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ÍNDICE

UMA BREVE BIOGRAFIA DE MAOMÉ – William DiPuccio ......... 3


1 - A AUTORIDADE DE MAOMÉ ................................................... 3
2 - DE PACÍFICA PERSUASÃO A VIOLENTO EXTREMISMO ...... 5
3 - MAGNANIMIDADE, GENEROSIDADE E MISERICÓRDIA ....... 7
4 - JIHAD (GUERRA SANTA) PELA CAUSA DO ISLÃ ................. 9
5 - JUDEUS, CRISTÃOS E PAGÃOS SOB O ISLÃ ..................... 11
6 - AS RAÍZES DO ÓDIO AOS JUDEUS ...................................... 13
7 - CASAMENTO E MULHERES .................................................. 15
8 - ESCRAVIZAÇÃO NO ISLÃ ..................................................... 17
CONCLUSÃO: O ENIGMÁTICO MAOMÉ .................................... 18
NOTA DO TRADUTOR ................................................................. 19

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UMA BREVE BIOGRAFIA DE MAOMÉ
William DiPuccio, PH.D.
"Vocês têm certamente no Mensageiro de Allah um belo exemplo de conduta
para qualquer um cujas esperanças estão em Allah e no Dia Final e que se
engaja muito no Louvor de Allah" - Corão 33:21

1 - A AUTORIDADE DE MAOMÉ
Com mais de 1,6 bilhão de seguidores, o Islã é a segunda maior religião do
mundo. Nos últimos 1400 anos, poucos líderes religiosos e políticos
influenciaram o curso da história mais do que Maomé, o Profeta do Islã.
O Islã tradicional ensina que o Islã é a primeira e a final revelação de Deus para
a humanidade. Adão seria muçulmano, Abrahão seria muçulmano, Moisés seria
muçulmano, Jesus seria muçulmano. Maomé seria o último Profeta, suplantando
Jesus e todos os outros profetas.
Alguns muçulmanos podem disputar certas interpretações do Corão, mas para
a vasta maioria dos muçulmanos, o exemplo e ensinamentos, a "Sunna" , de
Maomé são supremos.
Tudo o que ele fez, falou ou permitiu deve ser emulado e tudo o que ele proibiu
não pode ser permitido. Em toda a história dos muçulmanos, a "Sunna" tem sido
o fundamento da Lei Islâmica, chamada "Sharia".
Como existe pouca informação direta sobre Maomé no Corão, os muçulmanos
usam as "tradições" ou "hadiths", que têm sido interpretadas e aceitas pelo
consenso dos eruditos muçulmanos.

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A maioria dessas tradições foram passadas primeiro oralmente e depois foram
colecionadas e registradas por gerações posteriores.

Tudo o que sabemos sobre Maomé vem de fontes islâmicas. Não existem fontes
de primeira mão sobre a vida dele e seus ensinamentos que tenham chegado a
nós por fontes não muçulmanas.
As biografias mais antigas são datadas de cerca de um século depois da morte
de Maomé, mas foram perdidas A mais antiga biografia ainda existente, escrita
por Ibn Ishaq, foi escrita cerca de 150 anos depois da morte de Maomé, que
aconteceu em 632 depois de Cristo, mas parece que incorporou material mais
antigo.
Uma grande coleção de tradições conhecidas no Islã "sunita" como "Os Seis
Livros Verdadeiros" foram publicadas cerca de 250 anos depois da morte de
Maomé. Essa distância histórica projeta algumas dúvidas a confiabilidade
dessas narrativas que, como as evidências mostram, foram algumas vezes
enfeitadas ou distorcidas por razões políticas ou religiosas.
Eruditos islâmicos catalogaram cuidadosamente ensinamentos e exemplos
passados por Maomé, inclusive minúcias tais como sua higiene pessoal, roupas,
vida sexual, dieta e hábitos pessoais.
Grupos de muçulmanos, tais como os Wahabitas, originados na Arábia Saudita
e os Salafitas ou tradicionalistas, estudaram todos os aspectos da vida de
Maomé, para poderem imitar os exemplos dele. Ambos os grupos têm muitos
seguidores em todo o mundo e serviram algumas vezes como incubadores de
terrorismo.
Muitos muçulmanos nunca estudaram a vida de Maomé detalhadamente e
podem estar familiarizados apenas com as virtudes dele, permanecendo
ignorantes de suas imperfeições.
Alguns muçulmanos, especialmente aqui nos Estados Unidos, acreditam que
uma estrita imitação da vida dele não é essencial para ser um muçulmano
devoto.

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2 - DE PACÍFICA PERSUASÃO A VIOLENTO EXTREMISMO
Em 9 de setembro de 2001 ocorreu o maior ataque terrorista da história, que
matou quase 3 mil vidas americanas. Desde então, terroristas cometeram
dezenas de milhares de atos violentos em nome do Islã e assim mesmo muitos
muçulmanos apregoam que o Islã é uma religião de paz.

Como podem essas visões opostas do Islã serem reconciliadas? A resposta está
na própria vida de Maomé. De certa forma Maomé foi uma figura trágica.
Acreditando sinceramente que Allah é o único deus verdadeiro, o ardoroso
desejo dele foi liderar seu povo fora da idolatria e trazê-lo para o monoteísmo.
A mensagem dele foi proferida de forma pacifica e não violenta no início, mas
terminou em violência e conquistas militares, ameaças e assassinatos.
Nascido em Mecca em 570 Depois de Cristo, poucos detalhes são conhecidos
sobre a vida inicial de Maomé. Na idade de 25 ele casou com sua rica e mais
velha prima distante, Khadija. Com o apoio moral e financeiro dela. ele começa
a viver uma vida contemplativa, em busca pela verdade.
Periodicamente se retirava para lugares solitários próximos a Mecca, para
meditar. 15 anos depois ele disse ter recebido a primeira revelação. trazida pelo
anjo Gabriel.
Dois ou três anos depois, na idade de 43 anos, Maomé começou sua pregação
religiosa contra a idolatria em Mecca. O tom de tolerância dele está refletido em
alguns versos iniciais do Corão, tal como o 109:6
"Você pode ter sua religião e eu posso ter a minha religião"
Mas esses versos foram mais tarde ab-rogados. Foram suplantados por novas
revelações, com algumas delas advogando o uso da força.
Dois anos depois de começar a pregar em Mecca, Maomé e seus seguidores
começaram a ser perseguidos. O pequeno bando de muçulmanos foi segregado
dos negócios em Mecca e levado à beira miséria.

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Vários anos depois, na idade de 53 anos, eles deixaram Mecca e foram para
Medina, o que foi conhecido como "hijra" ou emigração. Esse evento tornou-se
um ponto de inflexão na história islâmica e marca o ano um do calendário
islâmico.
Vemos uma grande mudança no comportamento no Islã e no seu fundador.
Depois da "hijra" para Medina, Maomé tornou-se um líder político e militar.
Versos do Corão tomaram tom mais autoritário, quando mudaram da teologia
para a legislação.

Obediência restrita é exigida por ameaças de punições. Maomé começa a


retribuir o mau tratamento que sofreu por parte dos Meccanos, lançando uma
série de ataques espontâneos às caravanas deles, que culminou na "Batalha de
Badr".
Embora em inferioridade numérica, os Muçulmanos derrotaram os Meccanos.
Maomé e seus seguidores viram nisso um sinal de favor divino. Maomé também
assassinou alguns inimigos, sem respeitar idade ou sexo.
De acordo com as biografias mais antigas, uma mulher poeta que zombou dele,
Azma Bint Marwan, foi assassinada em sua cama, enquanto dormia com seus
cinco filhos. Ele próprio nunca praticou os assassinatos. Ele simplesmente dizia
a seus homens: "Quem vai livrar-me dessa pessoa"? Havia sempre voluntários
que davam um passo à frente.
Execuções bárbaras e punições também eram praticadas, com aprovação de
Maomé ou por ordens diretas dele. Isso inclui amputações, crucificações,
arrancar olhos e até retalhar uma mulher velha em duas partes.
Com remorso talvez da crueldade de algumas de suas ações, Maomé limitou
futuras punições somente a amputações e crucificações. Essas punições estão
escritas no Corão e na Lei Islâmica "Sharia", contra assaltantes de viajantes e
para quem é acusado de causar desordens na localidade. (Corão 5:33)

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Torturas eram praticadas em alguns casos. Maomé mandou torturar o líder judeu
Kenana, para ele revelar o esconderijo do tesouro da cidade. Depois de decapitá-
lo, Maomé casou com a viúva de Kenana.

Maomé, nisso, foi um homem de seu tempo. O uso da força era prática em sua
cultura. Ele trouxe reformas, em muitos aspectos da vida árabe. Mas o uso da
violência para expansão da causa religiosa é o que o separa de outras figuras
religiosas como Jesus, Buda e Ghandi.
O uso de violência por Maomé continua a influenciar clérigos, grupos e nações,
que aderem fielmente a tradicionais crenças islâmicas, a despeito de objeções
de eruditos muçulmanos mais progressistas, especialmente no Ocidente.
O exemplo de Maomé é citado como justificativa para praticar a violência pela
causa do Islã
3 - MAGNANIMIDADE, GENEROSIDADE E MISERICÓRDIA
Em paralelo a seu uso da violência, Maomé também era excepcional em atos de
bondade pessoal, que lhe valeram a admiração de seus amigos e inimigos e
atraíram numerosos convertidos.
Esse aspecto de seu caráter é frequentemente obscurecido por suas conquistas
militares e vinganças pessoais. Todavia, Maomé foi amado e estimado tanto
quanto era temido. Por isso, os muçulmanos ainda o vêm assim como um
modelo de virtude.
Esse é um tópico tratado com grande relevância por apologistas muçulmanos,
mas raramente mencionado por muitos de seus críticos. O assunto tornou-se
altamente polarizado assim, Maomé ou é todo bom ou é todo mau.
Revisionistas da história de Maomé o descrevem como um tipo de figura de
Jesus. Essa abordagem é especialmente atraente para os ocidentais, mas não
é tão atraente para eruditos, que estudaram a vida dele em detalhes.
Assim mesmo, para algumas das histórias de Maomé que chegam até nós, é
difícil não admirar sua preocupação pessoal, bondade pelo bem-estar daqueles
que o seguiam.
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De acordo com uma história, na idade de 35 anos, antes do início de sua
pregação, Maomé resolveu uma aguda e potencialmente violenta disputa entre
tribos árabes, referente à localização da sagrada "Pedra Negra", durante a
reconstrução do tempo de Mecca, a "Caaba".
Cada uma das tribos queria ter a honra de recolocar a pedra em seu lugar.
Maomé satisfez as partes em disputa, colocando a pedra num manto. Isso
permitiu ao líder de cada tribo, de compartilhar a honra de levantá-la, pegando
uma das pontas do manto.

Nesse mesmo ano, Maomé adotou e libertou o menino Zayed, escravo da


esposa dele. Essa generosidade durou todo o seu ministério. Maomé era
conhecido por ser bondoso e generoso para os pobres e necessitados. Em
muitas formas ele defendia a causa deles.
Ele também acabou com a cruel prática do infanticídio de meninas, que permitia
que bebês indesejados do sexo feminino pudessem ser enterrados vivos nas
areias do deserto.
Logo que Maomé chegou à Medina, quando tinha 53 anos de idade, celebrou
tratados com judeus e pagãos árabes, para garantir a segurança da comunidade
muçulmana.
Conhecida como a "Carta" ou "Constituição" de Medina, esse contrato social
garantiu, apenas por breve tempo, os mesmos direitos políticos e culturais, para
os muçulmanos e não muçulmanos e concedeu liberdade religiosa para todos.
Depois de derrotar seus inimigos em Mecca, com a idade de 60 anos, Maomé
concedeu anistia geral e perdoou alguns de seus inimigos pessoais. A anistia
também foi dada a outras tribos, tão logo a lealdade delas foi assegurada.
Para terminar com rivalidades tribais e disputas sangrentas, ele uniu todos
árabes numa única comunidade e nação, unidas pela fé em vez de sangue. Em
pelo menos uma ocasião, Maomé reagiu contra o uso de força excessiva. Foi
depois que um de seus generais massacrou os homens da tribo Jazama. Maomé
deplorou o massacre e compensou as viúvas e órfãos da tribo.

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Depois de estabelecer seu poder na Arábia, Maomé criou um sistema de coleta
de tributos, no qual uma parte do dinheiro dos tributos, chamado "zakat", era
destinado a muçulmanos pobres. O "zakat" é ainda coletado atualmente. (Corão
2:215)

No sermão de despedida dele, com a idade de 62 anos, Maomé encorajou a


igualdade e um tratamento bondoso para esposas e escravos. Ele próprio
demostrou isso, ajudando-os em suas tarefas diárias. Não havia tarefas muito
humildes na visão dele.
Ele escolheu viver em relativas e modestas circunstâncias e não num palácio
como um rei. Um pouco antes de morrer, ainda penalizado pelos menos
afortunados, Maomé ordenou que 6 moedas de ouro, que ele tinha em suas
acomodações, fossem dadas aos pobres
4 - JIHAD (GUERRA SANTA) PELA CAUSA DO ISLÃ
A “Jihad”, que significa "fazer esforços", é parte da essência do Islã. Maomé via
o Islã como um esforço espiritual contra o pecado. Um combate político e físico
contra quem impede ou persegue muçulmanos e um combate militar contra
tribos e nações que se recusam a submeter-se ao Islã.
A doutrina islâmica da guerra evoluiu desde a luta de Maomé contra árabes,
judeus e cristãos e mudou de um espiritual e profético conflito, para um conflito
militar.
Com a idade de 53 anos, um pouco depois da migração para Medina, Maomé
comandou numerosos ataques contra caravanas de Mecca. Isso era visto como
uma retribuição divina contra os meccanos, pela perseguição aos muçulmanos,
o confisco de suas propriedades depois que eles deixaram Mecca e a rejeição
do deus do profeta.
A justificativa religiosa para guerra aconteceu realmente com o sétimo ataque,
que ocorreu durante o mês sagrado, quando os combates eram proibidos. De
acordo com o Corão, mesmo que combater no mês sagrado é maligno no final,
até encoraja os muçulmanos a lutarem a "guerra santa", porque a causa contra
seus perseguidores era justa. Descrença e perseguição, de acordo com o Corão,
são piores do que matar. (Corão 2:217)

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Sete anos depois, com a idade de 60 anos, Maomé assumiu o controle de
Mecca. Enfraquecidos e divididos em suas alianças, os meccanos não foram
páreo para o exército de 10 mil soldados de Maomé.
Maomé purifica o templo de Mecca a "Caaba", com a destruição de seus 360
ídolos, assim como imagens de Abrahão e dos Anjos. Os meccanos foram
obrigados pela impressionante demonstração de força a declarar sua fidelidade
a Maomé e ao Islã.
Finalmente, pouco depois da morte de Maomé, na idade de 62 anos, forças
muçulmanas executaram sua ordem final e completamente saquearam e
destruíram a cidade de Mutah, para vingar o assassinato de um mensageiro
muçulmano.
No total, Maomé participou entre 27 e 29 batalhas durante toda a sua vida. Essas
batalhas foram descritas por historiadores muçulmanos antigos. Maomé
raramente lutou nessas batalhas ele próprio, todavia, ele foi um astuto militar e
político estrategista.
Muitas batalhas não foram conduzidas em autodefesa, como alguns apologistas
do Islã argumentam, ao contrário, a guerra tornou-se um instrumento para
propagação do Islã entre os idólatras árabes, que recusavam o convite de
Maomé para converterem-se. (Corão 2:190-193; 9:29,36)
Gerações posteriores seguiram muito similar procedimento, resultando na
expansão do império islâmico, estendendo-se desde a Europa até a Índia. O
legado da Jihad continuou hoje por todo o mundo. Por meio de bem financiadas
milícias islâmicas e grupos terroristas, cuja meta final, em muitos casos, é
estabelecer nações islâmicas, governadas por um Califa, que é um sucessor de
Maomé.
Entretanto, nem todos os eruditos muçulmanos reconhecem a legitimidade
desses grupos. Seguindo o exemplo de Maomé, grupos terroristas, às vezes
atingem também outras facções islâmicas, que eles vêm como heréticas, numa
tentativa de purificar o Islã. (Corão 4:88-89)

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Não muçulmanos são atacados como parte de uma estratégia de longo prazo de
intimidar e finalmente subjugar nações ocidentais, mas também como retaliação
por interferências políticas e militares pelo ocidente em países muçulmanos e
em defesa do Islã, que eles acreditam estar sob ataque do ocidente.

Tentativas de terroristas para justificar uma consistente política de atacar civis


desarmados, especialmente mulheres e crianças, apelando para o exemplo de
Maomé, são rejeitadas por muitos eruditos muçulmanos.
Finalmente, muitos eruditos muçulmanos, especialmente em países
muçulmanos, continuam a promover a doutrina e teologia da Jihad, ensinadas
por Maomé. (Corão 2:190)
Isso está disseminado em comentário no Corão, traduzido em diferentes
idiomas, em numerosos artigos e publicações, nas mesquitas espalhadas pelo
mundo e por meio de proeminentes escolas islâmicas e universidades.
5 - JUDEUS, CRISTÃOS E PAGÃOS SOB O ISLÃ
Durante quase toda a história islâmica e mesmo hoje, em algum grau, o
tratamento de não muçulmanos, que vivem sob governos islâmicos, foi
estabelecido pelo exemplo de Maomé.
Depois da conquista do rico oásis de Khaybar, na idade de 58 anos, judeus que
recusaram o convite ao Islã, podem ficar na localidade, somente se aceitarem
as leis muçulmanas e pagarem um tributo anual (ou taxa de proteção), chamada
"Jizya", que neste caso somava 50% de suas colheitas. Procedimento similar foi
seguido em quase todas as guerras contra judeus, cristãos, em toda a história.
Cerca de um ano depois de conquistar Mecca, onde ele compeliu os idólatras
meccanos a jurarem fidelidade ao Islã, Maomé declarou que a idolatria não mais
seria tolerada em toda a Arábia. Depois de um período de 4 meses de tolerância,
quem persistisse seria assassinado.
Cristãos e Judeus por outro lado, seriam subjugados pela força, se necessário,
e assim como antes, teriam que pagar a taxa da "Jizya". Como "Dhimmis", sob
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o Islã, seus direitos religiosos e pessoais seriam limitados. Esse ultimatum está
estabelecido na Sura 9, o capítulo 9 do Corão.
O verso 29 orienta os muçulmanos a lutarem contra aqueles que não acreditam
em Allah nem no "Último Dia" e nem proíbem o que que foi proibido por Allah e
seu Mensageiro e a combater aqueles que não conhecem a religião da Verdade,
que é o Islã.
Entre o "Povo das Escrituras" (judeus e cristãos) até que paguem a "jizya" (a
taxa de "proteção"), com submissão voluntária e se sintam subjugados. O
período de tolerância tendo terminado, os pagãos no sétimo século da Arábia,
foram forçados a aceitar o Islã ou morrer.
Através da história, o precedente de Maomé, foi aplicado a outros politeístas, tal
como aos hindus, mesmo que não de forma permanente. Em alguns casos, o
politeísmo era tolerado sob governos muçulmanos em outros casos não.
Todavia, dezenas de milhões de hindus foram mortos na Índia, durante o período
inicial da idade média, sob o governo muçulmano.
O "Povo da Bíblia" (cristãos e judeus) eram usualmente tolerados desde que
pagassem a "Jizya" e se humilhassem diante de seus conquistadores
muçulmanos.

Assim mesmo, Maomé, pouco antes de morrer, ainda lamentava de que ambos,
cristãos e judeus rejeitassem seus clamores proféticos e amaldiçoou ambos. De
acordo com os historiadores muçulmanos, Ibn Sa'ad e Ibn Kathir, ele disse:
"Ó Senhor, destrua os judeus e os cristãos"
Ensinamentos tradicionais islâmicos mantém que o destino do Islã é governar
todo o mundo. No final dos tempos, quando Jesus retornar e o Mahdi, o Messias
muçulmano aparecer, todos os outros sistemas de crenças serão destruídos e
todos serão forçados a se submeterem ao governo de Allah.
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Embora países muçulmanos, com raras exceções, não mais imponham a taxa
de "Jizya" para não muçulmanos, o tratamento discriminatório e perseguições a
esses grupos, especialmente aos cristãos, ainda ocorre atualmente em partes
do mundo muçulmano
6 - AS RAÍZES DO ÓDIO AOS JUDEUS
As tribos de judeus da Arábia tiveram papel pivotal na formação do Islã. O Corão
adaptou numerosas crenças, histórias, leis e rituais dos primeiros cinco livros do
Velhos Testamento, chamado de "Torá" ou Lei, assim como interpretações
rabínicas e legendas encontradas no "Talmud".
As relações de Maomé com judeus de seus dias tornaram-se modelo em toda a
história subsequente. A missão de Maomé, como ele pensava, era chamar os
árabes, judeus e cristãos de volta ao verdadeiro monoteísmo. Esse monoteísmo,
acreditava ele, existia antes das distorções e más interpretações, propagadas
depois por esses grupos. (Corão 29:46-47)
Embora ele tivesse contato limitado com cristãos, havia muitas tribos judaicas
vivendo na Arábia naquele tempo. Esses judeus queriam negociar com ele e
entrar em acordo com ele, para defenderem-se de agressores, mas as crenças
deles estavam fora disso.
Isso tornou-se a fonte de um profundo e duradouro conflito que persiste até hoje.
Desde a apresentação pública de seu ministério, com a idade de 43 anos,
Maomé buscava a adesão dos judeus a ele como Profeta e sucessor de Moisés.
Acreditava que sua vinda estava profetizada nas escrituras deles no Capítulo
18:15, do Livro do Deuteronômio:
"O Senhor falou a Moisés e disse: Eu levantarei um Profeta entre os homens
como você e colocarei minha palavras na sua boca e ele falará a eles tudo o
que eu mandar; ele questionará todos os que não ouvirem minhas palavras,
que ele falará em meu nome o que eu próprio mandarei a ele".

Logo que chegou a Medina, 9 anos depois, Maomé assinou um tratado de defesa
mútua com os judeus, mas depois de um ano ele ficou decepcionado e irritado

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com a rejeição das demandas proféticas dele e em resposta mudou a direção
das preces o "Qibla", de Jerusalém para a "Caaba" em Mecca.
Nesse ponto, o Islã foi transformado de um movimento unificado para uma
religião árabe distinta, na qual os muçulmanos, não os judeus seriam
reconhecidos como os verdadeiros descendentes espirituais de Abrahão, Moisés
e dos profetas.
O pesar por sua rejeição pelos judeus foi intensificado por notícias de que eles
que estavam de conluio com os inimigos dele. Como essas notícias chegaram
até nós por historiadores muçulmanos, provavelmente nunca ouviremos o outro
lado da história.
Todavia, começando com o cerco da tribo judaica Qaynuqa, quando Maomé
tinha 54 anos de idade, a rejeição a ele pelos judeus foi vingada por exílios,
batalhas, assassinatos e perseguições.
No Corão, os judeus que quebram o "Sabbath" sob Moisés, são aqueles que
"Allah" amaldiçoou e que estão sob sua ira e alguns deles teriam sido
transformados em macacos e porcos. Esses versos foram citados por Maomé
contra os judeus e foram citados frequentemente desde então, mesmo nos dias
de hoje. (Corão 5:60)
Maomé deu permissão a seus seguidores a matarem judeus. em qualquer lugar
que os encontrarem, resultando no assassinato de um mercador Judeu. Esse
comportamento durou pouco tempo, até que Maomé celebrou outro acordo com
os judeus. Mas três anos depois, após acusações de traição, o exército
muçulmano sitiou a desafeta tribo Banu Quraiza. Entre 700 a 900 homens
adultos foram decapitados, com a permissão dele e 1.000 mulheres e meninas
foram escravizadas ou vendidas.
Com a idade de 58 anos de idade, Maomé foi envenenado por uma mulher Judia,
que havia perdido seu pai, marido, tio e irmão na batalha de Khaybar. Ele
sobreviveu, mas a mulher foi executada. Alguns acreditam que o efeito crônico
do veneno tenha apressado a morte de Maomé, que aconteceu cerca de quatro
anos depois.
De acordo com numerosos "hadiths", Maomé proclamou que o "Dia do
Julgamento" não acontecerá enquanto muçulmanos estiverem combatendo
judeus. “Quando judeus se escondem atrás de pedras e árvores elas dirão: Ó,
muçulmanos, há um Judeu atrás de mim venham e matem-no”.
Depois que Maomé morreu, no ano de 632, judeus e cristãos foram expulsos da
Arábia pelo sucessor dele, Umar, em 641 Depois de Cristo. Nos séculos
seguintes, judeus foram autorizados a praticarem a religião deles em outros
lugares.
Apesar de sua condição de "Dhimmis", eles tiveram, algumas vezes, melhor
tratamento em países muçulmanos do que sob governos bizantinos e de cristãos
ocidentais.
Mas lá pelo século 13, a módica tolerância que marcou a "Idade de Ouro" da
civilização Islâmica, começou a dar lugar a uma mentalidade de rígido controle
feudal e muitos judeus foram forçados a ir para "guetos" e algumas comunidades
judias e cristãs foram destruídas.

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As condições pioraram no século 19, no declínio do Império Otomano (Turco). O
moderno antissemitismo apareceu primeiro no mundo muçulmano, durante esse
período.
Durante a 2a guerra mundial, o Mufty de Jerusalém aliou-se a Hitler. Ele estava
ansioso para continuar o genocídio de Hitler pelo extermínio dos judeus na
Palestina, depois que Hitler terminasse de fazer isso na Alemanha. Ironicamente
hoje, muitos muçulmanos negam que o Holocausto tenha acontecido.
Infelizmente, existe um profundo ódio aos judeus em quase todo o mundo
muçulmano atualmente. Esse ódio não é só direcionado contra a Nação de Israel
e frequentemente se estende a judeus de todos os lugares.
Comunidades judaicas na Europa têm visto um agudo crescimento da
perseguição por muçulmanos lá. Vemos esforços de reconciliação aqui nos
Estados Unidos entre moderados e ocidentalizados muçulmanos. Mas essas são
exceções em vez da regra.
7 - CASAMENTO E MULHERES
A condição social e os direitos das mulheres no Islã é, talvez, um dos mais
controversos assuntos que os muçulmanos enfrentam hoje. Há muitas vozes
clamando falar pelo Islã e muitas interpretações do Corão, estendendo-se do
feminismo ocidental até a tradicional dominação dos homens.
Mas qual é o ensinamento e exemplo de Maomé, de acordo com o Corão e
tradições islâmicas mandatórias?
Entre as idades de 25 e 62 anos, Maomé teve 11 esposas, duas adquiridas como
espólios de guerra e duas concubinas. Muçulmanos "Xiitas" afirmam que Maomé
teve 22 esposas.

Maomé permite que homens muçulmanos tenham apenas 4 esposas (Corão4:3),


mas no Paraíso eles terão muitas virgens e escravos. (Corão 56:22, 35-38) Lá
as mulheres muçulmanas terão a virgindade e juventude restauradas, mas sem
permissão de ter mais que um marido.

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Maomé tinha 49 anos quando a primeira esposa dele, Khadija, morreu. Logo
depois, ele se comprometeu com uma menina de 6 ou 7 anos de idade com o
nome de Aísha. O casamento foi consumado quando ele tinha 9 ou 10 anos de
idade. Por essa razão, casamentos pré-puberdade são permitidos sob a
"Sharia", em alguns países muçulmanos.
Comparando seu tratamento como mera propriedade, sob a lei de costume tribal
árabe, Maomé provavelmente elevou o respeito e dignidade das mulheres de
alguma maneira. (Corão 2:228; 4:19) Ele também acabou com a perversa prática
de enterrarem vivos bebês femininos indesejados. (Corão 17:31)
Em alguns casos, as mulheres árabes tinham mais poder sob o velho sistema
Apontam que a 1a esposa de Maomé, Khadija, era rica e poderosa antes de
conhecer Maomé e se tornado muçulmana.
Aísha, a esposa favorita de Maomé, conhecida como a "Mãe dos Fiéis",
encontrou-se com uma mulher que tinha sido espancada e ferida pelo marido
dela e falou para Maomé: Não vi qualquer mulher sofrer tanto quanto as
mulheres crentes. Olhe, sua pele é esverdeada e suas roupas! Maomé não
repreendeu o marido e em vez disso, criticou a mulher.
Maomé também instituiu o casamento temporário ou "Muttah", para satisfazer
seus soldados, muitos deles, que permaneciam muito tempo longe das esposas
deles. O Muttah permite que o casamento contratado por um certo preço e por
curto período e pode ser baseado em anterior costume árabe. (Corão 4:24)
Críticos o vêm como uma forma de prostituição.
Muçulmanos "Sunitas" o aboliram algum tempo depois da época de Maomé.
Entretanto muçulmanos Xiitas ainda o permitem. De acordo com noticiários, o
"Estado Islâmico" (ISIS) que é muçulmano Sunita, restaurou a antiga prática do
Muttah, permitindo a seus soldados a contratarem casamentos temporários.
Existe algum desdém sobre o que as mulheres aguentaram sob o Islã. Como o
Corão e os "Hadiths" abundantemente testemunham, isso emana dos
ensinamentos e exemplos do próprio Maomé. No seu sermão de despedida, aos
62 anos, Maomé prescreve apedrejamento para adultério e punições físicas para
disciplinar esposas (Corão 4:34). Se o isolamento falhar, Maomé disse,
espanquem-nas com tiras, mas não severamente. Mulheres são também
comparadas a propriedade, cativos e prisioneiros, por Maomé. (Corão 2:223)
De acordo com o Corão, o testemunho de uma mulher num tribunal vale a
metade do de um homem. (Corão 2:282) Sob a Lei Islâmica tradicional, que é
baseada no Corão, uma vítima de estupro, precisa trazer 4 testemunhas homens
para obter justiça contra seu estuprador. (Corão 24:4)
Cobrir os cabelos com uma "echarpe", chamada de "hijab" e vestir uma túnica
comprida, são prescritos no Corão. Cobrir o rosto com um "niqab" ou uma "burqa"
é também exigido por lei, de acordo com maioria dos eruditos muçulmanos.
(Corão 24:31)
Um "hadith" mandatório da esposa de Maomé, "Aísha", relata isso. Quando o
Profeta determina que mulheres vistam seus véus sobre seu peito, como está
escrito no Corão, elas cortam as pontas de seus lençóis e cobrem suas cabeças
e seus rostos com essa peça cortada do tecido. (Corão 24:31)

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A FGM (Mutilação Genital Feminina) é uma certa forma de circuncisão do Islã.
Foi praticada, com a aprovação de Maomé, de acordo com tradições. De fato,
isso é exigido, de acordo com eruditos.

Mulheres têm pouco a esperar depois da vida. De acordo com um "hadith"


confiável, Maomé teve uma visão do inferno, no qual viu que seus habitantes
eram a maioria de mulheres. Foram condenadas por sua falta de gratidão a seus
maridos.
Certa vez, Maomé falou a um grupo de mulheres, que nunca tinha visto alguém
tão deficiente em inteligência e religião como as mulheres.
Nem todos os muçulmanos têm essa visão tão ruim das mulheres, é claro, mas
esse é o ensinamento do Islã tradicional
8 - ESCRAVIZAÇÃO NO ISLÃ
Diferente do Cristianismo, dividido sobre a questão moral da escravidão, durante
a maior parte de sua história, a doutrina e leis islâmicas abraçam plenamente a
venda e propriedade de escravos desde o princípio.
Escravidão era uma instituição existente entre os árabes, no tempo de Maomé,
assim como existia em muitas nações ao longo da história. O Islã perpetuou e
regulamentou sua prática sob a lei "Sharia" até o século 20.
Alguns eruditos muçulmanos ainda advogam a escravidão como uma essencial
e integral prática do Islã. A justificativa para a escravidão é baseada no exemplo
do próprio Maomé. Depois de derrotar os judeus da tribo Banu Quraiza, quando
ele tinha 57 anos, Maomé aprovou a matança dos homens adultos e escravizou
ou vendeu mil mulheres e meninas, junto com meninos que ainda atingido a
puberdade.
A escravização de povos conquistados tornou-se uma prática estabelecida ao
longo da história islâmica e proveu um contínuo fluxo de trabalhadores escravas
sexuais e dinheiro.

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Sob a Sharia, qualquer quantidade de mulheres capturadas pode ser mantida
como escravas sexuais ou concubinas. (Corão 4:3, 24) Se forem casadas, o
casamento delas é anulado. Maomé tinha duas de suas esposas, que foram
capturadas em guerras e tinha pelo menos duas concubinas, em adição a vários
homens escravos.

Embora Maomé encorajasse um tratamento bondoso dos escravos e alforria de


escravos, não existe punição sob a lei Sharia para o proprietário que estupra ou
mata seus escravos. (Corão 24:33) Tais leis não são sempre aplicadas
integralmente, permitindo aos escravos serem melhor tratados em alguns
lugares que em outros.
Historicamente, os muçulmanos criaram uma extensa rede de comércio de
escravos, suprida por cativos de guerras de todas as raças, tomados
principalmente do norte da África e do sul da Europa.
Estima-se que entre 10 e 18 milhões de escravos foram negociados, inclusive
mais de um milhão de europeus, mas ninguém sabe o número verdadeiro. A
escravidão não foi abolida na Arábia Saudita até os anos da década de 1960,
mas ainda opera clandestinamente em várias partes do mundo muçulmano
atualmente e foi recentemente restaurado pelo ISIS, o Estado Islâmico
CONCLUSÃO: O ENIGMÁTICO MAOMÉ
Os muçulmanos fazem esforços para definir o Islã no mundo moderno. O caráter
complexo de Maomé continuará a ter um papel decisivo em estabelecer o futuro
dessa fé, com cada facção buscando justificar sua versão do Islã, de seus
ensinamentos e exemplo como estão no Corão e nas Tradições.
Quem promove a paz e os direitos humanos, encontra sua inspiração em
Maomé, assim como quem promove a lei Sharia, a violenta Jihad e até mesmo
terrorismo.
Por causa dessas tendências violentas serem estabelecidas pelos ensinamentos
e exemplo do próprio Maomé, é provável que elas sempre sejam partes
inseparáveis do Islã.

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Maomé possuía o amor, humildade e a bondade de um Santo, lado a lado, com
o vício, pretensão e crueldade de um tirano. Ele foi amado e adorado por seus
seguidores e foi temido e desprezado por aqueles que recusaram a aceitar a
religião dele.

Esse dualismo de seu caráter tem sido emulado por muitos dos de seus
seguidores ao longo da história, até mesmo no presente, explica ambas, a
bondade que vemos dos muçulmanos e os brutais ataques entre facções de
muçulmanos e contra quem fica no caminho da dominação islâmica.
As últimas cenas da vida de Maomé ilustram essas contradições. Ele amaldiçoou
os judeus e os cristãos, clamando pela destruição deles, enquanto se
preocupava em deixar um presente generoso para os pobres.
Maomé foi verdadeiramente, em muitos modos, um líder religioso enigmático.
"Você tem de fato no Mensageiro de Allah um belo modelo de conduta para
qualquer um que tem esperança em Allah e no Dia Final e para quem se
empenha em louvar Allah" - Corão 33:21
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NOTA DO TRADUTOR
O texto acima foi extraído das legendas do vídeo do Youtube “Através das
Lentes da Vida de Maomé”, legendado por mim, em 2018.
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NOTA DO AUTOR DO DOCUMENTÁRIO (Texto Inserido no início do vídeo)


Neste documentário ilustramos algumas das maiores crenças e práticas do Islã
tradicional, a partir da vida e ensinamentos de Maomé.

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Os detalhes biográficos apresentados aqui foram retirados diretamente de fontes
islâmicas originais e podem ser encontradas em numerosos trabalhos de
eruditos.
A maioria das imagens artísticas usadas deste programa foram produzidas por
artistas muçulmanos medievais e contemporâneos, cujos trabalhos foram
contratados e aprovados por dignitários muçulmanos e autoridades.
ATRAVÉS DAS LENTES DA VIDA DE MAOMÉ - COMO O EXEMPLO E OS
ENSINAMENTOS DE MAOMÉ FORMARAM O ISLÃ DE HOJE - NARRADO
POR CHRIS STEPHENS, M.D. - COM COMENTÁRIOS DE WILLIAM
DIPUCCIO, PH.D.
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