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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SEMIÁRIDO

NUCLEO DE ENSINO Á DISTÂNCIA

CURSO LICENCIATURA EM QUÍMICA


MODALIDADE A DISTÂNCIA

Professora: Andréa Francisca Fernandes Barbosa


Técnica de laboratório: Maria Deuzilene Oliveira do Nascimento Medeiros

MOSSORÓ RN
2021
SUMÁRIO
PAG
NORMAS PARA AS AULAS DE LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA 3
MATERIAIS MAIS USADOS NO LABORATÓRIO 4
SEGURANÇA NO LABORATÓRIO 9
COMO FAZER UM RELATÓRIO TÉCNICO 12
Prática 01 – COMPORTAMENTO DOS GASES: PROPRIEDADES PTV 19
Prática 02 – VOLUME MOLAR DE UM GÁS 23
Prática 03 - LEI DE GRAHAM DE DIFUSÃO E EFUSÃO 27
Prática 04 – DENSIDADE DOS GASES 35
Prática 05 – DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA RELAÇÃO Cp/Cv 40
Prática 06 - CONCEITOS DE CALOR, TEMPERATURA E CAPACIDADE 42
CALORIFICA
Prática 07 – CALORIMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO E DISSOLUÇÃO 51
Prática 08 – DEMONSTRAÇÃO EXPERIMENTAL DO EQUILÍBRIO QUÍMICO 58
Prática 09 - REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO E PILHAS

NORMAS PARA AS AULAS DE LABORATÓRIO DE


FÍSICO-QUÍMICA

1. O PRAZO DE TOLERÂNCIA DADO AO ALUNO NO INÍCIO DAS AULAS


É DE 15 MINUTOS, NO MÁXIMO.
2. É PROIBIDO O USO DE SHORTS, VESTIDOS, SAIAS E OUTROS NAS
AULAS EXPERIMENTAIS.

2
3. É OBRIGATÓRIO O USO DE BATAS OU JALECOS, TÊNIS OU
QUALQUER SAPATO HERMETICAMENTE FECHADO NAS AULAS
EXPERIMENTAIS.
4. CADA GRUPO É RESPONSÁVEL PELO MATERIAL UTILIZADO NO
DECORRER DA PRÁTICA. CASO ALGUM MATERIAL SEJA
DANIFICADO, A REPOSIÇÃO SERÁ FEITA PELO GRUPO, NO PRAZO
MÁXIMO DE 15 DIAS.
5. CASO O ALUNO FALTE A AULA EXPERIMENTAL, NÃO HAVERÁ
REPOSIÇÃO.
6. O ALUNO QUE FALTAR A QUALQUER AVALIAÇÃO DEVERÁ
REQUERER A SEGUNDA CHAMADA JUNTO Á SECRETARIA DO
DEPARTAMENTO DE PETRÓLEO E GÁS, COM A RESPECTIVA
JUSTIFICATIVA DOCUMENTADA.
7. SERÁ ATRIBUÍDO PONTUAÇÃO Á PARTICIPAÇÃO DO ALUNO NAS
ATIVIDADES DO LABORATÓRIO JUNTO COM O RELATÓRIO,
SEGUINDO AS NORMAS ATRIBUÍDAS (ATÉ 2,0 PONTOS).

MATERIAIS MAIS USADOS NO LABORATÓRIO

3
BALÃO DE FUNDO CHATO: utilizado
para armazenar, preparar, aquecer ou recolher
soluções. Pode ser de vidro transparente ou
âmbar.

ERLENMEYER: serve para recolher


frações de materiais destilados ou para
conter misturas que serão
homogeneizadas.

BECKER: Resistem ao aquecimento,


resfriamento e ataques de produtos químicos, com
escala de pouca presisão.

FUNIL DE VIDRO: transferir líquido e separar


misturas com apoio do papel de filtro

CONDENSADORES: são colunas de vidros


com tamanho variável entre 10 cm e 1,7 metro,
dentro das quais existem tubos em forma reta,
espiral ou bolas sequenciais. São utilizados em
destilações.

4
BASTÃO OU BAQUETA: é um bastão
maciço de vidro. Serve para agitar e facilitar as
dissoluções ou manter massas líquidas em
constante movimento.

PROVETA OU CILINDRO GRADUADO: serve para


medição precisa de volumes maiores de líquidos.

PIPETAS: Utilizadas para medir


e transferir mínimas quantidades
de líquidos com presisão. Podem
ser pipetas graduadas ou
volumétricas (volume fixo).

BALÃO VOLUMÉTRICO COM SAIDA


LATERAL: empregado na ebulição de
líquidos em pequenas destilações.

BICO DE BUNSEN: aquecedor á gás com chama de


temperatura variável, de acordo com a regulagem.

5
SUPORTE UNIVERSAL,
GARRA E PINÇAS DE
FIXAÇÃO: usados para
segurar e sustentar vidrarias,
como balões e condensadores,
entre outros.

TRIPÉ DE FERRO: usado como apoio para tela


de amianto e outros objetos a serem aquecidos.

TELA DE AMIANTO: suporte para as peças a


serem aquecidas. A função do amianto é distribuir
uniformemente o calor recebido pela chama do
bico de Bunsen.

ESTANTE PARA TUBO DE


ENSAIO: é utilizado para
apoiar tubos de ensaio.

FUNIL DE BUCHNER: usado em filtrações à


vácuo, pode substituir os cadinhos de Gooch.

6
KITASSATO: recipiente de vidro com paredes
super-reforçadas e indicado para filtrar a vácuo.

FUNIL DE SEPARAÇÃO: utilizado na


separação de misturas de líquidos imiscíveis.
Também pode ser chamado funil de decantação
ou funil de bromo.

PISSETA: deve conter solventes, água ou


soluções de sabões e é utilizada para efetuar
lavagens de outras vidrarias.

BALÃO VOLUMÉTRICO: recipiente que


possui um gargalo longo com um aferidor que
permite medições rigorosas de volumes, sendo
utilizado assim, no prepara do soluções que
tenham concentrações definidas, volumes
precisos e prefixados. Seu volume pode variar
de 5 mL a 2000mL.

7
DENSÍMETRO: utilizados para medidas de
álcool na gasolina ou medida da densidade e
consequentemente medida do grau API.
CENTRÍFUGA: centrifuga de bancada, digital e
microprocessada. Especialmente desenvolvida para
a realização de trabalhos que requeiram
centrifugação de uma ampla variedade de amostras,
em diversos tipos de frascos e volumes.

BANHO TERMOSTÁTICO: aparelho provido


de um recipiente, no qual um fluído é mantido em
temperatura estável, controlada através de um
termostato.

8
SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

     A prática da Química, seja a nível profissional ou de aprendizado, exige que regras
de segurança sejam rigorosamente seguidas para evitar acidentes e prejuízos de ordem
humana ou material. Os acidentes podem, se tomadas as devidas precauções, serem
evitados, ou ao menos terem suas consequências minimizadas.

     A seguir estão relacionadas algumas regras de segurança que você deverá colocar em
prática para sua segurança e de seus colegas:

1. Use sempre o guarda-pó de algodão de mangas compridas, na altura dos joelhos


e fechados;
2. Use calçados fechados de couro ou similar;
3. Não use relógios, pulseiras, anéis ou quaisquer ornamentos durante o trabalho no
laboratório;
4. Não beba e não coma no laboratório;
5. Nunca use material de laboratório para beber ou comer;
6. É proibido fumar no laboratório ou em qualquer outro lugar que possa pôr em
risco a segurança ou saúde das pessoas;
7. Caminhe com atenção e nunca corra no laboratório;
8. Nunca teste amostras ou reagentes pelo sabor e os odores devem ser verificados
com muito cuidado;
9. Não leve a mão à boca ou aos olhos quando estiver manuseando produtos
químicos;
10. Aventais de laboratório, luvas, óculos de proteção ou outras vestimentas não
devem ser usados fora do laboratório;

9
11. Em caso de acidentes, mantenha a calma e chame o professor ou técnico
responsável;
12. Objetos pessoais como bolsas, blusas, etc, devem ser guardados em armários de
preferência em áreas externas aos laboratórios;
13. Brincadeiras são absolutamente proibidas nos laboratórios;
14. Use a capela sempre que trabalhar com solventes voláteis, tóxicos e reações
perigosas, explosivas ou tóxicas;
15. As substâncias inflamáveis devem ser manipuladas em locais distantes de fontes
de aquecimentos;
16. O uso de pipetadores é requerido em qualquer circunstância ao utilizar pipetas;
17. Lentes de contato não devem ser usadas em laboratórios, pois podem absorver
produtos químicos e causar lesões nos olhos;
18. Óculos protetores de segurança são requeridos durante todo o período de
trabalho no laboratório;
19. Nunca jogue reagentes ou resíduos de reações na pia, procure o frasco de
descarte;
20. Ao final de cada aula, as vidrarias utilizadas durante o trabalho de laboratório
devem ser esvaziadas nos frascos de descarte e enxaguadas com água antes de
serem enviadas para limpeza;
21. Vidrarias trincadas, lascadas ou quebradas devem ser descartadas e o técnico ou
responsável deve ser avisado;
22. Antes de manipular qualquer reagente deve-se ter conhecimento de suas
características com relação à toxicidade, inflamabilidade e explosividade;
23. Deve-se tomar cuidados especiais quando manipular substâncias com potencial
carcinogênico;
24. Os reagentes e soluções devem ser claramente identificados e as soluções
apresentar data de preparo, validade e o nome do analista que a preparou;
25. Todo acidente com reagentes deve ser limpo imediatamente protegendo-se se
necessário. No caso de ácidos e bases devem ser neutralizados antes da limpeza;
26. Siga corretamente o roteiro de aula e não improvise, pois improvisações podem
causar acidentes, use sempre materiais e equipamentos adequados;
27. Todas as substâncias são tóxicas, dependendo de sua concentração. Nunca
confie no aspecto de uma droga, deve-se conhecer suas propriedades para
manipulá-la;

10
28. Receber visitas apenas fora do laboratório, pois elas não conhecem as normas de
segurança e não estão adequadamente vestidas. 

     Essas são algumas regras gerais que devemos seguir durante um trabalho no
Laboratório. Durante o curso, em cada experimento serão relacionadas outras
mais específicas, inclusive sobre os reagentes a serem manipulados.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

FILHO, J. M., SEGURANÇA NO LABORATÓRIO, LABORATÓRIO


VIRTUAL DE QUÍMICA – LVQ, UNESP BAURU
http://www2.fc.unesp.br/lvq/seguranca.html. Acessado no dia
08/01/2010

11
COMO FAZER UM RELATÓRIO TÉCNICO

MODELO DE RELATÓRIO

    É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante


pesquisas ou se história a execução de serviços ou de experiências. “É
geralmente acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas,
gráficos, estatísticas e outros.”
  
    Existem diversos tipos de relatórios como, por exemplo: técnico-científicos,
de viagem, de estágio, de visita, administrativos, e outros para fins especiais
definidos pela empresa para relatar alguma atividade especial.
    Um ponto importante na elaboração é o cuidado com a formatação do
documento, que deve seguir ordens e padrões.

Em geral as Medidas de formatação do relatório são:


Margem superior…………. 2,5 cm
Margem inferior…………. 2,5 cm
Margem direita…………… 2,5 cm
Margem esquerda………. 3,5 cm
Entre linhas (espaço)…… 1,5 cm
Tipo de letra………………. Times New Roman ou outro tipo de letra serifada
(garamond, bodoni, Didot e caslon)
Tamanho de fonte: ………. 12
Formato de papel……….. A4 (210 X 297 mm

12
Figura 01 – Tipos de letras com serifa e sem serifa.

1. Como escrever um relatório?

1.1 – Identificação (Capa)


1.2 - Sumário
1.3 – Introdução
1.4 - Objetivos
1.5 - Material e Métodos
1.6 - Resultados
1.7 - Discussão / Conclusões
1.8 - Bibliografia
1.9 - Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho
1.10 - Outras atividades de interesse universitário
1.11 - Apoio
1.12 – Agradecimentos

1.1 - Identificação
 Uma espécie de cabeçalho
 Nome da prática
 Componentes do grupo
 Orientador
 Local de execução
 Vigência

1.2 - Sumário
13
Sumário éa disposição de informações de um trabalho, relatório ou livros e
dentre outros.

1.3 – Introdução

 Introdução ao assunto deve ser bastante geral.


 Informações da literatura: tornam a introdução mais específica ao assunto.
 Colocação da questão estudada: especificar os objetivos do trabalho.
 Atividades desenvolvidas: dar uma idéia geral de como foi desenvolvido o
trabalho.

1.4 - Material e Métodos

 Materiais: citar os equipamentos, reagentes e outros itens utilizados,


informando fabricante ou fornecedor.

 Métodos: descrever os procedimentos detalhados, que possam ser


reproduzidos com os materiais e equipamentos descritos. 

1.5 – Resultados

14
 Descrição dos resultados: deve ser clara e objetiva, resumindo os achados
principais que serão detalhados em tabelas e figuras.
 Ilustrações dos resultados: tabelas e figuras são muito importantes; seu
número deve ser o menor possível, e elas devem ser construídas com
cuidado para incluir todas as informações necessárias com clareza. 

 Tabelas são numeradas sequencialmente (Tabela 1, Tabela 2,


etc). Seu título deve ser informativo, colocado acima e justificado
à esquerda. Notas de rodapé (a, b, c...) podem ser colocados
diretamente abaixo da mesma.
 Figuras (fotos, esquemas, gráficos) são numeradas
sequencialmente (Figura 1, Figura 2, etc). Seu título deve ser
informativo, colocado abaixo e justificado à esquerda,
descrevendo o que é mostrado.

1.6 - Discussão / Conclusões

 Descrição dos dados à luz da literatura


 Descrição de possíveis fontes de erro e seu efeito sobre os dados.
 Se seus experimentos falharam, quais as sugestões para corrigir o
problema?

1.7 - Bibliografia citada

 Diversos formatos: definir qual o mais apropriado.

1.8 - Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho.

 O projeto foi concluído ou será continuado?

15
1.9 - Outras atividades de interesse do discente.

 Descrever participações em congressos, cursos extracurriculares etc.

1.10 – Apoio

 Citar as agências que financiaram o projeto

1.12 – Agradecimentos

 Citar pessoas ou instituições que tenham colaborado para a execução do


projeto

2.0 - Como escrever um resumo?

 Resumo: apresentação concisa das ideias de um texto (Norma NBR 6028, da


Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Apresentação sintética e seletiva das idéias de um texto, ressaltando sua


progressão e articulação as principais idéias do autor.

3.0 - Como apresentar um trabalho num Congresso Científico: 

Elaboração do Resumo.
    Forma:
 tamanho: determinado em muitos casos
 um só parágrafo

16
 3ª pessoa sing., 3ª pessoa plural, 1ª pessoa sing.
 frases pouco extensas
 terminologia específica
 ordem direta das frases

3.1 - Identificação
3.2 - Introdução
3.3 - Material e Métodos
3.4 - Resultados
3.5 - Discussão / Conclusões
3.6 – Apoio

4.0 - Orientações importantes:

4.1 Lembrar de fazer...

 siga uma ordem lógica.


 tente ser claro, conciso e completo.
 cite apenas referências relevantes e necessárias.
 inclua apenas tabelas e figuras necessárias.
 confira a digitação.

4.2 - Lembrar de não fazer...

 uso de gíria de laboratório ou de rua.


 sentenças ou parágrafos muito longos.
 nunca apresente parte de livros ou idéias da literatura como suas - é plágio,
um crime intelectual.
 no resumo, não escrever “os resultados serão discutidos”

5 - Um dicionário de frases úteis em pesquisa...

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 Há muito tempo é sabido...
 Eu não achei a referência original.
 Acredita-se que...
 Eu acho que...
 Geralmente acredita-se que...
 Uma ou duas outras pessoas também acham...
 Pesquisas adicionais são necessárias antes que uma clara compreensão do
fenômeno seja alcançada.
 Eu não compreendo o fenômeno.
 Correto com uma ordem de magnitude.

Errado:
 As conclusões a partir dos dados que puderam ser analisados são...
 As outras três páginas de dados foram destruídas quando eu derramei um
copo de cerveja em cima. 
 Estes conhecimentos têm grande importância prática e teórica.
 ... pra mim, parece interessante.
 Três das amostras foram selecionadas para um estudo mais detalhado.
 As outras tiveram resultados muito esquisitos.
 Resultados representativos são apresentados.
 Os melhores resultados são apresentados.
 Agradeço a Joe Blotz pelo auxílio com os experimentos e a George Frink
por interessantes discussões...
 Blotz fez o trabalho e Frink explicou-me o seu significado.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Material elaborado pela CNPq, FAPEMA e SECTEC.

18
 Dicas de como fazer um relatório/Laudos técnicos,
http//www.extravase.com/blog/, acessado no dia 16/01/10.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.  Citação:
NBR-10520/ago - 2002.  Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
 https://www.todamateria.com.br/sumario-abnt/ acessado 25.02.2021

Prática 01 – Comportamento dos gases: Propriedades PTV

INTRODUÇÃO

Dos três estados da matéria, o estado gasoso é o que exibe as propriedades mais
simples, e é o mais fácil de ser entendido. Diferentemente dos sólidos e líquidos, muitos
gases são surpreendentemente semelhantes em suas propriedades físicas, e por essa
razão é útil definir e descrever um gás hipotético, chamado gás ideal, que pode então ser
usado como um padrão de referência com o qual os gases reais podem ser comparados.
Neste capítulo, vamos aprender que podemos voltar nossa atenção para as diferenças
entre o comportamento do gás ideal e do gás real.

As partículas constituintes de um gás encontram-se muito afastadas umas das


outras, e praticamente não ocorre interação entre elas, que possuem, assim, alto grau de
liberdade. Como consequência, as partículas se movimentam de maneira contínua e
desordenada em todas as direções e sentidos, chocando-se contra as paredes internas do
recipiente em que o gás está contido. A maioria dos gases é um composto molecular,
com exceção dos gases nobres. As principais características físicas dos gases são: »
Estado energético: bem maior do que no estado sólido e líquido. Compressibilidade:
quando submetidos a pressões, sofrem variações volumétricas. Sem forma própria: não
possuem forma característica.

Adaptação volumétrica: adaptam-se a quaisquer volumes. » Conservação


volumétrica: não possuem: uma quantidade qualquer de um gás ocupa todo o volume
onde está. » Mobilidade molecular: movimenta-se em zigue-zague devido aos choques
contínuos (movimento browniano). » Difusão rápida: um gás difunde-se completamente

19
por outro gás, no meio em que estiverem. » Distâncias entre as moléculas: grande, bem
maior do que a existente no estado líquido (Fiorotto 2014).

OBJETIVOS

Identificar o tipo de gás e quais propriedades estão envolvidas.

MATERIAIS E REAGENTES – Parte 1


- Garrafa pet 500 mL gaseificada natural

- Garrafa pet 500 mL gaseificada gelada

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL – Parte 1

Serão utilizadas duas garrafas PET lacradas de 500 mL envasadas com água
gaseificada, sendo elas: uma em temperatura ambiente e outra gaseificada gelada. As duas
serão abertas no mesmo instante para observar o que ocorreu.

PÓS LABORATÓRIO

01 - O que ocorreu? Por quê?


02 - O gás liberado em cada garrafa possuiu comportamento de um gás real ou perfeito?
03 - Quais propriedades gasosas podem ser observadas neste experimento?

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

MATERIAIS E REAGENTES – Parte 2

• 2 garrafas PET de 500 mL com tampa


• 50 cm de mangueira fina e flexível

20
• Água com gás
• Água destilada
• Indicador vermelho de metila
• Banho de gelo
• Banho de água quente
• Chapa aquecedora
• 1 pipeta de Pasteur

• 2 béqueres de 600 mL

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL – Parte 2

1. Adicione água e pedaços de gelo em um béquer de 600 ml e em outro béquer


adicione água aquecida com temperatura de 60 oC.
2. Faça um furo no centro das tampas da garrafa pet para conexão da mangueira.
3. Conecte as pontas da mangueira aos furos nas tampas e envolva com veda rosca para
vedar o orifício.

4. Transfira 250 mL de água com gás para a garrafa PET. À outra garrafa, adicione 150
mL de água destilada.
5. Adicione 20 gotas de indicador vermelho de metila às duas garrafas e agite-as
levemente para homogeneizar a cor da água. Observe a cor do indicador em cada
garrafa e anote.
6. Tampe as duas garrafas com as tampas conectadas.
7. Mergulhe a garrafa que contém água com gás no béquer de água quente e a garrafa
contendo a água destilada no béquer com água e gelo.
8. Em torno de 20 min, agite de 5 em 5 min as garrafas dentro e fora dos seus
respectivos béqueres e observe o que ocorreu. Atente especialmente para a cor do
indicador em cada garrafa.

PÓS LABORATÓRIO

21
01 - Após um tempo, com as garrafas mergulhadas em seus respectivos banhos,
podemos perceber uma troca, ou seja, a água inicialmente cor de rosa se tornou
amarelada e a água inicialmente amarelada se tornou cor de rosa. Por que isso acontece?

02 - O que ocorre com o gás carbônico em solução aquosa que faz a acidez do meio
aumentar?

03 - Se diminuirmos a quantidade dissolvida do gás, o que ocorre com o equilíbrio da


reação?

04 - O que ocorre com a solubilidade do gás quando aumentamos a temperatura?

05 - Qual propriedade gasosa pode ser observada?

06 - Por que a coloração da garrafa que continha água destilada mudou?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

Fiorotto, N. R.; Físico-Química Propriedades da Matéria, Composição e


Transformações, editora Érica/Saraiva, edição Kindle, ISBN: 9788536507859, 2014.

Passos, A. P. R.; Faria, D.M.; Pereira, F. S.; Moura, I. C. R,; Klein, K. V.,
UTILIZAÇÃO DE EXPERIMENTO LABORATORIAL PARA ENSINO DE
GASES COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES NO ENSINO DE FÍSICO-QUÍMICA,
XIV Semana de Licenciatura V Seminário da Pós-Graduação em Educação para
Ciências e Matemática Reformas Educacionais: Pontos e Contrapontos Jataí - GO - 25 a
30 de setembro de 2017.

22
Prática 02 – VOLUME MOLAR DE UM GÁS

INTRODUÇÃO

Uma notável características dos gases é que muitas das suas propriedades físicas
são muito semelhantes, particularmente em pressões baixas. Por isso, em vez de
descrever as propriedades dos gases uma de cada vez, pode descrevê-lá todas ao mesmo
tempo.
Os sumários das propriedades dos gases, particularmente a variação da pressão
com o volume e a temperatura, são conhecidos como as “leis dos gases’’. As primeiras
medidas confiáveis das propriedades dos gases foram feitas pelo cientista anglo-irlandês
Robert Boyle,1662, ao estudar o efeito da pressão sobre o volume. Um século e meio
depois, um passatempo novo, o uso de balões de ar quente, motivou dois cientistas
franceses, Jacques Charles e Joseph-Louis Gay-Lussac, a descobrirem outras leis dos
gases. Charles e Gay-Lussac descobriram como a temperatura de um gás afeta sua
pressão, volume e densidade. O cientista italiano Amedeo Avogadro contribuiu ao
estabelecer a relação entre o volume e o número de moléculas da amostra e, portanto,
ajudou a estabelecer a realidade dos átomos.
Embora os gases sejam simples, tanto de descrever como em termos de sua
estrutura interna, são de imensa importância. Passamos a vida toda envolvidos por um
gás na forma de ar, e a variação local de suas propriedades é o que chamamos de
condições meteorológicas ou simplesmente de “tempo”. Para entender as atmosferas
deste e de outros planetas, necessitasse entender os gases. Quando respiramos, nós
bombeamos gás para dentro e para fora de nossos pulmões, onde esse gás muda de
composição e temperatura. Muitos processos industriais envolvem gases e tanto o
produto da reação como o projeto dos vasos de reação dependem do conhecimento de
suas propriedades.

23
Utilizando a lei do gás ideal, podemos calcular qual o volume ocupado por 1 mol
de gás ideal a qualquer temperatura e pressão. A condição de referência que é
comumente usada para descrever as propriedades do gás é 0 °C (273,15 K) e 1,00 atm,
chamada pressão e temperatura padrão ou condições normais de temperatura e pressão,
ou, mais sucintamente, CNTP. V= nRT/P = (1 mol) · (0,082 atm.L.mol -1.K-1) (273,15 K)
/ (1 atm) = 22,414 L Esse volume é chamado volume molar, isto é, o volume ocupado
por qualquer gás nas CNTP é igual a 22,414 L.mol-1.

Duas amostras de gás de mesmo volume nas mesmas temperaturas e pressão


devem conter a mesma quantidade de moléculas de gás, sem levar em conta a
identidade dos gases (princípio de Avogadro). Entretanto, se as massas molares são
diferentes, as amostras de gás terão massas diferentes.

OBJETIVO

Determinar o volume molar de um gás (H2) nas CNTP

MATERIAIS E REAGENTES

- Fita de magnésio
- Ácido clorídrico 6 mols/L
- Palha de aço
- Compressa de gazes
- Fio de cobre
- Proveta
- Pipeta e pêra
- Becker 500 mL e 50 mL

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Utilize toda a graduação da bureta desde a torneira até a parte não graduada.

24
2. Pese uma quantidade de fita de magnésio ou em raspa, aproximadamente 0,03 g
(antes da pesagem limpar com palha de aço).
3. Corte a compressa de gazes e utilize para fazer uma gaiola.
4. Feche bem a bureta e coloque 8 mL de solução de HCl 6,0 mols\L. Em seguida,
com cuidado, preencha a bureta com água destilada até o gargalo. Procure não
agitar a camada de ácido, no fundo da bureta. Para evitar bolhas coloque a água
destilada bem devagar e com bico da água destilada pelas paredes da bureta.
Bolhas de ar que tenham ficado aderidas à bureta (nas paredes) devem ser
eliminadas (golpeando-a de leve).
5. Faça uma gaiola de compressa de gazes e coloque o magnésio (Mg) no meio,
feche-a com um fio de cobre. Introduza a gaiola na bureta cheia de água e dobre
a ponta do fio de cobre para servir de cabo. Caso necessário, adicione água para
que a bureta continue totalmente cheia.
6. Coloque água no Becker de 600 mL de capacidade até mais ou menos 2\3.
7. Tampe com o dedo `a boca´ da bureta e inverta-a rapidamente sobre o béquer
com água. Fixe a bureta a um suporte. O ácido, ao entrar em contato com o Mg
reagirá com ele liberando um gás.
8. Espere até que a reação se complete uns 5min aproximadamente para que o
sistema adquira à temperatura ambiente.
9. Tape com o dedo a boca da bureta, transfira-a para uma proveta quase cheia de
água, à temperatura ambiente. Observe o nível do líquido e fora do recipiente
(Patmosférica = Ptotal).
10. Anote o volume do gás na bureta e a temperatura ambiente.

PÓS LABORATÓRIO

1. Escreva a reação entre os reagentes envolvidos e balanceie.


2. Encontre a pressão de vapor de H2O à temperatura ambiente (tabela 1.1)
3. Calcule a pressão do gás H2 na temperatura ambiente.

Patm = Phidrogênio + Pvapor d´água

25
3. Escreva a equação geral do gás ideal para uma determinada massa,
considerando as leis de Dalton e Amagat para uso de pressão parcial e volume
total.

4. Calcule o volume de H2 nas CNTP (Vo de H2) usando a equação do estado de gás
ideal.

5. Calcule o volume molar de H2 nas CNTP (gás ideal).

Obs. Cálculos a partir dos resultados experimentais.

6. Calcule o erro percentual.

Obs. Para medir o volume do gás nivele o volume interno e externo da água do
líquido.

Tabela 01 – Pressão de vapor da água.


Temperatura oC Pressão mmHg Temperatura oC Pressão mmHg
0 4,6 23 21,1
1 4,9 24 22,4
2 5,3 25 23,8
3 5,7 26 25,2
4 6,1 27 26,7
5 6,5 28 28,3
6 7,0 29 30,0
7 7,5 30 32,7
8 8,0 31 42,2
9 8,6 32 55,3
10 9,2 33 71,9
11 9,8 34 92,5
12 10,5 35 118,0
13 11,2 36 149,4
14 12,0 37 187,5
26
15 12,8 38 239,7
16 13,6 39 289,7
17 14,5 40 355,1
18 15,5 41 433,6
19 16,5 42 525,8
20 17,5 43 633,9
21 18,7 44 760,0
22 19,0 45 906,1

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA

Antonio Carlos; NILTON ROBERTO FIOROTTO. Físico-Química (p. 27). Editora


Érica | Saraiva. Edição do Kindle.

Atkins, P.; Jones, L.; PRINCÍPIOS DE QUÍMICA QUESTIONANDO A VIDA


MODERNA E O MEIO AMBIENTE, Editora Bookman, 5ª edição, São Paulo, 2012.
ISBN 9781429219556.

Atkins, P.; Paula, J.; Smith, D., FÍSICO-QUÍMICA: FUNDAMENTOS, 6. ed. - Rio
de Janeiro: LTC, 2018. ISBN 978-85-216-3456-0.

Bitterncourt, P., Rodrigo, A., ROTEIROS DE PRÁTICAS LABORATORIAIS DE


DISCIPLINA DE FÍSICO-QUÍMICA, UTFPR.

27
Prática 3 - LEI DE GRAHAM DE DIFUSÃO E EFUSÃO

INTRODUÇÃO

Em 1829, Thomas Graham, contribuiu no estudo dos gases, no qual estudou as


propriedades de difusão e efusão dos gases. A partir destes estudos, propôs a lei que
leva o seu nome: a Lei de Graham. A difusão é o termo dado à passagem de uma
substância através de outra. Nos sólidos, o processo de difusão é muito lento, tão lento
que são necessários métodos especiais para detectar e medir a velocidade de difusão;
nos líquidos, a difusão ocorre mais rapidamente (JAFELICCI JUNIOR; VARANDA,
1999).

Já para os gases, a difusão é muito rápida, e, além disso, é frequentemente


auxiliada pelas correntes de convecção no ar, que faz com que seja ainda mais
veloz. Por sua vez, a efusão é à saída de um gás através de um orifício na parede
de um recipiente (RUSSEL, 1994).

Em 1738, Daniel Bernoulli publicou um esboço da teoria cinética dos


gases. Para ele, os gasessão fluidos compostos "de minúsculas partículas que se
deslocam de cá para lá, numa movimentação rápida". A ideia básica de sua teoria

28
cinética é a de que a pressão de um fluido sobre a parede do recipiente que o
contém é devida aos inúmeros choques (contra a parede) das pequenas partículas
(moléculas) que compõem o fluido (HOFFMANN, 2000).

As teorias cinéticas dos gases, como são chamadas as obras de Ludwing


Boltzman e James C. Maxwell, mostram que as propriedades físicas dos gases
podiam ser explicadas com base nos movimentos das moléculas individuais. Tais
teorias fundamentam-se em quatro grandes pilares base: 1) os gases são formados
de moléculas tão pequenas e tão distantes umas das outras que o volume real das
moléculas é desprezível quando comparado com o espaço vazio que existe entre
elas; 2) num gás perfeito, não existem forças de atração entre as moléculas, isto
é, as moléculas são completamente independentes umas das outras; 3) as
moléculas de um gás tem movimento retilíneo, rápido, constante e desordenado,
colidem umas com as outras e com as paredes do recipiente que as contém; 4)
considera-se também, que mesmo havendo gradientes de concentração, energia e
velocidade entre as moléculas de um sistema gasoso, a energia cinética de todas
as moléculas, de qualquer gás, tem a mesma energia cinética média, estando na
mesma temperatura (ATKINS, 2001; CHANG, 2006). Onde está energia é dada
por:

1
EC = m v 2 1
2

Onde 𝑚é a massa do gás e 𝑣, a sua velocidade.EC, representa um valor


médio de energia cinética. V2 é chamada de velocidade quadrática média.

2 v 21+ v 22 +v 23 … … +v 2N
v= 2
N

Robert Boyle (apudATKINS, 1997) realizou, em 1962, as primeiras


medidas quantitativas de pressão (𝑝), volume (𝑉) com sistemas gasosos. Seus
resultados indicaram que o volume é inversamente proporcional à pressão, em
experimentos isotérmicos, como observado na equação (3):

pV = C 3

29
A lei de Avogrado mostra que: uma vez que a massa do gás é diretamente
proporcional ao número de mols (n), podemos representar a densidade por n/V.

n
p∞ T 4
V

Para dois gases escrevesse:

n1 T n T
p1 ∞ 2
T =C 1 1 5
V1 V1

n2 T 2 n T
p2 ∞ T =C 2 2 6
V2 V2

Sendo assim: Onde C é a constante de proporcionalidade. Assim, para dois


gases nas mesmas condições de pressão, volume e temperatura (isto é, quando
𝑝1= 𝑝2, 𝑇1=𝑇2 e 𝑉1= 𝑉2), 𝑛1 = 𝑛2, que é a expressão matemática da lei de
Avogrado (CHANG, 2006).

Charles (apud CATELLAN, 2001) mostrou que a constante, C, é uma


função da temperatura. As equações de Charles, Boyle e Avogrado, combinadas,
originaram a lei dos gases ideais (equação 7) em que “n” é o número de moles de
gás dentro do recipiente de volume (V) e (R) é a constante dos gases perfeitos
que pode ser verificada experimentalmente e corresponde em unidades
internacionais 8,3144 J K-1.mol-1.

pV = nRT 7

Utilizando a equação 1, pode-se descrever que:

EC ∞ T 8

1
m v2 ∞ T 9
2

1
m v 2=CT 10
2

30
teoria cinética dos gases nos permite estudar o movimento molecular com
mais detalhes. Uma forma de estimar a velocidade molecular é calcular a raiz
quadrada da velocidade quadrática média que é uma velocidade molecular média.
A raiz quadrada da velocidade quadrática média de um gás é proporcional a raiz
quadrada da sua temperatura (CHANG, 2006). Sabendo que a energia cinética

3
total de 1 mol de qualquer gás é igual a RT e combinando-a com a constante de
2
avogrado NA obtém-se a equação 10:

NA ( 12 m v )= 32 RT
2
11

Como NA = M, onde M é a massa molar, obtém-se a equação:

3 RT
v 2= 12
M

Aplicando a raiz quadrada nos dois membros da equação (12), obtemos:

3 RT
√ v2 = √ M
13

O enunciado da Lei de Graham diz que “A velocidade de difusão de um


gás através de outro é inversamente proporcional à raiz quadrada das suas massas
molares” e tal enunciado é expresso por Barrow (1982) matematicamente pela
equação 14.
v 1( HCl) M 2 (NH¿¿ 3)
v 2 NH
3
=

M 1( HCl)
¿ 14

Para medir a velocidade com que determinado gás se movimenta, Thomas


Graham realizou alguns experimentos e relatou os resultados observados para as
velocidades de difusão de vários gases (CREMASCO, 2002). Graham relatou
também uma segunda observação: “Efusão de um gás é sua passagem através de
um orifício.” A lei da efusão de Graham é análoga à sua lei da difusão. Assim,
desenvolveu-se um aparato experimental para estudo da difusão dos gases,

31
proposto neste trabalho visando à utilização de material alternativo, de baixo
custo e aerodinamicamente eficaz, a fim de minimizar perdas por efusão e
contribuir para a determinação de dados em experimentos da Lei de Graham.

OBJETIVO

Estudar e compreender o processo de efusão e difusão

Montar um experimento fácil para explicar o processo de efusão e difusão.

MATERIAIS E REAGENTES

Dois tubos PET com tampa;

Suporte Universal;

Mangueira transparente;

Duas torneiras de plástico;

Conexão PVC

Reagente p. a. de hidróxido de amônio concentrado (ISOFAR, ~ 0,91 g/cm3e 24%);

Reagente p. a. de ácido clorídrico concentrado (ISOFAR, ~ 1,19 g/cm3 e 37%); Garra


para o suporte;

Cronômetro;

Caneta hidrográfica;

Duas pipetas;

Algodão; veda rosca;

MONTAGEM DO EQUIPAMENTO

Coloque a fita de veda rosca envolvendo todas as conexões para evitar


vazamento. Acople o tubo de PET nas conexões de PVC e as torneiras na outra
extremidade da conexão de PVC. A mangueira transparente será acoplada no bico das

32
torneiras conforme figura 1. Coloque o equipamento montado nas garras e suportes
universal para fixar e observar o experimento em execução.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Utilizando uma pinça metálica pegue um chumaço de algodão (pequena porção),


como forma de reter os reagentes, e coloque-os dentro dos tubos PETs. As torneiras do
equipamento ou aparato precisam estar hermeticamente fechadas, na capela deverá ser
colocado 1mL de ácido clorídrico concentrado em um tubo e 1 mL de hidróxido de
amônio concentrado em outro tubo PET, em seguida feche-os para evitar escape dos
gases. Com a ajuda de um cronômetro deixe por 5 min os gases dos reagentes, em
ambos os tubos PETs, envolverem todo o espaço. Após este tempo abra as torneiras e
observe o equipamento com o cronômetro ainda com o tempo em andamento. Anote o
tempo que ocorreu a fluidez dos gases e observe qual gás que se deslocou através da
mangueira. Anote as observações.

Figura 01 – Aparato desenvolvido para estudo dos gases.

PÓS LABORATÓRIO

1 – Qual a reação do ácido clorídrico com o hidróxido de amônia?

33
2 – Após abertura das torneiras o que foi observado?
3 – Apresente outros exemplos de efusão e difusão.
4 - Construa uma tabela do tempo de difusão do gás, velocidade, massa molecular
e distância percorrida.
5 – Em que momento foi observado a efusão dos gases?
6 - Dê uma explicação molecular para a variação das velocidades de difusão e
efusão dos gases com a temperatura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

https://www.infoescola.com/fisico-quimica/lei-de-graham/ acessado 28.01.2021.

https://www.editorauema.uema.br/wp-content/uploads/files/2019/07/inovacao-no-
ensino-de-fisico-quimica-final-1562946384.pdf acessado 28.01.2021.

ATKINS, P. W. Princípios de química: questionando a vida moderna e o


meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

Atkins, P.; Paula, J.;Smith, D., FISÍCO-QUÍMICA: FUNDAMENTOS, 6. ed. - Rio


de Janeiro: LTC, 2018. ISBN 978-85-216-3456-0.

34
ATKINS, P. W. Physical Chemistry. 6th ed. Oxford: Oxford University Press,
1997.

BARROW, G. M. Físico-química. Rio de Janeiro: Ed. Reverté, 1982.

CASTELLAN, G. Fundamentos de físico-química. 12. ed. Rio de Janeiro:


LTC, 2001.

CHANG, R. Química geral –conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre:


Bookman, 2006.

COSTA, M. C. P.; OLIVEIRA, J.R.S. DE.; INOVAÇÃO NO ENSINO DE


FÍSICO-QUÍMICA: Experimentos com material alternativos, EDUEMA,
São Luiz MA, 2019. ISBN978-85-8227-229-9

CREMASCO, M.A. Fundamentos de transferência de massa. 2. ed. São


Paulo: UNICAMP, 2002.

HOFFMANM, R. O mesmo e o não-mesmo. São Paulo: Ed. UNESP, 2000.

JAFELICCI JUNIOR, M.; VARANDA, L. C. O mundo dos colóides. Quím.


Nova, esc., n. 9, 1999.
RUSSEL, J. B. Química geral. Trad. Márcia Guekezian. 2. ed. São Paulo:
Makron Books, 1994.

35
Prática 4 – DENSIDADE DOS GASES

INTRODUÇÃO

A equação de estado ou a lei dos gases ideais e útil na determinação de


quantidades de matéria e a massa de substâncias no estado gasoso. O gás ideal não
existe, e idealizado, mas em condições de baixas pressões ou elevadas temperaturas, a
maioria dos gases apresentam o comportamento do gás ideal. A equação de estado, que
descreve o comportamento de um gás ideal. E dada por:

P.V = n.R.T 1

n e a quantidade de matéria ou o número de mol, V e o volume ocupado por esta

36
quantidade de matéria, P e a pressão a que está submetido o gás, T e a temperatura
absoluta (K) e R = 8,314 J/K. mol e uma constante universal. O Princípio de Avogadro
diz que volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de temperatura e
pressão, contêm a mesma quantidade de matéria ou substância. Assim, nas condições de
P = 1,01325 x 105 Pa, T = 273,15 K e V = 22,4 x 10 -3 m3 (22,4L); a quantidade de
matéria contida no sistema e n = 1 mol. Em outros termos, dentro do recipiente nesta
condição, deve existir o mesmo número de átomos ou moléculas de substância. Então, a
massa associada a 1 mol e a massa molecular (M). Conhecendo a massa molecular, a
temperatura, a pressão e o volume, ocupado pelo gás, podemos arrumar a equação 1
para que nos permita calcular a sua densidade (ρ) em quaisquer
situações ou estado, isto e,

m m
ρ= , e n= 2
v MM

m
PV = RT 3
MM

m P MM
P= RT ρ= 4
VMM RT

A equação 4 possibilita a estimativa de um gás puro

OBJETIVOS

Determinar a densidade do gás CO2

MATERIAL E REAGENTES

Erlenmeyer 125 mL,

37
béquer
proveta de 100mL,
mangueira de borracha,
rolha de borracha e
recipientes com água.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Montagem do Sistema

1) Utilize um erlemeyer com uma rolha e no orifício da mesma encaixe uma mangueira;
2) Coloque água destilada dentro do Erlenmeyer até cerca de 1/3 de seu
volume;
3) Encha uma cuba com água, conforme mostra a figura 1 e verifique a
temperatura da água;
4) Pegue a proveta de 100mL e encha-a. A proveta deve estar bem cheia para
que não reste ar dentro dela. Tampe a boca da proveta com a mão e vire
dentro da cuba com água;
5) Coloque a extremidade livre da mangueira por baixo e dentro da proveta
invertida;

Figura 01 - Esquema do conjunto usado para a determinação da densidade de gases

38
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1) Efetuar a pesagem do Erlenmeyer contendo água, sem a rolha,


2) Numa balança adequada, determine a massa do conjunto e anote o valor (Mc);
3) Quebre um comprimido de sonrisal em 05 pedaços e pese um dos pedaços
inteiros, cerca de 0,400g a 0,600g. Anote o valor da massa (Ms);
4) Depois de efetuada as pesagens preparem-se para adicionar o Sonrisal dentro da água
do Erlenmeyer; após a adição tampe-o imediatamente com a rolha da mangueira
conectada
5) A pesagem da massa total do conjunto (Erlenmeyer + água + Sonrisal) será: Mt =
(Mc + Ms);
6) O gás CO2(g) gerado pela dissolução do Sonrisal será coletado dentro da
proveta invertida na cuba d’agua;
7) Durante a coleta do gás, não mexa na mangueira do sistema sob risco de
efetuar determinações erradas do volume;
8) Procure agitar o tubo de ensaio ou até mesmo aquecê-lo para coletar o máximo
possível de gás gerado pelo Sonrisal;
9) Determine o volume de gás gerado dentro da proveta;
10) Após terminada a coleta do gás, retire o conjunto do suporte e efetue,
novamente, a sua pesagem e, assim, será obtida a massa final (Mf) do
conjunto (erlenmeyer + água + restos de Sonrisal). Isto permite calcular a massa do item
3 (Ms) de CO2(g), gerado no experimento, pela seguinte equação: Mg = (Mt –
Mf) = (Mc + Ms) – Mf;

PÓS LABORATÓRIO
1 – Calcule a densidade utilizando a quantidade de gás obtido no experimento.

2 – Utilize a equação do gás ideal para determinar a quantidade de matéria de CO2(g).

3 - Qual será a densidade absoluta do gás carbônico (CO 2) quando ele apresentar uma
pressão de 1,5 atm e estiver submetido a uma temperatura de 47 oC. Dados: Massa
molar do CO2 = 44 g/mol.

39
4 - Compare os seus resultados com o valor esperado utilizando a temperatura do
Experimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA

1) ATKINS, P. W., “FISICO-QUIMICA”, LTC editora, Rio de Janeiro, RJ 6a,


traduzida, v.1 (p.116-117, 1999);

2) CASTELLAN, G. N., “FUNDAMENTOS DE FISICO QUIMICA” , LTC editora,


Rio de Janeiro, RJ, v.1, p.287, 1996;

3) http://www.quimica.ufpr.br/edulsa/cq050/apostila_CQ050_-Edu-2018-1.pdf
Acessado 18/02/2021

Prática 5 – Determinações experimentais da relação Cp\Cv

INTRODUÇÃO

A capacidade calorífica de uma substância depende da amostra a ser mantida a


volume constante (como um gás num vaso rígido fechado) quando é aquecida, ou se a
amostra é mantida em pressão constante (como a água em um recipiente aberto),
podendo, nesse caso, mudar o seu volume. Essa última condição é a mais comum, e os
40
valores fornecidos na Tabela 01 são para a capacidade calorífica a pressão constante, C p.
A capacidade calorífica a volume constante é representada por CV.

Tabela 01: Capacidades caloríficas de alguns materiais


Substância Capacidade calorífica
Específica, Cp,s/(J K–1 g–1) Molar, Cp,m/(J K–1 mol–1)*
Ar 1,01 29,00
Benzeno, C6H6(l) 1,05 136,10
Latão, (Cu/Zn) 0,37
Cobre, Cu(s) 0,38 24,44
Etanol, C2H5OH(l) 2,46 113,16
Vidro (Pyrex) 0,78
Granito 0,80
Mármore 0,84
Polietileno 2,30
Aço inoxidável 0,51
Água, H2O(s) 2,03 37,00
H2O(l) 4,18 75,29
H2O(g) 2,01 33,58
Glicerina 2,42 222,86
*As capacidades caloríficas molares são fornecidas apenas para o ar e para substâncias
puras bem definidas (veja também a Seção de Dados). Endereços para Bancos de
Dados de Capacidades caloríficas podem ser encontrados no site da LTC Editora.

Cp
A medida do quociente entre as capacidades caloríficas de um gás γ = pode
Cv
ser realizada mediante um processo idealizado por Clément e Désormes. Supondo-se que
um gás ideal, na temperatura inicial T1, sob pressão p1, tenha o volume molar V1 sofre uma
transformação adiabática (AB) Figura 01 até atingir a pressão atmosférica p 2 e retorna à
temperatura inicial T1 mediante um aquecimento isocórico (BC), atingindo a pressão final
p3. Os excessos de pressão podem ser determinados pelas expressões:

∆ P=p 1−p 2

∆ P = p 3− p 2

Se essas variações não forem muito grandes, tem-se:

Cp ∆ P
=
Cv ¿ ¿

Assim, medindo-se o excesso de pressão no início e no fim da transformação ABC,


pode-se obter uma estimativa da vazão do gás.

41
Figura 01 - Relação entre pressão e volume molar de um gás.

O aparelho para a medida está ilustrado na Figura 02. Um grande frasco é provido
de uma torneira e é ligado a um manômetro. O manômetro, preferivelmente, é de líquido
pouco volátil e pouco denso, para possibilitar a observação das diferenças de pressão.

Figura 02 - Aparelhagem utilizada na experiência.

OBJETIVOS
Conhecer e conduzir experimentos simples para a determinação do coeficiente
de Poisson para gases.

42
MATERIAIS E REAGENTES
- Frasco kitassato de 2 L ou bombona de 5 ou 10 L ou tanque de igual capacidade;
- Manômetro com água e com glicerina;
- Bomba de vácuo ou pode ser substituído por um balão ou bomba de encher pneu e/ou
bicicleta
- Torneira, rolha de borracha, régua ou papel milimetrado.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Injetar, com uma pequena bomba manual, um pouco de ar no frasco provocando um


pequeno excesso de pressão (desnível entre 10 e 15cm no manômetro).
· Aguardar alguns segundos para que haja o equilíbrio térmico, e ler, então, o excesso de
pressão (Δp).
· Abrir, rapidamente, a torneira de expansão observando o líquido descer no
manômetro. Esta expansão, por ser tão rápida, é considerada adiabática, e provoca um
resfriamento no gás. Assim que os níveis do líquido atingirem a mesma altura nos dois
ramos do manômetro, fechar rapidamente a torneira e aguardar até que o equilíbrio
térmico seja alcançado. Será observado um novo desnível no manômetro. Anotar, então,
o novo excesso de pressão (Δp’).
· Repetir as operações anteriores mais cinco vezes.
· Procurar variar as pressões iniciais, para dispor de um conjunto de medidas de diversas
faixas de pressão. Tenha sempre o cuidado de esperar a ocorrência do equilíbrio
térmico, não só no início da expansão, mas também, no fim do processo. Ao terminar,
deixar o frasco com a torneira fechada e voltar a pera para a posição original.

PÓS LABORATÓRIO
01 - Anotar os valores obtidos experimentalmente na tabela 1 e os valores
calculados.

Tabela 1: Valores medidos de variação de pressão e g calculados.


43
Medida ∆ P(cm) ∆ P (cm) γ
1
2
3
4
5
6

02 - Usando os dados de cada medida calcular g do ar. Calcular g médio.

03 - Determinar o erro experimental do γ do ar seco, considerando a composição em


mol, para o mesmo igual a 78% N2, 21% O2 e 1% de Ar: CVar = x CVnitrogênio + y
CVoxigênio + z CVargônio e Cpar = x Cpnitrogênio + y Cpoxigênio + z Cpargônio, onde x, y e z são as
frações molares. Os gases monoatômicos ideais possuem Cv = 1,5R e Cp = 2,5R e os
diatômicos possuem Cv = 2,5R e Cp = 3,5R ou gases monoatômicos Cv = 3/2 R e Cp = 5/2
R e gases diatômicos Cv = 5/2 R e Cp = 7/2 R

Cv ar = x Cv nitrogênio + y Cv oxigênio + z Cv argônio


Cp ar = x Cp nitrogênio + y Cp oxigênio + z Cp argônio

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

Atkins, Peter; Paula, J. de; Smith, D.; Físico-química: fundamentos, 6. ed. - Rio de
Janeiro: LTC, 2018. ISBN 978-85-216-3456-0

https://rumoaoita.com/wp-content/uploads/2017/02/gases_termodinamica_teoria_ita.pdf

44
Prática 6 - CONCEITOS DE CALOR, TEMPERATURA E
CAPACIDADE CALORIFICA

INTRODUÇÃO
O calor e uma forma de energia em trânsito, que se transfere entre dois ou mais
corpos devido a diferença de temperatura entre eles. A quantidade de calor (ΔQ) e a
medida desta energia transferida que traduz, no corpo, como uma variação na sua
temperatura ou como uma mudança no seu estado físico. O calor sempre flui do corpo
mais quente para o corpo mais frio até que suas temperaturas se igualem: quando e
atingido o equilíbrio.
As primeiras investigações experimentais, que levaram ao conceito de
temperatura, também conduziram ao de calor, mas por muito tempo os estudiosos não
faziam uma clara distinção entre os dois conceitos. Por muitas vezes, utilizaram o
mesmo nome para ambos.
As primeiras determinações de troca de calor foram realizadas e publicadas em
1803, no trabalho de Joseph Black, sobre calorimetria. Black insistia em mostrar que
havia uma distinção entre o fator intensivo, a temperatura, e o fator extensivo, a
quantidade de calor. No seu trabalho, demonstrou que no equilíbrio térmico existia uma
igualdade de temperatura que não implicava na igualdade de ''quantidades de calor'' dos
corpos em contato. Ao explicar suas experiencias, ele admitia que o calor se comportava
como uma substância que podia fluir de um corpo a outro, mas cuja quantidade total de

45
permanecia sempre constante. Esta ideia de calor como uma substância foi totalmente
aceita naquela época. Dos trabalhos de Black, continuou-se a investigação de
capacidade de calor ou quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de
diferentes corpos de um certo número de graus. A suposição original era a de que a
quantidade de calor necessária para aumentar o calor de diferentes corpos, do mesmo
número de graus, era diretamente proporcional a quantidade de matéria em cada um
deles. Mas, em 1760, percebeu que isso era uma suposição um tanto simplista.
Perceberam, então, que a quantidade de calor que diferentes espécies de matéria devem
receber para conduzi-las a um equilíbrio mútuo, ou para elevar suas temperaturas de um
mesmo número de graus, não era somente proporcional a quantidade de matéria. Cada
substância necessitava de uma quantidade de calor diferente para que um grama dela
sofresse a variação de 1°C de temperatura. Essa quantidade e uma característica de cada
substância e e denominada calor específico (c). Por sua vez, a capacidade térmica(C) de
um corpo e definida como quociente entre a quantidade de calor (ΔQ), recebido ou
cedido, e a correspondente variação de temperatura (AT). Tal grandeza, referente a um
corpo, representa a quantidade de calor necessária para que a temperatura da massa total
de um dado corpo varie de1°C. Em outros termos podemos escrever:

∆Q
C= 1
∆T

C = c.m 2

E a seguinte equação:

∆Q = m.c. ∆T ou ∆Q = m.c.(Tfinal – Tinicial) 3

Nas experiências realizadas em calorimetria, o calor se comporta de maneira


muito semelhante a um fluido sem peso, mas este comportamento e uma consequência
de certas condições especiais. Consideremos uma experiencia típica e que certa
quantidade de água quente, de massa m2 e temperatura T2 e introduzida num recipiente
isolado (um calorímetro) contendo uma massa m1 de água fria e temperatura T1.

Então vamos impor as seguintes condições:

46
1) O sistema está isolado das vizinhanças – não troca calor com o ambiente.
2) Não e desprezível as contribuições provenientes do recipiente. Neste caso
estamos supondo que o corpo interno do calorímetro pode absorver parte do
calor.
3) Não ocorrem mudanças de estado físico, do tipo de vaporização, fusão ou
solução e não ocorrem reações químicas.
O calorímetro e um recipiente utilizado para experiencias que envolvem trocas
de calor, utilizado como isolante térmico, sem deixar que ocorram trocas de calor entre
o interior do calorímetro e o se exterior. Na maioria dos casos práticos as partes internas
dos calorímetros participam das trocas de calor com os corpos que estão o seu interior.
Desta forma, devemos conhecer sua capacidade térmica para sabermos como o
calorímetro se comporta e inserir sua contribuição nas equações.
Agora, vamos aplicar o princípio da conservação de energia. Quando dois ou
mais corpos, dentro de um sistema isolado, trocam apenas calor entre si, a quantidade de
calor cedida por um e igual a quantidade de calor recebida pelo outro. Em outros
termos, a soma das quantidades de calor trocadas dentro do sistema isolado e igual a
zero e podemos escrever a seguinte e importante relação:

∑ Qi= Q + Q + Q
1 2 3 + ......+ Qn = 0 4
1

A análise da equação-4 revela a Conservação de Energia e pode-se afirmar que a


quantidade total de calor é conservada. Nestas condições restritas onde não existiu a
conversão de calor em energia elétrica, mecânica etc. Nessas condições, o sistema
atingirá uma temperatura de equilíbrio térmico Tf, que será uma temperatura entre T1 e
T2, e as trocas de calor, entre os dois corpos (água quente e água fria) e o calorímetro,
pode ser traduzida da equação acima para:

Q(água fria) + Q(água quente) + Q(calorímetro) = 0 5

que é equivalente a seguinte equação:

c1 .m1 .(Tf−T1) + c2 .m2 .(Tf−T2) + C(Tf−T1) = 0 6

47
As quantidades representadas, nesta equação, correspondem a: c1 representa o
calor específico para a água, ou seja, a capacidade calorífica por grama de água. c 2
representa o calor específico da água quente, ou seja, a capacidade calorífica por
unidade de massa da água quente. Na prática, pode-se considerar c 1 = c2 uma vez que se
trabalha com a água quente em temperaturas máximas de 60°C. C representa a
capacidade calorífica do calorímetro.
Neste ponto, é conveniente enfatizar que a capacidade calorífica de um dado
corpo é produto do seu calor específico pela quantidade de massa do mesmo corpo. Isto
tem importância porque será preciso considerar o calor absorvido pelas paredes internas
do calorímetro, que está representado pelo termo Q = C(T f−T1); do lado esquerdo da
equação acima. No caso não se tem como avaliar a parte de massa interna do
calorímetro que absorve calor e, então, deve-se avaliar a sua capacidade calorífica
experimentalmente.
A unidade de calor foi, originalmente, definida em termo dos experimentos em
calorimetria. Antes mesmo que o calor fosse reconhecido como forma de energia, as
medidas eram feitas através das variações de temperaturas que os corpos sofriam
quando em contato ou se lhes fornecia energia sob a forma de calor. No decorrer dos
anos, as experiências mostraram que o calor específico era uma função da temperatura.
Portanto, foi necessário definir a unidade de caloria, especificando-se a faixa de
temperatura na qual foi realizada a medida e definiu-se um padrão. Assim, foi definido
o padrão, a caloria (cal) como sendo a quantidade de calor necessária para aumentar a
temperatura de um grama de água de 14,5°C a 15,5°C, sob pressão de 1 atm.
Uma outra mudança na definição de caloria ocorreu quando apareceram as
medidas elétricas, cujos experimentos eram capazes de fornecer dados de maior
precisão que os experimentos de calorimetria. Então, a Conferência Internacional de
Pesos e Medidas (1948) recomendou o Joule (Volt. Coulomb) como unidade de calor.
Numa de suas publicações de 1972, O National Bureau of Standards planejava
interromper o uso da caloria e tal medida foi realmente tomada e recomendada pela
União Internacional de Química Pura e Aplicada. Atualmente, a unidade de calor
específico é o Joule por grama por grau (J.g-1.grau -1) e a unidade de capacidade
calorífica é, portanto, o Joule por grau (J.K -1). Todavia, a caloria continua popular e sua
equivalência é 1 cal = 4,186 Joule.

48
Na discussão da transferência de calor focalizamos apenas um caso simples de
troca de calor entre corpos dentro de um sistema isolado. Porém, existem outras formas
de transferência de calor. Uma forma importante de transferência de calor é aquela
associada a uma reação química ou a mudança de estado físico de uma substância. A
parte da termodinâmica que estuda o calor envolvido em reações químicas é
denominada de termoquímica. A Termoquímica é o estudo dos efeitos caloríficos que
acompanham as reações químicas, a formação de soluções e as mudanças de estado
físico, tal como fusão ou vaporização. A quantidade de calor liberado ou absorvido em
uma reação química é chamada de calor de reação e essas reações de transformações são
classificadas, pela físico-química, em:

Reações Exotérmicas: são aquelas reações que liberam calor.


Reações Endotérmicas: são aquelas reações que absorvem calor.

Existem dois dados importantes a serem considerados quanto aos calores


liberados ou absorvidos durante as reações químicas. Esses dados representam a mesma
grandeza física, mas de conceitos diferentes. Estes dois fatos são: o calor da reação
(ΔQ) e a variação de entalpia (ΔH). Ambos representam a energia envolvida no sistema
depois de terminado o novo arranjo de ligações químicas; pela reação. Se a reação
química é realizada em condições de pressão constante, durante todo o experimento,
então:

(ΔQ)p = Δ H 7

Por convenção, a variação de entalpia recebe o sinal de negativo quando a reação


é exotérmica. Para a reação exotérmica a temperatura final dentro do sistema isolado é
sempre maior que a temperatura inicial.
Por convenção, a variação de entalpia da reação endotérmica recebe o sinal
positivo e a temperatura final dentro de um sistema isolado é inferior à temperatura
inicial.

OBJETIVOS

49
Verificar a diferença e aprender os principais conceitos entre calor, temperatura e
capacidade calorífica.

EXPERIMENTO 1

A determinação da constante calorimétrica do calorímetro.


As determinações do calor trocado por substâncias devem ser feitas em
recipientes que não permitam troca de calor com o ambiente. Assim, o calorímetro é o
equipamento indicado, o qual, basicamente, consiste em um vaso de parede dupla e com
vácuo entre as paredes para evitar perda de calor por radiação. A parede interna deve ser
do tipo refletora (espelhada) para refletir o calor dentro do sistema.
Os acessórios acoplados devem ser um agitador e o termômetro, ambos
atravessando a tampa removível do calorímetro.
O princípio fundamental da calorimetria é que o calor fornecido pelo corpo
quente é igual ao calor recebido pelo corpo frio, desde que não ocorram perdas ou
transformações de calor.
Nesta prática será considerado como corpo frio um sistema calorimétrico
composto pelo corpo interno do calorímetro (cuja massa não se tem como saber) mais
água fria que será inserida dentro do calorímetro.
O corpo quente será um certo volume de água, previamente aquecida, e que será
misturada na água fria dentro do calorímetro. Assim, promove-se trocas de calor entre
03 corpos:
i) a parte interna do calorímetro, que absorve parte do calor;
ii) a massa (100mL) de água fria;
iii) a massa de (100mL) de água quente. Este é o corpo que cederá calor;
Realizando o experimento, aplica-se a equação-6 para determinar C (capacidade
calorífica do sistema calorimétrico).

MATERIAL E REAGENTES

calorímetro,
termômetro,
provetas graduadas de 100mL e

50
béqueres.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1) Coloque 100mL de água dentro do calorímetro e determine a temperatura


inicial;
2) Em um béquer, aqueça água até aproximadamente 60°C;
3) Determine a temperatura da água quente dentro da proveta;
4) Despeje os 100mL da água quente na água fria dentro do calorímetro e feche-
o imediatamente;
5) Espere que seja atingido o equilíbrio térmico, cerca de 1 minuto, agitando a
água de vez em quando; ante a temperatura final do sistema;
6) Calcule C (constante calorimétrica) do calorímetro, pela equação-6;

EXPERIMENTO 2

Determinar o calor de fusão do gelo


A capacidade calorífica de qualquer sistema, é a quantidade de calor necessária
para elevar de um grau a temperatura do sistema. O calor específico é empregado para
substâncias conhecidas e com massa conhecida. Para o primeiro, a unidade mais
empregada é J/°C, e para o segundo é J/°C.g, ou J/°C.mol.
Nese experimento vamos determinar o calor absorvido quando o gelo se funde,
definido como o Calor de Fusão do gelo, outrora, conhecido por Calor Latente. No caso,
será adicionado um pedaço de gelo de massa conhecida ao calorímetro contendo uma
certa quantidade de água no seu interior. Portanto, acontece 03 processos de trocas de
calor:
i) o gelo absorverá calor da água para fundir-se,
ii) a água proveniente do gelo, que surge no sistema a 0°C, também, absorverá
calor da água que já existia dentro do calorímetro e
iii) o corpo do calorímetro cederá calor para o conjunto de gelo mais água. A
equação-6 é aplicável, mas com a seguinte modificação:

c1 .m1.(T f−T1) + C.(Tf−T1) + mg . c1(T f−0) = 0 8

51
Nas equações acima, Qg é o calor de fusão relativo à massa total de gelo
utilizado e G é o calor de fusão por grama de gelo; outrora conhecido ou denominado de
calor latente (L = 334 J/g). Pode-se considerar que a temperatura inicial do gelo é 0°C.
Abaixo de 0°C o calor específico do gelo é da ordem de cg = 2,04 J/g.°C.

MATERIAL E REAGENTES

01 Calorímetro,
01 Termômetro,
01 proveta graduada de 100mL e
cubos de gelo, previamente pesados.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1) Coloque 200mL de água dentro do calorímetro determine a temperatura


inicial;
2) Pese, com rapidez, um ou dois cubos de gelo pequenos;
3) Coloque o gelo dentro da água no interior do calorímetro e feche-o
imediatamente;
4) Espere o gelo fundir, agitando a água de vez em quando e anote a temperatura
final do sistema;
5) Utilizando-se do valor de C do calorímetro, obtido no experimento anterior,
aplique a equação 8 e calcule o calor de fusão do gelo;

EXPERIMENTO 3

Determinar o calor específico de metais


A capacidade calorífica é a quantidade de calor necessária para elevar de um
grau a temperatura de um sistema. O termo calor específico é empregado para
substâncias conhecidas e com massa conhecida. Para o primeiro, a unidade mais

52
empregada é o J/°C, e para o segundo é J/°C.g. O calor específico pode ser medido à
pressão constante (Cp) ou à volume constante (Cv), cujas expressões matemáticas são:

Cp= ( dH
dT )
p 10

Cv= ( dTdE ) v 11

onde, H, E e T referem-se à entalpia, energia interna e temperatura na escala


Kelvin, respectivamente. Na condição de pressão constante, por definição, o ΔH = qp,
sendo que o calor qp reversível do processo.
Neste experimento, será determinado o calor específico (à pressão constante) de
alguns corpos metálicos, dentro de um calorímetro contendo água no seu interior. Neste
caso, a seguinte equação é aplicável:

cA.mA.(Tf−Tia) + C.(Tf−Tic) + mM . cM (Tf−Ti.m) = 0 12

onde cM e mM são o calor específico e a massa do metal, respectivamente; C é a


capacidade calorífica do calorímetro, cA e mA são o calor específico e a massa da água
dentro do calorímetro.

MATERIAL E REAGENTES

Calorímetro completo,
pipeta volumétrica de 100mL,
béquer de 500mL,
corpos metálicos,
pinça de arame e
pedaço de gelo previamente pesado em papel celofane.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

53
1) Coloque 200mL de água no calorímetro, anotando a temperatura inicial e
coloque o corpo metálico num béquer com água em ebulição. Espere um pouco para
que a temperatura do corpo metálico atinja o equilíbrio com a temperatura de ebulição
da água;
2) Retire o corpo metálico da água fervente e coloque dentro da água no
calorímetro, e tampe, imediatamente, o calorímetro;
3) Espere um minuto, agitando levemente o sistema, de vez em quando, e anote
a temperatura final (Tf) do sistema.
4) Calcule cM, aplicando a equação 12.

PÓS LABORATÓRIO

1. Defina:
1.1 Capacidade calorífica;
1.2 Calor específico.

2. Na determinação da capacidade calorífica de um calorímetro, foram misturados 100


g de água destilada a 26oC com 100 g de água destilada a 50oC. Sabendo-se que a
temperatura de equilíbrio térmico foi de 37oC, calcule a capacidade calorífica do
calorímetro.
DADO: calor específico da água = cágua = 1 cal/g oC

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

1) ATKINS, P. W. - "PHYSICAL CHEMISTRY" - Oxford University Press, 6ª Ed.


v.1, cap-1, 1998.
2) CASTELLAN, G. N. - "FÍSICO QUÍMICA" , LTC Editora, Rio de Janeiro, Vol. 1,
cap-2 e 3, 1996.
3) MOORE, W. J. - "FÍSICO-QUÍMICA" tradução da 4ª edição americana, Editora
Edgard Blucher Ltda, vol. 1, p.10, 1976.
4) MELLO DE SOUZA, N.J, PAICA MARTINS Fº E. H. - “Experimentos em Físico
Química” - 3ª edição – Neoprinte Ltda – Curitiba/PR (1996) 53-58.

54
Prática 07 – CALORIMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO E
DISSOLUÇÃO

INTRODUÇÃO

A variação de calor que ocorre em uma reação química entre produtos e


reagentes, a pressão constante, é chamada entalpia de reação. A entalpia de uma
reação entre um ácido (AH) e uma base (BOH) é denominada calor de neutralização.
Em solução aquosa, os ácidos e bases fortes encontram-se completamente
dissociados, sendo o calor de neutralização desta reação igual ao calor de dissociação
da água (com sinal contrário), visto que:

A- (aq) + H+ (aq) + B+ (aq) + OH- (aq)  A- (aq) + B+ (aq) + H2O

ou, resumidamente:

H+ (aq) + OH-(aq)  H2O; Ho298 K = - 13,4 kcal / mol

Onde o H0298 K é o calor de neutralização padrão.

55
Quando o ácido e a base não estão totalmente ionizados ou dissociados,
como no caso dos eletrólitos fracos, o calor de neutralização é menor que nos
eletrólitos fortes.

O calor de neutralização pode ser determinado usando-se um calorímetro, o


qual permite isolar termicamente do meio ambiente o sistema a ser estudado e é
fundamentalmente constituído de um frasco de Dewar, um termômetro, um agitador e
uma rolha. Assim, se uma solução de ácido forte e uma de base forte são misturadas
em um calorímetro que se encontra à uma determinada temperatura, haverá um
aumento de temperatura devido ao calor liberado pela reação de neutralização. Parte
desse calor é absorvido pelo calorímetro.

A capacidade calorífica (C) é definida (de modo simplificado) como sendo a


quantidade de energia absorvida por um corpo para que sua temperatura aumente em
1oC. Geralmente, a capacidade calorífica de um calorímetro é determinada colocando-
se certa quantidade de água quente (maq) a uma temperatura T2, no seu interior, no
qual se encontra outra quantidade de água fria (maf) a uma temperatura T1. Mede-se a
temperatura final, (Tf) e calcula-se C a partir da relação entre o calor recebido (QR) e o
calor cedido ( QC):

QR   QC
Sendo:

QC  maq . caq . T2 ; T2  Tf  T2

QR  (C + maf . caf ) T1 ; T1  Tf  T1

A capacidade calorífica ou constante calorimétrica do calorímetro


corresponde a C = mv  cv (massa do vidro multiplicada por seu calor específico).
Uma vez conhecida a capacidade calorífica do calorímetro, pode-se
determinar o calor de neutralização, usando-se as relações:

H  QC e QR   QC

Onde : QR  (msolução . cágua + C) T

T  Tf  Ti
msolução = mNaOH + mHCl

msolução = VNaOH NaOH + VHCl HCl

56
Tf = Temperatura da mistura (considerar TNaOH = THCl )

E calcula-se o calor de neutralização por mol:


∆H ∆H
=
mol n

∆H ∆H
= sendo na quantidade de matéria (em mol) de água formada.
mol n

OBJETIVOS
Determinar a capacidade calorífica de um calorímetro
Determinar o calor de neutralização de um ácido forte com uma base forte.
Determinar o calor de dissolução

MATERIAIS E REAGENTES

Tabela 1 – Materiais

Materiais Capacidade Quantidade


Becker 250 mL 01
Calorímetro - 01
Conta gotas - 01
Fogareiro - 01
Pisseta 500 mL 01
Proveta 100 mL 02
Tela de amianto - 01
Termômetro - 10 a 110 oC 01

Tabela 2 – Reagentes em solução

Reagentes Concentração (mol/L)


NaOH  0,5

57
HCl  0,5
NaCl; 21,20g de 11,68 g
Na2CO3de
16,80 g
NaHCO3
CuSO4. 49,94 g

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1

ATENÇÃO: todas as medidas de volume de água e das soluções devem ser feitas
em uma proveta limpa. Para as medidas de temperatura, deixar o termômetro imerso
por 2 minutos.

1. Determinação da constante calorimétrica


1.1 Coloque 100 mL de água no calorímetro, meça a temperatura (T1) e anote no
quadro 1 a seguir.
1.2 Em um becker de 250 mL, aqueça 100 mL de água até cerca de 50oC;
1.3 Retire o becker do fogareiro, coloque-o sobre a bancada, meça a temperatura da
água novamente e anote como (T2);
1.4 Misture a água aquecida com a água do calorímetro e anote a temperatura quando
o equilíbrio térmico for estabelecido no interior do calorímetro (Tf).

Usando a tabela 1 (densidades) e os dados obtidos no experimento 6, determine a


constante calorimétrica do calorímetro preenchendo o quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Resultados referentes a determinação da capacidade calorífica do


calorímetro
GRANDEZA REPRESENTAÇÃO RESULTADOS
Temperatura da água fria (0C) T1
Temperatura da água quente (0C) T2
Temperatura final (0C) Tf
água fria (g mL-1) água água fria=

Calor específico da água quente = calor Caf = Caq 1,0 calg-1 0C-1
específico da água fria (calg-10C-1)
Massa da água fria e massa da água maf = maq = água fria Vágua (100
quente (g) mL)
Calor cedido (cal) QC = maq  caq ΔT2
sendo ΔT2 = Tf - T2
Calor recebido (cal) QR = (C + maf  caf) ΔT1

58
sendo ΔT1 = Tf – T1
Como QR = - QC então:
Constante Calorimétrica, C (cal  0C-1) (C + maf  caf) ΔT1 = - maq  caq
ΔT2

2. Determinação do calor de neutralização


2.1 Resfrie o calorímetro em água corrente até a temperatura ambiente, enxágue com
um pouco da solução de NaOH. Despreze esta solução na pia;
2.2 Coloque 100 mL da sua solução de NaOH no calorímetro. Meça e anote a
temperatura (Ti) no quadro abaixo.
2.3 Coloque 100 mL da sua solução de ácido clorídrico numa proveta limpa. Meça a
temperatura (Ti) e anote.
2.4 Misture as duas soluções no calorímetro e verifique a temperatura, anotando o
maior valor observado (Tf).

Disposição de resíduos: As soluções no calorímetro (após a reação) encontram-se


neutralizadas. Como não há íons de elevada toxicidade, estas poderão ser dispostas
na pia.

Utilizando os dados obtidos determine o calor de neutralização molar da reação,


preenchendo o quadro 2 abaixo.

Equação da reação: H+(aq) + Cl-(aq) + Na+(aq) + OH-(aq) → Cl-(aq) + Na+(aq) +


H2O(l)

ou H+(aq) + OH-(aq) → H2O(l) Ho298 = -13,6 kcalmol-1 = - 55,9 kJmol-1

Quadro 2 – Resultados referentes a determinação do calor de neutralização


GRANDEZA REPRESENTAÇÃO RESULTADOS
Constante Calorimétrica (cal  oC-1) C

Concentração da solução de HCl (mol  L-1)


Densidade da solução de HCl (g  mL-1)
Concentração solução de NaOH (mol  L-1)
Densidade da solução de NaOH (g  mL-1)
Massa da solução (g) msol = V HCl  d HCl + V NaOH  dNaOH
Temperatura das soluções de HCl e NaOH = TNaOH = THCl
Ti (oC)

59
Temperatura final (oC) Tf
Temperatura final – Temperatura inicial (oC) ΔT = Tf – Ti
Calor de neutralização (cal) QC = (msol  cágua + C) ΔT
Quantidade de matéria (mol) de H2O formada nágua = nR.L.
(n)
Calor de neutralização por mol de água
formado (kcal  mol-1)
ΔH = - QC / nágua

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2

Pesa-se as massas dos sais supramencionados: 11,68g de NaCl; 21,20g de Na 2CO3; 16,80g
de NaHCO3 e 49,94g de CuSO4.
Depois introduza cada sal em seu respectivo calorímetro contendo 200 mL de água e feche
rapidamente respectivamente.
Coloque para agitar de uma forma que não haja deposito no fundo do recipiente e sempre
controlando a temperatura até a mesma ficar constante.

PÓS LABORATÓRIO

1) O procedimento utilizado para a determinação do calor de dissolução de sais também


pode ser usado para o calor de neutralização? Explique.
2) Por que o sistema deve ser isolado termicamente? Qual a função de um calorímetro?
3) O que diz a Primeira Lei da Termodinâmica?
4) Conceitue reações químicas em que ocorre liberação e reações com absorção de energia

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, Peter; JONES Loretta; Princípios de química: questionando a vida moderna


e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 1999.

BUENO, Willie A.; DEGRÈVE, Léo. Manual de laboratório de físico-química. Editora


Mc-Graw-Hill; São Paulo; 1990.

60
MASTERTON, W. L.; SLOWINSKI, E. J.; STANITSKI, C. L. Princípios de Química; 6a
ed.; Editora Guanabara Koogan S.A.; Rio de Janeiro; 1990.

Wolf, L. D.; Assumpção, M. H. M. T.; Madi, A. A.; Bonifácio, V. G.; Filho, O. F.;
Construção de um Calorímetro Simples para Determinação da Entalpia de
Dissolução, Ecl. Quím., São Paulo, 36 ,2011.

61
Prática 08 – DEMONSTRAÇÃO EXPERIMENTAL DO
EQUILÍBRIO QUÍMICO

INTRODUÇÃO

A maior parte das reações químicas observadas em laboratório parecem ter-se


completado, isto é, todos os reagentes parecem que se transformaram em produtos. Na
realidade, as reações químicas são reversíveis. Consequentemente, haverá condições de
concentração e temperatura sob as quais reagentes e produtos coexistem em equilíbrio.
Por exemplo, consideremos a decomposição térmica do carbonato de cálcio:

CaCO3(g) CaO(s) + CO2(g) (1)

Quando esta reação é realizada num recipiente aberto que permite a eliminação
de CO2, há uma total conversão do CaCO3 em CaO. Por outro lado, sabe-se que o CaO
reage com CO2, e se a pressão deste último for suficientemente alta, o óxido poderá ser
inteiramente convertido em carbonato:

CaO(s) + CO2(g) CaCO3(g) (2)

A reação (2) é o inverso da reação (1). Assim, devemos considerar as reações (1)
e (2) como processos químicos reversíveis, que se indica com a seguinte notação:

CaCO3(g) CaO(s) + CO2(g) (3)

Quando se tem CaCO3, puro num frasco fechado, ele começa a se decompor de
acordo com a reação (1). À medida que o CO2 se acumula, sua pressão aumenta, e
finalmente a reação (2) começa a ocorrer numa velocidade perceptível que aumenta à
medida que se eleva a pressão de CO2. Por fim, as velocidades da reação de
decomposição e da reação inversa tornam-se iguais, e a pressão do dióxido de carbono

62
permanece constante. O sistema atingiu o equilíbrio. Esse fenômeno é conhecido como
estado de equilíbrio.
O estado de equilíbrio é caracterizado por quatro aspectos importantes. A
primeira característica do estado de equilíbrio é ser dinâmico - trata-se de uma situação
permanente mantida pela igualdade das velocidades de duas reações químicas opostas.
Isto é, quando o sistema formado por CaCO3, CaO e CO atinge o equilíbrio com
relação à reação (3), dizemos que o CaCO3 continua a ser convertido em CaO e CO2 e
que o CO2 e o CaO continuam a formar CaCO3.
A segunda característica do equilíbrio é que o sistema caminha espontaneamente
em direção a um estado de equilíbrio. Um sistema desloca-se do equilíbrio somente por
uma perturbação externa. Há uma regra geral, denominada princípio de Le Chatelier
que é utilizada para analisar rapidamente o efeito das perturbações sobre os equilíbrios
químicos. Segundo este princípio, se o estado de equilíbrio for perturbado por alguma
mudança em seu ambiente tal como alteração na temperatura, na pressão ou na
concentração das espécies químicas participantes, o sistema reagirá de modo a restaurar
o equilíbrio. A terceira generalização sobre o equilíbrio é que a natureza e as
propriedades de um estado de equilíbrio serão as mesmas independentemente de como
ele tenha sido atingido. A quarta generalização é que a condição

63
de um sistema em equilíbrio representa um meio termo entre duas tendências opostas:
uma propensão das moléculas para assumir o estado de mais baixa energia e o impulso
em direção ao caos molecular ou entropia máxima.
A medida da extensão de uma reação química vem dada pelo valor da Constante
de Equilíbrio, K.
Para uma reação cuja forma geral é:

aA + bB cC + dD

a expressão da constante de equilíbrio é dada por:

[C ]c [ D]d
K= (4)
[ A]a [B]b
.
Na expressão da constante de equilíbrio as concentrações dos produtos da
reação, cada uma elevada a uma potência igual ao seu coeficiente estequiométrico, na
reação química, aparece no numerador e as concentrações dos reagentes, também
elevadas aos seus coeficientes estequiométricos aparecem no denominador. Entretanto
a equação (4) só é válida se estivermos tratando com substâncias que sejam gases ideais
ou solutos que obedeçam a lei das soluções ideais. Deve-se observar que na expressão
da constante de equilíbrio aparecem apenas as concentrações das substâncias que estão
no estado gasoso ou em solução (concentração variável), enquanto sólidos ou líquidos
puros, cujas concentrações são “invariáveis” não aparecem na expressão da constante de
equilíbrio. Também para substâncias no estado gasoso pode-se utilizar a pressão ao
invés da concentração uma vez que estas duas variáveis são proporcionais. As
expressões das constantes de equilíbrio para as reações:

CaCO3(g) CaO(s) + CO2(g) (5)

Cu2+(aq) + Zn(s) Cu(s) + Zn2+(aq) (6)

São respectivamente:
K = [CO2] ou K = PCO 2
e

64
K=¿ ¿

MATERIAIS E REAGENTES

tiocianato de potássio (KSCN) 0,1M


nitrato férrico [Fe(NO3)3] 0,1M
nitrato de potássio (KNO3) 0,1M
cloreto de magnésio (MgCl2) 0,1M
hidróxido de sódio (NaOH) 0,2M
cloreto de amônio (NH4Cl) sólido
nitrato de chumbo [Pb(NO3)2] 0,25M
solução concentrada de cloreto de sódio (NaCl)
cromato de potássio (K2CrO4) 0,1M
hidróxido de sódio (NaOH) 1M
nitrato de bário [Ba(NO3)2] 0,1M
dicromato de potássio (K2Cr2O7) 0,1M
tubos de ensaios
Chapa aquecedora

PARTE EXPERIMENTAL

O trabalho experimental desta aula prática pretende mostrar o efeito da variação


das concentrações das substâncias participantes da reação e da temperatura sobre o
equilíbrio.

EXPERIMENTO I

1. Coloque duas gotas de solução de tiocianato de potássio (KSCN) 0,1M em um tubo


de ensaio;
2. Acrescente duas gotas de solução de nitrato férrico [Fe(NO3)3] 0,1M;
3. Adicione água destilada até quase encher o tubo de ensaio;

65
4. Utilizando outro tubo de ensaio, homogeneíze a solução passando a mesma de um
tubo para o outro por 3 a 4 vezes;
5. Divida a solução em quatro partes iguais em tubos de ensaio de mesmo diâmetro e
numere estes tubos;
6. Reserve o tubo (nº 1) que será usado como referência (para comparar a intensidade da
coloração)
7. Adicione 3 gotas de solução de tiocianato de potássio ao tubo (nº 2) e observe a
coloração. Compare com o tubo padrão (nº 1)
8. Adicione 3 gotas de solução de nitrato férrico ao tubo (nº 3) e observe a coloração.
Compare com o tubo padrão
9. Adicione 6 gotas de solução de nitrato de potássio (KNO3) 0,1M ao tubo (nº 4).
Observe a coloração e compare com o tubo padrão.
10. Procure explicar o que você observou usando a equação química representativa do
experimento e o princípio de Le Chatelier.

EXPERIMENTO II

1. Coloque 1 mL de solução de cloreto de magnésio (MgCl2) 0,1M em um tubo de


ensaio.
2. Ao mesmo tubo de ensaio adicione 1 mL de solução de hidróxido de sódio (NaOH)
0,2M; aguarde um pouco e observe o que se forma
3. Com uma espátula adicione um pouco de cloreto de amônio (NH4Cl) sólido ao tubo
de ensaio. Observe o que ocorre.
4. Procure explicar o que você observou usando a equação química representativa do
experimento e o princípio de Le Chatelier.

EXPERIMENTO III

1. Coloque 1 mL de solução de nitrato de chumbo [Pb(NO3)2] 0,25M em um tubo de


ensaio;
2. Adicione 10 gotas de solução concentrada de cloreto de sódio (NaCl)
3. Adicione 5 mL de água destilada

66
4. Aqueça o tubo de ensaio com a mistura, em banho-maria (~80 °C) por cerca de 15
minutos e observe o que ocorre.
5. Deixe o tubo de ensaio esfriar e observe o que ocorre.
6. Procure explicar o que você observou usando a equação química representativa do
experimento e o princípio de Le Chatelier.

EXPERIMENTO IV

1. Coloque 10 gotas de cromato de potássio (K2CrO4) 0,1M em um tubo de ensaio


limpo. Acrescente 2 gotas de hidróxido de sódio (NaOH) 1M. Acrescente, gota a gota,
nitrato de bário [Ba(NO3)2] 0,1M até perceber alguma alteração. Anote o resultado.
Guarde este tubo de ensaio para a etapa 3.
2. Em outro tubo de ensaio limpo, adicione 10 gotas de dicromato de potássio
(K2Cr2O7) 0,1M. Acrescente 2 gotas de ácido clorídrico 1M e, depois, 10 gotas de
nitrato de bário [Ba(NO3)2] 0,1M. Observe o que ocorreu e anote o resultado. Guarde
este tubo de ensaio para a etapa 4.
3. Anote suas observações a respeito das solubilidades relativas do cromato de bário
(BaCrO4) e do dicromato de bário (BaCr2O7) de acordo com suas observações nas
etapas (1) e (2).
4. Ao tubo de ensaio da etapa (1), acrescente, gota a gota, HCl 1M até notar alguma
alteração. Anote suas observações.
5. Ao tubo de ensaio da etapa (2) acrescente, gota a gota, NaOH 1M até notar alguma
modificação. Anote suas observações.
6. Sugira uma maneira de inverter as alterações observadas nas etapas (3) e (4).

PÓS LABORATÓRIO

1. O que você pode concluir a respeito da reação e da influência que os íons H+(aq)
exercem sobre ela? Balanceie essa equação acrescentando-lhe, no lado adequado, o
número correto de íons H+(aq) e de moléculas H2O.

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2. O que você pode concluir a respeito da reação inversa e da influência que os íons
hidróxido, OH-(aq) exercem sobre ela? Balanceie essa equação acrescentando, no lado
adequado, o número correto de íons OH-(aq) e de moléculas H2O.
3. A partir do que observou na etapa (6), o que você pode concluir a respeito das
concentrações relativas de equilíbrio do íon CrO42-(aq) nas soluções 0,1M de K2Cr2O7 e
de K2CrO4?
4. Use as equações balanceadas obtidas nas perguntas 1 e 2 para explicar os resultados
obtidos nas etapas (3), (4), e (5).
5. Recorrendo ao princípio de Le Chatelier, resuma os resultados obtidos a respeito do
equilíbrio dos íons cromato e dicromato.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

Brown, Theodore L.; LeMay Jr., H. Eugene; Bursten, Bruce E.; Murphy, Catherine J.;
Woodward, Patrick M.; Stoltzfus, Matthew W.. Química: a ciência central (p. 666).
Edição do Kindle.

Atkins, P.; Paula, J.; Smith, D., FÍSICO-QUÍMICA: FUNDAMENTOS, 6. ed. - Rio
de Janeiro: LTC, 2018. ISBN 978-85-216-3456-0

Florentino, A. de O.; Valente, J. P. S.; Padilha, P. de M.; ROTEIROS DE AULAS

PRÁTICAS DISCIPLINA DE QUÍMICA GERAL, Botucatu SP, 2013.

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Prática 09 - REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO E
PILHAS

INTRODUÇÃO

Os processos de oxidação-redução (também chamados de oxirredução ou,


simplesmente, processos redox) representam uma classe muito importante de reações
químicas. A eletroquímica é a parte da química que estuda os fenômenos químicos e
elétricos gerados por reações químicas espontâneas (em pilhas, células ou baterias) e a
transformação química gerada pela passagem forçada da corrente elétrica numa solução
denominada de eletrólise (em células eletrolíticas, cubas, ou banhos eletrolíticos). Em
todas as reações redox ocorre a transferência de elétrons entre reagentes. Por exemplo,
na reação do sódio metálico com cloro elementar.

2 Na + Cl2 2NaCl

o sódio metálico cede um elétron, formando Na+:


A molécula de cloro consome dois elétrons, formando dois ânions Cl- (íon
cloreto):

Cl2 + 2 e- 2 Cl-

Cátions Na+ e Cl- combinam-se formando o composto iônico NaCl

Na+ + Cl- NaCl

O agente que fornece os elétrons chama-se redutor e o agente que consome os


elétrons chama-se oxidante. Portanto, na reação acima, o sódio é o redutor e o cloro o
oxidante.

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Em reações redox, o número de elétrons fornecidos pelo redutor sempre é igual
ao número de elétrons consumidos pelo oxidante. Dessa forma, haverá mudança nos
números de oxidação dos elementos presentes.

OBJETIVOS

 Aprender os conceitos de oxidação-redução, por meio do estudo de algumas


reações de oxidação-redução em meio aquoso;
 Verificar propriedades oxidantes e redutoras de diversas espécies em meio
aquoso;
 Escrever as equações químicas balanceadas das reações realizadas;
 Observar a espontaneidade de reações de oxidação e redução;
 Conhecer os potenciais padrão de eletrodo;
 Montar pilhas eletroquímicas e explicar os fenômenos observados;
 Medir a diferença de potencial (ddp) de uma pilha de zinco e cobre.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTO

1ª Parte: Verificação das propriedades oxidativas-redutoras e espontaneidade de


reações de oxidação-redução.

MATERIAL E REAGENTES

Nove tubos de ensaio;


Estante para tubo de ensaio;
01 Béquer de 250 mL;
02 béqueres de 50 mL;
01 tubo em forma de U;
01 Voltímetro;
Algodão;

70
Diclorometano (CH2Cl2);
Ácido sulfúrico diluído na proporção de 1:9;
Solução de iodeto de potássio (KI) 16,6 g L-1;
Solução de permanganato de potássio (KMnO4) 15,84 g L-1;
Solução de NaCl 3 %;
Solução de K3[Fe(CN)6] 0,1 mol L-1;
Solução de indicador fenolftaleína 1 %;
Solução de 0,10 mol L-1 de CuSO4;
Solução 0,10 mol L-1 de ZnSO4;
Solução de 0,10 mol L-1 de FeSO4;
Solução 0,10 mol L-1 de AgNO3;
Solução saturada de KCl;
02 pregos de ferro;
03 pedaços de fio de cobre;
Placa de Zinco 1cm x 8cm;
Placa de cobre 1cm x 8cm.

Quadro 01 – Reagentes específicos.


Grupo A Grupo B
Substância Concentração Substância Concentração
Dicromato de potássio 29,4 g L-1 Ácido oxálico 12,6 g L-1
(K2Cr2O7) (H2C2O4.2H2O)

Peróxido de hidrogênio Diluído 1:9 Peróxido de hidrogênio Diluído 1:9


(H2O2) (H2O2)

Cloreto de amônio 5,35 g L-1 Cloreto de amônio 5,35 g L-1


(NH4Cl) (NH4Cl)

Cloreto de ferro (III) 27,0 g L-1 Ácido Clorídrico Diluído 1:1


(FeCl3.6H2O)
Dióxido de manganês Sólido Etanol Puro
(MnO2)
“Cloro” granulado para Sólido Sulfato de Ferro (II) 27,8 g L-1
piscinas [componente FeSO4.7H2O)
ativo: Hipoclorito de

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cálcio Ca(ClO)2
Sulfato de cobre (II) 25 g L-1 Glicose (C6H12O6) 20 g L-1
(CuSO4.5H2O)

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Verificação das propriedades oxidativas

a) Selecione cinco ou seis das substâncias do grupo A, e rotule tubos de ensaio


com os nomes ou fórmulas das substâncias;
b) Coloque 1 a 2 mL das soluções selecionadas (ou alguns miligramas dos
sólidos junto com 1 a 2 mL de água destilada) nos tubos de ensaio correspondentes;
c) Acrescente cinco gotas de ácido sulfúrico diluído a cada um dos tubos;
d) Observe a coloração da solução de Iodeto de potássio e adicione duas ou três
gotas desta solução a cada um dos tubos;
e) Agite os tubos e observe;
f) Acrescente 1 a 2 mL de diclorometano para a extração de iodo (observe que o
diclorometano não é solúvel em água);
g) Anote os resultados.

Verificação de propriedades redutoras

a) Selecione cinco ou seis das substâncias do grupo A, e rotule tubos de ensaio


com os nomes ou fórmulas das substâncias;
b) Coloque 1 a 2 mL das soluções selecionadas (ou alguns miligramas dos
sólidos junto com 1 a 2 mL de água destilada) nos tubos de ensaio correspondentes;
c) Acrescente cinco gotas de ácido sulfúrico diluído a cada um dos tubos;
d) Adicione duas ou três gotas de solução de permanganato de potássio a cada
um dos tubos;
e) Agite os tubos e observe o desaparecimento da coloração de permanganato
(algumas reações ocorrem de imediato, outras mais lentamente);
f) Anote os resultados.

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Verificação da espontaneidade de uma reação de óxido-redução

a) Colocar 5,00 mL da solução de sulfato de cobre (II) no tudo de ensaio (tubo 1)


e em seguida um prego limpo (caso necessário, passar uma palha de aço ou lixa para
metal), fazendo com que parte dele fique mergulhada na solução e outra fora da
solução;
e) Observar as condições iniciais de reação e registrar na Tabela 01. Anotar
alguma evidência de transformação com o passar do tempo, também na Tabela 01;
f) Colocar em um tubo de ensaio (tubo 2), 5,00 mL da solução de sulfato de
ferro (II) e em seguida um pedaço de fio de cobre, tomando o mesmo cuidado que o do
prego;
g) Observar as condições iniciais de reação e registrar na Tabela 01. Anotar
alguma evidência de transformação com o passar do tempo, também na Tabela 01;
h) Colocar um terceiro tubo de ensaio (Tubo 3) 5,00 mL de solução de AgNO3 e
em seguida um pedaço de fio de cobre;
i) Observar as condições iniciais de reação e registrar na Tabela 01. Anotar
alguma evidência de transformação com o passar do tempo, também na Tabela 01.

Tabela 1 – Observação e registro da espontaneidade de uma reação redox.


Reagentes e início da reação (cor, estado, etc) Observações

Tubo 1: Reagentes (estado inicial):


CuSO4(aq) + Fe0(metálico)
Produtos (após o estado inicial):

Tubo 2: Reagentes (estado inicial):


FeSO4(aq) + Cu0(metálico)
Produtos (após o estado inicial):

Tubo 3: Reagentes (estado inicial):


AgNO3(aq) + Cu0(metálico)
Produtos (após o estado inicial):

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2ª Parte: Montagens de pilhas eletroquímicas

Pilha de corrosão

a) Colocar em um béquer de 250 mL cerca de 200 mL de solução de cloreto de


sódio, 1,00 mL de fenolftaleína e 2,0 mL de solução de ferricianeto de potássio,
K3[Fe(CN)6];
b) Imergir o eletrodo de ferro (prego grande) e o eletrodo de cobre (fio), ou
grafite, no béquer, imobilizando-os dentro da solução a uma certa distância um outro,
ligando-os por meio de um fio de cobre (que ao mesmo tempo é um condutor),
conforme Figura 01;

Figura 01 – Pilha de corrosão do ferro.

c) Observar e anotar alguma evidência de transformação na Tabela 02;

PÓS LABORATÓRIO

Após observar atentamente o estado inicial dos reagentes. Analisar todas as


semirreações possíveis presentes na solução do béquer e escrevê-las com os respectivos

74
valores dos potenciais padrão de redução com o auxílio de uma tabela de potenciais
padrão de redução.

Tabela 02 – Pilha de corrosão de ferro


Anodo Catodo
Cores (inicial e final) Cores (inicial e final)

Reações possíveis: Reações possíveis:

Pilha de Daniell

a) Colocar em um béquer cerca de 25 mL da solução de sulfato de cobre (II) 1


mol L-1 e num outro 25 mL de solução de sulfato de zinco 1 mol L-1;
b) Preparar a ponte salina: encher o tubo U com solução saturada de KCl e em
seguida colocar um chumaço de algodão nas extremidades do tubo U, tomando o
cuidado para não deixar bolhas de ar no tubo (e interrompa o circuito feito pelos íons da
solução);
c) Montar o sistema, conforme a Figura 01, simbolizado pelo esquema que
segue:

Zn (metálico)/Zn2+ (aq) (1 mol L-1) // Cu2+ (aq) (1 mol L-1) / Cu (metálico)

Figura 01 – Pilha de cobre e zinco

75
1 – Ânodo (onde ocorre a oxidação) 5 – voltímetro e amperímetro

2 – Cátodo (onde ocorre a redução) a - Polo do ânodo;


3 - Ponte salina (solução de KCl) b- Polo do cátodo;
4 – Membrana porosa que permite a passagem de i – Corrente elétrica;
cátions e ânios 1,10 volts – diferença de potencial entre os dois
eletrodos.

d) Fechar o circuito intercalando entre os eletrodos o voltímetro;


e) Observar.
f) Ler a diferença de potencial no voltímetro e registrar na Tabela 03;
g) Com o auxílio de uma tabela de potenciais padrão de redução, calcular a ddp
da pilha e registrar na tabela;
h) Comparar o valor experimental com o valor teórico. Se possível calcular o
erro relativo.

QUESTIONÁRIO (colocar como apêndice no relatório)

As questões de 1 a 6 são referentes aos dois primeiros procedimentos (3.2.1 e 3.2.2)


1. Quais das substâncias pesquisadas são oxidantes?
2. Quais das substâncias pesquisadas são redutoras?
3. Identifique as espécies oxidantes e redutoras nos casos em que foi observada uma
reação.

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4. Sugira os respectivos produtos da reação.
5. Apresente equações químicas balanceadas para cada reação observada.
6. Qual é a função do ácido sulfúrico nas reações realizadas?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, G. C. Química geral e reações químicas.


vol. 2. Tradução de Noveritis do Brasil. São Paulo: Cengage Learning, 2014. 692- 695
p.
LENZI, E.; FAVERO, L. O. B.; TANAKA, A. S.; VIANNA FILHO, E. A.; SILVA, M.
B.; GIMENES, M. J. G. Química Geral Experimental. 2 ed. Rio de Janeiro: Freitas
Bastos, 2015. 275-292 p.
NEDER, A. V. F.; BESSLER, K. E. Química em tubos de ensaio: uma
abordagem para principiantes. São Paulo: Edgard Blucher, 2004. 195 p., il., 24 cm.
ISBN 8521203241.

Luz, A. J. R. V. da; Falcão, H. R. da C.; Lopes, J. da S.; Matos, L. J. B. L. de; Pessoa, P.


A. P.; Rodrigues, W. V.; APOSTILA DE ROTEIROS EXPERIMENTAIS DE
QUÍMICA GERAL II, Caxias MA, 2018.

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