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Pá gina
1. MOTIVOS PARA O TERRORISMO NO FUNDAMENTALISMO
ISLÂMICO
Answering Islam
Mas, por outro lado, toma-se dificílimo ver o islamismo com bons olhos. Isto porque a
responsabilidade de aproximadamente 50% dos atentados terroristas em todos os
cinco continentes do mundo, com milhares de vítimas, é de grupos islâmicos
fundamentalistas, que reivindicam a autoria dos crimes. E contam com o apoio dos
governos dos Estados islâmicos, como Argélia, Iraque, Irã, Arábia Saudita,
Afeganistão, Indonésia, Líbia e Mauritânia, entre outros.
E mais. Os atos terroristas que apavoram o mundo é visto pela grande maioria da
população dos países islâmicos não como uma ação criminosa hedionda, mas como
uma defesa, um ato altruísta, e os suicidas envolvidos nestas ações passam a ser
mártires, jamais assassinos. Quando se viu nos noticiários o julgamento e a
condenação desses radicais e seguidores. Ou, quando se viu uma campanha oficial
desses países para conter os movimentos radicais?
É preciso conhecer a história do islamismo e a sua doutrina para que estas perguntas
sejam respondidas apropriadamente. Ainda que apenas algumas delas, pois jamais
haverá respostas para todas. Cremos, no entanto, que, com algumas 'evidências'
encontradas na história de Maomé (Mohammad) e no próprio Alcorão, um feixe de luz
é lançado nestas questões.
Durante o período em que Maomé falou acerca da sua nova religião, considerando-se
um profeta, ele foi duramente perseguido e odiado por muitos de Meca (cidade onde
nasceu em 25 de abril de 571 da era cristã), pois a sua mensagem era oposta às
religiões politeístas do povo daquela região e época.
Houve uma grande perseguição contra o 'profeta’ inclusive um grupo tentou tirar-lhe
a vida, mas ele mais uma vez conseguiu escapar2. Após dura perseguição em Meca,
alguns dos seus seguidores foram enviados para refúgio na Etiópia. Outros seguiram
para uma cidade mais ao norte, Yathiib, onde as pessoas de duas tribos árabes
queriam que Maomé fosse também o profeta deles.
Durante o período em que Maomé viveu em Meca, antes da fuga para Medina, ele não
recebeu nenhuma mensagem de ‘Allah’ permitindo a guerra. E, apesar do risco de
vida e da vigilância constante dos primeiros muçulmanos para guardá-lo, inclusive
sob vigilância armada, a ordem de Deus em Meca foi para que ele fosse paciente e
não usasse de violência para com os seus opositores.
Mas logo após, segundo os muçulmanos, a guerra foi sancionada por ‘Allah’ em
MNedina, havendo debate entre os próprios muçulmanos sobre qual capítulo do
Alcorão realmente retratava esta primeira ordem divina para o uso da forca3.
Algo curioso que pode ser percebido claramente nos relatos da vida de Maomé, e que
demonstra que ele era um estrategista, é que, apesar da violência constante dos
habitantes de Meca contra ele e seus seguidores por um período de aproximadamente
13 anos, não vemos nenhuma ação de Maomé contra seus inimigos, a não ser
quando chegou em Medina, onde possuía mais seguidores dispostos a segui-lo na
guerra. E foi justamente isso que fizeram, por volta do ano 630 AD. Ele retorna a
Meca e, numa luta armada, toma a forca a cidade do poder Coreishe.
Abu Afak, pela sua atitude crítica, teve um fim trágico, sendo assassinado por Salim
lbn Umayr, um dos seguidores de Maomé, enquanto dormia, e isso com o
consentimento do próprio profeta.5
Outros casos como a morte de Abu Afak e de uma mulher chamada Asma D. Marwan,
assassinada por Umayr Adiy AI-Khatrrú, entre outros, estão registrados por Abdullah
lbn Abbas em seu livro "The Hadith of ABU Dawud Book 38, nº 4348".
Histórias ainda mais terríveis continuam sendo escritas por radicais muçulmanos de
grupos como o Al Quaed, de Osama bin Laden, oabu Nidhal (grupo extremista
palestino fundado em 1974 por Sabri AI Banna Ramas), o Hezbollah (movimento
radical libanês que emergiu nos anos oitenta e cuja açao se baseia na doutrina do
Aiatolá Khomeini, visando destruir a influência ocidental no mundo islâmico) e o Jihad
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Qual foi a atitude de Jesus Cristo diante de seus inimigos? "Como uma ovelha muda,
foi conduzido diante dos seus agressores” (Is 53.7). Como o Senhor reagiu a atitude
de Pedro quando este agrediu Malco, servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha
com um golpe de espada (Lc 22.50)?
“Combatei-os até sufocar a intriga e fazer com que o culto seja totalmente a Deus...”
(Surata 8:39)
“Mas quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai-os idolatras onde quer
que os acheis; capturai-os, acossai-os, espreitai-os; porem, caos se arrependam,
observem a oração e paguem o tributo, deixai-os em paz. Sabei que Deus eh
indulgente, misericordiosíssimo” (Surata 9:5 – grifo nosso).
“O crentes, em verdade os idolatras são imundos. Que depois deste ano não se
aproximem da Sagrada Mesquita!... (Surata 9:28).
“Combatei aqueles que não crêem em Deus e no Dia do Juízo Final, nem se abstém
do que Deus e Seu Apostolo proibiram, não professam a verdadeira religião daqueles
que receberam o livro, até que eles, submissos, paguem o tributo” (Surata 9:29).
“O crentes, que vos sucedeu quando foi-vos dito para partirdes ao combate pela
causa de eus e vos ficastes apegados a terra?... Se não marchardes para o combate,
Ele vos castigará severamente...” (Surata 9:38,39).
O que dizer de textos como esses? Qual a interpretação pacifista que poderia ser
aplicada a sentenças tão severas e explícitas como essas? É certo que a grande
massa popular muçulmana leva ao pé da letra essas ordenanças corânicas, e o
resultado é tudo isso que estamos vendo.
Maomé ensinou aos seus seguidores que judeus e cristãos deveriam pagar a ‘Jizya’
(uma taxa imposta para que todos os não-muçulmanos pudessem viver segurança' do
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Islã). Todos eles deveriam se converter à mensagem proclamada por Maomé, caso
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contrário seriam mortos. Era necessário que pagassem uma quantia estipulada para
que pudessem ter seus 'direitos' mantidos pelo profeta e por seus seguidores, que, se
encontravam em uma situação favorável e ideal para impor o que desejassem aos
'infiéis' e 'idólatras'.
Devemos entender um pouco o contexto no qual esta revelação fora dada a Maomé.
Na ocasião, o 'profeta' havia entrado em acordo com várias tribos árabes, e algumas
delas abraçaram sua mensagem, outras, no entanto, simplesmente não a aprovaram.
Então, mais uma vez, as coisas mudaram, daí a permissão de 'Alláh' para a
perseguição contra os idolatras árabes. Ate então, muitos desses árabes possuíam
um relacionamento amigável com os muçulmanos, apesar de não acatarem a
mensagem pregada por eles. Mas, devido ao fato de o relacionamento entre os
árabes e os muçulmanos não ter redundado em submissão total daqueles a
mensagem desses, o acordo fora quebrado e, mais uma vez, vimos, de forma clara, o
alto preço pago pela insubmissão e incredulidade: a morte.7
“...Os incrédulos, enquanto podem, não cessarão de vos combater, ate vos fazerem
renegar vossa religião; porem, aqueles dentre vos que renegarem a sua fé e
morrerem incrédulos desmerecerão suas obras neste mundo e no outro, e serão
condenados ao fogo infernal, onde permanecerão eternamente.
“Aqueles que creram, migraram e combateram pela causa de Deus poderão esperar
d’Dele a misericórdia, porque eh Indulgente, Misericordiosissimo (Surata 2:217,218).
Embora não vejamos nesse texto do Alcorão nenhuma ordem para assassinar
qualquer pessoa que abandone a mensagem do islã, ele, no entanto, nos mostra algo
de suma importância para a compreensão da questão relacionada a apostasia entre
os muçulmanos. Vemos, de forma clara, que o ‘profeta’ incentiva os fieis a
permanecerem no Islã, pois renegá-lo seria equivalente a condenação no inferno,
onde ficariam para sempre!
Em relação à mulher, caso ela venha cometer o mesmo erro, a opinião de alguns .
jurisprudentes é de que ela também seja punida com a morte', e se baseiam na
generalidade da tradição anterior, cujo significado abrange homens e mulheres.
Todavia, o Imame Abu Hanifa não concorda com essa sentença. Ele diz: "A mulher
apóstata não dever ser punida com a morte, mas deve ser aprisionada até que se
convença de seu erro, ou até que pereça naturalmente...” Contudo, deduzimos que a
opinião geral da jurisprudência islâmica aprova a execução do muçulmano apóstata,
seja homem ou mulher8.
Esta é a face mais cruel e desumana de uma religião: vetar aos seus membros o
direito de renegá-la, sob pena de morte. Trazer uma mensagem de paz e tolerância
aos povos, impondo-lhes a sua opinião e fazendo que sua vida tenha pouco valor não
tem muito significado ou razão de ser.
Tudo isso nos faz pensar sobre a atitude do próprio Jesus Cristo (que é citado no
Alcorão) ao ser traído por um dos discípulos após uma convivência de
aproximadamente três anos. Qual foi exatamente a sua resposta ao ato de Judas
Iscariotes? Ele mandou que os outros discípulos o matassem por apostasia? Ou
simplesmente ofereceu-lhe o perdão, chamando-o de amigo (Mt 26.49-50)?
Como falamos no inicio, cerca de 50% dos atentados terroristas ocorridos em todo o
mundo tem sua origem nos grupos explicitamente islâmicos, o que certamente tem
muito a ver com a própria cronologia dessa religião e suas conquistas a base da
espada, inspiradas em seu fundador. Os muçulmanos, inclusive, dizem que a
referencia do Salmo 45.2-5 eh uma citação ao’profeta’ Mohammad, que afirmam ser
o ‘Profeta da Espada’.
Vimos na revista Veja, edição de 08/08/2001, o relato dos crimes cometidos pelo
iraniano Saeed Haanayi: assassinou, a sangue frio, cerca de dezesseis prostitutas.
Apesar da barbárie cometida por esse fanático, ele tem sido considerado um herói
pela próprias autoridades da cidade em que os crimes foram realizados. Na referida
revista, Saeed aparece segurando uma arma na mão e o Alcorão na outra.
Estes não são fatos isolados dentro dos países de governos muçulmanos. A igreja
cristã está sendo ferozmente perseguida, na sua maior parte, em nações islâmicas,
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como podemos constatar na lista editada pela Missão Portas Abertas (ver pp. 24 e
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25).
Os muçulmanos não aceitam, de nenhuma forma, uma convivência pacífica com
outros grupos que professam fé diferente da deles, e seguem realizando sua Jihad.
Isto é, sem dúvida, fruto da visão de expansão da fé muçulmana ensinada, desde os
primórdios do islamismo, pelo 'profeta' Maomé.
"Graças a Deus, senhor do universo e que a paz esteja com o profeta Mohammad e
seus familiares e companheiros. A pessoa que se concentra sobre o mundo
muçulmano de hoje fica chocado e deprimido... Uma parte dos filhos dos macacos e
dos porcos mata nossos irmãos na palestina nas mesquitas! Agridem a imunidade
sagrada da mesquita de Al Aksaa em Jerusalém! Não distinguem entre crianças,
mulheres ou velhos.
“Para responder a esta pergunta é imprescindível ler a historia, voltar para as nossas
origens, e retirar lições e exercícios de civilidade e amor a verdade.
“Pois a nação Mujahidah, que luta pela causa de Deus não conhece o cansaço, mas se
apaixona pelo martírio e defende sua terra e seus locais sagrados.
“A nação islâmica de hoje gosta da vida mundana e odeia a mote... Esta é a doença...
Meus irmãos muçulmanos, o que podemos esperar da opinião publica internacional?
“Mas o mundo se movimenta quando morre um judeu agressor, que deixou o seu pais
na Europa ou América do Sul e foi ocupar terras alheias, a terra palestina...
“O mundo não vai se movimentar para nos apoiar, se nos não apoiarmos uns aos
outros.
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Os judeus são chamados de 'filhos dos macacos e dos porcos', os muçulmanos devem
'amar a morte' e serem 'apaixonados pelo martírio'. São induzidos a alcançar seus
direitos através de todos os meios disponíveis. E interpretam o Jihad como uma luta,
e não como um 'esforço', como constantemente é pregado pelos professores e
intelectuais para suavizar os ouvintes e não causar impactos negativos. O objetivo é
alcançar mais seguidores para o islamismo.
A recompensa o terrorismo
O que esta por trás do fanático heroísmo demonstrado por verdadeiros batalhões de
homens e crianças que se preparam para morrer pela crença islâmica? Que ‘galardão’
lhes esta proposto a ponto de fazerem do próprio corpo um veiculo para a catástrofe
de pessoas inocentes?
Existe um contraste entre esta vida e a vida futura, nos jardins de Alá. Enquanto a
abstinência social, sexual e material é enfatizada do lado de cá, o oposto é oferecido
para os que partem - especial e principalmente para os mártires! Diferente dos
demais muçulmanos, que aguardam em um estágio intermediário, o mártir tem
passaporte garantido, sem fila de espera! Não ficarão aguardando, em alguma
câmara intermediária. Aquilo que se caracterizaria uma vida de luxúria neste mundo
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O ideal cristão é que nos amemos uns aos outros, assim como o Mestre e Senhor
Jesus nos amou, doando a sua vida pelo próximo (Jo 13.34), e não tirando a vida de
inocentes, usando qualquer meio de violência (Mt 26.52). Esse amor somente é
possível porque Deus, o verdadeiro Deus, é amor (lJo 4.8). E o amor de Deus foi de
uma grandeza infinita que Ele trouxe seu Filho unigênito ao mundo (Jo 3.16). Esse
amor também nos capacita, por meio de Cristo Jesus, que nos da a liberdade de
chamar Deus de Pai (Mt 6.9; Rm 8.15). O evangelho produz fruto e não radicalismo e
racismo. Produz o verdadeiro fruto pelo Espírito Santo (GI 5.22,23). O verdadeiro
Deus não está distante de seu povo, mas habita com o homem (Ef 2.22; Ap 21.3).
Jesus, o Messias, e aquele que cura os doentes e ressuscita os mortos (ver Surata
3:45 e 5:1 1 0) ama profundamente os muçulmanos. E neste momento em que o
mundo nutre ódio por eles o Senhor lhes dirige um olhar de ternura, convidando-os
para seus braços: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei" (Mt 11.28). Quando foi que Maomé proferiu palavras como estas, ditas por
Jesus? Assim, jamais ele (Maomé) pode ser maior que Jesus, o Filho amado de Deus.
Satanás tem erguido muitas muralhas para impedir que os muçulmanos abram o
coração para o evangelho de Cristo. Barreiras políticas e nacionais foram criadas
entre os cristãos e os muçulmanos através da história. Além disso, as Cruzadas
Católicas dos séculos 11 e 13 formaram feridas profundas de amargura nos árabes e
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Oremos para que a Igreja tenha força, coragem, determinação, ousadia e proteção
para os crentes.
Oremos por uma revelação divina aos líderes-chave dos muçulmanos para que eles
vejam Jesus como Ele realmente é.
Logo virá o Príncipe da Paz, Jesus Cristo nosso Senhor. Então, o mundo será
governado num reino tranqüilo: "Justiça e juízo são a base do seu trono; benignidade
e verdade vão adiante de ti" (Si 89.14). E "Nós, porém, segundo a sua promessa,
aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça'(2
Pe3.13).OREMOS PELOS MUÇULMANOS!
Maranata!
Notas:
1 Jihad é o termo árabe que pode ser traduzido por esforço pela causa santa do Islã,
inclusive a luta armada, se preciso for.
Mohwmad, o mensageiro de Deus. Certo de divulgação do Islã para América Latina,
pp.150,151
2 lbidem, pp. 172,173
3 The life of Mohammad, p.675
4 Book Of The Major, Classes (Vol.ll)- p.32
5 Alcorão Sagrado, versão portuguesa diretamente do árabe por Samir El Hayek,
diretor, do Centro lslâmico do Brasil e coordenador dos assuntos lslamicos da América
Latina, Tangará-Expansão Editorial S. A, 2a. edição 1977
6 The life of Mahammad, p.673
7 Os direitos humanos no Islã. Centro de divulgação do Islã para a América Latina,
pp.25 e 26 10
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2. QUEM É ALÁ
Qual seria nossa reação ao ouvir um muçulmano afirmar que o Alá do Alcorão é o
Deus da Bíblia? Apesar do pouco conhecimento que muitos possuem acerca do
islamismo, não é difícil identificar as imensas diferenças que esta religião possui em
relação ao cristianismo. Apesar deste abismo doutrinário que nos separa, esta é a
crença islâmica: o Alá do Alcorão é o Deus da Bíblia! Nosso propósito, ao longo desta
matéria, é demonstrar que isso é impossível, uma vez que o islamismo se opõe ao
entendimento cristão de que há um único triúno Deus. Ressaltamos que não temos a
intenção de denegrir o islamismo, mas somente expor seu entendimento sobre Deus.
Ratificamos a necessidade desta abordagem em Defesa da Fé pelos seguintes fatores:
Se faz necessário uma breve definição do que queremos dizer por Deus, como uma
unidade absoluta no islamismo e como uma unidade composta no cristianismo. Sem
isto, o entendimento do texto, para quem não está familiarizado com a doutrina da
Trindade, ficará difícil. Por ora, basta afirmar que, segundo autores islâmicos e o
Alcorão, Deus, no islamismo, é uma unidade absoluta, ou seja, há um único ser
divino, em uma única essência divina. Por outro lado, Deus, no cristianismo, é uma
unidade composta, ou seja, há só um Deus, mas três pessoas distintas, Pai, Filho e
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Espírito Santo, em uma única essência divina. Neste caso, as Pessoas são
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Se o Alá do Alcorão é o mesmo da Bíblia, ficamos, então, com o dilema de como pode
um Deus triúno (unidade composta) ser o mesmo Deus que não é triúno (unidade
absoluta). Os muçulmanos resolvem este problema negando a autenticidade da Bíblia
e se apoiando nas instruções do Alcorão.
Como podemos ver, não é incomum os muçulmanos pensarem que a Bíblia testifica
do mesmo Deus que o Alcorão, pois este conceito fica claro nesse verso, por meio da
expressão: Nosso Deus e o vosso são Um e a Ele nos submetemos.
Além disso, crêem que os personagens bíblicos Abraão, Ismael, Isaque, Jacó, Moisés,
Jesus, entre outros, eram muçulmanos (Sura 2:136).
Ahmed Deedat, outra autoridade islâmica, também tenta provar que o Alcorão está
certo quanto ao seu Alá ser o mesmo Deus da Bíblia. Faz isso citando uma nota de
rodapé da Bíblia The New Scofield Reference Bible. Publicou a primeira página da The
New Scofield Reference Bible, na qual se encontra a nota de rodapé nº 1, que diz:
“Eloim (às vezes El ou Elah), na forma inglesa Deus (God), o primeiro dos três nomes
primários da divindade, é um substantivo uniplural formado por El =forte e Alah =
jurar, se obrigar por voto, implicando em fidelidade. Esta unipluralidade implícita no
nome é diretamente afirmada em Gênesis 1.26 (pluralidade), e no verso 27
(unidade). Veja também Gênesis 3.22. Assim, a Trindade é latente em Eloim”.7
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Deedat usa essa nota de rodapé como um argumento para sustentar o que se
encontra em diversos textos do Alcorão (Suras 2:136, 138-140; 4:150-152; 29:46),
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ou seja, cristãos e muçulmanos adoram o mesmo Deus. Faz isso porque a palavra
Alah foi mencionada na nota. Reconhecemos que a nota da Bíblia The New Scofield
Reference Bible faz bem ao mencionar a palavra Alah, pois Elohim é o plural de Eloah,
do verbo alá em hebraico, que significa ser adorado, ser excelente, temido e
reverenciado. No entanto, destacamos que se Eloim, plural de Eloah, que vem do
verbo alá, é uma evidência de que cristãos e muçulmanos servem ao mesmo Deus,
segundo Deedat, então o Deus alcorânico deveria ser uma unidade composta, como
indica a palavra Eloim, plural de Eloah, e como explicou Scofield em sua nota de
rodapé: “El =forte e Alah = jurar, se obrigar por voto, implicando em fidelidade. Esta
unipluralidade implícita no nome é diretamente afirmada em Gênesis 1.26
(pluralidade), e no verso 27 (unidade). Veja também Gênesis 3.22. Assim, a Trindade
é latente em Eloim.” Contudo, ele usa de seletividade para com a citação e ignora o
fato de que a nota claramente ensina que o Deus verdadeiro é uma unidade
composta, o que, por sinal, é bem antiislâmico.
Shirk é atribuir associado ou parceiro a Alá, ou seja, considerar algo ou alguém que
não tem natureza divina como Deus e adorá-lo como tal. Este é o único pecado no
islamismo que não tem perdão: “o homem se tornou culpado de shirk, adorador de
ídolos”.8 Em outras palavras, adoração a ídolos (politeísmo) é shirk, pois é o mesmo
que associar ou atribuir um parceiro a Alá, considerando-o Deus, quando esse não o
é.
No Alcorão está claro que shirk é imperdoável, conforme vemos autenticado: “Deus
jamais perdoará a quem lhe atribuir parceiros (associados); porém, fora disso, perdoa
a quem lhe apraz. Quem atribuir parceiros a Deus comete um pecado ignominioso”
(Sura 4:48; grifo do autor). Tal como este, outros textos participam da mesma
concepção (Sura 4:116; 5:172).
Gilchrist explica que a raiz da palavra parceiro é a mesma da palavra shirk, a saber
yushraku.9 Segundo ele, os cristãos cometem shirk numa perspectiva islâmica, pois o
Alcorão condena o entendimento cristão de que Jesus é o Filho de Deus (Sura 10:68).
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que Jesus é eterno e nunca foi associado a Alá. Deus é triúno de eternidade a
eternidade.
Os árabes pré-islâmicos criam que Alá tinha filhos e filhas. Estes eram deuses e
deusas, ou gênios e gênias, que descendiam de Alá. Como seus descendentes
possuíam natureza divina, por isso eram adorados como divindades por eles.
Contudo, numa perspectiva islâmica, isto era o mesmo que associar ou atribuir
parceiros a Alá. Temos suficiente informação no Alcorão sobre os árabes pré-islâmicos
nesses termos, ou seja, eram idólatras e cometiam shirk.
O entendimento islâmico presume que Deus não tem nenhum Filho, porque Alá não
faz sexo. Veja o Sura 6:100-102: “Mesmo assim atribuem como parceiros a Deus, os
gênios, embora fosse Ele quem os criasse; e, nesciamente, inventarem-lhe filhos e
filhas [...] Originador dos céus e da terra! Como poderia ter prole, quando nunca teve
uma esposa, e foi Ele quem criou tudo o que existe, e é Onisciente? Tal é o vosso
Deus, vosso Senhor! Não há mais divindade além dele, Criador de tudo! Adorai-o,
pois, porque é o guardião de todas as coisas” (grifo do autor).
Na prática, segundo esse texto, os seres (gênios) seriam deuses parceiros de Alá, aos
quais os pré-islamicos atribuíram como parceiros a Deus, por serem seus
descendentes e, por isso, foram condenados por Maomé como idólatras.
Como, então, o entendimento pré-islâmico pensava em Deus como alguém que tinha
filhos e filhas conforme Maomé anunciava o monoteísmo, esses islâmicos achavam
que ele (Maomé) tivesse sugerindo que todos os deuses formassem um só, como se
fosse possível somá-los em um (Sura 38:5). Contudo, Maomé anunciava-lhes que
havia somente um Deus e, neste sentido, o islamismo é semelhante ao cristianismo,
pois prega a existência de um único Deus e condena a idolatria, mas, apesar dessa
semelhança, Maomé ensinou que Deus não é triúno e, por isso, existe uma grande
tensão entre o islamismo e o cristianismo. Munidos desse contexto, passemos agora a
considerar alguns fatores que evidenciam que o Alá do Alcorão não é o Deus da
Bíblia.
Começamos pelo Sura 112: “Dize: Ele é Deus, o Único. Deus! O Absoluto! Jamais
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gerou ou foi gerado! E ninguém é comparável a Ele!”. Hayek diz o seguinte sobre esta
passagem alcorânica: “A natureza de Deus é nos aqui, indicada em poucas palavras,
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de maneira que possamos entender [...] Ele é Uno e Único, o Uno e Único, a quem
devemos adorar; todas as outras coisas ou entidades em que ou em quem pudermos
pensar são as suas criaturas, de maneira nenhuma comparáveis a Ele [...] Ainda
mais, não devemos pensar que Ele teve um filho ou um pai, porquanto isso seria
querer imputar-lhe qualidades materiais, ao formarmos um juízo dele”.10
Ainda nesse contexto, o Sura 19:35 diz o seguinte: “É inadmissível que Deus tenha
tido um filho. Glorificado seja! Quando decide uma coisa, basta-lhe dizer: Seja!, e é”.
Hayek, ao comentar este verso, mais uma vez explica que Deus não pode ter um
filho, porque não faz sexo: “Gerar um filho é um ato fisiológico que depende das
necessidades da natureza animal do homem. Deus, o Altíssimo, é independente de
todas as necessidades, e é derrogatório atribuir-lhe tal ato”.11
Como podemos ver, as duas argumentações só provam que há mais de um uso para
a expressão filho de Deus na Bíblia sem considerarem as passagens que definem
Jesus como Filho de forma especial e única, nas quais Jesus é revelado como tendo a
mesma natureza do Pai, assim como igualdade. Logo se percebe que tanto Assamad
como Deedat não compreendem os vários significados bíblicos da expressão Filho
Deus.
A idéia de que Jesus era um mero homem, um mensageiro (profeta), um ser criado,
não divino, também é vista na citação, por parte de Ahmed Deedat, dos Suras 3:47 e
3:59. Fez isso para embasar sua opinião, como muçulmano, de que Jesus fora criado:
“Este é o conceito islâmico do nascimento de Jesus. Pois para Deus criar um Jesus,
sem um pai, basta simplesmente desejar. Se ele quiser criar um milhão de Jesus,
sem pais, basta Alá desejar”.14
Deedat parece estar convencido de que Jesus não é Deus, pois entende que Ele nunca
se declarou como tal. Procura provar sua opinião citando João 10.23-36 para explicar
que Jesus é um com o Pai (v. 30), mas, segundo seu entendimento, somente em
propósito. Jesus não seria Filho de Deus de uma maneira especial, como se fosse
Deus, ou tivesse reivindicado sê-lo.15 No entanto, Deedat cai em contradição quando
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Pai, com a diferença de que os judeus não aceitaram isto, mas os cristãos, sim: “Os
cristãos concordam com os judeus, Jesus realmente fez tal reivindicação (ser Deus);
mas diferem nisto, não era blasfêmia para os cristãos, porque crêem que Ele é
Deus”.16 A contradição de Deedat demonstra que no fundo ele sabe que Jesus
realmente se declarou Deus! Ora, se Jesus nunca se declarou Deus, como judeus e
cristãos entenderam isso? Como vieram a discordar desse ponto, se não houve
reivindicação por parte de Jesus?
Assamad igualmente parece convencido de que Jesus não é Deus, pois Ele orava a
Deus Pai e, nesse sentido, era como qualquer outro homem, como qualquer criatura
de Deus, por isso conclui que Jesus não podia ser Deus encarnado: “Ele falava de
Deus como meu Pai e vosso Pai, e meu Deus e vosso Deus (Jo 22.17). Essas palavras
de Jesus relatadas na Bíblia demonstram que Jesus tinha a mesma relação com Deus
que qualquer outro homem. Ele era uma criatura de Deus [...] Em sua agonia na
cruz, Jesus exclamou: ‘Eloi, Eloi, lamma sabachthani?’. Que quer dizer: ‘Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mc 15.34)”.
Segundo Assamad, jamais tais palavras, proferidas na cruz por Jesus, poderiam ser
pronunciadas por Deus, por isso diz: “O que temos aí é o grito de um homem
indefeso e agonizante dirigido ao seu Criador e Senhor”.17 Cita então diversas
passagens bíblicas em que Jesus orava, concluindo que Ele não podia ser Deus e que
nada sabia sobre a Trindade pelo fato de ter sido sua prática a oração (Mc 1.35; Lc
5.16; Jo 17.3).
O aparente problema apontado por Assamad, por meio do qual tenta provar que
Jesus não era divino, pois orava a Deus Pai, de fato não o é, pois havendo três
pessoas na Divindade, uma fala com a outra, não só durante a encarnação, mas
também antes e depois da mesma. Na realidade, podemos verificar grande
semelhança entre o seu argumento e os das testemunhas-de-jeová, as quais, tal
como Assamad, procuram intensificar a questão atacando a divindade de Jesus à luz
das limitações decorrentes de sua encarnação.
Declaram que Jesus, pelo fato de ter sido homem, não podia ser Deus encarnado. É
Claro que um ser humano se alimenta e passa por todas as vicissitudes decorrentes
de sua natureza. Como homem, Jesus era tão humano como qualquer outro ser
humano. Todavia, isso não consiste em prova de que não podia ser uma das pessoas
da Divindade que se encarnou. Fez isso por um certo tempo, para que, assim, se
cumprisse toda a Escritura e pudesse haver salvação para o homem. Não obstante,
possuía natureza divina, mesmo que, voluntariamente, tivesse se limitado na
manifestação de seus atributos divinos. Não há, no genuíno entendimento cristão,
conflito no fato de Jesus, sendo Deus, ter-se tornado homem, mesmo que para isso
tivesse se limitado, por um certo tempo, na manifestação plena dos atributos divinos.
Uma vez que Alá no Alcorão é uma unidade absoluta, é de se esperar que a doutrina
da Trindade fosse claramente condenada no Alcorão. Há passagens no Alcorão que
claramente se opõem à Trindade.
16
Hayek, ao comentar o Sura 2:135 (“Disseram: Sede judeus ou cristãos, que estareis
bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de Abraão, o monoteísta,
Pá gina
que jamais se contou entre os idólatras”), disse o seguinte sobre a Trindade: “Os
judeus, embora orientados quanto à Unicidade, procuraram falsos deuses, e os
cristãos inventaram a Trindade ou a copiaram da idolatria”.18 Podemos ver, pelo
comentário de Hayek, que o islamismo condena a Trindade, pensando ser ela o
mesmo que idolatria. Percebemos que os posicionamentos islâmicos são
profundamente antagônicos ao cristianismo.
Vejamos o que diz o Sura 5:73: “São blasfemos aqueles que dizem: Deus é o um da
Trindade! Porquanto não existe divindade além do Deus Único...” (grifo do autor).
Veja também o Sura 4:171. Ressaltamos, porém, que os cristãos não crêem que
Deus seja o um de uma Trindade, como se duas outras Pessoas tivessem sido
associadas a Deus, mas ao contrário, crêem que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
um e somente um Deus, pois há somente uma essência divina; cada uma das
Pessoas é Deus e possui a totalidade da essência divina; as Pessoas são eternamente
inseparáveis e eternamente unidas nessa única essência divina; cada uma das
Pessoas possui a mesma dignidade das outras duas, e, portanto, conseqüentemente
cada uma das Pessoas são idênticas em essência, vontade, propósito, poder,
eternidade e nos demais atributos. Sendo assim, a Surata 5:73 não faz referência ao
entendimento bíblico e cristão de Deus.
Além desse erro de interpretação da Trindade por parte dos muçulmanos, existe a
possibilidade de Maomé ter confundido o ensino cristão da Trindade com o triteísmo
do Pai, Maria e Jesus. Se isto ocorreu, há a possibilidade de Maomé ter condenado a
Trindade por causa de um entendimento errôneo, pois até mesmo os cristãos
condenariam veementemente a Trindade nesses termos. Como teria ocorrido isso? Há
dois versos que indicam que Maomé pensava que Maria também tinha natureza
divina.
Citamos aqui o Sura 5:116, no qual se lê que: “E recorda-te de que quando Deus
disse: Ó Jesus, filho de Maria! Fosse tu quem disseste aos homens: Tomai a mim e
minha mãe por duas divindades, em vez de Deus?” (grifo do autor). Veja também o
Sura 5:75. Aqui, constatamos, havia a crença ou o entendimento de que os cristãos
adoravam Jesus e Maria como pessoas da Trindade.
Alcorão ensina a suposta crença cristã de que Deus, Cristo e Maria são três deuses, e
que Cristo é o filho de Deus por Maria.
Pá gina
Assim, segundo Jalalu’din, Yahya e Zamakhshari, era isso que Maomé condenava, e
não a doutrina como a conhecemos. O fato de Deus ser uma unidade composta não
faz dele três deuses.22 Se pudéssemos remover esses mal-entendidos, então o
islamismo veria que o cristianismo também prega o monoteísmo. Agora, passaremos
a expor, brevemente, essas discordâncias doutrinárias.
2. Imaginar que Jesus foi associado a Alá. Não é verdade que os cristãos crêem em
Deus como o um de uma Trindade. Não é assim que a Bíblia revela Deus. Ele é sim
uma unidade trina, composta de três Pessoas, que é eterna. Jesus, por isso, nunca foi
associado a Deus. Ele é eternamente Deus. Nunca, no entanto, houve um momento
em que Jesus deixasse de ser Deus para depois passar a ser associado a Deus. Os
cristãos nunca cometeram shirk. Jesus é eternamente Deus.
3. Atacar a divindade de Jesus, tendo como base sua encarnação. Se a Bíblia revela
que o Messias seria Deus em carne, quem somos nós para negar isto? Quem somos
nós para limitar Deus naquilo que Ele quer e pode fazer? Certamente que para o Deus
do impossível é possível voluntariamente se limitar em um corpo humano, se assim o
desejar. A encarnação de Jesus não prova que Jesus não é Deus, e não nos dá base
para rejeitarmos a Trindade. Ela simplesmente mostra que Deus, voluntariamente, se
limitou em um corpo humano para morrer pelo homem que se havia perdido.
Contudo, após sua exaltação, não possui limitações de um corpo humano. Somente
assim Jesus poderia dizer que estaria onde dois ou três estivessem reunidos em seu
nome. Ele está agora no pleno exercício da manifestação de seus atributos.
4. Ignorar todos os sentidos da expressão Filho de Deus na Bíblia. Por causa disso
crêem que Jesus não é o Filho de Deus, pois Deus não faz sexo. Não é isso que os
cristãos ensinam. Sabemos que a expressão Filho de Deus tem um sentido natalício,
messiânico, assim como retrata um relacionamento filial entre Jesus e o Pai. Todavia,
um de seus sentidos evidencia que Jesus se autodeclarava Deus, quando aplica a
expressão para si, reivindicando igualdade e unidade com o Pai (Jo. 5:18-28; 8:28,
cf. Jo 8.24,52-58). Há muitas passagens para fundamentarmos esse ponto em termos
bíblicos. Certamente que nunca foi ensinado pelo cristianismo que Deus fez sexo com
Maria, querendo, com isso, justificar o uso da expressão Filho de Deus. De onde será
que o islamismo tirou tal idéia? Por que ainda a propaga? Certamente que esse não é
o ensino cristão a respeito da expressão Filho de Deus.
18
separadas e distintas — Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. Isso seria
triteísmo: três Pessoas distintas e separadas em três essências. Nós, cristãos, porém,
não cremos assim, antes, que Jesus ensinou a unidade das Pessoas em uma única
essência divina, ou seja, em uma unidade trina. De tal maneira que as pessoas são
inseparáveis, mesmo internamente, na única natureza divina existente. Veja os
seguintes textos bíblicos para a divindade de Jesus e sua unidade com o Pai em uma
mesma essência: João 1.1,14,18; 5.18-28; 8.24,28,52-58; 10.30-38; 14.7-11. Como
disse Jesus: se não pudessem crer no que Ele dizia, que cressem por causa das obras
que Ele realizava: João 10.30-38; 14.11, entre suas realizações, sua ressurreição:
João 2.18-22; 8.28, por meio da qual ficaria evidente que Ele era (e ainda é) auto-
existente, eterno, com poder sobre a morte e, de fato, podia oferecer vida eterna ao
que nele cresse: João 8.51.
Alá não é o mesmo Deus da Bíblia. O Deus da Bíblia é triúno, o do Alcorão não. Alá se
define como uma unidade absoluta, mas o Deus da Bíblia como uma trina unidade
composta. Alá não possui um filho, o Deus da Bíblia sim. Alá ataca, por meio do
Alcorão, a doutrina cristã de Deus e a Divindade e a Filiação de Jesus, porém, estas
foram reveladas, ao longo da história, por Deus nas Escrituras Sagradas, a Bíblia, por
meio de suas muitas evidências.
muçulmanos não significa que não amamos os seguidores do Islã. Ao contrário. Nós
os amamos e sabemos que o Senhor é poderoso para se revelar a eles.
Pá gina
Oremos pelos muçulmanos, e não nos deixemos levar pelos nossos preconceitos.
Notas:
1 Klintowitz, J. Islã: a derrota do fanatismo, revista Veja, São Paulo: Editora Abril, 1º
de março de 2000, p. 46.
2 Ibid., p. 46.
3 Dr. Maurice Bucaille, A Bíblia, o Alcorão e a ciência. Abul Hassam Annaduy, O Islam
e o mundo. Ulfat Aziz Assamada, Islam e cristianismo. Mohamad Ahmad Abou Fares,
Islamismo Mandamentos Fundamentais.
4 Nesse momento, vale a pena esclarecer o que significa adeptos do Livro, pois esta
expressão aparece com certa freqüência no Alcorão. Esta se refere a judeus e
cristãos, como explica Ahmed Deedat: “Adeptos do Livro é um título muito respeitável
pelo qual judeus e cristãos são tratados no Santo Alcorão. Em outras palavras, Alá
está dizendo – “Ó pessoas instruídas!” “Pessoas com uma Escritura”, (Deedat, A.
Christ in Islam. RSA, Islamic Propagation Centre, 1983, p. 32).
5 Hayek, S. El. O Significado dos Versículos do Alcorão Sagrado. Brasil, MarsaM
Editora Jornalística, 1994, p. 21.
6 Fares, M. A. Islamismo Mandamentos Fundamentais. Brasil, Editora Gráfica e
Editora Monte Santo, p. 152.
7 Deedat, A. What Is His Name. RSA, Islamic Propagation Centre International, 1997,
p. 28.
8 Maududi, A. A. Para Compreender o Islamismo. Brasil, Centro de Divulgação do Islã
Para América Latina, 1989, p. 96.
9 Gilchrist, J. The Christian Witness To The Muslim. RSA, Roodepoort Mission Press,
1988, p. 326-327.
10 Hayek, S. El. O Significado dos Versículos do Alcorão Sagrado. Brasil, MarsaM
Editora Jornalística, 1994, p.757.
11 Ibid., p. 351.
12 Deedat, A. Christ in Islam, RSA, Islamic Propagation Centre International, 1983, p.
28-29.
13 Assamad, U. A. O Islam e o Cristianismo. Brasil, Editora Makka, 1991, p. 44-45.
14 Deedat, A. Christ in Islam, RSA, Islamic Propagation Centre International, 1983, p.
24-25.
15 Deedat, A. Christ in Islam, RSA, Islamic Propagation Centre International, 1983, p.
37.
16 Ibid., p. 38.
17 Assamad, U. A. O Islam e o Cristianismo. Brasil, Editora Makka, 1991, p 39.
18 Hayek, S. El. O Significado dos Versículos do Alcorão Sagrado. Brasil, MarsaM
Editora Jornalística, 1994, p.20.
19 Gilchrist, J. The Christian Witness To The Muslim. RSA, Roodepoort Mission Press,
1988, p. 318.
20 Ibid., p. 319.
21 Ibid., p. 318.
22 Ibid., p. 318
20
Pá gina
3. UM EXAME CRÍTICO E HISTÓRICO DA ADORAÇÃO ISLÂMICA
O dr. Halley nos informa que Maomé, quando moço, visitou a Síria e entrou em
contato com os cristãos daquela região, onde se encheu de horror pela idolatria que
os tais seguidores de Cristo praticavam.1
Parece que o profeta estava à procura de um Deus mais singular e único. Cansado da
idolatria e do paganismo existentes em suas terras, esse conflito espiritual gerou em
seu coração a sensação heróica de querer ser o “profeta da restauração”: “Eis aqui a
religião de Deus! Quem melhor que Deus para designar uma religião? Somente a Ele
adoramos!” (Surata 2:138).
Até mesmo os livros apócrifos condenam tal prática. Por exemplo, no primeiro Livro
de Macabeus é-nos contado que os judeus preferiram enfrentar a morte e ir contra o
decreto do rei grego Antíoco Epifânio a terem de adorar as imagens do panteão
mitológico da Grécia: “Erigissem altares, templos e ídolos [...] a obrigarem-nos a
esquecer a lei e a transgredir as prescrições” (I Macabeus 1:47-49). Ou seja, a
problemática católica teve início com uma boa intenção: instruir os incautos usando
as imagens.
viam nela a sua adorada “deusa mãe”. Por fim, só restava ao papa decretar o que já
Pá gina
era fato, o que aconteceu em 787 d.C., no segundo Concílio de Nicéia, quando ele
disciplinou a veneração de imagens.
Bem, você deve estar se perguntando porque estou explicitando algo sobre o
catolicismo quando a minha intenção é falar de islamismo. É que, para nossa surpresa
e concepção, o islamismo passou e está passando por uma transformação parecida:
do zelo iconoclasta maometano ao desvio para a idolatria. Foi justamente isso que
descobri em várias leituras que fiz sobre o mundo islâmico. Sempre tive no
islamismo, devido à minha cultura ocidental, uma religião um tanto paradoxal e
composta de doutrinas bem exóticas, mas não imaginava que tivesse alguma
tendência à prática da idolatria.
Acredito que ídolos e analfabetismo sejam uma mistura perfeita para a incubação do
misticismo popular, e como nos países muçulmanos a taxa de analfabetismo sempre
foi muito alta, é possível que o islamismo venha seguindo, já há alguns séculos, o
mesmo caminho que a Igreja Romana tomou na Idade Média. Isso não é de se
admirar, porque, como veremos, o islamismo nasceu em meio a um ambiente pagão
idólatra – a Caaba.
Sim! As páginas corânicas são bem claras em relação a esta questão. A luta contra a
adoração de imagens e ídolos parece ter sido uma das maiores empreitadas do
profeta. A seguir iremos relacionar alguns textos que condenam a prática da idolatria.
Gostaríamos que o leitor observasse que, para o islamismo, acreditar na Trindade
também é pecado de idolatria. Vejamos:
“E quando viu despontar o Sol, exclamou: Eis aqui meu Senhor! Este é maior! Porém,
quando este se pôs, disse: Ó povo meu, não faço parte da vossa idolatria!” (Surata
6:78).
“Ó filho meu, não atribuas parceiros a Deus, porque a idolatria é grave iniqüidade”
(Surata 31:13).
“São blasfemos aqueles que dizem: ‘Deus é o Messias, filho de Maria’, ainda quando o
mesmo Messias disse: Ó israelitas, adorai a Deus, que é meu Senhor e vosso. A quem
atribuir parceiros a Deus, ser-lhe-á vedada a entrada no paraíso e sua morada será o
22
fogo infernal!’ Os iníquos jamais terão socorredores. São blasfemos aqueles que
dizem: ‘Deus é um da Trindade!’, portanto não existe divindade alguma além do Deus
Pá gina
No livro A vida do profeta Maomé, traduzido por Ibn Ishaq, é declarado: “Rabinos
judeus, monges cristãos e adivinhos árabes prevêem o advento de um profeta...”.3
A Bíblia, no entanto, diz: “Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e
água amargosa?” (Tg 3.11). Ou seja, de acordo com os ensinamentos de Deus, de
uma mesma fonte não pode jorrar dois tipos de águas — ou a água é boa ou é má.
Se Maomé foi profetizado por árabes pagãos isso coloca, até mesmo para os seus
seguidores, uma dúvida latente sobre a autenticidade de seu ministério.
Por ter sido levada pelo dilúvio, a Caaba fora reconstruída por Abraão e seu filho
Ismael, que teriam embutido no ângulo Sudeste do cubo de pedra que formava a
casa de Deus a Pedra Negra, trazida pelo anjo Gabriel. “Os muçulmanos contornavam
a Caaba sete vezes, tocando ou beijando a Pedra Negra ao passarem por ela”.4
veneração [...] reunindo ali as grandes divindades árabes, permitindo assim aos
homens das caravanas satisfazerem sua crença numa ou noutra divindade”.5 (grifo
nosso)
“... A peregrinação a Meca é mais velha do que o Islã, enraizada no antigo culto tribal
árabe e incorporada pelo profeta às práticas islâmicas: a essa cultura, camada após
camada de história”.6
O dr. Salim Almahdy também faz a seguinte observação sobre a Caaba e a Pedra
Negra:
“... Também já existia em Meca a Pedra Negra, por causa da qual as pessoas
peregrinavam para Meca. Os peregrinos beijavam a pedra, prestando culto a Alá por
meio dela”.
Todas as evidências fidedignas mostram que esse lugar foi o centro do paganismo na
Arábia, adaptado ao islamismo pelos fiéis muçulmanos e mantido até hoje na
essência de sua doutrina, onde na prática a Pedra Negra acaba recebendo tanta
veneração quanto Alá.
Para o historiador libanês, Albert Hourani, Alá não passava de mais um dos deuses e
ídolos do paganismo:
“O nome dado a Deus era Alá, já em uso para um dos deuses locais (e hoje usado por
judeus e cristãos de língua árabe como o nome de Deus)”.7
Escritores e historiadores que corroboram que Alá era mais um deus entre o panteão
pagão da Arábia:
Mantran:
“Os árabes do Norte tinham crenças mais realistas: espíritos, djinns representados
por árvore, pedras. Acreditavam também em divindades, muito numerosas, mas
algumas eram veneradas pela maioria das tribos; as mais importantes entre essas
divindades eram três deusas: Manat, Ozza e al-Lat, por sua vez subordinadas a uma
divindade superior, Alá...”.9
Mather e Nichols:
“Alá era uma divindade suprema já conhecida dos povos do Norte da Arábia”.10
O que Maomé realmente fez foi substituir o paganismo politeísta por um paganismo
monoteísta. Afinal, todas as evidências comprobatórias e históricas nos apontam para
o fato de que Alá era um ídolo tribal.
Os amigos de Deus
No catolicismo romano é comum a reza aos “santos” mortos. O católico acredita que
esses cristãos, que em vida fizeram grandes obras de piedade, possam, depois de
mortos, ter acesso a Deus e realizar intercessões espirituais em favor dos vivos que
fazem preces em seus nomes.
“A idéia de um caminho de acesso a Deus implicava que o homem não era só criatura
e servo dele, mas também podia tornar-se seu amigo (wali). Essa crença encontrava
justificativa em trechos do Alcorão: ‘Ó vós, Criador dos céus e da terra, sois meu
amigo neste mundo e no próximo’ (Surata 12:101).
“Aos poucos, foi surgindo uma teoria de santidade (wilaya). O amigo de Deus era o
único que sempre estava perto dele, cujos pensamentos estavam sempre nele, e que
havia dominado as paixões humanas que afastavam o homem dele. A mulher, tanto
quanto o homem, podia ser santa. Sempre houvera e sempre haveria santos no
mundo, para manter o mundo no eixo.
“Com o tempo, essa idéia adquiriu expressão formal: sempre haveria certo número
de santos no mundo; quando um morria, era sucedido por outro; e eles constituíam a
hierarquia que eram os governantes desconhecidos do mundo, tendo o qutb, o pólo
sobre o qual o mundo girava, como seu chefe [...] Os amigos de Deus intercediam
junto a ele em favor de outros, e sua intercessão tinha resultados visíveis neste
mundo. Trazia curas para a doença e a esterilidade, ou alívio nos infortúnios, e esses
25
“Veio a ser largamente aceito que o poder sobrenatural pelo qual um santo invocava
graças para este mundo podia sobreviver à sua morte, e podia-se fazer pedidos de
intercessão em seu túmulo. As visitas aos túmulos dos santos, para tocá-los ou orar
diante deles, passaram a ser uma prática complementar de devoção, embora alguns
pensadores muçulmanos encarassem isso como uma invocação perigosa, porque
interpunha um intermediário humano entre Deus e cada crente individual. O túmulo
do santo, quadrangular, com um domo abaulado, caiado por dentro, isolado ou
dentro de uma mesquita, ou servindo de núcleo em torno do qual surgia uma zawiya,
era uma feição conhecida na paisagem rural e urbana islâmica [...] Do mesmo modo
como o Islã não rejeitou a Caaba, mas deu-lhe novo sentido, também os convertidos
do Islã trouxeram-lhe seus próprios cultos imemoriais. A idéia de que certos lugares
eram moradas de deuses ou espíritos sobre-humanos estava generalizada desde
tempos muito antigos: pedras de um tipo incomum, árvores antigas, nascentes que
brotavam espontaneamente da terra, eram encaradas como sinais visíveis da
presença de um deus ou espírito ao qual se dirigia pedidos e se faziam oferendas,
pendurando-se panos votivos ou sacrificando-se animais.
“Em todo o mundo onde o Islã se espalhou, tais lugares se tornaram ligados aos
santos muçulmanos, e com isso adquiriram um novo significado [...] Alguns dos
túmulos dos santos tinham-se tornado centros de grandes atos litúrgicos públicos. O
aniversário de um santo, ou um dia especial ligado a ele, era comemorado com uma
festa popular, durante a qual muçulmanos do distrito em torno ou de mais longe
ainda se reuniam para tocar o túmulo, rezar diante dele e participar de vários tipos de
festividades [...] Esses santuários nacionais ou universais eram os de Mawlay Idris
(m. 791), tido como fundador da cidade de Fez; Abu Midyan (c. 1126-97) em
Tlemcem, na Argélia Ocidental; Sidi Mahraz, santo padroeiro no delta egípcio, objeto
de um culto em que os estudiosos viam uma sobrevivência em nova forma do antigo
culto egípcio de Bubastis; e ‘Abd al-Qadir, que deu nome à ordem qadirita, em Bagdá
[...] Com o decorrer do tempo, o profeta e sua família passaram a ser vistos na
perspectiva da santidade. A intercessão do profeta no Juízo Final, acreditava-se
comumente, atuaria para a salvação daqueles que tinham aceito a missão dele.
“Maomé passou a ser encarado como um wali, além de profeta, e seu túmulo em
Medina era um local de prece e pedidos, a ser visitado por si ou como uma extensão
do hadj. O aniversário do profeta (mawlid) tornou-se uma ocasião de comemoração
popular; essa prática parece ter começado a surgir na época dos califas fatímidas, no
Cairo, e estava generalizada nos séculos XII e XIV [...] O santo, ou seus
descendentes e os guardiães de seu túmulo, podiam lucrar com sua reputação de
santidade; as oferendas dos peregrinos davam-lhe riquezas e prestígios [...] Alguns
exemplos disso foram observados nos tempos modernos: na Síria, o khidr, o
misterioso espírito identificado com São Jorge, era reverenciado em fontes e outros
lugares santificados; no Egito, coptas e muçulmanos comemoravam igualmente o dia
de santa Damiana...”.11
Em seu livro Entre os fiéis, o dr. Naipaul comenta a respeito da veneração que um
paquistanês desenvolveu por um desses santos:
“Disse ele: ‘Existem categorias de fiéis. Alguns querem dinheiro, outros desejam uma
boa vida no além [...] Eu desejo encontrar Alá. Você só pode fazer isso através de um
26
médium. Meu murshid é o meu médium. Eu desejo amar meu murshid em meu
coração. Alá está com meu murshid. E quando meu murshid entra em meu coração,
Pá gina
Alá está comigo [...] Só posso conhecer Alá através do meu médium. O murshid não
era o pir ou chefe da comunidade, como eu pensei [...] era o santo cuja tumba havia
visitado”.12
“Maomé, Fátima (filha do profeta) e os imãs eram vistos como encarnações das
inteligências por meio dos quais o Universo foi criado. Os imãs eram vistos como
guias espirituais no caminho do conhecimento de Deus: para os xiitas, vieram a ter a
posição que os ‘amigos de Deus’ tinham para os sunitas”.13
Procissões
O dr. Naipaul, em uma de suas viagens por países islâmicos, fez uma observação a
esse respeito quando visitava o Irã em 1979, no auge da Revolução Islâmica
impetrada por Khomeini. Revolução que, devido ao rigor religioso, punia todas as
pessoas, inclusive estrangeiras, que desrespeitassem as normas do Alcorão.
“O islamismo tem seus próprios mártires. Uma vez por ano, desfilam seus mausoléus
alegóricos pelas ruas; os homens ‘dançam’ com pesadas luas crescentes, ora
balançando as luas de um jeito, ora de outro; os tambores batiam, e às vezes havia
combates rituais com varas. As brigas de vara eram uma simulação de uma antiga
batalha, mas a procissão era de luto e comemorava a derrota naquela batalha [...] A
cerimônia — da qual participavam tanto hindus como muçulmanos — era
essencialmente xiita, e a batalha tinha a ver com a sucessão do profeta, que fora
travada no Iraque, que o homem especificamente pranteado era o neto do
profeta”.14
Quanto à procissão, a teologia bíblica só tem uma resposta, tanto para os católicos
como para estes grupos específicos de islâmicos: “Congregai-vos, e vinde; chegai-vos
juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão as
suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode
salvar” (Is 45.20).
Superstições islâmicas
sob forma de animais, e podiam influenciar as vidas humanas; às vezes, eram maus,
ou pelo menos travessos, e, portanto, era necessário controlá-los.
“Também podia haver seres humanos com poderes sobre as ações e vidas de outros,
ou devido a alguma característica sobre a qual não tinham controle — o olho mau —
ou pelo exercício deliberado de certas artes, que podiam despertar forças
sobrenaturais. Era um reflexo distorcido do poder que os virtuosos, os amigos de
Deus, podiam adquirir por graça divina. Mesmo o cético (escritor islâmico) Ibn
Khaldun acreditava na existência da bruxaria, e que certos homens podiam descobrir
meios de exercer poder sobre outros, mas achava isso repreensível. Havia uma
crença geral entre os muçulmanos em que tais poderes podiam ser controlados ou
contestados por encantos e amuletos colocados em certas partes do corpo,
disposições mágicas de palavras e figuras, sortilégios ou rituais de exorcismo ou
propiciação, como o zar, um ritual de propiciação, ainda difundido no vale do Nilo”.15
Equilibrando os fatos
Não queremos aqui desqualificar o Islã como mais uma religião monoteísta. Assim
como não é justo classificar o cristianismo bíblico como idólatra, também não é
razoável qualificar o islamismo alcorânico como tal. Porém, tanto o “cristianismo”
expressado pelos católicos romanos, como o “islamismo” expressado pelos
muçulmanos xiitas, em alguns pontos se desviam dos padrões sagrados exarados
pelos Escritos Sagrados que arrogam professar. Estamos apenas fazendo um exame,
de maneira generalizada, sobre pontos comuns no seio teológico da religião islâmica.
Aliás, esse é um debate e preocupação que também tem afetado e gerado certa
tensão entre os próprios pensadores islâmicos.
O que descrevemos e compilamos nesta matéria é uma censura contra uma religião
que, apesar de levantar uma bandeira contra a idolatria e as superstições, abraça em
seu rol de adeptos fragmentados grupos que na verdade se condenam em suas
próprias práticas religiosas.
Sabemos que idolatria é adoração ou veneração aos ídolos ou imagens, quando usada
em seu sentido elementar. Mas também pode indicar a veneração ou adoração a
qualquer objeto, santo, pessoa, instituição, ambição, etc, que tomem o lugar de
Deus, ou que diminuam a honra que lhe devemos prestar. Assim, idolatria consiste na
adoração a algum falso deus, ou a prestação de honras divinas a certas entidades. E
quando o islâmico venera a Pedra Negra, faz peregrinação a Caaba, reza ao pé do
túmulo de um “santo” (pedindo sua intercessão), está, na verdade, praticando
idolatria, pois invoca um intercessor que não é o Deus revelado na Bíblia.
28
Facções islâmicas
Os xiitas: também possuem sua própria interpretação da sharia. Seu nome deriva da
expressão “shi at Ali”, partido de Ali, que foi marido de Fátima, filha de Maomé. Seus
descendentes teriam a chave para interpretar os ensinamentos do Islã.
Os sufistas: enfatizam a relação pessoal com Deus e praticam rituais que incluem
danças e exercícios de respiração para atingir um estado místico. São membros
praticantes do sufismo os faquires18 da Índia e outras regiões da Ásia, e os
dervixes19, da Turquia.
Sunitas: acreditam que ninguém pode atuar como intercessor entre Alá e os seres
humanos. “Diz: a Alá pertence exclusivamente o direito de garantir intercessão. A Ele
pertence o domínio dos céus e da terra. No fim, é para Ele que todos serão
retornados” (Surata 39:44).
Sunitas: para eles os imames xiitas atuais (por exemplo, os aiatolás21) são humanos
sem quaisquer poderes divinos, considerados apenas como muçulmanos virtuosos. Já
os “doze imames” são particularmente respeitados por sua relação com Ali e sua
29
esposa Fátima, a filha de Maomé. Os sunitas acreditam que Ali e seus dois filhos,
Hassan e Hussein, foram altamente respeitados pelos três primeiros califas2 2 e
Pá gina
Xiitas: acreditam que os imames de níveis mais altos dos dias atuais (aiatolás)
recebem sua orientação e iluminação espiritual diretamente dos “doze imames”, em
contato contínuo com seus seguidores na terra todos os dias por meio de líderes
espirituais contemporâneos. Os aiatolás, portanto, desempenham um papel mediador
vital. Por causa de seu papel espiritual, os aiatolás não podem ser designados pelos
governantes, mas apenas pelo consenso de outros aiatolás.
Notas:
1 Manual bíblico, Editora Vida Nova, São Paulo, SP, 1991, p.679.
2 História do cristianismo, CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 2001, p.97.
3 P. 33.
4 Uma história dos povos árabes, Hourani, A., Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP,
2000, p. 161.
5 Expansão muçulmana, Editora Pioneira, São Paulo, SP, 1977, p. 55.
6 Entre os fiéis, Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP, 2001, p. 145.
7 Uma história dos povos árabes, Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP, 2000, p. 33.
8 Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP, p.114.
9 Expansão muçulmana, Editora Pioneira, São Paulo, SP, 1977, p. 52.
10 Dicionário de religiões, crenças e ocultismo, Editora Vida, São Paulo, SP, 2000, p.
231.
11 Uma história dos povos árabes, Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP, 2000, p.
167-9, 197.
12 P. 196.
13 Uma história dos povos árabes, Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP, 2000, p.
191.
14 Entre os fiéis, Editora Cia das Letras, São Paulo, SP, 2001, p. 21.
15 Uma história dos povos árabes, Editora Cia. das Letras, São Paulo, SP, 2000, p.
211-2.
16 Expansão muçulmana, Editora Pioneira, São Paulo, SP, 1977, p. 59.
17 Também grafada como Charia, é o código de ética, que reforça as doutrinas e as
práticas do Alcorão.
18 Monge muçulmano, mendicante, que vive em rigoroso ascetismo.
19 Religiosos muçulmanos que fizeram voto de pobreza.
20 São considerados descendentes da família do profeta Maomé.
21 Líderes religiosos xiitas.
22 Representante de Alá, seu porta-vos e líder do povo. Os quatro primeiros – Abu
bakr, Omar, Otmã e Ali – são designados “Califas guiados corretamente” porque não
há objeção por parte dos muçulmanos concernente às respectivas alegações que eles
fizeram de ser os sucessores de Maomé.
30
Pá gina
4. UMA RESPOSTA CRISTÃ AO ISLAMISMO SOBRE O ALCORÃO
O islamismo, assim como o cristianismo, acredita que a fé de uma pessoa deve ser
razoável tanto quanto subjetiva, uma vez que devemos adorar a Deus com a mente e
o coração. Ao compartilharmos dessa mesma base com os muçulmanos, podemos
examinar por que eles crêem no que crêem. Nossa tarefa é analisar a apologética de
cada religião ou a defesa de sua fé para ver se as declarações de cada uma delas são
verificáveis. Daremos uma atenção especial à escritura ou escrituras de cada fé. A
razão para isso deve ser evidente por si mesma: é muito fácil alguém fazer
declarações a respeito de si mesmo, mas prová-las é um assunto totalmente
diferente.
desconhecida” 3.
Assim, os muçulmanos não apenas acreditam que o Alcorão seja a Palavra de Deus,
mas também estão seguros de que nenhum erro, alteração ou variação tocou-o desde
seu começo. Logo, esta é uma de suas “provas” de que o Alcorão é um milagre de
Deus.
L. Bevan Jones, em sua obra “The People of the Mosque”, responde sucintamente o
argumento muçulmano para a suposta preservação miraculosa do Alcorão: “Mas
conquanto possa ser verdade que nenhuma outra obra tenha permanecido por doze
séculos com um texto tão puro, é igualmente provável verdade que nenhum outro
tenha sofrido tamanho expurgo” 3.
Uma segunda asserção que fazem para provar a origem sobrenatural do Alcorão
encontra-se na Sura (capítulo) 17.88, que diz: “ainda que os homens e os djins
(gênios) se reúnam para produzir um Alcorão, jamais o conseguirão, nem mesmo
ajudando-se uns aos outros”. Usando este texto dizem que a sua beleza e eloqüência
são provas auto-suficientes de que seu autor é Deus. Em uma nota de rodapé na sua
tradução do Alcorão, Yusuf Ali declara: “nenhuma composição humana poderia conter
a beleza, poder e discernimento espiritual do Alcorão” 4.
Uma declaração final a respeito da realização literária do Alcorão é que ele é tão
coerente do começo ao fim que nenhum homem poderia tê-lo arquitetado. Suzanne
Pá gina
Haneef pergunta: “Como o Alcorão inteiro poderia ser tão completamente coerente”
se não se originou de Deus” 5.
Mas, e a respeito da coerência do Alcorão? Pode ser utilizada para demonstrar que
esta escritura muçulmana foi inspirada? Para começar, pode-se mostrar que o Alcorão
não é totalmente coerente, mas ao contrário, possui contradições de vulto nele 6. E
ainda que consentíssemos com a tese de que o Alcorão é totalmente concorde, isto
ainda não provaria coisa nenhuma. Em um ensaio intitulado “How Muslims Do
Apologetics”, o dr. John Warwick Montgomery demonstra isto para nós: “Esta
apologética é também de pouco efeito porque a coerência de um escrito não prova
que seja uma revelação divina. A geometria de Euclides, por exemplo, não se
contraria a si mesma em nenhum ponto, mas ninguém afirma que por isso essa é
uma obra divinamente inspirada em algum sentido excepcional” 7
O Alcorão fala muito pouco profeticamente, se de fato ele profetiza. Daí, poucos
apologistas muçulmanos utilizarem a “profecia cumprida” como prova de sua fé.
Entretanto, há uma série de versículos no Alcorão que prometem que os muçulmanos
serão vitoriosos tanto em seu próprio país como no exterior8. Maulana Muhammad Ali
discute estas profecias detalhadamente em sua obra “The Religon of Islam”: “... nós
encontramos profecia após profecia publicada nos termos mais seguros e certos no
sentido de que as grandes forças de oposição seriam arruinadas... que o islamismo se
espalharia para os cantos mais longínquos da terra e que seria finalmente triunfante
sobre todas as religiões do mundo”9.
33
Ao responder Bucaille devemos primeiro salientar que a maior parte do livro não trata
do Alcorão e da ciência. Em contrário, sua maior parte é uma tentativa (utilizando-se
das técnicas de autocrítica) de desacreditar a Bíblia. As porções de seu livro que
tentam mostrar que o Alcorão está em concordância surpreendente com o
conhecimento científico são muito vagas. Mas, e se nós concordássemos com sua tese
de que as afirmações do Alcorão estão em total harmonia com a ciência moderna?
Bucaille declara que se isto fosse verdade então “esta última constatação torna
inaceitável a hipótese daqueles que vêem em Mohammad o autor do Alcorão” 12.
Concordo com sua conclusão e suponho que sua tese seja verdadeira. Se o Alcorão
contém afirmações científicas detalhadas, descobertas recentemente como sendo
verdadeiras, e se foram escritas no sétimo século a.D., então poderia não ser
simplesmente produção de Maomé. Mas isto não indica a fonte de informação, apenas
demonstra que nenhum ser humano poderia tê-lo escrito sem a ajuda sobre-humana.
Se de fato o Alcorão teve uma origem sobrenatural, ainda somos deixados com a
tarefa de encontrar quem foi essa fonte. Bucaille presume que foi Deus. Por quê? Se
pararmos e pensarmos um momento, perceberemos que há outros seres
sobrenaturais além de Deus. Um destes seres é conhecido na Bíblia como Satanás,
assim como no Alcorão. A Bíblia nos diz que ele está na terra há tanto tempo quanto
o homem, tem poder e inteligência muito superiores aos nossos e é o “pai da
mentira” (Jo 8.44). Sussurrar alguns fatos científicos nos ouvidos de alguém não seria
uma grande proeza para ele. Para dizer a verdade, a Bíblia diz que ele aparece aos
homens de tempos em tempos: “porque o próprio Satanás se transforma em anjo de
luz” (2Co 11.14).
É interessante que este tenha sido exatamente o temor inicial que Maomé sentiu a
primeira vez em que a voz lhe falou.
Notas:
1 What Everyone Should Knou Islam and Muslims. Suzanne Haneef. Chicago: Kazi
Publications. 1979. Pág. 18.
2 Esta era a população islâmica aproximada quando este livro foi publicado em 1921.
Hoje a população muçulmana está estimada entre um bilhão e duzentos milhões.
3 Muhammad and Christ. Maulvi Muhammad Ali. Lahore, Índia: The Ahmadiyya
Anjuman-i-Ishaat-i-Islam, 1921. Pág. 7.
1 The Meaning of the Glorious Koran. Mohammed Marmaduke Pickthall. New York:
New American Library, 1963. Pág. xxviii.
2 A Bíblia, Alcorão e a Ciência. Maurice Bucaille. Ed. Revista e adaptada Samir El
Hayek (S.Bernardo do Campo, Junta de Assistência Social Islâmica Brasileira). Pág.
130.
3 The People of the Mosque. L. Bevan Jones. London: Student Christian Movement
Press, 1932. Pág. 62.
4 THE HOLY QUR-AN: Text, Translation and Commentary. Abdullah Yusuf Ali. Qatar:
Qatar National Printing Press, 1946. Pág. 401.
35
5 What Everyone Should Knou Islam and Muslims. Suzanne Haneef. Chicago: Kazi
Publications, 1979. Pág. 30.
Pá gina
6 Devido à falta de espaço este argumento não pode ser prosseguido aqui. O leitor
poderá escrever para o autor aos cuidados do ICP nos EUA para maiores informações
sobre este assunto.
7 Faith Founded on Fact. John Warwick Montgomery. Nashville: Thomas Nelson
Publishers, 1978. Pág. 94.
8 Alcorão 3.12; 41.53; 14.13-14.
9 The Religion of Islam. Maulana Muhammad Ali. Lahore, Pakistan: The Ahmadiyyah
Anjuman Isha’at Islam, 1950. Pág. 249.
10 Também de acordo com o Alcorão 4.47.
11 Maurice Bucaille A Bíblia, Alcorão e a ciência, Ed. Revista e adaptada Samir El
Hayek (S.Bernardo do Campo, Junta de Assistência Social Islâmica Brasileira). Pág.
152.
12 Maurice Bucaille A Bíblia, Alcorão e a ciência, Ed. Revista e adaptada Samir El
Hayek (S.Bernardo do Campo, Junta de Assistência Social Islâmica Brasileira). Pág.
151.
36
Pá gina
5. ISLAMISMO - A RELIGIÃO DE MAOMÉ: O ÚLTIMO PROFETA
“A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e
todo o homem emprega força para entrar nele” (Lc 16.16)
Hoje, a religião islâmica é a segunda maior em número de fiéis, estando à sua frente
apenas o cristianismo. O Islã possui seguidores em todos os continentes do mundo.
Trata-se de uma religião monoteísta que se baseia nos ensinamentos de Maomé, seu
profeta maior. Estes ensinamentos se acham contidos no livro sagrado islâmico, o
Corão. A palavra islã significa, originariamente, “submissão”, retratando a aceitação à
lei de Allah (“deus”, em árabe) e sua vontade. Seus adeptos são chamados de
islâmicos ou muçulmanos, termo que deriva da raiz muslim, que em árabe significa
“aquele que se subordina a Deus”.
O "último profeta"
Maomé nasceu aproximadamente em 572 d.C., em Meca. Seu pai, Abdallah, morreu
durante a gravidez de sua mãe. E sua mãe, Amina, faleceu quando ele era apenas um
menino de seis anos de idade. Ou seja, ele ficou órfão muito cedo. A partir de então,
passou a estar sob os cuidados de um tio e de um avô.
Essa migração ocorreu no ano 622, data que marca o início do calendário islâmico.
Em Medina, Maomé encontrou quatro tribos pagãs, três judaicas e duas cristãs, mas
conseguiu dirimir a questão da discórdia entre essas facções urbanas, o que lhe
permitiu a livre pregação.
Em 630, Maomé entra triunfante em sua cidade natal, onde iniciou a anunciação do
absoluto monoteísmo, o que, para o Islã, fora revelado aos judeus e confirmado por
Jesus, na qualidade de um dos 124 mil profetas enviados por Allah.
Casou-se antes dos 30 anos de idade com Cadidja, uma viúva rica para quem Maomé
trabalhava como mercador, ofício que deixou após contrair matrimônio para dedicar
seu tempo à solidão e à meditação.
37
Pá gina
Foi numa dessas oportunidades de retiro solitário que Maomé, segundo a tradição
islâmica, recebeu a ilustre visita do arcanjo Gabriel, o qual abraçou-o com força,
constrangendo-o com a ordem: “Recita em nome de Allah, o único deus!”.
Após ter recebido muitas dessas revelações, Maomé passou a meditá-las, iniciando, a
partir daí, uma oposição a todas as religiões já existentes: o judaísmo, o cristianismo
e uma forma de politeísmo que imperava também na tribo da qual ele era oriundo,
onde se veneravam vários deuses, entre eles Allah, o deus da revelação islâmica.
Maomé morreu em Medina (632) pouco tempo depois de seu retorno a Meca,
enquanto que a comunidade dos fiéis de Allah crescia vertiginosamente em toda a
Arábia. Nasce, a partir daí uma nova religião, o Islã.
O cânon islâmico
O Corão é dividido por capítulos chamados suras ou suratas. No total, são 114 suras e
6326 versículos.
A teologia islâmica é tão vasta quanto a teologia cristã. Assim como os cristãos
possuem um credo resumido, os muçulmanos também o possuem:
A crença em Deus, chamado Alá. Deus é UNO (wahed), não tem companheiros nem
ninguém que lhe seja igual. Deus é totalmente diferente do homem. A essência da
natureza de Deus no Islã é poder.
A crença nos profetas. Maomé ensina que existe um profeta para cada época,
começando por Adão e terminando em Maomé. A tradição islâmica diz que existiram
120 mil profetas.
A crença nos livros sagrados. Segundo a crença islâmica, o Alcorão é o último livro
sagrado dado ao homem. O Alcorão é eterno, escrito em placas de ouro ao lado do
38
trono de Alá e recitado a Maomé pelo anjo Gabriel, de acordo com a necessidade.
Pá gina
A crença nos anjos. Deus criou todos os anjos. A maioria dos anjos é má e eles são
chamados ginn (de onde cremos originar-se a palavra gênio). Cada ser humano tem
um anjo-ombro: um escrevendo suas boas obras e o outro, as más.
A crença no dia do juízo final. A salvação é pelas obras. As obras de todas as pessoas
serão pesadas numa balança. Se as boas superarem as más, tal pessoa irá para o
paraíso. Os mártires irão todos para o paraíso.
O conceito de paraíso é bem sensual. Há muitas lindas virgens de olhos negros para
cada homem. O inferno é para os não-muçulmanos. É um lugar de fogo e tormento
indescritível. O pecado imperdoável é associar algo ou alguém a Deus.
A crença nos decretos de Deus. Deus é absolutamente soberano e não tem nenhuma
obrigação moral, pois isto limitaria seu poder e soberania. Tudo o que acontece é
porque Deus assim quis.
Tais pilares da fé islâmica compõem a chamada Shari´a, sendo que, a partir dela,
todos os mulçumanos sadios, do sexo masculino, estariam incumbidos
obrigatoriamente de administrar suas vidas. Esse procedimento se inicia na vida do
adepto na época da puberdade, ou seja, por volta dos quinze anos de idade. São
elas:
Salat. São as orações praticadas cinco vezes ao dia, as quais formam um elo direto
entre o adorador e Allah. Tais orações contêm versículos do Corão e são recitadas
sempre em árabe, a língua da revelação. São praticadas ao amanhecer, ao meio-dia,
no meio da tarde, ao anoitecer e à noite, sendo sua realização preferivelmente na
mesquita e em grupo.
Hajj. Trata-se da peregrinação à cidade sagrada de Meca. Tal peregrinação deve ser
feita pelo menos uma vez na vida e ser empreendida por todos os fiéis que possuem
condições físicas e financeiras para fazê-la. Nesta oportunidade, todos trajam túnicas
brancas, leves e simples, com o sentido de que todos pareçam também iguais diante
de Allah, sem distinção de poder econômico ou etnia.
39
Este ritual inclui ainda o circungiro da Caaba por sete vezes, além de percorrer pelo
Pá gina
Jihad. Literalmente, o termo não significa “guerra santa”, como muitos entendem,
antes, é traduzido por “esforço”, relacionado à defesa própria e da religião ou
daqueles que foram expulsos de seus lares. A cultura muçulmana explica que se
pessoas de bem não se preocuparem em estar preparadas para arriscarem suas
próprias vidas em defesa da causa do Islã, logo, a injustiça triunfará no mundo. Outro
significado para a expressão Jihad é a luta interior de cada um para se desvencilhar
de seus desejos egoístas, o que proporcionaria paz interior.
As divisões do islamismo
Xiitas. Esta facção do Islã representa não mais de 10% ou 15% de toda a
comunidade islâmica no mundo, estando presentes, sobretudo, no Irã.
Sufistas. É uma das correntes mais antigas. Surgiu no século 9 e é também a mais
mística do islamismo. Os sufistas enfatizam a relação pessoal com Deus e praticam
rituais que incluem danças e exercícios de respiração para atingir um estado místico.
São membros praticantes do sufismo os faquires, da Índia e outras regiões da Ásia, e
os dervixes, da Turquia. Historicamente, o islamismo tem sido marcado pelo
surgimento de movimentos, grupos e correntes de maior ou menor envolvimento
político, de linhas fundamentalista (conservadora) ou moderna.
40
A Kaaba
Pá gina
Os muçulmanos pregam que o santuário fora fundado por Adão e, depois, construída
por Abraão e Ismael. No período que antecedeu o surgimento do islamismo, era
santuário de mais de trezentas divindades árabes, porém, posteriormente, Maomé
derrubou estas divindades e consagrou o local ao Deus verdadeiro. Anualmente, o
local é visitado por mais de duzentos milhões de fiéis peregrinos, em cumprimento ao
Hajj.
Militares: À medida que os vitoriosos exércitos árabes cresciam com recrutas famintos
e/ou ambiciosos, crescia também o problema de fornecimentos de novas terras que
pudessem prover a esses soldados alimentos e soldos. Cada vitória exigia outra, até
que as conquistas árabes resultaram no mais espantoso feito da história militar.
Abraão é o pai de todos os que crêem. De acordo com as promessas de Deus, cada
um é bendito ou maldito, dependendo da sua relação com o pai da fé. Ao longo da
história, cristãos, judeus e muçulmanos buscam ostentar seu vínculo com o pai da fé.
Todos querem pertencer à família de Abraão. Mas todos os árabes são descendentes
de Ismael? Quem são os verdadeiros filhos de Abraão? Os árabes que afirmam ser
descendentes de Abraão por meio de Ismael também estão incluídos nas promessas
de bênçãos?
A família de Abraão
Deus chamou Abraão para sair de sua terra, dos seus parentes e dos seus pais, para
uma terra que ele não tinha idéia de onde seria. E o prêmio da obediência, as
bênçãos, seria endereçado a ele e a todas as nações da terra (Gn 12.1-3). A bênção
ou a maldição dos povos dependia da posição que Abraão tomasse. A porta da
restauração da humanidade perdida foi aberta com o “sim” dado pelo profeta a Deus.
Foi difícil para Abraão meditar sobre a bênção aos seus descendentes, visto que ele e
sua esposa estavam idosos e, aos do patriarca, a possibilidade de ter um filho tinha
42
se esgotado. Deus disse que seu filho seria o herdeiro, porém, a paciência de Sara se
Pá gina
esgotou primeiro e, “tentando ajudar a Deus”, pediu a Abraão para tomar a serva
egípcia Hagar para que a descendência de Abraão fosse iniciada (Gn 16.2). Abraão,
que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza, chegando a ponto de
concordar que realmente deveria “fazer alguma coisa” para que a promessa de Deus
se cumprisse.
Obviamente, esse “não” era o caminho que Deus planejara para dar uma
descendência numerosa a Abraão. Imediatamente, começaram os problemas. Sara, a
legítima esposa, passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar quando esta
constatou a gravidez. Sara, então, culpa Abraão, que se isenta da responsabilidade
deixando a escrava nas mãos de sua esposa que, por sua vez, maltrata tanto a
escrava que Hagar decide fugir para o deserto com o filho.
Com a fuga da escrava, parecia que a história tinha se encerrado, mas Deus não
abandonaria Hagar. Ele a amava e também a seu filho. O amor de Deus socorre
Hagar no deserto. Um anjo é enviado para ajudá-la e convencê-la a voltar para as
tendas de Abraão. Deus dá um nome para o filho da escrava: Ismael, que significa
“Deus ouve”. Realmente, Deus ouviu o choro de Hagar!
A escrava obedeceu a Deus e voltou para sua senhora, permitindo que Abraão
vivesse ao lado de Ismael. Enquanto o menino crescia, Abraão se alegrava, crendo
que a promessa de Deus se cumpriria por intermédio daquele menino, porém, a
surpresa bateu à porta daquela família. O filho da promessa ainda estava por vir e
não seria filho de uma escrava, mas da própria Sara, ainda que, fisiologicamente,
fosse algo impossível. Deus não tinha se esquecido da promessa. Nasceu Isaque e,
agora, Ismael tinha um rival. Apesar de Isaque ser o filho prometido, isso não
diminuía a tremenda bênção sobre Ismael. Ismael deveria ser abençoado, ser
frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas “extraordinariamente”.
Ele seria pai de doze príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas “uma
grande nação”. 1
A descendência de Ismael
Assim como houve doze patriarcas em Israel e doze filhos de Naor (Gn 22.20), assim
também Ismael, considerado por muitos o patriarca dos árabes, gerou doze príncipes
árabes.
Uma característica marcante na vida de Ismael era que ele seria como um “homem
bravo” (ACF), “jumento selvagem” (NVI) (Gn 16.12). Ismael haveria de ser forte,
selvagem e livre, e de trato difícil, desprezando a vida na cidade e amando sua
liberdade a ponto de não ser capaz de viver com ninguém, nem com seus próprios
parentes.
Ismael não desapareceu das páginas da história sagrada e muito menos ficou sem
bênção, meramente por não pertencer à linhagem de Israel. Deus tinha um lugar e
um destino reservados para ele. O Messias, da linhagem de Isaque, também seria o
Salvador dos demais descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra.
Entretanto, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos ferrenhos de Israel,
descendentes de Isaque (Sl 83.1-18). E permanecem assim até os dias de hoje.2
43
do deserto de Sinai), na direção de quem vai para Assur (Assíria, região Norte do
Iraque). Abraão habitou por um tempo nessa região. Foi também a habitação dos
amalequitas e de outras tribos nômades (Gn 25.18; 1Sm 15.7; 27.8). Além da Bíblia,
os assentamentos, como, por exemplo, os de Quedar, Tema, Dumá e Nebaiote
também são conhecidos, há mais de dois milênios.
Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, que, em hebraico, significa “frutificação”, era
chefe tribal árabe (1Cr 1.29). Sua descendência continuou a ser conhecida por esse
nome (Gn 17.20; 25.16). Uma curiosidade histórica é o fato de que a terra de Esaú
ou Edom finalmente caiu sob o controle da posteridade de Nebaiote. Esse clã árabe
era vizinho do povo de Quedar. Ambos os nomes aparecem nos registros de
Assurbanipal, rei da Assíria (669-626 a.C.). Embora alguns estudiosos rejeitem a
idéia, possivelmente eles foram os antepassados dos nabateus.
Os nabateus eram um povo árabe cujo reino se expandiu, no passado, até Damasco,
capital da Síria, um país árabe. Perto do século 4o a.C., eles estavam firmemente
estabelecidos em Petra, que atualmente é um sítio arqueológico, com ruínas e
construções magníficas, localizado na Jordânia, que também é um país árabe.
Em face de tudo isso, parece claro que a descendência de Ismael apresentou traços
culturais, raciais e lingüísticos com algumas linhagens árabes existentes nos dias de
hoje. Além disso, as próprias evidências históricas fortalecem a idéia de que os
árabes são descendentes de Ismael, mas isso não significa afirmar que a totalidade
dos árabes é descendente de Ismael.
Outras descendências
Descendentes de Jotão
Alguns árabes se referem a si mesmos como descendentes de Jotão (os árabes lhe
chamam de Kahtan) e uma das tribos mais famosas que descendiam dele era Sabá,
da qual os descendentes fundaram o reino de Sabá, no Iêmen, incluindo a renomada
44
rainha de Sabá (chamada pelos árabes de Bilquis). A visita dessa rainha a Jerusalém,
durante reinado de Salomão, é um exemplo de como o povo de Deus teve influência
Pá gina
das “arábias”, mesmo nos tempos do Antigo Testamento. Salomão escreveu um dos
salmos messiânicos (Sl 72), parcialmente, tendo Sabá em mente (veja os versículos
10 e 15). Jesus falou positivamente sobre a rainha de Sabá (Mt 12.42).
Aparentemente, pelo menos algumas das tribos semíticas adoravam o Deus de Sem,
mesmo sem conhecê-lo inteiramente.
Descendentes de Ló
Os moabitas foram descendentes de Ló e sua filha mais velha (Gn 19.30-37). Eles
eram arrogantes e inimigos de Israel, mas Deus estava, mais uma vez, usando os
babilônios como medida disciplinadora. Isaías (Capítulos15 e 16) e Jeremias (Capítulo
28) predisseram a queda de Moabe e a redução de um povo arrogante a um povo
débil. Os moabitas viveram em sítios vizinhos aos seus irmãos amonitas.
Os amonitas eram descendentes de Amon, filho mais novo de Ló (Gn 19.38) e da sua
filha mais jovem. Em Juízes 3.13, lemos que esse povo se mostrou hostil para com
Israel. Uniu-se em ataque combinado a Israel com outros adversários do povo de
Deus. A capital deles era Rabá. Posteriormente, essa cidade tomou o nome de
Filadélfia, em honra a Ptolomeu Filadelfo. Atualmente, chama-se Aman, capital da
Jordânia. A língua deles era semítica. Hoje, todas aquelas regiões são árabes.4 A raça
amonita desapareceu misturada com outras raças semitas.
Embora não seja possível afirmar com precisão, podemos supor, juntamente com
muitos estudiosos em genealogias, que há uma grande possibilidade de alguns árabes
de hoje serem descendentes não somente de Ismael, mas também de Ló.
Descendentes de Esaú
Esaú, da linhagem de Isaque, teve como uma de suas esposas Maalate ou Basemate,
irmã de Nebaiote, da linhagem de Ismael (Gn 28.9; 36.3). As “crianças de Isaque”
estavam se misturando com as “crianças de Ismael”, nascendo assim outra linhagem
genealógica. Com isso, nasce Reuel, que gerou Naate, Zerá, Samá e Mizá (Gn 36.13).
Certamente, muitos árabes hoje apresentam suas genealogias oriundas dessa
estranha, mas verdadeira fusão.
Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz que Abraão desposou outra
mulher, Quetura, e com ela teve outros filhos. Abraão, já em idade avançada, criou
outra família! Todos os filhos de Quetura, eventualmente, tornaram-se chefes das
tribos árabes. Uma dessas tribos era Midiã; os midianitas se opuseram ao Israel do
profeta Balaão, porém, nem todos os midianitas eram contra os hebreus. Moisés se
casou com Zípora, a filha de Jetro (Êx 2.16-22), que também era chamado de
sacerdote de Mídia. Jetro reconhecia o Deus verdadeiro e até mesmo deu bons
conselhos a Moisés que agradaram a Deus (Êx 18). Os midianistas, certamente,
45
Portanto, vemos claramente que os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão
como pai, certamente pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.
A revista Veja apresentou uma reportagem em que as várias populações judaicas não
apenas são parentes próximas umas das outras, mas também de palestinos,
libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma
comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há quatro mil anos. Em termos
genéticos, significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e
a maioria das outras populações. Quatro milênios representam apenas duzentas
gerações, tempo muito curto para mudanças genéticas significativas. O resultado da
pesquisa é coerente com a versão bíblica de que os árabes e os judeus descendem de
um ancestral comum, o patriarca Abraão.5
Por conveniência, definimos os árabes como o povo que fala o árabe, como língua
mãe, e que vive na península arábica e regiões circunvizinhas. Hoje, existem
diferentes tipos de etnias dentro da região árabe. Algumas nações se tornaram
árabes, pois foram arabizadas, como o Sudão e a Somália. Outras realmente
descendem das linhagens dos antepassados. Mas, afinal, os ismaelitas (filhos de
Ismael) são os árabes de hoje?
Flávio Josefo, historiador judeu, declara que Ismael é pai da nação árabe, conforme
crêem os árabes. Segundo Josefo, não podemos descartar a profecia de Isaías, que
diz que os ismaelitas adorarão o Messias.6
Raphael Patai, um judeu, declara em seu livro, Semente de Abraão, que o termo
“árabe” está contido nas mesmas inscrições com o termo “Quedar”, filho de Ismael,
no século 9 a.C., nas epígrafes assírias. Patai também encontrou provas que mostram
que os árabes foram sinônimos dos “nabateus”, descendentes de Nebaiote.
A promessa de Deus a Abraão foi clara e específica: “O seu próprio filho será o seu
herdeiro” (Gn 15.4). Mas a grande questão é a seguinte: esta promessa de
descendência deve ser entendida em termos raciais ou espirituais?
O apóstolo Paulo esclarece a questão em sua carta aos gálatas: “Ora, as promessas
foram feitas a Abraão e a seu descendente. A Escritura não diz: E a seus
descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente,
que é Cristo” (Gl 3.16).
46
Todas as promessas feitas a Abraão são cumpridas em Jesus. É por meio do maior
Filho de Abraão, Jesus, que a bênção falada em Gênesis alcançará os povos do
Pá gina
mundo. A linhagem racial se torna minúscula quando sabemos que podemos ser
herdeiros de Abraão, ainda que não sejamos árabes ou judeus.
Jesus nasceu no tempo determinado por Deus (Gl 4.4), como o “descendente” de
Abraão. A relação que temos com Jesus se torna fator determinante se pertencemos
realmente a Deus ou não.
Paulo resume isso definitivamente ao declarar: “Se vocês são de Cristo, são
descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.26,27, 29).
Louvamos a Deus, pois milhares de árabes encontraram Jesus nestes últimos tempos.
E na Bíblia, além dos versículos já mencionados, existem muitos outros que nos dão a
esperança de que os árabes, eventualmente, serão salvos. Isaías 60.6,7 relata sobre
um tempo em que a glória do Senhor será manifestada: “A multidão de camelos te
cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá [os descendentes de Abraão por intermédio de
Quetura]; todos virão de Sabá [descendentes de Jotão]; trarão ouro e incenso e
publicarão os louvores do SENHOR. Todas as ovelhas de Quedar [descendentes de
Ismael] se reunirão junto de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu
agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória”.
Temos de acreditar que Deus salvará os árabes, seja qual for a sua descendência.
Que os milhões de árabes possam ser realmente inseridos na descendência espiritual
de Abraão, por intermédio de Jesus, e que a igreja evangélica seja capaz de
reconhecer e compreender as promessas dirigidas a esse povo.
O nascimento de Ismael
“Ora Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo
nome era Agar.
“E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois,
a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.
“Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher
a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.
“E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora
desprezada aos seus olhos.
“Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu
regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o SENHOR
julgue entre mim e ti.
“E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos
teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. E o anjo do SENHOR a achou
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“E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho
fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te
para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos.
“Disse-lhe também o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e
chamarás o seu nome Ismael; porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.
“E ele será homem feroz, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra
ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.
“E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê;
porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?
“Por isso se chama aquele poço de Beer-Laai-Rói; eis que está entre Cades e Berede.
“E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar
tivera, Ismael.
“E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu à luz Ismael” (Gn
16.1-16)
Notas de referência:
www.icp.com.br
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Pá gina