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Capítulo 3

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS
DA INFORMAÇÃO EM
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONCEITOS E PRINCÍPIOS
BÁSICOS APLICADOS PARA PME’S

DISCIPLINA: Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas


CURSO: Ciências Contábeis
TURMA: 6º Período – 2016B
DOCENTE: Lívia Miranda
AGOSTO/2016
Capítulo 3
3 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO EM DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS – CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS APLICADOS PARA
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (PMES)

3.1 Noções introdutórias,


3.2 Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis;
3.2 .1 Compreensibilidade;
3.2.2 Relevância;
3.2.3 Materialidade;
3.2.4 Representação fidedigna ou confiabilidade;
3.2.5 Primazia da essência sobre a forma;
3.2.6 Prudência;
3.2.7 Integralidade;
3.2.8 Comparabilidade;
3.2.9 Tempestividade;
3.2.10 Equilíbrio entre custo e benefício;
3.1 Noções Introdutórias
Entender seus conceitos
e princípios como fator
preponderante ao bom
Informação entendimento da
Contábil contabilidade.

Com as mudanças na
legislação societária e
na contabilidade, os
princípios passam a ser
o balizador dos
registros.
3.1 Noções Introdutórias - Continuação

A Contabilidade sempre foi muito influenciada pelos limites e


critérios fiscais, particularmente os da legislação de Imposto de
Renda. Esse fato, ao mesmo tempo que trouxe à Contabilidade
algumas contribuições importantes e de bons efeitos, limita a
evolução dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, ou ao
menos dificulta a adoção prática de princípios contábeis
adequados, já que a Contabilidade era feita pela maioria das
empresas com base nos preceitos e formas de legislação fiscal,
a qual nem sempre se baseava em critérios contábeis corretos.

(FIPECAFI, 2010, p. 1)
3.1 Noções Introdutórias - Continuação

Esse problema que persiste por muitos anos, teve uma


tentativa de solução por meio da lei das S.A. Essa solução é
preconizada pelo art. 177, que determina que a escrituração
deve ser feita seguindo-se os preceitos da Lei das
Sociedades por Ações e os "princípios de contabilidade
aceitos". Para atender à legislação tributária ou outras
exigências feitas à empresa que determinem critérios
contábeis diferentes dos das Leis das Sociedades por Ações
ou dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devem
ser adotados registros auxiliares à parte.
(FIPECAFI, 2010, p. 1-2)
3.1 Noções Introdutórias - Continuação

Com isso, no ensino da


Contabilidade passa a
prevalecer
o pensar Contabilidade
e não somente
o fazer contabilidade
3.1 Noções Introdutórias - Continuação
O Brasil teve, durante muitos anos, dois documentos sobre a estrutura conceitual da
Contabilidade.

a) Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade: elaborado em 1986 pelo Instituto


Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Ipecafi) sob as mãos do
Prof. Sergio de Iudicibus, Professor Emerito da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Esse documento
foi aprovado e divulgado pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
(Ibracon) (antigo Instituto Brasileiro de Contadores) como Pronunciamento
desse Instituto e referendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por
sua Deliberação nº 29/86. Com isso foi tornado obrigatório para as companhias
abertas brasileiras desde então. Esse documento discorria sobre os postulados, os
princípios e as convenções contábeis, denominando-os genericamente de
Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.

a) Princípios Fundamentais de Contabilidade: documento emitido pelo CFC, pela


sua Resolução nº 750 em 1993, seguido de um apêndice introduzido pela
Resolução CFC nº 774/94 e da Resolução CFC nº 785/95, esta sobre as
Características da Informação Contábil.
3.1 Noções Introdutórias - Continuação
Com o advento da Lei nº 11.638/07 e a decisão pela convergência da
Contabilidade brasileira as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas
pelo IASB, o CPC adotou integralmente o documento daquele órgão
denominado Framework for the Preparation and Presentation of Financial
Statements e emitiu seu Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis
(informalmente denominado, as vezes, de CPC "00").

O que este documento contem basicamente estava de alguma forma contido nos
dois conjuntos de documentos conceituais brasileiros citados, mas apresenta o
que aqueles não tinham:
as definições dos principais elementos contábeis: ativo, passivo, receita e
despesa.
não utiliza a denominação de princípios fundamentais, ou de princípios
contábeis geralmente aceitos etc., e sim a de Características Qualitativas da
Informação Contábil.
(FIPECAFI, 2010, p. 31-32)
3.1 Noções Introdutórias - Continuação

Do ponto de vista de efetivo conteúdo, a grande diferença nesse


documento do CPC reside na sua muito maior aderência ao conceito da
Primazia da Essência Sobre a Forma, bandeira essa levada
praticamente ao extremo pelo IASB, principalmente no lAS 1,
representado no Brasil pelo Pronunciamento Técnico CPC 26 -
Apresentação das Demonstrações Contábeis (vejam-se principalmente
seus itens 15 a 20).

(FIPECAFI, 2010, p. 31-32)


3.1 Noções Introdutórias - Continuação

Este documento foi


aprovado pela
Deliberação CVM nº
539/08 e pela
Resolução CFC n·
1.121/08.
3.1 Noções Introdutórias - Continuação
1.1 Noções Introdutórias - Continuação
O arcabouço teórico que direciona as ações estruturais
da ciência contábil, hoje é apresentado pela NBC TG
Normas Brasileiras de Contabilidade Geral – Técnica Geral
(ESTRUTURA CONCEITUAL, Resolução 1.374/11 –
CFC), que tem como objetivo facilitar a formulação
consistente e lógica das normas. Ela também fornece
uma base para o uso de julgamento na solução de
problemas de contabilidade. Os julgamentos dos
procedimentos contábeis devem acontecer com base na
estrutura conceitual básica, o alicerce do conhecimento
contábil.
(SILVA; MARION, 2013, p. 20)
1.1 Noções Introdutórias - Continuação

Fonte: http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001255 acesso em 21/07/2015


1.1 Noções Introdutórias - Continuação

A seção 2 desta resolução descreve:

o objetivo das demonstrações contábeis de PME; e

as qualidades que tornam úteis as informações nas


demonstrações contábeis;

também define os conceitos e princípios básicos que


suportam as demonstrações contábeis das PMEs.
1.1 Noções Introdutórias - Continuação

Objetivo das demonstrações contábeis de PMEs, segundo a


NBC TG 1000 do CFC:

[...] oferecer informação sobre a posição financeira (balanço


patrimonial), o desempenho (resultado e resultado
abrangente) e fluxos de caixa da entidade, que é útil para a
tomada de decisão por vasta gama de usuários que não
está em posição de exigir relatórios feitos sob medida para
atender suas necessidades particulares de informação.

[...] também mostram os resultados da diligência da


administração – a responsabilidade da administração pelos
recursos confiados a ela.
1.1 Noções Introdutórias - Continuação
As Demonstrações Contábeis (DC) referidas no objetivo segundo a NBC TG
1000 do CFC, fazem parte do conjunto de demonstrações que devem ter as
PME:

Balanço Patrimonial (para demonstrar a posição financeira, ou seja, os


aspectos econômicos e financeiros dos componentes patrimoniais);
Demonstração do Resultado (para identificar o desempenho da empresa;
a depender o do período, pode ser do exercício, do semestre, do mês, etc.);
Demonstração do Resultado Abrangente (avalia também o desempenho,
diferenciado da demonstração do resultado por apresentar as mutações que
ocorrem no patrimônio líquido, ou seja, é o resultado do exercício acrescido de
ganhos e perdas que eram reconhecidos direta e temporariamente da
demonstração das mutações do patrimônio líquido);
Demonstração do Fluxo de Caixa (identificar o fluxo de caixa da entidade);
(SILVA; MARION, 2013)
1.1 Noções Introdutórias - Continuação

O reconhecimento da Contabilidade,
através de seus relatórios, como úteis
para tomada de decisão para uma vasta
gama de usuários.

As DC devem ser elaboradas sem


objetivo direcionado e, com os dados
coletados, apresentar o que realmente
representa a situação patrimonial e
financeira da companhia em estudo.

(SILVA; MARION, 2013, p. 21)


1.1 Noções Introdutórias - Continuação
As DC, elaboradas independentemente do
porte da empresa, devem seguir as
orientações prescritas na Estrutura
Conceitual Básica (Resolução CFC
1.374/11) que objetivam fornecer
informações úteis na tomada de
decisões econômicas e avaliações por
parte dos usuários em geral, sem
propósito de atender finalidade ou
necessidade específica de determinados
grupos de usuários, ou seja, devem ser
geradas com dados que foram coletados
dos fenômenos patrimoniais ocorridos
na entidade.

(SILVA; MARION, 2013)


1.1 Noções Introdutórias - Continuação
[...] as demonstrações contábeis
apresentam os resultados da
gestão em determinado período
apontando os resultados dos
recursos que foram a ela
confiados.

(SILVA; MARION, 2013, p. 20)

Usuários
1.1 Noções Introdutórias - Continuação

O sentido da real importância das demonstrações


financeiras baseadas nas normas internacionais é
transmitir para qualquer usuário, a segurança que
tais informações são verídicas, confiáveis, de alta
qualidade e de fácil entendimento. Possibilitando
assim, diversos benefícios a esta empresa que se
adaptou ao padrão internacional, desde a facilidade de
obtenção de recursos, como também o devido
reconhecimento mundial no mercado.
3.2 Características qualitativas de informação em
demonstrações contábeis;

As características qualitativas estabelecem um


conjunto de atributos que tornam as
demonstrações financeiras úteis para a maioria
dos usuários.

A intenção é a preparação, sem viés, de


maneira que não interfira na decisão.

Fonte: http://www.essenciasobreaforma.com.br/colunistas_base.php?id=10
Acessado em 14/0/2015 ás 01:12h
3.2 Características qualitativas de informação em
demonstrações contábeis – Continuação ...

A informação contábil-financeira para ser


ÚTIL, precisa ser RELEVANTE e representar
com FIDEDIGNIDADE o que se propõe a
representar.
A utilidade da INFORMAÇÃO contábil-
financeira é melhorada se ela for:
COMPARÁVEL, VERIFICÁVEL ,
TEMPESTIVA
E COMPREENSÍVEL.
3.2 Características qualitativas de informação em
demonstrações contábeis – Continuação ...

1. Compreensibilidade
2. Relevância
3. Materialidade
4. Confiabilidade
5. Primazia da essência sobre a forma
6. Prudência
7. Integralidade
8. Comparabilidade
9. Tempestividade
10. Equilíbrio entre custo e benefício
Compreensibilidade
Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

A informação apresentada em demonstrações


contábeis deve ser apresentada de modo a
torná-la compreensível por usuários que têm
conhecimento razoável de negócios e de
atividades econômicas e de contabilidade, e a
disposição de estudar a informação com
razoável diligência. Entretanto, a necessidade
por compreensibilidade não permite que
informações relevantes sejam omitidas com a
justificativa que possam ser de entendimento
difícil demais para alguns usuários.
Compreensibilidade – Continuação ...

Uma qualidade essencial para as demonstrações contábeis


é que sejam prontamente entendidas pelos usuários, com
um conhecimento razoável de contabilidade, atividades
econômicas, negócios e disposição para estudar
informações com razoável diligência.

Acrescenta a Norma que informações complexas, porém


relevantes, não podem ser omitidas, em nenhuma hipótese,
inclusive usando como justificativa a dificuldade de
entendimento dos usuários.
Relevância

Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

A informação fornecida em
demonstrações contábeis deve ser
relevante para as necessidades de
decisão dos usuários. A informação tem
a qualidade da relevância quando é
capaz de influenciar as decisões
econômicas de usuários, ajudando-os a
avaliar acontecimentos passados,
presentes e futuros ou confirmando, ou
corrigindo, suas avaliações passadas.
Relevância – Continuação ...

Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz


de fazer diferença nas decisões que possam ser
tomadas pelos usuários.
 valor preditivo;
 valor confirmatório.

Materialidade X Relação Custo


Benefício
Materialidade
Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

A informação é material – e, portanto tem relevância – se


sua omissão ou erro puder influenciar as decisões
econômicas de usuários, tomadas com base nas
demonstrações contábeis. A materialidade depende do
tamanho do item ou imprecisão julgada nas circunstâncias
de sua omissão ou erro. Entretanto, é inapropriado fazer, ou
deixar sem corrigir, desvios insignificantes das práticas
contábeis para se atingir determinada apresentação da
posição patrimonial e financeira (balanço patrimonial) da
entidade, seu desempenho (resultado e resultado
abrangente) ou fluxos de caixa.
Materialidade – Continuação ...

A relevância da informação contábil, confunde-se muito com a ideia de


materialidade, na qual prevalece o valor significativo da informação
contábil para seus usuários, tendo em vista que sua omissão ou distorção
poderá influenciar sua tomada de decisão.

Entretanto relevância e materialidade não podem ser entendidas como


conceitos idênticos, pois algo pode ser material quanto ao valor,
isoladamente considerado, e irrelevante, embora tal condição seja rara.

Em contrapartida, um valor de certo atributo pode ser pequeno em si, mas


relevante quanto às tendências que possa apontar.

Tanto a materialidade quanto a relevância tem um alto teor de


subjetividade, pois caberá ao profissional contábil a perspicácia de
identificar quais elementos são materiais e relevantes para o usuário da
informação, o que nem sempre é possível.
Confiabilidade

Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

A informação fornecida nas demonstrações contábeis


deve ser confiável. A informação é confiável quando
está livre de desvio substancial e viés, e representa
adequadamente aquilo que tem a pretensão de
representar ou seria razoável de se esperar que
representasse. Demonstrações contábeis não estão
livres de viés (ou seja, não são neutras) se, por meio da
seleção ou apresentação da informação, elas são
destinadas a influenciar uma decisão ou julgamento para
alcançar um resultado ou desfecho pré-determinado.
Confiabilidade – Continuação ...

Confiabilidade ou Representação Fidedigna: as DC representam


um fenômeno econômico em palavras e números. Para ser útil, a
informação contábil-financeira não tem só que representar um
fenômeno relevante, mas tem também que representar com
fidedignidade o fenômeno que se propõe representar.
 Completa – Todas as descrições e explicações necessárias;
 Neutra - desprovido de viés na seleção ou na apresentação da
informação;
 Livre de Erro - não significa algo perfeitamente exato em todos os
aspectos.
Primazia da essência sobre a forma

Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

Transações e outros eventos e condições devem


ser contabilizados e apresentados de acordo com
sua essência e não meramente sob sua forma legal.
Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações
contábeis.
Primazia da essência sobre a forma – Continuação ...

Iudícibus, Martins e Gelbecke (2008) consideram que esta “talvez a


mudança mais relevante que estamos tendo no Brasil” porque as
normas são orientadas por princípios e “não por enorme conjunto
de regras detalhadas”. A Primazia da essência sobre a forma requer
um julgamento maior tanto dos preparadores das demonstrações
contábeis como dos auditores destas.

Para Iudicibus (2008) a essência econômica é uma das principais


raízes que nutrem e sustentam a árvore contábil. Quando os
contadores souberem entendê-la e bem aplicá-la se chegará ao ponto
mais alto da evolução contábil e se saberá dosar relevância com
objetividade ou com subjetivismo responsável.
Primazia da essência sobre a forma – Continuação ...
Este aspecto qualitativo tira o contador de sua zona de conforto ao
ser obrigado a conhecer o evento contábil, bem como as
circunstancias que o cercam, é a adoção do “subjetivismo
responsável”, termo cunhado pelo professor titular aposentado da
USP, atualmente professor titular no mestrado da PUC – SP, Sergio de
Iudícibus, autor e co-autor de uma vasta obra sobre contabilidade,
incluindo títulos de teoria da contabilidade, onde a estrutura e
fundamentação conceitual são amplamente discutidas.

Compreende-se que no atual estágio de desenvolvimento do mundo


dos negócios é necessário a contabilidade migrar do princípio da
objetividade para o subjetivismo responsável, porque vivemos uma
falsa noção de objetividade e “temos de ter capacidade de exercer um
subjetivismo responsável, aprendermos a lidar com valores...”
IUDÍCIBUS (1998).
Prudência
Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

As incertezas que inevitavelmente cercam muitos


eventos e circunstâncias são reconhecidas pela
divulgação de sua natureza e extensão e pelo
exercício da prudência na elaboração das
demonstrações contábeis. Prudência é a inclusão de
certo grau de precaução no exercício dos
julgamentos necessários às estimativas exigidas de
acordo com as condições de incerteza, no sentido de
que ativos ou receitas não sejam superestimados e
que passivos ou despesas não sejam subestimados.
Entretanto, o exercício da prudência não permite
subvalorizar deliberadamente ativos ou receitas, ou a
superavaliação deliberada de passivos ou despesas.
Ou seja, a prudência não permite viés.
Prudência – Continuação ...
A prudência é uma atitude inerente ao mensurador da informação
contábil em apresentar uma posição mais conservadora em relação às
avaliações patrimoniais, evitando assim antecipar resultados ou valores muito
otimistas, optando por evidenciar uma situação mais pessimista, para evitar
transtornos não previstos.

A Estrutura Conceitual preconiza que esse entendimento não deve ser


confundido nem desvirtuado com os efeitos da manipulação de resultados
contábeis, mas encarado à luz da vocação de resguardo, cuidado e
neutralidade que a Contabilidade precisa ter, principalmente perante os
excessos de entusiasmo e de valorizações por parte da administração e dos
proprietários da entidade.

A prudência é um aspecto subjetivo típico, pois atribui ao profissional à


opção de ser conservador ou não, estabelece-se a relação de subjetividade
com a informação contábil.
Integralidade

Segundo a NBC TG 1000 do CFC:


Para ser confiável, a informação constante das
demonstrações contábeis deve ser completa, dentro
dos limites da materialidade e custo. Uma omissão
pode tornar a informação falsa ou torná-la enganosa
e, portanto, não confiável e deficiente em termos de
sua relevância.
Integralidade – Continuação ...

A integridade da informação contábil assegura a evidenciação


completa dos elementos relevantes e significativos sobre o que se
pretende divulgar, respeitando-se a necessidade de tais elementos
serem reconhecidos na sua totalidade , isto é, sem qualquer falta ou
excesso.

No caso da integridade, uma característica considerada tão objetiva,


a subjetividade está no fato de o profissional evidenciar, sem
excessos ou faltas, a totalidade da informação, o que nem sempre
tem limites definidos.
Comparabilidade
Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

Os usuários devem ser capazes de comparar as demonstrações


contábeis da entidade ao longo do tempo, a fim de identificar
tendências em sua posição patrimonial e financeira e no seu
desempenho. Os usuários devem, também, ser capazes de
comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades
para avaliar suas posições patrimoniais e financeiras,
desempenhos e fluxos de caixa relativos. Assim, a mensuração e
a apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes
e outros eventos e condições devem ser feitas de modo
consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos, e
também por entidades diferentes. Adicionalmente, os usuários
devem ser informados das políticas contábeis empregadas na
elaboração das demonstrações contábeis, e de quaisquer
mudanças nessas políticas e dos efeitos dessas mudanças.
Comparabilidade – Continuação ...

A informação acerca da entidade que reporta informação será


mais útil caso possa ser comparada com informação similar
sobre outras entidades e com informação similar sobre a
mesma entidade para outros períodos ou para outra data.
A consistência é um meio para se chegar à comparabilidade.
Comparabilidade – Continuação ...

A comparabilidade é a qualidade da informação contábil


que assegura aos usuários condições de identificar
semelhanças e diferenças de sua evolução ao longo do
tempo, em uma ou entre diversas entidades.

No caso da comparabilidade, caberá ao profissional


estabelecer parâmetros para a evidenciação da informação
contábil, de tal forma que possa assegurar estas
características.
Tempestividade

Segundo a NBC TG 1000 do CFC:


Para ser relevante, a informação contábil deve ser capaz de
influenciar as decisões econômicas dos usuários.
Tempestividade envolve oferecer a informação dentro do
tempo de execução da decisão. Se houver atraso injustificado
na divulgação da informação, ela pode perder sua relevância.
A administração precisa ponderar da necessidade da
elaboração dos relatórios em época oportuna, com a
necessidade de oferecer informações confiáveis. Ao atingir-
se um equilíbrio entre relevância e confiabilidade, a principal
consideração será como melhor satisfazer as necessidades
dos usuários ao tomar decisões econômicas.
Tempestividade – Continuação ...

Significa ter informação


disponível para tomadores de
decisão a tempo de poder
influenciá-los em suas decisões.
Em geral, a informação mais
antiga é a que tem menos
utilidade.
Tempestividade – Continuação ...

Para a tempestividade da informação contábil, ela deve estar


disponível antes de perder sua capacidade de influenciar a
decisão, ou seja, no momento certo.

No que tange sua relação com a relevância, a


tempestividade da informação contábil não a garante, mas não é
possível haver relevância sem oportunidade.

A oportunidade da informação contábil também está cercada


de subjetividade, pois o profissional da Contabilidade deverá ter
a sagacidade de evidenciar esta informação antes da perda de
capacidade de influência na tomada de decisão, procurando,
neste caso, definir qual o momento mais apropriado.
Equilíbrio entre custo e benefício

Segundo a NBC TG 1000 do CFC:

2.13 Os benefícios derivados da informação devem


exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos
custos e benefícios é, em essência, um processo de
julgamento. Além disso, os custos não recaem
necessariamente sobre aqueles usuários que
usufruem dos benefícios e, frequentemente, os
benefícios da informação são usufruídos por vasta
gama de usuários externos.
Equilíbrio entre custo e benefício – Continuação ...

2.14 A informação derivada das demonstrações contábeis


auxilia fornecedores de capital a tomar melhores decisões,
o que resulta no funcionamento mais eficiente dos
mercados de capital e no menor custo de capital para a
economia como um todo. Entidades, individualmente,
também usufruem dos benefícios, incluindo melhor acesso
aos mercados de capital, efeitos favoráveis nas relações
públicas e, talvez, custos menores de capital. Os
benefícios também podem incluir melhoria no processo de
tomada de decisões da administração, porque a
informação financeira utilizada internamente é
frequentemente baseada, ao menos em parte, em
informações elaboradas para os propósitos de apresentar
demonstrações contábeis para fins gerais.
Equilíbrio entre custo e benefício – Continuação ...

Custos incorridos na
produção da informação

<
Benefícios
Proporcionados
Relevância x Representação Fidedigna

Para que a informação contábil tenha UTILIDADE


tem de haver um balanceamento entre as duas
característica fundamentais.

Nem a representação fidedigna de um fenômeno


irrelevante, tampouco a representação não fidedigna
de um fenômeno relevante auxiliam os usuários a
tomarem boas decisões.
NÃO ESQUECER

Compreensibilidade Confiabilidade

Essência sobre
Relevância
a Forma
Características
Materialidade Qualitativas da Prudência
Informação
Contábil
Integralidade Comparabilidade

Equilíbrio entre
Tempestividade
Custo e benefício
NÃO ESQUECER

Capítulo 3 do livro:

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da; MARION, José Carlos.


Manual de contabilidade para pequenas e médias empresas.
São Paulo: Atlas, 2013. 208 p.

Material na copiadora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Resolução CFC nº. 1.418/12:NBC ITG 1000 -
Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, 2012. 13 p. Disponível em:
<http:// http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2012/001418>. Acesso em: 21
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____. Resolução CFC nº. 1.329/11: Altera a sigla e a numeração de normas, interpretações e
comunicados técnicos. Brasília, 2011. 3 p. Disponível em: <http://
www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001329>. Acesso em: 21 jul. 2015.
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2011. 4 p. Disponível em: <http://
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001328>. Acesso em: 21 jul.
2015.

____. Resolução CFC nº. 1.255/09: NBC TG 1000 Contabilidade para Pequenas e Medias
Empresas. Brasília, 2009. 190 p. Disponível em:
<http://http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001255>. Acesso em: 21
jul. 2015.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO PARANÁ. Práticas contábeis aplicadas: às


PME, ME, EPP e entidades sem fins lucrativos, Curitiba, 2013. 190 p. Disponível em:
<http://http://
http://www.crcpr.org.br/new/content/download/2014_02_05_praticas_contabeis_pme.pdf>.
Acesso em: 21 jul. 2015.
ATKINSON, Anthony A . et al. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
COELHO NETO, Pedro (coord.). Manual de procedimentos contábeis para micro e pequenas
empresas. Brasília: CFC: SEBRAE, 2002.
COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL (CGSN). Resolução Comitê Gestor do Simples
Nacional nº 94/2011: Dispõe sobre o Simples Nacional e dá outras providências. Brasilia (DF),
2011. 48 p. Disponível em: <
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=36833>.
Acesso em: 21 jul. 2015.
FIPECAFI. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com
as normas internacionais e do CPC. 1. ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA Edivan Morais da. Manual de contabilidade simplificada para micro e pequenas
empresas. 3ª ed. - São Paulo: IOB, 2010. 208 p.
Eu ouço e eu esqueço.
Eu vejo e eu lembro.
Eu faço e eu aprendo.

Provérbio Chinês
VAMOS FIXAR A
APRENDIZAGEM?

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