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ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO MARANHÃO
ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR “JOSUÉ MONTELLO”
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

TECNOLOGIA E MANEABILIDADE DE INCÊNDIO (TMI)


INSTRUTOR: TEN OLIVEIRA

CAD BM 439 JOÃO GABRIEL CFO 1B

RELATÓRIO SOBRE A VISITA À

EMPRESA APOLO EXTINTORES

São Luís – MA
2023
(acervo pessoal- 2023)

O presente relatório diz respeito à visita feita pela 18º turma do Curso de
Formação de Oficiais Bombeiro Militar do Maranhão à empresa Apolo Extintores,
durante todo o turno matutino do dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, a turma
estava acompanhada pelo 1º Tenente QOCBM Oliveira juntamente com o 1º
Tenente QOCBM Allan Kardec e foi recepcionada pelo Sr. Sergio Amaral,
coordenador de manutenção da Apolo Extintores.

No início da instrução, o Sr. Sergio Amaral fez uma breve explicação acerca
das etapas que permeiam o processo de manutenção dos extintores, que são o
recebimento, triagem e desmontagem. Tais fatores são essenciais para que o
processo de manutenção ocorra com sucesso e o extintor possa retornar ao cliente
com plena funcionabilidade. O processo de manutenção consiste em três níveis:

1. Nível 1- É mais uma inspeção que uma manutenção propriamente dita.


Ocorre no local onde o extintor está instalado, e deve ser realizada a cada 6
meses. É realizada a limpeza do equipamento e o reaperto e/ou substituição
de peças que não são submetidas a pressão. Caso for constatado algum
problema mais grave o extintor deve ser encaminho a uma empresa
especializada, que irá submetê-lo a manutenção de nível 2.
2. Nível 2- Essa manutenção é obrigatória e deve ser realizada a cada 12
meses, por uma empresa competente e registrada no INMETRO. É feita a
desmontagem completa de todos os componentes do extintor para limpeza.
Em seguida, é realizada a inspeção visual das peças e da parte interna do
extintor. Todos os componentes que ficam sob pressão são então testados e
ensaiados. Por fim o extintor é remontado e são colocados anel, trave, lacre,
selo do INMETRO do corrente ano e o termo de garantia.
3. Nível 3- Segue exatamente a mesma sequência de manutenção do Nível 2,
mas tem duas etapas adicionais. A primeira delas são os testes hidrostáticos
e hidropneumáticos, que servem para identificar a integridade e resistência do
cilindro. A segunda delas é a pintura do cilindro. Essa manutenção deve ser
realizada obrigatoriamente a cada 5 anos.
Vale destacar que nenhuma empresa de São Luís do Maranhão está
habilitada a prestar serviço de manutenção de extintores de classe K, uma vez que é
um modelo de extintor novo no mercado e depende de processos bem minuciosos
para a correta manutenção e regulação. Em seguida, o Sr. Sergio Amaral
demonstrou onde é feito a troca e recarga do material extintor. Em extintores do tipo
ABC possuem em seu interior pó químico ABC, que consiste em fosfato
monoamônico. Já em extintores do tipo BC possuem em seu interior pó químico BC,
que consiste em bicabornato de sódio. Um detalhe importante é que o pó químico
BC foi o pioneiro quando se trata de pó extintor, sendo o primeiro a ser usado.

(pó químico BC) (pó químico ABC)

Já em extintores do tipo CO² o processo é diferente, consistindo em


mecanismos de proteção bem específicos, já que a troca e recarga do material
extintor envolve altas pressões. A diferença começa pela espessura e peso dos
extintores do tipo CO², necessários para suportar pressões de até 130kg. Além
disso, o processo de recarga depende de um compressor de CO², o qual faz o
transporte do gás CO² do cilindro de recarga para o extintor.

(cilindro de extintor CO²) (compressor de CO²)


Ademais, há uma grande diferença entre o cilindro e os materiais componentes dos
extintores BC/ABC e CO². Como em extintores do tipo BC/ABC não estão
submetidos a altíssimas pressões, os cilindros possuem costuras de solda e,
também, manômetros que servem para monitorar a pressão do extintor, bem
diferente de extintores do tipo CO², uma vez que possuem cilindros espessos,
ausentes de costuras de solda e, também, sem manômetros, devidos à elevada
pressão interna do cilindro.

(válvula de baixa pressão) (válvula de alta pressão)

(manômetro)

O processo de fabricação e manutenção de extintores envolvem uma série de


etapas que são cruciais para a certificação da garantia do material. E um dos testes
mais importante é o hidrostático e hidropneumático. O teste hidrostático feito em
extintores de incêndio segue as normas NBR 12962/2016 da ABNT e é realizado
com a finalidade de avaliar as condições de funcionamento do extintor de incêndio
quando submetido a alta e baixa pressão de água pressurizada. Esse teste deve ser
realizado a cada 5 anos nos extintores de incêndio, o que não exclui as outras
manutenções preventivas para a qualidade do seu equipamento de combate a
incêndio.

Então, através desse teste verifica-se os seguintes pontos:

• Se o extintor de incêndio apresenta falhas em seu funcionamento;

• Se há corrosão na superfície do extintor de incêndio conforme sofre tensão


pela pressão interna;

• Se há vazamento irregular de líquido;

• Se as válvulas e invólucros estão em estado regular.

Passo a passo do teste hidrostático em extintores de incêndio:

1. É feita a avaliação visual das válvulas do extintor de incêndio, a fim de


verificar se estão com alguma alteração estrutural;

2. Se caso a válvula estiver regular, o extintor de incêndio é colocado em uma


câmara de aço;

3. A água é inserida no extintor de incêndio;

4. O extintor é então submetido a pressão;

5. Com a pressão, a água se expande e sai para fora da câmara de aço;

6. Depois é liberada a pressão e a água retorna para dentro da câmara;

7. A quantidade de água que retorna irá determinar se o extintor de incêndio


está funcionando corretamente ou não.

Após a conclusão do teste é que atesta-se a segurança e efetividade do extintor.

(teste hidrostático)
Outrossim, foi apresentado outro dispositivo que contribui para o processo de
manutenção e vistoria dos extintores: o anel de vedação.

(anel de vedação)

O anel é um item de segurança que indica que o extintor foi aberto para
realização da recarga e inspeções exigidas. Para que se garanta a segurança dos
consumidores e extintores, o INMETRO regulamentou, através da Portaria
412/2011, os materiais e cores dos anéis de identificação de manutenção que
devem ser utilizados em cada período de um ano, nas recargas/manutenções de
extintores.

Por fim, foi possível analisar o extintor de 2kg e 1kg. Um detalhe entre esses
dois extintores é que o extintor de 1kg não é recarregável. Dessa forma, após um
uso já deve ser descartado.

(extintor de 1kg) (extintor de 2kg)


Ao final da instrução ainda foi possível que os cadetes da 18º turma pudessem
fazer uma breve maneabilidade dos extintores supracitados. É notório que foi uma
experiência única e essencial, que irá nortear a carreira dos futuros oficias em
vistorias em empresas públicas e privadas, uma vez que foram esclarecidos todos
os processos que envolvem a manutenção dos extintores.

(acervo pessoal-2023)

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