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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

GUSTAVO HOMANN HRYCYNA

MARIANA

SÉRGIO RODRIGUES DE LUZ

WILLIAM DELINSKI

ENSAIOS E CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS

AULA PRÁTICA 3 – MICROGRAFIA DE METAIS NÃO-FERROSOS


(ALUMÍNIO E COBRE)

PONTA GROSSA

2011
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

GUSTAVO HOMANN HRYCYNA

MARIANA

SÉRGIO RODRIGUES DE LUZ

WILLIAM DELINSKI

ENSAIOS E CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS

AULA PRÁTICA 3 – MICROGRAFIA DE METAIS NÃO-FERROSOS


(ALUMÍNIO E COBRE)

Relatório apresentado na disciplina


de Ensaios e Caracterização de
Materiais, ministrada pelo professor
André Luis, realizado pelos alunos do
3o ano do Curso de Engenharia de
Materiais.

PONTA GROSSA

2011
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SUMÁRIO

1. OBJETIVOS -----------------------------------------------
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS ------------------------
3. MATERIAIS E MÉTODOS -----------------------------
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES --------------------
5. CONCLUSÕES -------------------------------------------
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -----------------
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1. OBJETIVOS
O objetivo principal da prática de micrografia de metais não-ferrosos
consistia na análise da microestrutura de ligas de alumínio 7050 – T7451,
submetidas a diferentes processamentos e tratamento térmicos, e de cobre
eletrolítico de alta pureza.
Sendo que foram novamente revisados os conceitos metalográficos de
preparação de amostras quanto ao lixamento, polimento e ataque químico.
Além disso, a prática possibilitou observar diferentes microestruturas e
morfologias de ligas não-ferrosas, cujos usos estão difundidos devido às suas
propriedades diferenciadas.
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como já citado no tópico Materiais e Métodos, foi realizado o preparo e
então análise metalográfica em microscópio ótico de ligas metálicas de
alumínio 7050 – T7451 recozido, alumínio 7050 – T7451 forjado, aluminio
fundido injetado e de cobre eletrolítico. Foi então realizada uma análise
individual de cada uma das amostras, mostradas a seguir.
4.1. Liga de Alumínio 7050 – T7451 Recozido

A composição química de tal liga de alumínio varia em torno de 6.06%


Zn, 2.19% Cu, 1.90% Mg, 0.15% Zr, 0.10% Mn, 0.04% Cr, 0.12% Si, 0.14% Fe,
0.06% Ti.[1] Sendo que o endurecimento mecânico de tais ligas se dá por
mecanismos de precipitação, que consistem na solubilização da liga pelo
aumento da temperatura, na têmpera de tal material por um resfriamento rápido
e então no envelhecimento através do aquecimento, o que possibilita a
precipitação de outras fases, de maneira que é possível controlar seu tamanho
e sua forma pelo temperatura e pelo tempo do processo de envelhecimento,
sendo que os precipitados devem ser semi-coerentes para garantir interação
com os campos de tensões das discordâncias e então endurecer o metal.
Usualmente, os precipitados são muito pequenos, dificilmente vistos com
o auxilio de um microscópio ótico. No entanto, foi realizado um recozimento
para promover o crescimento e coalescimento de tais precipitados, para que
fosse possível enxergá-los com um aumento relativamente pequeno.
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A análise micrográfica permitiu tirar as seguintes fotografias.

Figura 1 – Micrografia de liga de Alumínio 7050 – T7451 recozido, a um


aumento de 200x

Figura 2 - Micrografia de liga de Alumínio 7050 – T7451 recozido, a um


aumento de 500x. A seta indica precipitados no contorno de grão.
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Na primeira micrografia, é difícil, para um examinador não preparado,


distinguir os precipitados. É possível, porém a diferenciação dos grãos. Nota-se
que seu tamanho é relativamente grande, provavelmente pelo tratamento de
recozimento, no entanto, ainda encontram-se alongados na direção em que
provavelmente ocorreu o forjamento ou laminação.
Já na figura 2, cujo aumento é maior, é possível identificar precipitados
tanto no contorno de grão quanto no interior do mesmo. Ao verificar a
composição, presume-se que a composição dos precipitados corresponde aos
elementos Zn, Mg e Cu.
Contornos de grão são regiões de alta energia, nos quais a ocorrência
de fenômenos é facilitada, justamente por tal característica. Tal fato justifica
uma maior quantidade de precipitados no contorno de grão, indicados pela
flecha.
Comparando as figuras 1 e 2, com a Figura 3 retirada do livro ASM
Metals Handbook, Vol 09 - Metallography And Microstructure, pode-se
comprovar a presença de precipitados no contorno de grão, como analisado
anteriormente

Figura 3 – Micrografia de liga de Alumínio 7050 – T7451 recozido, retirado do


ASM Metals Handbook, Vol 09 - Metallography And Microstructure, pág 737.

4.2. Liga de Alumínio 7050 – T7451 Forjado


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A composição de tal amostra é a mesma da amostra anterior, no


entanto, para tal amostra não foi realizado o tratamento térmico de
recozimento.
O processamento de ligas forjadas de alumínio pode ser demonstrado
resumidamente pela figura a seguir.

Figura 4 – Esquema do processamento de uma liga de alumínio forjada,


endurecida por precipitação. Disponível em:
www.metallum.com.br/17cbecimat/resumos/17Cbecimat-311-047.pdf
A análise em microscópio ótico permitiu tirar as seguintes fotografias.

Figura 5 - Micrografia de liga de Alumínio 7050 – T7451 forjada, a um aumento


de 100x.
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Figura 6 - Micrografia de liga de Alumínio 7050 – T7451 forjada, a um aumento


de 200x.
Na figura 5, com um aumento de 100x, não é possível identificar a
presença de precipitados. No entanto, é possível citar que a microestrutura é
típica de um processamento aplicado, onde os grãos encontram-se alongados
na direção de forjamento.
As regiões de coloração escura correspondem à inclusões, inerentes à
microestrutura do metal em questão, por questões de composição e
processamento.
Para a figura 6, com um aumento de 200x, é possível fazer as mesmas
considerações, sendo que os grãos são facilmente diferenciados. Há também a
diferenciação das inclusões, em coloração escura, sendo que os precipitados
são dificilmente identificados.
Na figura 7, retirada do ASM Metals Handbook, Vol 09 - Metallography
And Microstructure, pode-se observar a alongação dos grãos conforme a
direção do forjamento, e assim, comprovar a veracidade da análise obtida na
figura 5.
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Figura 7 - Micrografia de liga de Alumínio 7050 – T7451 forjada, retirada do


ASM Metals Handbook, Vol 09 - Metallography And Microstructure, pág. 741.

4.3. Liga de Alumínio Fundida e Injetada


O processo de fundição e então injeção do alumínio pode ser
resumidamente representado pela figura a seguir.

Figura 8 – Esquema simplificado do processo de fundição injetada. Disponível


em: https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/792328/1/Tese.pdf
As ligas de alumínio para fundição injetada têm uma densidade específica de
aproximadamente 2.7 g/mL, colocando-as entre as ligas leves estruturais. Seis
elementos principais constituem, em geral, as ligas de alumínio para fundição
injetada: silício, cobre, magnésio, ferro, manganês e zinco. Sendo que o silício
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aumenta a fluidez facilitando o preenchimento do molde, o cobre aumenta a


dureza da peça, assim como o magnésio. O ferro diminui a tendência de a liga
fundida grudar no molde e o zinco é o responsável ao se combinar com o cobre
pela facilitação da precipitação em tratamentos térmicos posteriores ao
processamento.[3]
A análise ao microscópio ótico permitiu tirar as seguintes fotografias.

Figura 9 – Micrografia de uma Liga de Alumínio Fundido e Injetado a um


aumento de 100x.
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Figura 10 - Micrografia de uma Liga de Alumínio Fundido e Injetado a um


aumento de 200x.
As micrografias acima revelam uma microestrutura dendrítica, sendo
que a região clara corresponde ao alumínio primário e a região escura
corresponde aos compostos intermetálicos formados quando o líquido, durante
o resfriamento dentro do molde, atinge a temperatura da reação invariável, que
rege os fenômenos de cristalização da liga com a composição em questão.
Na figura 11, retirada do ASM Metals Handbook, Vol 09 - Metallography
And Microstructure, pode-se comparar as micrografias realizadas em sala de
aula com a mesma e visualizar algumas microestruturas dendríticas no mesmo.
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Figura 11 - Micrografia de uma Liga de Alumínio Fundido e Injetado, retirado do


ASM Metals Handbook, Vol 09 - Metallography And Microstructure, pág. 798.

4.4. Liga de Cobre Eletrolítico de Alta Pureza


O cobre corresponde a um metal cuja estrutura é a cúbica de face
centrada (CFC), dessa maneira seus sistemas de deslizamento são muito
atuantes, pois a movimentação dos planos é facilitada por sua alta densidade
atômica. Além disso, a energia de falha de empilhamento de tal metal é baixa,
possibilitando uma distribuição homogênea das discordâncias parciais,
dificultando as interações entre elas, resultando em uma baixa taxa de
encruamento para tais materiais, o que os deixa com grande deformabilidade.
A análise micrográfica em microscópio ótico de tal material permitiu
tirar a seguintes foto.

Figura 12 – Micrografia de uma liga de Cobre Eletrolítico de alta pureza a um


aumento de 200x.
A análise da micrografia permite identificar grãos equiaxiais de
tamanho relativamente grande. Além disso, é possível identificar um grande
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número de maclas de recozimento, identificáveis por sua morfologia


característica de faces paralelas, por seu tamanho. Em tal micrografia é
possível identificar diferentes morfologias de macla, sendo que a seta preta
indica macla de face paralela incompleta, a flecha azul indica uma macla de
recozimento de extremidade de grão e a flecha vermelha indica uma macla de
recozimento de faces paralelas completa. As maclas de recozimento aparecem
devido ao baixo encruamento do material e correspondem a um outro
mecanismo de deformação, além do deslizamento de planos. Dentre os
diferentes modelos para explicar a maclagem de recozimento podemos citar:
 O acidente de crescimento;
 O encontro de grãos;
 O modelo de Dash e Brown;
 O modelo pop-out.
Como método de comparação, utilizou-se o livro ASM Metals Handbook,
Vol 09 - Metallography And Microstructure. No caso do cobre eletrolítico, a
figura mostra a presença de maclas de recozimento, como encontrado na
microestrutura analisada.

Figura 13 – Micrografia de uma liga de Cobre Eletrolítico retirada do ASM


Metals Handbook, Vol 09 - Metallography And Microstructure, pág 843.

5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Disponível em: http://www.metallum.com.br/17cbecimat/resumos/17Cbecimat-
310-030.pdf; Aceso em: 14/05/2011 às 17:22;
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[2] Disponível em: https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/792328/1/Tese.pdf;

Acesso em 14/05/2011 às 17:13;

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