Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudo de caso
Texto: CAMICIA, E. G.; SILVA, S. B.; SCHIMIDT, B. Abordagem da transgeracionalidade na terapia
sistêmica individual - um estudo de caso clínico. Pensando Famílias, v. 20, n. 1, jul. 2016, (68-82).
• A paciente cujo nome é Laura de 30 anos, realizou um processo de caso utilizando a terapia
sistêmica individual, onde foram abordados o contexto envolto de seus relacionamentos e
experiencias enfatizando os significados que ela atribuía através da transgeracionalidade
que implica na compreensão dos padrões familiares que se repetem de uma geração a outra.
• Laura era filha única e foi adotada por Isabel e Jairo com 1 mês de vida. Com relação aos
pais, Laura tem um relacionamento distante com Jairo e conflituoso com Isabel.
• Laura esteve em um relacionamento de 1 ano com Pedro onde engravidou de Alice, um dia
antes de Alice nascer o relacionamento do casal foi encerrado, após 2 anos Laura conheceu
seu atual companheiro Marcelo e vivem uma configuração de família recasada junto a Alice
que tem 5 anos. Quando Alice tinha 2 anos Pedro se casou com Carla e após 1 ano tiveram
o Luiz, Carla aliás é a intermediadora de Laura e Pedro para que evitem conflitos e garantir
melhor as necessidades de Alice.
• O paciente identificado no relato é a Alice, pois Laura relata dificuldades para lidar com
certos comportamentos da mesma e que se recusava a cumprir regras além de ter
dificuldades de interação com outras pessoas.
• A partir das queixas e objetivos traçados, e nas conduções das sessões foi criado um
ambiente em que a cliente pudesse se sentir em uma relação segura de confiança mutua, a
partir daí foi formulado o genograma familiar juntamente à cliente para que a partir dele
fosse investigados padrões relacionais e clarificar a demanda existente, além deste trabalho
ocorreu a técnica onde Laura selecionou e organizou fotografias de acordo com às fases do
seu desenvolvimento individual desde a infância, ocorreram encontro com Laura através de
reflexões ou formulações de hipótese a respeito de emoções e pensamentos de outra
pessoa, o que acabou colocando-a como observadora da própria história.
• A partir das intervenções e técnicas utilizadas fez com que a cliente traçar seu próprio “eu”
e na sua própria vida, assim visou favorecer a construção de uma nova forma de Laura de
relacionar com sua família de origem, de modo a entender que a diferenciação por meio do
estabelecimento de fronteiras mais nitidas entre Isabel e Laura foi acompanhada tambem
da diferenciação pode meio de estabelecimentos de fronteiras entre Laura e Alice. Assim
Laura percebeu que Alice era uma extensão de si, e que a dificuldade de colocar limites
poderia estar associada em um reflexo do sentimento de frustração de Laura pela sua mãe
biológica.
- Conexões teóricas e análise clínica (analisar o caso à luz de, pelo menos, dois conceitos estudados
em cada texto da Unidade I – tome como referência os 3 textos) – 12 pontos
A partir do relato de caso e dos textos estudados podemos observar muito sobre a questão de
família:
Emergindo na década de 1950, o pensamento sistêmico tem amplas implicações para a terapia
familiar. Os terapeutas familiares veem a família como um sistema
de múltiplos subsistemas, como o sistema conjugal, o sistema patrilinear e matrilinear, o
sistema filial e o sistema de irmãos. Todos esses sistemas são baseados em padrões
familiares relacionados a hierarquias, limites, comunicação, lealdades invisíveis, etc. transmissão
transgeracional significa o grau de diferenciação de cada membro da família determina a força da
repetição de padrões ao longo das gerações.
Como prevê o fenômeno transgeracional, ao longo da vida, os membros mais jovens de uma
família serão influenciados por uma gama de significados e valores transmitidos pelas histórias das
gerações anteriores, o que se manifesta através das memórias dos pais, eventos,
tradições sociais, e rituais. ou avós, informando sobre relacionamentos
anteriores e modos de comunicação. Assim a nova família, mesmo que você não perceba, repetirá
os padrões familiares existentes das gerações anteriores. Nesse sentido, a ideia é a de que a
identidade cultural da família decorre desse sistema de valores e crenças que, muitas vezes, é
ampliado pelas normas e costumes de um contexto social específico e transmitido ao longo das
gerações. Esse sistema influenciará a forma como serão exercidos os papéis familiares: pai, mãe,
filhos, irmãos e como serão enfrentados os eventos vitais importantes como mortes, separações,
nascimento.