimento - IRC apuramento”,
pelo montante de IRC a recuperar.

Caso o montante da estimativa de IRC seja superior ao montante dos


pagamentos por conta e retenções na fonte efetuadas por terceiros:
• Débito da conta 2415 - “Imposto sobre o rendimento - IRC apuramento”,
por contrapartida a
• Crédito da conta 2416 - “Imposto sobre o rendimento - IRC a pagar”, pelo
montante de IRC a pagar.

224
Pág. 260

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)

5.1. Estimativa de IRC


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

No momento da autoliquidação de IRC (em N+1, após a submissão da Modelo 22),


existindo IRC a pagar:
• Débito da conta 2416 - “Imposto sobre o rendimento - IRC a pagar”, por
contrapartida a
• Crédito da conta 12 - “Depósitos à ordem”, pelo montante pago.

Por outro lado, caso exista IRC a reembolsar:


• Débito da conta 12 - “Depósitos à ordem”, por contrapartida a
• Crédito da conta 2417 - “Imposto sobre o rendimento - IRC a recuperar”, pelo
montante recebido.

225
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)

5.1. Estimativa de IRC


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• Verificando-se que o imposto liquidado pela AT é superior ao imposto estimado,


a diferença é lançada a débito da conta 6885 - “Outros gastos - Outros-
Insuficiência da estimativa para impostos”.
• Se o imposto liquidado pela AT for inferior ao imposto estimado, estaremos
perante um desagravamento do resultado contabilístico que deve ser registado a
crédito da conta 7882 - “Excesso de estimativa para impostos”.
• De notar que as diferenças de estimativa devem ser corrigidas no quadro 07 da
declaração Modelo 22 do período seguinte.

226
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)

Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

demonstrações financeiras
• A sociedade Micro Fábrica, Lda. identificou os seguintes dados para efeitos da
determinação da estimativa de IRC:
• Resultado antes de impostos (RAI): 279.810
Prejuízos fiscais dedutíveis:
• 2014: 1 000
• 2015-2019: 0
• 2020: 110 000
• 2021: 5 000
• 2022: 0

227
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)

Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

demonstrações financeiras
• Balancete em 31/12/2023, após movimentos de encerramento de contas,
antes de apuramento de resultados
• Consultar manual

228
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
Determinação da estimativa de IRC Observações Valores
Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 1 - Alteração de política Não é relevante 0
contabilística (modelo da revalorização)
Aplicação prática 2 – Alteração de política
contabilística (alteração das fórmulas de Dedução campo 704 -80 000
custeio)
Aplicação prática 3 - Alteração de estimativas Não é relevante 0
contabilísticas - Alteração de vida útil
Aplicação prática 4 - Erros contabilísticos (gastos Não é relevante 0
de períodos anteriores)

229
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 5 - Fundo fixo de caixa Não aplicável 0
Aplicação prática 6 - Correções ao valor de caixa Acrescer campo 716 2 000
Aplicação prática 7 - Reconciliação bancária Não aplicável 0
Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros Não é relevante 0
Aplicação prática 9 - Reconhecimento do rédito Não é relevante 0
de vendas de bens (vendas em moeda
estrangeira)
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade Acrescer no Campo 718 27 500
em dívidas a receber de clientes
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade Dedução no campo 762 -5 000
em dívidas a receber de clientes

230
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade Dedução no campo 781 -7 500
em dívidas a receber de clientes
Aplicação prática 11– Créditos incobráveis Dedução no campo 762 -5 000
Aplicação prática 12 – Encargos suportados Acrescer no campo 731 75
Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e Não aplicável 0
subsídio de férias
Aplicação prática 14 – Gratificações a membros Acrescer campo 735 3 333
dos órgãos sociais
Aplicação prática 15 – Cessação de emprego Acrescer no campo 715 16 000
Aplicação prática 16 – Derrama estadual Não aplicável 0
Aplicação prática 17 - IVA suportado no Acrescer campo 752 100
estrangeiro
231
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas Não aplicável 0
Aplicação prática 19 - Compras e consumos e Não aplicável 0
valorização de produtos acabados
Aplicação prática 20 – Quebras de inventários Não é relevante 0
Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade de Acrescer campo 718 160
inventários
Aplicação prática 22– Aplicação do MEP – Não aplicável 0
Reconhecimento inicial da participada
Aplicação prática 23– Aplicação do MEP – Acrescer no campo 712 20 000
Imputação dos resultados das participadas
Aplicação prática 23– Aplicação do MEP – Deduzir no campo 771 -20 000
Imputação dos resultados das participadas

232
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 23– Aplicação do MEP – Deduzir no campo 758 -40 000
Imputação dos resultados das participadas
Aplicação prática 23– Aplicação do MEP – Acrescer no campo 712 14 000
Imputação dos resultados das participadas
Aplicação prática 24– Aplicação do MEP – Acrescer campo 719 1 400
Amortização do Goodwill
Aplicação prática 24– Aplicação do MEP – Não é relevante (dedução 792) 0
Amortização do Goodwill
Aplicação prática 25– Alienação de participação Acrescer no campo 736 20 000
Aplicação prática 25– Alienação de participação Deduzir no campo 769 0
(participation exemption)

233
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 26– Mais-valias, VPT e Deduzir no campo 767 -78 125
reinvestimento
Aplicação prática 26– Mais-valias, VPT e Acrescer no campo 740 38 453
reinvestimento
Aplicação prática 26– Mais-valias, VPT e Acrescer no campo 745 10 000
reinvestimento
Aplicação prática 26– Mais-valias, VPT e Deduzir campo 772 -50 000
reinvestimento
Aplicação prática 27– Questão dos WEB SITES Não aplicável 0
Aplicação prática 28– Dispêndio com formação Não é relevante 0
Aplicação prática 29 - Marcas Acrescer no campo 719 20 000
Aplicação prática 29 - Marcas Dedução no campo 792 -10 000

234
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Aplicação prática 30 – Aplicação de resultados Não é relevante 0
Aplicação prática 31 – Subsídios não Acrescer no campo 702 2 000
reembolsáveis relacionados com ativos
Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a Não aplicável 0
data de balanço
Aplicação prática 33 – Regime fiscal de incentivo Deduzir no campo 774 3 000
à capitalização das empresas (ICE)
Aplicação prática 34 – Benefício fiscal SIFIDE Não aplicável (dedução à coleta) 0

235
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Correções no quadro 07:
Total de correções -117 604
Lucro tributável 162 206
Prejuízos fiscais deduzidos Ver quadro dedução de PF -116 000
Matéria coletável 46 206
Coleta taxa de 12,5% (artº 41º-B EBF) 5 776
Deduções à coleta
Aplicação prática 34 – Benefício fiscal SIFIDE 100% da coleta 5 776
IRC liquidado 0

236
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


Resultado antes de impostos RAI - Balancete de 31/12/2023 - 279 810
após apuramento de resultados
Tributações autónomas
Aplicação prática 6 - Correções ao valor de caixa Despesas não documentadas (50%) 1 000
Aplicação prática 12 – Encargos suportados Despesas de representação (10%) 125
Derrama municipal 1,5% Lucro tributável (Ferreira 2 433
Alentejo em 2022)
IRC estimado 3 558

Legendas:
Não é relevante - gasto aceite em termos fiscais ou rendimento tributável, no período
corrente
Não é aplicável - sem impacto fiscal

237
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Dedução de prejuízos fiscais


Lucro tributável 162 206
65% Lucro tributável 105 434
Dedução Prejuízos fiscais
PF 2014 -1 000
PF 2020 -110 000
PF 2021 -5 000
75% Lucro tributável 121 654
Prejuízos deduzidos -116 000

238
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Registo contabilístico – estimativa de IRC:

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Estimativa de IRC 8121 - Imposto estimado para o período 3 558
2413 Estimativa de IRC 3 558
Apuramento de IRC 2415 – Apuramento de IRC 3 558
2413 - Estimativa de IRC 3 558
Apuramento de IRC 2415 – Apuramento de IRC 2 500
2412 – Pagamentos por conta 2 500
IRC a pagar 2415– Apuramento de IRC 1 058
2416 – IRC a pagar 1 058

239
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Registos contabilísticos – Apuramento de resultados:
Data Descrição Conta Débito Crédito
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

31/12/2023 Transferência das contas da 811 - Resultado antes de impostos 1 374 520
classe 6 para o RAI (1) 6x - Gastos 1 374 520
Transferência das contas da 7x – Rendimentos 1 654 330
classe 7 para o RAI (2) 811 - Resultado antes de impostos 1 654 330
Transferência do RAI para o 811 - Resultado antes de impostos 279 810
RLP (3) 818 – Resultado Líquido 279 810
Transferência do IRC estimado 818 - Resultado 3 558
para o RLP 2416 – IRC a pagar 3 558

(1) Totais de gastos: 1 374 520


(2) Totais de rendimentos: 1 654 330
(3) RAI = 1.654.330 – 1.374.520 = 279 810
(4) RLP = 279 810 – 3 558 = 276 252

240
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Balanço em 31/12/2023:
RÚBRICAS NOTAS DATAS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

31/12/2023 31/12/2022
ATIVO

Ativo não corrente


Ativos fixos tangíveis 183 590
Ativos intangíveis 207 600
Investimentos financeiros 128 100
Créditos e outros ativos não correntes 0
519 290

241
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Balanço em 31/12/2023:
RÚBRICAS NOTAS DATAS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

31/12/2023 31/12/2022
Ativo Corrente
Inventários 191 840
Clientes 58 000
Estados e outros entes públicos 0
Capital subscrito e não realizado 0
Outros créditos a receber 237 200
Diferimentos 0
Outros ativos financeiros 30 750
Caixa e depósitos bancários 337 795
855 585
Total do ativo 1 374 875

242
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Balanço em 31/12/2023:
RÚBRICAS NOTAS DATAS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO


Capital próprio
Capital subscrito 200 000
Quotas próprias 0
Outros instrumentos de capital próprio 0
Prémios de emissão 0
Reservas legais 50 000
Outras reservas 1 000
Resultados transitados 271 895
Excedentes de revalorização 79 842
Outras variações no capital próprio 20 000
Resultado líquido do período 276 252
Total do capital próprio 898 989
243
Pág. 268

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Balanço em 31/12/2023:
RÚBRICAS NOTAS DATAS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

PASSIVO
Passivo não corrente
Provisões 10 000
Financiamentos obtidos 0
Outras dívidas a pagar 155 110
Passivo corrente
Fornecedores 147 570
Estado e outros entes públicos 25 648
Financiamentos obtidos 0
Diferimentos 0
Outros passivos correntes 137 557
310 775
Total do passivo 475 885
Total do capital próprio e do passivo 1 374 875
244
Pág. 268

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Demonstração dos resultados de 2023:
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS PERÍODOS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

2023 2022
Vendas e serviços prestados 1 346 455
Subsídios à exploração 0
Variação nos inventários da produção 172 500
Trabalhos para a própria entidade 0
Custos das mercadorias vendidas e das 331 500
matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos 53 975
Gastos com o pessoal 847 485
Imparidade de inventários (perdas/reversões) 160
Imparidade de dívidas a receber 15 000
(perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções) 10 000
Outras imparidades (perdas/reversões) 0

245
Pág. 268
Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Demonstração dos resultados de 2023:

RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS PERÍODOS


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

2023 2022
Aumentos/reduções de justo valor 750
Outros rendimentos 119 625
Outros gastos 40 875
Resultado antes de depreciações, gastos de 340 335 0
financiamentos e impostos
Gastos/reversões de depreciação e de 60 525
amortização
Resultado operacional (antes de gastos de 279 810 0
financiamento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos 0
Juros e gastos similares suportados 0
Resultado antes de impostos 279 810

Imposto sobre o rendimento do período 3 558

Resultado líquido do período 276 252

246
Capítulo 6.
Dossier fiscal

247
6.1. Importância e obrigatoriedade
6. Dossier Fiscal

6.2. Conteúdo
6.3. Prazo de organização / entrega

248
Pág. 277

• A obrigação da organização e preparação do dossier fiscal está prevista nos


artigos 130.º do CIRC e artigo 129.º do CIRS.
6. Dossier Fiscal

• A Portaria nº 51/2018, de 16 de fevereiro, veio proceder à alteração da Portaria


n.º 92-A/2011, de 28 de fevereiro, modificando o conjunto de documentos
integrantes do dossier fiscal, aplicando-se tal alteração aos períodos de
tributação iniciados em, ou após, 1 de janeiro de 2017.

249
Pág. 277

6.1. Importância e obrigatoriedade


• Quem é que está obrigado a organizar o dossier fiscal?
6. Dossier Fiscal

• Sujeitos passivos de IRC (residentes e não residentes


• Sujeitos passivos de IRS
• Entidades não abrangidas
• Entidades abrangidas e obrigadas à entrega em conjunto com a IES

250
Pág. 280

6.2. Conteúdo
6. Dossier Fiscal

Conteúdo obrigatório
Anexo I Portaria nº 51/2018 (Check list no manual)

Conteúdo conveniente
Sugestões no manual

251
Pág. 281

6.3. Prazo de organização / entrega


• O dossier fiscal deve ser organizado com respeito a cada período de tributação,
devendo estar organizado até ao final do prazo para a entrega da IES,
6. Dossier Fiscal

normalmente até 15 de julho do ano seguinte do período de tributação a que


respeita (ou até ao 15º dia do 7º mês após o final do período de tributação,
quando este não coincida com o ano civil) e mantido durante um período de 10
anos.
• Para as entidades incluídas na lista dos grandes contribuintes ou acompanhas
pela UGC, e para aqueles que optaram pela aplicação do RETGS, o dossier fiscal
deve ser entregue no mesmo prazo da IES. Os restantes sujeitos passivos apenas
entregam o dossier fiscal quando existir uma solicitação expressa da AT.
252
Capítulo 7. Prestação de contas

253
7. Prestação de contas

7.1. Documentos que compõem a prestação de contas


7.2. Aspetos da legislação comercial

254
Pág. 285

7.1. Documentos que compõem a prestação de contas


7. Prestação de contas

Empresas que estejam a adotar a NCRF-PE para a prestação de contas individuais:


• O registo da prestação de contas consiste no depósito, pela submissão da IES,
da informação constante dos seguintes documentos (n.º 1 do artigo 42.º do
CRC):
• Ata de aprovação das contas do exercício e da aplicação dos resultados
• Balanço, Demonstração de Resultados e Anexo;
• Certificação legal das contas e parecer do órgão de fiscalização, quando
existam.

255
Pág. 285

7.2. Aspetos da legislação comercial


• Assembleia geral de aprovação de contas
7. Prestação de contas

• Dispensa de convocatória
• Assembleias universais (nº 1 artigo 54º do CSC):
• Artigo 263.º Dispensa de Assembleia Geral de Aprovação de contas (apenas
sociedades por quotas):
• Prazo e ordem do dia
• Elaboração das atas das assembleias gerais
• Atas (artigo 63.º CSC)

256
Pág. 288

7.2. Aspetos da legislação comercial


• Preenchimento do Quadro 07 da IES
7. Prestação de contas

257
Pág. 289

7.2. Aspetos da legislação comercial


• Preenchimento do Quadro 07 da IES
7. Prestação de contas

258
Pág. 289

7.2. Aspetos da legislação comercial


• Relatório de gestão (artigo 66.º CSC)
7. Prestação de contas

• Conteúdo
• Artigo 35.º CSC Perda de metade do capital
• Microentidades

259
Quais as datas limite

31.Dez Data de referência para Encerramento SA+SQ: [Art.ºs 65º-A do CSC]: Admitindo coincidência entre o período
das Contas económico e o período civil
1.Mar SA: Convocatória da AG. SA: [Art.º 376 e 377º do CSC]: A convocação compete ao presidente da mesa (no
SA+SQ: Apresentar as contas ao caso da AG anual, a pedido do CA), devendo a convocatória ser publicada
Conselho Fiscal e ao ROC (http:publicções.mj.pt). Quando sejam nominativas todas as acções pode
substituir-se a publicação: a] por cartas registadas; ou b] por correio electrónico
15.Mar SQ: Convocatória da AG; com recibo de leitura
SA+SQ: Disponibilização do Relatório e SQ: [Art.º 248º do CSC]: A convocação compete a qualquer dos gerentes
Contas aos sócios (e no site da Internet) e deve ser feita por meio de carta registada, expedida com a
[263º e 289º do C.S.C.] antecedência mínima de quinze dias
31.Mar
SA+SQ: Data limite AG (s/ consolidação e
s/ mep)
31.Mai SA+SQ: [Art.ºs 65 n.º5 e 376º do CSC]
SA+SQ: Data limite AG (c/ consolidação ou
c/ mep)
Entrega da M22
15.Jul
Entrega da IES e pagamento do depósito

* As datas apresentadas no cronograma são datas limite e, no que respeita a obrigações fiscais, consideram identidade entre o ano fiscal e o económico.

Fonte: Sérgio Pontes 260


Indicador Descrição

Autonomia Financeira ▪ Indica a % de Capital Próprio no total de Capitais da Empresa


= Capitais Próprios / Ativo (considera curto, médio e longo prazo)

Endividamento ▪ Indica a % de Passivo no total de Capitais da Empresa (considera


= 1- Autonomia Financeira curto, médio e longo prazo)
= Capitais Alheios / Ativo

Maturidade do Financiamento ▪ Indica a % de Passivo de Curto prazo no total de Passivo da


= Passivo Curto prazo / Total Passivo Empresa

Perfil do Financiamento
▪ Representa a % de passivo que origina custo (Dívida Financeira
= Dívida Financeira / Total Passivo
corresponde à Dívida que dá lugar ao pagamento de juros)

▪ Representa o número de anos de EBITDA necessários para pagar a


Dívida financeira líquida (“Net Debt”) para
Dívida financeira líquida (Dívida financeira líquida corresponde à
EBITDA = Dívida financeira líquida / EBITDA
1)
Dívida que dá lugar ao pagamento de juros deduzida das aplicações
financeiras que dão lugar ao recebimento de juros)

1) Utiliza o valor médio da Dívida

261
Indicador Descrição

Margem Bruta (%) ▪ % que a Empresa retira dos proveitos depois de considerar os custos
= Margem Bruta / Proveitos Operacionais das mercadorias vendidas e matérias consumidas

Margem de Lucro Operacional Monetária (%) ▪ Restringimos a análise operacional à vertente monetária (pois aqui não
EBITDA / Proveitos Operacionais1) consideramos amortizações)

Margem de Lucro Operacional Económica (%)


= EBIT / Proveitos Operacionais ▪ % de criação de valor decorrente da atividade operacional da Empresa
Margem de Lucro Global (%) ▪ A margem de lucro global representa a % de proveitos operacionais que
= Res. Líquido / Prov. Operacionais se transformam em resultados líquidos

Grau de Cobertura de Juros ▪ Representa uma medida de risco quanto à capacidade de uma entidade
= EBIT / Resultados Financeiros conseguir satisfazer os seus compromissos financeiros

Custo da “Dívida financeira” ▪ Custo que a Empresa tem com os Passivos que dão origem ao
= Custos financeiros / Dívida originadora de custos2) pagamento de juros

Alavancagem Operacional ▪ Permite anaçisar o impacto nos resultados resultante de alterações nas
= Variação em % do EBIT / Variação % das Vendas vendas, tendo em consideração a estrutura de custos (fixos e variáveis)

262
Obrigado
Bom Trabalho!

263

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