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evangelho-emfoco.blogspot.com/2019/01/a-teologia-do-coaching-substituta-da.html
A Cultura do Coaching
Sou formado em administração. Cursei quatro anos de faculdade e fiz outros cursos na
área. Na época o coaching não era tão conhecido como hoje. Sempre valorizei cursos com
conteúdos práticos como finanças, marketing e recursos humanos. Nunca fomos
ensinados que precisaríamos de pessoas nos acompanhando para ensinar, direcionar,
motivar e cobrar. Nós mesmos faríamos isso. Então a cultura do coaching chegou. Vá a
uma seção de administração e negócios de uma livraria hoje e você perceberá o que estou
dizendo. Nunca me dei bem com ela para ser sincero. E quero explicar a razão usando
duas citações do Instituto Brasileiro de Coaching. Primeiro, o que é o coaching?
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infinito para que este conquiste tudo o que deseja”²
Antes de continuar deixe-me dizer algo para que fique claro. Acredito na liberdade de
trabalho honesto. Se você gosta ou trabalha honestamente com isso, ok, é a sua escolha.
Por mais que eu tenha críticas a essa prática, aqui entrarei na relação do coaching com a
igreja. Usarei essas duas respostas dadas para analisar biblicamente o que chamo de TC.
Minha argumentação será essa: Igreja e evangelho não combinam com o coaching e não
devem se misturar jamais. Quando isso acontece temos uma nova TP com uma roupagem
mais humanista e existencialista.
Junto com o coaching cresceu o chamado empreendedorismo de palco (EP). São aqueles
profissionais que trabalham com palestras motivacionais e grandes palestras de coaching.
Esse mercado tem crescido assustadoramente e também tenho sérias dificuldades com
ele. Aqui se aplica a mesma observação que fiz aos profissionais de coaching. Mesmo
assim indico um ótimo texto escrito por Ícaro de Carvalho chamado Por que o
empreendedorismo de palco irá destruir você. O autor começa com uma afirmação que
capta bem o ponto onde quero chegar:
— O Coaching na Igreja
Esse discurso tem atraído jovens, empresários, profissionais liberais, e todo o tipo de
gente, principalmente na classe média. E aqui está a transição entre as duas abordagens.
A TP faz uma barganha com Deus crendo que Ele efetuará milagres para benefício material
e espiritual do homem. A TC eliminou a barganha ao deixar Deus de longe, mas passou a
ter no próprio homem a força “milagrosa” para seu benefício material e espiritual. Na TP
ainda há uma certa dependência de Deus e seu agir sobrenatural, enquanto na TC o
homem declarou sua independência. O relacionamento de barganha foi substituído para o
relacionamento de platéia. O Deus da TC está assistindo e torcendo pelos grandes
empreendedores no palco da fé. Talvez você ache ruim o uso do palavra coaching, mas
pelo que você entenda a expressão completa “teologia do coaching” que estou usando
para definir esse tipo de abordagem..
Essa é uma teologia mais sutil, que parece mais humilde, mas na verdade transborda
soberba ainda mais do que a tenebrosa TP. Seu ambiente menos escandaloso e mais
conformado a cultura secular permite que esse tipo de abordagem lote igrejas e obtenha
grande aceitação. Geralmente se fala o que as pessoas querem ouvir e pecados são
tratados como pedra e obstáculos no caminho que devem ser superados. A pregação fica
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até mais dinâmica, com uso de mídias, frases de efeito e motivação mútua. Tudo isso
associado com o desejo material dos nossos dias só contribuem para que a TC ganhe
terreno. Logo logo nós teremos grandes problemas com ela e talvez ela chegue ao mesmo
patamar da TP. Que Deus nos livre e proteja disso!
Não quero tornar esse texto num texto longo demais. Portanto, encerrarei apenas com três
passagens bíblicas (quem sabe um artigo completo poderá sair em breve sobre o tema).
Compare com as ideias da TC e veja como a Bíblia é contrária a isso. Jeremias profetizou
para um povo orgulho e que confiava em suas próprias forças e em sua “tradição
espiritual”. Contra isso Deus falou por meio do profeta:
“Assim diz o Senhor: “Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força
nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e
conhecer-me, pois eu sou o Senhor, e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a
terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara o Senhor” (Jeremias 9:23,24)
Num momento mais a frente ele resume bem sua mensagem ao povo:
“Assim diz o Senhor: Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade
mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor… Mas bendito é o homem cuja
confiança está no Senhor, cuja confiança nele está” (Jeremias 17:5-7)
Encerro com a passagem de Tiago, um verdadeiro balde de água fria na teologia do
coaching:
“Ouçam agora, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade,
passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro”. Vocês nem sabem o
que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por
um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: “Se o Senhor
quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. Agora, porém, vocês se vangloriam das suas
pretensões. Toda vanglória como essa é maligna.” (Tiago 4:13-16)
TP e TC, ambas são maléficas e distantes do cristianismo bíblico que leva o homem a
negar a si mesmo, humilhar-se diante de Deus e depender dele em tudo. Ter sucesso
profissional e conquistar riquezas não é pecado em si, mas isso não pode ser um dos
pontos centrais de nossa espiritualidade cristã. Cuidado para não substituir a teologia da
prosperidade pela teologia do coaching, em ambas o deus que adoram é o mesmo: o
homem.
Evangelho em Foco
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