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ENCCEJA

CPF 07059001425

Exasiu
EXTENSIVO

Exasiu
Aula 00 - Antiguidade

Profe Ale Lopes

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AULA 00: ANTIGUIDADE
218
estretegiavestibulares.com.br
CPF 07059001425
Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 00 – Antiguidade Oriental e Ocidental (Grécia e Roma)

SUMÁRIO

Sumário.......................................................................................................................................... 2
Apresentação da Professora .................................................................................................... 4
Você conhece o Encceja ? ........................................................................................................ 5
Cronograma de Aulas ................................................................................................................ 5
Apresentação do curso e da metodologia ........................................................................... 6
1. Como aprender história: comentários preliminares ...................................................... 8
2. Antes de tudo: a periodização histórica ......................................................................... 11
3. Introdução ao tema ............................................................................................................. 12
4. Cultura e Estado no Oriente Próximo (Oriente Médio)............................................. 14
4.1. Mesopotâmia, a terra entre rios ............................................................................................. 16
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4.2. Egito Antigo ........................................................................................................................... 21


4.2.1. Estratificação Social, Política e Econômica.................................................................................... 24

4.2.2. Religião Cultura e Ciência .......................................................................................................... 26

4.3. Hebreus, Persas e Fenícios ..................................................................................................... 29


4.3.1 – Hebreus ................................................................................................................................. 29

4.3.2 – Fenícios ................................................................................................................................. 31

4.3.3 – Persas.................................................................................................................................... 33

5. Mundo Grego........................................................................................................................ 38
5.1. Periodização histórica I: Pré-homérico, Homérico e Arcaico .................................................. 39
Pré- Homérico: onda migratória e 1ª diáspora ................................................................ 39

Homérico: genos e 2ª. diáspora .................................................................................... 40

Arcaico: formação da pólis ................................................................................................................. 41

5.2. Pólis: os modelos espartano e ateniense................................................................................ 45


Esparta: ........................................................................................................................................... 45

Atenas: ............................................................................................................................................ 46

5.3. Pólis e Política ......................................................................................................................... 50


5.4. Periodização II: Clássico e Helenístico .................................................................................... 53

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Clássico ........................................................................................................................................... 53

Helenístico ....................................................................................................................................... 58

6. Dicionário Conceitual .......................................................................................................... 59


7. Roma ....................................................................................................................................... 61
7.1 – Monarquia: 753 a.C. – 509 a.C. ............................................................................................ 63
7.2 – República 509 a.C.– 27 a.C. .................................................................................................. 65
7.2.1 – Estrutura política na República Romana...................................................................................... 66

7.2.2 – Lutas sociais e conquistas da plebe............................................................................................ 68

7.2.3 – Expansão Territorial................................................................................................................. 70

7.2.4 – Crise da República .................................................................................................................. 77

7.3 – Império Romano: 27 a.C. – 476 d.C. ..................................................................................... 82


7.3.1- Alto Império ............................................................................................................................ 82

7.3.2 - Crise do século III e Baixo Império ............................................................................................. 85

8. Dicionário Conceitual .......................................................................................................... 96


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9. Lista de Questões – Antiguidade Oriental e Grécia .................................................... 99


9.1 Lista de questões profe. Alê Lopes ......................................................................................... 99
9.3 Gabarito ................................................................................................................................. 114
9.1 Lista de questões profe. Alê Lopes - Comentada ................................................................ 115

10. Lista de Questões – Roma ............................................................................................. 156


10.1 Lista de questões ENCCEJA ................................................................................................ 156
10.2 Lista de questões profe. Alê Lopes ..................................................................................... 157
10.3 Lista de questões Aprofundamento .................................................................................... 161
10.4. Gabarito .............................................................................................................................. 173
10.5 Lista de questões ENCCEJA - Comentada .......................................................................... 173
10.6 Lista de questões profe. Alê Lopes – Comentada ............................................................... 174
10.7. Lista de questões Aprofundamento - Comentada ............................................................ 191

Considerações Finais das Aula ............................................................................................ 218

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APRESENTAÇÃO DA PROFESSORA

Olá aluno/aluna do Estratégia Vestibulares!


É com grande alegria que apresentamos a você o Curso
de História para o ENCCEJA.
Meu nome é Alessandra Lopes e pode me chamar de
Alê. Permita-me uma breve apresentação da minha trajetória.
Sou formada pela UNICAMP e Mestra em Ciência Política pela
mesma Universidade. Desde 2004, dou aulas de História,
Sociologia e Humanidades em cursos preparatórios para
vestibulares, para o ENEM e até para concursos públicos.
Conheço praticamente todos os sistemas de ensino, materiais e abordagens que
existem nesse “mundo dos vestibulares”. Já escrevi muitos materiais preparatórios. Posso
afirmar, com segurança, que já contribui para a aprovação de muitos alunos nas mais
variadas e concorridas universidades Brasil afora: USP; UNICAMP; UNIFESP; UNESP; UFRJ;
UFSC; UEA; UEL; UFBA; FGV; PUC-SP; UnB; UERJ; UFGRS; UFPR; PUC; FGV; EsPCEx;
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entre outras.
Essa experiência toda me permitiu criar um método de ensino capaz de fazer você
APRENDER História e gabaritar as questões dessa matéria.
Assim, é com grande alegria que faço um convite para você conhecer a primeira aula
do Livro Digital e se somar ao time de alunos do Estratégia Vestibulares.
Vem comigo: com foco, força, fé e café você chega lá!!!!
Já aproveita para me seguir nas redes sociais. Com as dicas de lá, você complementa
seus estudos!

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VOCÊ CONHECE O ENCCEJA ?


De forma bem resumida, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens
e Adultos (Encceja) é uma prova gratuita e voluntária realizada pelo Ministério da Educação (MEC)
com o intuito de fornecer uma certificação de conclusão do ensino médio ou do ensino
fundamental para jovens e adultos. Aqui neste curso nosso foco é a preparação para o Diploma
de Ensino Médio.
O objetivo, então, é ajudar você a se prepara para a Prova e, com isso, obter o
Certificado/Diploma de Ensino Médio.
Você sabe como é a prova?
A Prova que você irá enfrentar conta com as seguintes áreas do conhecimento:
Linguagens, códigos e suas tecnologias
Ciências Humanas e suas tecnologias
Ciências da Natureza e suas tecnologias
Destaquei Ciências Humanas porque é dentro dessa grande área do conhecimento que
está nossa disciplina de História. Percebe?
Conforme o Edital/Manual do Candidato, o programa de História que é cobrado nas
questões do Encceja é basicamente todo o conteúdo do Ensino Médio, porém, sob a indicação
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de três grandes Áreas, tal como expliquei acima. Se você olhar esse conteúdo no Edital/Manual
do Candidato, ficará assustado. Por isso, vou simplifiquei as informações no Cronograma abaixo
para você notar que este curso cobre todo o conteúdo de História que você precisa para
GABARITAR a prova. Ou seja, meu objetivo é que você acerte 100% das questões. Veja só o
Cronograma de Aulas!!!

CRONOGRAMA DE AULAS
Abaixo segue o cronograma do nosso curso feito conforme o conteúdo programático cobrado no
Edital/Manual do Aluno.
Aproveite e experimente essa aula demonstrativa. Depois dela, espero que você fique mais motivado ainda
para estudar História e para se preparar conosco nesta caminhada. Dedique-se durante alguns meses para
ser aprovado. Vale à pena!!!
Aqui o bicho é a Coruja e, logo mais, você é quem vai virar “O BIXO!” Confia!!!

Aula 0 ANTIGUIDADE ORIENTAL E OCIDENTAL


Aula 1 IDADE MÉDIA E MODERNA
Aula 2 BRASIL COLÔNIA
Aula 3 BRASIL IMPÉRIO
Aula 4 IDADE CONTEMPORÂNEA
Aula 5 BRASIL REPÚBLICA I

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Aula 6 BRASIL REPÚBLICA II

APRESENTAÇÃO DO CURSO E DA METODOLOGIA


Vamos conhecer a proposta do curso?

Nossa metodologia parte da análise estatística da incidência dos conteúdos para


desenvolver a teoria com foco nos assuntos mais cobrados. Esse curso vai no alvo e prioriza o que
realmente cai. Foi pensado para você estudar até o dia do Vestibular e ser uma ponte da 1ª. para
a 2ª. Fase.
As aulas dos LIVROS DIGITAIS estão baseadas nos principais livros e autores cobrados ao longo
dos últimos anos e que aparecem nas questões.
1- Nos livros digitais e nas videoaulas, vamos manter a linha cronológica para você não
perder a sequência histórica e cronológica dos conteúdos previstos no Manual do
Candidato.
Assim, na disciplina de história, temos que fazer sempre o controle da temporalidade.
Por isso, sugiro que você monte sua linha do tempo: durante a leitura da aula, cada data que
aparecer você anote e completa sua linha do tempo. Para facilitar sua vida, as datas ficam grifadas
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em amarelo.
Você faz o controle dessa linha por meio da marcação do exato momento histórico que
você está estudando. Assim, você nunca mais vai ficar “perdido no tempo” (acreditem: essa é a
principal dificuldade para o vestibulando – mas não será para você!).
Você precisa saber contextualizar um tempo histórico. Associar datas e fatos em uma
sequência cronológica, extraindo disso relações de causalidade (o que causa o que e gera quais
consequências!
2- Além disso, é importante estudar por questões. Por isso, faremos muitas questões. Elas
estão divididas em dois momentos:

➢ 1º. Ao longo da teoria;


➢ 2º. Ao final do material na Lista de exercícios. Nesta lista constam as questões da sua prova
e de outras universidades. Podem estar divididas por tema ou por ano, a depender da aula.

Quero enfatizar que todas as questões da lista são comentadas. No comentário, eu explico o
conteúdo, mas também mostro os macetes e os caminhos que você precisa fazer para chegar na
resposta certa. Ou seja, eu faço uma análise comentada e com estratégias de respostas para cada
questão.
Esse é o caminho para gabaritar o conteúdo e sair para o abraço .
Sobre nossas VIDEOAULAS queria comentar uma coisinha com você: Elas são dinâmicas e
interativas, e têm o conteúdo completo que também consta nos Livros Digitais, especialmente,
naqueles assuntos mais espinhosos que quase todo mundo esquece na hora H. Nas videoaulas

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dou dicas e macetes preciosos para você resolver as questões objetivas. Livros Digitais e
videoaulas se complementam já que são instrumentos pedagógicos diferentes – um é de leitura
o outro audiovisual.
Com relação à nossa PLATAFORMA - nosso site. Há o FÓRUM DE DÚVIDAS, que será nosso
mecanismo de contato permanente. Estaremos sempre perto! Então, assim que você terminar de
estudar uma aula do Livro Digital ou videoaula e rolar dúvidas, você poderá mandá-las lá no Fórum
e eu vou respondendo por ordem de chegada!
Além disso, temos nossas SALAS VIP. É uma sala virtual de aprendizado virtual e simultâneo,
na qual os alunos podem conversar diretamente com os professores, em salas de, no máximo
30/40 alunos. Elas complementam as aulas, em geral tiram dúvidas mais profundas, trazem
aprofundamentos para matérias específicas, desenvolvem algum tema de maior dificuldade que
apareceu no fórum e, claro, acontecem à pedido dos alunos. Então, pode mandar suas sugestões
que vamos acolher para montar nosso cronograma. Elas acontecem todos os dias e vocês acessam
o calendário no site, na área do aluno. Basta clicar no link e acessar a Sala!
Por fim, nossos SIMULADOS INÉDITOS. Todo final de semana você terá um tipo de simulado
disponível, elaborado pelos professores e suas equipes. Eles são inéditos e comentados no
mesmo padrão das questões para você treinar no mesmo padrão da banca. Sugiro que você faça
tantos quantos conseguir. E TODOS da sua banca.
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Visualize a proposta em um esquema:

AULAS
FOCADAS NOS FÓRUM SUA
Videoaulas
ASSUNTOS DE
MAIS completas
DÚVIDAS APROVAÇÃO!
COBRADOS

Linha do
tempo - Questões Simulados
Sala Vip
controle da comentadas Periódicos
temporalidade

Abaixo segue o cronograma do nosso curso. Aproveite e experimente essa aula demonstrativa.
Depois dela, espero que você fique mais motivado ainda para estudar História e para se preparar comigo
nesta caminhada.

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Dedique-se durante alguns meses para ser aprovado em uma das melhores universidades do país.
Vale à pena!!! Aqui o bicho é a Coruja e, logo mais, você é quem vai virar “O BIXO!” Confia!!!

Veja o Cronograma. Conforme você for estudando faça as marcações para controlar o que você já avançou!

Bem, então, chegou a hora de começar. Vamos juntos?

“Uma palavra escrita não pode nunca ser apagada. Por mais que o desenho tenha sido feito a
lápis e que seja de boa qualidade a borracha, o papel vai sempre guardar o relevo das letras
escritas. Não, senhor, ninguém pode apagar as palavras que eu escrevi."
Carolina Maria de Jesus

1. COMO APRENDER HISTÓRIA: COMENTÁRIOS PRELIMINARES


Há algo que eu gostaria de comentar com você antes de iniciarmos nossos estudos: como
se aprende História?
Você deve estar achando perda de tempo esse tópico, afinal já passou 12 anos na escola e
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estudou História “pra caramba”. Então eu pergunto: você se lembra de tudo?


Talvez os mais fissurados na disciplina mandem muito bem. No entanto, a grande maioria
só vai lembrar daquele cara chamado Napoleão – e seu cavalo branco -, o Dom Pedro – que
também tinha aquele cavalo branco -, Júlio César - o imperador romano -, a Joana d’Arc – que se
vestiu de homem para lutar contra... (não se lembra, né?).
E se eu te perguntar coisas como:

➢ qual o significado histórico da revolução cultural chinesa?


➢ quais as diferenças entre a independência da América espanhola e a portuguesa?
➢ quais as reformas de Dom João VI, no Brasil?
➢ qual mesmo era a proposta do Hypólito da Costa para a imprensa brasileira?
➢ quando essas coisas aconteceram? O que você diria?

Veja, há três mitos que precisamos derrubar:

➢ Mito 1: datas não são importantes


➢ Mito 2: desnecessidade de decorar fatos.
➢ Mito 3: não precisa saber onde as coisas acontecem

A articulação entre fatos e datas, significa pensar que as coisas acontecem em um tempo e em
um espaço. Tomando isso sempre de maneira dinâmica como se o tempo nunca parasse (e não
para mesmo) teremos a contextualização. Isso é simplesmente FUNDAMENTAL em História!

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Há muito tempo a história não é mais contada como os grandes feitos de inesquecíveis
heróis. Também, não é mais contada apenas por temas, de maneira descontextualizada. A
historiografia mais contemporânea – aquela que é feita, inclusive, pelos historiadores da USP –
adota a perspectiva dos processos históricos coletivos e da história como experiência social.
Os historiadores Perry Anderson, Jacques Le Goff, Jean-Pierre Vernant, Jérôme Baschet,
Eric Hobsbawn e Edward Palmer Thompson, entre outros, são os queridinhos dessa corrente
adotada hoje em dia. Todos entendem a história como “processo histórico” impulsionado por
grupos, pessoas, ideias e interesses, segundo as condições de cada época. Não por menos,
diversos textos das questões de prova usam trechos de Hobsbawn e de Thompson, além de outros
autores.

Historiografia é uma palavra que significa não apenas o registro escrito da História, a memória
estabelecida pela própria humanidade por meio da escrita do seu próprio passado, mas também
a ciência da História. Por exemplo, o historiador grego Heródoto, que viveu na Grécia Antiga,
escreveu sobre o período antigo e produziu um trabalho historiográfico.
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Essa forma de compreender e escrever a história dos homens, das suas ideias
e dos seus feitos é a forma como se costuma elaborar suas questões de
História.

Isso nos obriga a ter outra postura diante do conhecimento sobre o que se passou. Veja
alguns cuidados que você deve ter ao estudar essa disciplina:

analisar
contexto

ter visão ampla


determinar as dos períodos
relações causais históricos -
cronologia

Processo
histórico

 Primeiro: é preciso analisar o contexto no qual um acontecimento ou fato ocorreu.


Todo acontecimento esteve dentro de um contexto geral – como se fosse um quadro

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de parede mesmo. É aquilo que é comum para o espaço que está sendo observado.
Em geral, o contexto influencia os processos.
 Segundo: é necessário ter uma visão ampla sobre os períodos históricos. Isso significa
que tem que saber data sim!!! Maior mentira do mundo esse negócio de que data
não importa. Então, a tradicional linha do tempo é um exercício fundamental para
quem quer gabaritar história. Em estatística, chamamos isso de série histórica. Para
entender tendências mais gerais do mercado de trabalho, por exemplo, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pega os dados de períodos grandes de
tempo. Assim, consegue-se perceber o movimento, as transformações, as
tendências e as variáveis constantes. É isso que fazemos com a História, como
qualquer outra ciência.
 Terceiro: é fundamental desvendar as relações causais dos processos – causas e
consequências. São elas que ligam os fios e fatos da História. Quando estamos diante
de um acontecimento precisamos fazer as perguntas: quando, onde, por que, por
quem, resultou em que, para quem? Vamos diagramar essa ideia?

Quando?
Ou seja, querida/querido aluno,
ao encontrarmos as causas e as
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Para consequências de fatos e


Onde?
quem? fenômenos, dentro de contextos
amplos, conseguimos explicar os
Fato processos históricos.
Histórico

Resultou Consegue entender? Não é


Por quê?
em quê?
fácil fazer isso, eu sei, pois você,
provavelmente, passou a vida
Por
quem? tentando APENAS decorar as coisas.
Fez suas provas e depois esqueceu o
conteúdo. Normal!! Contudo, isso não
vale mais quando o que você quer entrar em uma das melhores Universidade do País. Mesmo
você, que já fez cursinho antes, que já leu e releu as apostilas e, mesmo assim, não conseguiu
gabaritar, devo dizer: estava com o método errado.
É preciso mudar a perspectiva, e é isso que nós propomos com nosso material. A
COMPREENSÃO DOS PROCESSOS DEPENDE DA MEMORIZAÇÃO e NÃO EXISTE MEMORIZAÇÃO SEM
COMPREENSÃO. Essas coisas são complementares, sacaram?

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Ou seja, a “decoreba” e a compreensão dos porquês são complementares


e não excludentes!!

Assim, a ideia é estudar história conforme a Universidade pesquisa e


escreve a história enquanto ciência humana – evidentemente, adaptada ao conteúdo de Ensino
Médio, pois é o que cai na sua prova.

É assim que gabaritamos: quando entendemos o modo como o examinador pensa, produz
conhecimento e depois cobra de você no vestibular. Sacou?

Se você topa o desafio, vamos que vamos, juntos, até a sua APROVAÇÃO!

2. ANTES DE TUDO: A PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA


O estudo da história está dividido por periodização. Se você observar o cronograma do nosso curso,
verá que ele está organizado segundo uma lógica cronológica. Às vezes, alguns alunos se confundem nessas
marcações. Vamos pensar um pouco sobre isso?
O calendário que rege a organização da vida social é como um plano cartesiano: o ano ZERO é o
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nascimento de Cristo.
Assim, antes desse evento, os anos são contados em ordem decrescente, depois, em ordem
crescente.
Veja a seguir:

Decrescente: a.C Crescente: d.C

0
.........4000................. 1200 ............. 3 2 1 1 2 ...476 .......1453....1789..............2019
_____________________________________|___________________________________
0
Nascimento de Cristo

E essa cronologia toda foi subdividida pela historiografia com objetivos didáticos
para podermos comparar períodos, processos e fenômenos, uma vez que a história é o
estudo da vida dos homens no seu devido tempo. Sacou? A subdivisão é a seguinte:

 Idade Antiga: 4000 a.C até 476 d.C (da invenção da escrita até queda do Império
Romano)
 Idade Média: 476 d.C até 1453 d.C (até a queda de Constantinopla, capital do Império
Bizantino)
 Idade Moderna: 1453 d.C até 1789 d.C (até a Revolução Francesa)

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 Idade Contemporânea: 1789 até os dias atuais

Idade
Idade Antiga: Idade Moderna:
Idade Média: 476 Contemporânea:
4000 a.C até 476 1453 d.C até
d.C até 1453 d.C 1789 até os dias
d.C 1789 d.C
atuais

Mas lembre-se: o fluxo histórico é CONTÍNUO. Não tem um dia no qual os homens
acordaram e se deram conta de que “tinha acabado a Idade Média e começado a
Moderna...” e disseram: “Aí, querido, agora somos Modernos!!! :P......
Por isso, a divisão é um recurso pedagógico e de pesquisa, feito por diversos
historiadores ao longo dos últimos séculos e a mais aceita nos grandes vestibulares.
Outras existem e em momentos oportunos, comento com você, ok?
Se tiver dúvida, já sabe, é só mandar no Fórum de Dúvidas!

3. INTRODUÇÃO AO TEMA
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- Então, profe, por onde vamos começar?

Gostaria de começar do começo, meus queridos e minhas queridas!!

- Ah, profe, sério isso? Ia começar de onde, né?

Pois bem, a questão é que, quando começamos a estudar história, os materiais


começam pelo assunto “pré-história”, colocam aquela imagem clássica da evolução,
falam das coisas que o homem foi aprendendo até chegar à escrita e entram no período
que chamamos de “história da antiguidade”.

Porém, eu não vou fazer isso porque não cai na sua prova.
Assim, darei uns pulinhos e partirei direto para o momento em que os homens e mulheres já
se organizavam por meio de formações sociais diferenciadas.

Por isso, começaremos falando dos povos egípcios, persas, fenícios, mesopotâmicos – os
quais compõe a chamada Antiguidade Oriental. Também veremos os gregos – os quais formam a
Antiguidade Clássica.
Quanto aos romanos, destinamos uma aula exclusiva. Veremos esse conteúdo na Aula 01.

Como vimos anteriormente, A Antiguidade começa em 4.000 a.C, com a invenção da escrita, e
termina em 476 d.C, com a queda de Roma, Capital do Império Romano do Ocidente.

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Veja o esqueminha:

Grécia
Antiguidad
e Clássica
Antiguidade Roma
(4.000 a.C até
476 d.C) Egípcios,
Antiguidad mesopotâmico
SOCIEDADES
s persas, HIDRÁULICAS
e Oriental fenícios,
hebreus
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Esse período é marcado pelo/a:

 processo de transição nomadismo-sedentarismo (processo de fixação à terra),


 aprimoramento de instrumentos e armas, de manipulação dos metais, de
experiência humana com a descoberta da agricultura, da domesticação de animais,
 criação das cidades-Estados e dos Impérios.
 momento do surgimento de diferentes religiões e formas de expressão cultural.
Para entender esse período, devemos ter em mente como foram formadas grandes
aglomerações humanas e urbanas, bem como o processo de intensificação entre os diversos
povos.

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4. CULTURA E ESTADO NO ORIENTE PRÓXIMO (ORIENTE MÉDIO)

Oriente Próximo, também denominado Oriente Médio, é a região do chamado Crescente Fértil,
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formado pelos rios Tigre, Eufrates e Nilo.


Foram às margens desses rios que se desenvolveram as primeiras civilizações com formações
sociais e econômicas mais complexas. A historiografia denomina o sistema de vida que se
desenvolveu nessa região de “modo de produção asiático”, ou sociedades hidráulicas ou de
regadio, devido à necessidade de controlar os recursos hídricos e suas tecnologias – com obras
de irrigação, diques, barragens e drenagens – para consolidar e expandir a produção agrícola.
Esse contexto gerou Estados centralizados com grande controle sobre a população. Assim,
nessa região se desenvolveu um sistema de servidão coletiva para o Estado, ou seja, trabalho
compulsório nas grandes obras hidráulicas ou estruturais do espaço público.

É importante ressaltar que os Estados eram teocráticos. Estado teocrático é aquele em


que não há separação entre as esferas política e religiosa e os líderes políticos eram
líderes religiosos. O trabalho compulsório também era considerado uma oferenda aos
deuses.

Os povos que se estabeleceram nessa região foram os egípcios, ligados ao Nilo, e os


mesopotâmicos, ligados aos rios Tigre e Eufrates. É verdade que o mesmo ocorreu no extremo
oriente da Ásia: os povos da Índia estavam vinculados ao rio Indo e os chineses ligados ao rio

1
ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. São Paulo, Editora Ática, p. 06

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Amarelo. No Oriente Próximo, ou Oriente Médio, outras civilizações foram beneficiadas com o
poder fertilizante (e econômico) dos rios, como a sociedade pastoril dos hebreus e persas, ou
ainda, a mercantil dos fenícios.

A origem dos povos do Oriente Próximo esteve ligada à chamada Revolução Neolítica ou
Revolução Agrícola. Nesse processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que
se inverteu a situação de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
Lembra que o homem era um ser coletor, caçador e pescador e, sempre que os recursos de uma
área se esgotavam, ele tinha de ir em busca de outro?
Por isso, ele era nômade. Contudo, por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo
de domesticação de animais e de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres
tiveram um papel fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados.
Assim, elas realizavam uma seleção artificial das sementes que melhor se adaptavam ao clima das
áreas onde o grupo humano se fixava.
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Como consequência, o ser humano adquiriu a capacidade de ocupar espaços por um tempo muito
maior e, até mesmo, fixar-se à terra. Por isso, falamos do processo de sedentarização do homem.
Nesse sentido, os vales férteis dos rios tiveram uma importância fundamental e,
consequentemente, o controle e organização sobre a irrigação das terras e mesmo das vazantes
dos rios estiveram relacionados com a concentração de poder e a formação dos Estados.
É importante compreendermos que os homens não deixaram de ser coletores e pescadores para
se tornarem agricultores. Ao contrário, esses meios de sobrevivência se complementaram. A
diferença se encontra justamente nas formas como os homens e mulheres daquele tempo
passaram a se organizar socialmente.
Assim, falamos da desintegração coletivista da pré-história e da formação de sociedades mais
complexas, com propriedade privada dos meios de trabalho e de sobrevivência – no caso, a terra,
os animais e as armas.
É nesse processo que se formam as cidades ou pólis, os Estados e também os Impérios. Sobre
esse assunto, veja a definição de trabalho na parte do Dicionário Conceitual, ao final desta aula -

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4.1. MESOPOTÂMIA, A TERRA ENTRE RIOS


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Mesopotâmia, em grego, significa terra entre Rios. A região é geograficamente uma


planície, o clima é árido e com chuvas escassas. Por isso, as áreas próximas aos rios se tornaram
muito importantes para os povos da região.
Ainda assim, o regime de cheias do rio Tigre e Eufrates não é regular como acontece com
o Nilo. Por isso, este lugar foi palco de diversos conflitos entre diferentes povos que habitaram ou
invadiram a região. Povos nômades e seminômades, das montanhas e do deserto invadiam terras
dos povos sedentários e agricultores que viviam às margens dos rios.
Essa agitada vida político-militar é a singularidade que caracteriza a região e a história dos
povos mesopotâmicos e, assim, marca sua diferença em relação ao Egito.
De um modo geral, o controle sobre a irrigação, sobre a produção agrícola, sobre a guerra
e sobre a população são questões que estruturam o desenvolvimento dos Estados e dos povos
mesopotâmicos. Um dos reflexos dessa estrutura político-econômico-social foi a existência da
escravidão em larga escala. Os povos derrotados em guerras eram transformados em escravos do
Estado vencedor. Estes eram utilizados nas obras hídricas ou na agricultura, entre outras, como
monumentos (pirâmides, por exemplo).
Vejamos um pouco da história desses povos e das lutas pela conquista da hegemonia na região:

Baseado nas investigações arqueológicas, a historiografia sugere que os Sumérios foram os


primeiros povos a desenvolverem as cidades mesopotâmicas, por volta de 3.500 a.C. Dê uma
olhada no mapa anterior e você verá Ur e Uruk, duas das principais cidades mesopotâmicas.
Algumas delas tinham um complexo sistema hidráulico que possibilitou a construção de diques,
barragens e drenagem de pântanos. Essas tecnologias geraram certo sucesso econômico e, com

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isso, crescimento populacional e urbano. Logo, houve a necessidade de proteção militar das
cidades. O chefe político era o rei, conhecido como patesí.

A ESCRITA
O que teria levado os sumérios a desenvolver a escrita?
Segundo os principais historiadores do período, a escrita está relacionada essencialmente com o
fato da organização social e econômica ter se tornado cada vez mais complexa. A memória não
era suficiente para dar conta das atividades burocrático-administrativas. Estas eram realizadas
pelos sacerdotes, nos TEMPLOS (veja, querido aluno e aluna, que o TEMPLO é uma instituição
que abrange múltiplas funções: econômicas, políticas e religiosas, afinal, essas esferas eram
imbricadas na realidade da vida das pessoas daquela época). Mas as funções da escrita se
expandiram e ganharam relevância para registrar outras atividades, como: ensinamentos
religiosos, códigos normativos e civis (como veremos daqui a pouco com o Código de Hamurabi),
textos literários e poesias. Ou seja, a escrita vai se tornando um “sistema socialmente reconhecido
de registro”2.
O desenvolvimento da escrita passou por algumas fases:
Pictórica: Um sinal representa uma coisa ou um ser;
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Ideográfica: Um sinal representa uma ideia;


Fonográfica: Um sinal representa um som da fala humana.
Por fim, chama-se escrita cuneiforme porque era impressa em argila ou barro, com um estilete em
forma de cunha.

Bixo, dizem que os Sumérios eram os caras mais criativos do rolê. Verdade!
Eles “criaram a roda”, a escrita cuneiforme, aqueles canais hidráulicos
muito loucos. Com isso, com seus trenós puxados por bois e outros animais,
puderam andar mais rápido transportando mais mercadorias, acelerar as
comunicações entre cidades diferentes. Você vê que essas coisas estão
relacionadas, né! Irrigaram mais, produziram mais, transportaram mais, comunicaram-
se mais e, ainda por cima, inventaram a escrita para registrar todas essas coisas. Fala
sério, gente. Por isso tudo, dominaram a área por uns mil anos. Muito louco!!!!! 😊

Na sequência, por volta de 2300 a.C, do deserto da atual Síria, vieram os Acádios que, sob
a liderança do Rei Sargão, conquistaram as cidades sumerianas, unificaram-nas e fundaram o

2
CHILDE, V. Gordon. A evolução cultural do homem. RJ, 1971.

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primeiro Império Mesopotâmico. Apesar de dominarem os sumérios, os acádios incorporaram sua


cultura, seu modo de vida e todo seu conhecimento matemático, agronômico, astronômico, entre
outros. Sua hegemonia durou cerca de 400 anos. Foi um período marcado por muitas guerras de
expansão territorial e tentativas de invasão por parte de outros povos. O domínio dos acádios foi,
finalmente, superado pelos amoritas por volta de 2.100 a.C.
Os amoritas, vindos do deserto da Arábia, estabeleceram-se na cidade da Babilônia e, por isso,
também são conhecidos como babilônicos. Dominaram toda a região, do Golfo Pérsico até o
norte da Mesopotâmia. Sob a liderança do lendário Rei Hamurabi, fundaram o 1º Império
Babilônico.
O Império Babilônico, comandado por Hamurabi (1763 a.C), é reconhecido como aquele que
desenvolveu mudanças nos aspectos sociais e políticos e impôs o deus babilônico Marduk a todos
os povos da região. Criou uma administração centralizada e uma estratificação social
hierarquizada.
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O CÓDIGO DE HAMURABI
Um dos primeiros “códigos jurídicos” escritos de que temos conhecimento é o Código de
Hamurabi. Ele está inscrito em um monólito. São 281 artigos escritos em cuneiforme (a escrita
desenvolvida pelos sumérios, lembram?) que tratam sobre diversas áreas da vida social: trabalho,
família, comércio, propriedade. Ele é muito conhecido pelo seu sistema de penalidades baseado
no princípio da retaliação, ou em latim lex talionis. Você já deve ter ouvido falar em “olho por olho
e dente por dente”, não ouviu? É isso!
Contudo, este “princípio de igualdade”, ou da proporcionalidade entre crime e pena dependia
do grupo social ao qual o suposto criminoso cometeu o crime. Por exemplo, o artigo 200 diz: “Se
um homem livre arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele, arrancarão seu dente.”
Agora compare com o que diz o artigo 201: “Se ele arrancou um dente de um homem vulgar,
pagará 500g de prata”. Outro exemplo, art. 230: “Se um pedreiro causou a morte do filho do
dono da casa, matarão o filho deste pedreiro”. Mas, segundo art. 231, “Se causou a morte do
escravo ele dará ao dono da casa um escravo equivalente”. Conseguem perceber que a pena é
semelhante ao delito cometido, embora pudesse variar conforme a posição social e econômica da
vítima?

O Império Babilônico sofreu uma série de invasões até que a região foi dominada pelos
assírios, por volta de 630 a.C. Eram conhecidos pelo seu forte caráter militar e pelo tratamento
cruel e violento que tinham com seus prisioneiros. Este povo é originário da região situada entre
a Ásia e a Europa e, na Mesopotâmia, fixou-se no Alto do Tigre, ao Norte. De lá os assírios

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organizaram o primeiro exército permanente de que temos notícia e alcançaram seu maior
esplendor.
O principal governo assírio foi o de Sargão II. Próximo a 612 a. C, foram derrotados por uma
aliança militar entre os caldeus – povos do Sul da Mesopotâmia – e os medos (calma gente, não é
medo de medinho, é medo de “Terras Médias”, onde hoje é o Irã). Com essa força, os caldeus
conquistaram toda a Mesopotâmia, inclusive, a Babilônia. Por isso, ficaram conhecidos como
neobabilônicos. Seu grande líder foi o grande Nabucodonosor (604-562 a.C.), responsável por
grandes obras urbanas, templos, jardins (o famoso e místico Jardins Suspensos) e rigor
administrativo.
Mesmo assim, os caldeus não resistiram à expansão de um outro grandioso Imperador: Ciro
I, rei da Pérsia!!! Em 539 a.C a Mesopotâmia foi conquistada pelos persas.
Em decorrência, inicia-se um longuíssimo período de dominação do Oriente Próximo:
primeiro os persas; depois Alexandre, o Grande; e, por fim, os Romanos.
Não fique perdido:
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539. a.C Persas


conquistam Mesopotâmia

(UEG 2012)
Artigo 200: Se um homem arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele,
arrancarão o seu dente.
Artigo 201: Se ele arrancou o dente de um homem vulgar pagará um terço de uma mina de
prata.
Artigo 202: Se um homem agrediu a face de um outro homem que lhe é superior, será
golpeado sessenta vezes diante da assembleia com um chicote de couro de boi.
CÓDIGO DE HAMURÁBI. In: VICENTINO; DORIGO. História para o Ensino Médio. São Paulo:
Scipione, 2001. p. 47.
Estes artigos pertencem ao célebre Código de Hamurábi, primeiro registro escrito de leis de
que se tem notícia. Com base na leitura dos exemplos apresentados, conclui-se que

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a) a pena pelo delito cometido pode variar de acordo com a posição social da vítima e do
agressor.
b) para a legislação de Hamurábi, a Lei de Talião era absoluta, sempre “olho por olho, dente
por dente”.
c) Hamurábi conseguiu unificar a Babilônia a partir da implantação de um só código de leis
para todo o território.
d) os antigos babilônios consideravam que agredir a face de um homem era mais grave do
que arrancar seu dente.
Comentários:
O Código de Hamurabi, sintetizado na frase “olho por olho, dente por dente”, tratava
agressor e agredido de formas diferentes, considerando a classe social a que pertenciam.
Lembre-se ainda que este código é considerado o mais antigo código de Leis.
Gabarito: A
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4.2. EGITO ANTIGO


O Egito, assim como a Mesopotâmia,
desenvolveu-se como uma sociedade
hidráulica. A estrutura política,
econômica, social e religiosa dessa região
esteve ligada à dinâmica do próprio Rio
Nilo – suas cheias e vazantes. Contudo,
diferentemente da Mesopotâmia, o Egito
se beneficiou de um certo isolamento
geográfico que lhe proporcionou maior
estabilidade política e prolongados
períodos de paz. Isso se refletiu na
inexistência de uma grande casta de
guerreiros. Também não havia grandes
comerciantes, embora tenha existido
comércio com outros povos. Nesse
sentido, foi a religiosidade o aspecto que
ocupou grande parte dos interesses dos
grupos sociais e dos assuntos públicos.
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Você já deve ter ouvido dizer que o


Egito era uma dádiva do Nilo, não ouviu?
Essa frase é atribuída ao historiador grego
Heródoto que visitou o Egito no século V
a.C. Ele teria observado como era fértil a
terra nas margens do Nilo e como isso
possibilitou a formação de uma próspera
sociedade.
Heródoto estava certo ou errado, Aluna e Aluno?

- Aí, Profe, ele deve estar certo. Imagina o Egito sem o Nilo? Seria um deserto, né?

Verdade, aluna e aluno!!! No entanto, imagina o Egito com o Nilo e sem o povo. Que prosperidade
ocorreria???
O que quero dizer para você é que foi necessário muito trabalho, conhecimento e
organização para que a sociedade egípcia não ficasse submetida aos fatores naturais do meio
ambiente. Assim, criaram canais de irrigação, barragens e diques, pois as inundações do Nilo
poderiam ter um potencial destrutivo, ou ainda, não serem suficientes para irrigar e fertilizar as
terras de sua margem, caso fossem muito pequenas.
Por isso, o desenvolvimento do Egito, tão bem observado por Heródoto, é fruto da
interação do ambiente natural com o trabalho criativo humano. Sacou?

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Em relação a organização política, por volta de 5000 a.C., havia o chamado Baixo Egito,
perto do Mediterrâneo, e o chamado Alto Egito, situado ao Sul do Nilo. Os povos praticavam a
agricultura e viviam em aldeias chamadas nomos. Então, aproximadamente pelo ano 3200 a. C.
os governantes do Alto Egito conquistaram o Baixo Egito e unificaram os dois reinos sob um único
governo: o Império dos Faraós. O primeiro Faraó, só para constar, foi Menés. Aliás, faraó, significa
grande casa – ou palácio. Os egiptólogos costumam dividir a história do Egito em 3 fases. Tome
nota:

•Período marcado por forte religiosidade e momento estável e pacífico. Foram construídas
as pirâmides de Queóps, Quefren e Miquerinos. No final desse período, o poder dos chefes
ALTO IMPÉRIO, locais (nomarcas) cresceu a ponto de superar o poder do faraó. Como consequência, houve
3200 a.C - 2300 a descentralização política do Egito;
a.C:

•Período em que houve uma luta entre Faraó e os nomarcas e a tentativa de


recentralização do poder e reunificação do Império. Foi um processo vitorioso para o
Faraó, mas o Egito foi invadido por outros povos, como os hicsos. A dominação estrangeira
MÉDIO IMPÉRIO, despertou um sentimento de unidade e militarismo nos egípcios. Por fim, conseguiram
2000 a.C - 1580
a.C: expulsar os estrangeiros e unificar o Império;
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•Período de conflitos entre alguns Faraós e os Sacerdotes. Entre 1377 e 1358 houve uma
Reforma Monoteísta imposta pelo Faraó Amenófis. O Faraó foi derrotado pelos sacerdotes
e estes coroaram um novo Faraó: Tutenkhamon. Há uma sucessão de faraós, um período
NOVO IMPÉRIO, longo de conquistas militares e muito esplendor. <as no final desse período o Egito foi
1580 A.C - 525
a.C: invadido pelos Assírios em 662 e em 525 pelos Persas.

*mais tarde o Egito foi invadido pelos gregos, macedônios, romanos e muçulmanos.

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(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Shaw, Ian; Nicholson, Paul. Harry N. Abrams, ed. The Dictionary of Ancient Egypt. Nova York:
Princeton University Press, 1995, p. 55.
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Sobre o Egito Antigo, considere as três afirmações seguintes:


I. Durante o Império Antigo, uma administração central bastante desenvolvida tornou
possível o aumento da produtividade agrícola, o que serviria de motor para impressionantes
avanços nos campos da arquitetura, arte e tecnologia.
II. O rio Nilo era responsável por mover a economia, pois após as cheias, quando a terra
estava fértil.
III. A antiga sociedade egípcia estava dividida de maneira rígida e nela praticamente não
havia mobilidade social.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentários
O Egito Antigo foi uma das mais importantes civilizações da Antiguidade, localizada no
nordeste da África. Foi parte de um complexo de civilizações, as civilizações do Vale do Nilo,
do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia,
Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o Mar Mediterrâneo, a norte, o Deserto da Líbia, a

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oeste, o Deserto Oriental Africano a leste e a primeira catarata do Nilo a sul. Foi umas das
primeiras grandes civilizações da Antiguidade e manteve durante sua existência uma
continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte
devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com o
estrangeiro tenham sido também uma realidade. O Egito antigo foi governado por famosos
faraós, como é o caso de Menés, Ramsés II, Amenófis IV e Tutancâmon, em uma monarquia
religiosa centralizada, como forma de governo. Deste modo, a alternativa “d” está correta,
pois as afirmações destacadas retratam a importância do rio Nilo, do desenvolvimento da
agricultura e das formas de governo para o estabelecimento do Egito como uma das mais
importantes civilizações do mundo antigo.
I - Correto! As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o desenvolvimento de técnicas
de extração mineira, topografia e construção que permitiram a edificação de monumentais
pirâmides, templos e obeliscos; além de um sistema avançado de matemática, um sistema
prático e eficaz de medicina, sistemas de irrigação e técnicas de produção agrícola, entre
tantos avanços tecnológicos e científicos.
II - Correto! A vida egípcia estava regulada pelas cheias do rio Nilo. As aldeias e as cidades
do Egito antigo ficavam perto do rio Nilo, que era a principal via de transporte e também a
única fonte de água. A agricultura era uma de suas bases. Plantavam-se trigo, cevada, frutas,
legumes, linho, papiro e algodão. De igual maneira, o Nilo servia para pesca e garantia a
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unidade política ao antigo Egito, porque era uma via utilizada para comunicar os dois pontos
do território.
III - Correto! No topo da sociedade encontrava-se o Faraó e sua imensidão de parentes. O
faraó era venerado como um verdadeiro deus, pois era considerado como o intermediário
entre os seres humanos e as demais divindades. Abaixo do faraó e de sua família vinham as
camadas privilegiadas como sacerdotes, nobres e funcionários. Na base da pirâmide social
egípcia estavam os não privilegiados que eram artesãos, camponeses, escravos e soldados.
Portanto, a alternativa correta é a letra “e”.
Gabarito: E

4.2.1. Estratificação Social, Política e Econômica


A sociedade egípcia era rigidamente estratificada – ou seja, não havia mobilidade social.
Algumas posições sociais mais privilegiadas eram hereditárias, como reis e sacerdotes. Vejamos
como se caracterizava cada estrato social. Repare que, em geral, cada estrato estava relacionado
com uma atividade econômica ou política:

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Sacerdotes
Nobres
Escribas
Faraó

Artesãos Escravos
Campesinos

I- Faraó: Rei Supremo, responsável pela proteção e prosperidade do povo. Ele tinha
autoridade religiosa, administrativa, militar e judicial. Havia a crença na condição divina
de sua pessoa. Era o maior proprietário de terras do Império. Era auxiliado pela Elite
Dirigente.
II- Elite Dirigente:
• Nobres: cargos hereditários da de administradores das províncias e de comando
militar
• Sacerdotes: eram os senhores da cultura egípcia. Ligados às cerimônias religiosas
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e à administração dos bens dos templos


• Escribas: dominavam a técnica da escrita, por isso tinham prestígio e poder. Na
prática, exerciam a função de fiscais de tributos e obras.
III- Artesãos: se subdividiam em qualificados e com pouca qualificação. Os primeiros
produziam os artigos de luxo e poderiam trabalhar nos templos e palácios. Os de pouca
qualificação, em geral, trabalhavam em oficinas rurais.
IV- Camponeses: a maioria da população era campesina. Viviam em aldeias e deveriam,
obrigatoriamente, entregar parte da colheita, do rebanho ou da pesca como tributo aos
moradores dos palácios, ou seja, aos membros do grupo da elite dirigente. Na época
de cheia do rio Nilo, os camponeses eram obrigados a trabalharem nas grandes obras
de irrigação ou na construção dos monumentos, como as pirâmides. A esse trabalho
compulsório, os historiadores atribuem o nome de servidão coletiva. Perceba que era
uma servidão temporária e para o Estado.
V- Escravos: diferentemente da Mesopotâmia, não existia escravidão por dívida. Esse
grupo foi numericamente pequeno e realizavam as mais diferentes funções, a depender
de suas qualificações. Eram prisioneiros de guerra. Não poderiam ser vendidos, pois
não eram considerados mercadoria. Além disso, tinham alguns direitos como
testemunha em tribunais, casar-se com pessoas livres. Por isso, alguns egiptólogos
questionam a categoria escravidão para esse grupo.

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4.2.2. Religião Cultura e Ciência

Como falamos antes, no Antigo Egito, a religião ocupava um lugar fundamental na vida
social e dela decorreu desenvolvimento em diferentes áreas do conhecimento humano. A religião
era politeísta (crença em muitos deuses) e havia a crença na vida após a morte. Acreditava-se que
a alma se consubstanciaria no mesmo corpo e, por isso, desenvolveu-se a técnica de mumificação.
Além disso, nos túmulos eram depositados vários objetos, pois a crença era de que a alma
retornaria ao corpo e isso não poderia ocorrer sem os bens materiais. Para tanto, os egípcios
precisaram desenvolver estudos na área da química, da anatomia e medicina.
Os Faraós, por exemplo, por estarem no topo da pirâmide social, tinham seus corpos e
seus pertences guardados nas pirâmides. Pirâmides de verdade!!!! Por isso, desenvolveram-se
técnicas de arquitetura e engenharia que foram capazes de mantê-las inteirinhas até hoje!!
Outro desdobramento da importância da religião era o controle social exercido por meio
dela. Lembram-se de que os Sacerdotes compunham o grupo da elite dirigente, por isso, tinham
privilégios? O Faraó era a personificação dos deuses e isso justificava os tributos que os
camponeses deveriam entregar ao Estado, bem como o trabalho servil que deveriam realizar
durante as cheias.
A arte se desenvolveu relacionada a representação religiosa de deuses, dos sacerdotes,
dos faraós. A própria escrita também estava no campo das artes, uma vez que os escribas tinham
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a função específica de desenvolvê-la. Evidentemente, com o passar do tempo e com as


especializações das atividades, a escrita se modificou e, em algumas situações tornou-se menos
ornamentada para atender objetivos ligados à economia e atividades administrativas.
Veja as três formas de escrita:

HIEROGLÍFICA: HIERÁTICA: DEMÓTICA:


complexo sistema de escrita simplificação da Mais recente e popular.
pictográfica, ideográfica e
escrita hieroglífica Utilizada para
fonética. Considerada contabilidade. Possui
sagrada.
cerca de 350 sinais.
Possui + de 600 caracteres.

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(FUVEST-2015) Examine estas imagens produzidas no antigo Egito:

As imagens revelam:
a) caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada a escassez de mão de obra e
a proibição, no antigo Egito, do trabalho compulsório.
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b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da


produção de alimentos, o que provocava longas temporadas de fome.
c) o prevalecimento da agricultura como única atividade econômica, dada a impossibilidade
de caça ou pesca nas regiões ocupadas pelo antigo Egito.
d) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e
inviabilizava a criação de gado de maior porte.
e) a importância das atividades agrícolas no antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores
durante aproximadamente metade do ano
Comentários
A questão aborda o clássico assunto sobre a importância da atividade agrícola nas
sociedades do Crescente Fértil. Observe que as três imagens tratam sobre atividades de
preparação da terra (arado), colheita e irrigação. Uma dica: quando as imagens não forem
muito nítidas, não se desespera. Olhe todas as informações da imagem, como datas, o autor
da obra (porque você vai perceber que são sempre os mesmos sobre os mesmos temas) e
os itens da questão. Elimine os absurdos. O item A não poderia ser porque o trabalho
compulsório era uma obrigação; sobre o item B, a tecnologia que melhora a produção de
alimentos não gera fome (item absurdo); sobre a alternativa C, como falamos, a agricultura,
a caça e a coleta se complementam nesse momento da história; item D é outro abuso do
examinador, gente – dificuldade de acesso à água, no Egito??? – sem comentário.
Gabarito: E

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As provas de vestibulares, em geral, adoram inserir imagens de todo tipo, textos históricos,
discursos, como parte das questões. Toda vez que você se deparar com questões dessas, repare
nas datas e demais informações nas descrições, pois são dados valiosíssimos para ajudar a
resolvê-las. Leva essa dica com você!

(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)


O historiador grego Heródoto (que viveu no século 5 a.C.) já dizia que o Egito é uma dádiva
do rio Nilo, um longo e estreito oásis no deserto. Em tempos ancestrais, a região onde se
formou o delta do Nilo, no nordeste da África, ficava debaixo do mar. Com o tempo, o mar
foi baixando e deixando um solo fértil em seu lugar. Ali, no chamado Baixo Nilo (que logo
seria conhecido também como Baixo Egito), começou a ocupação humana na região.
(DÁDIVA DO NILO. Aventuras na História, 2007)
A partir do texto e de seus conhecimentos, sobre a relação entre a dinâmica do Nilo e a
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civilização egípcia, pode-se afirmar que


A civilização egípcia desregulou alterou o curso do rio e isso causou a inundação do Nilo.
As cheias do Nilo são resultado do desequilíbrio ambiental gerado pelo desenvolvimento da
civilização egípcia.
Os recursos naturais no Egito eram abundantes, mas as pessoas não tiveram condições
intelectuais de dominar a força destruidora das cheias do Nilo.
d) O desenvolvimento da civilização egípcia está relacionado com a criação de obras
hidráulicas, como diques e sistemas de irrigação.
e) Não há relação direta entre o Nilo e o desenvolvimento da civilização Egípcia, já que a
exposição do Sol é frequente e quase não há precipitações nessa região.
Comentários
Essa questão trata sobre o desenvolvimento da civilização egípcia e sua relação com o Rio
Nilo. O Egito sempre teve sua vida ligada às águas desse rio e seus períodos de cheia. Isso
porque durante esses períodos o solo das margens era fertilizado, possibilitando o plantio e
a produção de alimento. No entanto, em alguns anos, essas cheias não aconteciam ou então
inundavam tudo, prejudicando, das duas maneiras, a agricultura. Assim, só quando os
habitantes aprenderam a controlar as cheias por meio de obras hidráulicas que a civilização
pode produzir alimento em larga escala e se desenvolver. Tendo isso em mente, vamos à
análise das alternativas:

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Esse tipo de obra hídrica ocorreu, mas não foi a causa da inundação, mas um recurso para
aproveitar da melhor maneira possível o seu movimento natural de cheias e vazantes.
Errado porque o movimento de cheias e vazantes do Rio Nilo é anterior a ocupação humana
nas suas margens.
Errado. Como sabemos, o Egito deixou grandes legados, alguns deles são as pirâmides.
Gabarito. Essa é uma alternativa clássica. Demonstra a relação e possibilidade de
desenvolvimento da civilização egípcia por meio do controle do movimento natural do rio
Nilo por meio de obras hídricas.
Erradíssima. Vimos que há relação.
Gabarito: D

4.3. HEBREUS, PERSAS E FENÍCIOS


Outro assunto que você precisa dominar para não ser surpreendido na prova é a história
dos povos hebreus, persas e fenícios. Estes povos mantém relação direta entre seu
desenvolvimento e o dos povos do Crescente Fértil, por isso, às vezes aparece algo sobre eles nas
provas. Ninguém precisa ser um expert no assunto, uma boa noção geral é suficiente para resolver
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qualquer questão. Vejamos:

4.3.1 – Hebreus
A história dos hebreus mescla informações e registros históricos propriamente dito e textos
religiosos, que não deixam de ser históricos. Sobre as informações religiosas, basta lembrar do
Antigo Testamento Bíblico – texto que, além de religioso, possui denso conteúdo historiográfico.
A civilização hebraica se desenvolveu por volta de 2000 a.C., na região conhecida como
Palestina, juntamente com outros povos, como os cananeus, filisteus e assírios. Aqui também tem
importância um rio, o Jordão, de modo que as terras em torno dele faziam parte da região do
Crescente Fértil. Assim como vimos nas demais áreas do Crescente Fértil, as terras eram motivo
de disputas e batalhas. Mesmo assim, a historiografia classifica os hebreus de povos de pastoreio.
Voltando aos registros bíblicos, Abraão foi o primeiro líder hebreu. O filho de Abraão, Isaque,
teve outros dois, Isaac e Jacó, os quais formavam a liderança denominada de “os patriarcas”.
Essas lideranças pregaram uma nova religião, monoteísta, a qual teria a função de unificar o povo
hebreu. Isso porque, segundo documentos religiosos, Deus teria escolhido Abraão, e sua esposa
Sara, para o projeto de união dos povos, e teria orientado Abraão para abandonar suas terras na
região de Harã e partir em direção às terras que ele – Deus -indicaria, em Canaã (referente aos
primeiros habitantes, os cananeus), região da Palestina.
As terras da Palestina, onde se encontrava Canaã, já eram habitadas por outros povos – os
cananeus e filisteus – antes da chegada dos israelitas. Por isso, houve muitas batalhas em torno

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das terras, principalmente as férteis. As constantes guerras teriam motivado muitos hebreus a se
deslocarem na direção do Egito.
No Egito, em um momento em que os israelitas formavam quase metade da população,
eles foram submetidos ao trabalho forçado. Oprimidos e escravizados, os hebreus, sob a liderança
de Moisés, iniciaram o Êxodo, isto é, a fuga do Egito para Canaã.
Novamente, novas guerras com os filisteus. Para enfrentá-los, as 12 tribos israelitas
nomearam os Juízes, como Gideão, Sansão e Samuel. Esses chefes eram lideranças políticas,
militares e religiosas. Após muitos confrontos, em 1010 a. C., Saul foi proclamado o primeiro Rei
de todos os hebreus. Mas, foi o Rei David, sucessor de Saul, quem derrotou os filisteus e decretou
Jerusalém como a capital do Estado Hebraico.
Na sequência dos reis hebreus, um de grande destaque foi o Rei Salomão, que assumiu o
trono em 966 a. C. Com Salomão, o comércio prosperou e o Estado israelense se fortificou.
Entretanto, os pesados impostos estabelecidos por Salomão e a disputa pela sucessão do trono
provocaram uma divergência entre os hebreus e houve o fim da união das tribos hebraicas, o
Cisma Hebraica. O Cisma enfraqueceu os hebreus e os tornou vulneráveis a outros povos
expansionistas. O próprio território foi dividido, sendo que as duas grandes regiões foram o Reino
de Judá (com capital em Jerusalém) e Israel (com capital em Samaria), mais ao norte. Assim, em
721 a. C., Israel foi conquistado pelos assírios e em 586 a. C. o Reino de Judá foi conquistado por
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Nabucodonosor.
Já no século I d. C., o domínio grego-macedônio, seguido do domínio romano, impôs uma
condição de opressão e submissão aos hebreus. Com isso, ocorreu a Diáspora Hebraica. Os
hebreus se espalharam em diversas regiões.
Após todos esses conflitos em torno da terra das regiões férteis, também
movidos por convicções religiosas e políticas, os israelenses somente
constituíram um Estado na região da Palestina em 1948, por determinação
da Organização das Nações Unidas (ONU).

Embora esse período da história antiga do povo hebreu esteja marcado


por guerras e conflitos, é importante destacar – brevemente – aspectos conclusivos.
Do ponto de vista político, a organização do governo estava estruturada,
progressivamente, primeiro nos Patriarcas, depois nos Juízes e, por fim, nos Reis. A religião e a
cultura hebraica foram importantes para construir a unidade e identidade do povo (unidade das
12 tribos), sendo elemento importante para a identidade nacional.
Sobre a economia, em um primeiro momento, antes dos Reis hebreus, predominava o
pastoreio e a agricultura (cereais, oliva, figo e uva) para, no apogeu do reinado de Salomão, atingir
o desenvolvimento do comercio via rotas terrestres.
Além disso, a religião monoteísta hebraica foi base para as religiões seguintes do
Cristianismo e do Islamismo.

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4.3.2 – Fenícios

Com relação aos fenícios, guarde essas informações importantes: diferentemente dos
hebreus, eles eram adeptos ao politeísmo (culto a vários deuses). Culturalmente, também foram
os criadores do alfabeto fonético de 22 letras, a matriz do nosso alfabeto. Posteriormente, os
gregos e romanos aprimoraram esse alfabeto.
Há 3000 a. C. a Fenícia ficava na área que hoje é conhecida como Líbano, isto é, acima e
ao norte da Palestina. Os fenícios se destacaram pela atividade de navegação e comércio, via
marítima. Veja na representação gráfica abaixo o ponto de partida dos navios dos fenícios e as
rotas comerciais.
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Do ponto de vista político, esse povo vivia em cidades-estados autônomas (bolinhas no


mapa acima), sem uma unidade plena do povo. Nessas cidades, os comerciantes centralizavam o
poder político em suas mãos e exerciam domínio sobre a maior parcela da população, os
trabalhadores livres e os escravos. Assim, o sistema de governo era conhecido como Talassocracia.
Em relação à ciência, os fenícios deram contribuições significativas na astronomia e na
matemática, pois o culto aos deuses ligados aos astros (Baal, deus Sol, e Astartéia, deusa Lua)
levou-os a desenvolver formas de cálculos. Memorize, a partir da observação do mapa, a
localização da cidade de Cartago, pois, voltaremos a falar dela quando estudarmos Roma.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
Os fenícios eram um povo de origem semita que se fixou e desenvolveu a suas cidades numa
faixa de 200 quilômetros situada entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano.
Sua civilização viveu seu apogeu a partir de 1400 a. C. Entre seus principais legados na
história da Antiguidade está

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a) o aperfeiçoamento de técnicas agrícolas para produção em larga escala e seu


armazenamento por meses.
b) a existência da primeira grande civilização humana caracterizada pela centralização do
poder em um Estado teocrático.
c) a invenção do alfabeto que foi apropriado pelos demais povos que tiveram contato no
período, usado até os dias atuais
d) o estabelecimento de uma rede de entrepostos e portos para viabilizar o comércio de
longa distância por vias marítimas, aperfeiçoando da navegação.
e) a conquista da Grécia, Egito e Oriente Médio e a gestação da cultura helenística que
agregava influências culturais dos povos que habitam esse vasto território.
Comentários
O tema da questão é a civilização dos fenícios, na Antiguidade oriental. O enunciado já nos
dá algumas informações básicas sobre esse povo, como sua localização, origem étnica e
apogeu. Vale acrescentar que as primeiras cidades fenícias surgiram por volta de 1200 a. C.
Eventualmente, eles expandiram sua civilização e construíram cidades por toda a costa do
mar Mediterrâneo. Mais tarde, elas foram conquistadas e incorporadas por outros grandes
impérios que se expandiram em seguida, como os macedônios e os romanos. Então, vejamos
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qual alternativa aponta corretamente um dos legados dessa civilização:


a) Incorreta. Apesar de o território onde se originou sua civilização possuir terras aráveis, os
fenícios não se destacavam pela agricultura. Eles ergueram as bases de sua civilização a partir
do comércio e da navegação.
b) Incorreta. Outras civilizações mais antigas já haviam construído sociedades com Estados
centralizados e teocráticos, como o Egito Antigo. Além disso, a civilização fenícia não possuía
um governo centralizado, mas era organizada em cidades-Estados autônomas entre si.
Mesmo sem centralização política, havia uma unidade cultural entre elas, dada pelo uso da
mesma língua, do mesmo alfabeto e pelo culto aos mesmos deuses.
c) Incorreta. Os fenícios não inventaram o alfabeto. Mais uma vez vale citar o caso dos
egípcios, civilização mais antiga, a qual já havia adaptado a escrita hieroglífica para
representar letras. O real feito dos fenícios foi aperfeiçoar e difundir esse alfabeto, além de
terem sido os primeiros a representar fonemas e não apenas letras. Por isso, seu alfabeto
podia ser usado por diferentes línguas.
d) Correta! Como mencionei na letra “b”, os fenícios eram um povo mercantil e navegador.
A abundância de madeira na sua região de origem foi empregada na construção de navios
usados no comércio marítimo. Sua posição geográfica, no cruzamento das rotas comerciais
do Oriente e do Ocidente, era vantajosa para esse intento. Eles chegaram a possuir a marinha
mais poderosa que navegava pelo mar Mediterrâneo.
e) Incorreta. Esses feitos são do Império Macedônio. Por seu turno, os fenícios não
expandiram sua civilização com o fim de conquistar amplos territórios, mas sim para

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estabelecer a rede de entrepostos e portos mencionada na letra “d”. Assim, viabilizavam o


comércio de longa distância, por meio da navegação.
Gabarito: D
(UFU-MG) Os fenícios, na Antiguidade, foram conhecidos, sobretudo, por suas atividades
ligadas:
a) À propagação do monoteísmo.
b) Ao comércio marítimo.
c) Ao expansionismo militarista.
d) À criatividade científica.
e) À agricultura intensiva.
Comentários:
Os fenícios eram comerciantes marítimos. Tatua na mente! Aproveita e guarda também que
se organizavam por cidades-estados, desenvolveram a forma de governo da talassocracia e
a escrita fonética!
Gabarito: B
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4.3.3 – Persas

Os persas, cerca de 2000 anos a. C., chegaram à região conhecida hoje como Irã. Ali
estabelecidos, desenvolveram atividades primárias da agricultura, como pastoreio e plantio de
cereais e frutas.
Possuíam uma religião dualista, um deus do bem e outro do mal, conhecida como
masdeísmo. A religião persa foi aprimorada com a confecção do livro sagrado, o Zend-Avesta, e
passou a ser conhecida como zoroastrismo. Os ensinamentos do masdeísmo foram compilados

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pelo profeta Zoroastro (ou Zaratustra) que viveu por volta de 628 a.C. e 551 a.C, por isso, o nome
da religião - zoroastrismo.
Segundo escritos religiosos, Zoroastro teria compilado a religião a partir da fusão das
crenças populares das diversas localidades do Império Persa. Essa ligação entre as diversas
religiões à essência dualista do masdeísmo foi uma forma de garantir a unidade dos povos.
Mais adiante na linha histórica, entre VI e V a. C., e já como Império liderado por Ciro – o
unificador dos povos do planalto do Irã –, a característica expansionista desse povo levou-o a
conquistar outras terras. Sob Ciro, o Império Persa se estendeu até a Mesopotâmia (lembre-se,
entre os rios Tigres e Eufrates) e até a Palestina. Sob o comando de Cambises, em 525 a. C., os
persas conquistaram o Egito.
O governo persa era do tipo Teocrático e o Império possuía uma administração altamente
eficiente. Uma das formas de organização territorial desenvolvidas pelos persas foram as
províncias, denominadas de satrapias. Nas satrapias atuavam os fiscais do rei. Para agilizar a
execução de ordens e otimizar a administração do Império Persa foram construídas diversas
estradas entre as províncias para ligar as principais cidades, como Susa, Persépolis e Babilônia.
Não por menos, Dário I, além de criar uma moeda, o dárico, também instituiu uma espécie de
sistema de correios. Economicamente, destacava-se o comércio de sedas, tapetes e joias.
A saga expansionista dos persas, sob o comando de Dário I, sofreu revés nas conhecidas
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Guerras Médicas (como veremos na parte sobre o mundo grego). Dário I tentou conquistar a
Grécia, mas o poderoso exército Persa foi derrotado. Em uma segunda tentativa, sob o comando
de Xerxes (todo mundo assistiu ao filme 300, não?), filho de Dário I, também foi derrotado por
Atenas. As derrotas expansionistas e as rebeliões internas nas colônias enfraqueceram o Império
Persa até que o declínio completo chegou com a derrota dos persas para o macedônio Alexandre
- o Grande. Em 331 a. C., Alexandre derrotou Dario III na batalha de Arbelas.
Posteriormente, os persas foram conquistados pelos romanos e, no século VII d. C, os
árabes conquistam as terras da região do Irã e fundiram a religião islâmica com a cultura persa.

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)


“A escrita não teve uma única forma de registro e nem apareceu numa
única região. As principais formas de escrita foram a cuneiforme, na
região da Mesopotâmia; o hieróglifo (do grego hieros, que quer dizer sagrado), na região do
Egito; e a escrita alfabética, na região da Fenícia (costa do atual Líbano). Nessas regiões,
também conhecidas como o Crescente Fértil, surgiram as primeiras civilizações.
Outros sistemas de escrita e civilizações surgiram no vale do Indo (região do Paquistão), na
China nos vales dos rios Huang-Ho e Yang Tsé-Kiang e, mais tarde, na Mesoamérica (nome
dado à região entre a América do Norte e a Central em territórios dos atuais México e países
da América Central), às margens do rio San Juan, onde maias e astecas criaram suas
organizações”.

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FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São
Paulo: HARBRA, 2006, p. 10.
Nesses contextos de organização da vida social, a escrita tinha vários sentidos, entre os quais
a) conferir direitos civis aos descendentes de estrangeiros.
b) registrar os próprios modos de vida e a relação com a natureza e o sobrenatural.
c) servir exclusivamente aos interesses do Estado.
d) organizar o sistema prisional e as execuções de criminosos.
e) universalizar o acesso à educação e elevar o nível cultural da sociedade.
Comentários
O tema da questão é o surgimento da escrita nas primeiras civilizações humanas. Antes de
tudo, é necessário fazer uma ressalva: a escrita foi inventada mais de uma vez e de diferentes
formas. Os registros mais antigos são na Mesopotâmia e Egito, mas lembre-se que astecas e
maias também desenvolveram escrita, invenção que, apesar de posterior aos dois primeiros,
foi independente deles. Em um quadro tão diverso de civilizações que marcam a
Antiguidade, é difícil fazer uma contextualização satisfatória. Contudo, vale dizer que o
surgimento da escrita está associado com o crescimento das sociedades e sua organização
mais sofisticada. Com isso em mente, vejamos:
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a) Incorreta. A maioria das grandes civilizações antigas, como as mencionadas no texto, não
concediam direitos aos estrangeiros e seus descendentes. Além disso, não há nenhuma
relação direta entre o surgimento da escrita e uma maior ou menor flexibilidade em relação
aos estrangeiros.
b) Correta! Antes da escrita, as sociedades humanas já tinham outras maneiras de registrar
seus modos de vida e a sua relação com a natureza e o sobrenatural, isto é, por meio das
pinturas rupestres e da tradição oral. No entanto, com a nova forma de expressão mais
informações podiam ser registradas de forma mais objetiva. Os seres humanos passaram a
registrar sua história e suas ideias, o que fez da escrita um marco divisor na história da
humanidade, pois passou a haver registros que documentavam os mais diferentes aspectos
da vida e do ambiente. Tanto é que os historiadores usam o marco da invenção da escrita,
na Mesopotâmia (+- 3500 a. C.), como divisão entre o Período Histórico e o Pré-Histórico.
c) Incorreta. Realmente, as grandes civilizações da Antiguidade, como as mencionadas,
edificaram grandes Estados com o auxílio da escrita. Contudo, é reducionista afirmar que
esta invenção serviu única e exclusivamente aos interesses de seus governos. A escrita
também era usada na manutenção da religião e para produção de conhecimento. Lembre-
se também de poemas, como a Epopeia de Gilgamesh, eram muito comuns para contar a
história de alguém ou de um povo.
d) Incorreta. Não existia um “sistema prisional” na Antiguidade como entendemos hoje. Veja,
existia sim a noção de crime e aqueles que o cometiam eram punidos, até mesmo
executados, como forma de repreensão. Todavia, não existia um sistema, uma cadeia de

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presídios, cuja administração era centralizada pelo Estado, como temos hoje. Esse tipo de
sistema prisional foi inventado na Idade Moderna. Antes disso, era mais comum haver
masmorras particulares ou um pequeno número de celas. A centralização ou não da execução
da justiça também variava de sociedade para sociedade naquela época.
e) Incorreta. Nenhuma das sociedades da Antiguidade mencionadas tinham a intenção de
universalizar a educação. O conhecimento e o domínio da escrita eram restritos a uma
pequena parcela da população, geralmente associada ao governo da sociedade. Até mesmo
o sacerdócio, que em alguns casos envolvia saber ler e escrever, era limitado a algumas
pessoas.
Gabarito: B
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“A lista das satrapias é, ao mesmo tempo, também uma lista de tributos. Toda a província é
taxada anualmente. Dezenove províncias pagam cotas fixas em talentos de prata babilônicos;
a vigésima, a Índia, paga a soma fabulosa de 369 talentos de ouro. A cota máxima em prata,
de mil talentos, provém da Babilônia; a segunda, de 700, provém do Egito. As outras pagam
entre um mínimo de 170 e um máximo de 600 com uma média de 300/400 talentos por
província. O total para todo o Império é de 14.560 talentos”.
ASHERI, D. O Estado persa. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 108.
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A administração do Império Persa, descrita no texto colaborou para que


a) as satrapias não tivessem autonomia cultural uma vez que o controle político e econômico
era detido pela nobreza persa.
b) várias satrapias se revoltassem no mesmo período em que o império sofria derrotas
consecutivas para gregos e macedônios gerando seu colapso.
c) as elites provinciais tivessem maior poder político e militar para executar seus próprios
interesses, além de gozar de liberdade religiosa e cultural.
d) fosse mais difícil unificar a economia e instituir uma moeda única, haja vista que a vastidão
e diversidade do império complicava a comunicação.
e) os persas tivessem maior quantidade de guerreiros e coesão militar, o que lhes permitiu
conquistar a Grécia no século V a. C.
Comentários
O Império Persa começou a se formar na região do Planalto Iraniano, entre o Mar Cáspio e
o Golfo Pérsico. Por volta do século VI a. C., o rei persa Ciro libertou seu povo do domínio
dos medos, conquistando o Reino da Média e, na sequência, dando início a uma campanha
de expansão territorial. No seu auge, o Império Persa abrangia o Egito, a Mesopotâmia, a
Palestina, a Fenícia, a Ásia Menor e a Índia. O texto da questão dissertação sobre o sistema
de tributação sobre as satrapias, nome dado às províncias do império. Com isso, vejamos:

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a) Incorreta. De fato, os sátrapas (governadores das satrapias) eram escolhidos entre a


nobreza persa, não entre as elites locais. Entretanto, as satrapias tinham bastante autonomia
do ponto de vista cultural. As autoridades persas não os obrigavam a adotar uma nova
religião, por exemplo. Também podiam manter sua própria língua e tradições.
b) Correta! O texto da questão deixa palpável que os tributos pagos pelas satrapias eram
bem caros. A cobrança podia ser feita tanto em espécie quanto em moeda. Esgotadas, várias
satrapias se rebelaram contra o domínio persa, que pouco pôde fazer para reagir visto que
seu exército já sofria baixas devido às Guerras Médicas e, posteriormente, à conquista pelos
macedônios.
c) Incorreta. Como já expliquei na letra “a”, o poder político era detido pelas elites persas,
não pelas elites provinciais. O mesmo ocorria em relação ao comando das tropas militares.
Os cargos mais altos na cadeia de comando eram restritos à nobreza persa, enquanto o baixo
escalão era composto por oficiais e soldados originários dos povos submetidos.
d) Incorreta. A vastidão e a diversidade do império não foi impedimento para que a economia
fosse unificada. Inclusive, foi durante o reinado de Dario I que uma moeda única foi instituída,
o dárico. Com isso, as satrapias foram proibidas de cunhar suas próprias moedas. A economia
unificada também era sustentada pelo sistema de estradas e rotas que conectavam as
principais cidades das satrapias à capital do império.
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e) Incorreta. Os persas nunca conquistaram a Grécia. Os dois povos se enfrentaram durante


as Guerras Médicas, entre 490 e 449 a. C. Entretanto, os gregos saíram vitoriosos e
expulsaram os persas da região dos balcãs.
Gabarito: B

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5. MUNDO GREGO
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O estudo do mundo grego é um assunto ENORME. Como temos alguns meses e 1 objetivo
- sua aprovação! - vamos FOCAR nos assuntos com maior potencial de cobrança. Combinado?
A primeira coisa para estudar Grécia é localizá-la no espaço. Olhe o mapa acima e faça as
anotações que pedi ao lado. É importante você memorizar esse espaço geográfico. Península
Balcânica é essa região que inclui o Peloponeso, a Ática. MAR EGEU e MAR MEDITERRÂNEO. Alguns
falavam que esses mares eram os lagos gregos. Verdade!
Além disso, o relevo dessa região é acidentado e montanhoso, tem um litoral recortado,
muitas ilhas e, portanto, não muito favorável à pecuária e agricultura extensiva. Assim, vemos que
a formação e desenvolvimento da Grécia esteve relacionado por um lado com as dificuldades para
produção agrícola e por outro com as potencialidades desses mares.
Portanto, assim como foi com a Mesopotâmia e o Egito, com a Grécia – e mesmo com Roma
– os aspectos geográficos foram determinantes para os homens e mulheres daquele tempo. Dessa
forma, os povos gregos desenvolveram a navegação e o comércio marítimo. Esse é o motivo e o

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Disponível em:< http://pnyxblog.blogspot.com/p/pnyx.html.> Acessado em: 31-01-2019

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sentido da expansão do mundo grego! Perry Anderson, historiador inglês e estudioso do tema,
nos ensina em seu livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo:

A água era o meio insubstituível da comunicação e do comércio que tornava possível o crescimento
urbano de uma sofisticação e uma concentração bem distantes do interior rural que havia por trás. O
mar era o condutor do brilho da Antiguidade. (ANDERSON, P. 1974, p. 21)

Além disso, estudar Grécia, significa compreender a formação das chamadas cidades-estados, ou
pólis. Então, falamos do mundo urbano, propriamente dito. Contudo, não é um urbano que se
sustenta política e economicamente, como hoje em dia. Havia uma cidade pública, política, do
bem-comum. Os estudiosos relacionam a pólis às experiências com a democracia e cidadania. A
Ágora e a Acrópole são arquiteturas que representam o fundamento da res-pública, república.

Agora que você se apropriou de uma visão panorâmica da Grécia, vamos dar um zoom em
alguns aspectos. Preparados?
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5.1. PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA I: PRÉ-HOMÉRICO, HOMÉRICO E ARCAICO


Os historiadores convencionaram dividir a história grega em 5 fases as quais veremos ao
longo desse capítulo. Por enquanto, tome nota:
I – Pré-Homérico ou Creto-Micênico (2000-1150 a.C.);
II- Homérico (1150-800 a.C.);
III- Arcaico (800-500 a.C.);
IV- Clássico (500 a 338 a.C.);
V- Helenístico (338-146 a.C.).

▪ Pré- Homérico: onda migratória e 1ª diáspora


O período creto-micênico (2000-1150 a.C.) é o momento originário do mundo grego. Os
cretenses viviam na Ilha de Creta e por serem navegadores entraram em contato com aqueus, no
litoral sul do Peloponeso (para, vai no mapa e olha de novo se você não conseguiu memorizar
essas informações, ok ). Então, formaram a civilização creto-micênica. Durante muito tempo
foram uma grande civilização, inclusive, como ponto de fusão do Crescente Fértil (lembra?).
No entanto, a partir de 2000 a.C., outros povos foram chegando nessa região - como os
eólios, os jônios (que se estabeleceram onde é Atenas) e os dórios (que formaram Esparta). A
inúmeras invasões foram desintegrando a sociedade creto-micênica. Com a chegada dos dórios,

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povos com características mais belicistas (espartanos), houve uma dispersão dos povos
originários para outras ilhas e regiões do mar Egeu. A esse processo chamamos de
Primeira Diáspora Grega.
Decore: 1ª. diáspora grega causada pela onda de movimentos migratórios!

▪ Homérico: genos e 2ª. diáspora


O período Homérico (1150-800 a.C.) que se seguiu foi de retrocesso em relação à
complexidade da organização da sociedade. O próprio uso da escrita desapareceu.
Os povos se organizaram por famílias ampliadas conhecidas como genos ou comunidade
gentílica. A vida se organizava por laços de cooperação, a propriedade da terra e a produção
eram coletivas e a divisão de tarefas era baseada na idade e no sexo.
Entendeu isso? Agora coloca numa escala temporal de pouco mais de 300 anos. Imagina a
roda da história girando. Isso mesmo!! O que vai dar?
✓ Haverá aumento populacional porque as famílias crescerão muito, alguns vão acabar
ocupando posições mais importantes - de liderança, fiscalização, controle.
✓ Haverá escassez de terras boas e férteis para todo mundo...
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Os historiadores conseguiram descobrir que os mais poderosos receberam o nome de


aristoi – os melhores – e as pessoas comuns eram os kakoi. Vocês percebem que aquela velha
organização social baseada na família não servirá mais para dar conta de novas necessidades e
outras expectativas?
Assim, ocorreu uma desagregação da vida coletivista das genos e passou-se a uma disputa
por terras e status sociais. O chefe máximo, geralmente o mais velho, o pai de todos
na árvore genealógica, era o pater famílias. Ele dividiu as melhores e maiores terras
com as pessoas mais próximas dele. Estes ficaram conhecidos como eupátridas. Mas,
alguns parentes distantes receberam pequenas propriedades. Estes pequenos
proprietários receberam o nome de georgoi. Os que ficaram “a ver navios” foram os
thetas, pois foram excluídos da partilha. Especialmente esses foram em busca
de outras áreas, por isso, falamos em uma Segunda Diáspora Grega.

Conclusão: Essa nova realidade social dá origem à formação da


pólis, palavra grega para designar cidade. Nesse momento, começa
o período Arcaico.

As palavras eupátridas, georgoi, thetas representam as novas classes sociais na pólis.


Percebam que elas estão relacionadas com a propriedade da terra. Mas, também há os
escravos e estrangeiros.

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Arcaico: formação da pólis


O período Arcaico, que se estende de 800 a 500 a.C., é conhecido por ter sido o momento
da formação e consolidação da pólis. Agora querido aluno e aluno, pega um café e presta muita
atenção porque chegamos no coração do mundo antigo.

Além disso, quero que tatue na mente as funções da cidade estado grega, pois depois
faremos a comparação com a cidade medieval, combinado?

A pólis é o centro da vida social e política do mundo grego. Existiam várias pólis, ou
cidades-estados, por isso, a Grécia não constituiu um Estado centralizado como o Egito ou a
Mesopotâmia. Então não falamos em “estado grego”, mas em cidades-estados gregas. Todas
elas eram autônomas, independentes, com características econômicas e sociais específicas, seu
próprio governo, leis, calendários, moedas. Tebas, Corinto, Messênia, Mileto, Rodes, Erétria,
Mégara são algumas das centenas de cidades-estados gregas. Agora, com certeza, você vai
lembrar das mais famosinhas: ESPARTA E ATENAS.
Essas duas cidades-estados são dois “tipos-ideais” (modelos) usadas como “estudo de
caso” para tentarmos compreender o mundo grego. Além disso, elas tiveram importância porque
exerceram certa liderança entre as demais cidades-estados, especialmente, no período clássico
(500 a 338 a.C.).
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Na pólis, existia a distinção entre o espaço urbano e o espaço rural. O rural não quer dizer
onde se planta, mas aquele espaço que está fora do centro das relações públicas e políticas que
ocorrem no urbano – na Ágora. Assim, o rural é o espaço da propriedade privada, da atividade
artesanal, da atividade mercantil, da construção dos instrumentos de navegação e de outras
produções, enfim, dos interesses econômicos e privados. É o rural que alimenta a cidade, cercados
por água. É a economia que possibilita o esplendor econômico da cidade-estado e até mesmo o
tempo da atividade política no espaço urbano. Há, portanto, uma relação entre campo-cidade-
mar ou, como diria professor Anderson:

A combinação específica de cidade e campo que definia o mundo clássico, em última instância,
só era operacional porque havia um lago no seu centro...A excepcional posição da Antiguidade
clássica entro da História universal não pode ser isolada deste privilégio físico.

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)


Às vezes, as exigências do local, como em Mileto, levavam o teatro a
instalar-se na periferia da cidade. Todavia, sempre que possível, ele se
situava no centro da cidade. Com efeito, não se tratava apenas de um
edifício de espetáculo, que servia às competições musicais e dramáticas, às
quais se acrescentaram, na época imperial, os combates dos gladiadores.
VIAL, Claude. Vocabulário da Grécia Antiga. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2013

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Conforme o texto, o teatro Grego, na Antiguidade, tinha uma função além dos
espetáculos,
a) Política, já que o edifício do teatro também foi utilizado para assembleias políticas.
b) Civilidade, já que era o lugar onde se determinava os critérios de cidadania.
c) Religiosa, já que era usado como templo para adoração de deuses.
d) Filosófica, já que era usado como espaço escolar.
e) Econômico, já que era o espaço de comércio de estrangeiros escravizados
Comentários
O teatro grego era uma estrutura fundamental. Era central na vida daquela civilização. O
texto expressa essa centralidade ao afirmar que, na maioria das vezes se situava no centro
da cidade e que tinha a função de espetáculos, competições musicais e combates de
gladiadores. Veja, então, que o edifício do teatro pode ter múltiplas funções.
Além dessas, quais mais, entre as listadas nas alternativas, foram desenvolvidas naquele
espaço?
Vejamos cada alternativa:
a) Correto. Além da ágora (cuja função essencial era a política), o teatro era um espaço
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central, aberto e público. Isso permitia a execução da política na acepção grega, feita
publicamente, com a participação dos cidadãos. Ressalto que isso ocorreu nas cidades-
estados gregas que tinham uma perspectiva de política mais democrática, como em Atenas
(mas não apenas nela)
b) Errado, pois os critérios de cidadania foram sendo definidos ao longo do tempo. Não
exatamente neste lugar.
c)Errado, já que a religiosidade era exercida nos templos religiosos, apesar de ser verdade
que muitas peças de tetro também falavam de deuses e da mitologia.
d)Errado. Existiam escolas em algumas cidades-estados, como em Atenas. Apesar disso,
não esqueça de que o teatro, digo, as peças de teatro tinham um papel social formativo.
e) Erradíssimo. O comércio se desenvolvia em áreas de mercado, algumas vezes fora da
cidade, nos portos.
Gabarito: A
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
Entre os séculos VI e V a.C., os gregos romperam com o senso comum, com a tradição e
com o pensamento místico. Alguns historiadores dão o nome de milagre grego ao salto
qualitativo do conhecimento humano sobre si e a natureza, em que se abandonaram a
explicação mítica e o princípio da interferência das forças sobrenaturais nos destinos dos
homens para dirigir-se à obtenção do saber por meio da abstração da razão. Apesar do
grande avanço, a racionalidade e a investigação especulativa da natureza só se tornaram

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formas dominantes de pensar muitos séculos mais tarde, a partir do Renascimento (séculos
XIV-XVI).
COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.
Com o desenvolvimento dessa nova forma de pensar os gregos
a) Passaram a organizar a vida social exclusivamente a partir dos elementos racionais.
b) Superaram a filosofia e sua perspectiva especulativa, pouco racional.
c)Procuraram aproximar razão e fé, a partir dos escritos platônicos.
d)Conquistaram, progressivamente, consciência de que seu destino era produto da ação
humana e não de forças sobrenaturais.
e) Buscaram explicações para suas angústias em explicações cuja racionalidade tinha base
na mitologia.
Comentários
Aqui temos uma questão interdisciplinar de História e Filosofia, que trouxe o contexto
histórico da Antiguidade Clássica com um tema específico sobre o desenvolvimento do
pensamento grego.
Vamos lembrar de que a filosofia nasceu com o desenvolvimento do pensamento
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especulativo que se debruçava sobre o mundo procurando entendê-lo com objetividade. A


observação da natureza, do espaço, dos fenômenos eram a base empírica desse
pensamento especulativo. Assim, o pensamento laico, racional e de investigação
especulativa da natureza constitui o pensamento grego.
O comando da questão nos cobra sobre possíveis consequências dessa nova forma de
pensar desenvolvido pelos gregos.
Vejamos as alternativas
a) Errado. Como afirma o texto, apenas no Renascimento é que o pensamento racional se
consolidou, assim, podemos imaginar que o pensamento especulativo e mítico/mitológico
conviveu na Grécia Antiga.
b) Errado. O pensamento grego tem base na especulação filosófica.
c) Errado. A aproximação da fé e razão é parte do pensamento filosófico medieval.
d)Gabarito. Essa é uma consequência do pensamento racional sobre a especulação da
natureza e a descoberta, progressiva, de elementos que explicam os fenômenos naturais e
sociais.
e) Errado, pois o pensamento racional é uma ruptura com o pensamento mitológico. Não
esqueça que isso ocorreu em um longo espaço temporal. A ruptura não foi abrupta; levou
séculos. Como diz o texto, e nossos conhecimentos, o Renascimento retoma a cultura
clássica e desenvolve mais o racionalismo.
Gabarito: D

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(FUVEST-2015)
Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo
disperso. Penetraram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo
quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na
sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se
colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral
do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa
setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns
2500 km de comprimento, encontravam-se centenas e centenas de comunidades que
amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem
então, em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território
nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo
de Grécia). I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado. Com
base no texto, pode-se apontar corretamente
a) a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas
militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e
macedônios.
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b) a necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e


cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção
cultural.
c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes
de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político.
d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no
estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política.
e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como
forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional.
Comentários
Querido e querida, articulem comigo: essa questão é um pouco mais trabalhosa. Texto
grande. Precisa ser lido SIM! Ele explica a noção de autonomia e independência das
cidades-estados e confirma a tese histórica de que o mundo grego nunca se constituiu
como um Estado centralizado, ou uma nação tal qual entendemos hoje – com governo
único, território, leis, costumes. A forma de organização política é descentralizada. ANOTA
AÍ!! E isso torna o mundo grego diferente de todas as outras experiências históricas da
Antiguidade. Sendo assim, o gabarito é a letra D, pois os conceitos de nação ou estado
não podem ser usados para interpretar a Grécia Antiga. No caso dessa questão, você
precisa lembrar da organização grega e também dos conceitos. Então, se liga, no final da
aula no Dicionário Conceitual.
Gabarito: D

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5.2. PÓLIS: OS MODELOS ESPARTANO E ATENIENSE

Esparta:
Esparta era uma cidade localizada na Península do Peloponeso, cercada de montanhas e
com solo apropriado para o cultivo de uvas e oliveira (vinho e azeite). O povo que deu origem a
esta cidade-estado foram os dórios – de tradição militarista. Essa foi sua principal característica.
De fato, ela nunca teve a cidade e, portanto, a política como espaço/atividade mais
importantes do seu desenvolvimento. O rural teve maior importância. Por isso, o governo que se
desenvolveu foi uma oligarquia de proprietários de terra com forma de DIARQUIA – dois reis.
Apesar disso, havia uma “estrutura parlamentarista” formada por 3 órgãos:

 ÁPELA: assembleia formada por cidadãos espartanos maiores de 30 anos. Elegiam os


membros da GERUSIA e da ÉFORA;
 GERÚSIA: conselho de anciãos, formada pelos 2 reis mais 28 esparciatas com mais de
60 anos. Os cargos eram vitalícios;
 ÉFOROS: conselho executivo, formado por 5 membros com cargo de 1 ano.

Os proprietários de terras eram conhecidos como esparciatas. Cuidado com essa noção de
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propriedade!!! Não se tratava de propriedade individual, mas familiar. Além disso, era inalienável.
Os esparciatas tinham a obrigação de permanecer à disposição do exército e das funções públicas.
Mas, não poderiam exercer o comércio. Nas suas terras quem trabalhava eram os hilotas. Estes
viviam presos à terra. Por isso, eram: responde aí, Galera!!!______________

Servos, profe!!!

Isso mesmo querido e querida! Não eram escravos porque não eram considerados
mercadorias, nem se tornavam escravos por dívidas. Como servos, eram desprezados socialmente
e viviam fazendo revoltas. Apesar disso, também existiam homens livre e não proprietários, eram
os periecos. Muitas vezes eram nascidos em Esparta de pais estrangeiros. Não eram cidadãos
porque não tinham direitos políticos, contudo, poderiam realizar o comércio e o artesanato. E,
claro, pagavam tributos ao governo espartano!

Essa estrutura social apresentada acima


demonstra que a sociedade espartana era
fechada, ou seja, rigidamente hierarquizada e
sem possibilidade de mobilidade social.

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Educação Espartana
A educação espartana era estatal, dividida por sexo e preparava homens para as funções militares
e públicas. Os princípios eram: preparação física e obediência. Os meninos a partir dos 7 anos
eram separados de suas famílias e colocados sob a responsabilidade do Estado para receber a
formação militar. Aos 18 anos tornavam-se hoplitas – soldados de infantaria que já andavam
armados de lança, escudo e armadura. Entre os 18 e 30 anos, ele deveria se dedicar
exclusivamente às atividades militares. Chegado seu 30º. aniversário poderia se casar e,
finalmente, dedicar-se às atividades políticas – que eram indissociáveis das atividades militares.
Ao tornar-se idoso aos 60 anos estava dispensado das obrigações militares e poderia compor a
Gerúsia. Fique atento a essa relação entre Estado e Exército. Na verdade, as duas instituições
compõem um único órgão diretivo da sociedade espartana. Já às mulheres cabia apenas a
educação física, também de responsabilidade estatal, para fortalecimento do corpo e demais
necessidades do meio social, como garantir o nascimento de crianças sadias e robustas.

Atenas:
Atenas foi fundada pelos jônios na Planície da Ática. O solo dessa região era pouco fértil e
essa condição acabou por estimular os atenienses nas atividades marítimo-mercantil. Tornaram-se
excelentes marinheiros e, em alguns momentos, dominaram o comércio pelo Mediterrâneo.
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Diferentemente de Esparta, em Atenas, o centro da vida social é o urbano, a Acrópole.

Contudo, nem sempre foi assim. A história de Atenas é mais complexa e diversificada e sua
história política é organizada em fases. Geralmente, adotamos a perspectiva política para explicar
a evolução no seguinte sentido:

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democracia
aristocracia tirania (período
monarquia
(séc. VIII até clássico, a
(séc. VIII) (séc. VI) partir do
VI)
século V)

Esse enfoque é em razão da contribuição dos pensadores, como Aristóteles.


Vamos ver um pouquinho de cada período:

Até meados do século VIII a.C. Atenas era governada por um rei, por isso, era uma
Monarquia. Essa forma de governo ainda guardava relação com o pater-famílias, pois este
concentrava as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Com o passar dos tempos, o poder foi
se desconcentrando e sendo transferido para os maiores proprietários de terras: os eupátridas
(lembram?). Assim, chegamos ao Governo da Aristocracia.
Os poderes que antes ficavam nas mãos do rei passaram a ser exercidos por meio de um
órgão chamado Arcontado. Os mandatos eram anuais e fiscalizados por um outro órgão
conhecido como Areópago. Como esses órgãos só poderiam ser ocupados por eupátridas,
podemos afirmar que eles constituíam o grupo social privilegiado, já que detinham o poder
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econômico e político. Além disso, esse privilégio se refletia em outras áreas. Por exemplo, os
eupátridas emprestavam dinheiro aos pequenos proprietários rurais que, em caso de não
pagamento das dívidas, viravam escravo dos eupátridas.
Contudo, como falamos acima, as atividades econômicas em Atenas eram dinâmicas, com
forte presença do comércio marítimo. Pensa comigo: este tipo de economia estimulava uma
“cadeia produtiva” diversificada. Era preciso fazer barcos, construir portos, contratar
carregadores, contabilizar as exportações, entre outros. Assim, em terras atenienses, a
estratificação social tornou-se mais complexa que em Esparta. Muitos comerciantes, marinheiros,
trabalhadores livres se enriqueceram. Entre estes, surgiu um forte grupo de comerciantes que
tinham negócios em todo Mar Mediterrâneo. Eram conhecidos como demiurgos.
Diante dos abusos e da concentração de poder e privilégios da aristocracia, começou uma
série de revoltas. As exigências eram por reformas políticas e sociais: fim da escravidão por dívida
e participação política no governo da cidade.
Essa instabilidade gerou riscos para o sistema aristocrático. Nesse contexto de tensão
social, alguns legisladores (arcontes) propuseram reformas a fim de amenizar o quadro político
crítico.
São as conhecidas Reformas de Drácon, Sólon e Clístenes. Vejamos:

• Drácon (621 a.C) sugeriu a instituição de leis escritas para garantir igualdade nos
procedimentos judiciais e na organização da sociedade a fim de minimizar os abusos
cometidos pelos aristocratas que eram os únicos que conheciam as leis e que, por

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serem orais e baseadas em costumes, poderiam sofrer diferentes interpretações e


usos a depender dos interesses envolvidos nos conflitos entre as partes.

• No mesmo contexto, o arconte Sólon (594 a.C) propôs uma Reforma Política mais
ampla. Vamos sistematizar:

I- Acabou com a escravidão por II- Dividiu a sociedade por


dívida. Isso atendeu às exigências dos renda, ou, de forma censitária. Essa
pequenos proprietários que ganharam medida possibilitou a ascensão dos
liberdade; ricos comerciantes – os demiurgos;

III- Criou novos órgãos de poder:


a BULÉ – 400 membros com função
legislativa e administrativa; a ECLÉSIA:
assembleia popular formada aberta a
TODOS os cidadãos atenienses com
função de sancionar ou vetar uma lei.

Como era de se esperar, essas reformas contrariaram os interesses de alguns eupátridas


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que não queriam mudanças no status quo (ordem vigente) e, por isso, resistiram a aprovar e
implementar as mudanças propostas. Portanto, o quadro de tensão político-social continuou.
• Nesse cenário ascende ao poder Clístenes (510 – 507 a.C) que, diferentemente dos
seus antecessores, propôs um conjunto amplo de reformas baseadas nas medidas
de Sólon. É assim que foi se constituindo o estabelecimento das instituições e dos
princípios democráticos. Vamos ver?

Divide Atenas em 10 tribos, por região – ou seja, acabou com o critério censitário;

BULÉ com 500 membros com função de legislativo e deliberativo, sendo 50 de cada região de
modo a garantir a representação de todo o povo;

ECLÉSIA formada por todos os cidadãos com o poder propor lei. Uma forma de assembleia
popular.

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Todas as pessoas que moravam em Atenas eram cidadãs atenienses?


Você já deve estar careca de saber que não, né! Então, quero mesmo lembrar você de que a
democracia ateniense era restrita. Apenas eram cidadãos filhos de pais e mães atenienses, homens
maiores e 18 anos que vivessem em Atenas. Veja que Atenas se fechava para o mundo exterior
ao mesmo tempo em que guardava com zelo o status de pertencimento à cidade. Afirma o
professor Norberto Luiz Guarinello:
“Pertencer à comunidade era participar de todo um ciclo próprio da vida cotidiana, com seus ritos,
costumes, regras, festividades, crenças e relações pessoais.”4 . No entanto, esse processo
implicava necessariamente a definição do” outro” e sua exclusão.
Quando falamos em participação política na Grécia, alguns excluídos eram atenienses, nascidos
em Atenas.... melhor dizendo: nascidas! As mulheres eram consideradas indivíduos incapazes de
exercer a racionalidade necessária para a política. Aristóteles, por exemplo, parte de um
pressuposto sobre uma possível condição de subalternidade da mulher ligada à sua função
maternal e seu papel na organização da família. Portanto, embora considerada diferente dos
escravos e dos estrangeiros, à mulher estava reservado o espaço privado da vida familiar, fora da
cidade e, também, da política.
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Existiam muitos escravos em Atenas. Diferentemente de Esparta, onde os inimigos


de guerra eram mantidos como servos coletivos do Estado, os escravos eram
negociados em pontos de comércio. Poderiam ocupar diferentes posições na
sociedade ateniense, a depender das suas habilidades. Havia escravos professores,
cozinheiros, pedreiros, agricultores, mineiros, artesãos entre outros. Mas, havia
casos em que o escravo conseguia ter alguma fonte de renda própria e comprar sua liberdade.
Além disso, é importante ressaltar o binômio escravidão/ócio. Na Atenas Clássica, especialmente,
o trabalho escravo tinha importância social ao conceder tempo livre aos homens livres. Assim, os
atenienses poderiam realizar atividades políticas na Assembleia, dedicar-se à contemplação do
mundo e dos homens e, com isso, escrever sobre filosofia, literatura e artes. Muitos filósofos viam
como uma virtude a origem econômica abastada dos atenienses em oposição ao trabalho
realizado para sobrevivência, pois os primeiros teriam tempo para cultivar sua excelência moral e
intelectual (areté), enquanto os outros seriam “escravos” da sua condição econômica e, por isso,
nunca alcançariam o grau de excelência necessário à pratica da cidadania e da vida pública.

Agora quero que você preste atenção no próximo tópico sobre a relação
entre pólis e política e reflita sobre a seguinte afirmação:

4
GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-estado na Antiguidade Clássica.in. História da Cidadania. Ed.
Contexto, 2010. p. 35.

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Uma cultura democrática, com instituições democráticas, possibilitou que houvesse em Atenas a
pacificação política, o crescimento econômico e o alvorecer de um tempo de esplendor .
Essa afirmação faz sentido para você? Vamos para o próximo tópica para articular essa ideia.

5.3. PÓLIS E POLÍTICA


A cultura grega, considerada o berço da cultura Ocidental, desenvolveu-se na pólis.
Observando o sistema político em Atenas, o estudioso francês Jean-Pierre Vernant afirma que o
aparecimento da pólis foi um acontecimento decisivo no desenvolvimento da política como
técnica do debate público e da palavra como instrumento de poder. É o processo de invenção da
noção filosófica de política, meus caros e minhas caras!!
Portanto, quando falamos em pólis estamos tratando não apenas de um lugar, mas de um
“modo de vida”. Péricles, grande líder político e militar da época, no APOGEU da hegemonia
ateniense sobre a região, discursou:

“...olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas
dos seus interesses, mas como um inútil...decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou
pelo menos nos esforçamos para compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate
que é empecilho à ação, mas sim o fato de não estar devidamente esclarecido sobre o debate
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antes de chegar a hora da ação.

Percebe a noção de bem comum e público que se atribuía a forma de organizar a


vida na cidade? Daí a noção de políticas públicas, por exemplo, e também de
democracia e cidadania – um governo de todos no qual todos decidem e, para
isso, precisam estar preparados.

Na Atenas de Péricles, os “alienados” (homem alheio às atividades públicas, segundo


Péricles) eram banidos da cidade – era a chamada pena de ostracismo. Podemos afirmar que os
gregos “inventaram” um ideal de comunidade, de indivíduos responsáveis uns com os outros e
com o espaço em que vivem.
Os gregos tinham como pressuposto a ideia de um homem racional e político capaz de fazer
uma escolha baseada na força da persuasão de distintos argumentos. Percebemos, então, nesse
espaço comum, o princípio da publicidade da política. A Ágora – uma espécie de praça – era o
lugar do debate. Assim, os assuntos só poderiam ser resolvidos se as pessoas – chamadas de
cidadãos – tivessem o conhecimento das informações necessárias à tomada de decisão. Essa
exigência de publicidade de informações coloca sob o olhar público não apenas as informações,
mas as condutas das pessoas e seus interesses.
Era a possibilidade do controle público sobre os líderes políticos – estes estavam, portanto,
sujeitos à crítica e controvérsia. Diz o professor Vernant: “A lei da pólis, por oposição ao poder

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absoluto de qualquer monarca, exige que umas e outras sejam igualmente submetidas à
“prestação de contas”.

Pólis: a palavra e a política

“O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um


acontecimento decisivo. (...) por ela, a vida social e as relações entre os homens
tomam uma nova forma, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos. O
que implica o sistema da pólis é primeiramente uma extraordinária preeminência da
palavra sobre todos os outros instrumentos de poder. A arte da política é
essencialmente um exercício de linguagem. Uma segunda característica da pólis é o
cunho de plena publicidade dada às manifestações mais importantes da vida social.
(...) A cultura grega constitui-se, dando a um círculo sempre mais amplo – finalmente
ao demos todos – o acesso ao mundo espiritual, reservado, no início a uma
aristocracia (...). Doravante, a discussão, a argumentação, as polêmicas tornam-se as
regras do jogo intelectual, assim, como do jogo político. “(VERNANT, Jean-Pierre. As
origens do pensamento grego, Difel. 1984)
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O PAPEL DAS MULHERES EM ATENAS E ESPARTA


Quando estudamos o papel das mulheres em Atenas e em Esparta nos deparamos com algumas
aparentes contradições em relação àqueles modelos políticos estudados. Afinal, poderíamos
pensar: estado democrático igual mais liberdade para todos, inclusive para as mulheres; estado
militarizado mais opressão e violência, inclusive para as mulheres. Pois é, mas a história da Grécia
não cabe em quadradinhos pré-estabelecidos. Atente-se a isso. Leia e reflita!!
Partindo do senso comum, Atenas era um bom lugar para a mulher viver já que foi o berço de
uma sociedade democrática. Infelizmente, essa afirmação é uma “fake news”, pois desde aquele
contexto histórico a construção do Estado e as relações sociais baseavam-se no patriarcado. Ou
seja, a mulher não tinha vez. Não tinham espaço nas decisões político-sociais porque sua cidadania
era negada. Quando criança, ela era mantida em um quarto isolado do resto da casa chamado
“gynakeion” de onde praticamente não saia. Quando saia desse quarto, era necessário estar
acompanhada por algum homem. Assim, era educada a contemplar sua obrigatória aptidão ao
mundo doméstico. Quando jovem, era destinada ao seu único dever cívico-religioso de se casar e
gerar filhos. Havia tradições nesse tipo de vida: a traição - e até mesmo as relações extraconjugais
-, por exemplo, eram comuns ao homem. Já para mulher, era considerada um absurdo. O marido
poderia pedir o divórcio ou matá-la em praça pública, simples assim.
Em Esparta, por outro lado, mesmo que existisse o patriarcado a vida das mulheres se
diferenciavam do resto das cidades-estados. A sociedade era militarizada. Dessa forma, enquanto
o homem se encarregava de assuntos ligados a guerra, a mulher era quem organizava a cidade e

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gerava filhos para o exército. Assim, ela tinha o papel de planejar a economia e a agricultura.
Elementos muito importantes para qualquer sociedade. Em decorrência desse papel, as mulheres
tinham o direito de propriedade, chegando a possuir mais de um terço das terras espartanas. O
Estado, portanto, valorizava uma boa educação ao sexo feminino: aprendiam artes, como dança
e música, e eram ensinadas a ler e escrever desde pequenas. Além disso, o corpo era ultra
valorizado pelos espartanos! Então, as mulheres praticavam esportes, competiam em torneios e
recebiam o devido preparo físico. Outro ponto importante era o casamento: ele não era opressivo
como era para a mulher ateniense. Isso porque não eram vistas como propriedade do homem,
por isso, tinham a liberdade de se separar sem perder seus filhos e bens materiais.

(FUVEST-2016)
O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento
decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim
alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas
variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C.,
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marca um começo, uma verdadeira invenção; por elo, a vida social e as relações entre os
homens tomam uma forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos.
(Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981.
Adaptado).
De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações provocadas pelo
surgimento da pólis foi:
a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era
baseada na escrita e no uso de imagens.
b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações
travadas nos espaços públicos.
c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto
de origem divina do monarca.
d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a
construção de identidades culturais.
e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das
ações e ideias de seus membros.
Comentários
Esse é um dos temas mais recorrentes na prova da FUVEST sobre antiguidade clássica. É
consenso que o espaço da pólis é fundamental para constituir uma nova mentalidade, a
fundacional da arte política do Ocidente: a palavra, o debate, a argumentação. É o

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pressuposto da democracia, por isso, fala-se que a Grécia é o berço da cultura Ocidental.
Como dica, veja, que não é uma questão difícil. Ela requer conhecimento de conteúdo e
interpretação, nesse sentido, todos os outros itens são conclusões em sentido oposto do
que propõe o texto.
Gabarito: E

5.4. PERIODIZAÇÃO II: CLÁSSICO E HELENÍSTICO

Clássico
O período clássico (V e IV a.C) é palco do apogeu e da decadência do mundo grego. Foi
marcado por guerras entre gregos e persas (Guerras Médicas) e dos gregos contra si mesmos
(Guerra do Peloponeso).
Como falamos no capítulo sobre Antiguidade Oriental, os Persas conquistaram a
Mesopotâmia, em 539 a.C., e depois o Egito, em 525 a.C. Dessas incursões, eles se estabeleceram
na costa leste do Mar Egeu – na Ásia Menor. Evidente que o próximo passo era conquistar a
Grécia, concorda? Você consegue visualizar?
A questão para as cidades-estados gregas era que os Persas, na verdade, formavam um
Império centralizado, com muitas conquistas e um exército com recursos muito superiores. Essa
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situação impôs aos gregos a necessidade de se unirem a fim de derrotar o inimigo comum.

Como consequência, reforçou-se a ideia da identidade cultural grega e sua superioridade em


relação aos povos da Pérsia. Memorize essa interpretação! Agora vamos fazer uma panorâmica
desse conflito.

As Guerras Greco-Pérsica - ou Guerras Médicas - ocorreram entre 499 e 475 a.C. Os motivos
desse conflito entre gregos e persas estão relacionados com a disputa pelo controle comercial
sobre a Ásia Menor e a Península Balcânica.
Primeiro, o Imperador Dário I atacou Atenas. Detentores de grande conhecimento marítimo
e estratégias militares superiores, os atenienses venceram Dário na famosa Batalha de Maratona.
Atenas ganhou muita importância e prestígio no mundo grego e isso possibilitou certa liderança
em relação às outras cidades.
Em 480 a.C, o herdeiro do Império Persa – o lendário Xerxes – atacou novamente a Grécia.
Como estratégia, tentaram bloquear as rotas marítimas – tão bem conhecidas por Atenas. Assim,
nesse episódio, Esparta foi fundamental para defender a Grécia, na conhecida Batalha de
Termópilas (essa história é contada no filme 300).

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O Rei-General espartano Leônidas, e seus 300 bravos guerreiros, retardaram o avanço


persa sobre a Ática. Apesar disso, Xerxes invadiu Atenas, mas perdeu na Batalha Naval de
Salaminas. Estava selado o destino dos persas e em 475 a.C. foram definitivamente derrotados.

546 a.C.: os persas 496 a.C.: rebelião dos


conquistaram as gregos contra o domínio
NÃO FICA PERDIDO persa com o apoio de
colônias gregas no – I Guerra Médica:
;) Atenas – os persas
litoral da atual decidem invadir a
Turquia. Grécia

480 a.C.: Batalha de 480 a.C.: Batalha de 490 a.C.: Batalha de


Salamina – vitória Termópilas – vitória – II Guerra Médica: Maratona – vitória
grega persa grega

479 a.C.: Batalha de


Platéia – vitória grega
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No final desse processo, a aliança estratégica entre os gregos se ampliou e eles


formalizaram a Liga de Delos. Tratava-se de uma união militar financiada pelas cidades-estados
participantes. Como Atenas havia se tornado uma liderança entre suas parceiras, ela passou a
administrar os recursos da Liga.
Ao final da Guerra Greco-Pérsica, os atenienses insistiram na manutenção da Liga como
forma de fortalecer a proteção à Grécia contra outras tentativas de invasão. Mesmo não muito
satisfeitas, as cidades-estados aderiram à proposta.
O desenrolar dessa história está justamente no modo como Atenas conduziu a Liga. Ela
passou a transferir recursos da Liga diretamente para Atenas o que permitiu a reforma urbana da
cidade e a construção de grande parte dos monumentos arquitetônicos que existem até hoje, na
Grécia. Foi a época de ouro de Atenas, momento em que era governada pelo famoso Péricles,
entre 461 e 429 a.C. Houve um esplendor cultural, artístico, filosófico e econômico naquela
cidade-estado. Os membros da Liga questionaram essa situação e foram reprimidos militarmente.
Assim, surgiu uma outra Liga formada por cidades-estados que se opuseram ao que alguns
historiadores chamam de “imperialismo ateniense”: a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta.
Entre 431 e 404 a.C., Esparta e Atenas arrastaram praticamente todas as cidades-estados
para um conflito que ficou conhecido como Guerra do Peloponeso. Esparta sai vitoriosa dessa
guerra. Anos depois, em nova disputa por hegemonia na região, Tebas supera Esparta. Uma série
de outros conflitos internos marcaram a continuidade dessa história.

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Essa experiência histórica de conflitos internos marca a fragmentação e decadência do Mundo


Grego. O final desse processo se dá com a conquista da Grécia pelos Macedônios, em 338 a.C.,
na Batalha de Queroneia.

(UFES)
Entre as causas do declínio das cidades-estado (pólis) da Grécia, é possível destacar o(a):
a) invasão e dominação persa;
b) rivalidade entre as cidades e a disputa pela hegemonia grega;
c) expansão cartaginesa pelo Mediterrâneo;
d) expansão do Império Romano;
e) desaparecimento e morte dos principais reis gregos, quando retornavam da Guerra de
Tróia.
Comentários
queridas e queridos, questão fácil. Qual a causa do declínio da Grécia? O conflito entre elas
mesmas. Tatue na mente!
Gabarito: B
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Cultura na Grécia
Quando falamos em cultura grega, temos que ter em mente o
antropocentrismo e o racionalismo como primados do pensamento
clássico. O homem grego era a medida de todas as coisas, como diria o
sofista Protágoras. Mesmo antes desse momento, por meio de lógicas racionais de pensamento,
os primeiros filósofos – como Tales de Mileto e Anaximandro – defendiam que os elementos
básicos da natureza (como fogo, água, terra, ar) eram geradores de todas as demais coisas. Foi
Sócrates que criou a maiêutica – método (racional) de perguntas e respostas para alcançar a
sabedoria, enquanto Platão e Aristóteles “discutiam” se o mundo real e o mundo das ideias eram
ou não independentes um do outro.
Mesmo a religião grega politeísta já trazia a visão do homem como centro de tudo. Os Deuses
gregos estavam a serviço do homem e com eles compartilhavam virtudes e vícios, vingavam-se e
traiam, arrependiam-se e se corrigiam. Havia um caráter cívico na religião.
Segundo os especialistas nesse assunto, o desenvolvimento e as características da cultura, da
filosofia e da literatura acompanham o próprio desenvolvimento da história de Atenas. Foi no
período de ouro de Péricles - a democracia ateniense – que ocorreu o esplendor cultural da Grécia,
pois a riqueza criada em Atenas resplandecia e influenciava toda a Hélade5.

5
Hélade é como os gregos se referiam a própria região da Grécia.

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Assim, a literatura e o teatro grego (quer seja drama ou tragédia) têm forte cunho histórico e
político. Lembram que a divisão da história do mundo grego tem como nomes Pré-Homérico e
Homérico? Então!! Homero teria sido um literato grego que escreveu as epopeias Ilíada e Odisseia
contando a saga de personagens míticos e heróis gregos nos processos históricos de formação
daquele mundo. No teatro, Esquilo foi “o pai da tragédia”, e escreveu sobre os conflitos com os
persas. Sófocles escreveu Antígona que é uma das peças gregas mais reproduzidas no mundo até
hoje e fala sobre valores e virtudes daquela sociedade. Os gregos ainda criaram a comédia para
criticar as questões sociais. Vale lembrar a peça Lisístrata, de Aristófones, a qual se passa em 411
a. C. e discute o papel da mulher na Grécia, o conflito entre Atenas e Esparta, entre outros
assuntos. O fio da narrativa é uma greve de sexo das mulheres.
Assim, não podemos separar os elementos culturais dos elementos religiosos, políticos e sociais
vividos pelos atenienses naquele momento. Pegou? Estude!

Jogos Olímpicos: identidade e cultura


Os Jogos Olímpicos, na Grécia, eram realizados em Olímpia (veja no seu mapa) e oferecidos aos
deuses, especialmente a Zeus. Data do século VIII a.C a primeira Olímpiada. Eram muitas
modalidades. Algumas conhecemos até hoje: corrida, arremesso, lutas corporais, salto à distância.
Mas, também havia competição de música e poesia. Tratava-se, em realidade, de uma competição
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de excelência e superação de limites. E, na cultura grega, o corpo e a alma são partes de um ser todo
e indivisível, por isso, devem estar em harmonia. A expressão grega para isso é kalós kagathós: a busca do
Belo e do Bem.
Por isso, quando pensamos em jogos olímpicos, na Grécia antiga, pensamos na formação ampla
do homem grego, na noção de areté – a excelência física e moral. De certa forma, a vitória nos
jogos era a demonstração da superação de todos os limites da excelência. Um herói! A especialista
em literatura grega antiga, Cristina Rodrigues Franciscato, escreve uma curiosidade que
compartilho com vocês:
“Conta Heródoto (História, VIII, 26) que, durante a guerra entre gregos e persas, alguns desertores
gregos foram levados à presença de Xerxes, o grande rei. Ele desejou saber o que faziam seus
inimigos naquele momento. Eles contaram que os gregos realizavam competições atléticas e
hípicas em Olímpia. Alguém perguntou qual era o prêmio disputado pelos concorrentes e eles
responderam que era a coroa de folhas da oliveira sagrada, conferida ao vencedor. Então, um dos
oficiais exclamou, dirigindo-se ao general: “Ah! Mardônio, contra que espécie de homens nos faz
guerrear, que não competem por dinheiro, mas pela excelência”6.

6
Disponível em: http://www.arete.org.br/artigos/nucleo/jogos-olimpicos. Acesso em
acesso: 31/01/2019.

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(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)


No século V a. C., o mundo grego foi abalado pela invasão dos persas que resultou nas
Guerras Médicas. O conflito contribuiu para uma aliança entre as cidades-Estados gregas
que formaram a Liga de Delos. Porém, a vitória sobre os persas, uma nova rivalidade se
nutriu entre os gregos. Em oposição à primeira liga, formou-se a chamada
a) Liga das Nações.
b) Liga de Tróia.
c) Liga Espartana.
d) Liga do Peloponeso.
e) Liga de Tebas.
Comentários
As Guerras Médicas consistiram em uma série de batalhas entre gregos e persas entre 490
e 449 a. C. Os persas vinham expandindo seus territórios desde século VI a. C., quando o
rei Ciro libertou seu povo e conquistou o Reino da Média, na região do Planalto Iraniano.
Em 499 a. C., os persas já dominavam a Ásia Menor, onde havia algumas póleis gregas
que, naquele ano, revoltaram-se com o apoio de Atenas. A vitória coube aos gregos. No
entanto, cerca de uma década depois, sob a liderança de Xerxes, os persas tornaram a
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invadir a Grécia. Dessa vez, as cidades gregas formaram uma aliança, a Liga de Delos, sob
liderança de Atenas. Novamente, os gregos saíram vitoriosos. A Liga de Delos continuou
existindo como prevenção a futuros ataques estrangeiros. Porém, seus membros foram
notando que os tributos exigidos para a manutenção das tropas e das frotas da liga eram
desviados para financiar o desenvolvimento de Atenas. Esta já vinha se destacando em
questão de prosperidade econômica e cultural, o que gerou ainda mais intrigas e
rivalidades entre as cidades-Estados gregas. Foi, então, que Esparta e outras cidades
formaram uma nova aliança para se opor ao crescente poderio ateniense, vejamos qual
delas:
a) Incorreta. A Liga das Nações, ou Sociedade das Nações, foi uma organização
supranacional criada após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1919. Seu objetivo era
assegurar um canal de negociação e diálogo entre as potências mundiais e evitar novos
conflitos como o último.
b) Incorreta. Nunca existiu uma aliança com esse nome.
c) Incorreta, pela mesma razão que a anterior.
d) Correta! Peloponeso era o nome da Península onde Esparta, liderança da aliança, estava
localizada. Boa parte de seus aliados também residiam na região. A tensão entre as duas
alianças se acirrou ao ponto de eclodir um novo conflito, a Guerra do Peloponeso, em 431
a. C. Esparta saiu vitoriosa, mas os efeitos do conflito foram devastadores para ambos os
lados. A hegemonia espartana sobre as demais cidades não durou tanto e logo foi
superada pelo poderio da cidade de Tebas, que também teve curta duração.

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Extremamente enfraquecidas, as cidades gregas sucumbiram diante das invasões do


Império Macedônio, liderado por Filipe II.
e) Incorreta. Nunca existiu uma aliança com esse nome.
Gabarito: D

Helenístico
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O período Helenístico (IV a II a.C) é marcado pelo domínio dos macedônios sobre os
gregos. O rei da Macedônia, Felipe II, e depois seu filho - Alexandre, o Grande -, conquistaram e
ampliaram sua dominação sobre a região. Durante treze anos do governo de Alexandre (336-323
a.C.), conquistou-se o Egito, a Mesopotâmia, a Síria, a Pérsia e chegou até mesmo na Índia. Confira
o mapa.
Os macedônios deram muitas demonstrações de sua admiração e respeito pelo legado
cultural, artístico e filosófico da Grécia. Aristóteles chegou a ser professor de Alexandre, antes das
conquistas. Por isso, incorporaram diversos elementos da cultura grega e tiveram como política
disseminá-la pelas regiões que foram conquistadas por Alexandre. Assim, do contato entre a
cultura grega e a cultura oriental, incluindo o Egito, nasceu a cultura helenística.
O império alexandrino se fragmentou territorialmente com sua morte e as disputas internas.
Essa situação deu espaço para a conquista dos romanos a partir do século II a.C.

Entretanto, o legado que ele deixou foi muito importante, pois, fundou diversos centros
de difusão da cultura helenística, como Alexandria no Egito, Pérgamo na Turquia e a
Ilha de Rodes no Mar Egeu.

Vejamos algumas características na cultura helenística:

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 Cultura: monumentalismo, grandiosidade e luxo. Melhores exemplos são as construções


da cidade de Alexandria, no Egito. As ruínas do Farol de Alexandria e da Biblioteca de
Alexandria são demonstrações dessas características.
 Ciência: A geometria desenvolvida por Arquimedes e Euclides são desse momento. Na
astronomia, destaca-se Aristarco e Hiparco, sendo que o primeiro lançou as bases do
heliocentrismo (negado naquele momento)
 Filosofia:
 Estoicismo – Zênon (séculos IV e III a.C): felicidade como equilíbrio interior e na
capacidade do homem de dominar suas paixões. Buscava-se uma moral perfeita
inspirada nessa noção da indiferença em relação a tudo o que é externo ao
indivíduo. Palavra-chave: VIRTUDE
 Epicurismo – Epicuro (séculos IV e III a.C): Corrente filosófica ligada ao hedonismo
– busca pelo prazer externo, terreno. O dever dos indivíduos é buscar um prazer
refinado. Isso é felicidade e é na terra que ela se concretiza. Palavra-chave:
PRAZER.
 Ceticismo – Pirro (séculos IV e III a.C): caracterizado pelo negativismo, ou seja,
negação de todos os fenômenos que rodeiam o ser humano. Mas a negação
impulsiona para a problematização. Além disso, a felicidade está em ser capaz de
não julgar. Se não sabe o que é e se é, então, não há porque julgar. O ideal é
entrar em um estado de despreocupação com o mundo. Isso torna possível a
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felicidade. Palavra-chave: RENÚNCIA DA CERTEZA.


Diante desses processos históricos, querido aluno/aluna, chegamos ao final da primeira parte
sobre a História Antiga. Falamos de mesopotâmicos, egípcios, hebreus, fenícios, persas, gregos.
Vimos que eles se cruzaram, conviveram, guerrearam, disseminaram conhecimento e cultura.
Nossa! Começamos por volta de 4.000 a.C. e terminamos por volta de 200 a.C. Pensa bem, bixo!!!
Demos o maior rolê na história!
Na próxima seção, veremos Roma – assunto denso e certeiro para o Vestibular. Agora, faça seu
controle de temporalidade e complete sua linha do tempo.
4.OOO a.C 200 a.C

6. DICIONÁRIO CONCEITUAL
Civilização
Para definir “civilização” é preciso considerar que, em regra, o desenvolvimento das sociedades
ocorre gradualmente, em processos. Por isso, a noção de civilização está diretamente relacionada
ao estágio de desenvolvimento técnico de determinado povo, às práticas de poder e de governo
desse povo, às formas de relacionamento econômico preponderante em dado período, ao estágio
cultural, entre outros aspectos. É comum autores generalizarem e afirmarem que civilização está
diretamente relacionada às características culturais, sendo estas: arte; idioma; tecnologia; etc. De

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toda forma, para se chegar aos aspectos que delimitam uma civilização, é preciso caracterizar os
principais traços do complexo grupo social analisado. Por exemplo, vimos que os egípcios tinham
o poder, as riquezas, o domínio religioso, praticamente tudo, nas mãos dos faraós. Esse elemento
de centralização do poder caracteriza a civilização egípcia. Vimos, também, que as técnicas
hidráulicas estiveram presentes em muitos povos, ou seja, trava-se de civilizações hidráulicas.
Apesar do lento processo que marca a constituição das civilizações e as tornam cada vez mais
complexas, é preciso notar que houve casos em que acontecimentos repentinos, catastróficos,
mudaram completamente o curso da história. Uma revolução social, por exemplo, pode alterar o
curso de uma civilização. Por isso, falamos que a regra é o desenvolvimento gradual, progressivo
das civilizações. Essa perspectiva é resultado da compreensão positivista da história, ou seja, a
história como uma espécie de escala evolutiva.
Estado
O conceito de Estado vem sendo debatido desde a Antiguidade e é objeto próprio de estudos
no campo das Ciência Política. Há uma série de definições acerca desse tema. Para efeito de
Vestibular, sintetizei uma definição que vai nos permitir entender os diferentes processos que
envolvem a formação, centralização e descentralização do Estado. Então, podemos definir Estado
como uma forma de organização política composta por um grupo de indivíduos organizados que
buscam objetivos em comum. Por isso, os especialistas tratam o Estado como uma sociedade
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política. O desenvolvimento do Estado é marcado pela “complexificação” das sociedades


humanas. Nessas sociedades existem normas jurídicas escritas (Constituição Federal, Código Civil,
Código Penal, Código de Defesa do Consumidor, etc.), hierarquia entre os governantes e
governados. Os Estados também têm independência em relação a outros Estados (soberania) e,
em geral, possuem fronteira definida, justamente para demarcar o espaço sobre o qual o governo
exerce seu poder.
Hegemonia
O conceito de hegemonia, no mundo grego, quer dizer liderança. No século XX, no contexto da
ascensão dos regimes totalitários na Europa, surgiram novas interpretações e discussões sobre o
significado social e político da palavra. Mas, todos eles partem dessa mesma noção grega de
liderança e influência. A hegemonia pode ser exercida por coerção, por consentimento ou pela
combinação das duas. Por coerção, a hegemonia é exercida via aparato militar, ou repressivo, de
modo que a força é o elemento central para se atingir a hegemonia. Por sua vez, a hegemonia por
consentimento é aquela em que se usam elementos culturais, ideológicos, a fim de se atingir a
hegemonia.
Trabalho
A concepção de trabalho não pode ser confundida com nosso dia a dia na sociedade
contemporânea. Essa atividade que as pessoas realizam na contemporaneidade é uma forma
determinada de trabalho. Assim, é importante termos em mente o conceito político-filosófico
sobre trabalho. Nesse sentido, trabalho é definido como a relação do homem com a natureza.
Sérgio Lessa e Ivo Tonet ensinam: “A partir do trabalho, o ser humano se faz diferente da natureza,
se faz um autêntico ser social”. Assim, o que se quer dizer é que o homem, na medida da sua

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necessidade material e espiritual transforma a natureza e atribui sentidos e significados a esse


processo. O objetivo é vencer as limitações e obstáculos que impedem a satisfação de suas
expectativas. Para existir, o ser humano deve, necessariamente, modificar a natureza por meio de
um processo de prévia ideação (projetar/planejar como fará o processo) na busca de uma resposta
a uma necessidade concreta. Nesse processo o homem altera o meio em que vive, altera a si
mesmo e as relações sociais que estabelece. Importante destacar que o aprimoramento das
práticas de trabalho contribui para o desenvolvimento tecnológico. Basta pensar na invenção da
roda e a revolução que ela trouxe para a atividade agrícola.

7. ROMA
Para começar o assunto vou te fazer uma pergunta: você acha que Roma é importante para
o mundo Ocidental atual?

- Aí, não sei profe!!!!

Então, querida e querido aluno, pense sua vida sem a língua portuguesa, sem o sistema
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jurídico e sem o cristianismo? Imaginou? Pois é... essas coisas todas são legados do Mundo
Romano.
Por isso, estudar os caras daquele tempo tem a ver com entender grande parte do mundo
em que vivemos hoje. O professor da Unicamp Pedro Paulo Funari, no livro A Vida Quotidiana na
Roma Antiga, afirma que nosso mundo moderno deve muito à civilização romana e por isso é
importante estudar essa sociedade7. Sem contar que esse conhecimento vai garantir pontos
essenciais na sua prova. Sempre cai: Grécia ou Roma ou os dois assuntos de uma vez. Então,
vamos localizar o Mundo Romano no tempo e no espaço.
• Em relação ao tempo, a historiografia divide os estudos sobre Roma em 3 períodos,
segundo o modo de organização política:

7
FUNARI, Pedro Paulo. A Vida Cotidiana em Roma. São Paulo: Ed. AnnaBlume. 2003.

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Monarquia República Império

• 753 a.C. - 509 a.C. • 509 a.C. - 27 a.C. • 27 a.C. - 476 d.C.
Período de formação Período de expansão Período de consolidação
territorial do território conquistado,
surgimento do
cristianismo,
fragmentação territorial
e, por fim, queda do
Império

• Quanto à questão o espaço territorial, observe o mapa a seguir. Ele representa a dimensão
mais extensa a que chegou o Império Romano. Tudo começou na Península Itálica, é
verdade, mas não parou por lá! Veremos essa história toda ao longo da aula de hoje. Estude
esse mapa, veja e repare nos detalhes. Faça relações com os gregos, os persas, os
mesopotâmicos, os egípcios – povos que já estudamos!
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8
VICENTINO, Claudio. Atlas Histórico: Geral e Brasil. São Paulo: Editora Scipione, 2011, p. 47

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7.1 – MONARQUIA: 753 A.C. – 509 A.C.


A Monarquia Romana foi o regime político que se desenvolveu a partir do processo de
ocupação da Península Itálica. Inicialmente, por volta dos anos 2000 a.C., a região estava ocupada
por diferentes povos:
➢ no Centro-Norte, fixaram-se os italiotas (sabinos e latinos);
➢ no Sul, foram os gregos que ali permaneceram (na chamada Magna Grécia).

Nesse momento, a organização social era gentílica (trabalhamos esse conceito na aula
passada, volta lá se você esqueceu, ok?) ou, no máximo, pequenas cidades-estados no sul.
Pesquisas arqueológicas apontam que, aproximadamente por volta de 900 a.C., os povos
etruscos ocuparam a região central da Península e, em seguida, expandiram seus domínios até o
Norte. Entre os séculos VIII e VII a.C., os etruscos fundaram, às margens do Rio Tibre, uma cidade
chamada ROMA, baseada na atividade agrícola.
O processo de organização política e social dos etruscos, a partir da unificação de alguns
desses povos, deu origem à MONARQUIA ARISTOCRÁTICA. Isso porque, no início da formação
de Roma, os patriarcas das famílias (os chefes dos clãs), que se reuniam em um Conselho de
Anciãos para governarem o território, optaram por eleger um rei com funções religiosas, militares
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e judiciais. Esses patriarcas eram conhecidos como PATRÍCIOS e eram os membros do Conselho
de Anciãos.
Proprietários de terras, os patrícios formavam uma verdadeira aristocracia. Eles foram
personagens importantes na história romana porque existiram praticamente em todos os três
períodos: durante a Monarquia; na República; e no Império.
Posteriormente, ainda sob a Monarquia, o Conselho de Anciãos se transformou em uma
organização política mais complexa, o SENADO. Com efeito, as atividades mais importantes do
Senado eram a de escolher os reis e a de aconselhar o monarca. Por sinal, Senado significa,
literalmente (do latim), Conselho de Anciãos.
Importante frisar que, ainda neste período inicial do que viria a ser a República e o Império
Romano, o Senado não possuía plenos poderes para limitar a atuação dos reis. Em muitas
ocasiões, o Senado se encontrava subordinado aos ditames do detentor do poder central. No
geral, as leis eram apresentadas pelos reis e podiam, ou não, sofrer limitações pelo Senado. Os
senadores podiam vetar uma proposta de lei apesentada pelo rei. Além disso, havia um outro
órgão na organização do poder político, a Assembleia das Cúrias (eram 30 cúrias). Esta era
composta pelos cidadãos em idade militar e era responsável pela ratificação de alguns decretos
dos reis.
Com relação à divisão social durante a monarquia romana, havia uma estratificação
hierárquica formada por 4 grupos sociais: os PATRÍCIOS, os PLEBEUS, os CLIENTES e os
ESCRAVOS.

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patrícios

cleintes

plebeus

escravos

➢ Os plebeus eram pequenos camponeses, proprietários de pequenas terras que


produziam, praticamente, para sua subsistência. Era comum os plebeus contraírem
grandes dívidas com os patrícios, especialmente nos períodos em que eram
convocados para guerras de conquista ou para defender a cidade de alguma ameaça
exterior. Por terem que deixar suas pequenas propriedades para atuar nessas
guerras, as terras perdiam sua capacidade produtiva. Assim, ao retornarem, após o
conflito, os plebeus faziam altos empréstimos para poderem recuperar a terra e a
produção. Se, por qualquer motivo, os plebeus não pagassem as dívidas viravam
escravos.
➢ Já os clientes eram plebeus agregados aos patrícios. Em geral, moravam na
propriedade dos patrícios e lhes serviam em funções de altíssima confiança. Por isso,
detinham alguns privilégios e oportunidades de negócios que os plebeus não-
agregados não possuíam. Por exemplo, não viravam escravos por dívidas. Por isso,
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ao longo do tempo, os clientes enriqueceram!


➢ Por último, os escravos eram plebeus endividados - como falamos antes. Os povos
derrotados em guerras também podiam virar escravos, mas, neste momento,
encontravam-se em número reduzido em Roma. Foi no período republicano que a
expansão territorial e as guerras de conquistas tiveram maior importância e, por isso,
o número de escravos aumentou substancialmente. Veremos melhor esse processo
na próxima seção.

A Monarquia, então, entrou em decadência porque alguns reis etruscos se sobrepuseram


política e militarmente ao Senado e aos patrícios. O último rei foi Tarquínio, o Soberbo. Ele foi
deposto em 509 a.C. por uma insurreição de patrícios que o acusou, dentre outros, de
desrespeitar a aristocracia patrícia.
Nesse processo, a Monarquia foi abolida e o SENADO passou a ser o Poder Supremo em
Roma. Fruto dessa disputa entre poder e interesses do rei e poder e interesses dos Senadores,
venceram os últimos, meus caros!!
Assim, inicia-se a instalação da República Romana – assunto que veremos na próxima seção.

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(FUVEST-2001)
“Em verdade é maravilhoso refletir sobre a grandeza que Atenas
alcançou no espaço de cem anos depois de se livrar da tirania... Mas
acima de tudo é ainda mais maravilhoso observar a grandeza a que Roma
chegou depois de se livrar de seus reis.”
(Maquiavel, Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio).
Nessa afirmação, o autor
a) critica a liberdade política e a participação dos cidadãos no governo.
b) celebra a democracia ateniense e a República romana.
c) condena as aristocracias ateniense e romana.
d) expressa uma concepção populista sobre a antiguidade clássica.
e) defende a polis grega e o Império romano.
Comentários
Essa passagem de Nicolau Maquiavel aborda com precisam cirúrgica a tensão da disputa
entre reis romanos do período monárquico e o Senado. Como vimos, o Senado saiu
vitorioso da disputa de poder e constituiu a República. Uma forma de você pensar rápido e
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responder essa questão, sem entrar muito na história é: em Roma, o que veio depois dos
reis? Pronto, não poderia ser o Império, pois este se formou após a República.
Gabarito: B

7.2 – REPÚBLICA 509 A.C.– 27 A.C.


Chegamos à República. Foram 5 séculos marcados por 4 elementos centrais:
1- Formação das instituições Republicanas, principalmente, o SENADO.
2- Expansão Militar e Marítimo Territorial, conforme o mapa colocado no início da aula (volte
lá agora e observe a legenda).
3- Conflitos sociais entre plebeus e patrícios, no que se refere à busca por igualdade jurídica e
maior participação social para os primeiros.
4- Desenvolvimento de uma economia escravista.
Atenção: não continue lento sem prestar muita atenção agora:
A expansão territorial e o conflito entre patrícios e plebeus estão diretamente relacionados. Isto
porque a expansão significou a conquista e concentração de terras, majoritariamente para
patrícios. E terra era um critério de participação política e direitos (cidadania aristocrática). Assim,
VOCÊ PRECISA pensar as duas coisas de maneira complementar. Na prática, se você fizer uma
linha do tempo, perceberá que, enquanto a República expande, os conflitos sociais aumentam,
por um lado, e, por outro, os plebeus conquistam direitos. Não se percam no tempo e nem nas
relações causais.

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Eu vou expor os dois elementos de maneira separada, mas você preste atenção às datas e
correlacione o tempo todo, ok!

7.2.1 – Estrutura política na República Romana

Querida e querido aluno, vem aqui comigo articular uma coisa: quando os patrícios se
sublevaram e derrubaram o rei Tarquínio o poder não ficou vazio, certo? Corretíssimo!
Os patrícios elevaram o SENADO ao posto de Poder Supremo de Roma. Além disso, criaram
outras instituições políticas: a MAGISTRATURA; e quatro diferentes tipos de ASSEMBLEIA (a
Curial, a Centurial, a Tribal e a Plebeia).

Instituições
Políticas

SENADO MAGISTRADO ASSEMBLEIA


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Quero que você saiba que esse novo arranjo político-institucional conformou a República
– uma nova maneira de organizar o poder na qual este era exercido por meio de
instituições com o objetivo de organizar a coisa pública – res-publica, em latim. Assim, o
Senado, a Magistratura e as Assembleias compunham essa nova estrutura de organização
política-administrativa. Nesse modelo não havia concentração de poder nas mãos de uma
única pessoa. Mas, fica esperto com as mudanças que foram ocorrendo ao longo do
tempo, porque são elas que nos ajudam a entender o porquê a República se desintegrou
e deu lugar ao Império. Beleza? 😊

Dito isso, vejamos como eram, na prática, as instituições da República Romana?


É importante saber como estava dividido o poder na Roma Republicana. O SENADO era
composto por 300 patrícios.

- Só patricinhos, profe? !!! -Sim, queridos!!

E os cargos eram vitalícios, ou seja, duravam até a pessoa morrer! A função do Senado foi
aprimorada para criarem leis, organizarem as finanças e, também, as estratégias de guerra, se
necessário.
Já a MAGISTRATURA, cuidava das questões executivas, ou seja, administrar e executar o que era
decidido pelo SENADO, reunia cargos práticos como:
• cônsules: esse cargo era superimportante e quero que vocês memorizem o cargo de Cônsul.
Duas pessoas ocupavam o cargo, logo, dois cônsules. Um presidia o SENADO e, outro, a

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Assembleia Centurial. Ambos podiam propor leis. Portanto, eles faziam uma ponte entre
as 3 principais instituições republicanas. Sacaram?
• pretores: eram responsáveis por administrar a justiça.
• censores: os censores organizavam o censo da população. O censo era importante, pois
era feito com base na renda e a renda era elemento decisivo para a localização das pessoas
na estrutura institucional da República Romana. Na prática, a definição de cidadão estava
aqui, pois, a depender da renda, o romano podia ou não ser considerado cidadão. Ademais,
a título de curiosidade, o censor também garantia a "moralidade pública" e supervisionava
certos aspectos das finanças governamentais. Dessa condição surgiu a origem do sentido
moderno das palavras "censor" e “censura".
• ditadores: eram nomeados pelo SENADO, mas apenas no caso de guerra civil e convulsão
social grave. Tinham um prazo de 6 meses para resolverem as situações críticas.

- Mas Profe Alê, magistratura não tem a ver com juiz, como assim, função executiva?

– Pois é, gente, na Roma Antiga, magistratura não tinha a ver com poder judiciário, tal como
nos dias atuais. A palavra magistratus, em latim, quer dizer “o cargo de governar”. Ou seja,
aqueles que ocupam cargos políticos. Os magistrados eram eleitos para mandatos de 1 ano para
executar diferentes atividades, como afirmei acima.
Outro elemento importante: embora não fosse proibido aos plebeus ocupar cargos na
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magistratura, na maioria das vezes, eles não participavam, pois precisavam trabalhar em outras
ocupações uma vez que as funções públicas não eram remuneradas. Ao longo da aula você vai
notar que, diferentemente da Roma monárquica, durante a República alguns cargos de poder
passaram a ser gradualmente acessíveis aos plebeus. Fica ligado!
Sobre as ASSEMBLEIAS, anote o seguinte:
Assembleia Curial, era responsável por assuntos religiosos;
Assembleia Centurial reunia a organização militar de Roma, sendo dividida em
centúrias (98 centúrias patrícias e 95 centúrias plebeias);
Assembleia Tribal era responsável por assuntos civis e dividida por região (35
Assembleias Tribal);
Assembleias da Plebe, ou Conselhos da Plebe, eram o espaço em que os plebeus
votavam leis. No início, as Assembleias da Plebe apenas deliberavam sobre questões
que afetassem os plebeus, depois, por volta de 287 a.C., projetos de leis gerais –
sobre todas as questões de Roma – também podiam ser discutidos e votados nesse
espaço político dos plebeus.
Desses tipos de ASSEMBLEIAS, com certeza, a CENTURIATA era a mais importante
politicamente. O critério para esta divisão era censitário, ou seja, em cada camada podia participar
pessoas com determinada renda. Logo, não havia uma distribuição harmônica do número de
pessoas em cada camada já que o número de plebeus era muito maior que o número de patrícios.
Além da característica de organização militar, a CENTURIATA possuía as seguintes competências:

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• eleger os cargos da MAGISTRATURA;


• votar leis referentes à declaração de guerra e de paz;
• decretar a pena capital (de morte) aos cidadãos romanos.
Observe a seguir o Sistema censitário de distribuição de votos na Assembleia:

A distribuição dos votos em cada camada era proporcional à riqueza (era um critério censitário,
não se esqueça disso), e não à quantidade de pessoas de cada grupo social. Por isso, muitos
historiadores afirmam que mesmo com o fim da Monarquia não houve alteração substancial na
distribuição de poder em Roma. Assim, o poder foi exercido majoritariamente na aristocracia
patrícia e nas camadas mais ricas da sociedade devido ao fato de ocuparem os cargos do SENADO
e a maioria dos cargos mais importantes. Dessa forma, os estudiosos desse assunto classificam a
República romana como uma “República Aristocrática”.
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Veja que havia grande desigualdade em Roma e, por vezes, os plebeus se sentiam
marginalizados das principais decisões da República. Essa situação era uma fonte de tensão social
permanente. Roma era uma “panela de pressão”. Os plebeus estavam prontos para a insurgência!

O resultado desses conflitos, ao longo da história romana, alterou a participação política e o


sistema de votação nessas instituições. Os plebeus, especialmente os mais enriquecidos, lograram
êxito e ampliaram sua participação nos processos decisórios em Roma. Veremos isso mais adiante,
quando tratarmos dos impactos da expansão territorial e militar romana.

Vamos lá, muita atenção na próxima seção da aula, pois vou explicar os conflitos entre
plebeus e patrícios e as leis que surgiram ao longo do tempo.

7.2.2 – Lutas sociais e conquistas da plebe

As desigualdades econômicas e políticas entre patrícios e plebeus causavam uma situação


tensa em Roma. Apesar de o poder não estar completamente concentrado no grupo dos patrícios,
como vimos acima, estes detinham diversos privilégios não acessíveis aos plebeus.
Perry Anderson afirma que a estrutura de poder não era exatamente oligárquica na forma
- em relação às instituições - e sim profundamente aristocrática no conteúdo das leis e da política,
“pois atrás dela configura-se uma estratificação econômica da sociedade romana de ordem
bastante diversa” (1989, p. 56).

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Portanto, por mais que houvesse previsão para participação política de diferentes grupos
sociais, a questão da desigualdade social impactava a disputa equilibrada de interesses. Assim,
patrícios conseguiam continuar aprovando leis que os beneficiavam. Um exemplo disso, é a
existência da escravidão por dívidas, até 326 a.C., que assolava o plebeu mais empobrecido. Na
ampla maioria das vezes essas dívidas eram contraídas com os patrícios.

Contudo, o funcionamento e a proteção militar da cidade dependiam dos plebeus, já que eles
garantiam a superioridade numérica das forças militares em Roma. Por isso, nas primeiras décadas
republicanas, nesse contexto conflituoso, os plebeus foram percebendo sua importância para a
cidade e iniciaram uma série de lutas sociais e políticas que durariam mais de cem anos.

Vejamos como começou:


Em 494 a.C., portanto 15 anos após a queda da Monarquia, os plebeus fizeram uma espécie
de greve (paralisação coletiva de atividade profissional). Essa mobilização ficou conhecida como
Revolta do Monte Sagrado. Todos os plebeus saíram da cidade deixando-a desprotegida e
desabastecida. Subiram uma montanha chamada Monte Sagrado. De lá, emitiram exigências
pedindo ampliação na participação política dos plebeus nas instituições políticas da República.
Caso não fossem atendidos, construiriam uma nova cidade.
O desfecho desse conflito foi a criação do cargo TRIBUNO DA PLEBE. Era um cargo no
SENADO a ser ocupado por um Plebeu, eleito entre os mesmos. Lembra-se de que, até antes da
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Revolta, no Senado, só podiam participar os patrícios? Então, agora, os plebeus também podiam!
Eram 2 vagas de Tribuno da Plebe. Eles tinham a função de vetar leis que fossem inapropriadas
para a classe que representavam.
Em diversos outros momentos, alguns mais tensos e outros menos, houve Revoltas Plebeias.
Acompanhe abaixo a cronologia e o significado de cada uma dessas conquistas, cujo sentido
histórico foi aumentar a participação política dos plebeus, bem como garantir mais direitos de
cidadania a esse grupo. Se liga aí!!
450 a.C.: Lei das 12 Tábuas – até então, o direito era oral e baseado nas tradições
populares. Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos interesses e
dos poderes das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram a ser
escritas. Foi feita a compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade, sendo
aplicada a patrícios e plebeus. Essa situação possibilitou que as leis se tornassem mais
acessíveis a parcelas mais amplas da população.
445 a.C.: Lei da Canuleia – essa norma tornava legal o casamento entre grupos sociais
distintos, ou seja, patrícios e plebeus podiam se casar. Isso potencializou a ascensão social
dos plebeus enriquecidos. Com o tempo, essa relação matrimonial entre esses dois grupos
sociais deu origem a um terceiro grupo conhecido como nobilitas.
367 a.C.: Lei de Licínia – essa lei marcou outro momento importante da história política das
lutas dos plebeus por maior participação nas instituições da República. A partir dela, os
Plebeus puderam ocupar o maior cargo da Magistratura, o de Cônsul. Em 366 a.C. foi eleito
o primeiro Consul Plebeu. Foi a partir da Lei Licínia que dois cônsules passaram a ser eleitos:

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um patrício e um da plebe. Além disso, a mesma lei definiu que as terras conquistadas em
guerra deveriam ser distribuídas e extinguiu a escravidão por dívidas de um plebeu a um
proprietário rural.
326 a.C.: Lei de Poetélia Papiria – garantiu direitos civis aos plebeus, pois aboliu a
possibilidade de escravidão por dívidas de uma forma geral. Por meio dessa lei não a
pessoa que deve, mas seus bens é que podiam ser responsabilizados pelos seus débitos ou
por débitos alheios. Ou seja, o corpo não podia mais ser submetido a ponto de ser
escravizado em razão de dívidas. Com isso, os plebeus não ficavam completamente
submetidos aos grupos mais ricos.
300 a.C.: Lei de Ogúlnia – essa norma dizia respeito a outro elemento fundamental da vida
social e dos direitos civis dos cidadãos: o direito à igualdade religiosa. Na Roma Antiga, os
plebeus não podiam adorar diretamente os deuses mais importantes. O historiador Fustel
de Coulanges afirma sobre as religiões politeístas da antiguidade que: “Não somente não
oferecia à adoração dos homens a um único deus, mas ainda seus deuses não aceitavam a
adoração de todos os homens”9. Na prática, isso significava que plebeus não podiam
ocupar postos religiosos mais relevantes. Essa Lei concedeu igualdade religiosa a todos,
permitindo que os plebeus, enfim, alcançassem altos cargos sacerdotais.
287 a.C.: Lei de Hortênsia – estabeleceu que as decisões da Assembleia tinham força de
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lei. Com isso, as decisões da Assembleia da Plebe passaram a valer para todo o território
romano. É dessa força da Plebe que vem a noção de “plebiscito”, isto é, uma decisão válida
para o todo.
Contudo, as mudanças no contexto, decorrentes da expansão territorial romana, também
foram responsáveis por alterar as relações sociais e políticas vigentes no início da República.

7.2.3 – Expansão Territorial

Nesse tempo todo, enquanto as instituições romanas eram aperfeiçoadas e as crises


políticas internas entre patrícios e plebeus se aprofundavam, o Senado e os Cônsules organizaram
um processo de expansão territorial de Roma.
Sim, caro aluno e aluna, tratou-se das famosas conquistas territoriais romanas, as quais
mudaram completamente a estrutura política, econômica e social de Roma. Essa é a principal
característica do período Republicano. Esse processo pode ser dividido em 3 momentos:

9
Fustel de Coulanges. A cidade antiga. http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/cidadeantiga.html.Acesso
em 4-02-2019.

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Processo de expansão
territorial romana

Projeto Mare Nostrum

2- Conquista de terras na costa 3- Expansão pelo


1- Unificação de todo o do Mar Mediterrânea. 3 guerras
território da Península Itálica contra Cartago, conhecidas como
Mediterrâneo Oriental e na
Guerras Púnicas Península Ibérica

Séc. IV ao III a.C. 264 a.C. até 146 a.C Século II e I a.C.

CRESCIMENTO DA ESCRAVIDÃO, DISPUTAS POR TERRAS E PODER DO EXÉRCITO ROMANO

Depois de passar o 1º Momento de unificação dos povos da Península Itálica,


motivado pela necessidade de organizar o abastecimento de produtos e por
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eliminar as ameaças regionais, ocorreram as Guerras Púnicas. Esse assunto, embora


não seja tão recorrente é importante ser lembrado porque evidencia o momento
em que povos da Antiguidade Oriental e Ocidental se cruzaram.

Cartago era uma cidade de origem fenícia que ficava no Norte da África. Portanto, podemos
afirmar que ela tinha um papel importante no comércio marítimo no Mar Mediterrâneo. Para que
Roma concretizasse seu Projeto Mare Nostrum (dominar territórios banhados pelo mediterrâneo
para controlar todo o comércio marítimo dessa região) era necessário conquistar o lugar ocupado
por Cartago, até então.

Cartago ficava muito próxima à Ilha de Sicília – aliás, Cartago dominava esta Ilha Italiana.
Por isso, a cidade fenícia conseguia monopolizar a movimentação marítima entre os povos do
mediterrâneo Ocidental e Oriental.

Agora, articula comigo:


Essa posição não é bem estratégica?
Não é útil tanto para Cartago quanto para os romanos?
Vocês acham que os cartagineses iriam abrir mão de controlar o comércio marítimo no
mediterrâneo?

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Se suas respostas para as perguntas acima foram SIM, SIM e NÃO, você está ligado que
isso só podia dar em guerra, certo? Pois bem, a causa das Guerras Púnicas (Roma versus Cartago)
foi essa disputa pela hegemonia comercial na região do Mediterrâneo.
O primeiro round começou em torno da posse da Sicília. E demorou muito para essa “treta”
acabar (ei, não vá escrever treta na prova, hein?). Entre 246-146 a.C. Roma e Cartago travaram
batalhas que dariam muitos capítulos de alguma série da Netflix.
O último capítulo dessa história real foi Roma, em 146 a.C., atacando definitivamente
Cartago que, durante 3 anos, defendeu-se até ser completamente destruída. Diz a lenda (lenda
mesmo porque trabalhos arqueológicos na região não conseguem encontrar o local exato dessa
batalha) que o General Romano, Cipião Emiliano, deu ordem para matar todos os soldados e toda
a população. Os sobreviventes teriam sido escravizados e a terra salgada para que nela nada mais
germinasse (meio lenda mesmo, porque o sal era mega caro naquela época, mas vai que...).
Depois de eliminar a principal “concorrência”, segue o terceiro momento do processo de
expansão territorial romana. Roma partiu para dominar regiões na Península Ibérica e no
Mediterrâneo Oriental - nas terras do Império Macedônio. Também chegou a conquistar o Egito
(em 30 a.C.).
De qualquer maneira, o objetivo de tornar Roma hegemônica no Mar Mediterrâneo passou
a ser uma realidade, tanto que foi implementado uma moeda romana com a inscrição “mare
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nostrum” para a realização do comércio marítimo nessa região. Há alguns historiadores que
afirmam ter se consolidado uma política imperialista (política de dominação – veja a explicação do
conceito no final da aula, na seção Dicionário Conceitual) por parte de Roma.
Essa longa experiência de expansão territorial acarretou várias consequências. Vamos
começar a discuti-las?
1.2.3.1 – Consequências da expansão romana
Pensa comigo: expandir território por meio de guerras significava, na prática, conquistar
terras e pessoas, certo? Essas foram as duas medidas de riqueza na República Romana. Assim, a
expansão do território romano, por meio das conquistas que comentamos anteriormente, deu
origem a uma nova sociedade com nova estrutura econômica e social.

Leia o que escreve o professor Perry Anderson:


“O crescimento prematuro da República Romana seguiu o curso normal de qualquer
Cidade-Estado clássica ascendente: guerras locais com cidades rivais, anexação de
terras, sujeição de “aliados”, fundação de colônias. Em aspecto crítico, no entanto, o
expansionismo romano se distinguia em princípio da experiência grega”10

10
ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989, p. 51

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Perry Anderson afirma, na citação acima, que o expansionismo romano se distinguia da


experiência grega. Em quais aspectos? Você é capaz de dizer?
Veja bem, a expansão grega, especialmente a ateniense, teve um sentido ligado à fundação
de colônias para a consolidação do comércio marítimo. Além disso, a escala de conquistas era
infinitamente menor, uma vez que, na Grécia, não havia Estado centralizado. Já em Roma, os
objetivos eram: conquistar terras para a agricultura, mão de obra escrava e, por consequência,
controlar o comércio do Mar Mediterrâneo. Tudo isso em grande escala!! Por fim, Roma era uma
República com uma estrutura centralizada de poder – como vimos. Fica MUITO ligado nessas
comparações.

Economicamente, a agricultura de subsistência ganhou escala mercantil e o máximo


controle da terra pelos grandes proprietários. Os novos territórios conquistados foram
incorporados como propriedade privada dos já enriquecidos nobilitas. Assim, os historiadores
afirmam que houve aumento da concentração fundiária, ou seja, poucas pessoas detinham grande
parte dos latifúndios que se formavam nesse processo. As riquezas advindas das conquistas não
eram distribuídas de maneira igualitária, harmônica ou proporcional à participação da população
nas guerras. Tal situação levou os pequenos lavradores à falência, pois não podiam concorrer com
os latifundiários que mantinham sua produção em larga escala por meio do trabalho escravo.
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- Mas, Profe Alê, porque os plebeus também não podiam ficar com as terras, eles não foram para
as guerras?

Querida e querido aluno, para entender isso devemos nos atentar para o modo como
estava organizado esse processo de expansão territorial. Preste atenção:
Não havia apenas um único exército romano, centralizado a partir do SENADO ou da
MAGISTRATURA. As conquistas territoriais eram parte de empreendimentos privados
organizados por pessoas muito enriquecidas. No entanto, cada guerreiro arcava individualmente
com seus instrumentos de guerra - como escudos, capacetes e espadas. A maioria da população
era formada por plebeus, então, eram estes que garantiam a força numérica de Roma sobre seus
conquistados. Sacou? Aliás, uma prática que vinha desde o período da Monarquia.

E quem era o plebeu, meus caros? Só para lembrar porque já falamos dele, lá
na seção sobre Monarquia, ele era o pequeno proprietário que, na maioria das
vezes, hipotecava suas poucas terras para conseguir financiar as investidas
militares de conquista e, com isso, tentar acompanhar a expansão romana.
Tratava-se de um investimento. Ou seja, o plebeu era um pequeno
empreendedor que assumia sozinho todos os riscos pela empreitada.

Acontece que as “campanhas militares” (incursões de tentativa de conquista sobre


territórios fora de Roma), geralmente, eram organizadas pelos grandes proprietários – patrícios e
nobilitas, não era isso? Então, ao final da conquista - quando bem-sucedida - eram estes que

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ficavam com a amplíssima maioria das riquezas conquistadas – quer fossem terras, quer fossem
pessoas (os escravizados).
Ao plebeu endividado, na maioria das vezes, caberia entregar suas terras como parte do
pagamento de suas dívidas e ir para a cidade em busca de alguma colocação profissional.
Sob esse cenário de concentração fundiária, muitos plebeus passaram a ficar ociosos nas
cidades, sem oportunidades! Em outras palavras, ocorreu o êxodo rural em direção às cidades.

- Mas Profe, aff Alê, por que a cidade não oferecia oportunidade? Não “tô” entendendo!

Calma, querida e querido aluno!!! Para entender essa questão vamos acrescentar
uma nova informação. Vamos comigo!!
No contexto das conquistas militares, consolidou-se o modo de produção
escravista, ou seja, a estrutura econômica/produtiva passou a utilizar a mão de obra
escrava em larga escala. Tudo em Roma era operacionalizado com escravos, mas, agora,
os conquistados, subjugados nas guerras. Eles atuavam na agricultura, como artesãos, em
atividades domésticas, no comércio, como gladiadores e, até mesmo, como professores! UAU!
Diferentemente da escravidão entre os povos do Oriente Próximo, na Roma Antiga o
escravo era uma riqueza privada ou uma mercadoria comercializável nos mercados especializados.
Há documentos estatísticos da época que dão conta da entrada de milhares de escravos por dia
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em Roma. Um estudo demográfico sobre a Itália, de P.A Brunt, Italian Manpower, estima que em
225 a.C. havia 600 mil escravos; já em 43 a.C. esse número chegou a 3 milhões para uma
população em torno de 7 milhões!!!!
É por isso que ao plebeu não restava oportunidade, afinal, todas as atividades antes
exercidas por plebeus livres passaram a ser realizadas por escravos conquistados nas guerras pela
expansão territorial. Percebe o problema e a bola de neve que se formava? Lembre-se, também,
que os plebeus conquistaram o direito de não serem escravizados por dívidas (seção 1.2.2 do Livro
Digital).
Então, agora, vamos pensar juntos: imagine as duas condições, a dos plebeus e a dos
escravos, como uma engrenagem que produzia uma determinada situação social. Qual seria o
produto dessa interação entre plebeus, escravos, patrício e nobilitas no contexto das conquistas
territoriais? Amplas tensões sociais, Bixo!!

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O produto desse contexto e dessas interações


foi uma cidade abrigando uma massa de
ociosos miseráveis, os plebeus, que não
encontravam empregos. E os escravos,
igualmente miseráveis!

Assim, em 133 a.C., os plebeus elegeram um


Tribuno da Plebe que tinha como plataforma
política a reorganização da distribuição das
terras públicas – reforma agrária. Essa figura era
o famoso Tibério Graco. Leia um trecho do
discurso de Tibério sobre os plebeus:

"Os homens que combatem e morrem pela Itália têm o ar, a luz e mais nada (...).
Lutam e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outro, mas embora sejam
chamados senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu." 11
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Quero chamar sua atenção para o fato de que a proposta de Tibério tratava sobre terras
públicas e não sobre as privadas. A proposta da Lex Sempronia Agraria estabelecia que nenhum
cidadão podia possuir mais do que 125 hectares de terras públicas e que todas as terras além deste limite
seriam confiscadas. Os patrícios ocupantes dos cargos do SENADO se opuseram à ideia.
A proposta de Tibério foi a distribuição de pequenos lotes para os pobres para que
plantassem e comessem. Sem apoio no SENADO, Tibério contou com a aprovação das leis na
Assembleia, apesar da resistência de patrícios e nobilitas. No entanto, não foi colocada em prática
porque os patrícios sabotaram a destinação de recursos para viabilizar a reforma agrária e porque
Tibério e mais 300 de seus seguidores foram assassinados a pauladas por uma multidão a mando
de alguns senadores mais radicais. Segundo o historiador grego Plutarco (46 d.C. a 120 d.C.), esse
linchamento foi o primeiro ato de violência civil em Roma.
Alguns anos mais tarde, em 124 a.C., o irmão de Tibério, Caio Graco, também foi eleito
Tribuno da Plebe. Tal como seu irmão, sua plataforma era diminuir a desigualdade social e a
situação insustentável dos plebeus na cidade romana. Porém, diferentemente de Tibério, Caio
teve mais êxito e conseguiu aprovar:

11
Tibério Graco apud ANDERSON, Passagem da antiguidade ao feudalismo, 1989, p.60.

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✓ a lei de distribuição de lotes públicos.


✓ um subsídio para a venda do trigo – que era a base da refeição da população pobre urbana.

Além disso, Caio Graco sabia que seus maiores opositores estavam no SENADO, portanto,
para resolver o problema pela raiz era necessário descentralizar o poder político fortalecendo
outros grupos e outras instituições.
Assim, Caio fez uma série de propostas que objetivavam fortalecer o poder político dos
cavaleiros – generais comerciantes enriquecidos com algumas conquistas romanas. Estes eram
favoráveis às medidas para amenizar as tensões geradas pela desigualdade social e pela miséria
urbana, as quais, como vimos, eram decorrentes da concentração de terras e de riquezas.

Nesse contexto, os cavaleiros se tornaram responsáveis pelas operações financeiras e


pela cobrança de impostos, bem como passaram a integrar o tribunal do júri. Essas
medidas foram precursoras de uma situação que veremos adiante: o poder político
acumulado pelo exército.

Caio foi eleito duas vezes, na terceira eleição foi assassinado. Na sequência, suas
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medidas foram revogadas. Entretanto, suas ideias não podiam ser apagadas, pois tinham ganhado
mentes e corações de uma parcela significativa da sociedade romana! Os seguidores do Caio
Graco organizaram um grupo, algo como um “partido”, conhecido como “os populares”. Os
populares faziam oposição ao grupo político dos senadores chamado de “os melhores”. As
tensões sociais só aumentariam daí em diante.
Diante de um contexto de instabilidade política e de descrédito das instituições
Republicanas, especialmente do SENADO, os generais romanos começaram a se destacar e, cada
vez mais, ocupavam espaços políticos importantes. Alguns generais eram muito carismáticos,
outros tinham origem plebeia e, assim, ganhavam muito prestígio entre as camadas mais baixas.
Caio Mario, por exemplo, foi um general defensor da plebe, eleito Cônsul por sete vezes.
Além disso, também havia generais que eram apoiados pela aristocracia patrícia, como Sila (ou
Sula), e atuavam politicamente para defender os interesses das camadas altas da sociedade
romana. Sob esse quadro, é possível afirmar que grande parte da sociedade romana apoiava um
governo formado por generais.

Você está percebendo que a situação política em Roma era insustentável? Percebe que
apesar de ser uma República, as instituições desse regime político já não serviam às novas
configurações da estrutura econômica, social e política? É, querido e querida, estamos próximos
de ver o desfecho da República Romana. Fiquem espertos!!

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7.2.4 – Crise da República

Percebam que as instituições republicanas não estavam sendo capazes de dar uma solução
republicana para as tensões sociais e políticas que marcaram o último século da Era antes de Cristo
(século I a.C.). Por isso, nesse contexto de crise republicana, houve a ascensão dos generais ao
poder político. Tome nota dessa informação e vamos ver como isso ocorreu. Espera, alguém
perguntou algo?

- Mas, Profe, o que seria uma possível solução republicana?

Podemos adotar uma perspectiva geral e dizer que uma resposta republicana
para uma crise política e social seria os governantes primarem pelo diálogo e
pela transparência na busca do equilíbrio político a fim de harmonizar os
interesses e as expectativas dos diferentes grupos sociais em disputa. Tudo
isso sem nunca esquecer que a solução final deve servir ao interesse público.
Aliás, os próprios romanos, algumas vezes, dedicaram-se a estudar quais seriam as melhores
mudanças institucionais para solucionar crises políticas, como quando foi criado o Tribuno da
Plebe. A tradição romana do estudo das leis e das instituições é referência até os dias atuais, é a
base do Direito Ocidental. Continuemos!
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Em 107 a.C., como dito acima, o carismático General Mário foi eleito Consul. No seu mandato,
procurou amenizar as tensões sociais por meio do acolhimento de demandas populares. Veja:
✓ profissionalizou o exército;
✓ criou uma carreira com hierarquia e ascensão de cargos;
✓ criou o soldo (salário);
✓ definiu critérios para distribuir as riquezas das conquistas;
✓ instituiu o direito a um pedaço de terra para soldados que completassem 25 anos de
carreira.
Isso representava uma garantia aos plebeus, pois lhes dava condições de sobrevivência.
Consequentemente, mais pessoas foram atraídas para as carreiras militares de modo que o
número de soldados cresceu. Nesse sistema de salários e recompensas, os comandantes eram os
responsáveis por remunerar as tropas, elemento que facilitava a obediência e a lealdade de seus
subordinados.

Veja, embora as medidas do General Mário tivessem sido fundamentais para


amenizar as tensões sociais com os plebeus, a guerra entre os plebeus e o
grupo “dos melhores” continuava cada vez mais forte a ponto de uma
iminente guerra civil estourar em plena Roma. Isso porque, o problema era
estrutural, do sistema romano como um todo.

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Então, em 86 a.C., outro general apareceu no cenário. Foi o General Sila, incontestável
aliado dos Senadores patrícios conservadores, aqueles que não desejavam mudanças! Ele invadiu
Roma, fechou o Senado, instaurou um regime ditatorial e iniciou uma perseguição aos “os
populares” para atender aos interesses de seus parceiros.
Porém, Sila não ficou muito tempo no poder. Em 79 a.C., ele abandonou o posto. Não
aguentou a pressão das exigências de parte dos patrícios, das revoltas plebeias, das revoltas dos
escravos, em suma, dos conflitos entre “os populares” e “os melhores”. Será que era mais fácil
vencer uma guerra do que resolver crises políticas internas?
Nos anos subsequentes, vários generais tentaram comandar o poder em Roma.
UMA REVOLTA ESCRAVISTA EM ROMA

Estamos falando bastante das revoltas sociais impulsionadas pelos plebeus e homens livres em
geral. Mas quero que você se lembre-se de que foram centenas as revoltas de escravos contra o
sistema que os subjugava. A mais famosa dela, que inclusive inspirou filmes, foi a de Spartacus. A
Revolta de Spartacus ocorreu entre os anos de 73 e 70 a.C. Esse período histórico está inserido
no auge da escravização na República de Roma e nas mudanças político-sociais da época. No
meio desse fuzuê todo, o que ninguém contava era com um simples gladiador na região de Cápua
chamado Spartacus. Você não sabe, gente.... o cara já tinha uma tendência a ser “o loco das
ideias” e ficava doutrinando contra a escravidão! A liderança de Spartacus, somada ao cansaço da
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vida humilhante como mercadoria, fez ele virar um “mito”. Então, ele elabora um plano:
primeiramente, organizou uma pequena revolta com os que compartilhavam da mesma realidade.
Já o governo romano apenas mandou algumas tropas para abafar o caso, botando muita pouca
fé nesse movimento. Assim, Spartacus e seus parceiros ganharam a batalha e ainda conseguiram
mais marginalizados e descontentes para somar.
Dessa vez, o exército romano massacrou. A maioria dos revoltosos foi morta e a parte pequena
dos sobreviventes foi crucificada ao longo da Via Áppia (dá uma olhadinha no próximo quadrinho
de curiosidades as informações sobre a via Áppia) com a intenção de mostrar ao resto da
população o que aconteceria se saíssem da casinha. “Os loucos das ideias” não tinham vez em
Roma.

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Até que em, 59 a.C., surgiu um general que é famoso até os


dias de hoje: Júlio César!!!
Júlio César era sobrinho do General Mário e, como o tio, tinha
grande carisma entre a população romana. Habilidoso
politicamente, ele assumiu como Cônsul em meio a uma forte
instabilidade política.
Ele sabia que seria muito difícil governar sozinho. Assim,
articulou a divisão do cargo de Cônsul em 3 partes, fruto de
uma aliança entre ele, Pompeu e Marco Crasso. Isso significou
uma desconcentração do poder de direção de Roma, pois
seria um governo formado por 3 pessoas, na verdade, 3
generais.
Esse governo dos 3 generais ficou conhecido como 1º
Triunvirato e durou de 60 a. C. a 53 a.C. De certa forma, essa
formação procurava representar a diversidade de forças políticas e interesses presentes no
contexto. Veja no esquema os generais que formaram o triunvirato:
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Apesar dessa tentativa, Pompeu –


ligado aos interesses senatoriais – tinha
relações estremecidas com Júlio César. Em 54
a.C., Crasso morreu em uma Batalha .
Nesse momento, o Senado tentou reaver sua
importância política e nomeou Pompeu como
único Cônsul, acabando com a fórmula do
triunvirato de César. Por sua vez, César, que
estava em Batalha na Gália, voltou com sua
legião para Roma e iniciou uma guerra civil.
Venceu e proclamou-se ditador romano!!!!
O Governo de Júlio César, entre 54
a.C. e 44 a.C., foi marcado por uma
concentração de poder em suas mãos. O SENADO (que, vamos combinar: já estava no pó da
rabiola – como diríamos lá no interior) teve seu poder diminuído. Evidentemente, as conspirações
contra César foram muitas! Em 44 a.C., quando nomeado pelo SENADO ditador vitalício
(permanência no cargo até o fim da vida da pessoa), ele foi assassinado sob encomenda de um
grupo de senadores incomodados com a concentração de poderes nas mãos de César.

12
Fonte: https:<//www.shutterstock.com/pt/download/confirm/267726527?size=medium_jpg>.
Acesso em 7-02-2019.

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(FUVEST-1990)
A expansão de Roma durante a República, com o consequente domínio da
bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e
econômicas, dentre as quais:
a) marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado.
b) fortalecimento da classe plebeia, expansão da pequena propriedade, propagação do
cristianismo.
c) crescimento da economia agropastoril, intensificação das exportações, aumento do
trabalho livre.
d) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosa classe de
comerciantes, aumento do número de escravos.
e) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de
mão-de-obra escrava.
Comentários
Veja aluno e aluna, o enunciado da questão menciona o “domínio da bacia do
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Mediterrâneo” e o que sabemos sobre a relação entre economia e Mediterrâneo?


Sabemos que as rotas marítimas eram importantes para a expansão comercial e que, por
meio do Mediterrâneo, Roma fez sua expansão territorial, fato que levou à escravização de
povos vencidos. E mais, expandindo comercialmente, os beneficiários da riqueza gerada
pelo comércio só podiam ascender socialmente, uma nova classe. Portanto, a questão quer
saber se você, vestibulando, consegue articular os elementos dados no próprio enunciado.
Sacou? Basta ter atenção!!! A letra a) alega que houve industrialização e êxodo urbano,
situações fora de contexto. A industrialização foi algo de século mais tarde e o êxodo
urbano foi uma característica do final do Império Romano, no momento da República,
ocorreu o contrário, os pequenos agricultores tiveram que migrar para as cidades. A letra
b) também apresenta um aspecto fora de contexto, sobre o cristianismo. O cristianismo foi
uma religião que passou a fazer parte da vida social romana no período do Império (veja
mais adiante na aula). Sobre a expansão da pequena propriedade, ela não expandiu, por
mais que os irmãos Graco tivessem tentado leis favoráveis aos plebeus. Já a alternativa c)
fala de trabalho livre, viagem total, além dos povos escravizados na expansão territorial
romana, os plebeus e agricultores endividados também viravam escravos. Por fim a d) faz
uma afirmação contrária ao que, de fato, ocorreu na história: os latifúndios em Roma só
cresceram, característica que faço questão de realçar nesta aula, pois era algo próprio da
estrutura do sistema econômico dos romanos.
Gabarito: D

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Logo na sequência da morte de César, em 43 a.C., um novo triunvirato se formou, o 2º


Triunvirato. Os generais dessa formação eram de confiança de Júlio César, inclusive, um deles –
Otávio – era seu sobrinho. Mas, cuidado com essa informação: até aqui já deu para perceber que,
nesse finalzinho de República, ninguém confiava em ninguém. E com razão, né? Além disso, havia
algo de diferente nesse governo tripartido: cada um desses generais recebeu uma parte do
vastíssimo território romano para governar. Vejamos o novo triunvirato e a parte do território que
foram designados a exercer seu poder:

A história conta que Otávio exilou Lépido, que não voltou mais a aparecer nesse cenário.
Enquanto isso, Marco Antônio estava no Egito. Conheceu a poderosa Cleópatra. Os dois se uniram
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com a intenção de concentrar poder. Marco Antônio achava que teria acesso a mais recursos
disponíveis no vale fértil do Egito e a rainha egípcia acreditava que, com Marco Antônio, ela
poderia recuperar o legado do antigo império macedônico – que já estava praticamente todo
dominado por Roma.
Mas isso não entrava nos planos do grande Otávio, pois, na prática, o sucesso de Marco
Antônio e de Cleópatra acabaria enfraquecendo-o. A situação piorou quando, no Ocidente,
chegou a notícia de que Marco Antônio reivindicava ser o verdadeiro herdeiro de César.
Imediatamente, Otávio responde: herdeiro sou eu!!! Brincadeiras à parte, Otávio realmente
declarou guerra Marco Antônio, pois via seu casamento com Cleópatra como uma traição a Roma
e uma ameaça direta ao seu poder.
Surpreendentemente, como um Shakespeare anacrônico, Cleópatra e Marco A. se
suicidam!
Otávio conquistou o Egito – que foi transformado em uma colônia romana – e passou a ser
reconhecido como o grande líder até se tornar o primeiro Imperador de Roma.

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Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o


terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de
poder e de títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição.
Veja OS TÍTULOS:
- Primeiro Cidadão
- Chefe do Senado
- Princeps (o primeiro e o mais eminente)
Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR
- Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!

7.3 – IMPÉRIO ROMANO: 27 A.C. – 476 D.C.


O período do Império Romano foi bastante extenso, de 27 a.C. até 476 d.C e, como sempre
acontece com grandes períodos históricos, houve uma série de transformações. A ampliação e
consolidação do Império, o surgimento do cristianismo, o esgotamento do modelo escravista e,
por fim, a desagregação territorial com a chegada de povos não-romanos fazem desse período
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de 501 anos bastante intenso para se estudar. Para começar, quero que tome nota da
periodização que os estudiosos fazem:

Alto Império
(sec. I a.C- III
d.C)

CRISE DO
SÉCULO III

• FIM DO
Baixo Império (sec. IMPÉRIO
III d.C - V d.C) ROMANO

7.3.1- Alto Império

O Alto Império é caracterizado por ser um período de esplendor romano, com avanço na
organização administrativa, no direito, nas artes, na literatura e na arquitetura. Os imperadores
desse período eram comandantes do exército. Além disso, desde Otávio, com seu título de
augustus (divino), aos imperadores era atribuído um caráter divinizado de sua pessoa.

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Como visto, o primeiro dos Imperadores desse período foi Otávio Augustus. Sua política
foi conhecida como Pax Romana, pois ele iniciou o período da paz em Roma. Ele se dedicou a
implantar uma política de administração pública na vasta extensão territorial, inclusive com o
aprimoramento do controle das finanças. Essa era uma questão fundamental para a consolidação
e para o sucesso de Roma.
As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo,
atingiram uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio
foi criar uma burocracia administrativa, com critério censitário. Com isso, ele atingia dois objetivos:
✓ aumentar o controle sobre o Império;
✓ garantir privilégios às classes sociais ricas (patrícios e nobilitas). Veja, querida e querido
aluno, ele ganhou muitos likes dessa galera que há muito se sentia desprestigiada por
generais plebeus ou com práticas de apelo aos plebeus revoltosos. Espertinho, né?

Otávio Augustus também precisou encontrar uma forma de atenuar as amplas tensões
sociais que dominavam Roma e outras cidades do Império. Quero que você saiba que em Roma
viviam mais de 1.200.000 pessoas e na Península Itálica toda por volta de 7.500.000 pessoas. Cara,
isso é muita gente para uma cidade da Antiguidade!! Bomba relógio, concordam?
Dessa forma, o Imperador criou a política de
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distribuição do trigo e ampliação de


espetáculos de jogos, disputas e combates
entre gladiadores. Você já deve ter escutado a
famosa expressão: “Política do Pão e Circo”.
Alguns historiadores afirmam que essa política
era parte de uma tentativa de despolitização e
manobra dos poderosos para afastar os plebeus
e as pessoas empobrecidas das questões
políticas. Quem nunca assistiu o filme Gladiador
e não torceu para o General Maximus?
Podemos relacionar essas duas políticas de Otávio, burocratização do estado e “pão e circo”,
com elementos estruturais arquitetônicos surgidos em Roma:

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 construção de prédios públicos destinados


aos espetáculos, como o Coliseu – que até hoje tem
ruínas para visitarmos ;
 construção de estradas. Calcula-se que
existiram mais de 80 mil quilômetros de estradas
pavimentadas interligando as diversas regiões.
Manu, isso é muita coisa, né? Eram ruas e mais ruas
de paralelepípedo. Hoje, podemos caminhar nelas.
É conhecida na Itália como Via Áppia Antiga.
 construção dos Aquedutos, responsáveis
por transportar água de locais distantes até os
centros urbanos.
Com essa administração, intensificada pelas vias
de comunicação, no plano econômico, o comércio
entre as províncias se desenvolveu intensamente.
Também foi criada uma moeda comum para
garantir a estabilidade da economia.
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Só para não esquecermos do SENADO, os senadores também tiveram suas atribuições na


vida político-administrativa de Roma diminuídas. Repare que, de século em século, o SENADO se
transformou em uma instituição quase que figurativa.
Após Otávio Augusto, que reinou até 14 d.C., outros imperadores assumiram o poder:
Tibério (14 a 37 d.C ); Calígula (37 a 41 d.C.); Nero (54 a 68 d.C.); Marco Aurélio e Trajano (161 a
192 d.C.). Durante os séculos que se seguiram houve continuidade do processo de expansão
territorial. Contudo, o descontrole sobre as áreas conquistadas e a desconcentração de poder
aumentaram.
O estudioso inglês, Perry Anderson, afirma que houve um processo de “provincialização”
do poder central do Império. Para o historiador, a composição do Senado e a origem dos
imperadores demonstram esse argumento – muitos deles eram originários da região onde hoje é
a Espanha e o norte da França, como é o caso de Trajano e Marco Antonio, últimos imperadores
da fase expansionista. Uma das explicações para essa situação é a vastidão do Império Romano.
Havia grande dificuldade de ampliar as fronteiras devido à distância e ao custo desse
empreendimento.
Além disso, as classes dirigentes e ricas de muitas cidades conquistadas por Roma (que,
inclusive, tiveram o papel de controlar os escravos de seus próprios territórios) iniciaram um
processo de exigência de cidadania romana. Exatamente isso! Povos conquistados por Roma,
durante todos esses séculos reivindicavam sua efetiva participação política e os privilégios de ser
um romano. Contudo, essa conquista apenas foi alcançada no século III d.C., em 212 d.C., quando

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o Imperador Caracala concedeu cidadania romana a praticamente todos os habitantes livres do


Império.
Assim, por volta de 192 d.C., ao final do Governo de Trajano, ocorreram as últimas
anexações do Império e se chegou a fase final do apogeu romano. As fronteiras foram fechadas!!
Isso mesmo, minha gente: era o fim do grande período de conquistas romanas. Daquele momento
em diante a preocupação passou a ser assegurar os limites fronteiriços do vasto Império.

A questão para Roma (e para você entender, meus caro e cara) é que a origem do
crescimento econômico e de todo esplendor romano estava ligado às guerras de
conquistas - lembram-se de que as duas grandes riquezas de Roma eram terra e
escravos? Como fazer para manter o Império quando a fonte de riqueza seca? Essa
é a discussão da nossa próxima seção!

7.3.2 - Crise do século III e Baixo Império

Vamos pensar um pouco comigo: o fechamento das fronteiras e o fim da política de


expansão territorial foi consequência das causas que elencamos acima – dificuldades militares e
econômicas para manter o império, bem como sua vastíssima extensão e a pressão de forças
políticas exteriores à Capital. Portanto, podemos pensar que o modelo expansionista havia
chegado ao seu esgotamento. Contudo, o sistema romano era alimentado pelos despojos dessas
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conquistas, que não haveria mais de abastecer Roma. Isso gerou consequências que aceleraram a
desintegração política, econômica e social do Império Romano. O Século III da Era Cristã mostrou
a intensidade dessa crise. Vejamos!
A principal consequência do fim da expansão foi uma crise do sistema escravistas. Foram
700 anos utilizando a mão de obra escrava para sustentar a economia. A dependência que a
estrutura produtiva adquiriu desse tipo de mão de obra fez com que todos os setores sentissem
as consequências da diminuição do número de escravos e o consequente aumento do custo pela
sua aquisição. Essa situação gerou insuficiência produtiva, aumento do custo dos produtos e,
assim, do custo de vida nas cidades. Portanto, podemos afirmar que a crise do sistema escravista
gerou uma crise econômica.
Esse cenário também enfraqueceu o poderio econômico do estado romano que se
sustentava, inclusive, por meio dos impostos cobrados dos cidadãos. Menos conquistas, menos
despojos, menos produção e comércio...menos impostos!

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Por que é importante frisar isso? Porque


com o fim das invasões, a preocupação do
governo foi fortalecer a fronteira para garantir a
segurança do Império. Mas, para isso, era
fundamental ter um grande, bom e equipado
exército. E como tê-lo se o estado estava cada
vez menos monetizado? Percebem as
contradições que vão se acumulando com o do
fim da expansão territorial? Acrescenta-se que,
essa situação com a manutenção do exército se
aplicava às demais estruturas político-
administrativas do Império. Portanto, havia uma
crise de sistema político e da capacidade de
manter a governabilidade do vasto império.
1.3.2.1 - Cristianismo: das catacumbas ao apogeu
Para a historiografia, há um inegável paralelo entre a evolução do cristianismo e a queda
de Roma. O historiador Rostovtzeff estabelece que “à medida que a decadência do império se
acentuava, a força da Igreja crescia”13. Mas vejamos um pouco sobre o desenvolvimento e a
relação que os romanos mantiveram com as ideias cristãs.
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A religião cristã começou a se desenvolver na Palestina, uma província que passou a ser
ocupada pelos romanos a partir de 64 a.C. e governada por Herodes, o Grande. Basta você se
lembrar de que Jesus Cristo nasceu no tempo do Imperador Otávio Augusto e que a data do
nascimento de Jesus foi assumida como o ano Zero do calendário cristão (adotado praticamente
em todo o ocidente) – vimos isso no comecinho da aula 00.
Antes do surgimento do cristianismo, a religião de Roma e de seus Imperadores era
politeísta, baseada em pressupostos da mitologia greco-romana. Além disso, ainda segundo o
historiador Rostovtzeff14, embora os deuses gregos e romanos fossem venerados nas províncias,
cada região do Império Romano contava com deuses próprios e locais. Os celtas tinham Deuses
da natureza e do Estado e fadas beneficentes. Os sírios admitiam variedades do deus-sol. O Egito
mantinha a antiga religião do tempo dos faraós. No geral, todo mundo podia crer no que quisesse
desde que prestasse culto aos deuses oficiais e respeitasse o Império 15. Por isso, os romanos
toleravam as religiões não oficiais, ou seja, a religião dos povos conquistados.
Na Palestina, Jesus sustentava uma fé monoteísta segundo a qual existia um único Deus
criador da vida e do universo. A pregação religiosa de Jesus estava baseada no amor, na
fraternidade e no livre-arbítrio das pessoas. Tais elementos, do ponto de vista da força das ideias,

13
ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. 1973, p. 283.
14
ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Rio de Janeiro: Ed. Zahar. 1973, pp. 275-277.
15
DREHER, Martin N. A Igreja no Império Romano. Coleção História da Igreja, V.1. São Leopoldo: Ed.
Sinodal. 2004, p. 51.

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constituíam-se em uma ameaça potencial à dominação romana na Palestina. Afinal, Roma oprimia
e explorava os povos que viviam nas províncias e, além disso, os Imperadores eram tidos como
seres divinizados. Lembra do título de augustos?

Iniciada por Jesus e por um grupo pequeno de discípulos, o cristianismo começava a incomodar
os governantes romanos, pois questionava as leis, os costumes romanos e a divindade do
Imperador. Neste momento, ainda na Palestina, os cristãos passaram a ser discriminados, sofreram
chacotas e violência do governo. Em 33 d.C., como é sabido, Jesus foi crucificado e morto.

Durante o Império de Nero, que durou de 54 a 68 d.C., os cristãos chegaram a ser acusados
de terem incendiado Roma. É isso mesmo! Lembra daquela história que Nero incendiou Roma?
Pois é, depois ele jogou toda a culpa nos cristãos e usou o fato para persegui-los e matá-los.
Sofreram as mais absurdas atrocidades como, por exemplo, serem devorados por leões nos
Coliseus a título de entretenimento dos plebeus. De certa forma, os cristãos foram vítimas da
política do Pão e Circo e da enorme alienação das massas.

Porém, ao invés de a discriminação e a repressão aos cristãos enfraquecer esse grupo em


formação, ocorreu o contrário. Ele se desenvolveu e aperfeiçoou a doutrina como religião.
Ademais, a doutrina de Cristo de amor ao próximo e auxílio e caridade aos pobres encontrava
terreno fértil na situação de desigualdade social das cidades dominadas pelos romanos. O
apóstolo Pedro, conhecido com o pescador, levou o cristianismo à cidade de Roma e cativou os
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humildes, os pobres e os escravos. Posteriormente, Pedro foi preso e crucificado.

No início do cristianismo, com ênfase no século II, a religião se desenvolveu gradualmente,


penetrou vastas camadas da sociedade e até mesmo as fileiras do exército romano. Mas, no século
III, os Imperadores Maximino, Décio e Valeriano declararam guerra ao cristianismo. Dentre as
motivações políticas para vetar o cristianismo nos territórios romanos estava a pregação cristã
contra a escravidão. Ou seja, o cristianismo passou a questionar uma base estrutural do sistema
econômico romano. Repare que esse elemento da crítica cristã é um dos pontos de encontro com
o período de crise e decadência de Roma.
Apesar da perseguição do século III, ocorreu que o cristianismo cresceu e alguns governantes
romanos calcularam que mais valeria a pena aliar-se a ele do que o combatê-lo. Além disso, a crise
do Império no final do século III exigia novas formas de controle da população. Por isso, no ano
de 313 d.C., o Imperador Romano Constantino se converteu ao cristianismo e publicou o Édito de
Milão. Leia um trecho do documento:
Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a
quem quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de
que a Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e
para todos os nossos súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a
nenhum de nossos súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o
direito de seguir a religião que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade
que cada um reverenciar a seu modo, livremente, poderá também estender a nós
sua benevolência e seus habituais favores.

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Em 325 d.C Constantino promoveu o Concílio de Nicéia. Uma reunião para definir quais
seriam as crenças e as condutas dos cidadãos romanos. Nesse cenário de reconhecimento do
cristianismo, no ano de 380 d.C., o Imperador Teodósio, por meio do Édito de Tessalônica,
declarou o cristianismo como a religião oficial do Império Romano.

Memorize: foi a partir desse reconhecimento que a Igreja católica iniciou sua
consolidação como “Igreja Católica Apostólica Romana”. Uma instituição chave para as
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relações de poder que iriam se constituir na próxima fase da história ocidental, a Idade
Média.

Diante de tal quadro de instabilidade, a historiografia costuma destacar alguns imperadores


que tentaram promover soluções mais estruturais para a situação. Destacamos os governos de
Diocleciano, Constantino e Teodósio. Dá um bizu em cada:

O Governo de Diocleciano ocorreu entre


284-305 d.C. Para diminuir os conflitos de interesses
locais, especialmente, entre os generais, ele criou a
tetrarquia: dividiu o Império em 4 regiões
administrativas. Além disso, para tentar controlar a
crise inflacionária do aumento acelerado do custo de
vida impôs uma lei: Edito Máximo - Congelamento
do preço dos alimentos.
Evidentemente, essa política teve um efeito
apenas momentâneo já que, como estamos
discutindo, a crise em Roma é estrutural. Congelar
preços é medida paliativa!!

Edito Máximo: ficam congelados os preços em geral e os salários!

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-Criou a Segunda
Capital:
Constantinopla

-Instituiu o colonato

-Deu liberdade de
culto aos cristãos
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Para falar do Governo de Constantino, ocorrido entre 306 e 337 d.C., gostaria de
chamar sua atenção para o seguinte: embora houvesse essa crise generalizada, os
efeitos desse processo foram sentidos de maneira diversa a depender da região do
Império. Por exemplo, enquanto na Gália (atual região da França) o comércio estava
em completa decadência e a produção agrícola chegava ao nível de subsistência, na
região oriental do Império o comércio com os povos do Oriente Médio e da Ásia
continuava florescendo. Foi o caso da área da região da atual Turquia. Assim, o
Imperador Constantino criou uma segunda Capital para o Império na cidade da atual
Istambul, antiga Bizâncio. Mudaram o nome e ela passou a se chamar Constantinopla – em
homenagem ao Imperador. A ideia, com essa medida, era aumentar a importância da região
oriental do Império e, assim, valorizar o rico comércio que se estabelecia naquela região.
Portanto, podemos afirmar que na “parte Europeia do Império”, a crise social se aprofundava. As
cidades não eram mais um atrativo para as pessoas. Ao contrário, sua precariedade de
oportunidades, os custos insustentáveis e nenhuma política assistencialista aos miseráveis
desencadeou um processo de ruralização da sociedade romana, ou seja, havia um movimento
migratório cidade-campo. Nas terras dos grandes senhores patrícios, os empobrecidos buscavam
refúgio e trabalho em troca de comida. Para regularizar essa situação, Constantino criou o sistema
de colonato: fixação do camponês à terra. Assim, iniciava-se a transição de trabalho escravo para
servil (que será consolidado no feudalismo, como veremos nas próximas aulas).

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Tornou o cristianismo a religião oficial do Império


Decretou a divisão do Império em 2:
Império Romano do Ocidente e do Oriente
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Observe com atenção o esquema e o mapa abaixo:

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Império Império
Romano do Romano do
Ocidente - IROC Oriente - IROR

Capital:
Capital: Roma
Constantinopla

descentralização centralização
política e política e
econômica econômica

Formação do
476 d.C FIM do
Império
IROC
Bîzantino

Formação dos
Reinos Bárbaros
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Agora, querida e querido aluno, nós precisamos estudar as duas partes do Império de
maneira separada, pois as experiências históricas das duas regiões foram distintas. Essa
diferença, inclusive, foi responsável pela explicação da transição da Idade Antiga para a
Idade Média. Atente-se e não se confunda, ok? Na continuidade da aula, logo abaixo, eu
vou dar sequencia para o que ocorreu na porção Ocidental do Império, ou melhor, no
Império Romano do Ocidente. Se liga aí, bixo!

1.3.2.2 – Invasões (?) bárbaras (?) e a desorganização final do Império Romano do Ocidente

Outra questão agravou a situação do Império Romano do Ocidente: as


chamadas Invasões Bárbaras. Este é outro assunto que precisa de um pouco
de reflexão. Vamos lá! E quero que você MEMORIZE algo que eu disse logo
acima sobre as fronteiras do Império Romano: em determinado momento as
fronteiras foram fechadas e os romanos pararam a expansão.
Primeiramente, conforme o professor italiano Jérôme Baschet16, o termo “bárbaro” vem
do grego e é uma referência às pessoas que não falavam grego ou compartilhavam das culturas

16
BASCHET, J. A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América. São Paulo: Ed. Globo Livros,
2014.

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gregas. Na era antes de Cristo (a.C.), a expressão “bárbaro” não tinha o peso negativo que as
pessoas comumente usam hoje. Da mesma forma, para o Império Romano, o termo se referia aos
povos que não faziam parte do Império, povos não-romanos.
A expressão negativa foi gradualmente construída para se referir a povos considerados
incivilizados – lembra da discussão que fizemos, na aula 00, sobre o conceito de civilização?
Leia essa citação de Baschet:
Mas a conotação negativa adquirida por este termo torna difícil empregá-lo hoje sem reproduzir
um julgamento de valor que faz de Roma o padrão de civilização e de seus adversários os
agentes da decadência, do atraso e da incultura. (p. 49)
Assim, a melhor expressão para esses povos seria simplesmente povos germânicos
“expressão aceitável em sua neutralidade descritiva”, conforme leciona o professor italiano. Os
bárbaros, ou melhor, os povos germânicos, não eram nada incivilizados. Tinham um modo de vida
próprio, diferente dos romanos.
A economia era bastante baseada na agricultura e no pastoreio de modo que não havia o
desenvolvimento do comércio. A sociedade organizava-se em tribos fundadas em clãs, isto é, nas
grandes famílias cujos laços eram estabelecidos pelo parentesco e por relações de lealdade e de
proteção. As leis dos germânicos originavam-se nos costumes seculares das tribos – leis
consuetudinárias - transmitidos oralmente de geração para geração. Quanto à organização
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político-administrativa, havia um sistema comunitário, ou seja, não havia a propriedade particular


da terra e dos instrumentos de produção. Dessa forma, também não havia um Estado centralizado.
Novamente, vamos ler um trecho do livro do professor Baschet para firmar nosso conhecimento
sobre esse tópico:
“(...) sua coesão social e política em torno de seu chefe, ou ainda, sua habilidade em matéria de
artesanato e, principalmente, do trabalho com metais, superior à do mundo romano, asseguram-
lhes vantagens e permitem que eles se aproveitem das fraquezas de um Império em
dificuldade” (p.50)
Percebem que as diferenças do modo de vida dos povos não romanos, naquele contexto
de crise estrutural de Roma, foi um elemento positivo para sua penetração e posterior fixação nas
terras do decadente Império?

- Mas quem eram esses povos, Profe? Eles moravam onde, chegaram como e por quê?

Então, queridas e queridos, esses povos não-romanos viviam no norte e no leste da Europa
e no leste da Ásia. Dividiam-se em, pelo menos, três grandes grupos nômades:

os hunos (originários da região da Mongólia), também conhecidos, junto com os turcos,


como tártaro-mongóis;
os eslavos (originalmente da Rússia central);

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os germânicos (norte e leste europeu). Estes, por sua vez, podem ser subdivididos nos
seguintes agrupamentos: uevos, lombardos, saxões, teutônicos, francos (originários do
norte da Europa); e godos, visigodos, vândalos, hérulos (provenientes do leste europeu).

Outra discussão importante a ser feita sobre esse assunto é o que se considera como
“invasões bárbaras”. Elas foram, na verdade, incursões dos germânicos no território do Império
Romano do Ocidente. Por isso, também é comum a referência ao deslocamento dos bárbaros
como migrações bárbaras. Esse deslocamento ocorreu tanto porque os bárbaros germânicos
buscavam terras férteis quanto porque foram coagidos por outros povos a se deslocarem na
direção do Império Romano. A historiografia indica que os primeiros contatos entre romanos e
germanos foram pacíficos, por isso, não é correto a referência a esse processo como “invasões”.
As invasões aconteceram, mas não se pode generalizar.
Nesse sentido, em um primeiro momento, houve relativa integração entre as duas culturas.
Muitos germânicos, por exemplo, viveram durante muito tempo como colonos campesinos no
Império Romano. No período da crise de mão de obra, chegaram até a prestar serviço militar em
troca de cidadania. Isso teria ocorrido porque os imperadores romanos calcularam que, diante da
decadência de Roma, seria melhor buscar alianças com os bárbaros germanos do que confrontá-
los.
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A zona fronteiriça teve papel fundamental para a integração dos dois mundos no sentido de
produzir uma realidade intermediária, qual seja: a da formação de uma cultura romano-germânica
– que se consolidou ao longo do período medieval. Foi no lime (na fronteira) que romanos e
germânicos se encontraram por muitos séculos, mas especialmente, no período decadente de
Roma.

Porém, no final do século V, os povos germânicos vindos do leste europeu fizeram incursões
nada pacíficas!! Elas foram fruto de um deslocamento massivo de germânicos que fugiam das
perseguições dos hunos da Ásia Central. Ou seja, meus queridos, germânicos e romanos sentiam
o mesmo medo e passavam pelos mesmos riscos com a vinda agressiva dos hunos. Diz Baschet:
“Assim, quando os razias dos hunos, vindos da Ásia central, se abatem sobre a Europa, os
visigodos que pedem autorização para entrar no Império são agricultores tão inquietos
diante desse novo perigo quanto os próprios romanos.” (p. 50)
Em suma, guarde que os germânicos se relacionaram com os romanos tanto de forma
pacífica quanto de forma violenta. Para evidenciar os confrontos entre bárbaros e romanos, veja
alguns principais momentos:

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451 – confronto entre tropas


romanas, também composta de
germanos, e hunos. Essa batalha
ficou conhecida como Campos
403 – os visigodos 410 – os visigodos Catalúnicos e contou com o
destaque de Meroveu,
invadiram a Itália; atacaram Roma; considerado herói franco
(germânico, portanto) nesse
confronto. Veja que as disputas já
não estavam tão marcadas como
romanos versus bárbaros!

476 – os hérulos
conquistam a capital do Na historiografia esse
Império, ROMA, e evento marca o FIM do
destituem o último Império Romano
imperador, Rômulo Ocidental.
Augusto
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ATENÇÃO: nessa altura do campeonato, precisa estar claro para você que as
“invasões bárbaras” não foram a única variável causal (causa) da desagregação do
Império Romano. Entre os séculos III e V, Roma estava em decadência, como
vimos acima. Desse modo, lembro também que a crise escravista e a insuficiência
produtiva-econômica de Roma tornaram o Império Romano mais vulnerável. Por
isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se a derrocada dos
romanos, a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões romanas. Vulnerável,
a escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para enfraquecer Roma.
Além disso, se articulamos a adoção do colonato com as invasões germânicas, veremos que essas
experiências contribuíram decisivamente para o processo de ruralização da sociedade romana
ocidental. As pessoas passaram a optar pela vida no campo. O desfecho dessa ruralização
desemboca na ordem feudal, como veremos na próxima aula.
O ato final foi em 476 d.C., quando um povo germânico, os hérulos, derrotou o último Imperador
da Roma Ocidental: Rômulo Augusto. Foi o fim da Antiguidade!!!! Pegou? Qualquer coisa: Fórum
de Dúvidas!

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(Mackenzie 2001)
A crise do Império Romano foi marcada por um processo que:
a) alterou as relações sociais e políticas determinando novos vínculos,
assentados, principalmente, na posse de terras.
b) foi responsável pela consolidação e expansão das instituições políticas e
sociais romanas por toda a Europa.
c) criou novas atividades econômicas e intensificou as relações comerciais entre o Império
Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.
d) favoreceu o crescimento das cidades, devido ao êxodo rural provocado pelos constantes
ataques dos invasores bárbaros.
e) transformou as terras de cultivo em pastagens cercadas, tornando-as propriedades
privadas, o que ocasionou a marginalização dos agricultores.
Comentários
Essa questão é típica de “felling”, ou seja, você precisa saber o sentido mais geral do que a
crise do Império Romano provocou social, econômica e politicamente em Roma. Primeiro,
se houve uma crise, o mais provável é que ela afetou aspectos da vida social, por isso, a
alternativa a) já soa bem no ouvido. A alternativa a) também nos apresenta algo que faz
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sentido, qual seja, novos vínculos em função da posse de terra. Numa primeira leitura você
pode pensar: “ah, ok!! A o item não está ruim, nem bom, é melhor eu ler as demais”. E é
isso que você deve fazer na prova. Ficou com dúvida se uma alternativa está certa ou
errada, veja se você descobre erro nas demais. Então vamos lá!! A b) chuta o balde e afirma
que as instituições romanas tomaram TODA a Europa. Sabemos que havia limites no
território romano, basta pegar os mapas e conferir que os romanos não dominaram TODA
a Europa. A alternativa c) afirma que houve um processo que não condiz com a crise do
Império Romano: se estava tudo desmoronando, como as relações comerciais se
fortaleceriam? Contraditório isso aé, meu!!!! A letra d) também está errada porque o êxodo
rural e o crescimento das cidades não foram uma marca do momento da crise do Império
Romano, vimos que esse processo ocorreu na Monarquia e na República. Pense que no
final do Império Romano, as invasões bárbaras só poderiam produzir o movimento
contrário ao crescimento das cidades: as pessoas fugiam das cidades!!! A alternativa e) nos
traz o debate da propriedade privada. Os patrícios até tinham terras privadas, mas a
formação dessas terras foi láaaa no momento em que Roma estava em formação. Além
disso, como o sistema romano contava com terras privadas e terras públicas, esse elemento
nem é top 10 para as explicações da Roma antiga. Por fim, a alternativa relaciona que a
propriedade privada marginalizou dos agricultores, veja: vimos que a perda das terras dos
pequenos agricultores, os quais também tinha propriedade privada, foi ocasionada por
endividamentos, processo de concentração de terras, modelo escravagista, etc. A relação
de causa e efeito dessa alternativa está errada. Feita toda essa análise, você volta na
alternativa a) e crava o X nela.

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Gabarito: A

8. DICIONÁRIO CONCEITUAL
Aristocracia
Diferentemente de democracia, aristocracia significa governo de poucos. Também de
origem grega, kratos =domínio/comando e áristoi=aqueles que se destacam, os notáveis. O termo
significa um tipo de governo baseado nos privilégios de poucos, em geral, os donos de terra na
Antiguidade e, na Idade Média e Moderna, a nobreza.
Democracia
No sentido clássico, democracia significa o governo do povo, mas não de todos do povo,
apenas daqueles que gozam de cidadania. A palavra democracia vem do grego, demos = povo e
kratos = poder, logo, poder do povo. Há a democracia direta, na qual todos os cidadãos decidem,
sem a intermediação de representantes, e há a democracia representativa. Nesta, as decisões
políticas ficam a cargos dos representantes eleitos pelos cidadãos. Segundo o professor de ética
e filosófica da USP, Renato Janine Ribeiro, sendo direta ou representativa, o fundamental é que o
povo escolha o indivíduo ou grupo que governa, e que controle como ele governa. De acordo
com Abraham Lincoln (1809 – 1865), presidente dos Estados Unidos: A democracia é o governo
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do povo, pelo povo, para o povo.”


Ressalta-se ainda que a acepção da palavra, na antiguidade, estava carregada pelo poder do
debate das ideias na praça pública – a Ágora. Jean-Pierre Vernant nos ensina que a palavra se
tornou um instrumento com mais força que qualquer arma. Por isso, democracia é, antes de tudo,
o poder do debate, a construção do argumento e possibilidade de contradizer.
Oligarquia
É um conceito semelhante ao de aristocracia. Oligarquia também se refere ao governo de
poucos, mas ela é mais ampla porque inclui grupos econômicos de alto poder aquisitivo,
determinados segmentos de classes sociais mais altas, elites. Essa noção vem da compreensão
grega segundo a qual oligarquia equivaleria a “governo dos ricos”. Para esclarecer melhor,
segundo o filosofo grego Aristóteles, “existe democracia quando governam os livres; com maior
razão ter-se-á uma Oligarquia quando governam os ricos, sendo geralmente muitos os livres e
poucos os ricos" (Política)”. A definição grega atribui um valor negativo ao governo de poucos,
diferente de aristocracia, pois esta última, por se referir a notáveis, pressupõe pessoas capazes
para governar. No mundo contemporâneo, oligarquia passou a ser associada a elites.
Império
Derivado do latim, imperium, a expressão remete ao predomínio ou ao exercício de poder
de uma instituição política sobre outras. Pode se referir tanto à território de grande extensão
quanto a um governo de um imperador. De acordo com o Dicionário de Política organizado por
Norberto Bobbio, “Império representou uma solução permanente para todos aqueles regimes e
instituições que, chegados a um determinado momento crítico de sua evolução, procuraram

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descobrir e definir uma forma superior de poder legal internamente centralizador, a fim de superar
suas dificuldades (...) A tendência típica comum a todos os modelos de Império na Europa
(romano, germânico-feudal, bizantino-russo), excetuado talvez o carolíngio, devido às
desesperadas condições em que logo teve que atuar, foi exatamente a tendência ao crescimento
progressivo do poder do imperador na política interna e às pressões expansionistas na política
externa” .
República
A definição mais moderna de república enfatiza o papel das instituições e as relações entre
governantes e governados. Segundo o dicionário de política do italiano Norberto Bobbio, sob a
concepção moderna, em uma república o poder é repartido entre as instituições, em oposição à
forma monárquica em que há a preponderância de uma pessoa, em geral um rei, detentora de
poderes (concentração), em detrimento de outras instituições. Na república, as leis são expressão
da vontade coletiva, já na monarquia, da vontade do rei.
Porém, a discussão clássica de república, a grega e a romana, entendem “república” mais
como uma forma de vida pública e coletiva do que um regime político em sentido restrito,
baseado apenas em instituições. Nicolau Maquiavel, em seus estudos sobre a antiguidade clássica,
compreendeu que a república romana teria sido uma organização garantidora das liberdades
públicas e fundada em um sentido de virtude e envolvimento cívicos. Por isso, a ideia de república
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fundada na antiguidade clássica (Grécia e Roma) se relacionava com o modo de vida dos cidadãos,
com o tratamento que cada cidadão dava aos bens coletivos e como eles se envolviam com os
problemas públicos e com o bem comum. Não por menos, res-publica significa “coisa pública”.
Nesse sentido, a definição clássica de república opunha-se, também, à vida privada, a res-
privada. Essa noção é importante porque ela reafirma a necessidade de todos os cidadãos
participarem da vida política, sendo a base para o que ficou conhecido como democracia direta
(cada pessoa vale um voto nas decisões). Veja que muitas das decisões das Assembleias romanas
eram baseadas na democracia direta a partir do debate público. Por isso, também, que havia uma
tradição de grandes oradores para discursar em público.
Reforça-se, também, que em uma república, como há uma forte concepção de que os bens
públicos não pertencem aos indivíduos, mas ao coletivo, os cargos públicos não são vitalícios e
são eletivos, isto é, as pessoas são eleitas para desempenharem determinada função. Vimos que,
durante a República Romana, os Cônsules eram eleitos pelo Senado. Por sinal, mesmo durante
boa parte do Império, os imperadores também eram escolhidos pelo Senado.
Mais tarde, século XVIII, um dos teóricos do liberalismo norte-americano, James Madison,
apegou-se mais ao aspecto da representatividade para redefinir o conceito de república. Madison
desvinculou-o da ideia de uma conduta cívica. Assim, associou o conceito a um arranjo
representativo de modo que o governo dependeria de representantes ao invés da necessidade
permanente do envolvimento de todas as pessoas nas questões públicas.
Direito consuetudinário

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Esse tipo de direito está baseado nos costumes existentes em uma sociedade, isto é, não
depende da existência prévia de leis para que sejam exercidos ou usufruídos. Por se basear nos
costumes, não é necessária a formalização escrita do direito, basta uma compreensão da
sociedade que tal direito faz parte da vida social para ser respeitado. Ao longo da história, o
direito consuetudinário está associado às relações de consanguinidade (grau de parentesco pelo
sangue). O sangue seria o pré-requisito para se assegurar determinado direito, como, por
exemplo, a sucessão dos tronos na Idade Média (assunto que estudaremos). Da mesma forma,
também na Idade Média, importância dada ao "sangue" exigia, por que os membros das famílias
privilegiadas casassem apenas com membros de outras famílias do mesmo nível, de modo a que
o conjunto de tais famílias constituíam um grupo organicamente fechado, ou seja, uma nobreza.
Lembro que, nas fases que estudamos sobre Roma, para a sucessão dos principais cargos de
poder, como os de Cônsules ou mesmo de Reis, não prevalecia o direito consuetudinário, pois,
em regra, o Senado escolhia os governantes.
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9. LISTA DE QUESTÕES – ANTIGUIDADE ORIENTAL E GRÉCIA


9.1 LISTA DE QUESTÕES PROFE. ALÊ LOPES
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
A arte rupestre pode ser encontrada em muitos sítios arqueológicos pelo mundo todo. Na
forma de estatuetas, gravuras ou pinturas em cavernas e paredões rochosos, esses vestígios
são considerados a primeira forma de expressão e comunicação da humanidade pré-
histórica. Essas imagens
a) pretendiam ser obras de artes, cuja função principal era voltada para a contemplação dos
sujeitos pré-históricos.
b) representavam apenas momentos épicos vividos pelos grupos humanos, como as caçadas,
o que dava a essas narrativas um caráter político.
c) eram utilizadas para fins exclusivamente religiosos, como registrar e divulgar mensagens
enviadas pelos deuses ou fenômenos sobrenaturais.
d) são indecifráveis para os pesquisadores da atualidade, pois não são acompanhadas de
registros escritos das populações pré-históricas que ajudem a interpretá-las.
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e) tinham a função de transmitir informações e podiam retratar uma série de situações, como
caçadas, rituais, danças, guerras, atividades cotidianas, entre outras.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“O século VIII é um período muito importante na história do mundo grego e, aliás, do mundo
mediterrâneo em geral (Roma, por exemplo, foi fundada em 753 a.C.). Trata-se de uma
época na qual se consolida, na Grécia europeia, insular e asiática, uma forma original de vida
em sociedade: a pólis”.
Pierre Vidal-Naquet. O Mundo de Homero. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Adaptado.
Com base no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar:
a) O processo que levou à formação da pólis grega trouxe o fim da segregação social, pois
o povo passou a governar.
b) Com o surgimento da pólis, a Grécia conheceu um processo intenso de concentração de
poder nas mãos dos reis.
c) A pólis teve um papel fundamental de eliminar a fragmentação territorial e autonomia
política da Grécia.
d) Essa nova forma de governo permitia que as cidades tomassem importantes decisões
coletivamente.

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e) A expansão da pólis, permitiu, ao mesmo tempo, ampliar as formas políticas e eliminar a


escravidão.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Os fenícios eram um povo de origem semita que se fixou e desenvolveu a suas cidades numa
faixa de 200 quilômetros situada entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano.
Sua civilização viveu seu apogeu a partir de 1400 a. C. Entre seus principais legados na
história da Antiguidade está
a) o aperfeiçoamento de técnicas agrícolas para produção em larga escala e seu
armazenamento por meses.
b) a existência da primeira grande civilização humana caracterizada pela centralização do
poder em um Estado teocrático.
c) a invenção do alfabeto que foi apropriado pelos demais povos que tiveram contato no
período, usado até os dias atuais
d) o estabelecimento de uma rede de entrepostos e portos para viabilizar o comércio de
longa distância por vias marítimas, aperfeiçoando da navegação.
e) a conquista da Grécia, Egito e Oriente Médio e a gestação da cultura helenística que
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agregava influências culturais dos povos que habitam esse vasto território.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“A lista das satrapias é, ao mesmo tempo, também uma lista de tributos. Toda a província é
taxada anualmente. Dezenove províncias pagam cotas fixas em talentos de prata babilônicos;
a vigésima, a Índia, paga a soma fabulosa de 369 talentos de ouro. A cota máxima em prata,
de mil talentos, provém da Babilônia; a segunda, de 700, provém do Egito. As outras pagam
entre um mínimo de 170 e um máximo de 600 com uma média de 300/400 talentos por
província. O total para todo o Império é de 14.560 talentos”.
ASHERI, D. O Estado persa. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 108.
A administração do Império Persa, descrita no texto colaborou para que
a) as satrapias não tivessem autonomia cultural uma vez que o controle político e econômico
era detido pela nobreza persa.
b) várias satrapias se revoltassem no mesmo período em que o império sofria derrotas
consecutivas para gregos e macedônios gerando seu colapso.
c) as elites provinciais tivessem maior poder político e militar para executar seus próprios
interesses, além de gozar de liberdade religiosa e cultural.
d) fosse mais difícil unificar a economia e instituir uma moeda única, haja vista que a vastidão
e diversidade do império complicava a comunicação.
e) os persas tivessem maior quantidade de guerreiros e coesão militar, o que lhes permitiu
conquistar a Grécia no século V a. C.

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5. (Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)

FREITAS NETO, J. A. de; TASINAFO, C. R. História geral e do Brasil. São Paulo: HARBRA,
2006, p. 54
A leitura do gráfico permite concluir que a democracia ateniense
a) teve seu apogeu no século VI a. C., quando as mulheres conquistaram direitos políticos.
b) não permitia a participação de todos os habitantes, com menos de um quarto deles tendo
esse direito.
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c) abarcava quase a totalidade da sociedade, com exceção dos escravos.


d) foi estendida aos estrangeiros e escravos a partir de 432 a. C.
e) abrangia os metecos, desde que tivessem um “tutor” para se responsabilizar por sua
participação.
6. (Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)

No século V a. C., o mundo grego foi abalado pela invasão dos persas que resultou nas
Guerras Médicas. O conflito contribuiu para uma aliança entre as cidades-Estados gregas
que formaram a Liga de Delos. Porém, a vitória sobre os persas, uma nova rivalidade se nutriu
entre os gregos. Em oposição à primeira liga, formou-se a chamada
a) Liga das Nações.
b) Liga de Tróia.
c) Liga Espartana.
d) Liga do Peloponeso.
e) Liga de Tebas.
7. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

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Discóbulo, de Míron. Estátua de bronze feita por volta de 460 a. C. Gliptoteca de Munique,
Alemanha.
A concepção de beleza na escultura clássica grega envolvia
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a) aliar o naturalismo do corpo com o idealismo das formas.


b) representar o corpo humano como era na realidade.
c) falta de originalidade, devido à dependência da estética oriental.
d) a inovação na utilização do mármore, material mais maleável.
e) a adesão a poses mais rígidas e estáticas, que trouxessem imponência.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“Estendi os limites de todas as províncias do povo romano fronteiriças de nações que


escapavam à obediência ao Império. Restabeleci a ordem nas províncias das Gálias, das
Espanhas, na Germânia. Juntei o Egito ao Império, recuperei a Sicília, a Sardenha e as
províncias além do Adriático”.
Adaptado de: FREITAS, G. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, [s.d.] v.1,
p. 96-7.
Neste depoimento, o Imperador Augusto (27 a. C.-14 d.C.) descreve a “Pax Romana”, nome
dado a um período marcado
a) pela crise e fragmentação do Império causadas pelas invasões bárbaras e pelas tensões
sociais internas.
b) pela democratização do poder, por meio da supremacia do Senado e acesso dos plebeus
a política.

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c) pela estabilidade das instituições, riqueza econômica e cultura, manutenção da expansão


e relativa paz interna.
d) pela conquista romana de entrepostos e portos vitais para o monopólio do comércio no
mar Mediterrâneo.
e) pela adoção do cristianismo como religião oficial do império.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“Reflitas em que esse a quem chamas teu servo, nascido da mesma semente, vive sob o
mesmo céu, respira da mesma maneira, da mesma maneira vive e da mesma morre! Tanto
podes tu vê-lo livre como ele a ti escravo [...]. Não quero me meter numa questão imensa e
dissertar sobre o tratamento dos escravos, com os quais somos extremamente orgulhosos,
cruéis e injuriosos. Em suma, a minha doutrina é esta: vive com um inferior da mesma maneira
que quererias que um superior vivesse contigo. Todas as vezes que te lembrares dos teus
poderes sobre o teu servo, outras tantas te lembrem os do teu senhor sobre ti”.
SÊNECA. Carta a Lucílio, 47, 10-11. In: PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Romana: antologia
da cultura latina. Coimbra: Universidade de Coimbra/Instituto de Estudos Clássicos, 1994, p.
227-228.
No decorrer dos séculos I a III d. C., a atitude com relação aos escravos se modificou em
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Roma. Essa mudança estava relacionada principalmente à


a) vitória da revolta de Spartacus.
b) conquista de direitos políticos pelos plebeus.
c) ascensão dos generais na política romana.
d) popularização do hedonismo entre a plebe romana.
e) difusão do estoicismo na elite romana.
(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)

Após unificar a Península Itálica sob seu comando, a República Romana se dirigiu para o
norte da África, mais especificamente para a cidade de Cartago. A rivalidade entre romanos
e cartagineses levou às chamadas Guerras Púnicas. Sua principal motivação foi o interesse
dos romanos
a) em defender seu território da expansão cartaginesa que visava conquistar toda a Europa.
b) em assumir o controle de uma importante cidade sagrada para a religião romana.
c) em obter mais terras para realizar uma reforma agrária e extinguir as disputas entre
plebeus e patrícios.
d) pelas terras férteis da Sicília bem como a intensão de monopolizar o comércio marítimo
no Mediterrâneo.

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e) pelo controle do Egito e da Mesopotâmia, regiões ricas em minérios e com acervos


culturais inestimáveis.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
Às vezes, as exigências do local, como em Mileto, levavam o teatro a instalar-se na periferia
da cidade. Todavia, sempre que possível, ele se situava no centro da cidade. Com efeito,
não se tratava apenas de um edifício de espetáculo, que servia às competições musicais e
dramáticas, às quais se acrescentaram, na época imperial, os combates dos gladiadores.
VIAL, Claude. Vocabulário da Grécia Antiga. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2013
Conforme o texto, o teatro Grego, na Antiguidade, tinha uma função além dos espetáculos,
a) Política, já que o edifício do teatro também foi utilizado para assembleias políticas.
b) Civilidade, já que era o lugar onde se determinava os critérios de cidadania.
c) Religiosa, já que era usado como templo para adoração de deuses.
d) Filosófica, já que era usado como espaço escolar.
e) Econômico, já que era o espaço de comércio de estrangeiros escravizados
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
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Entre os séculos VI e V a.C., os gregos romperam com o senso comum, com a tradição e com
o pensamento místico. Alguns historiadores dão o nome de milagre grego ao salto
qualitativo do conhecimento humano sobre si e a natureza, em que se abandonaram a
explicação mítica e o princípio da interferência das forças sobrenaturais nos destinos dos
homens para dirigir-se à obtenção do saber por meio da abstração da razão. Apesar do
grande avanço, a racionalidade e a investigação especulativa da natureza só se tornaram
formas dominantes de pensar muitos séculos mais tarde, a partir do Renascimento (séculos
XIV-XVI).
COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.
Com o desenvolvimento dessa nova forma de pensar os gregos
a) Passaram a organizar a vida social exclusivamente a partir dos elementos racionais.
b) Superaram a filosofia e sua perspectiva especulativa, pouco racional.
c)Procuraram aproximar razão e fé, a partir dos escritos platônicos.
d)Conquistaram, progressivamente, consciência de que seu destino era produto da ação
humana e não de forças sobrenaturais.
e) Buscaram explicações para suas angústias em explicações cuja racionalidade tinha base na
mitologia.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

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“A escrita não teve uma única forma de registro e nem apareceu numa única região. As
principais formas de escrita foram a cuneiforme, na região da Mesopotâmia; o hieróglifo (do
grego hieros, que quer dizer sagrado), na região do Egito; e a escrita alfabética, na região
da Fenícia (costa do atual Líbano). Nessas regiões, também conhecidas como o Crescente
Fértil, surgiram as primeiras civilizações.
Outros sistemas de escrita e civilizações surgiram no vale do Indo (região do Paquistão), na
China nos vales dos rios Huang-Ho e Yang Tsé-Kiang e, mais tarde, na Mesoamérica (nome
dado à região entre a América do Norte e a Central em territórios dos atuais México e países
da América Central), às margens do rio San Juan, onde maias e astecas criaram suas
organizações”.
FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São
Paulo: HARBRA, 2006, p. 10.
Nesses contextos de organização da vida social, a escrita tinha vários sentidos, entre os quais
a) conferir direitos civis aos descendentes de estrangeiros.
b) registrar os próprios modos de vida e a relação com a natureza e o sobrenatural.
c) servir exclusivamente aos interesses do Estado.
d) organizar o sistema prisional e as execuções de criminosos.
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e) universalizar o acesso à educação e elevar o nível cultural da sociedade.


(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“Com a introdução do trabalho escravo em larga escala, o número de plebeus desocupados


aumentou. A esta legião de desocupados somou-se o grande número de pequenos
agricultores arruinados que se dirigiram para as cidades, especialmente Roma”.
CROUZET, M. História Geral das Civilizações. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1955-
1958, 17 volumes.
As crises estruturais da civilização romanas estão associadas
a) à expansão militar, concentração de terra e escravidão.
b) à queda da monarquia, seguida da ascensão do ditador Júlio César.
c) à falta de mão de obra e o encarecimento da produção agrícola.
d) às medidas liberais implantadas pelo governo do Imperador Constantino.
e) às alianças entre eupátridas e hilotas para retirar direitos políticos da plebe.
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)

Não cabe ao poeta o que aconteceu, mas o que poderia ter acontecido, ou seja, o possível
segundo a verossimilhança ou a necessidade. De fato, o historiador e o poeta não se
diferenciam por dizer as coisas em verso ou em prosa (pois seria possível versificar as obras

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de Heródoto, nem por isso seria menos História em verso do que em prosa). A diferença está
em que a História diz o que aconteceu e a poesia o que poderia ter acontecer.
(Aristóteles. Poética)
A partir da leitura do trecho do texto de Aristóteles, assinale a alternativa correta sobre as
especificidades da História e da Poesia.
a) Ambas possuem critério de verossimilhança.
b) Enquanto a História é factual, a poesia se liga à lógica do verossímil.
c) A poesia é mais reflexiva, como a filosofia; já à História não compete a reflexão.
d) A poesia lida apenas com o belo, enquanto a História expõe as verdades
independentemente de subjetividades.
(Estratégia Vestibulares/2021/profe. Alê Lopes)

“É por esta razão que afirmamos que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Com efeito,
nós o identificamos como o bem primeiro e inerente ao ser humano, em razão dele
praticamos toda escolha e toda recusa, e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo
com a distinção entre prazer e dor”.
EPICURO. Carta sobre a felicidade. São Paulo: UNESP, 1997, p. 37.
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A partir da leitura do texto, assinale a alternativa correta sobre o conceito de prazer no


período helenístico do Império Macedônico.
a) Epicuro definia o prazer como critério absoluto para a felicidade do ser humano. Este deve
perseguir todos os prazeres indiscriminadamente.
b) Epicuro acreditava que o prazer caminha sempre junto do amor entre os homens. Para
ele, as mulheres são incapazes de sentir prazer, pois não são consideradas dignas de amor,
apenas servindo para procriação.
c) Epicuro considerava a vida um eterno sofrimento, do qual apenas o prazer associado à
riqueza econômica podia salvar os homens.
d) Epicuro argumentava que o prazer é inerente ao ser humano e era o critério mais básico
para suas decisões serem tomadas. A oposição entre prazer e dor era fundamental para essa
escolha.
(Estratégia vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)

O fenômeno da inundação é muito complexo[...] De Julho até o fim de Outubro, as águas e


o limo arrancado às margens abissínias vão cobrir o vale, no Egito. Contudo, esta cheia
benfeitora pode também assumir o aspecto de catástrofe: ou é demasiado brutal e a corrente
leva tudo atrás de si, ou é demasiado fraca e deixa as terras ressequidas e na impossibilidade
de serem cultivadas.
(As primeiras civilizações. Da Idade da Pedra aos povos semitas. Lisboa: Edições70, p. 68,
2019)

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Diante dos fenômenos naturais que envolvem o rio Nilo e o desenvolvimento da civilização
egípcia, pode-se afirmar que
a) A civilização egípcia se desenvolveu quando conseguiu controlar as cheias por meio da
construção de obras hidráulicas.
b) A civilização egípcia é resultado natural do fenômeno da inundação do Nilo.
c) As cheias do Nilo são resultado do desequilíbrio ambiental gerado pelo desenvolvimento
da civilização egípcia.
d) Os recursos naturais no Egito eram abundantes, mas as pessoas não tiveram condições
intelectuais de dominar a força destruidora das cheias do Nilo.
e) Não há relação direta entre o Nilo e o desenvolvimento da civilização Egípcia, já que a
exposição do Sol é frequente e quase não há precipitações nessa região.
(Estratégia vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Foram às margens desses rios que se desenvolveram as primeiras civilizações com formações
sociais e econômicas mais complexas. A historiografia denomina o sistema de vida que se
desenvolveu nessa região de “modo de produção asiático”.
No que se refere às civilizações do crescente fértil, o modo de vida a que se refere o texto
se caracteriza por:
a) Basear-se na dependência dos rios e das obras hidráulicas.
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b) Basear-se no desenvolvimento da polis e na atividade agrícola.


c) Estabelecer o comércio livre no mediterrâneo e, a partir disso, formar cidades-estados.
d) Concentrar-se no desenvolvimento da metalúrgica.
e) Organizar-se a partir dos conflitos bélicos e escravização dos povos conquistados.
(Estratégia vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo de domesticação de animais e
de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres tiveram um papel
fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados. Nesse
processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que se inverteu a situação
de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
O texto descreve,
a) A revolução neolítica, caracterizada pelo processo de sedentarização humana.
b) A Revolução agrícola, já em curso muito antes da domesticação de animais.
c) O momento em que as mulheres passam a ter papel exclusivo na agricultura.
d) A revolução neolítica, que possibilitou ao homem permanecer no processo de nomadismo.
e) O processo de sedentarização que substitui completamente as atividades de caça, pesca
e coleta.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)

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Os três rios que formam o Crescente Fértil são:


a) Rio Amarelo e Ganges
b) Rio Reno, Tigre e Eufrates
c) Rio Nilo e Rios Tigre e Eufrates
d) Rio Indo e Amarelo
e) Rio Ganges e Indo
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo de domesticação de animais e
de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres tiveram um papel
fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados. Nesse
processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que se inverteu a situação
de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
O texto descreve,
a) A revolução neolítica, caracterizada pelo processo de sedentarização humana.
b) A Revolução agrícola, já em curso muito antes da domesticação de animais.
c) O momento em que as mulheres passam a ter papel exclusivo na agricultura.
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d) A revolução neolítica, que possibilitou ao homem permanecer no processo de nomadismo.


e) O processo de sedentarização que substitui completamente as atividades de caça, pesca
e coleta.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
O desenvolvimento da escrita, por volta de 3500 a. C, na região da Suméria, está relacionado
com:
a) O desenvolvimento da capacidade racional dos seres humanos
b) O crescimento das religiosidades monoteístas
c) O desenvolvimento do aparelho fonético dos seres humanos
d) Com a complexidade da sociedade que necessitava de um sistema de registro
reconhecido socialmente.
e) A capacidade subjetiva dos seres humanos para demonstrar seus pensamentos.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
O Império Babilônico, comandado por Hamurabi (1763 a.C.), é reconhecido como aquele
que desenvolveu mudanças nos aspectos sociais e políticos. Uma das suas principais
realizações foi:
a) A construção das pirâmides do Egito.
b) A criação da escrita.

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c) A criação de uma administração descentralizada.


d) O desenvolvimento do monoteísmo.
e) A criação de um código jurídico.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Os historiadores convencionaram dividir a história da Grécia Antiga em 5 fases. Sobre esse
assunto assinale os itens que correspondem a essa periodização:
I – Pré-Homérico ou Creto-Micênico (1650-1150 a.C.);
II- Homérico (1150-800 a.C.);
III- Arcaico (800-500 a.C.);
IV- Clássico (500 a 338 a.C.);
V- Helenístico (338-146 a.C.).
a) Apenas os itens II e III estão corretos
b) Estão corretos os itens II, III e IV
c) Todos os itens estão corretos
d) Todos estão corretos, mas não estão em ordem cronológica.
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e) Estão corretos I, II, III, V


(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Sobre a antiga civilização grega, julgue cada alternativa como Verdadeiro (V) ou Falso (F)
( ) Sua origem está ligada a duas civilizações que se desenvolveram no sul da Península
Balcânica: a cretense e a micênica.
( ) A sociedade espartana era formada basicamente por três classes sociais distintas: os
espartanos (elite social e militar), os periecos (pequenos proprietários e habitantes das
periferias das poleis) e os hilotas (servos).
( ) A Lei das Doze Tábuas, promulgada em 450 a.C., era considerada a constituição da Grécia
antiga.
( ) A famosa batalha de Poitiers foi a mais sangrenta das batalhas ocorridas durante a guerra
entre Atenas e Troia, deixando aproximadamente dez mil mortos.
( ) Heródoto de Halicarnasso escreveu o livro Histórias, utilizando sua própria observação e
a tradição oral de testemunhos oculares para descrever as “guerras médicas”.
a) V-V-V-V-V
b) F-V-V-F-F
c) V-V-F-F-V
d) F-F-V-V-F

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e) V-F-F-V-V
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem ser caracterizadas pela
a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos políticos entre seus habitantes.
b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante sua formação escolar.
c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e definição de leis e moeda próprias.
d) concentração populacional em núcleos urbanos e isolamento em relação aos grupos que
habitavam o meio rural.
e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e adoção de modelos democráticos
de organização política.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
É características da democracia antiga,
a) a eleição de representantes masculinos com direito a voz e voto pela assembleia da
cidade-estado, órgão político que incluía mulheres e estrangeiros.
b) a importância decrescente dos escravos, a ponto de discutir-se a abolição da escravatura,
e a consequente redução das desigualdades nas cidades-estado.
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c) a conquista pacífica de direitos por parte dos mais pobres, ainda que se mantivesse a
marca aristocrática de distinção social regulada pelo nascimento.
d) a ojeriza à guerra e ao conflito social, o que contribuiu para que Atenas fosse derrotada
sucessivamente pelos persas e pelos espartanos.
e) a participação política direta, exercida por um corpo de cidadãos ativos, sem a noção de
representação e restrita aos cidadãos masculinos.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Na Atenas Clássica, no período de Péricles:
a) a democracia se consolidou e atingiu sua plenitude por meio de princípios como o da
isonomia, isocracia e isegoria, que se definiu como a igualdade de direito ao acesso à palavra
na assembleia soberana.
b) a cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de gênero, garantindo aos cidadãos
o pleno direito à palavra independente de sexo, impondo como limite a idade de dezoito
anos.
c) a relação de poder entre funcionários do Estado e a elite política ateniense assegurava a
manutenção de um regime de governo aristocrático no qual somente os homens exerciam o
direito de cidadania.

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d) os cidadãos atenienses eram guiados por uma burocracia estatal que impediu o rodízio
dos cargos administrativos, de modo que a liderança direta e pessoal era exercida por uma
minoria de homens jovens.
e) a concentração da autoridade na assembleia possibilitou a criação de um regime de
governo baseado no poder pessoal, institucionalizando a oratória como competência mais
importante para o exercício da política nos tempos de Péricles.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
Sobre a fundação de Alexandria, na Antiguidade Clássica, é possível inferir que ela
representa:
a) o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as
do Oriente Médio.
b) a incorporação do processo de urbanização egípcio, para efetivar o domínio de Alexandre
na região.
c) a implantação dos princípios fundamentais da democracia ateniense e do helenismo no
Egito.
d) a permanência da racionalidade urbana egípcia na organização de cidades no Império
helênico.
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e) o impacto da arquitetura e da religião dos egípcios, na Grécia, após as conquistas de


Alexandre.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)
“Pertencer à comunidade era participar de todo um ciclo próprio da vida cotidiana, com seus
ritos, costumes, regras, festividades, crenças e relações pessoais.” No entanto, esse processo
implicava necessariamente a definição do” outro” e sua exclusão.
GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-estado na Antiguidade Clássica.in. História da
Cidadania. Ed. Contexto, 2010. p. 35.
A partir do texto, infere-se que a participação política em Atenas na época clássica estava
determinada
a) Pela propriedade individual da terra.
b) Pelo caráter elitista, uma vez que apenas alguns poderiam participar da vida social.
c) Pela participação no exército, cuja formação se deva desde a infância e seguindo por toda
a vida.
d) Pelos critérios de renda, tornando a participação censitária.
e) Pelo pertencimento comunitário restrito aos cidadãos nascidos e, ao mesmo tempo,
moradores de Atenas.
(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)

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A invenção do arco assinala pela primeira vez a capacidade de fabricação artificial de um


engenho, com o qual os seres humanos podiam economizar forças e ganhar maior precisão,
superando suas capacidades naturais. Era uma entre as invenções e descobertas engenhosas
que permitiriam aos grupos humanos explorar ao máximo as capacidades fornecidas pela
natureza.
MACEDO, José Rivair. A História da África. São Paulo: Ed. Contexto, 2018.
Levando em consideração o avanço das técnicas de fabricação de artefatos durante a
chamada pré-história, é correto o que se afirma em:
a) As invenções foram desestimuladas pela última grande glaciação que oferecia poucas
alternativa de subsistência.
b) Arco e flecha é um mecanismo complexo imaginado pelo homem e não mais uma simples
adaptação dos recursos disponibilizados pela natureza, característica das invenções do
período Mesolítico.
c) O criação do arco e flecha foi superior em desenvolvimento da racionalidade se
comparado à invenção da agricultura.
d) No neolítico ocorreu a fabricação de artefatos com a pedra polida, fato que comprova
que os homens que utilizavam arco e flecha eram superiores àqueles que usaram as lanças
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com pontas de pedra polida. Por isso, o Neolítico é um retrocesso em relação ao Mesolítico.
e) Todas as invenções, desde o paleolítico, foram favorecidas pela existência da cerâmica
que permitia armazenar as caças que passaram a aumentar com a invenção de armas como
o arco e flecha.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
Leia o poema
“Se um lenhador, durante todo o dia,
Cortasse a mata agreste à sua frente,
Sua tarefa não completaria
Numa semana de trabalho ingente;
Mas se amigos tivesse, encontraria,
Auxílio e compreensão de muita gente;
Seu trabalho depressa acabaria
Para, então, discursar tranquilamente”.

Poema épico anônimo, da Antiguidade. Op. Cit. MORRALL, John B. Aristoteles.


Considerando o contexto da pólis grega, bem como as noções aristotélicas sobre política, o
poema revela:

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a) A noção de arethé – a busca pela excelência em relação ao trabalho.


b) O individualismo grego e a limitação da participação política pelo excesso de trabalho.
c) A noção aristotélica de política, que afirma serem os trabalhadores pessoas improprias
para a política.
d) Uma noção épica e guerreira da ação do trabalho como se fossem grandes feitos.
e) Que Aristóteles estava correto: a política é atividade para pessoas sábias que não
necessitam da atividade laboral.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
Surge, então, a ponderação de que a constituição de um povo e de seu governo deveriam estar
baseadas, fundamentalmente, em regras de convivência nascidas da realidade social e mantidas
através do tempo como expressão das convivências comuns.
Adaptado de DALLARI, Dalmo de Abreu. A constituição na vida dos povos: da Idade Média
ao Século XXI. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 10.
No que se refere aos povos da Antiguidade e às regras jurídicas que exemplificam a sua
realidade social, pode-se afirmar que:
a) Na Mesopotâmia, estabeleceu-se um dos primeiros códigos de justiça, como o Código de
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Hamurabi, cujo princípio era o da proporcionalidade da pena à falta cometida.


b) Os primeiros códigos escritos foram verificados em Roma, como a Lei das 12 tábuas, exemplo
de um avançado princípio de igualdade jurídica que pôs fim à desigualdade entre patrícios e
plebeus.
c) A Grécia foi o berço do direito ocidental ao criar leis escritas que seguiam o princípio da
isonomia entre os habitantes de suas cidades-estados.
d) O Código de Ur-Nammu, encontrado na Suméria, diferenciava-se do código de Hamurabi
por não conter princípio pecuniários de reparação.
e) Os códigos de leis na Antiguidade eram baseados exclusivamente na tradição oral e, por
isso, não deixaram legados.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
Texto I
"Se nos oferecessem todo o ouro do mundo, ou a terra mais bela e fértil que se possa
imaginar, nunca estaríamos disposto a juntar-nos ao nosso inimigo comum e participar da
escravidão da Grécia (...) há a nossa herança grega, os laços de sangue e idioma, nossos
altares sagrados e nosso modo de vida comum, e trair tudo isso não ficaria bem para
Atenas... enquanto sobreviver um único ateniense, não haverá acordo com Xerxes"
(Heródoto, VIII – 144).
Considerando o texto e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga, o historiador Heródoto
se refere,

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a) às Guerras do Peloponeso que opunham gregos e troianos.


b) às Guerras Médicas que opunham gregos e persas.
c) às Guerras Púnicas que opunham regos e cartagineses.
d) às Guerras Médicas que opunham gregos e macedônios.
e) Às Guerras do Peloponeso que opunham atenienses e espartanos.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
É difícil datar com precisão o aparecimento do conceito de cidadania. Sabemos que o seu
significado clássico se associava à participação política. O próprio adjetivo ‘político’, por sua
vez, já nos remete a ideia de polis (Cidade-Estado Antiga). Podemos concluir, então, que foi
justamente sobre esse tipo de organização urbana que se assentaram as bases do conceito
tradicional de cidadania e de uma considerável parte de seu significado atual.
REZENDE FILHO, Cyro de Barros; CÂMARA NETO, Isnard de Albuquerque. A evolução do
conceito de cidadania. Taubaté, Ciências Humanas, n. 2, v. 7, p. 17-23, 2001.
A ideia de cidadania é formulada a partir de elaborações conceituais e das próprias
experiências históricas. Nesse sentido, a cidadania vivenciada pelo povo da Atenas Clássica
era,
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a) Uma cidadania universal, já que homens, mulheres e estrangeiros poderiam participar das
decisões políticas.
b) Uma cidadania universal, na medida em que nunca houve critério de renda para participar
da política.
c) Uma cidadania relativa, uma vez que mulheres, estrangeiros e escravos não podiam tomar
parte das discussões e deliberações políticas.
d) Uma cidadania direta, já que aqueles que morassem em Atenas poderiam participar das
discussões políticas.
e) Uma cidadania elitista, uma vez que somente os proprietários de terra poderiam participar
do governo da cidade-estado.

9.3 GABARITO
1. E 9. E
2. D 10. D
3. D 11. A
4. B 12. D
5. B 13. B
6. D 14. A
7. A 15. B
8. C 16. D

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17. A 26. C
18. A 27. E
19. A 28. A
20. C 29. A
21. A 30. E
22. D 31. B
23. E 32. B
24. C 33. A
25. C 34. C

9.1 LISTA DE QUESTÕES PROFE. ALÊ LOPES - COMENTADA


(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)
A arte rupestre pode ser encontrada em muitos sítios arqueológicos pelo mundo todo. Na
forma de estatuetas, gravuras ou pinturas em cavernas e paredões rochosos, esses vestígios
são considerados a primeira forma de expressão e comunicação da humanidade pré-
histórica. Essas imagens
a) pretendiam ser obras de artes, cuja função principal era voltada para a contemplação dos
sujeitos pré-históricos.
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b) representavam apenas momentos épicos vividos pelos grupos humanos, como as caçadas,
o que dava a essas narrativas um caráter político.
c) eram utilizadas para fins exclusivamente religiosos, como registrar e divulgar mensagens
enviadas pelos deuses ou fenômenos sobrenaturais.
d) são indecifráveis para os pesquisadores da atualidade, pois não são acompanhadas de
registros escritos das populações pré-históricas que ajudem a interpretá-las.
e) tinham a função de transmitir informações e podiam retratar uma série de situações, como
caçadas, rituais, danças, guerras, atividades cotidianas, entre outras.
Comentários
Um dos maiores fatores que diferenciam os humanos dos demais seres vivos é nossa
capacidade de fabricar utensílios, ferramentas entre outros materiais, e mesmo a arte rupestre.
Esses são alguns dos vestígios mais antigos que temos dos grupos humanos pré-históricos que
viveram a milhares de anos. Os arqueólogos são os pesquisadores especializados na busca,
coleta, preservação e interpretação desses vestígios. No que diz respeito ao tema específico a
questão, a arte rupestre, as pinturas e gravuras mais antigas conhecidas são datadas por volta
de 35 mil anos em diferentes lugares do mundo. No Brasil, por exemplo, o Parque Nacional
Serra da Capivara, no Piauí, abriga cerca de 30 mil pinturas rupestres, várias delas estimadas
com uma idade de mais de 20 mil anos atrás. Com isso em mente, vejamos como essas imagens
podem ser interpretadas:

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a) Incorreta. É possível que parte delas tenha servido esse propósito. Contudo, os especialistas
argumentam que é mais provável que elas não pretendiam ser obras de arte, no sentido que
entendemos hoje. Na verdade, sua função era comunicativa, isto é, transmitir mensagens.
b) Incorreta. As pinturas rupestres podiam representar uma série de ocasiões e narrativas sobre
os mais vários temas, não apenas momentos “épicos”. Situações cotidianas, rituais religiosos,
caçadas, trabalho, batalhas, entre outros episódios.
c) Incorreta, pela mesma razão que a anterior.
d) Incorreta. De fato, esses vestígios gráficos são um tipo de linguagem cujo significado está
perdido para nós devido à ação do tempo. Os pesquisadores não conhecem o código social
das populações pré-históricas, portanto, nunca terão certeza se sua decodificação é 100%
correta. A ausência de documentos escritos também dificulta a análise. No entanto, é possível
levantar hipóteses mais ou menos verossímeis de acordo com a quantidade de vestígios
disponíveis (não só pinturas, mas também outros artefatos), o que possibilita comparações
entre diferentes sítios arqueológicos.
e) Correta! É como expliquei nas letras “a” e “b”. O que sabemos com certeza, é que as pinturas
rupestres transmitiam informações e mensagens cujo significado está associado à sua realidade
social e material, historicamente demarcada. Existe uma variedade de cenas retratadas que
oferecem um leque de interpretações.
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Gabarito: E

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“O século VIII é um período muito importante na história do mundo grego e, aliás, do mundo
mediterrâneo em geral (Roma, por exemplo, foi fundada em 753 a.C.). Trata-se de uma
época na qual se consolida, na Grécia europeia, insular e asiática, uma forma original de vida
em sociedade: a pólis”.
Pierre Vidal-Naquet. O Mundo de Homero. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
Adaptado.
Com base no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar:
a) O processo que levou à formação da pólis grega trouxe o fim da segregação social, pois
o povo passou a governar.
b) Com o surgimento da pólis, a Grécia conheceu um processo intenso de concentração de
poder nas mãos dos reis.
c) A pólis teve um papel fundamental de eliminar a fragmentação territorial e autonomia
política da Grécia.
d) Essa nova forma de governo permitia que as cidades tomassem importantes decisões
coletivamente.

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e) A expansão da pólis, permitiu, ao mesmo tempo, ampliar as formas políticas e eliminar a


escravidão.
Comentários

No desenvolvimento da civilização grega, o surgimento da pólis, no século VIII a.C., desponta


como uma das mais importantes experiências políticas desenvolvidas em toda a Antiguidade. A
pólis grega eram as cidades-estados da Grécia Antiga, as quais foram fundamentais para o
desenvolvimento da cultura grega no final do período homérico, período arcaico e período
clássico. Atenas e Esparta merecem destaque como as pólis mais importantes do mundo grego.
Do ponto de vista histórico, as pólis não só determinaram a presença de um tipo de organização
demográfica mais extensa, mas também foram de suma importância para que os gregos
passassem a debater; elaborar e transformar as leis que regiam o seu cotidiano. A pólis era, assim,
um sistema de vida e, portanto, um modo de formar e moldar os cidadãos gregos que dela faziam
parte.

a) Incorreto. A sociedade grega era compartimentada em classes sociais. Assim, com o advento
da pólis, as cidades passam a ser governadas por uma classe de proprietários ricos, em nome de
todos. O sistema democrático, ainda que excludente naquela época, refletia o modo como a
sociedade se organizava.
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b) Incorreto. Com a pólis, os reis deixam de existir, ou apenas atuavam com papel simbólico. O
governo das cidades caiu nas mãos de homens livres, como proprietários de terras e comerciantes
ricos. Nesse sentido, a pólis transformou a feição da política no mundo antigo ao não se restringir
à simples autoridade de um governante único.

c) Incorreto. A pólis corresponde às diversas cidades-Estados com formas autônomas de governo,


que se formaram no território grego, pela reunião de várias comunidades gentílicas. Por meio
delas, surgiu um espaço de diferentes formas de organização políticas, cujas questões a serem
resolvidas se tornavam cada vez mais complexas.

d) Correto! Na pólis, as decisões coletivas estavam baseadas no estabelecimento de uma


aristocracia responsável pelo destino político de toda população. Um dos reflexos da política da
pólis, foi a expansão para a Itália meridional e Sicília, através de grupos de imigrantes com o
objetivo de fundar novas colônias gregas, próximas de Nápoles e Sicília.

e) Incorreto. Anteriormente, as decisões políticas estavam nas mãos de reis, porém, com o
surgimento da pólis, passaram a ser conduzidas por homens livres. Muito utilizado em muitas
cidades-Estados da Grécia Antiga, o trabalho escravo existiu como prática apenas até, pelo
menos, 594 a.C.

Gabarito: D

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Os fenícios eram um povo de origem semita que se fixou e desenvolveu a suas cidades numa
faixa de 200 quilômetros situada entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano.
Sua civilização viveu seu apogeu a partir de 1400 a. C. Entre seus principais legados na
história da Antiguidade está
a) o aperfeiçoamento de técnicas agrícolas para produção em larga escala e seu
armazenamento por meses.
b) a existência da primeira grande civilização humana caracterizada pela centralização do
poder em um Estado teocrático.
c) a invenção do alfabeto que foi apropriado pelos demais povos que tiveram contato no
período, usado até os dias atuais
d) o estabelecimento de uma rede de entrepostos e portos para viabilizar o comércio de
longa distância por vias marítimas, aperfeiçoando da navegação.
e) a conquista da Grécia, Egito e Oriente Médio e a gestação da cultura helenística que
agregava influências culturais dos povos que habitam esse vasto território.
Comentários

O tema da questão é a civilização dos fenícios, na Antiguidade oriental. O enunciado já nos dá


algumas informações básicas sobre esse povo, como sua localização, origem étnica e apogeu.
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Vale acrescentar que as primeiras cidades fenícias surgiram por volta de 1200 a. C. Eventualmente,
eles expandiram sua civilização e construíram cidades por toda a costa do mar Mediterrâneo. Mais
tarde, elas foram conquistadas e incorporadas por outros grandes impérios que se expandiram
em seguida, como os macedônios e os romanos. Então, vejamos qual alternativa aponta
corretamente um dos legados dessa civilização:

a) Incorreta. Apesar de o território onde se originou sua civilização possuir terras aráveis, os
fenícios não se destacavam pela agricultura. Eles ergueram as bases de sua civilização a partir do
comércio e da navegação.

b) Incorreta. Outras civilizações mais antigas já haviam construído sociedades com Estados
centralizados e teocráticos, como o Egito Antigo. Além disso, a civilização fenícia não possuía um
governo centralizado, mas era organizada em cidades-Estados autônomas entre si. Mesmo sem
centralização política, havia uma unidade cultural entre elas, dada pelo uso da mesma língua, do
mesmo alfabeto e pelo culto aos mesmos deuses.

c) Incorreta. Os fenícios não inventaram o alfabeto. Mais uma vez vale citar o caso dos egípcios,
civilização mais antiga, a qual já havia adaptado a escrita hieroglífica para representar letras. O
real feito dos fenícios foi aperfeiçoar e difundir esse alfabeto, além de terem sido os primeiros a
representar fonemas e não apenas letras. Por isso, seu alfabeto podia ser usado por diferentes
línguas.

d) Correta! Como mencionei na letra “b”, os fenícios eram um povo mercantil e navegador. A
abundância de madeira na sua região de origem foi empregada na construção de navios usados

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no comércio marítimo. Sua posição geográfica, no cruzamento das rotas comerciais do Oriente e
do Ocidente, era vantajosa para esse intento. Eles chegaram a possuir a marinha mais poderosa
que navegava pelo mar Mediterrâneo.

e) Incorreta. Esses feitos são do Império Macedônio. Por seu turno, os fenícios não expandiram
sua civilização com o fim de conquistar amplos territórios, mas sim para estabelecer a rede de
entrepostos e portos mencionada na letra “d”. Assim, viabilizavam o comércio de longa distância,
por meio da navegação.

Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“A lista das satrapias é, ao mesmo tempo, também uma lista de tributos. Toda a província é
taxada anualmente. Dezenove províncias pagam cotas fixas em talentos de prata babilônicos;
a vigésima, a Índia, paga a soma fabulosa de 369 talentos de ouro. A cota máxima em prata,
de mil talentos, provém da Babilônia; a segunda, de 700, provém do Egito. As outras pagam
entre um mínimo de 170 e um máximo de 600 com uma média de 300/400 talentos por
província. O total para todo o Império é de 14.560 talentos”.
ASHERI, D. O Estado persa. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 108.
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A administração do Império Persa, descrita no texto colaborou para que


a) as satrapias não tivessem autonomia cultural uma vez que o controle político e econômico
era detido pela nobreza persa.
b) várias satrapias se revoltassem no mesmo período em que o império sofria derrotas
consecutivas para gregos e macedônios gerando seu colapso.
c) as elites provinciais tivessem maior poder político e militar para executar seus próprios
interesses, além de gozar de liberdade religiosa e cultural.
d) fosse mais difícil unificar a economia e instituir uma moeda única, haja vista que a vastidão
e diversidade do império complicava a comunicação.
e) os persas tivessem maior quantidade de guerreiros e coesão militar, o que lhes permitiu
conquistar a Grécia no século V a. C.
Comentários

O Império Persa começou a se formar na região do Planalto Iraniano, entre o Mar Cáspio e o Golfo
Pérsico. Por volta do século VI a. C., o rei persa Ciro libertou seu povo do domínio dos medos,
conquistando o Reino da Média e, na sequência, dando início a uma campanha de expansão
territorial. No seu auge, o Império Persa abrangia o Egito, a Mesopotâmia, a Palestina, a Fenícia,
a Ásia Menor e a Índia. O texto da questão dissertação sobre o sistema de tributação sobre as
satrapias, nome dado às províncias do império. Com isso, vejamos:

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a) Incorreta. De fato, os sátrapas (governadores das satrapias) eram escolhidos entre a nobreza
persa, não entre as elites locais. Entretanto, as satrapias tinham bastante autonomia do ponto de
vista cultural. As autoridades persas não os obrigavam a adotar uma nova religião, por exemplo.
Também podiam manter sua própria língua e tradições.

b) Correta! O texto da questão deixa palpável que os tributos pagos pelas satrapias eram bem
caros. A cobrança podia ser feita tanto em espécie quanto em moeda. Esgotadas, várias satrapias
se rebelaram contra o domínio persa, que pouco pôde fazer para reagir visto que seu exército já
sofria baixas devido às Guerras Médicas e, posteriormente, à conquista pelos macedônios.

c) Incorreta. Como já expliquei na letra “a”, o poder político era detido pelas elites persas, não
pelas elites provinciais. O mesmo ocorria em relação ao comando das tropas militares. Os cargos
mais altos na cadeia de comando eram restritos à nobreza persa, enquanto o baixo escalão era
composto por oficiais e soldados originários dos povos submetidos.

d) Incorreta. A vastidão e a diversidade do império não foi impedimento para que a economia
fosse unificada. Inclusive, foi durante o reinado de Dario I que uma moeda única foi instituída, o
dárico. Com isso, as satrapias foram proibidas de cunhar suas próprias moedas. A economia
unificada também era sustentada pelo sistema de estradas e rotas que conectavam as principais
cidades das satrapias à capital do império.
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e) Incorreta. Os persas nunca conquistaram a Grécia. Os dois povos se enfrentaram durante as


Guerras Médicas, entre 490 e 449 a. C. Entretanto, os gregos saíram vitoriosos e expulsaram os
persas da região dos balcãs.

Gabarito: B

5. (Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)

FREITAS NETO, J. A. de; TASINAFO, C. R. História geral e do Brasil. São Paulo: HARBRA,
2006, p. 54
A leitura do gráfico permite concluir que a democracia ateniense
a) teve seu apogeu no século VI a. C., quando as mulheres conquistaram direitos políticos.

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b) não permitia a participação de todos os habitantes, com menos de um quarto deles tendo
esse direito.
c) abarcava quase a totalidade da sociedade, com exceção dos escravos.
d) foi estendida aos estrangeiros e escravos a partir de 432 a. C.
e) abrangia os metecos, desde que tivessem um “tutor” para se responsabilizar por sua
participação.
Comentários

Logo de cara, é evidente que o tema da questão é a democracia em Atenas, na Antiguidade. À


princípio, a sociedade ateniense era composta pelos seguintes grupos sociais: eupátridas (grandes
proprietários, a aristocracia); geogóis (pequenos proprietários); demiurgos (comerciantes);
escravos (por dívida ou por guerra); e metecos (estrangeiros).Ao longo do século VII e VI a. C.,
Atena passou por uma série de convulsões sociais e conflitos entre esses grupos. Algumas
lideranças políticas empreenderam reformas com a intenção de sanar essas divergências, como
Drácon (621 a. C.), Sólon (594 a. C.) e Clístenes (510-507 a. C.); sendo este último considerado o
“pai da democracia ateniense”. Esses reformadores procuraram reorganizar a sociedade, abolindo
as distinções baseadas na origem familiar entre eupátridas, georgóis e demiurgos, além de
aperfeiçoar as instituições e a participação política envolvendo todos os cidadãos. Mas quem,
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afinal, era considerado cidadão? Apenas aqueles que eram homens, filhos de pais atenienses,
livres e maiores de 18 anos. Com isso, vejamos o que o gráfico nos permite concluir sobre a
democracia ateniense:

a) Incorreta. Apesar de Clístenes, no século VI a. C., ser considerado o “pai da democracia


ateniense”, o apogeu desta forma de organização política só ocorreu no governo de Péricles, no
século V a.C. Ele liderou a cidade, aproximadamente, entre 461 e 429 a. C., quando morreu.

b) Correta! Considerando que apenas aqueles considerados cidadãos (em vermelho no gráfico)
tinham direito a participação política em Atenas, observa-se que nos três anos representados no
gráfico a democracia abrangia apenas a minoria dos atenienses.

c) Incorreta. Como acabei de dizer, apenas a minoria tinha direito a participação política. Escravos,
mulheres e estrangeiros não tinham tal direito.

d) Incorreta. A democracia nunca foi estendida aos estrangeiros (metecos), nem aos escravos, em
Atenas.

e) Incorreta, pela mesma razão que a anterior. Realmente, os metecos precisavam de “tutor” para
residir na cidade e tratar de seus negócios. Porém, isso não lhes dava direito algum de participação
política.

Gabarito: B

6. (Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)

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No século V a. C., o mundo grego foi abalado pela invasão dos persas que resultou nas
Guerras Médicas. O conflito contribuiu para uma aliança entre as cidades-Estados gregas
que formaram a Liga de Delos. Porém, a vitória sobre os persas, uma nova rivalidade se nutriu
entre os gregos. Em oposição à primeira liga, formou-se a chamada
a) Liga das Nações.
b) Liga de Tróia.
c) Liga Espartana.
d) Liga do Peloponeso.
e) Liga de Tebas.
Comentários

As Guerras Médicas consistiram em uma série de batalhas entre gregos e persas entre 490 e 449
a. C. Os persas vinham expandindo seus territórios desde século VI a. C., quando o rei Ciro libertou
seu povo e conquistou o Reino da Média, na região do Planalto Iraniano. Em 499 a. C., os persas
já dominavam a Ásia Menor, onde havia algumas póleis gregas que, naquele ano, revoltaram-se
com o apoio de Atenas. A vitória coube aos gregos. No entanto, cerca de uma década depois,
sob a liderança de Xerxes, os persas tornaram a invadir a Grécia. Dessa vez, as cidades gregas
formaram uma aliança, a Liga de Delos, sob liderança de Atenas. Novamente, os gregos saíram
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vitoriosos. A Liga de Delos continuou existindo como prevenção a futuros ataques estrangeiros.
Porém, seus membros foram notando que os tributos exigidos para a manutenção das tropas e
das frotas da liga eram desviados para financiar o desenvolvimento de Atenas. Esta já vinha se
destacando em questão de prosperidade econômica e cultural, o que gerou ainda mais intrigas e
rivalidades entre as cidades-Estados gregas. Foi, então, que Esparta e outras cidades formaram
uma nova aliança para se opor ao crescente poderio ateniense, vejamos qual delas:

a) Incorreta. A Liga das Nações, ou Sociedade das Nações, foi uma organização supranacional
criada após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1919. Seu objetivo era assegurar um canal de
negociação e diálogo entre as potências mundiais e evitar novos conflitos como o último.

b) Incorreta. Nunca existiu uma aliança com esse nome.

c) Incorreta, pela mesma razão que a anterior.

d) Correta! Peloponeso era o nome da Península onde Esparta, liderança da aliança, estava
localizada. Boa parte de seus aliados também residiam na região. A tensão entre as duas alianças
se acirrou ao ponto de eclodir um novo conflito, a Guerra do Peloponeso, em 431 a. C. Esparta
saiu vitoriosa, mas os efeitos do conflito foram devastadores para ambos os lados. A hegemonia
espartana sobre as demais cidades não durou tanto e logo foi superada pelo poderio da cidade
de Tebas, que também teve curta duração. Extremamente enfraquecidas, as cidades gregas
sucumbiram diante das invasões do Império Macedônio, liderado por Filipe II.

e) Incorreta. Nunca existiu uma aliança com esse nome.

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Gabarito: D

7. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)


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Discóbulo, de Míron. Estátua de bronze feita por volta de 460 a. C. Gliptoteca de Munique,
Alemanha.
A concepção de beleza na escultura clássica grega envolvia
a) aliar o naturalismo do corpo com o idealismo das formas.
b) representar o corpo humano como era na realidade.
c) falta de originalidade, devido à dependência da estética oriental.
d) a inovação na utilização do mármore, material mais maleável.
e) a adesão a poses mais rígidas e estáticas, que trouxessem imponência.
Comentários

Lembre-se que o período clássico abarca os séculos V e IV a. C. da história da Grécia Antiga. Esse
momento é marcado pelo apogeu da democracia ateniense e de seu desenvolvimento cultural, o
que certamente influenciou a produção de obras de arte, como as estátuas. Vale ressaltar que as
artes gregas, em geral, valorizavam a simetria, o equilíbrio e harmonia, fazendo uso da matemática
e da geometria para atingir essa perfeição estética. Então, vejamos o que envolvia a escultura do
período clássico:

a) Correta! No período clássico, os gregos seguiam rigorosas regras de equilíbrio e perfeição na


representação do corpo humano. Eles almejavam dar passar maior sensação de movimento e

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naturalismo das figuras representadas ao mesmo tempo que queriam atingir um ideal formal, isto
é, uma beleza perfeita. Portanto, temos um equilíbrio entre o real (natural) e o ideal.

b) Incorreta. Não se tratava de representar o corpo humano como ele realmente era, mas sim de
como deveria ser. A intenção era tornar o ideal tão natural que poderia se acreditar que se
materializou.

c) Incorreta. De fato, as primeiras esculturas, e artes gregas no geral, eram marcadas pela
influência da arte oriental, sobretudo do Egito Antigo e da Mesopotâmia. No entanto, desde cedo
os gregos buscaram realizar inovações. As estátuas gregas eram completamente destacadas dos
blocos de mármore, o que lhes dava uma aparência mais realmente. Também havia um esforço
em lhes dar uma aparência de movimento. As linhas retas foram suavizadas para ajudar nisso. No
período clássico, essas inovações permitiram aos gregos a criação de um estilo próprio, ao mesmo
tempo naturalista e idealista.

d) Incorreta. Na verdade, no período clássico os gregos passaram a utilizar o bronze na confecção


de estátuas, por ser um material mais maleável e resistente do que o mármore. O uso dessa nova
técnica possibilitou que os braços fossem separados do corpo, por exemplo.

e) Incorreta. Tratava-se do contrário, os gregos almejaram retratar poses mais naturais que
passassem a sensação de movimento.
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Gabarito: A

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“Estendi os limites de todas as províncias do povo romano fronteiriças de nações que


escapavam à obediência ao Império. Restabeleci a ordem nas províncias das Gálias, das
Espanhas, na Germânia. Juntei o Egito ao Império, recuperei a Sicília, a Sardenha e as
províncias além do Adriático”.
Adaptado de: FREITAS, G. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, [s.d.] v.1,
p. 96-7.
Neste depoimento, o Imperador Augusto (27 a. C.-14 d.C.) descreve a “Pax Romana”, nome
dado a um período marcado
a) pela crise e fragmentação do Império causadas pelas invasões bárbaras e pelas tensões
sociais internas.
b) pela democratização do poder, por meio da supremacia do Senado e acesso dos plebeus
a política.
c) pela estabilidade das instituições, riqueza econômica e cultura, manutenção da expansão
e relativa paz interna.
d) pela conquista romana de entrepostos e portos vitais para o monopólio do comércio no
mar Mediterrâneo.

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e) pela adoção do cristianismo como religião oficial do império.


Comentários
Em primeiro lugar, repare que os anos citados pelo enunciado. O discurso faz parte de um
depoimento do primeiro imperador romano, Otavio Augusto, que ascensão ao poder por meio
de um golpe. Com isso, Roma deixou de ser uma República para se tornar um vasto Império
cujo poder estava centralizado na figura do imperador. Nesse momento, a sociedade e a
economia romana tinham seus pilares na expansão territorial por meio da guerra, na
propriedade da terra, no comércio e na escravidão. Entretanto, os anos finais da República
vivenciaram uma crise desse modelo, que gerava uma massa de plebeus livres, porém
miseráveis, despossuídos e desempregados. Paralelamente, os generais dos exércitos se
aproveitavam de sua popularidade e importância para o funcionamento da economia romana
para buscar mais poderes políticos. No fim, a República foi derrubada pelas próprias disputas
envolvendo interesses de patrícios, plebeus e generais. No meio desses conflitos, Otavio viu a
oportunidade para realizar seu golpe e tomar o poder. Com isso, vejamos o que envolveu a
“Pax Romana” posta em prática por esse governante:
a) Incorreta. Realmente, havia uma crise causada pelo desgaste do modelo econômico romano
(guerras, terras, escravos e comércio) que intensificou as disputas entre as classes sociais.
Contudo, nesse momento o Império não foi fragmentado. Pelo contrário, o movimento
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centralizador iniciado por Otavio Augusto garantiu a estabilidade necessária para mantê-lo
unificado por mais alguns anos.
b) Incorreta. Na verdade, ocorreu o contrário. Ao declarar-se imperador, Otavio Augusto
centralizou o poder, diminuindo as prerrogativas do Senado de outras instituições. Os plebeus
não perderam direitos políticos, mas isso não significava grande coisa uma vez que o Senado
já não era mais autoridade máxima do Estado romano.
c) Correta! “Pax Romana” significa literalmente “Paz Romana”, nome dado ao período em que
Otavio Augusto governou o Império. Como o nome já diz, foi um momento caracterizado pela
pacificação dos conflitos internos na sociedade romana, o que só foi possível graças à
centralizado empreendida pelo imperador. Ele se dedicou a implantar uma política de
administração pública na vasta extensão territorial, inclusive com o aprimoramento do controle
das finanças. Essa era uma questão fundamental para a consolidação e para o sucesso de Roma.
As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo, atingiram
uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio foi criar
uma burocracia administrativa, com critério censitário.
d) Incorreta. Isso ocorreu ainda durante o período republicano, com o projeto Mare Nostrum.
e) Incorreta. Jesus Cristo, fundador do cristianismo, realmente nasceu, viveu e realizou suas
pregações durante o século I, porém foi provavelmente após a morte de Otavio, ocorrida em
14 d. C., quando o profeta ainda seria muito jovem. Nos primeiros séculos de existência da
religião cristã, ela foi independente do Estado romano e até mesmo perseguida por ele, visto
suas discordâncias em relação à religião romana e ao funcionamento da sociedade como um
todo. Somente cerca de trezentos anos depois, durante o governo do imperador Constantino,

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que o cristianismo foi legalizado no império, tendo seu culto permitido pelo Édito de Milão, em
313 d. C. Ainda, coube ao imperador Teodósio fazer dessa a religião oficial do império, em 380
d. C.
Gabarito: C

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“Reflitas em que esse a quem chamas teu servo, nascido da mesma semente, vive sob o
mesmo céu, respira da mesma maneira, da mesma maneira vive e da mesma morre! Tanto
podes tu vê-lo livre como ele a ti escravo [...]. Não quero me meter numa questão imensa e
dissertar sobre o tratamento dos escravos, com os quais somos extremamente orgulhosos,
cruéis e injuriosos. Em suma, a minha doutrina é esta: vive com um inferior da mesma maneira
que quererias que um superior vivesse contigo. Todas as vezes que te lembrares dos teus
poderes sobre o teu servo, outras tantas te lembrem os do teu senhor sobre ti”.
SÊNECA. Carta a Lucílio, 47, 10-11. In: PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Romana: antologia
da cultura latina. Coimbra: Universidade de Coimbra/Instituto de Estudos Clássicos, 1994, p.
227-228.
No decorrer dos séculos I a III d. C., a atitude com relação aos escravos se modificou em
Roma. Essa mudança estava relacionada principalmente à
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a) vitória da revolta de Spartacus.


b) conquista de direitos políticos pelos plebeus.
c) ascensão dos generais na política romana.
d) popularização do hedonismo entre a plebe romana.
e) difusão do estoicismo na elite romana.
Comentários

Antes de tudo, já sabe, né? Atenção às datas informadas! O enunciado fala no intervalo entre os
séculos I a III d. C., momento em que Roma era um Império (27 a. C.-476 d. C.). Com isso, já
podemos eliminar as alternativas “a”, “b” e “c”, por uma questão cronológica. A rebelião de
Spartacus, levado a cabo por escravos, ocorreu entre 72 e 71 a. C.; os plebeus conquistaram mais
direitos políticos entre 494 e 300 a. C.; e a ascensão dos generais na política romana ocorreu entre
os séculos II e I a. C. Portanto, são eventos que se deram todos durante o período republicano de
Roma (509-27 a. C.). Antes de prosseguirmos, é importante lembrar que a escravidão era um dos
pilares da economia e da sociedade romanas. No período imperial, os escravos eram somente os
prisioneiros de guerra feitos durante a expansão militar, além dos filhos de escravos. Essa
população era a mais utilizada em todos os tipos de atividades, seja no campo ou nas cidades.
Por incrível que pareça, a situação social do escravo podia variar bastante, havendo alguns que
eram até mais ricos e influentes do que alguns cidadãos romanos. Contudo, ainda assim, todo
escravo era tratado como um ser inferior e era desprovido de direitos. Com isso em mente,
vejamos o que acarretou a mudança de tratamento da sociedade em relação a eles:

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d) Incorreta. O hedonismo foi uma doutrina filosófica que teve origem no período helenístico entre
os gregos, mas que influenciou muito os romanos que se inspiravam na civilização grega de várias
formas. O período helenístico se passou entre os séculos IV e II a. C., quando Roma era uma
República. Apesar disso, alguns poetas e filósofos romanos do império, como Horácio,
continuaram reproduzindo muito do que o hedonismo pregava. Trata-se de uma doutrina, ou
filosofia de vida, que defende a busca por prazer como finalidade da vida humana. Buscar prazer
é o que move as paixões, os desejos e todo o mecanismo da vida, sendo, portanto, a primeira e
mais completa ponte para a finalidade última da vida: a felicidade. Durante a Antiguidade Clássica,
o hedonismo ganhou diversos contornos e significados ao longo do tempo, dando à luz diferentes
posições sobre seus preceitos. Nessa época, os hedonistas mais influentes foram os filósofos
gregos Aristipo de Cirene, fundador da doutrina, e Epicuro de Samos. O primeiro acreditava o
prazer era um bem em si mesmo, podendo ser usado intensamente para alcançar a felicidade e
diminuir a dor. O segundo defendia que a moderação do prazer, argumentando que existia dois
tipos de prazer: o natural e o não natural. Os prazeres naturais levavam à verdadeira felicidade e
estavam ligados ao intelecto e no enobrecimento do espírito. Os não naturais estão ligados àquilo
que sai do controle da pessoa ou surgem, muitas vezes, por convenção social. Eles são efêmeros
e podem gerar vicio, o que tira a liberdade individual das pessoas. Sexo, poder, riqueza, fama e
entorpecentes são alguns desses prazeres não-naturais. De qualquer forma, note que dificilmente
essa filosofia pregaria uma vida melhor para os escravos caso isso fosse contra a busca pelos
prazeres de seus donos.
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e) Correta! O estoicismo também é uma doutrina filosófica de origem helenista que chegou ao
conhecimento dos romanos e obteve sua admiração. Essa doutrina pregava a ideia de que o
homem integra uma ordem racional que coordena o universo. Dotado de uma alma racional, o ser
humano era entendido como um ser divino. A partir dessa concepção, os estoicos elaboraram
uma ética que defendia que todo indivíduo merecia respeito por ser dotado dessa alma racional,
independentemente de sua condição de nascimento ou posição social. Não se engane, os estoicos
não reivindicavam o fim da escravidão como um todo. Apenas defendiam um tratamento mais
humano para os escravos, inclusive defendendo a limitação do direito dos senhores de castigá-
los.

Gabarito: E

(Estratégia Vestibulares/Profe. Alê Lopes/ 2021)

Após unificar a Península Itálica sob seu comando, a República Romana se dirigiu para o
norte da África, mais especificamente para a cidade de Cartago. A rivalidade entre romanos
e cartagineses levou às chamadas Guerras Púnicas. Sua principal motivação foi o interesse
dos romanos
a) em defender seu território da expansão cartaginesa que visava conquistar toda a Europa.
b) em assumir o controle de uma importante cidade sagrada para a religião romana.

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c) em obter mais terras para realizar uma reforma agrária e extinguir as disputas entre
plebeus e patrícios.
d) pelas terras férteis da Sicília bem como a intensão de monopolizar o comércio marítimo
no Mediterrâneo.
e) pelo controle do Egito e da Mesopotâmia, regiões ricas em minérios e com acervos
culturais inestimáveis.
Comentários
Apesar do enunciado não apontar nenhuma data, há algumas informações nele que nos
permitem localizar o tema da questão no tempo. Fala-se na unificação da Península Itálica sob
domínio romano, entre os séculos V e III a. C., e das Guerras Púnicas, uma série de guerras
entre romanos e cartagineses entre 264 e 146 a. C. Portanto, realmente, trata-se do período
em que Roma era uma República (509-27 a. C.). Ainda, vale mencionar que Cartago era uma
cidade de origem fenícia, localizada na atual Tunísia, no norte da África. Lembra que os fenícios
era um povo formado por exímios comerciantes e navegadores? Então, guarde essa informação
e vejamos qual era o interesse dos romanos da disputa com eles:
a) Incorreta. Os cartagineses não pretendiam invadir Roma, muito menos conquistar a Europa.
Queriam apenas manter o controle sobre os entrepostos e portos que já dominavam, nas costas
do mar Mediterrâneo, vitais para o comércio marítimo na região.
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b) Incorreta. Nem Cartago, nem a Sicília, eram cidades sagradas para a religião romana. O
interesse nelas era econômico.
c) Incorreta. Não havia intenção da República Romana em realizar uma reforma agrária no
período das Guerras Púnicas. Somente após esses conflitos que essa pauta ganhou força na
política romana, com a eleição dos irmãos Graco, Tibério (134 a. C.) e Caio (124 a. C.).
d) Correta! A Sicília era uma ilha à sudoeste da Península Itália. Esta era muito pobre em terras
cultiváveis. Por isso, os romanos se dedicaram tanto a expandir seus territórios não só pelo mar
Mediterrâneo, mas pelos continentes europeu, asiático e africano. Afinal, a terra era um dos
pilares da economia romana, origem de grande parte dos produtos comercializados na
república. A Sicília, mesmo sendo uma ilha, apresentava terras ideais para o plantio, que
poderia ser revertido em mercadoria e lucro. Além disso, a ilha, assim como Cartago, estava
localizada em posições estratégicas no mar Mediterrâneo para o comércio marítimo na região.
Ter controle sobre essas localidades significava ter maior controle sobre todo esse comércio
marítimo.
e) Incorreta. Essas regiões só foram definitivamente incorporadas ao domínio romano durante
o período imperial.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)


Às vezes, as exigências do local, como em Mileto, levavam o teatro a instalar-se na periferia
da cidade. Todavia, sempre que possível, ele se situava no centro da cidade. Com efeito,

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não se tratava apenas de um edifício de espetáculo, que servia às competições musicais e


dramáticas, às quais se acrescentaram, na época imperial, os combates dos gladiadores.
VIAL, Claude. Vocabulário da Grécia Antiga. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2013
Conforme o texto, o teatro Grego, na Antiguidade, tinha uma função além dos espetáculos,
a) Política, já que o edifício do teatro também foi utilizado para assembleias políticas.
b) Civilidade, já que era o lugar onde se determinava os critérios de cidadania.
c) Religiosa, já que era usado como templo para adoração de deuses.
d) Filosófica, já que era usado como espaço escolar.
e) Econômico, já que era o espaço de comércio de estrangeiros escravizados
Comentários
O teatro grego era uma estrutura fundamental. Era central na vida daquela civilização. O
texto expressa essa centralidade ao afirmar que, na maioria das vezes se situava no centro
da cidade e que tinha a função de espetáculos, competições musicais e combates de
gladiadores. Veja, então, que o edifício do teatro pode ter múltiplas funções.
Além dessas, quais mais, entre as listadas nas alternativas, foram desenvolvidas naquele
espaço?
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Vejamos cada alternativa:


a) Correto. Além da ágora (cuja função essencial era a política), o teatro era um espaço
central, aberto e público. Isso permitia a execução da política na acepção grega, feita
publicamente, com a participação dos cidadãos. Ressalto que isso ocorreu nas cidades-
estados gregas que tinham uma perspectiva de política mais democrática, como em Atenas
(mas não apenas nela)
b) Errado, pois os critérios de cidadania foram sendo definidos ao longo do tempo. Não
exatamente neste lugar.
c)Errado, já que a religiosidade era exercida nos templos religiosos, apesar de ser verdade
que muitas peças de tetro também falavam de deuses e da mitologia.
d)Errado. Existiam escolas em algumas cidades-estados, como em Atenas. Apesar disso, não
esqueça de que o teatro, digo, as peças de teatro tinham um papel social formativo.
e) Erradíssimo. O comércio se desenvolvia em áreas de mercado, algumas vezes fora da
cidade, nos portos.
Gabarito: A

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Entre os séculos VI e V a.C., os gregos romperam com o senso comum, com a tradição e com
o pensamento místico. Alguns historiadores dão o nome de milagre grego ao salto
qualitativo do conhecimento humano sobre si e a natureza, em que se abandonaram a

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explicação mítica e o princípio da interferência das forças sobrenaturais nos destinos dos
homens para dirigir-se à obtenção do saber por meio da abstração da razão. Apesar do
grande avanço, a racionalidade e a investigação especulativa da natureza só se tornaram
formas dominantes de pensar muitos séculos mais tarde, a partir do Renascimento (séculos
XIV-XVI).
COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.
Com o desenvolvimento dessa nova forma de pensar os gregos
a) Passaram a organizar a vida social exclusivamente a partir dos elementos racionais.
b) Superaram a filosofia e sua perspectiva especulativa, pouco racional.
c)Procuraram aproximar razão e fé, a partir dos escritos platônicos.
d)Conquistaram, progressivamente, consciência de que seu destino era produto da ação
humana e não de forças sobrenaturais.
e) Buscaram explicações para suas angústias em explicações cuja racionalidade tinha base na
mitologia.
Comentários
Aqui temos uma questão interdisciplinar de História e Filosofia, que trouxe o contexto
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histórico da Antiguidade Clássica com um tema específico sobre o desenvolvimento do


pensamento grego.
Vamos lembrar de que a filosofia nasceu com o desenvolvimento do pensamento
especulativo que se debruçava sobre o mundo procurando entendê-lo com objetividade. A
observação da natureza, do espaço, dos fenômenos eram a base empírica desse pensamento
especulativo. Assim, o pensamento laico, racional e de investigação especulativa da natureza
constitui o pensamento grego.
O comando da questão nos cobra sobre possíveis consequências dessa nova forma de pensar
desenvolvido pelos gregos.
Vejamos as alternativas
a) Errado. Como afirma o texto, apenas no Renascimento é que o pensamento racional se
consolidou, assim, podemos imaginar que o pensamento especulativo e mítico/mitológico
conviveu na Grécia Antiga.
b) Errado. O pensamento grego tem base na especulação filosófica.
c) Errado. A aproximação da fé e razão é parte do pensamento filosófico medieval.
d) Gabarito. Essa é uma consequência do pensamento racional sobre a especulação da
natureza e a descoberta, progressiva, de elementos que explicam os fenômenos naturais e
sociais.
e) Errado, pois o pensamento racional é uma ruptura com o pensamento mitológico. Não
esqueça que isso ocorreu em um longo espaço temporal. A ruptura não foi abrupta; levou

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séculos. Como diz o texto, e nossos conhecimentos, o Renascimento retoma a cultura clássica
e desenvolve mais o racionalismo.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“A escrita não teve uma única forma de registro e nem apareceu numa única região. As
principais formas de escrita foram a cuneiforme, na região da Mesopotâmia; o hieróglifo (do
grego hieros, que quer dizer sagrado), na região do Egito; e a escrita alfabética, na região
da Fenícia (costa do atual Líbano). Nessas regiões, também conhecidas como o Crescente
Fértil, surgiram as primeiras civilizações.
Outros sistemas de escrita e civilizações surgiram no vale do Indo (região do Paquistão), na
China nos vales dos rios Huang-Ho e Yang Tsé-Kiang e, mais tarde, na Mesoamérica (nome
dado à região entre a América do Norte e a Central em territórios dos atuais México e países
da América Central), às margens do rio San Juan, onde maias e astecas criaram suas
organizações”.
FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São
Paulo: HARBRA, 2006, p. 10.
Nesses contextos de organização da vida social, a escrita tinha vários sentidos, entre os quais
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a) conferir direitos civis aos descendentes de estrangeiros.


b) registrar os próprios modos de vida e a relação com a natureza e o sobrenatural.
c) servir exclusivamente aos interesses do Estado.
d) organizar o sistema prisional e as execuções de criminosos.
e) universalizar o acesso à educação e elevar o nível cultural da sociedade.
Comentários

O tema da questão é o surgimento da escrita nas primeiras civilizações humanas. Antes de


tudo, é necessário fazer uma ressalva: a escrita foi inventada mais de uma vez e de diferentes
formas. Os registros mais antigos são na Mesopotâmia e Egito, mas lembre-se que astecas e maias
também desenvolveram escrita, invenção que, apesar de posterior aos dois primeiros, foi
independente deles. Em um quadro tão diverso de civilizações que marcam a Antiguidade, é difícil
fazer uma contextualização satisfatória. Contudo, vale dizer que o surgimento da escrita está
associado com o crescimento das sociedades e sua organização mais sofisticada. Com isso em
mente, vejamos:

a) Incorreta. A maioria das grandes civilizações antigas, como as mencionadas no texto, não
concediam direitos aos estrangeiros e seus descendentes. Além disso, não há nenhuma relação
direta entre o surgimento da escrita e uma maior ou menor flexibilidade em relação aos
estrangeiros.

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b) Correta! Antes da escrita, as sociedades humanas já tinham outras maneiras de registrar


seus modos de vida e a sua relação com a natureza e o sobrenatural, isto é, por meio das pinturas
rupestres e da tradição oral. No entanto, com a nova forma de expressão mais informações
podiam ser registradas de forma mais objetiva. Os seres humanos passaram a registrar sua história
e suas ideias, o que fez da escrita um marco divisor na história da humanidade, pois passou a haver
registros que documentavam os mais diferentes aspectos da vida e do ambiente. Tanto é que os
historiadores usam o marco da invenção da escrita, na Mesopotâmia (+- 3500 a. C.), como divisão
entre o Período Histórico e o Pré-Histórico.

c) Incorreta. Realmente, as grandes civilizações da Antiguidade, como as mencionadas,


edificaram grandes Estados com o auxílio da escrita. Contudo, é reducionista afirmar que esta
invenção serviu única e exclusivamente aos interesses de seus governos. A escrita também era
usada na manutenção da religião e para produção de conhecimento. Lembre-se também de
poemas, como a Epopeia de Gilgamesh, eram muito comuns para contar a história de alguém ou
de um povo.

d) Incorreta. Não existia um “sistema prisional” na Antiguidade como entendemos hoje.


Veja, existia sim a noção de crime e aqueles que o cometiam eram punidos, até mesmo
executados, como forma de repreensão. Todavia, não existia um sistema, uma cadeia de presídios,
cuja administração era centralizada pelo Estado, como temos hoje. Esse tipo de sistema prisional
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foi inventado na Idade Moderna. Antes disso, era mais comum haver masmorras particulares ou
um pequeno número de celas. A centralização ou não da execução da justiça também variava de
sociedade para sociedade naquela época.

e) Incorreta. Nenhuma das sociedades da Antiguidade mencionadas tinham a intenção de


universalizar a educação. O conhecimento e o domínio da escrita eram restritos a uma pequena
parcela da população, geralmente associada ao governo da sociedade. Até mesmo o sacerdócio,
que em alguns casos envolvia saber ler e escrever, era limitado a algumas pessoas.

Gabarito: B

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“Com a introdução do trabalho escravo em larga escala, o número de plebeus desocupados


aumentou. A esta legião de desocupados somou-se o grande número de pequenos
agricultores arruinados que se dirigiram para as cidades, especialmente Roma”.
CROUZET, M. História Geral das Civilizações. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1955-
1958, 17 volumes.
As crises estruturais da civilização romanas estão associadas
a) à expansão militar, concentração de terra e escravidão.
b) à queda da monarquia, seguida da ascensão do ditador Júlio César.
c) à falta de mão de obra e o encarecimento da produção agrícola.

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d) às medidas liberais implantadas pelo governo do Imperador Constantino.


e) às alianças entre eupátridas e hilotas para retirar direitos políticos da plebe.
Comentários
Aqui, o tema são as crises estruturais da civilização romana, a qual existiu do século VIII a. C. até
V d. C. Costumamos dividir sua história em três etapas: Monarquia (753 – 509 a. C.); República
(509 – 27 a. C.); e Império (27 a. C. – 476 d. C.). Ao longo do primeiro período, os romanos
buscaram estabilizar o controle sobre seu território e expandir seu domínio pela Península Itálica.
Mais tarde, durante a fase republicana, esse projeto evoluiu para o Mare Nostrum, cuja meta era
ter controle sobre todo o mar Mediterrâneo, conquistando os principais pontos de seu comércio
marítimo. Esse expansionismo alcançou o interior do continente europeu, além de territórios no
Oriente Médio e no Norte da África. No entanto, ainda durante a República, esse modelo
começou a apresentar limitações que geraram tensões políticas e sociais que culminaram no início
e, depois, no declínio do Império. Com isso em mente, vejamos ao que as crises estruturais
romanas estavam associadas:

a) Correta! Veja, a economia e sociedade romana eram fundamentadas na concentração de terras.


Os patrícios, aristocracia fundiária, detinham a posse da maioria das terras cultiváveis e
comercializavam seus produtos por todo território romano. Apenas eles podiam participar do
Senado, durante os primeiros anos da república e mesmo depois da concessão de direitos
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políticos aos plebeus, continuaram sendo a elite romana. Para manter as terras produtivas e
comercializar seus frutos, era necessário mão de obra, em geral plebeus. Contudo, conforme a
ambição dos proprietários cresciam, eles precisavam de mais trabalhadores e de mais terras, para
aumentar a produção e, consequentemente, o comércio e o lucro. Assim, a expansão militar era
o grande impulsionador da economia romana. Por meio da guerra, conquistava-se mais terras ao
mesmo tempo que era possível escravizar os prisioneiros e torná-los mão de obra nas mesmas
terras conquistadas. Porém, isso virou um ciclo vicioso que tinha um efeito colateral: o aumento
da população plebeia desempregada e sem terras. Os poucos plebeus que tinham terras não
conseguiam competir com os patrícios e acabavam se endividando e perdendo suas terras. Em
seguida, não conseguiam emprego nas terras da aristocracia, pois esta usava os escravizados
adquiridos na expansão militar. Então, esses plebeus seguiam para as cidades, porém, sem
sucesso, uma vez que lá também era preferida a mão de obra escrava, por ser mais barata. Além
disso, a expansão militar aumentou a importância política dos generais, que passaram a disputar
o poder com patrícios e plebeus, o que resultou no fim da República e o início do Império. Por
outro lado, a expansão também aumentou consideravelmente o território sob o controle romano,
o que acabou dificultando o próprio desempenho de seu domínio sobre eles. Quanto mais
territórios, mais difícil era mantê-los unidos sob um mesmo governo, pois os interesses locais eram
divergentes. Este último fator contribuiu para a crise do Império, nos primeiros séculos da Era
Cristã.

b) Incorreta. Como mencionei no comentário, durante a Monarquia (753 – 509 a. C.), Roma ainda
não tinha alcançado as proporções que viria a ter mais tarde. A concentração de terras e a
expansão militar já se desenhavam como elementos fundantes de sua civilização, porém a

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escravidão ainda não era um de seus pilares. O trio expansão militar-concentração de terras-
escravidão só se consolidou durante a República (509 – 27 a. C.). Além disso, a ascensão de Júlio
César só ocorreu no século I a. C., ou seja, no final do período republicano. De fato, esse fenômeno
estava relacionado à crise política vinculada à projeção dos generais como reflexo da importância
da expansão militar na economia romana.

c) Incorreta. Não havia problema de mão de obra, pelo contrário, havia de sobra e este era o
problema! Como disse acima, a expansão militar, a concentração de terras e a escravidão
produziram uma massa de plebeus desempregados e sem terras aos quais só restaram a miséria.
Essa mão de obra ociosa e miserável se tornou um grande fator de instabilidade.

d) Incorreta.

e) Errado. Hilotas são os escravos. Patrícios não se uniram aos escravos para tirar direitos dos
plebeus.

Gabarito: A

(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)

Não cabe ao poeta o que aconteceu, mas o que poderia ter acontecido, ou seja, o possível
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segundo a verossimilhança ou a necessidade. De fato, o historiador e o poeta não se


diferenciam por dizer as coisas em verso ou em prosa (pois seria possível versificar as obras
de Heródoto, nem por isso seria menos História em verso do que em prosa). A diferença está
em que a História diz o que aconteceu e a poesia o que poderia ter acontecer.
(Aristóteles. Poética)
A partir da leitura do trecho do texto de Aristóteles, assinale a alternativa correta sobre as
especificidades da História e da Poesia.
a) Ambas possuem critério de verossimilhança.
b) Enquanto a História é factual, a poesia se liga à lógica do verossímil.
c) A poesia é mais reflexiva, como a filosofia; já à História não compete a reflexão.
d) A poesia lida apenas com o belo, enquanto a História expõe as verdades
independentemente de subjetividades.
Comentários
Essa é uma questão da historiografia e da filosofia do conhecimento. Demanda interpretação
focada. É um texto de Aristóteles no qual ele faz a diferenciação entre as funções ou essências
da Poesia e da História (como disciplina). A última frase esclarece essa questão, veja: “A
diferença está em que a História diz o que aconteceu e a poesia o que poderia ter acontecer.”
Com isso em mente, vamos analisar cada alternativa:

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a) Errado. Verossimilhança é aquilo que poderia ser verdade, que tem uma lógica racional com
a realidade, muito embora possa não ter acontecido.
b) Gabarito. Veja, que Aristóteles fala que a História diz o que aconteceu, ou seja, um fato
propriamente dito.
c) Errado. O fato de a História tratar sobre os acontecimentos, a reflexão é elemento intrínseco
à narrativa, a escolha da perspectiva, as explicações possíveis para os fatos. Tudo isso é
reflexão.
d) Errado. A poesia também pode ser rude, pode tratar de outros temas que não a fruição e o
belo. Pode trazer dor, violência, tragédia, drama, comédia
Gabarito: B

(Estratégia Vestibulares/2021/profe. Alê Lopes)

“É por esta razão que afirmamos que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Com efeito,
nós o identificamos como o bem primeiro e inerente ao ser humano, em razão dele
praticamos toda escolha e toda recusa, e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo
com a distinção entre prazer e dor”.
EPICURO. Carta sobre a felicidade. São Paulo: UNESP, 1997, p. 37.
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A partir da leitura do texto, assinale a alternativa correta sobre o conceito de prazer no


período helenístico do Império Macedônico.
a) Epicuro definia o prazer como critério absoluto para a felicidade do ser humano. Este deve
perseguir todos os prazeres indiscriminadamente.
b) Epicuro acreditava que o prazer caminha sempre junto do amor entre os homens. Para
ele, as mulheres são incapazes de sentir prazer, pois não são consideradas dignas de amor,
apenas servindo para procriação.
c) Epicuro considerava a vida um eterno sofrimento, do qual apenas o prazer associado à
riqueza econômica podia salvar os homens.
d) Epicuro argumentava que o prazer é inerente ao ser humano e era o critério mais básico
para suas decisões serem tomadas. A oposição entre prazer e dor era fundamental para essa
escolha.
Comentários
Vamos por partes. Em primeiro lugar, é fácil reconhecer que o tema da questão é Antiguidade
Clássica, mais especificamente filosofia grega no período helenístico. Este se passou entre os
séculos IV e II a. C. O helenismo nasceu nos territórios gregos, que naquele momento estavam
sob domínio macedônico. O rei da Macedônia, Felipe II, e depois seu filho – Alexandre, o
Grande –, conquistaram e ampliaram sua dominação sobre a Península Balcânica, o Oriente
Médio e o Egito, chegando até as fronteiras da Índia. Contudo, os macedônios deram muitas
demonstrações de sua admiração e respeito pelo legado cultural, artístico e filosófico da

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Grécia. O próprio Alexandre tinha um professor grego, Aristóteles. Por isso, incorporaram
diversos elementos da cultura grega e tiveram como política disseminá-la pelas regiões que
foram conquistadas por Alexandre. Assim, do contato entre a cultura grega e a cultura oriental
nasceu a cultura helenística. O autor do trecho destaca é Epicuro de Samos (341 a. C.-270 a.
C.). Ele não só cresceu em meio a essa cultura, como também se tornou um dos pensadores
mais conhecidos da tradição filosófica hedonista.
Hedonismo vem do grego Hedonê – nome de uma deusa, na mitologia grega, que representa
o prazer. Hedonê era a representação encarnada de uma vida prazerosa. Com essa inspiração,
o hedonismo é uma doutrina, ou filosofia de vida, que defende a busca por prazer como
finalidade da vida humana. Para os hedonistas, buscar prazer é o que move as paixões, os
desejos e todo o mecanismo da vida, sendo, portanto, a primeira e mais completa ponte para
a finalidade última da vida: a felicidade. Durante a Antiguidade Clássica, o hedonismo ganhou
diversos contornos e significados ao longo do tempo, dando à luz diferentes posições sobre
seus preceitos. Nessa época, os hedonistas mais influentes foram os filósofos gregos Aristipo
de Cirene, fundador da doutrina, e o próprio Epicuro de Samos aqui abordado. O primeiro
acreditava que o prazer era um bem em si mesmo, podendo ser usado intensamente para
alcançar a felicidade e diminuir a dor. O segundo defendia que a moderação do prazer,
argumentando que existia dois tipos de prazer: o natural e o não natural. Os prazeres levavam
à verdadeira felicidade e estavam ligados ao intelecto e ao enobrecimento do espírito. Os não
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naturais estão ligados àquilo que sai do controle da pessoa ou surgem, muitas vezes, por
convenção social. Eles são efêmeros e podem gerar vício, o que tira a liberdade individual das
pessoas. Sexo, poder, riqueza, fama e entorpecentes são alguns desses prazeres não-naturais.
Com isso em mente, vejamos qual das alternativas está correta:
Incorreta. No trecho destacado, Epicuro não chega a elaborar mais sobre os critérios para a
busca dos prazeres que poderiam gerar a felicidade. Entretanto, como eu disse no
comentário, ele defendia que era necessário fazer uma separação entre prazeres naturais e
não-naturais. Somente os primeiros eram capazes de gerar a felicidade plena, enquanto os
últimos podiam gerar vícios. Porém, como todo hedonismo, Epicuro acreditava que o prazer
era inerente ao ser humano e indispensável para alcançar a felicidade.
Incorreta. Epicuro não menciona o amor no trecho exposto pelo enunciado. Além disso, para
ele o prazer não se resumia ao amor. Existia uma enorme variedade de prazeres possíveis para
o ser humano. Como disse acima, ele até defendia a necessidade de classificá-los em naturais
e não-naturais para não haver erro na hora de buscar a felicidade por meio deles. Epicuro não
menciona se pensa haver diferenças entre homens e mulheres no que diz respeito ao prazer.
Incorreta. Ele não acreditava necessariamente que a vida era um eterno sofrimento, mas
entendia que a existência humana resumia a busca pela felicidade. Na escolha dos meios e
caminhos para encontrá-la, as pessoas usavam como critério para suas escolhas a diferença
entre prazer e dor.
Correta! É exatamente o que ele diz no trecho reproduzido e o que venho explicando ao longo
do comentário e das alternativas anteriores. Para Epicuro, todo ser humano sentia prazer e

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dor. Sua capacidade de discernir essas duas sensações lhe fornecia os critérios para escolher
o melhor caminho para encontrar a felicidade.
Gabarito: D

(Estratégia vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)

O fenômeno da inundação é muito complexo[...] De Julho até o fim de Outubro, as águas e


o limo arrancado às margens abissínias vão cobrir o vale, no Egito. Contudo, esta cheia
benfeitora pode também assumir o aspecto de catástrofe: ou é demasiado brutal e a corrente
leva tudo atrás de si, ou é demasiado fraca e deixa as terras ressequidas e na impossibilidade
de serem cultivadas.
(As primeiras civilizações. Da Idade da Pedra aos povos semitas. Lisboa: Edições70, p. 68,
2019)
Diante dos fenômenos naturais que envolvem o rio Nilo e o desenvolvimento da civilização
egípcia, pode-se afirmar que
a) A civilização egípcia se desenvolveu quando conseguiu controlar as cheias por meio da
construção de obras hidráulicas.
b) A civilização egípcia é resultado natural do fenômeno da inundação do Nilo.
c) As cheias do Nilo são resultado do desequilíbrio ambiental gerado pelo desenvolvimento
da civilização egípcia.
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d) Os recursos naturais no Egito eram abundantes, mas as pessoas não tiveram condições
intelectuais de dominar a força destruidora das cheias do Nilo.
e) Não há relação direta entre o Nilo e o desenvolvimento da civilização Egípcia, já que a
exposição do Sol é frequente e quase não há precipitações nessa região.
Comentários
Essa questão trata sobre o desenvolvimento da civilização egípcia e sua relação com o Rio Nilo.
O Egito sempre teve sua vida ligada às águas desse rio e seus períodos de cheia. Isso porque
durante esses períodos o solo das margens era fertilizado, possibilitando o plantio e a produção
de alimento. No entanto, em alguns anos, essas cheias não aconteciam ou então inundavam tudo,
prejudicando, das duas maneiras, a agricultura. Assim, só quando os habitantes aprenderam a
controlar as cheias por meio de obras hidráulicas que a civilização pode produzir alimento em
larga escala e se desenvolver. Visto isso, a alternativa certa é letra a).
Gabarito: A

(Estratégia vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)


Foram às margens desses rios que se desenvolveram as primeiras civilizações com formações
sociais e econômicas mais complexas. A historiografia denomina o sistema de vida que se
desenvolveu nessa região de “modo de produção asiático”.
No que se refere às civilizações do crescente fértil, o modo de vida a que se refere o texto
se caracteriza por:
a) Basear-se na dependência dos rios e das obras hidráulicas.

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b) Basear-se no desenvolvimento da polis e na atividade agrícola.


c) Estabelecer o comércio livre no mediterrâneo e, a partir disso, formar cidades-estados.
d) Concentrar-se no desenvolvimento da metalúrgica.
e) Organizar-se a partir dos conflitos bélicos e escravização dos povos conquistados.
Comentários
Veja que a questão trata das sociedades do
crescente fértil, ou seja, das primeiras
civilizações surgidas às margens do Nilo e do
rio Tigre e Eufrates. Guarde isso. Falou em
sociedades de modo de produção asiático do
creste fértil pensou em Egito e Mesopotâmia!
Veja o mapa:

Essas sociedades caracterizadas pelo “modo de


produção asiático”, ou de regadio, são assim
chamadas devido à necessidade de controlar os recursos hídricos e suas tecnologias – com obras
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de irrigação, diques, barragens e drenagens – para consolidar e expandir a produção agrícola.


Os povos que se estabeleceram nessa região foram os egípcios, ligados ao Nilo, e os
mesopotâmicos, ligados aos rios Tigre e Eufrates. É verdade que o mesmo ocorreu no extremo
oriente da Ásia: os povos da Índia estavam vinculados ao rio Indo e os chineses ligados ao rio
Amarelo. No Oriente Próximo, ou Oriente Médio, outras civilizações foram beneficiadas com o
poder fertilizante (e econômico) dos rios, como a sociedade pastoril dos hebreus e persas, ou
ainda, a mercantil dos fenícios.
Tendo feita essa contextualização, podemos afirmar que o gabarito da nossa questão é
alternativa A. Vejamos os erros das demais alternativas.
a) Gabarito.
b) Errado, pois, polis e agricultura é Grécia (Esparta, por exemplo)
c) Errado. Comércio livre no mediterrâneo com formação de cidades-estados é
característica ou da Grécia (Atenas, por exemplo) ou dos povos fenícios. A Fenícia ficava
na área que hoje é conhecida como Líbano, isto é, acima e ao norte da Palestina. Os
fenícios se destacaram pela atividade de navegação e comércio, via marítima. Do ponto
de vista político, esse povo vivia em cidades-estados autônomas (bolinhas no mapa acima), sem
uma unidade plena do povo. Nessas cidades, os comerciantes centralizavam o poder político em
suas mãos e exerciam domínio sobre a maior parcela da população, os trabalhadores livres e os
escravos. Assim, o sistema de governo era conhecido como Talassocracia.
d) Errado. As civilizações antigas, especialmente a egípcia, fizeram grande uso dos
metais, o que fez com que os métodos de produção de materiais metálicos se

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desenvolvessem. Mas isso não caracteriza o modo de vida dessas sociedades, tal qual
afirmado na questão. Preste atenção, porque a questão pede a descrição do que é
uma sociedade hidráulica.
e) Errado. Isso poderia ser relacionado aos Romanos ou, até mesmo aos Persas – que
viveram na região da Pérsia (atual Irã).
Gabarito: A

(Estratégia vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)


Por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo de domesticação de animais e
de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres tiveram um papel
fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados. Nesse
processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que se inverteu a situação
de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
O texto descreve,
a) A revolução neolítica, caracterizada pelo processo de sedentarização humana.
b) A Revolução agrícola, já em curso muito antes da domesticação de animais.
c) O momento em que as mulheres passam a ter papel exclusivo na agricultura.
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d) A revolução neolítica, que possibilitou ao homem permanecer no processo de nomadismo.


e) O processo de sedentarização que substitui completamente as atividades de caça, pesca
e coleta.
Comentários

O texto descreve a Revolução Neolítica ou Revolução Agrícola. Nesse processo, há uma


alteração na relação homem-natureza, de modo que se inverteu a situação de completa
dependência que o ser humano tinha com a natureza.
Lembra que o homem era um ser coletor, caçador e pescador e, sempre que os recursos de
uma área se esgotavam, ele tinha de ir em busca de outro?
Por isso, ele era nômade. Contudo, por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo
de domesticação de animais e de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as
mulheres tiveram um papel fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos
coletados.
Assim, elas realizavam uma seleção artificial das sementes que melhor se adaptavam ao clima
das áreas onde o grupo humano se fixava.
Como consequência, o ser humano adquiriu a capacidade de ocupar espaços por um tempo
muito maior e, até mesmo, fixar-se à terra. Por isso, falamos do processo de sedentarização do
homem.

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Nesse sentido, os vales férteis dos rios tiveram uma importância fundamental e,
consequentemente, o controle e organização sobre a irrigação das terras e mesmo das vazantes
dos rios estiveram relacionados com a concentração de poder e a formação dos Estados.
É importante compreendermos que os homens não deixaram de ser coletores e pescadores
para se tornarem agricultores. Ao contrário, esses meios de sobrevivência se complementaram.
A diferença se encontra justamente nas formas como os homens e mulheres daquele tempo
passaram a se organizar socialmente.
Assim, falamos da desintegração coletivista da pré-história e da formação de sociedades mais
complexas, com propriedade privada dos meios de trabalho e de sobrevivência – no caso, a
terra, os animais e as armas.
Agora vejamos cada alternativa:
a) Gabarito. Esse é momento em que o homem descobre a agricultura e desenvolve a
capacidade de domesticação de animais é identificada com o processo de
sedentarização.
b) A revolução agrícola e a domesticação de animais é parte do mesmo processo de
transição nomadismo-sedentarismo.
c) As mulheres têm papel importante na revolução agrícola porque havia, de certa maneira,
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uma divisão de tarefas e elas permaneciam mais próximas aos acampamentos, e ficavam
mais fixas no espaço quando estavam gestando. De certa forma, essa condição, permitia-
lhes desenvolver melhor a observação do entrono, do espaço e da natureza. Elementos
essenciais na atividade agrícola.
d) A revolução neolítica leva ao sedentarismo e não o contrário.
e) Errado porque não se trata de substituição, mas de complementação das duas atividades.
O importante é pensar nos impactos da organização social que o desenvolvimento da
agricultura causa.
Gabarito: A

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Os três rios que formam o Crescente Fértil são:
a) Rio Amarelo e Ganges
b) Rio Reno, Tigre e Eufrates
c) Rio Nilo e Rios Tigre e Eufrates
d) Rio Indo e Amarelo
e) Rio Ganges e Indo
Comentários
Decore:

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Crescente Fértil, formado pelos rios Tigre, Eufrates (na Mesopotâmia) e Nilo (Egito). Foram
às margens desses rios que se desenvolveram as primeiras civilizações com formações
sociais e econômicas mais complexas.

Vejamos os demais rios apenas para você ter uma noção, já que as civilizações do Sudeste
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Asiático, em geral, não caem nas provas de vestibular.


→ Rio Amarelo fica na China
→ Rios Ganges fica na Índia
→ Indo, passa pela Índia e Paquistão.
→ Rio Reno é um grande Rio que fica em um Vale na Europa Central. O vale inicia-se nos
Alpes, no leste da Suíça, e atravessa a Suíça, o Liechtenstein, a Áustria, a Alemanha, a
França, até à foz do Reno na costa dos Países Baixos, onde este forma um extenso delta.
Gabarito: C

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Por volta de 12.000 e 4.000 anos a.C, iniciou-se um processo de domesticação de animais e
de cultivo de plantas. Alguns historiadores afirmam que as mulheres tiveram um papel
fundamental, pois tratavam diretamente do cuidado dos alimentos coletados. Nesse
processo, há uma alteração na relação homem-natureza, de modo que se inverteu a situação
de completa dependência que o ser humano tinha com a natureza.
O texto descreve,
a) A revolução neolítica, caracterizada pelo processo de sedentarização humana.
b) A Revolução agrícola, já em curso muito antes da domesticação de animais.
c) O momento em que as mulheres passam a ter papel exclusivo na agricultura.
d) A revolução neolítica, que possibilitou ao homem permanecer no processo de nomadismo.

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e) O processo de sedentarização que substitui completamente as atividades de caça, pesca


e coleta.
Comentários
a) Gabarito. Esse momento em que o homem descobre a agricultura e desenvolve a
capacidade de domesticação de animais é identificada com o processo de
sedentarização.
b) A revolução agrícola e a domesticação de animais é parte do mesmo processo de
transição nomadismo-sedentarismo.
c) As mulheres têm papel importante na revolução agrícola porque havia, de certa maneira,
uma divisão de tarefas e elas permaneciam mais próximas aos acampamentos, e ficavam
mais fixas no espaço quando estavam gestando. De certa forma, essa condição, permitia-
lhes desenvolver melhor a observação do entrono, do espaço e da natureza. Elementos
essenciais na atividade agrícola.
d) A revolução neolítica leva ao sedentarismo e não o contrário.
e) Errado porque não se trata de substituição, mas de complementação das duas atividades.
O importante é pensar nos impactos da organização social que o desenvolvimento da
agricultura causa.
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Gabarito: A

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O desenvolvimento da escrita, por volta de 3500 a. C, na região da Suméria, está relacionado
com:
a) O desenvolvimento da capacidade racional dos seres humanos
b) O crescimento das religiosidades monoteístas
c) O desenvolvimento do aparelho fonético dos seres humanos
d) Com a complexidade da sociedade que necessitava de um sistema de registro
reconhecido socialmente.
e) A capacidade subjetiva dos seres humanos para demonstrar seus pensamentos.
Comentários
a) A escrita surge bem depois de várias outras invenções dos seres humanos, o que
demonstra que a racionalidade já estava bastante desenvolvida.
b) Naquele momento histórico, as religiões dos povos da Antiguidade eram politeístas, com
exceção dos hebreus.
c) Essa característica está relacionada com o desenvolvimento da fala e não da escrita.
d) Gabarito. Segundo os principais historiadores do período, a escrita está relacionada
essencialmente com o fato da organização social e econômica ter se tornado cada vez

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mais complexa. A memória não era suficiente para dar conta das atividades burocrático-
administrativas.
e) A escrita demanda, antes de tudo, capacidade racional. A subjetividade – ou sentimentos
– podem ser expressos de diferentes maneiras, além da escrita.
Gabarito: D

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O Império Babilônico, comandado por Hamurabi (1763 a.C.), é reconhecido como aquele
que desenvolveu mudanças nos aspectos sociais e políticos. Uma das suas principais
realizações foi:
a) A construção das pirâmides do Egito.
b) A criação da escrita.
c) A criação de uma administração descentralizada.
d) O desenvolvimento do monoteísmo.
e) A criação de um código jurídico.
Comentários:
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Os amoritas, vindos do deserto da Arábia, estabeleceram-se na cidade da Babilônia e, por


isso, também são conhecidos como babilônicos. Dominaram toda a região, do Golfo Pérsico
até o norte da Mesopotâmia. Sob a liderança do lendário Rei Hamurabi, fundaram o 1º
Império Babilônico. Impôs o deus babilônico Marduk a todos os povos da região. Criou uma
administração centralizada e uma estratificação social hierarquizada.
Mas seu principal feito foi a criação do Código de Hamurabi. São 281 artigos escritos em
cuneiforme (a escrita desenvolvida pelos sumérios, lembram?) que tratam sobre diversas
áreas da vida social: trabalho, família, comércio, propriedade. Ele é muito conhecido pelo
seu sistema de penalidades baseado no princípio da retaliação, ou em latim lex talionis. Você
já deve ter ouvido falar em “olho por olho e dente por dente”
Vejamos as alternativas:
a- Errado, né, gente. O Império Babilônico se construiu na Mesopotâmia e não no Egito.
b- A escrita, na Mesopotâmia foi desenvolvida pelos Sumérios.
c- Como comentamos, o Império Babilônico desenvolveu uma administração centralizada.
d- Apesar de impor um Deus, não era monoteísta, como afirma na alternativa.
e- Gabarito. Foi o Código de Hamurabi.
Gabarito: E

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Os historiadores convencionaram dividir a história da Grécia Antiga em 5 fases. Sobre esse


assunto assinale os itens que correspondem a essa periodização:
I – Pré-Homérico ou Creto-Micênico (1650-1150 a.C.);
II- Homérico (1150-800 a.C.);
III- Arcaico (800-500 a.C.);
IV- Clássico (500 a 338 a.C.);
V- Helenístico (338-146 a.C.).
a) Apenas os itens II e III estão corretos
b) Estão corretos os itens II, III e IV
c) Todos os itens estão corretos
d) Todos estão corretos, mas não estão em ordem cronológica.
e) Estão corretos I, II, III, V
Comentários
Cada item corresponde a um momento específico da periodicidade e está organizada
cronologicamente. Assim, todos os itens estão corretos e dispostos cronologicamente. Por
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isso nosso gabarito só pode ser letra C


Gabarito: C

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Sobre a antiga civilização grega, julgue cada alternativa como Verdadeiro (V) ou Falso (F)
( ) Sua origem está ligada a duas civilizações que se desenvolveram no sul da Península
Balcânica: a cretense e a micênica.
( ) A sociedade espartana era formada basicamente por três classes sociais distintas: os
espartanos (elite social e militar), os periecos (pequenos proprietários e habitantes das
periferias das poleis) e os hilotas (servos).
( ) A Lei das Doze Tábuas, promulgada em 450 a.C., era considerada a constituição da Grécia
antiga.
( ) A famosa batalha de Poitiers foi a mais sangrenta das batalhas ocorridas durante a guerra
entre Atenas e Troia, deixando aproximadamente dez mil mortos.
( ) Heródoto de Halicarnasso escreveu o livro Histórias, utilizando sua própria observação e
a tradição oral de testemunhos oculares para descrever as “guerras médicas”.
a) V-V-V-V-V
b) F-V-V-F-F
c) V-V-F-F-V

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d) F-F-V-V-F
e) V-F-F-V-V
Comentários
Para quem não está acostumado com esse tipo de questão, estranha. Mas saiba que há
vestibulares cujas provas são inteirinhas desse tipo. Neste caso, é melhor irmos item por item
para encontrar o Gabarito
V – Informação correta. Como vimos na aula, o período creto-micênico é o momento originário
do mundo grego. Os cretenses viviam na Ilha de Creta e por serem navegadores entraram em
contato com aqueus, no litoral sul do Peloponeso. Então, formaram a civilização creto-
micênica. Durante muito tempo foram uma grande civilização, inclusive, como ponto de fusão
do Crescente Fértil. No entanto, a partir de 2000 a.C., outros povos foram chegando nessa
região – como os eólios, os jônios (que se estabeleceram onde é Atenas) e os dórios (que
formaram Esparta). A inúmeras invasões foram desintegrando a sociedade creto-micênica.
V – Esse item está correto. Os proprietários de terras eram conhecidos como esparciatas, ou
espartanos, os quais formavam a elite. Também existiam homens livre e não proprietários,
eram os periecos. Muitas vezes eram nascidos em Esparta de pais estrangeiros. Não eram
cidadãos porque não tinham direitos políticos, contudo, podiam realizar o comércio e o
artesanato. E, claro, pagavam tributos ao governo espartano. Nas terras quem trabalhava
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eram os hilotas, os quais eram servos.


F – A Lei das Doze Tábuas de 450 a.C. surgiu em Roma e não na Grécia.
F – A Batalha de Poitiers ocorreu em 732 d.C. Ela impediu o avanço muçulmano na Europa,
portanto não possui nenhuma relação com o mundo grego antigo.
V – Heródoto escreveu o livro Histórias entre 484 A.C. – 425 a.C. Na obra, ele conta o orgulho
de um povo que tinha tantos motivos para se crer superior aos demais, principalmente após
vencer os persas nas Guerras Médicas. Item correto.
Gabarito: C

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As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem ser caracterizadas pela
a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos políticos entre seus habitantes.
b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante sua formação escolar.
c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e definição de leis e moeda próprias.
d) concentração populacional em núcleos urbanos e isolamento em relação aos grupos que
habitavam o meio rural.
e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e adoção de modelos democráticos
de organização política.
Comentários

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A questão fala sobre cidades do Mediterrâneo antigo. Pelo texto podemos concluir que são
as do mundo grego. Sendo assim, sabemos que as cidades se formaram pela ocupação de
diferentes povos (jônios, eólios, dórios), ao longo do tempo, nos territórios ocupados
orginalmente pelo povo creto-micênico. Sabemos, também, que as cidades gregas eram, na
verdade, cidades-estados com autonomia, independência, leis, moedas e governo próprios.
Além disso, as polis tinham uma estratificação social desigual – mesmo em Atenas no período
democrático. Embora houvesse o chamado urbano e rural – e até mesmo o litoral -, eles se
complementavam. Sendo assim, o gabarito da questão é letra C.
Gabarito: C

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É características da democracia antiga,
a) a eleição de representantes masculinos com direito a voz e voto pela assembleia da
cidade-estado, órgão político que incluía mulheres e estrangeiros.
b) a importância decrescente dos escravos, a ponto de discutir-se a abolição da escravatura,
e a consequente redução das desigualdades nas cidades-estado.
c) a conquista pacífica de direitos por parte dos mais pobres, ainda que se mantivesse a
marca aristocrática de distinção social regulada pelo nascimento.
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d) a ojeriza à guerra e ao conflito social, o que contribuiu para que Atenas fosse derrotada
sucessivamente pelos persas e pelos espartanos.
e) a participação política direta, exercida por um corpo de cidadãos ativos, sem a noção de
representação e restrita aos cidadãos masculinos.
Comentários
A) errado, nem mulheres nem estrangeiros participavam das decisões políticas.
B) errado, pois, para os gregos a escravidão era essencial, parte fundamental da vida na polis. Isso
porque, para que homens livres pudessem pensar e exercer a cidadania ateniense outros tantos
teriam que trabalhar.
C) errado, em Atenas não tinha esse tipo de concessão, a sociedade era bem dividida com cada
grupo social exercendo sua função. Os mais pobres, os plebeus, adquirem relevância durante as
insurreições na fase República na de Roma. Não confunda, atenção cadete, atenção.
E) correto. Observo que a ideia de “sem a noção de representação" é porque a prática política
era feita a partir da democracia direta, ou seja, todos debates, todos votam.
Gabarito: E

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Na Atenas Clássica, no período de Péricles:

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a) a democracia se consolidou e atingiu sua plenitude por meio de princípios como o da


isonomia, isocracia e isegoria, que se definiu como a igualdade de direito ao acesso à palavra
na assembleia soberana.
b) a cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de gênero, garantindo aos cidadãos
o pleno direito à palavra independente de sexo, impondo como limite a idade de dezoito
anos.
c) a relação de poder entre funcionários do Estado e a elite política ateniense assegurava a
manutenção de um regime de governo aristocrático no qual somente os homens exerciam o
direito de cidadania.
d) os cidadãos atenienses eram guiados por uma burocracia estatal que impediu o rodízio
dos cargos administrativos, de modo que a liderança direta e pessoal era exercida por uma
minoria de homens jovens.
e) a concentração da autoridade na assembleia possibilitou a criação de um regime de
governo baseado no poder pessoal, institucionalizando a oratória como competência mais
importante para o exercício da política nos tempos de Péricles.
Comentários
A partir do texto que motiva a questão, primeiro vamos eliminar as alternativas que contradizem
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o próprio texto.
Repare na alternativa B, ela afirma que no tempo de Péricles havia igualdade de gênero. Porém,
o texto é claro ao dizer que a “assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas de
atenienses do sexo masculino”, ou seja, a assembleia excluía as mulheres. Da mesma forma, a
assembleia excluía aqueles que não eram considerados cidadãos. Dessa forma, essa alternativa
não pode ser nosso Gabarito, pois não havia igualdade de gêneros.
O teatrólogo Aristófanes escreveu a peça intitulada Assembléia das mulheres - apresentada
pela primeira vez por volta de 411 a.C. em Atenas – cujo centro é valorizar a participação das
mulheres na cidade-estado. Apesar de a comédia levantar uma discussão sobre a cidadania
feminina, no geral, as mulheres atenienses não tinham a mesma igualdade política que os
homens. Por isso, para efeitos de prova de Vestibular, considera-se que a democracia ateniense
previa somente os homens maiores como cidadãos.
Assim, a democracia em Atenas, que era exercida de maneira direta, deixava de fora uma boa
parcela da população. O próprio texto da questão nos traz essa informação, por mais que, na
época de Péricles, a democracia atingiu um nível de “isonomia, isocracia e isegoria” extensível
a todos que fossem considerados cidadãos (homens maiores de 18 anos e não estrangeiros,
nem escravos). Veja:
• Isonomia: todos são iguais perante a lei e na sociedade; não há nenhuma distinção
entre pessoas;

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• Isocracia: todos tem condições iguais de acesso aos cargos políticos. Em Atenas
isso significava que todos os cidadãos atenienses tinham o direito e o dever de
participar na vida política e da administração pública;
• Isegoria: todos são iguais para se manifestarem na assembleia dos cidadãos.
Nesse sentido, em razão do aspecto da isocracia, a alternativa D está errada, pois os cidadãos
não eram guiados por uma burocracia. Os próprios cidadãos podiam fazer parte da
administração do Estado, sem contar que os principais assuntos de administração pública
(obras, por exemplo) eram definidos nas assembleias. Ou seja, de fato, a maioria dos
cidadãos governava e não a minoria.
Veja, então, que o tipo de regime político em Atenas era de um governo democrático. Por
isso, a alternativa C está errada, pois a expressão “um regime de governo aristocrático”
invalida a alternativa.
Já a E, apresenta uma competência muito valorizada para os debates públicos da época, a
capacidade de oratória, mas isso não levou a criação de um governo baseado no poder
pessoal. O poder era exercido pela própria assembleia, logo, ele era coletivo, da maioria que
definia os rumos da vida ateniense nesse espaço público. Portanto, essa alternativa também
está errada.
Sobrou, então, a alternativa A, que é nosso Gabarito.
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Gabarito: A

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Sobre a fundação de Alexandria, na Antiguidade Clássica, é possível inferir que ela
representa:
a) o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as
do Oriente Médio.
b) a incorporação do processo de urbanização egípcio, para efetivar o domínio de Alexandre
na região.
c) a implantação dos princípios fundamentais da democracia ateniense e do helenismo no
Egito.
d) a permanência da racionalidade urbana egípcia na organização de cidades no Império
helênico.
e) o impacto da arquitetura e da religião dos egípcios, na Grécia, após as conquistas de
Alexandre.
Comentários
Querido e querida alunos, memorize: Alexandre, o Grande, aquele que expandiu o Império
Macedônico, difundiu a cultura grega e a fundiu com a cultura do chamado mundo oriental,
formando o que chamamos de “cultura helenística”. Simbolicamente isso está em Alexandria, no
Egito. Gabarito é alternativa A.

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Vejamos os erros nas demais alternativas:


a- Correto.
b- A sociedade egípcia é essencialmente agrícola.
c- Não houve exportação do modelo político ateniense, mas aspectos da cultura letrada,
filosófica, artística.
d- Novamente, não é a urbanizada egípcia, mas a da Grécia.
e- A religião egípcia e sua arquitetura não influenciaram a Grécia nesse momento.
Gabarito: A

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“Pertencer à comunidade era participar de todo um ciclo próprio da vida cotidiana, com seus
ritos, costumes, regras, festividades, crenças e relações pessoais.” No entanto, esse processo
implicava necessariamente a definição do” outro” e sua exclusão.
GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-estado na Antiguidade Clássica.in. História da
Cidadania. Ed. Contexto, 2010. p. 35.
A partir do texto, infere-se que a participação política em Atenas na época clássica estava
determinada
a) Pela propriedade individual da terra.
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b) Pelo caráter elitista, uma vez que apenas alguns poderiam participar da vida social.
c) Pela participação no exército, cuja formação se deva desde a infância e seguindo por toda
a vida.
d) Pelos critérios de renda, tornando a participação censitária.
e) Pelo pertencimento comunitário restrito aos cidadãos nascidos e, ao mesmo tempo,
moradores de Atenas.
Comentários
Todas as pessoas que moravam em Atenas poderiam participar da vida social e política
daquela cidade-estado? Sobretudo, quando falamos na Atenas do período clássico.
Você deve saber que não! Se não sabia, decore isso!
Por isso, dizemos que a participação política ateniense era restrita. Apenas poderiam
participar aqueles considerados cidadãos: filhos de pais e mães atenienses, homens maiores
e 18 anos que vivessem em Atenas. Veja que Atenas se fechava para o mundo exterior ao
mesmo tempo em que guardava com zelo o status de pertencimento à cidade.
Quando falamos em participação política na Grécia, alguns excluídos eram atenienses,
nascidos em Atenas.... melhor dizendo: nascidas! As mulheres eram consideradas indivíduos
incapazes de exercer a racionalidade necessária para a política. Aristóteles, por exemplo,
parte de um pressuposto sobre uma possível condição de subalternidade da mulher ligada
à sua função maternal e seu papel na organização da família. Portanto, embora considerada

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diferente dos escravos e dos estrangeiros, à mulher estava reservado o espaço privado da
vida familiar, fora da cidade e, também, da política.
Escravos e estrangeiros também não poderiam participar.
Além disso, na Atenas clássica todo tipo de critério de renda deixou de existir para conformar
a democracia.
Tendo tudo isso em mente, vamos à análise das alternativas:
a) Erradas. Não há critério aristocrático ou censitário.
b) Errada. Essa alternativa está muito aberta. Afinal quais são esses alguns que não podem
participar. Questão com cafrinha de pegadinha que coloca uma alternativa
aparentemente correta, mas genérica e imprecisa demais.
c) Errada. Essa alternativa descreve os critérios de participação política em Esparta.
d) Errada, pelos mesmos motivos da alternativa A, não há critérios de renda ou de
propriedade da terra.
e) Correto. Veja que essa alternativa é mais precisa, detalhista e expressa as noções de
nascimento e habitação na cidade-estado.
Gabarito: E
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A invenção do arco assinala pela primeira vez a capacidade de fabricação artificial de um
engenho, com o qual os seres humanos podiam economizar forças e ganhar maior precisão,
superando suas capacidades naturais. Era uma entre as invenções e descobertas engenhosas
que permitiriam aos grupos humanos explorar ao máximo as capacidades fornecidas pela
natureza.
MACEDO, José Rivair. A História da África. São Paulo: Ed. Contexto, 2018.
Levando em consideração o avanço das técnicas de fabricação de artefatos durante a
chamada pré-história, é correto o que se afirma em:
a) As invenções foram desestimuladas pela última grande glaciação que oferecia poucas
alternativa de subsistência.
b) Arco e flecha é um mecanismo complexo imaginado pelo homem e não mais uma simples
adaptação dos recursos disponibilizados pela natureza, característica das invenções do
período Mesolítico.
c) O criação do arco e flecha foi superior em desenvolvimento da racionalidade se
comparado à invenção da agricultura.
d) No neolítico ocorreu a fabricação de artefatos com a pedra polida, fato que comprova
que os homens que utilizavam arco e flecha eram superiores àqueles que usaram as lanças
com pontas de pedra polida. Por isso, o Neolítico é um retrocesso em relação ao Mesolítico.

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e) Todas as invenções, desde o paleolítico, foram favorecidas pela existência da cerâmica


que permitia armazenar as caças que passaram a aumentar com a invenção de armas como
o arco e flecha.
Comentários
a- A glaciação, conhecida como Era do gelo teria ocorrido no Neolítico, entre 12 e 5 mil
anos, e não no Mesolítico quando foi criado o arco e flecha. Além disso, diante dessas
difíceis condições foi preciso encontrar novas soluções para superar as baixas
temperaturas. Por isso, não é correto dizer que a glaciação desestimulou a invenção.
b- Gabarito da questão. Conforme aponta o texto, o instrumento arco e flecha
constituem uma invenção original porque pegam dois elementos da natureza (a corda
e a madeira) e transforma em uma arma, um engenho original.
c- Não é possível admitir superioridade do arco e flecha em relação ao desenvolvimento
da agricultura. Temporalmente, a domesticação da natureza é mais avançada que a
caça, mas isso não quer dizer que uma seja superior a outra. Elas demandam
racionalidades com objetivos distintos.
d- Essa é outra inferência que não tem confirmação nas teses sobre o desenvolvimento
das técnicas de fabricação de artefatos. Estudiosos afirmam que a fabricação de
artefatos de pedra polida é do Período Neolítico. Nesse mesmo momento, entre 12
e 5 mil anos a.C também ocorreu a gradual adoção da agricultura e pecuária. O uso
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do arco e flecha está mais associado à atividade de caça, do período Mesolítico, entre
15 e 12 mil anos. Então, não é possível falar em superioridade do mesolítico e
retrocesso no Neolítico. O aceito é falar em evolução e desenvolvimento.
e- A alternativa está errada pois a invenção da cerâmica teria ocorrido, segundo as
pesquisas, por volta de 9 mil anos a.C, ou seja, já na Era da agricultura. Assim, a
invenção da cerâmica estaria mais ligada à agricultura do que à caça.
Guarde o bizu:

Paleolítico Mesolítico Neoliticos


Entre 12 mil e 5 mil a.C
Entre 2,4 milhões - 12

anos a.C
mil anos

Entre 15 mil a 12 mil

Homens caçadores e Em diveras partes do Ampliação de


coletores. mundo, os homens fabricação de
Desenvoleram inventaram artefatos e artefatos de pedra
artefatos adaptados utensílios complexos polida,
da natureza, como a como arco e flecha, desenvolvimento da
pedra. Por isso, é bem como os agricultura e da
conhecido como micrófitos (pedra pecuária. Criação da
"período da pedra trabalhada) cerâmica.
lascada".

Gabarito: B

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Leia o poema
“Se um lenhador, durante todo o dia,

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Cortasse a mata agreste à sua frente,


Sua tarefa não completaria
Numa semana de trabalho ingente;
Mas se amigos tivesse, encontraria,
Auxílio e compreensão de muita gente;
Seu trabalho depressa acabaria
Para, então, discursar tranquilamente”.

Poema épico anônimo, da Antiguidade. Op. Cit. MORRALL, John B. Aristoteles.


Considerando o contexto da pólis grega, bem como as noções aristotélicas sobre política, o
poema revela:
a) A noção de arethé – a busca pela excelência em relação ao trabalho.
b) O individualismo grego e a limitação da participação política pelo excesso de trabalho.
c) A noção aristotélica de política, que afirma serem os trabalhadores pessoas improprias
para a política.
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d) Uma noção épica e guerreira da ação do trabalho como se fossem grandes feitos.
e) Que Aristóteles estava correto: a política é atividade para pessoas sábias que não
necessitam da atividade laboral.
Comentários
Essa é uma questão que nos remete às noções de política e polis na Grécia Antiga. A questão
se torna um pouquinho mais complexa porque demanda uma interpretação do poema à luz
da noção aristotélica de política.
Vejamos. Aristóteles tinha uma concepção de política como ação da aristocracia. Ou seja,
ele via com pessimismo a atividade laboral. Não que fosse um problema trabalhar. Mas
trabalhar era contraposto à ação política porque essa demanda o ócio, o lazer e o tempo
livre – elementos necessários para a criatividade e o pensamento racional.
Veja que no poema, fica claro que as pessoas que trabalham não conseguem tempo para
“discutir tranquilamente”. E o que é discussão para os gregos? Fazer política. O instrumento
da política é a palavra!
Mas, veja, também, que o poema é crítico porque ele fala que se os gregos superassem seus
individualismos (ou seja, se o trabalhador encontrasse amigos que o ajudassem a acabar a
tarefa laboral) e colaborassem uns com os outro até os trabalhadores teriam mais tempo
para a política.
Tendo essas noções em mente, vamos à análise das alternativas:

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a- A Arethé é um complexo conceito que envolve a toda a formação do cosmos grego.


Trata-se de uma busca por excelência. Nada tem a ver com a poesia que reflete sobre a
relação real entre trabalho e política.
b- Gabarito da nossa questão. Conforme demonstra o pragmatismo do poema, o trabalho
limita a ação política – o que poderia ser superado se os gregos fossem menos
individualistas e mais colaborativos.
c- Bem, a poema não traz essa visão. Aponta a limitação da política pelo trabalho,
d- Não, o trabalho não parece como um grande feito. Ao contrário, aparece como um
obstáculo para realização de outras atividades.
e- Também não referências aos sábios no poema.
Gabarito: B

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Surge, então, a ponderação de que a constituição de um povo e de seu governo deveriam estar
baseadas, fundamentalmente, em regras de convivência nascidas da realidade social e mantidas
através do tempo como expressão das convivências comuns.
Adaptado de DALLARI, Dalmo de Abreu. A constituição na vida dos povos: da Idade Média
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ao Século XXI. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 10.


No que se refere aos povos da Antiguidade e às regras jurídicas que exemplificam a sua
realidade social, pode-se afirmar que:
a) Na Mesopotâmia, estabeleceu-se um dos primeiros códigos de justiça, como o Código de
Hamurabi, cujo princípio era o da proporcionalidade da pena à falta cometida.
b) Os primeiros códigos escritos foram verificados em Roma, como a Lei das 12 tábuas, exemplo
de um avançado princípio de igualdade jurídica que pôs fim à desigualdade entre patrícios e
plebeus.
c) A Grécia foi o berço do direito ocidental ao criar leis escritas que seguiam o princípio da
isonomia entre os habitantes de suas cidades-estados.
d) O Código de Ur-Nammu, encontrado na Suméria, diferenciava-se do código de Hamurabi
por não conter princípio pecuniários de reparação.
e) Os códigos de leis na Antiguidade eram baseados exclusivamente na tradição oral e, por
isso, não deixaram legados.
Comentários
Essa é uma questão que abordou um assunto clássico: as leis e os costumes nas sociedades
da antiguidade. Eu trouxe algumas novidades e elaborei umas alternativas capciosas para
vocês pensarem e se aprofundarem. Vejamos as alternativas:
a- Um dos primeiros “códigos jurídicos” escritos de que temos conhecimento é o Código
de Hamurabi. Ele está inscrito em um monólito. São 281 artigos escritos em cuneiforme

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vida social: trabalho, família, comércio, propriedade. Ele é muito conhecido pelo seu
sistema de penalidades baseado no princípio da retaliação, ou em latim lex talionis. Você
já deve ter ouvido falar em “olho por olho e dente por dente”, não ouviu? É isso! Ele foi
baseado no princípio da proporcionalidade entre crime e pena. Contudo, o peso o
pertencimento ao grupo social desequilibrava a penalidade. Por exemplo, o artigo 200
diz: “Se um homem livre arrancou um dente de um outro homem livre igual a ele,
arrancarão seu dente.” Agora compare com o que diz o artigo 201: “Se ele arrancou um
dente de um homem vulgar, pagará 500g de prata”. Outro exemplo, art. 230: “Se um
pedreiro causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho deste pedreiro”. Mas,
segundo art. 231, “Se causou a morte do escravo ele dará ao dono da casa um escravo
equivalente”. Conseguem perceber que a pena é semelhante ao delito cometido,
embora pudesse variar conforme a posição social e econômica da vítima?
b- A conhecida Lei romana das 12 Tábua, apesar de ser um avanço para a constituição das
leis e do princípio de igualdade jurídica, na medida em que tornava os processos mais
transparentes, não acabou com a desigualdade entre grupos sociais distintos. Em
diversos outros momentos, alguns mais tensos e outros menos, houve Revoltas Plebeias.
c- A Grécia, antes de Roma, desenvolveu importantes leis e organizou a justiça, tanto que
para compilar a Lei das 12 Tábuas, os Romanos mandaram seus especialistas para Grécia
a fim de entender como fizeram para sistematizar o costume em leis escritas. Mas o erro
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central da alternativa é falar em isonomia entre habitantes. Isso porque os estrangeiros


nunca foram tratados como iguais na Grécia, mesmo que habitassem uma cidade-estado.
d- Essa alternativa é aquele conhecimento de quem já sabe tudinho e arrumou tempo para
estudar todos os códigos jurídicos da antiguidade. Brincadeirinha, mas é verdade, rs. O
Código de Ur-Nammu (cerca de 2040 a.C.), surgiu na Suméria, antes do Hamurabi. Ele
descreve costumes antigos transformados em leis e sua base é a do princípio das penas
pecuniárias para delitos diversos ao invés de penas talianas do tipo “olho por olho e dente
por dente”. Por exemplo, Se um homem for culpado de sequestro deverá ser preso e
condenado a pagar 15 shekels de prata; Se um homem se divorcia da primeira esposa
deverá pagar para ela uma mina de prata; Se um homem se divorcia de uma mulher que
já tenha sido casada deverá pagar a ela meia mina de prata.
Ele é considerado um dos mais antigos códigos de que se tem notícias. Foi encontrado
nas ruinas de templos da época do rei Ur-Nammu, na região da Mesopotâmia (onde fica
o Iraque atualmente), na década de 1950.
e- Essa alternativa é aquela que você elimina rápido porque sabe que algumas leis foram
escritas, ainda que você não conheça muito bem o que elas alteraram, como a Lei das 12
tábuas ou o Código de Hamurabi.
Gabarito: A

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Texto I

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"Se nos oferecessem todo o ouro do mundo, ou a terra mais bela e fértil que se possa
imaginar, nunca estaríamos disposto a juntar-nos ao nosso inimigo comum e participar da
escravidão da Grécia (...) há a nossa herança grega, os laços de sangue e idioma, nossos
altares sagrados e nosso modo de vida comum, e trair tudo isso não ficaria bem para
Atenas... enquanto sobreviver um único ateniense, não haverá acordo com Xerxes"
(Heródoto, VIII – 144).
Considerando o texto e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga, o historiador Heródoto
se refere,
a) às Guerras do Peloponeso que opunham gregos e troianos.
b) às Guerras Médicas que opunham gregos e persas.
c) às Guerras Púnicas que opunham regos e cartagineses.
d) às Guerras Médicas que opunham gregos e macedônios.
e) Às Guerras do Peloponeso que opunham atenienses e espartanos.
Gabarito: B

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É difícil datar com precisão o aparecimento do conceito de cidadania. Sabemos que o seu
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significado clássico se associava à participação política. O próprio adjetivo ‘político’, por sua
vez, já nos remete a ideia de polis (Cidade-Estado Antiga). Podemos concluir, então, que foi
justamente sobre esse tipo de organização urbana que se assentaram as bases do conceito
tradicional de cidadania e de uma considerável parte de seu significado atual.
REZENDE FILHO, Cyro de Barros; CÂMARA NETO, Isnard de Albuquerque. A evolução do
conceito de cidadania. Taubaté, Ciências Humanas, n. 2, v. 7, p. 17-23, 2001.
A ideia de cidadania é formulada a partir de elaborações conceituais e das próprias
experiências históricas. Nesse sentido, a cidadania vivenciada pelo povo da Atenas Clássica
era,
a) Uma cidadania universal, já que homens, mulheres e estrangeiros poderiam participar das
decisões políticas.
b) Uma cidadania universal, na medida em que nunca houve critério de renda para participar
da política.
c) Uma cidadania relativa, uma vez que mulheres, estrangeiros e escravos não podiam tomar
parte das discussões e deliberações políticas.
d) Uma cidadania direta, já que aqueles que morassem em Atenas poderiam participar das
discussões políticas.
e) Uma cidadania elitista, uma vez que somente os proprietários de terra poderiam participar
do governo da cidade-estado.
Comentários

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A questão exige que você saiba identificar que a noção geral de participação política dos
indivíduos tem origem na Grécia Antiga. Repare que o texto do enunciado chama atenção para
os seguintes elementos: participação política e cidade (pólis). Desse binômio podemos articular
que, na Grécia Antiga, o fato de as decisões públicas – sobre os rumos da vida na cidade e
sobre a relação da cidade com ameaças externas - contarem com a participação política de
muitas pessoas, indica que o núcleo do conceito de cidadania está na vida comunitária. Assim,
ser cidadão é fazer parte da vida comunitária em igualdade de condições com os demais
cidadãos e, principalmente, de forma ativa. É por meio do exercício da cidadania que, não só
os gregos, como na atualidade, o indivíduo pode aprimorar seu papel no desenvolvimento da
sociedade e possuir direitos e deveres.
E quem eram esses cidadãos na Atenas Grega Antiga? Eram, em geral, homens, a partir de 18
anos, filhos de pais atenienses e não estrangeiro. Logo, um conceito excludente de cidadania,
uma vez que mulheres não participava.
Tendo isso em mente, vamos à análise das alternativas:
a- Errada, como vimos, mulheres e estrangeiros estavam excluídos da participação.
b- Claro que houve o critério censitário sim, mas foi sendo abolido aos poucos. Então a
expressão “nunca” nos permite eliminar a alternativa. Observe que o comando falou em
Atenas Clássica – isso quer dizer, no seu momento mais democrático.
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c- Gabarito. Corresponde corretamente com a experiência vivida pelos atenienses no


período Clássico de Atenas.
d- A democracia era direta e não a cidadania. Cidadania pressupõe participar diretamente.
É intrínseco. Além disso, o critério para participar não tinha a ver com morar em Atenas,
mas nascer lá.
e- No período clássico não era uma experiência elitista, já que ser dono de terras não era
um critério de acesso à participação política.
Gabarito: C

10. LISTA DE QUESTÕES – ROMA

10.1 LISTA DE QUESTÕES ENCCEJA


(ENCCEJA/2019)
As Incorria em pena de morte quem batesse num escravo ou mudasse de roupa perto da
estátua do imperador de Roma, quem entrasse nas latrinas ou no prostíbulo com uma moeda
ou um anel que tivesse a sua imagem.
SUETÔNIO. A vida dos doze césares.
Rio de Janeiro: Ediouro, 2003 (adaptado).

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A punição descrita mostra que, nesse período da Roma Antiga, dava-se grande importância
para a
a) figura dos governantes.
b) atividade dos artistas.
c) educação dos cidadãos.
d) higiene da população.

10.2 LISTA DE QUESTÕES PROFE. ALÊ LOPES


(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
A respeito da Roma Antiga, no que diz respeito ao período de Otávio Augusto no governo
de Roma, é considerado (a) uma de suas realizações
a) o estímulo a edificações de tijolo.
b) a extinção da política do “Pão e Circo” em prol da cultura da paz.
c) o reconhecimento do cristianismo.
d) a construção de um sistema de participação política em função da renda anual do cidadão.
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(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)


Estamos imersos nas referências à cultura clássica, da Grécia e da Roma antigas, mesmo sem
nos darmos conta. Isso porque há a retomada, de tempos em tempos, dos temas
relacionados a esse tempo histórico. O mais íntimo do ser humano - seus sentimentos,
desejos e frustrações – tem sido pensado à luz da tragédia grega, da literatura erótica latina
grega, das artes antigas e de suas representações. Karl Marx se doutorou com a tese sobre
Demócrito e usou muitos dos seus conhecimentos gregos e romanos para pensar questões
sociais. No campo da ciência, Epicuro está na base da teoria da Física Quântica.
Adaptado de Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. Ed. Contexto, 2018.
No que se refere ao campo da política, Grécia e Roma deixaram, respectivamente, como
legados ao Mundo Ocidental
a) A noção de República e Democracia
b) A noção de cidadania e de democracia.
c) A noção de que todo regime político evolui sempre da aristocracia para a democracia e
de que o poder se organiza em instituições.
d) A noção de Democracia e República
e) A perspectiva da eterna luta de classes que move o mundo.
(Profe Alê Lopes/2020)

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A partir de 235 até 284, o Império Romano foi dilacerado por conflitos armados. A partes
urbanas das cidades foram amuralhadas, com a diminuição da área e da população urbanas.
Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. São Paulo: Ed. Contexto, 2018, p. 145.
O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a
saber:
a) O êxodo rural
b) A ruralização da sociedade
c) O avanço do cristianismo
d) A concentração do poder político
e) A diminuição da importância da vida privada
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
“Trata-se de homens juridicamente livres; contudo, a falta de qualificação cívica que os
agravava os leva a se colocarem sob a proteção de alguém mais poderoso, o patrono, que
lhes retribuirá múltiplas vantagens em troca de certas prestanças. (...) Esse tipo de
relacionamento não é de forma alguma exclusivo de Roma: ele existe no seio de muitas
sociedades antigas e medievais. (...) Desde o momento em que as casas de alvenaria do
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Fórum começaram a substituir as cabanas de adobe do Palatino, a aristocracia dá início,


primeiro sob Tarquínio, o Antigo, e continuando depois sob Sérvio Túlio, à efetivação de um
compromisso histórico, avaramente ligado aos benefícios que julga poder extrair do grupo
minoritário mais remediado da plebe. A criação dos comícios centuriais fornece-nos a prova
disso. No entanto, toda boa aliança política não pode prescindir de uma base econômica.
ROULAND, Norbert. Roma, Democracia Impossível? Brasília: Editora UnB. 1997. p. 47-48.
O texto faz referência a relação conhecida como
a) exploração.
b) clientelismo.
c) servidão.
d) opressão.
e) dominação.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
Quais as duas principais civilizações Ocidentais da Antiguidade?
a) França e Itália
b) Grécia e Itália
c) Roma e Balcãs
d) Grécia e Roma

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e) Mesopotâmia e Europa
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:
a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as
relações entre a Igreja Católica e o Estado.
b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite
romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a
aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.
c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,
cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar
guerras.
d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.
e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a
centralização do poder nas mãos do imperador.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
O destino da Europa foi decidido há dois mil anos, nas margens setentrionais da atual Tunísia.
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Qual seria hoje a sua conformação e a sua imagem se, e, 202 a.C, Cipião, Africano, não
tivesse desbaratado, em Zama, as tropas de Cartago, comandadas por Aníbal?
ROULAND, Norbert. Roma, democracia impossível? Ed. UNB, 1981, p. 101.
No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:
a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as
relações entre a Igreja Católica e o Estado.
b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite
romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a
aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.
c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,
cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar
guerras.
d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.
e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a
centralização do poder nas mãos do imperador.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
Sobre a questão agrária na Roma antiga, é correto afirmar que:

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a) Na fase final da República romana, a desestruturação agrária, que estabeleceu sistemas


de latifúndios, beneficiou os plebeus, uma vez que eles puderam se estabelecer em terras
que eram do Estado.
b) A partir das propostas dos irmãos Graco o problema da reforma agrária encontrou uma
saída satisfatória para a aristocracia reunida no Senado e os plebeus aglutinados no Tribuno
da Plebe, principalmente porque essas reformas ocorreram durante a fase republicana.
c) A mão de obra para as explorações que emergiram do século III a.C. em diante era
abastecida pela série de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrâneo.
d) A principal causa do aumento da propriedade fundiária dos nobilitas foi o barateamento
das terras dos camponeses as quais, em seguida, eram compradas pelos grandes
proprietários.
e) Os patrícios, que formavam uma aristocracia de proprietários de terra, estabeleceram uma
relação de senhoria e vassalagem com os plebeus que trabalhavam no campo.
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
“Antes a alegria de viver estava nas ruas e nos grandes monumentos urbanos; agora se
refugia nas casas e nas cabanas. Antes, com suas leis, tropas e edis*, o Império se honrara
em facilitar a vida pública como ideal de vida; agora, com os reinos germânicos, dilui-se o
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culto da urbanidade em proveito da vida privada. Para os recém-chegados, os germanos,


quase tudo é de domínio privado.” (*Administradores públicos plebeus)
ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental, p. 403.
O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a
saber:
a) O êxodo rural
b) A ruralização da sociedade
c) O avanço do cristianismo
d) A concentração do poder político
e) A diminuição da importância da vida privada
(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
No início, as Assembleias da Plebe apenas deliberavam sobre questões que afetassem os
próprios plebeus, depois, por volta de 287 a.C., projetos de leis gerais – sobre questões de
Roma – também podiam ser discutidos e votados nesses espaços políticos dos plebeus. No
que diz respeito a essa mudança,
a) a crescente noção de cidadania disseminada entre todas as classes sociais foi determinante
para aumentar o espaço de participação decisória dos plebeus.
b) um dos fatores determinantes para essa mudança foram as lutas sociais que resultaram
em leis garantidoras.

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c) a presença proporcional de plebeus no Senado romano contribuiu decisivamente para a


maior participação da plebe na vida política.
d) apesar do avanço político, socialmente a estrutura se manteve, com destaque para a
permanência da escravidão por dívida.
e) a reforma agrária viabilizou o crescimento do poder econômico dos plebeus e,
consequentemente, aumento do poder político, favorecendo a maior participação nos
processos decisórios em Roma.

10.3 LISTA DE QUESTÕES APROFUNDAMENTO


(PISM - MÓDULO I/2016)
Esse é um fragmento de uma obra produzida no século I a.C.:
“Os romanos apossavam-se de escravos através de procedimentos extremamente legítimos: ou
compravam do Estado aqueles que fossem vendidos “debaixo de lança” como parte do botim;
ou um general poderia permitir àqueles que fizessem prisioneiros de guerra conservá-los,
juntamente com o resto do produto do saque”.
Dionísio de Halicarnasso. História Antiga dos Romanos, IV, 24. - Citado em CARDOSO, C.
Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003. p. 141.
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Em relação à escravidão na Roma antiga, assinale a alternativa CORRETA:


a) Os escravos possuíam entre si uma forte identidade étnica e cultural, pois apresentavam uma
origem territorial africana única.
b) O número de escravos diminuiu fortemente com o processo expansionista, pois havia a
prática de libertá-los em massa para que se tornassem soldados.
c) A utilização da mão de obra escrava dos derrotados de guerra foi ampliada com o término da
prática de escravizar indivíduos livres por dívidas.
d) Revoltas de escravos durante a crise republicana, como a liderada por Espártaco, se
caracterizaram por serem movimentos urbanos limitados à cidade de Roma.
e) A escravidão foi abolida em definitivo pelo Édito Máximo do imperador Otávio Augusto no
contexto em que o Cristianismo se tornou a religião oficial.
(ENEM 2020)
Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã,
dividia-se a refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de
correligionários residentes em locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã).
Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às experiências individuais que abrigava.
Sennet, R. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no (a)
a) Regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos cultos das sinagogas.

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b) Moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas da juventude livre.


c) Adesão do patriciado, que subvertia o conceito original dos valores estrangeiros.
d) Decisão política, que censurava as manifestações públicas da doutrina dissidente.
e) Violência senhorial, que impunha a desestruturação forçada das famílias escravas
(ENEM 2020)
Com efeito, até a destruição de Cartago, o povo e o Senado romano governavam a
República em harmonia e sem paixão, e não havia entre os cidadãos luta por glória ou
dominação; o medo do inimigo mantinha a cidade no cumprimento do dever. Mas, assim
que o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-se os males pelos quais a prosperidade
tem predileção, isto é, a libertinagem e o orgulho.
O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, datado de I a.C, manteve
correspondência com o processo de :
a) Demarcação de terras públicas.
b) Imposição da escravidão por dívidas.
c) Restrição de cidadania por parentesco.
d) Restauração de instituições ancestrais.
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e) Expansão das fronteiras extrapeninsulares.


(ENEM – 2017)
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas
juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem
precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas
não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da
força ou de pequenas concessões.
FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013
(adaptado).
TEXTO II
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das
principais heranças romanas que chegaram até nos. A publicação dessas leis, por volta de
450 a.C., foi importante pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é
um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e
arbítrio dos poderosos.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).

O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na


ideia de que a
a) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.
b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias

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c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.


d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.
e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.
(ENEM LIBRAS – 2017)
TEXTO I
Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei
a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda
e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei
executá-los, pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação
inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura,
pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.
Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor,
ao imperador Trajano. Cerca do ano 111 d.C. Disponível em: www.veritatis.com.br. Acesso
em: 17 jun. 2015 (adaptado).

TEXTO II
É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião
que o apóstolo Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que
seguem esta norma tomem o nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais
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consideramos dementes e insensatos, assumirão a infâmia da heresia, os lugares de suas


reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em primeiro lugar pela divina
vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa.
Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média:
textos e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois


momentos distintos. Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da
seguinte prática:
a) Ausência de liberdade religiosa.
b) Sacralização dos locais de culto.
c) Reconhecimento do direito divino.
d) Formação de tribunais eclesiásticos.
e) Subordinação do poder governamental.
(ENEM – 2016)
Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie
de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase
todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras
palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a
ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse
conhecimento?
POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.

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A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
a) ampliação do contingente de camponeses livres.
b) consolidação do poder das falanges hoplitas.
c) concretização do desígnio imperialista.
d) adoção do monoteísmo cristão.
e) libertação do domínio etrusco.
(ENEM PPL – 2016)
Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos
povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de
si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em
virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na
guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.
CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.
A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na
Roma antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
a) mão de obra especializada protegida pela lei.
b) força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.
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c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.


d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo.
e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.
(ENEM 2016)
A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito
costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o
devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de
Roma.
CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os
plebeus
a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.
(ENEM CANCELADO – 2009)

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A lei dos lombardos (Edictus Rothari), povo que se instalou na Itália no século VII e era
considerado bárbaro pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias
(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou aleijassem os homens livres. A
lei dizia: “para todas estas chagas e feridas estabelecemos uma composição maior do que a
de nossos antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada depois de aceita
a dita composição e não seja mais exigida nem permaneça o desgosto, mas dê-se a causa
por terminada e mantenha-se a amizade.”
ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1976
(adaptado).
A justificativa da lei evidencia que
a) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados.
b) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados.
c) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a coesão social.
d) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos romanos.
e) se instituía uma organização social baseada na classificação de justos e injustos.
(ENEM – 2001)
O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.
- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.
- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus
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nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia noite
e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais
ou menos proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da
educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.
Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São
Paulo: Cia das Letras, 1997.

O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como
marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto,
que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que
a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.
b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.
c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.
d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.
e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.
(UEL 2020)

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Escultura de Otávio Augusto de Prima Porta. Século I a.C. Museu do Vaticano.

Com base na figura e nos conhecimentos sobre o período de transição da República para o
Império Romano, assinale a alternativa correta.
a) Após a desestruturação da República, os imperadores romanos legitimaram sua posição
sobre fundamentos políticos laicos.
b) Com o término da República e a ascensão do Império ao longo do primeiro século a.C.,
os imperadores passaram a ser considerados como escolhidos pelos deuses.
c) Durante o colapso da República, ocorreu inexpressiva participação popular, tendo em vista
que a escravidão tinha sido abolida no período de Espártaco.
d) No Império, Roma iniciou sua expansão territorial para regiões mediterrânicas da atual
Europa, do Oriente Médio e do norte da África.
(UEL 2018)
Durante o século II, o Império Romano atingiu sua máxima extensão territorial, dominando
quase toda a atual Europa, o norte da África e partes do Oriente Médio. No final do século
IV, porém, essa unidade começaria a ser desfeita com a divisão do império em duas porções:
a ocidental, com a capital em Roma, e a oriental, com a capital em Bizâncio. Nos séculos IV
e V, a fragmentação territorial se aprofundou ainda mais e o Império Romano do Ocidente
acabou desaparecendo para dar lugar a diversos reinos germânicos.
Quanto à desagregação e queda do Império Romano do Ocidente, assinale a alternativa
correta.

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a) O êxodo rural causado pelos ataques dos povos germânicos resultou num crescimento
desordenado das cidades, criando instabilidade e desordem política nos centros urbanos e
forçando a abdicação do último imperador romano.
b) O paganismo introduzido no Império Romano pelas tribos germânicas enfraqueceu o
cristianismo e causou a divisão entre cristãos católicos e ortodoxos, encerrando o apoio da
Igreja ao imperador e consequentemente fazendo ruir o império.
c) A língua oficial do Império Romano, o latim, ao se fundir com os idiomas falados pelos
invasores, deu origem às línguas germânicas, dificultando a administração dos territórios
que se tornaram cada vez mais autônomos até se separarem de Roma.
d) A disputa entre os patrícios romanos e a plebe pelas terras férteis facilitou a invasão do
império pelos “povos bárbaros”, pois o exército romano foi obrigado a deixar as fronteiras
desguarnecidas para defender os proprietários das terras das constantes rebeliões.
e) Com o fim das conquistas territoriais, o escravismo e a produção entraram em declínio,
somado às “invasões bárbaras” e à ascensão do cristianismo, que aceleraram a
fragmentação e queda de Roma.
(UEL 2017)
Leia o texto a seguir.
ODE XI do LIVRO I
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Horácio
não me perguntes – é vedado saber –
o fim
que a mim
e a ti darão os deuses Leucônoe
nem babilônios
números consultes antes
o que for recebe
quer te atribua Júpiter muitos invernos
quer o último
que o mar tirreno debilita com abruptas
rochas
bebe o vinho sabe a vida e corta
a longa esperança
enquanto falamos
foge
invejoso

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o tempo:
curte o dia
desamando amanhãs
(Adaptado de: Trad. Augusto de Campos. Disponível em: <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/>. Acesso em:
12 jun. 2016.)

Esse poema de Horácio (65 a.C. – 8 a.C.) revela um valor ou mores romano, que é
denominado hedonismo, o fundamento moral do cotidiano romano.
Sobre esse hábito, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) A influência grega sobre a cultura romana construiu o hábito do culto ao corpo e de regras
dietéticas.
( ) A locução latina Carpe diem, que significa aproveite o dia, expressa a moral hedonista
romana.
( ) O hedonismo implicava uma vida de comedimento e restrições, sobretudo em relação aos
hábitos de higiene.
( ) O hedonismo preconizava a valorização do ócio e do prazer em detrimento de outras
ocupações do cotidiano.
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( ) O prazer dos romanos à mesa, com fartos banquetes e longas comemorações, era uma
prática hedonista.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, V, F, F.
b) V, F, F, V, V.
c) V, F, F, F, V.
d) F, V, V, F, F.
e) F, V, F, V, V.
(UEL 2017)
Otávio tornou-se o primeiro imperador no período do alto império romano e a Pax romana
impôs militarmente seu domínio hegemônico no cotidiano de diferentes povos da região
norte da África e de grande parte da Europa.
Com base nos conhecimentos sobre o Império Romano sob o governo de Otávio, considere
as afirmativas a seguir.
I. Quando Otávio se tornou o primeiro romano a congregar o título de Augusto, implantou-
se o culto ao governante, diferentemente dos dirigentes anteriores.
II. Otávio buscou interferir no cotidiano dos romanos ao incentivar a constituição de famílias
numerosas e impor punição às mulheres adúlteras.

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III. Sob seu governo, estabeleceu-se uma diferença dos governos anteriores pelo sistema de
coleta de impostos, pois o Estado assumiu o papel que era dos publicanos.
IV. A organização social dos romanos distribuídos em ordens sociais foi revisada e implantou-
se a hereditariedade como critério privilegiado da diferenciação.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(UEL 2011)
O louro ou loureiro, importante condimento pertencente ao gênero Laurus, é originário do
Mediterrâneo oriental. Ramos desta planta eram usados na Grécia antiga para confeccionar
as famosas coroas com que eram agraciados os atletas ou outros heróis nacionais que se
distinguiam excepcionalmente, costume estendido mais tarde à Roma dos Césares. Derivado
do nome do gênero (Laurus) e de seu uso, originou- -se o termo vernáculo laureado.
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(Adaptado: JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo: Editora
Nacional, 1991. p. 290.)

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Figura : (Nome: Laurus nobilis; Família: Lauraceae; Livro original: Prof. Dr. Otto Wilhelm Thomé
Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz, 1885.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que a coroa de
louros
a) representava, desde a antiguidade, o poder monárquico, conferindo ao atleta um poder
semelhante ao do rei.
b) era outorgada aos atletas atenienses que competiam, evidenciando o espírito olímpico
expresso no lema: “o importante é competir”.
c) passou, de vegetal, a ser confeccionada com metais nobres, adornando a cabeça dos
imperadores de Roma e de reis, sendo símbolo de poder.
d) era a expressão do poder dos basileus atenienses e, na época dos jogos olímpicos, era
atribuída aos vencedores das categorias de ambos os sexos.
e) foi também conferida na Grécia antiga aos atletas cristãos, indicando uma tolerância
religiosa durante os jogos olímpicos.
(UEL 2009)

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A expansão imperial romana resultou, a partir do século I d.C., na utilização do trabalho


escravo em grande escala e no aumento significativo do número de plebeus desocupados,
aos quais se juntaram levas de pequenos agricultores arruinados. Isso incrementou o êxodo
rural e provocou o inchamento das cidades, especialmente de Roma. Para amenizar o
problema social dessas massas, o Estado passou a dar-lhes subsídios.
Esta política caracterizou-se pela distribuição de:
a) terras para os desocupados, caracterizando uma verdadeira reforma agrária, conhecida
como a política agrária, de Licínio.
b) dinheiro para a aquisição de roupas e alimentos, combatendo a inflação que assolava a
República, provocada pela política de Tucídides.
c) grãos a preços baixos e espetáculos públicos gratuitos, conhecida como política do pão e
circo, de Augusto.
d) sementes, instrumentos agrícolas e escravos para o cultivo de terras na Sicilia e no norte
da África: a política de colonização, de Suetônio.
e) escravos para estimular a agricultura na Península Ibérica, conhecida como a política
agrícola, de Cláudio.
(UEL 2009)
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“Arrio dizia ‘rúbrica’ em vez de rubrica / e por pudico ‘púdico’ dizia / e achava que falava tão
incrivelmente / que se podia ‘púdico’ dizia. / Creio que assim a mãe, assim o tio liberto, /
assim o avô materno e a avó falavam. / Foi à Hispânia e os ouvidos descansaram todos; / as
palavras soavam leves, lindas / e tais palavras nunca mais ninguém temeu. / Súbito chega a
hórrida notícia: / os iberos, depois que Arrio foi para lá, / Iberos já não eram, eram ‘Íberos’.”
(Gaius Valerius Catullus. Poema 84 ( Texto do século I a.C.). Tradução poética de João Ângelo Oliva Neto. In:
FUNARI, P.P.A. Antigüidade clássica: a história e a cultura a partir de documentos. Campinas: Editora da
Unicamp, 1995. p.1.)

“Mais ou menos na mesma época, o Senado discutiu o comportamento ofensivo dos ex-
escravos. Houve uma argumentação geral no sentido de que os proprietários tivessem o
direito de retirar a liberdade de ex-escravos que não a merecessem. [...] Nero duvidava sobre
a decisão [...]. Há ex-escravos por toda parte. A maioria dos eleitores está formada por ex-
escravos, como também ocorre com os assistentes dos magistrados, os auxiliares dos
sacerdotes, a patrulha noturna e os bombeiros; a maioria dos eqüestres e muitos dos
senadores são descendentes de ex-escravos [...]”.
(Publius Cornelius Tacitus. Anais (XIII, 26-7) (texto do século I d.C.). In: CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório
na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p.140-1.)

De acordo com os textos e com os conhecimentos sobre o tema é correto afirmar:


a) Iniciou-se neste período, de acordo como édito de Nero, um processo de reformas no
latim erudito, visando torná-lo mais acessível às classes populares em ascensão na sociedade
romana, devido ao desenvolvimento comercial.

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b) A ausência de transformações sociais em Roma fez com que o Senado desejasse retirar a
liberdade de ex-escravos, pois estes, sendo tão numerosos, impediam o desenvolvimento
comercial e fabril.
c) Embora os ex-escravos fossem motivo de chacota para muitos membros da elite romana,
Nero deveria promover uma reforma política, ampliando os direitos econômicos das classes
pobres que se agitavam em razão da escassez de gêneros alimentícios.
d) As transformações sociais expressas pela linguagem dos referidos autores demonstram
que o latim perdeu a força unificadora do Império, dando lugar às línguas locais como o
português, o espanhol, o italiano e o francês.
e) Processava-se uma ruptura na sociedade romana, pois os ex-escravos, motivo de zombaria
das elites, com o passar do tempo tornaram-se numerosos, tendo ascendido até as mais
elevadas categorias sociais.
(UEL 2006)
Varrão, escritor romano do período republicano (116-27 a.C.), em seu Rerum Rusticarum (Da
Coisa Rústica), descrevia aos seus contemporâneos como deveriam tratar os escravos: “Você
não deve deixar seus escravos muito deprimidos ou animados. Não deixe os capatazes
usarem os chicotes, se conseguirem o mesmo resultado com encorajamento. Não compre
muitos escravos do mesmo país, pois eles conversam entre si. Se você os tratar bem, lhes
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der alimentos e roupas extras e permissão para seus animais pastarem no seu terreno – eles
trabalharão melhor”. (RODRIGUES, Joelza Ester. História em Documento: imagem e texto.
2. ed. São Paulo: FTD, 2002. p. 235.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a escravidão romana, considere as afirmativas
a seguir.
I. Varrão propõe abrir mão da violência no tratamento dos escravos visando a obter um
rendimento maior de seu trabalho.
II. Varrão procura demonstrar a inviabilidade da compra de escravos de um mesmo país,
posto que propiciaria a realização de processos comunicativos e possíveis revoltas.
III. Os capatazes romanos, na visão de Varrão, deveriam usar estratégias sutis de repressão
para obter um trabalho consentido.
IV. Varrão compartilha das idéias de Columela, autor da época que apregoa a redução dos
custos do trabalho escravo para obtenção de maior produtividade.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV..

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(UEL 2005)
A interpretação do valor do trabalho recebeu diferentes respostas ao longo da história da
humanidade. Sobre a concepção de trabalho manual na Antiguidade Clássica, é correto
afirmar:
a) Era glorificado, por ser a maneira como o homem se apropria da natureza e a transforma
em benefício próprio.
b) Tinha o mesmo valor que a atividade intelectual, por ser expressão de diferentes, mas
complementares, aptidões do homem.
c) Era visto como causador de sofrimento, mas essencial para a garantia do ingresso no “reino
dos céus”.
d) Era considerado uma atividade inferior e degradante em comparação à atividade
contemplativa.
e) Era compreendido como o instrumento de libertação do homem, permitindo a ele superar
a determinação da natureza.

10.4. GABARITO
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16- A
17- C
1- A
18- D
2- D
19- E
3- D
20- C
4- B
21- A
5- B
22- B
6- D
23- E
7- D
24- E
8- D
25- D
9- C
26- C
10- B
27- C
11- B
28- E
12- C
29- D
13- D
30- D
14- E
15- E

10.5 LISTA DE QUESTÕES ENCCEJA - COMENTADA


(ENCCEJA/2019)

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As Incorria em pena de morte quem batesse num escravo ou mudasse de roupa perto da
estátua do imperador de Roma, quem entrasse nas latrinas ou no prostíbulo com uma moeda
ou um anel que tivesse a sua imagem.
SUETÔNIO. A vida dos doze césares. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003 (adaptado).

A punição descrita mostra que, nesse período da Roma Antiga, dava-se grande importância
para a
a) figura dos governantes.
b) atividade dos artistas.
c) educação dos cidadãos.
d) higiene da população.
Comentários

A questão tem como tema a Roma Antiga. O texto mostra que determinadas atitudes
envolvendo a figura do Imperador eram consideradas crimes passíveis de pena de morte. De
certa maneira, entendemos que essas práticas configuram uma espécie de falta de respeito
com essa figura de tamanha importância em Roma. Portanto, nosso gabarito é letra a).

Gabarito: A
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10.6 LISTA DE QUESTÕES PROFE. ALÊ LOPES – COMENTADA


(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)
A respeito da Roma Antiga, no que diz respeito ao período de Otávio Augusto no governo
de Roma, é considerado (a) uma de suas realizações
a) o estímulo a edificações de tijolo.
b) a extinção da política do “Pão e Circo” em prol da cultura da paz.
c) o reconhecimento do cristianismo.
d) a construção de um sistema de participação política em função da renda anual do cidadão.
Comentários
Para refrescar a memória:

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Alto Império
(sec. I a.C- III
d.C)

CRISE DO
SÉCULO III

• FIM DO
Baixo Império (sec. IMPÉRIO
III d.C - V d.C)
ROMANO

O primeiro dos Imperadores do período do Alto Império Romano foi Otávio Augustus. Sua
política foi conhecida como Pax Romana, pois ele iniciou o período da paz em Roma. Ele também
se dedicou a implantar uma política de administração pública na vasta extensão territorial,
inclusive com o aprimoramento do controle das finanças. Essa era uma questão fundamental para
a consolidação e para o sucesso de Roma.
As conquistas territoriais anteriores, que a partir desse momento diminuíram o ritmo,
atingiram uma dimensão difícil de controlar e de administrar. Assim, a primeira medida de Otávio
foi criar uma burocracia administrativa, com critério censitário, isto é, ele criou a divisão censitária
da cidade, relacionando posição social e participação política com a renda dos romanos.
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Com isso, ele atingia dois objetivos:


✓ aumentar o controle sobre o Império;
✓ garantir privilégios às classes sociais ricas (patrícios e nobilitas). Veja, querida e querido
aluno, ele ganhou muitos likes dessa galera que há muito se sentia desprestigiada por
generais plebeus ou com práticas de apelo aos plebeus revoltosos. Espertinho, né?

Do ponto de vista político, vale reforçar ainda que Otávio Augusto manteve o aspecto de
poder da República, com o Senado. Porém, a instituição tinha presença simbólica, pois o poder
real, de fato, estava nas mãos do Imperador.
Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para
o terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração
de poder e de títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa
transição. Veja OS TÍTULOS:
- Primeiro Cidadão
- Chefe do Senado
- Princeps (o primeiro e o mais eminente)
Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR
- Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!

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Além disso, Otávio promoveu uma intervenção do Estado nos costumes familiares, pois
incentivou a constituição de famílias e a condenação de mulheres adúlteras. Não por menos, as
estátuas expostas não eram somente do Imperador, dele próprio, mas também de seus familiares.
Sobre essa questão dos costumes, veja como havia uma tática política por trás, segundo os
Professores Dra. Ana Teresa M. Gonçalves e Dr. Rodrigo S. M. Oliveira (UFG)17:
Em sua estratégia contra Marco Antônio, Otávio se apresentou como protetor e
mantenedor da tradição, associando-se aos costumes romanos e ao deus Apolo. Enquanto
isto, ele destacava em seus discursos as preferências de Antônio pelo Oriente, a
associação deste com uma divindade estrangeira, Dionísio, e sua relação adúltera com
Cleópatra. Dessa forma, M. Antônio fere o que John A. Lobur (2008, p. 15) nomeia de
“sensibilidade romana”.
Otávio Augustus também precisou encontrar uma forma de atenuar as amplas tensões
sociais que dominavam Roma e outras cidades do Império. Quero que você saiba que em Roma
viviam mais de 1.200.000 pessoas e na Península Itálica toda por volta de 7.500.000 pessoas. Cara,
isso é muita gente para uma cidade da Antiguidade!! Bomba relógio, concordam?
Dessa forma, o Imperador criou a política de distribuição do trigo e ampliação de
espetáculos de jogos, disputas e combates entre gladiadores. Você já deve ter escutado
a famosa expressão: “Política do Pão e Circo”. Alguns historiadores afirmam que essa
política era parte de uma tentativa de despolitização e manobra dos poderosos para
afastar os plebeus e as pessoas empobrecidas das questões políticas. Quem nunca
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assistiu ao filme Gladiador e não torceu para o General Maximus?

Articula uma coisa aqui comigo: lembra dos irmãos Graco e de suas propostas de
reforma agrária e distribuição de lotes públicos? Agora compara com a política do pão e
circo! Reflita sobre as principais diferenças entre elas. Isso tem um cheirinho de questão
bem difícil, hein?
Só dou uma dica: uma solução pensava o problema de forma mais estrutural, mexer
no sistema romano; outra, uma medida paliativa, para acalmar os ânimos. Sacou?
Podemos relacionar essas duas políticas de Otávio, burocratização do estado e “pão e circo”,
com elementos estruturais arquitetônicos surgidos em Roma:
 construção de prédios públicos destinados aos espetáculos, como o Coliseu – que
até hoje tem ruínas para visitarmos ;

 construção de estradas. Calcula-se que existiram mais de 80 mil quilômetros de


estradas pavimentadas interligando as diversas regiões. Manu, isso é muita coisa,
né? Eram ruas e mais ruas de paralelepípedo. Hoje, podemos caminhar nelas. É
conhecida na Itália como Via Ápia Antiga.

17
GONÇALVES, Ana Teresa M. OLIVEIRA, Rodrigo S. M. A ordem astral: a ação do princeps Otávio
Augusto pela legitimidade do seu poder. Revista Hélade, v. 3, n. 1, p. 11-26 p. 13.

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 construção dos Aquedutos, responsáveis por transportar água de locais distantes até
os centros urbanos.

Com relação ao ornamento, Roma não correspondia, absolutamente, à majestade do


Império e, além disso, estava exposta às inundações, como também aos incêndios. Porém,
Augusto fez dela uma cidade tão bela que pode se envaidecer, principalmente por ter
deixado uma cidade de mármore no lugar onde encontrara uma de tijolos.
(Adaptado de Suetônio, A Vida dos Doze Césares. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 91.)

Com essa administração, intensificada pelas vias de comunicação, no plano econômico, o


comércio entre as províncias se desenvolveu intensamente. Também foi criada uma moeda
comum para garantir a estabilidade da economia.
Só para não esquecermos do SENADO, os senadores também tiveram suas atribuições na vida
político-administrativa de Roma diminuídas. Repare que, de século em século, o SENADO se
transformou em uma instituição quase que figurativa.
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Via Ápia
Sabe aquele velho ditado “todas as estradas
levam à Roma”? Então, existe uma explicação para essa
expressão: a existência da Via Ápia. Isso mesmo
querida e querido aluno! A Via Ápia é uma estrada que,
originalmente, foi criada por Appius Claudius, em 321
a.C., para conectar a cidade de Roma e Cápua. Assim,
contemplar-se-ia a necessidade econômica do
transporte de mercadoria e facilitaria a locomoção do exército romano. Mas, como todo
espaço geográfico está propício a transformações devido a mudança da realidade, a
rodovia modernizou seu pavimento e aumentou, chegando a fazer ligação de Roma até
o Oriente Médio, Grécia e Egito. Ou seja, se comparado com a atualidade, essa
construção não chega a ser especial, mas para a tecnologia e contexto histórico daquele
período, o bagulho era cabuloso demais!!! Tão cabuloso que a Via Ápia foi nomeada
como Regina Viarium ( a rainha de todas as estradas ). Dessa forma, o pessoal mais
chique do role percebeu, e como não são bobos nem nada, foram agregando à região
as vilas luxuosas e mausoléus. Além disso, foram surgindo tavernas e hotéis para os
viajantes que passavam pela região. Hoje em dia, a Via Ápia pode ser visitada. Dizem
que é um museu à céu aberto mesmo

A Arte em Roma

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A arte pode ser usada como um instrumento pelo qual transforma o mundo a
sua volta, assim como, ela pode ser influenciada pelo próprio mundo (“via de mão
dupla”). Dessa forma, muitos estudiosos sobre a história romana buscam
entendimentos por meio da arte do período. São os estilosos historiadores da arte!
Inicialmente, a Arte da Roma Antiga foi influenciada pelo povo etrusco, que, por
sua vez, dominou a região da península itálica em um período anterior. Assim, a
temática popular do cotidiano foi refundada. Posteriormente, os romanos tiveram como
referencial a cultura grega, que buscava o ideal de beleza. Mas, apesar do legado
artístico que outros povos deixaram para a população em questão, eles desejavam criar
seu próprio estilo em diversas áreas da arte. Ou seja, os caras tinham a cabeça para
frente e não se conformavam em ser apenas um rostinho bonito na estátua. Vamos ver
algumas inovações:

Arquitetura

A arquitetura, por exemplo, pôde se desenvolver porque a tecnologia da


engenharia era muito avançada para a época. Com o advento do concreto, criou-se
construções em tamanhos gigantescos. Além disso, aqueles velhos pilares gregos não
eram práticos e “eram coisa do passado, a moda agora era”... os arcos redondos (
introduzidos pelos etruscos durante a monarquia, porém, mais desenvolvidos pelos
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romanos no futuro ).
Sua formação simples e sistema de distribuição de peso possibilitava a criação
de mais vãos com menos pilares e ainda reduzia o preço investido no projeto. Dessa
maneira, esses arcos foram influentes para a produção de outros arranjos
arquitetônicos, como a cúpula e a abóboda. A partir disso, diversas construções e
monumentos foram realizadas, tais como: anfiteatros, templos, termas, aquedutos,
entre outros. Pois é, os caras estavam inspirados e o bagulho era muito black mirror.

Pintura
Outra área do campo artístico da Roma Antiga era a pintura. Levantamos
algumas características:
• As paredes eram cobertas por gesso pintado. Assim, parecia-se com placas de
mármore, as quais só gente chique tinha devido ao alto custo da matéria-prima. Para
você ver, querido vestibulando, que já naquela época existia a famosa gambiarra.
• A casa romana não possuía janelas. Então, os caras entravam na pira de pintá-
las na parede, criando um grande mural de paisagens com pessoas, animais.
• A realidade era valorizada através da representação de cada detalhe. Então,
eles eram detalhistas.
Literatura, História e Filosofia
Já o meio literário está dividido em muitos gêneros entre prosa e poesia. Sabe-
se que a partir do século III a.C surgem as primeiras obras, as quais basicamente
traduziam os escritos helenísticos.

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Foi no período do fim da República e começo do Império que a literatura teve o


seu auge. No reinado de Augusto os escritores eram bancados pelo próprio Estado.
Virgílio e Horácio, por exemplo, eram figuras renomadas da Roma.
Já na historiografia, Tito Lívio era influenciado pelas Guerras Púnicas e elevou o
heroísmo do povo romano através da retórica.
Por fim, a filosofia, junto a teóricos como Cícero, baseava-se em explicar a
natureza e os seus fenômenos.

Após Otávio Augusto, que reinou até 14 d.C., outros imperadores assumiram o poder: Tibério (14
a 37 d.C. ); Calígula (37 a 41 d.C.); Nero (54 a 68 d.C.); Marco Aurélio e Trajano (161 a 192 d.C.).
Agora sim, vamos às alternativas:
a) falso, pois Otávio substituiu os tijolos pelo mármore.
b) falso, pois ele inaugurou esta política.
c) errado. Esta aqui não está comentado na síntese acima. Quem reconheceu o cristianismo foi
Constantino. A crise do Império no final do século III exigia novas formas de controle da
população. Por isso, no ano de 313 d.C., o Imperador Romano Constantino se converteu ao
cristianismo e publicou o Édito de Milão. Leia um trecho do documento:
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Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem


quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a
Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os
nossos súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos
súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião
que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu
modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais
favores.”

d) é o nosso Gabarito.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/ Profe Alê Lopes/2020)


Estamos imersos nas referências à cultura clássica, da Grécia e da Roma antigas, mesmo sem
nos darmos conta. Isso porque há a retomada, de tempos em tempos, dos temas
relacionados a esse tempo histórico. O mais íntimo do ser humano - seus sentimentos,
desejos e frustrações – tem sido pensado à luz da tragédia grega, da literatura erótica latina
grega, das artes antigas e de suas representações. Karl Marx se doutorou com a tese sobre
Demócrito e usou muitos dos seus conhecimentos gregos e romanos para pensar questões
sociais. No campo da ciência, Epicuro está na base da teoria da Física Quântica.

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Adaptado de Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. Ed. Contexto, 2018.


No que se refere ao campo da política, Grécia e Roma deixaram, respectivamente, como
legados ao Mundo Ocidental
a) A noção de República e Democracia
b) A noção de cidadania e de democracia.
c) A noção de que todo regime político evolui sempre da aristocracia para a democracia e
de que o poder se organiza em instituições.
d) A noção de Democracia e República
e) A perspectiva da eterna luta de classes que move o mundo.
Comentários:
Essa é uma questão clássica que cobra conhecimentos sobre o contexto histórico da
Antiguidade Clássica e como reverbera como legado para a humanidade em momentos
históricos posteriores.
Como traz o texto são múltiplos os campos influenciados por Grécia e Roma, contudo,
atente-se: o comando fala sobre as questões de ordem política. Além disso, usa a expressão
respectivamente, de tal maneira que você deveria falar do legado grego e, em seguida, do
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romano.
Vamos direito à análise das alternativas:
a- Errado. Aqui os legados estão invertidos porque os República é Roma e Democracia é
Grécia.
b- Errado. Aqui temos dois legados importantes, mas de um modo geral, cidadania,
participação política e democracia estão relacionados à experiência grega, embora Roma
tenha conhecido grandes lutas entre patrícios de plebeus pelo direito à igualdade jurídica
e política.
c- Errado e o erro está em adotar uma noção evolucionista em relação ao regime político:
aristocracia SEMPRE para democracia. Regimes políticos avançam e retrocedem.
Guardem isso. No que se refere à Roma está correto.
d- Gabarito. Sempre comento que, no que se refere à política, os legados gregos e romanos
se complementam. Fica com Grécia a discussão e os exemplos sobre Regime Político e
sobre cidadania; já para Roma coube a questão das instituições – isso devido ao papel
longevo do Senado como instituição organizadora do poder político romano.
e- Errado. Na abordagem marxista isso é assim considerado. O motor da história seria a luta
entre classes sociais distintas. Contudo, isso não está relacionado com a pergunta.
Gabarito: D

(Profe Alê Lopes/2020)

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A partir de 235 até 284, o Império Romano foi dilacerado por conflitos armados. A partes
urbanas das cidades foram amuralhadas, com a diminuição da área e da população urbanas.
Pedro Paulo Funari. Grécia e Roma. São Paulo: Ed. Contexto, 2018, p. 145.
O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a
saber:
a) O êxodo rural
b) A ruralização da sociedade
c) O avanço do cristianismo
d) A concentração do poder político
e) A diminuição da importância da vida privada
Comentários:
Vejam, queridos alunos, essa é uma questão que exige conhecimento sobre as causas e
fenômenos que marcaram a transição da antiguidade para a Idade Média e as novas formas de
socialização.
Vamos lembrar: entre os séculos III e V, Roma estava em decadência. Desse modo, a crise
escravista e a insuficiência produtiva-econômica de Roma tornaram o Império Romano mais
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vulnerável. Por isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se a derrocada dos romanos,
a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões romanas. Vulnerável, a
escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para enfraquecer Roma.
Essas experiências contribuíram decisivamente para o processo de ruralização da
sociedade romana ocidental. As pessoas passaram a optar pela vida no campo, sobretudo, a
partir da constituição do colonato. O desfecho dessa ruralização desemboca na ordem feudal.
Veja, na Grécia e, depois, em Roma, as instituições políticas eram abertas à participação
dos cidadãos. Elas foram tão importantes que ficavam localizadas no ponto mais alto da cidade-
estado – a Acrópole!

Espaço
Pois bem, a ruralização da sociedade, naquele Privado
contexto, levou à falência desse modelo
político do espaço público. Houve uma
alteração do espaço em que se tomavam as Espaço
decisões, veja o esquema: Público

Alguns historiadores interpretam essa mudança como um regresso no desenvolvimento da


política pública. Esse cenário rural e privado era propício para a adaptação dos povos germânicos
devido às suas características culturais.

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Listo abaixo os principais aspectos da formação da nova sociedade feudal dos quais você
não pode esquecer:
1- a ruralização da sociedade - o declínio da cidade e do
comércio;

2- a descentralização política com o estabelecimento de


relações sociais, políticas e militares de vassalagem;

3- a servidão que caracterizou as relações entre senhores e camponeses


plebeus.

4 - a vassalagem que caracterizou a relação entre senhores


feudais

Tendo tudo isso em mente, vamos à análise das alternativas:


a) Aqui há uma inversão: não foi êxodo rural, mas êxodo urbano – ou seja, as pessoas
saíram da cidade e foram para o campo e não o contrário.
b) Gabarito! Conforme explicação nos comentários.
c) Embora seja verdade, não é o processo descrito no texto.
d) O Fenômeno político de desconcentração do poder político, e não o contrário.
e) Conforme o texto, a influência dos germânicos e o processo de ruralização
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fortaleceram as relações privadas da vida social e não o oposto.


Gabarito: B

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“Trata-se de homens juridicamente livres; contudo, a falta de qualificação cívica que os
agravava os leva a se colocarem sob a proteção de alguém mais poderoso, o patrono, que
lhes retribuirá múltiplas vantagens em troca de certas prestanças. (...) Esse tipo de
relacionamento não é de forma alguma exclusivo de Roma: ele existe no seio de muitas
sociedades antigas e medievais. (...) Desde o momento em que as casas de alvenaria do
Fórum começaram a substituir as cabanas de adobe do Palatino, a aristocracia dá início,
primeiro sob Tarquínio, o Antigo, e continuando depois sob Sérvio Túlio, à efetivação de um
compromisso histórico, avaramente ligado aos benefícios que julga poder extrair do grupo
minoritário mais remediado da plebe. A criação dos comícios centuriais fornece-nos a prova
disso. No entanto, toda boa aliança política não pode prescindir de uma base econômica.
ROULAND, Norbert. Roma, Democracia Impossível? Brasília: Editora UnB. 1997. p. 47-48.
O texto faz referência a relação conhecida como
a) exploração.
b) clientelismo.
c) servidão.
d) opressão.

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e) dominação.
Comentários
Para identificarmos a relação a que o texto faz referência, temos que lembrar da composição social
da Roma Antiga. Em particular, dois trechos chaves desta questão nos ajudam a identificar sobre
qual grupo social a análise está direcionada: “a proteção de alguém mais poderoso, o patrono,
que lhes retribuirá múltiplas vantagens em troca de certas prestanças” e “grupo minoritário mais
remediado” são passagem chaves. Vamos lembrar:
Com relação à divisão social, havia uma estratificação hierárquica formada por 4 grupos sociais:
os PATRÍCIOS, os PLEBEUS, os CLIENTES e os ESCRAVOS.

patrícios

cleintes

plebeus

escravos

➢ Os plebeus eram pequenos camponeses, proprietários de pequenas terras que


produziam, praticamente, para sua subsistência. Era comum os plebeus contraírem
grandes dívidas com os patrícios, especialmente nos períodos em que eram
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convocados para guerras de conquista ou para defender a cidade de alguma ameaça


exterior. Por terem que deixar suas pequenas propriedades para atuarem nessas
guerras, estas perdiam sua capacidade produtiva. Assim, ao voltarem para sua terra,
após o conflito, os plebeus faziam altos empréstimos para poderem recuperar a terra
e a produção. Se, por qualquer motivo, os plebeus não pagassem as dívidas viravam
escravos.
➢ Já os clientes eram plebeus agregados aos patrícios. Em geral, moravam na
propriedade dos patrícios e lhes serviam em funções de altíssima confiança. Por isso,
detinham alguns privilégios e oportunidades de negócios que os plebeus não-
agregados não possuíam. Por exemplo, nunca viravam escravos por dívidas. Por isso,
ao longo do tempo, os clientes enriqueceram!
➢ Por último, os escravos eram plebeus endividados- como falamos antes. Os povos
derrotados em guerras também poderiam virar escravos, mas, neste momento,
encontravam-se em número reduzido em Roma. Foi no período republicano que a
expansão territorial e as guerras de conquistas tiveram maior importância e, por isso,
o número de escravos aumentou. Veremos melhor esse processo na próxima seção.
Diante dessa composição social, o texto faz referência aos clientes e à relação de clientelismo.
Gabarito, letra B.
Já as demais alternativas, apesar de também se tratar de relações sociais elas não atendem ao
que o texto do enunciado direciona especificamente.

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a) exploração é uma relação econômica em que alguém ganha sobre o trabalha alheio, ela pode
existir nas mais variadas formações histórico-sociais.
c) servidão, é uma relação própria do período feudal.
d) opressão, em geral, é um conceito usado para designar relações de dominação raciais (racismo),
de gênero (machismo), dentre outras.
e) dominação é um conceito genérico que envolve o exercício de poder em que uma força tem a
capacidade de influenciar outras.
Gabarito: B

(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)


Quais as duas principais civilizações Ocidentais da Antiguidade?
a) França e Itália
b) Grécia e Itália
c) Roma e Balcãs
d) Grécia e Roma
e) Mesopotâmia e Europa
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Comentários:
Pessoal, essa questão é memorização. Pensou em Antiguidade Ocidental, pensou em
Antiguidade Clássica, logo, Grécia e Roma!
Vamos comentar as alternativas:
a- França e Itália não existiam. Suas atuais regiões, em partes foram ocupadas pelos
Romanos.
b- Grécia está correta, mas Itália não.
c- Roma certo. Balcãs é a região geográfica onde fica a Grécia.
d- Gabarito.
e- Errado pois se trata de duas regiões e não civilização.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/Profe Alê Lopes/2020)


No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:
a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as
relações entre a Igreja Católica e o Estado.
b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite
romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a
aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.

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c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,
cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar
guerras.
d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.
e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a
centralização do poder nas mãos do imperador.
Comentários:
a) Correto. O sentido dessa mudança foi a condução da Igreja e do Estado a um acordo,
tolerando o cristianismo e mantendo os cultos pagãos.
b) a afirmação está correta. Reforço que a Monarquia Romana foi o regime político que se
desenvolveu a partir do processo de ocupação da Península Itálica. Entre os séculos VIII e VII a.C.,
os Etruscos fundaram, às margens do Rio Tibre, a cidade de ROMA, baseada na atividade agrícola.
Os patrícios formavam uma verdadeira aristocracia e eram proprietários de terras.
c) Correto, o Senado foi uma instituição que perdurou durante as três fases (Monarquia,
República e Império). Porém, foi durante a República que ele foi aperfeiçoado e assumiu
protagonismo na condução da vida política e administrativa de Roma.
d) Falso, pois as Guerras Púnicas foram um conflito entre Roma e Cartago em função da
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disputa pelo controle do Mediterrâneo.


e) Correto. Vamos lembrar um trecho da aula, logo após a disputa pelo poder no final do
2º Triunvirato. Acompanha comigo:
Otávio (Otávio Augusto) conquistou o Egito – que foi transformado em uma colônia romana
– e passou a ser reconhecido como o grande líder até se tornar o primeiro Imperador de Roma.
Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o
terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de poder e de
títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição. Veja OS TÍTULOS:
 - Primeiro Cidadão
 - Chefe do Senado
 - Princeps (o primeiro e o mais eminente)
 Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR
 - Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!
Gabarito: D

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O destino da Europa foi decidido há dois mil anos, nas margens setentrionais da atual Tunísia.
Qual seria hoje a sua conformação e a sua imagem se, e, 202 a.C, Cipião, Africano, não
tivesse desbaratado, em Zama, as tropas de Cartago, comandadas por Aníbal?
ROULAND, Norbert. Roma, democracia impossível? Ed. UNB, 1981, p. 101.

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No que diz respeito à antiga civilização romana, assinale a alternativa incorreta:


a) O Edito de Milão, assinado pelo Imperador romano Constantino em 313 d.C., mudou as
relações entre a Igreja Católica e o Estado.
b) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite
romana era formada por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a
aristocracia detentora de privilégios políticos e religiosos.
c) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado,
cujas funções legislativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar
guerras.
d) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos bélicos entre Roma e Grécia.
e) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, diminuiu o poder do Senado e instituiu a
centralização do poder nas mãos do imperador.
Comentários:
Cobrar a alternativa incorreta não é o padrão da FGV, mas treino é treino, então, é melhor
se preparar para imprevistos. Acompanha comigo,
a) Correto. O sentido dessa mudança foi a condução da Igreja e do Estado a um acordo,
tolerando o cristianismo e mantendo os cultos pagãos.
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b) a afirmação está correta. Reforço que a Monarquia Romana foi o regime político que se
desenvolveu a partir do processo de ocupação da Península Itálica. Entre os séculos VIII e VII a.C.,
os Etruscos fundaram, às margens do Rio Tibre, a cidade de ROMA, baseada na atividade agrícola.
Os patrícios formavam uma verdadeira aristocracia e eram proprietários de terras.
c) Correto, o Senado foi uma instituição que perdurou durante as três fases (Monarquia,
República e Império). Porém, foi durante a República que ele foi aperfeiçoado e assumiu
protagonismo na condução da vida política e administrativa de Roma.
d) Falso, pois as Guerras Púnicas foram um conflito entre Roma e Cartago em função da
disputa pelo controle do Mediterrâneo.
e) Correto. Vamos lembrar um trecho da aula, logo após a disputa pelo poder no final do
2º Triunvirato. Acompanha comigo:
Otávio (Otávio Augusto) conquistou o Egito – que foi transformado em uma colônia romana
– e passou a ser reconhecido como o grande líder até se tornar o primeiro Imperador de Roma.
Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o
terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de poder e de
títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição. Veja OS TÍTULOS:
 - Primeiro Cidadão
 - Chefe do Senado
 - Princeps (o primeiro e o mais eminente)
 Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR

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 - Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!
Gabarito: D

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Sobre a questão agrária na Roma antiga, é correto afirmar que:
a) Na fase final da República romana, a desestruturação agrária, que estabeleceu sistemas
de latifúndios, beneficiou os plebeus, uma vez que eles puderam se estabelecer em terras
que eram do Estado.
b) A partir das propostas dos irmãos Graco o problema da reforma agrária encontrou uma
saída satisfatória para a aristocracia reunida no Senado e os plebeus aglutinados no Tribuno
da Plebe, principalmente porque essas reformas ocorreram durante a fase republicana.
c) A mão de obra para as explorações que emergiram do século III a.C. em diante era
abastecida pela série de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrâneo.
d) A principal causa do aumento da propriedade fundiária dos nobilitas foi o barateamento
das terras dos camponeses as quais, em seguida, eram compradas pelos grandes
proprietários.
e) Os patrícios, que formavam uma aristocracia de proprietários de terra, estabeleceram uma
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relação de senhoria e vassalagem com os plebeus que trabalhavam no campo.


Comentários
Em Roma predominou o trabalho escravo, o qual era ampliado por meio da subjugação de
povos conquistados.
a) falso, pois foi iniciado o regime do colonato.
b) errado, pois os interesses da plebe não foram atendidos de modo que a grande
propriedade de terra seguiu como característica do Império Romano até sua ruína.
d) errado, pois a principal causa foram as conquistas por meio da guerra.
e) falso, pois esse tipo relação social somente passará a existir no feudalismo.
Gabarito: C

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“Antes a alegria de viver estava nas ruas e nos grandes monumentos urbanos; agora se
refugia nas casas e nas cabanas. Antes, com suas leis, tropas e edis*, o Império se honrara
em facilitar a vida pública como ideal de vida; agora, com os reinos germânicos, dilui-se o
culto da urbanidade em proveito da vida privada. Para os recém-chegados, os germanos,
quase tudo é de domínio privado.” (*Administradores públicos plebeus)
ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental, p. 403.
O texto descreve o fenômeno ocorrido no processo de desagregação do mundo romano, a
saber:

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a) O êxodo rural
b) A ruralização da sociedade
c) O avanço do cristianismo
d) A concentração do poder político
e) A diminuição da importância da vida privada
Comentários:
Vejam, queridos alunos, essa é uma questão que exige conhecimento sobre as causas e
fenômenos que marcaram a transição da antiguidade para a Idade Média e as novas formas de
socialização.
Vamos lembrar: entre os séculos III e V, Roma estava em decadência. Desse modo, a crise
escravista e a insuficiência produtiva-econômica de Roma tornaram o Império Romano mais
vulnerável. Por isso, no Baixo Império Romano (séculos III a V), iniciou-se a derrocada dos romanos,
a qual foi aprofundada pelas investidas dos germânicos nas regiões romanas. Vulnerável, a
escalada de invasão germânica mais violenta contribuiu mais ainda para enfraquecer Roma.
Essas experiências contribuíram decisivamente para o processo de ruralização da sociedade
romana ocidental. As pessoas passaram a optar pela vida no campo, sobretudo, a partir da
constituição do colonato. O desfecho dessa ruralização desemboca na ordem feudal.
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Veja, na Grécia e, depois, em Roma, as instituições políticas eram abertas à participação dos
cidadãos. Elas foram tão importantes que ficavam localizadas no ponto mais alto da cidade-estado
– a Acrópole!

Espaço
Pois bem, a ruralização da sociedade, naquele Privado
contexto, levou à falência desse modelo
político do espaço público. Houve uma
alteração do espaço em que se tomavam as Espaço
decisões, veja o esquema: Público

Alguns historiadores interpretam essa mudança como um regresso no desenvolvimento da política


pública. Esse cenário rural e privado era propício para a adaptação dos povos germânicos devido
às suas características culturais.
Listo abaixo os principais aspectos da formação da nova sociedade feudal dos quais você não
pode esquecer:

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1- a ruralização da sociedade - o declínio da cidade e do


comércio;

2- a descentralização política com o estabelecimento de


relações sociais, políticas e militares de vassalagem;

3- a servidão que caracterizou as relações entre senhores e camponeses


plebeus.

4 - a vassalagem que caracterizou a relação entre senhores


feudais

Tendo tudo isso em mente, vamos à análise das alternativas:


a) Aqui há uma inversão: não foi êxodo rural, mas êxodo urbano – ou seja, as pessoas
saíram da cidade e foram para o campo e não o contrário.
b) Gabarito! Conforme explicação nos comentários.
c) Embora seja verdade, não é o processo descrito no texto.
d) O Fenômeno político de desconcentração do poder político, e não o contrário.
e) Conforme o texto, a influência dos germânicos e o processo de ruralização
fortaleceram as relações privadas da vida social e não o oposto.
Gabarito: B
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No início, as Assembleias da Plebe apenas deliberavam sobre questões que afetassem os
próprios plebeus, depois, por volta de 287 a.C., projetos de leis gerais – sobre questões de
Roma – também podiam ser discutidos e votados nesses espaços políticos dos plebeus. No
que diz respeito a essa mudança,
a) a crescente noção de cidadania disseminada entre todas as classes sociais foi determinante
para aumentar o espaço de participação decisória dos plebeus.
b) um dos fatores determinantes para essa mudança foram as lutas sociais que resultaram
em leis garantidoras.
c) a presença proporcional de plebeus no Senado romano contribuiu decisivamente para a
maior participação da plebe na vida política.
d) apesar do avanço político, socialmente a estrutura se manteve, com destaque para a
permanência da escravidão por dívida.
e) a reforma agrária viabilizou o crescimento do poder econômico dos plebeus e,
consequentemente, aumento do poder político, favorecendo a maior participação nos
processos decisórios em Roma.
Comentários
Para responder à questão, vamos retomar um importante historiador. Perry Anderson afirma
que a estrutura de poder em Roma Antiga não era exatamente oligárquica na forma - em

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relação às instituições - e sim profundamente aristocrática no conteúdo das leis e da política,


“pois atrás dela configura-se uma estratificação econômica da sociedade romana de ordem
bastante diversa” (1989, p. 56). No caso, uma referência direta às disputas entre patrícios e
plebeus.
Sob essa dinâmica conflitiva, em 494 a.C., portanto 15 anos após a queda da monarquia, os
plebeus fizeram uma espécie de greve (paralisação coletiva de atividade profissional) a fim
de alterar às condições a que estavam submetidos. Essa mobilização ficou conhecida como
Revolta do Monte Sagrado. Todos os plebeus saíram da cidade deixando-a desprotegida e
desabastecida. Subiram uma montanha chamada Monte Sagrado. De lá, emitiram exigências
pedindo ampliação na participação política dos plebeus nas instituições políticas da
República. Caso não fossem atendidos, construiriam uma nova cidade. O desfecho desse
conflito foi a criação do cargo TRIBUNO DA PLEBE. Era um cargo no SENADO a ser ocupado
por um Plebeu, eleito entre eles. Lembra-se de que, até antes da Revolta, no Senado, só
podiam participar os patrícios? Então, agora, os plebeus também podiam! Eram 2 vagas de
Tribuno da Plebe. Eles tinham a função de vetar leis que fossem inapropriadas para a classe
que representavam.
Nas primeiras décadas republicanas, em meio ao contexto conflituoso entre os segmentos
sociais, os plebeus foram percebendo sua importância para a cidade e iniciaram uma série
de lutas sociais e políticas que durariam mais de cem anos.
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a) falso. Por mais que houvesse previsão para participação política de diferentes grupos
sociais, a questão da desigualdade social impactava a disputa equilibrada de interesses.
Assim, patrícios conseguiam continuar aprovando leis que os beneficiavam. Um exemplo
disso é a existência da escravidão por dívidas – que durou até 326 a.C. Ou seja, não havia
um compartilhamento de ideia de cidadania a ponto de ser efetivada as igualdades políticas,
sociais e econômicas.
b) correta. 287 a.C.: Lei de Hortênsia – estabeleceu que as decisões das Assembleias da
Plebe teriam força de lei. Assim, as decisões dos plebeus eram válidas não somente para
eles, mas também para todo o povo de Roma, sem obrigatoriedade da aprovação dos
senadores. Plebis scitum era como se chamava o novo princípio legal que os plebeus
acrescentaram ao Direito Romano a partir da Lei de Hortênsia. Essa "lei imposta pelo povo"
é o modelo de todos os "plebiscitos”. Com a imposição do plebis scitum em 287 a.C.
terminaram as lutas sociais em Roma e iniciou-se uma época áurea para a cidade.
c) falso, pois os patrícios eram maioria no Senado, sendo que a plebe teve, durante a maior
parte do tempo, representantes no Senado, as duas vagas de Tribuno da Plebe.
d) falso. 326 a.C.: Lei de Poetélia – garantiu direitos civis aos plebeus, pois aboliu a
possibilidade de escravidão por dívida. Com isso, os plebeus não ficavam completamente
submetidos aos grupos mais ricos.
e) falso, pois não houve a reforma agrária.
Gabarito: B

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10.7. LISTA DE QUESTÕES APROFUNDAMENTO - COMENTADA


(PISM - MÓDULO I/2016)
Esse é um fragmento de uma obra produzida no século I a.C.:
“Os romanos apossavam-se de escravos através de procedimentos extremamente legítimos: ou
compravam do Estado aqueles que fossem vendidos “debaixo de lança” como parte do botim;
ou um general poderia permitir àqueles que fizessem prisioneiros de guerra conservá-los,
juntamente com o resto do produto do saque”.
Dionísio de Halicarnasso. História Antiga dos Romanos, IV, 24. - Citado em CARDOSO, C.
Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003. p. 141.
Em relação à escravidão na Roma antiga, assinale a alternativa CORRETA:
a) Os escravos possuíam entre si uma forte identidade étnica e cultural, pois apresentavam uma
origem territorial africana única.
b) O número de escravos diminuiu fortemente com o processo expansionista, pois havia a
prática de libertá-los em massa para que se tornassem soldados.
c) A utilização da mão de obra escrava dos derrotados de guerra foi ampliada com o término da
prática de escravizar indivíduos livres por dívidas.
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d) Revoltas de escravos durante a crise republicana, como a liderada por Espártaco, se


caracterizaram por serem movimentos urbanos limitados à cidade de Roma.
e) A escravidão foi abolida em definitivo pelo Édito Máximo do imperador Otávio Augusto no
contexto em que o Cristianismo se tornou a religião oficial.
Comentários

A mão de obra escrava foi amplamente utilizada em Roma. Durante a monarquia, os


escravos eram, em sua enorme maioria, plebeus endividados. Os povos derrotados em
guerras também poderiam virar escravos, no entanto, encontravam-se em número
reduzido nesse momento. Em Em 326 a.C., com a criação da Lei de Poetélia, foi abolida
a escravização de plebeus por dívidas.

A partir da expansão territorial no século IV (sendo, portanto, no período republicano), a


prática de escravizar os povos conquistados se tornou comum, afinal, ocorriam muitas
guerras de conquistas. Assim o número de escravizados aumentou substancialmente.
Com isso, sabemos que a alternativa correta é letra C). Vejamos o que está errado nas
demais:

A) Os escravizados não possuíam uma identidade étnica comum.

B) A expansão romana resultou em um enorme aumento da quantidade de escravizados.

D) Ocorreu uma série de revoltas de escravos, tanto nas cidades quanto no mundo rural.

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E) Tudo errado aqui. Quando a escravidão por dívidas foi abolida, o cristianismo nem
existia em Roma. Tal religião só se tornou oficial do Império Romano no século IV.

Gabarito: C

(ENEM 2020)
Ao abrigo do teto, sua jornada de fé começava na sala de jantar. Na pequena célula cristã,
dividia-se a refeição e durante elas os crentes conversavam, rezavam e liam cartas de
correligionários residentes em locais diferentes do Império Romano (século II da Era Cristã).
Esse ambiente garantia peculiar apoio emocional às experiências individuais que abrigava.
Sennet, R. Carne e pedra. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Um motivo que explica a ambientação da prática descrita no texto encontra-se no (a)
a) Regra judaica, que pregava a superioridade espiritual dos cultos das sinagogas.
b) Moralismo da legislação, que dificultava as reuniões abertas da juventude livre.
c) Adesão do patriciado, que subvertia o conceito original dos valores estrangeiros.
d) Decisão política, que censurava as manifestações públicas da doutrina dissidente.
e) Violência senhorial, que impunha a desestruturação forçada das famílias escravas
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Comentários:
O comando quer saber sobre a causa da prática descrita. Logo, precisamos interpretar e
definir essa prática. Isso fica muito mais fácil se identificamos a TEMPORALIDADE, século II
d.C e a TEMÁTICA: práticas cristãs. Assim, podemos dizer que, nesse contexto, os cristão
ainda eram perseguidos porque o cristianismo não era aceito como prática religiosa no
Império Romano. Foi apenas em 313 d.C, por meio do Édito de Milão que se decretou a
liberdade de culto religioso no Império.
Tendo isso em mente, podemos concluir que os cristãos viviam clandestinamente e o texto
descreve uma situação de interação entre eles em um espaço mais reservado,
provavelmente, escondido das autoridades.
Assim, veja que a CAUSA que coloca os cristãos nessa situação no século II a.C é a proibição
da religião. Com isso, podemos buscar uma alternativa que corresponda a essa lógica
normativa que caracteriza a situação dos cristãos naquele contexto, no Império.
Vamos à análise das alternativas:
a) Errado. O judaísmo não era a religião oficial do império.
b) Errado. Não se trata de uma questão de juventude, mas de religião.
c) Errado. Frase completamente sem sentido. O patriciado era uma questão de classe (os
patrícios, donos de terras).
d) Gabarito. Á proibição das manifestações públicas por parte das autoridades romanas,
levava os cristãos a viverem clandestinamente.

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e) Errado. O texto e a temática não se relacionam com a questão do trabalho, mas sim da
religião.
Gabarito: D
(ENEM 2020)
Com efeito, até a destruição de Cartago, o povo e o Senado romano governavam a
República em harmonia e sem paixão, e não havia entre os cidadãos luta por glória ou
dominação; o medo do inimigo mantinha a cidade no cumprimento do dever. Mas, assim
que o medo desapareceu dos espíritos, introduziram-se os males pelos quais a prosperidade
tem predileção, isto é, a libertinagem e o orgulho.
O acontecimento histórico mencionado no texto de Salústio, datado de I a.C, manteve
correspondência com o processo de :
a) Demarcação de terras públicas.
b) Imposição da escravidão por dívidas.
c) Restrição de cidadania por parentesco.
d) Restauração de instituições ancestrais.
e) Expansão das fronteiras extrapeninsulares.
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Comentários:
Essa é uma questão de contextualização. Para isso você deve sempre buscar a
TEMPORALIDADE e o TEMA. O texto menciona logo no início que “até a destruição de Cartago”.
Assim, de cara, devemos pensar no Projeto Mare Nostrum – projeto de expansão romana com o
objetivo de dominar e controlar o comércio marítimo. Ess projeto se deu na segunda fase da
expansão romana, logo depois, da unificação de todos os povos latinos e sabinos da Península
Itálica. Logo, meu povo, seguindo essa interpretação, a única alternativa que corresponde é a letra
E. Nenhuma das demais alternativas expressa esse projeto de dominação marítimaextrapeinsular.
Gabarito: E
(ENEM – 2017)
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas
juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado “legislador” em Atenas, com poderes sem
precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas
não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da
força ou de pequenas concessões.
FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013
(adaptado).
TEXTO II
A “Lei das Doze Tábuas” se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das
principais heranças romanas que chegaram até nos. A publicação dessas leis, por volta de

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450 a.C., foi importante pois o conhecimento das “regras do jogo” da vida em sociedade é
um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e
arbítrio dos poderosos.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).

O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na


ideia de que a
a) discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.
b) invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias
c) formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.
d) definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.
e) criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.

Comentários:
Olha que questão interessante. Compara aspectos da vida política de Grécia e Roma. Não
é uma questão tão simples. Mas tem técnicas. Quando se trata de questões comparativas,
você deve caracterizar cada elemento a ser comparado. Nesse caso, trata-se de decifrar as
realidades sociopolíticas tratadas nos textos I e II. Depois disso, ver o que há de
convergência, ou o que é comum, entre essas realidades.
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- Sobre o Texto I: Trata-se das Reformas Políticas propostas pelo legislador grego Sólon,
Diante dos abusos e da concentração de poder e privilégios pela aristocracia, começou uma
série de revoltas. Veja que o texto diz que “exigência de redistribuição de terras e o
cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos
proprietários de terra por meio da força”. Relembre quais foram essas reformas:

Sobre
o
texto
II: As

desigualdades econômicas e políticas entre patrícios e plebeus causavam uma situação


tensa em Roma. Portanto, por mais que houvesse previsão para participação política de
diferentes grupos sociais, a questão da desigualdade social impactava a disputa
equilibrada de interesses. Assim, patrícios conseguiam continuar aprovando leis que os

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beneficiavam. Em diversos outros momentos, alguns mais tensos e outros menos, houve
Revoltas Plebeias. É nesse contexto que foi aprovada a Lei das 12 Tábuas:

450 a.C.: Lei das 12 Tábuas – até então, o direito era oral e baseado nas tradições populares.
Assim, havia situações em que a aplicação do direito dependia dos interesses e dos poderes
das pessoas envolvidas. Com a Lei das 12 Tábuas, as leis passaram a ser escritas. Foi feita a
compilação e harmonização das leis ao princípio da igualdade. Essa situação possibilitou
que as leis se tornassem mais acessíveis a parcelas mais amplas da população.

Concluindo a análise, os dois textos apresentam um contexto institucional de mudança na


legislação que permitiu um caminho de igualdade jurídica. Tempo isso em mente, agora
vamos à análise de cada alternativa:
a) Em nenhum dos casos há o estabelecimento da democracia. Na Grécia, por exemplo, a
democracia ocorreu algumas décadas depois.
b) Em nenhum dos casos a aristocracia foi desarticulada. A igualdade jurídica tornou a vida
social mais complexa porque foi inserindo mais estratos sociais na política e na vida civil.
c) A sociedade já estava organizada, contudo, com grandes níveis de desigualdades.
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d) Olha que interessante, as mudanças não foram no campo da MORAL, mas sim no
campo das INSTITUIÇÔES. Leis são instituições porque moldam a forma como a sociedade
se organiza.
e) Bingo, essa é a correta. Justifica-se por tudo o que comentamos acima.
Gabarito: E

(ENEM LIBRAS – 2017)


TEXTO I
Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei
a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda
e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei
executá-los, pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação
inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura,
pus no rol dos que devem ser enviados a Roma.
Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor,
ao imperador Trajano. Cerca do ano 111 d.C. Disponível em: www.veritatis.com.br. Acesso
em: 17 jun. 2015 (adaptado).

TEXTO II
É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião
que o apóstolo Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que
seguem esta norma tomem o nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais
consideramos dementes e insensatos, assumirão a infâmia da heresia, os lugares de suas

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reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em primeiro lugar pela divina
vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa.
Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média:
textos e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.

Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois


momentos distintos. Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da
seguinte prática:
a) Ausência de liberdade religiosa.
b) Sacralização dos locais de culto.
c) Reconhecimento do direito divino.
d) Formação de tribunais eclesiásticos.
e) Subordinação do poder governamental.

Comentários:
Essa é uma questão que aborda a histórica cultural e política, pois aborda o aspecto da
religião, mais precisamente as políticas do Estado Romano em relação à religião. Além disso,
trata-se de uma questão de comparação de dois contextos históricos distintos representados
por cada um dos textos. Veja que o comando quer que você identifique o que é permanente,
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comum entre 2 cenários distintos.


Analisemos os textos. No texto I, fala-se em perseguição das pessoas que professavam a
religião cristã. O texto II trata sobre a perseguição aos não cristãos, depois que esta religião
se tornou oficial no Império Romano.
Logo, o que permanece de um contexto para o outro é a política de intolerância religiosa e,
portanto, de perseguição às pessoas que professam determinada fé.
Tendo essa avaliação em mente, vamos à análise das alternativas:
a) Bingo. Segundo o que comentamos, os dois textos tratam sobre a intolerância religiosa.
b) Nenhum dos dois textos fala em sacralização de espaços religiosos.
c) Direito Divino é uma teoria desenvolvida durante a Idade Moderna e não na Antiguidade.
d) Os tribunais eclesiásticos, como o Tribunal da santa Inquisição surgiu na Idade Média.
e) Olha essa alternativa escorregadia. Nos dois casos há a descrição de políticas de estado.
Mas era a religião que estava subordinada ao poder governamental e não o contrário.

Gabarito: A

(ENEM – 2016)
Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie
de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase
todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras
palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a
ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse
conhecimento?

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POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.


A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
a) ampliação do contingente de camponeses livres.
b) consolidação do poder das falanges hoplitas.
c) concretização do desígnio imperialista.
d) adoção do monoteísmo cristão.
e) libertação do domínio etrusco.

Comentários:
Sabemos que um dos capítulos mais importantes da História romana é o processo de
expansão territorial. Primeiro como República, fase de maior expansão. O texto fala em
desígnio imperialista, desenvolvido principalmente a partir da República, quando Roma
domina todas as terras em torno do Mar Mediterrâneo, passando a chamá-lo de Mare
Nostrum.
E depois como Império, quando ocorreu sua decadência. Tendo isso em mente, vamos à
análise das alternativas:
a) Essa alternativa está errada porque o processo de ocupação territorial tem como
consequência a ampliação do escravismo e não do trabalho livre.
b) As falanges hoplitas são da Grécia Antiga e não da Roma
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Traje Militar - Espartano Hoplita

Hoplitas eram cidadãos-soldados. Viviam na Grécia Antiga. O termo


Hoplita advém do escudo que esses soldados carregavam, o hóplo.
Falange é termo utilizado devido à forma como os hoplitas lutavam,
qual seja, em colunas. Formavam densas colunas para lutar corpo-
a-corpo. No filme 300 vemos os hoplitas espartanos lutando contra
os Persas. Já viram esse filme. Sugiro, é bom para visualizarmos um
pouco sobre aquele momento histórico.

c) Essa alternativa está mal escrita, já que a expansão e conquista tratada por Políbio em
seu texto não foi fruto do Império, mas, sobretudo, da República. Mas, quando pensamos
na prática de dominação e conquista que marcou a expansão territorial, então, podemos
falar em práticas imperialistas. Nesse sentido, esse é o gabarito da questão.
d) O período tratado por Políbio não havia cristianismo. A religião romana era politeísta.
e) Os etruscos são povos originários da península itálica e constituíra a última dinastia da
Monarquia romana, período anterior à expansão de que trata Políbio.

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Gabarito: C

(ENEM PPL – 2016)


Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos
povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de
si própria com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em
virtude da lei comum dos povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na
guerra e aqueles que são filhos de nossas escravas.
CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.
A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na
Roma antiga. No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
a) mão de obra especializada protegida pela lei.
b) força de trabalho sem a presença de ex-cidadãos.
c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo.
e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.
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Comentários:
O texto fala sobre a amplitude da escravidão na Roma Antiga. O comando da questão lhe
pede para a posição e a condição dos escravos nessa sociedade. Levando em consideração
as informações do texto jurídico, passemos à análise de cada alternativa.
a) Os escravos não ocupavam algum trabalho especializado, mas poderiam fazer qualquer
coisa. Além disso, seu trabalho não era protegido porque o escravo é considerado uma
mercadoria.
b) Essa alternativa é confusa, mas, segundo o texto, o ex-cidadão pode ser considerado
aquele que se vendeu e se tornou uma mercadoria. Então, entre os escravos tem sim ex-
cidadão.
c) Erradíssimo. Não há critério para tornar-se cidadão. A única distinção é a jurídica, a
escravidão não é determinada pela etnia.
d) Correto. Ser escravo é condição jurídica de mercadoria.
e) Os escravos não compõem uma comunidade separada. Como falamos na alternativa
anterior, são um grupo constituído juridicamente pela condição de mercadorias.

Gabarito: D

(ENEM 2016)
A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito
costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o

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devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de
Roma.
CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.
A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma Antiga, pois possibilitou que os
plebeus
a) modificassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
b) exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
c) conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
d) ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
e) reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.
Comentários:
Essa é uma questão clássica. Cobra o conhecimento sobre as leis de conquista plebeias na Roma
Antiga. Vamos lembrar das principais leis que garantiram direitos aos plebeus
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Tendo isso em mente, o único gabarito possível é a alternativa E.


Gabarito: E

(ENEM CANCELADO – 2009)


A lei dos lombardos (Edictus Rothari), povo que se instalou na Itália no século VII e era
considerado bárbaro pelos romanos, estabelecia uma série de reparações pecuniárias
(composições) para punir aqueles que matassem, ferissem ou aleijassem os homens livres. A
lei dizia: “para todas estas chagas e feridas estabelecemos uma composição maior do que a

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de nossos antepassados, para que a vingança que é inimizade seja relegada depois de aceita
a dita composição e não seja mais exigida nem permaneça o desgosto, mas dê-se a causa
por terminada e mantenha-se a amizade.”
ESPINOSA, F. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1976
(adaptado).

A justificativa da lei evidencia que


a) se procurava acabar com o flagelo das guerras e dos mutilados.
b) se pretendia reparar as injustiças causadas por seus antepassados.
c) se pretendia transformar velhas práticas que perturbavam a coesão social.
d) havia um desejo dos lombardos de se civilizarem, igualando-se aos romanos.
e) se instituía uma organização social baseada na classificação de justos e injustos.

Comentários:
Mais uma questão que é basicamente interpretação de texto. Sendo assim, vamos
destrincha-lo juntos. O texto discorre sobre as punições dos lombardos para quem
cometesse algum crime grave. A lei do momento citado estabelecia reparações pecuniárias,
ou seja, uma penalidade financeira aos criminosos. A comparação feita é com as leis
anteriores, que permitiam uma vingança. Para esse povo, a vingança só trazia inimizades e
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fomentava a perpetuação do conflito. Assim, a reparação em dinheiro colocava um ponto


final na questão e mantinha as amizades. Tendo isso em mente, vamos analisar as
alternativas:
a) Incorreta. A lei determinava um outro tipo de resolução ao litígio em que a lei fosse a
responsável maior pela punição do culpado.

b) Incorreta. A intenção era modificar com maior rigor uma tradição que já se fazia presente
entre os antepassados.

c) Correta. A lei criada tinha por objetivo enfraquecer as várias querelas que se arrastavam
por motivo de vingança. Com a lei, o preestabelecimento da punição seria uma forma de
refrear os litígios resolvidos por meio de critérios pessoais.

d) Incorreta. Esse episódio aponta que a visão negativa dos romanos em relação aos
bárbaros encobre toda uma riqueza de valores e práticas desenvolvidas entre esses povos.
e) Incorreta. Essa distinção entre os homens não é especificada no texto.

Gabarito: C

(ENEM – 2001)
O texto abaixo reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance.
- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? – Perguntou Sofia.

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- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus
nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia noite
e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais
ou menos proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da
educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades.
Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São
Paulo: Cia das Letras, 1997.

O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como
marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto,
que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que
a) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.
b) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.
c) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.
d) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.
e) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

Comentários:
Se a Idade Média durou 1 000 anos e estes equivalem a 10 horas, cada hora, no caso,
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corresponde a 100 anos (1 século). Se as Grandes Navegações tiveram início em 1415 depois
de Cristo (tomada de Ceuta pelos portugueses), dentro da equivalência estabelecida na
questão, elas começaram pouco depois das quatorze horas. Por aproximação, podemos
afirmar que a alternativa a) deve ser considerada correta. Vejamos o que está errado nas
outras:
b) A Idade Moderna tem início em 1453 com a tomada de Constantinopla pelos Turcos
Otomanos (é importante frisar que há um grande debate entre historiadores sobre o início
da Idade Moderna, no entanto, para fins de vestibular, é essa a data que levamos em
consideração). Como cada século equivale a uma hora, a Idade Moderna teve início entre
quatorze e quinze horas.
c) O Cristianismo começou a ser propagado ainda no século III, antes do início da Idade
Média.
d) Paulo saiu em peregrinação ainda antes da meia noite.
e) Os mosteiros perderam o monopólio da educação às dez horas, que equivale
aproximadamente ao ano 1000. A Idade Média acaba apenas quatro séculos depois.
Gabarito: A

(UEL 2020)

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Escultura de Otávio Augusto de Prima Porta. Século I a.C. Museu do Vaticano.

Com base na figura e nos conhecimentos sobre o período de transição da República para o
Império Romano, assinale a alternativa correta.
a) Após a desestruturação da República, os imperadores romanos legitimaram sua posição
sobre fundamentos políticos laicos.
b) Com o término da República e a ascensão do Império ao longo do primeiro século a.C.,
os imperadores passaram a ser considerados como escolhidos pelos deuses.
c) Durante o colapso da República, ocorreu inexpressiva participação popular, tendo em vista
que a escravidão tinha sido abolida no período de Espártaco.
d) No Império, Roma iniciou sua expansão territorial para regiões mediterrânicas da atual
Europa, do Oriente Médio e do norte da África.
Comentários
O fim da República e a instauração do Império estão intimamente ligados à complexidade dessas
disputas sociais. Com tempo, formou-se em Roma uma classe rica, oriunda de casamentos entre
patrícios e plebeus enriquecidos, que ficou conhecida como nobilita. Muitos deles eram generais-
comerciantes, isto é, justamente aqueles que financiavam e comandavam exércitos particulares
nas guerras expansionistas para conseguir novas terras e mercados. Nos últimos anos da
República, esses generais ganharam força política, especialmente com as reformas de Caio Graco.
Os generais vinham ocupando cargos importantes na estrutura administrativa, como o de Cônsul,
cargo mais alto da Magistratura. No entanto, não havia uma coerência ideológica entre eles.

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Alguns apoiavam as famílias patrícias e senadores mais tradicionais, eles eram conhecidos como
“os melhores”. Outro grupo, chamado “os populares”, apoiava os plebeus e habitantes mais
pobres dos territórios romanos. A República viu seu fim em meio às disputas desses grupos com
generais como lideranças de destaque, entre eles o próprio Júlio César. Em 27 a. C., Otavio,
sobrinho de César, era um general no cargo de cônsul. Ele deu um golpe e instaurou o Império,
declarando-se imperador romano. Durante seu governo, Roma viveu um período de relativa paz
e prosperidade, devido uma série de medidas que implantou.
Otavio concentrou muitos poderes em sua pessoa, enfraquecendo o poder das demais
instituições, sobretudo do Senado. Ele aplicou uma série de medidas conhecidas como Pax
Romana que consistiam em burocratizar a administração do Estado para controlar melhor os
territórios sob seu vasto domínio. Em outras palavras, ele se dedicou a implantar uma política de
administração pública na vasta extensão territorial, inclusive com o aprimoramento do controle
das finanças. Essa era uma questão fundamental para a consolidação e para o sucesso de Roma.
As conquistas anteriores que a partir desse momento diminuíram o ritmo, atingiram uma dimensão
difícil de controlar e de administrar. Otavio também criou a política do “pão e circo”, a qual
ampliava a distribuição de pão para os mais pobres e o oferecimento de espetáculos gratuitos
para atenuar a tensões sociais entre as classes da sociedade romana. Tudo isso foi acompanhado
de construções de edifícios públicos, estradas e aquedutos. Esse foi um período de relativa paz e
prosperidade para Roma. Entretanto, percebe-se que a essência da política econômica romana
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continuava a mesma: expansão territorial por meio da guerra para aumentar a produção e a mão-
de-obra escrava, assim fomentando o comércio por todo o território. Agora que estamos afinados
no contexto que envolvem a estátua e o próprio Augusto, vejamos as alternativas:
a) Incorreta. Otavio inaugurou o uso do título “Augusto”, que um adjetivo que até então
era atribuído apenas aos deuses. Portanto, ele fez com que a figura pessoal do
imperador tivesse um caráter sagrado, ou seja, não era nada laico.
b) Correta! É como acabamos de dizer, o título “Augusto” dava esse caráter sagrado ao
imperador.
c) Incorreta. Plebeus e escravos participaram ativamente dos conflitos políticos durante a
crise da República. Houveram diversas revoltas e insurreições plebeias e escravas que
contribuíam para o crescimento da tensão social. Além disso, a escravidão não foi extinta
na época que Espartáco liderou sua revolta. Até o fim do Império Romano do Ocidente
a escravidão ainda era legalizada e continuou a sê-la no Império Romano do Oriente,
que sobreviviu até o século XV d. C.
d) Incorreta. Essa expansão começou ainda no período republicano, mais especificamente
a partir de 264 a. C.
Gabarito: B

(UEL 2018)
Durante o século II, o Império Romano atingiu sua máxima extensão territorial, dominando
quase toda a atual Europa, o norte da África e partes do Oriente Médio. No final do século

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IV, porém, essa unidade começaria a ser desfeita com a divisão do império em duas porções:
a ocidental, com a capital em Roma, e a oriental, com a capital em Bizâncio. Nos séculos IV
e V, a fragmentação territorial se aprofundou ainda mais e o Império Romano do Ocidente
acabou desaparecendo para dar lugar a diversos reinos germânicos.
Quanto à desagregação e queda do Império Romano do Ocidente, assinale a alternativa
correta.
a) O êxodo rural causado pelos ataques dos povos germânicos resultou num crescimento
desordenado das cidades, criando instabilidade e desordem política nos centros urbanos e
forçando a abdicação do último imperador romano.
b) O paganismo introduzido no Império Romano pelas tribos germânicas enfraqueceu o
cristianismo e causou a divisão entre cristãos católicos e ortodoxos, encerrando o apoio da
Igreja ao imperador e consequentemente fazendo ruir o império.
c) A língua oficial do Império Romano, o latim, ao se fundir com os idiomas falados pelos
invasores, deu origem às línguas germânicas, dificultando a administração dos territórios
que se tornaram cada vez mais autônomos até se separarem de Roma.
d) A disputa entre os patrícios romanos e a plebe pelas terras férteis facilitou a invasão do
império pelos “povos bárbaros”, pois o exército romano foi obrigado a deixar as fronteiras
desguarnecidas para defender os proprietários das terras das constantes rebeliões.
e) Com o fim das conquistas territoriais, o escravismo e a produção entraram em declínio,
somado às “invasões bárbaras” e à ascensão do cristianismo, que aceleraram a
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fragmentação e queda de Roma.


Comentário
Questão super conteudista. Avalia se o candidato entende do processo de desagregação do
Império Romano. Tenha em mente o seguinte esquema de análise: Um processo é causado por
distintos elementos que, em interação uns com os outros, geram um resultado. Assim vejamos:
✓ Com a Pax Romana, interrompe-se a expansão territorial do Império.
✓ Uma vez que não se conquistavam novos territórios, os escravos, em geral prisioneiros de
guerra, começaram a escassear, dando início a uma profunda crise de mão de obra e
produção agrícola.
✓ As cidades perderam sua importância e os habitantes buscaram proteção e subsistência no
campo. A esse processo chamamos ruralização.
✓ As invasões das tribos germânicas se tornaram cada vez mais comuns.
✓ A ascensão do cristianismo chocou-se com a tradição religiosa romana.
Diante dos elementos acima:
• o item A não poderia ser assinalado porque afirma que houve processo de êxodo rural –
saída do campo para cidade.
• o item B é anacrônico e completamente errado. Igreja católica e ortodoxa são processos
da Idade Média, nada tem a ver com Império Romano.
• o item C trata sobre a fusão das línguas é verdade, tanto que do latim surgirá o francês, o
italiano, o português, por exemplo. Mas, isso não tem relação com a desagregação do
Império Romano.

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• o item D não tem nenhuma veracidade. O exército deixou as fronteiras porque o Império
Romano não tinha condições econômicas para manter sua estrutura militar e administrativa.
Gabarito: E

(UEL 2017)
Leia o texto a seguir.
ODE XI do LIVRO I
Horácio
não me perguntes – é vedado saber –
o fim
que a mim
e a ti darão os deuses Leucônoe
nem babilônios
números consultes antes
o que for recebe
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quer te atribua Júpiter muitos invernos


quer o último
que o mar tirreno debilita com abruptas
rochas
bebe o vinho sabe a vida e corta
a longa esperança
enquanto falamos
foge
invejoso
o tempo:
curte o dia
desamando amanhãs
(Adaptado de: Trad. Augusto de Campos. Disponível em: <http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/>. Acesso em:
12 jun. 2016.)

Esse poema de Horácio (65 a.C. – 8 a.C.) revela um valor ou mores romano, que é
denominado hedonismo, o fundamento moral do cotidiano romano.
Sobre esse hábito, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.

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( ) A influência grega sobre a cultura romana construiu o hábito do culto ao corpo e de regras
dietéticas.
( ) A locução latina Carpe diem, que significa aproveite o dia, expressa a moral hedonista
romana.
( ) O hedonismo implicava uma vida de comedimento e restrições, sobretudo em relação aos
hábitos de higiene.
( ) O hedonismo preconizava a valorização do ócio e do prazer em detrimento de outras
ocupações do cotidiano.
( ) O prazer dos romanos à mesa, com fartos banquetes e longas comemorações, era uma
prática hedonista.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, V, F, F.
b) V, F, F, V, V.
c) V, F, F, F, V.
d) F, V, V, F, F.
e) F, V, F, V, V.
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Comentários
Interpretação de texto! Algumas perguntas: quem fez o texto? Quando foi escrito? O que ele diz?
Lembre-se: identifique tempo, espaço e tema. Vamos lá! O trecho é um poema de autoria de
Quinto Horácio Flaco, um poeta lírico e satírio romano que viveu e escreveu sua obra durante o
século I a. C., ou seja, durante os últimos anos da República Romana. Ele foi educado em Roma e
Atenas, mas estabeleceu-se na primeira quando formado e exerceu o cargo de escriba para
funcionários da Magistratura romana. Os anos finais da república foram marcados por uma violenta
crise institucional. As tensões sociais entre patrícios e as demais classes sociais (plebeus e escravos)
estavam acirradas. Nos últimos anos, os generais-comerciantes ganharam mais poder na política
romana, graças às reformas de Caio Graco no século II a. C. Golpes, deposições e assassinatos
políticos eram frequentes. Foi nessa época que Júlio César, um dos cônsules, eliminou os outros
dois e se declarou ditador, concentrando poder em suas mãos. Ele foi assassinado dez anos
depois, pois as disputas políticas continuaram intensas. Após a morte dele, Horácio se juntou ao
grupo dos republicanos e comando uma legião do exército de Brutus, traidor de César e partidário
dos patrícios.
O poeta romano conseguiu um cargo administrativo e entregou para os círculos literários,
sob a proteção do influente Caio Mecenas e tornou-se o primeiro literato profissional romano.
Quando Otavio Augusto eliminou seus companheiros cônsules e instaurou o Império em 27 a. C.,
Horácio gozava de grande prestígio pessoal junto a ele, inclusive compôs a pedido do imperador
Carmen saeculare, em 20 a. C., hino epistolar de caráter litúrgico dedicado a Apolo e Diana.

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A poesia de Horácio é tão sentenciosa que muitos de seus versos acabaram se tornando
provérbios. Suas principais obras, de impecável perfeição formal, são dedicadas ao amor, aos dois
sexos, ao vinho e a alegria de viver, como podemos notar no trecho destacado pela questão. Esses
temas são característicos do hedonismo, doutrina filosófica que teve origem no período
helenístico entre os gregos.
O período helenístico se passou entre os séculos IV e II a. C. Nessa época Roma já era
república, mas estava ainda iniciando sua expansão territorial. De qualquer forma, o helenismo,
que dá nome ao período, nasceu nos territórios gregos, que naquele momento estavam sob
domínio macedônico. O rei da Macedônia, Felipe II, e depois seu filho – Alexandre, o Grande –,
conquistaram e ampliara sua dominação sobre a Península Balcânica, o Oriente Médio e o Egito,
chegando até as fronteiras da Índia. Contudo, os macedônios deram muitas demonstrações de
sua admiração e respeito pelo legado cultural, artístico e filosófico da Grécia. O próprio Alexandre
tinha um professor grego, Aristóteles. Por isso, incorporaram diversos elementos da cultura grega
e tiveram como política disseminá-la pelas regiões que foram conquistadas por Alexandre. Assim,
do contato entre a cultura grega e a cultura oriental nasceu a cultura helenística. O hedonismo
nasceu no seio desta cultura.
Hedonismo vem do grego Hedonê – nome de uma deusa, na mitologia grega, que
representa o prazer. Hedonê era a representação encarnada de uma vida prazerosa. O hedonismo
é uma doutrina, ou filosofia de vida, que defende a busca por prazer como finalidade da vida
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humana. Buscar prazer é o que move as paixões, os desejos e todo o mecanismo da vida, sendo,
portanto, a primeira e mais completa ponte para a finalidade última da vida: a felicidade. Durante
a Antiguidade Clássica, o hedonismo ganhou diversos contornos e significados ao longo do
tempo, dando à luz diferentes posições sobre seus preceitos. Nessa época, os hedonistas mais
influentes foram os filósofos gregos Aristipo de Cirene, fundador da doutrina, e Epicuro de Samos.
O primeiro acreditava o prazer era um bem em si mesmo, podendo ser usado intensamente para
alcançar a felicidade e diminuir a dor. O segundo defendia que a moderação do prazer,
argumentando que existia dois tipos de prazer: o natural e o não natural. Os prazeres levavam à
verdadeira felicidade e estavam ligados ao intelecto e no enobrecimento do espírito. Os não
naturais estão ligados àquilo que sai do controle da pessoa ou surgem, muitas vezes, por
convenção social. Eles são efêmeros e podem gerar vicio, o que tira a liberdade individual das
pessoas. Sexo, poder, riqueza, fama e entorpecentes são alguns desses prazeres não-naturais.
Quando os romanos unificaram a Península Itálica sob seu comando e deram início a sua
expansão territorial sobre os territórios banhados pelo mar Mediterrâneo, em 264 a. C., os antigos
territórios gregos e macedônios foram por eles conquistados. Com isso, acabaram conhecendo
com mais profundidade a cultura helenística, e com ela o hedonismo, que passou a influenciar
muito a cultura romana. Portanto, não é nada estranho identificar aspectos hedonistas no poema
de Horácio que a questão nos traz. Agora que estamos afinados com o contexto e com a história
do próprio autor do poema, vamos avaliar as afirmações:
I. Falsa. Apesar de terem se apropriado de muitos aspectos da cultura grega, o culto ao
corpo e às regras dietéticas não foram incorporados pelos romanos.

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II. Verdadeira! Carpe diem é uma expressão em latim que significa literalmente “aproveite
o dia”, muito usada pelos hedonistas para expressar sua busca por prazer e felicidade.
III. Falsa. O hedonismo prega exatamente o oposto disso. Os hedonistas defendem a
expansão e o desfrute do prazer. Epicuro e seus seguidores se diferenciavam um pouco,
defendendo a moderação dos prazeres, mas não abandonava sua busca totalmente.
IV. Verdadeira! O ócio e o prazer são elementos preconizados pelos hedonistas, mesmo
entre os epicuristas que defendem uma moderação dos prazeres, pois mesmo o prazer
natural, isto é, o desenvolvimento intelectual necessita de ócio para gerar prazer.
V. Verdadeira! Comer, beber, sexo e outros prazeres carnais eram muito valorizados por
muitos hedonistas e os banquetes e comemorações extravagantes que os romanos
realizavam eram expressão disso.
Então, a alternativa correta é a letra “e”.

Gabarito: E

(UEL 2017)
Otávio tornou-se o primeiro imperador no período do alto império romano e a Pax romana
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impôs militarmente seu domínio hegemônico no cotidiano de diferentes povos da região


norte da África e de grande parte da Europa.
Com base nos conhecimentos sobre o Império Romano sob o governo de Otávio, considere
as afirmativas a seguir.
I. Quando Otávio se tornou o primeiro romano a congregar o título de Augusto, implantou-
se o culto ao governante, diferentemente dos dirigentes anteriores.
II. Otávio buscou interferir no cotidiano dos romanos ao incentivar a constituição de famílias
numerosas e impor punição às mulheres adúlteras.
III. Sob seu governo, estabeleceu-se uma diferença dos governos anteriores pelo sistema de
coleta de impostos, pois o Estado assumiu o papel que era dos publicanos.
IV. A organização social dos romanos distribuídos em ordens sociais foi revisada e implantou-
se a hereditariedade como critério privilegiado da diferenciação.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Comentários

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I. Correta. O imperador Otávio, em 27 a.C., agrupou o título de Augusto, que significava escolhido
dos deuses, e implantou, assim, o culto ao governante no mundo romano. Sobre esse assunto,
vamos lembrar da nossa Corujinha da aula:

Agora, ATENÇÃO! Esse momento marca a transição do período republicano para o


terceiro, e último, momento da história romana: o IMPÉRIO! É a concentração de
poder e de títulos concedidos a Otávio pelo SENADO que caracteriza essa transição.
Veja OS TÍTULOS:
- Primeiro Cidadão
- Chefe do Senado
- Princeps (o primeiro e o mais eminente)
Em 27 a.C. – Recebe o título de IMPERADOR
- Augustos (o mais ilustre) – este último só atribuído aos deuses, até então!
II. Correta. Otávio Augustos se dedicou a implantar uma política de administração pública na vasta
extensão territorial de Roma, isso significou a intervenção do Estado em diversas esferas da vida.
Nesse sentido, para reverter aquilo que ele considerava como um relaxamento dos costumes,
incentivou a constituição de famílias numerosas e procurou punir a prática do adultério pelas
mulheres. Não por menos, as estátuas expostas não eram somente do Imperador, dele próprio,
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mas também de seus familiares.


III. Correta. Em seu governo, o Estado assumiu o papel de coleta de impostos que antes era
realizado pelos publicanos (coletores de impostos nas províncias do Império Romano).
IV. Incorreta. A primeira medida de Otávio foi criar uma burocracia administrativa, com critério
censitário. Assim, a hereditariedade deixou de ser considerada fundamental para a diferenciação
social, assim, incluiu as condições econômicas como fator de direito proporcional à quantidade
de bens dos romanos.
Gabarito: D

(UEL 2011)
O louro ou loureiro, importante condimento pertencente ao gênero Laurus, é originário do
Mediterrâneo oriental. Ramos desta planta eram usados na Grécia antiga para confeccionar
as famosas coroas com que eram agraciados os atletas ou outros heróis nacionais que se
distinguiam excepcionalmente, costume estendido mais tarde à Roma dos Césares. Derivado
do nome do gênero (Laurus) e de seu uso, originou- -se o termo vernáculo laureado.
(Adaptado: JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 10. ed. São Paulo: Editora
Nacional, 1991. p. 290.)

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Figura : (Nome: Laurus nobilis; Família: Lauraceae; Livro original: Prof. Dr. Otto Wilhelm Thomé
Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz, 1885.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que a coroa de
louros
a) representava, desde a antiguidade, o poder monárquico, conferindo ao atleta um poder
semelhante ao do rei.
b) era outorgada aos atletas atenienses que competiam, evidenciando o espírito olímpico
expresso no lema: “o importante é competir”.
c) passou, de vegetal, a ser confeccionada com metais nobres, adornando a cabeça dos
imperadores de Roma e de reis, sendo símbolo de poder.
d) era a expressão do poder dos basileus atenienses e, na época dos jogos olímpicos, era
atribuída aos vencedores das categorias de ambos os sexos.
e) foi também conferida na Grécia antiga aos atletas cristãos, indicando uma tolerância
religiosa durante os jogos olímpicos.
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Esta é uma questão de interpretação dos documentos expostos. A intenção é avaliar as


habilidades do candidato em criticar, analisar e interpretar fontes documentais distintas,
identificando a diversidade presente nas diferentes linguagens e contextos de sua produção. É
necessário identificar as diversas concepções de tempo, como construções sociais e históricas,
situando as relações entre permanências e transformações. No caso, a questão nos traz a imagem
de um louro, um vegetal, acompanhada de um texto que descreve as características biológicas
dessa planta e seu uso em diferentes civilizações humanas. Não esqueça disso e vejamos as
alternativas:
a) Incorreta. Nem na antiguidade, nem nos tempos atuais, os atletas possuem poder
semelhante ao dos reis.
b) Incorreta. Os jogos olímpicos eram uma competição esportiva entre as atletas que
representavam as diversas cidades-Estados gregas. Ao vencedor era atribuída a coroa
de louros, independentemente de sua origem. Contudo, “importante é competir” não
era o lema desses jogos na antiguidade, mas sim nas olimpíadas modernas.
c) Correta! A alternativa aponta as transformações e permanências na história ao
considerar que a coroa, símbolo do poder real, foi a princípio símbolo do vencedor da
prática desportiva. Inicialmente feita somente de material vegetal, ela passou a ser
confeccionada com metais nobres, aumentando o seu poder simbólico e adornando a
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cabeça dos reis e imperadores.


d) Incorreta. Em Atenas, a expressão do poder estava na participação política do cidadão.
Além disso, as mulheres não podiam participar dos jogos olímpicos.
e) Incorreta. Nos jogos olímpicos da Antiguidade não participavam cristãos, pois estes não
existiam quando tais jogos eram realizados na Grécia. O cristianismo surgiu em Roma,
no século I.
Gabarito: C

(UEL 2009)
A expansão imperial romana resultou, a partir do século I d.C., na utilização do trabalho
escravo em grande escala e no aumento significativo do número de plebeus desocupados,
aos quais se juntaram levas de pequenos agricultores arruinados. Isso incrementou o êxodo
rural e provocou o inchamento das cidades, especialmente de Roma. Para amenizar o
problema social dessas massas, o Estado passou a dar-lhes subsídios.
Esta política caracterizou-se pela distribuição de:
a) terras para os desocupados, caracterizando uma verdadeira reforma agrária, conhecida
como a política agrária, de Licínio.
b) dinheiro para a aquisição de roupas e alimentos, combatendo a inflação que assolava a
República, provocada pela política de Tucídides.
c) grãos a preços baixos e espetáculos públicos gratuitos, conhecida como política do pão e
circo, de Augusto.

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d) sementes, instrumentos agrícolas e escravos para o cultivo de terras na Sicilia e no norte


da África: a política de colonização, de Suetônio.
e) escravos para estimular a agricultura na Península Ibérica, conhecida como a política
agrícola, de Cláudio.
Comentários
Atente-se às pistas que o enunciado dá sobre o contexto da questão. A primeira dica é
quando se diz que estamos falando de Império Romano no século I. A segunda é que o
tema principal é a política de distribuição de alimentos aos mais pobres. Sabendo dessas
duas coisas, podemos identificar que estamos falando no governo de Otavio Augusto,
primeiro imperador romano. Durante seu governo, ele aprovou o conjunto de medidas
conhecido como Pax Romana e garantiu relativa paz e prosperidade ao império, num
momento em que disputas entre os grupos políticos contribuíram para o declínio do
sistema republicano. Otavio burocratizou a administração do Estado para melhor controlar
os vastos territórios romanos, tornando a cobrança de impostos uma função do governo.
Ele aperfeiçoou e construiu edifícios públicos, estradas e aquedutos. A política economia
continuou a mesma, como enunciado bem destacou: expansão territorial por meio de
guerras, escravização dos prisioneiros para trabalhar nos campos e cidades romanas e
aumentar a produção e o comércio. O efeito colateral foi o crescimento da população
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plebeia pobre, pois ficavam cada vez mais sem terras e sem trabalho. Esses plebeus
empobrecidos migravam em massa para as cidades em busca de empregos, mas também
lá os escravos eram a mão-de-obra mais utilizada por seu baixo custo e total submissão.
Assim, os plebeus mais uma vez se tornaram uma grande fonte de temor para os poderosos
em Roma, pois devido à sua situação miserável, eles podiam começar revoltas violentas e
perturbar a ordem, o que de fato fizeram em muitas ocasiões. A estratégia elaborada por
Otávio foi a política do pão e circo, que consistia em ampliar a distribuição de pão aos mais
pobres e oferecer grandes espetáculos gratuitos. Então, a alternativa correta é a letra “c”.
Gabarito: C

(UEL 2009)
“Arrio dizia ‘rúbrica’ em vez de rubrica / e por pudico ‘púdico’ dizia / e achava que falava tão
incrivelmente / que se podia ‘púdico’ dizia. / Creio que assim a mãe, assim o tio liberto, /
assim o avô materno e a avó falavam. / Foi à Hispânia e os ouvidos descansaram todos; / as
palavras soavam leves, lindas / e tais palavras nunca mais ninguém temeu. / Súbito chega a
hórrida notícia: / os iberos, depois que Arrio foi para lá, / Iberos já não eram, eram ‘Íberos’.”
(Gaius Valerius Catullus. Poema 84 ( Texto do século I a.C.). Tradução poética de João Ângelo Oliva Neto. In:
FUNARI, P.P.A. Antigüidade clássica: a história e a cultura a partir de documentos. Campinas: Editora da
Unicamp, 1995. p.1.)

“Mais ou menos na mesma época, o Senado discutiu o comportamento ofensivo dos ex-
escravos. Houve uma argumentação geral no sentido de que os proprietários tivessem o
direito de retirar a liberdade de ex-escravos que não a merecessem. [...] Nero duvidava sobre
a decisão [...]. Há ex-escravos por toda parte. A maioria dos eleitores está formada por ex-

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escravos, como também ocorre com os assistentes dos magistrados, os auxiliares dos
sacerdotes, a patrulha noturna e os bombeiros; a maioria dos eqüestres e muitos dos
senadores são descendentes de ex-escravos [...]”.
(Publius Cornelius Tacitus. Anais (XIII, 26-7) (texto do século I d.C.). In: CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório
na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p.140-1.)

De acordo com os textos e com os conhecimentos sobre o tema é correto afirmar:


a) Iniciou-se neste período, de acordo como édito de Nero, um processo de reformas no
latim erudito, visando torná-lo mais acessível às classes populares em ascensão na sociedade
romana, devido ao desenvolvimento comercial.
b) A ausência de transformações sociais em Roma fez com que o Senado desejasse retirar a
liberdade de ex-escravos, pois estes, sendo tão numerosos, impediam o desenvolvimento
comercial e fabril.
c) Embora os ex-escravos fossem motivo de chacota para muitos membros da elite romana,
Nero deveria promover uma reforma política, ampliando os direitos econômicos das classes
pobres que se agitavam em razão da escassez de gêneros alimentícios.
d) As transformações sociais expressas pela linguagem dos referidos autores demonstram
que o latim perdeu a força unificadora do Império, dando lugar às línguas locais como o
português, o espanhol, o italiano e o francês.
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e) Processava-se uma ruptura na sociedade romana, pois os ex-escravos, motivo de zombaria


das elites, com o passar do tempo tornaram-se numerosos, tendo ascendido até as mais
elevadas categorias sociais.
Comentários
Em primeiro lugar, note que ambos os textos apresentados foram escritos durante o século
I e tratam sobre a escravidão na civilização romana. Naquele século, Roma havia se tornado
um império a poucos anos. Em 27 a. C., Otavio Augusto, um dos três cônsules nos anos
derradeiros da República, eliminou os outros dois e declarou-se imperador Romano. Ele
aplicou uma série de medidas, a Pax Romana, que garantiram a centralização do poder em
suas mãos, a subjugação do Senado, o controle dos vastos territórios e, ainda, amenização
das tensões sociais. Essas medidas possibilitaram que Roma continuasse prosperando
seguindo a lógica da economia expansionista e escravista que sempre empreendeu. No
entanto, as crises estruturais dessa lógica econômica foram reaparecendo, principalmente
após a morte de Otavio e durante o governo de seus sucessores.
Lembre-se que essa economia expansionista e escravista consistia em invadir e conquistar
territórios estrangeiros, para usar as terras para a produção agrícola em larga e escala, a fim
de comercializar o excedente por todo o domínio romano, no qual poderiam ser cobrados
impostos e taxas pelo Estado. Além disso, os sobreviventes aprisionados das guerras
expansionistas eram escravizados e também comercializados, para serem usados como mão-
de-obra. No século I d. C., não era mais permitido a escravização por dívida, portanto a
grande maioria escravos eram todos estrangeiros, por isso no primeiro texto da questão, o

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autor zomba do sotaque dos ex-escravos. Como eram de origem ou descendência


estrangeira, os libertos muitas vezes tinham como língua materna, outros idiomas, sobretudo
os germânicos. O convívio com o latim, língua oficial do Império, deu origem a uma variedade
de sotaques e, consequentemente, a novos dialetos e línguas como as neolatinas, o
português, o espanhol, o francês, o romeno, entre outras. Inclusive, o primeiro texto
menciona que o ex-escravo do qual zomba se sentiu a vontade com o sotaque da Hispânia,
nome pelo qual era chamada a região da Península Ibérica, onde fica os atuais Portugal e
Espanha.
O segundo texto, da mesma época, aborda outro aspecto da escravidão romana: as tensões
sociais que ela gerava na sociedade. Como disse acima, a economia romana era
profundamente dependente da escravidão, esta era a forma de trabalho mais utilizada,
portanto havia muitos escravos em Roma. Entretanto, havia formas de o escravo conseguir
sua liberdade legalmente, consequentemente numa sociedade que utilizou a escravidão por
cerca de 700 anos, havia também muitos ex-escravos. Estes acabavam se misturando a já
enorme massa de plebeus empobrecidos que não conseguiam trabalho, pois todos os
empregadores preferiam utilizar escravos por seu baixo custo e total submissão. Assim,
plebeus e ex-escravos era fonte de instabilidade social, pois muitas vezes protestavam e
revoltavam por melhores condições de vida e trabalho e por mais participação política. É
justamente disso que segundo texto fala. Os senadores e as elites romanas em geral estavam
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preocupados com o comportamento do ex-escravos e queriam criar formas de manter


controle sobre eles. No caso, a proposta favorita naquele momento era legalizar a
possibilidade de reescravizá-los como medida de segurança. O imperador Nero, que
governou entre 50 e 68 d. C., questionava a medida. Roma utilizava a escravidão a tanto
tempo, que, mesmo com as desigualdades sociais e a baixa mobilidade social, uma minoria
de ex-escravos (e plebeus em geral) havia conseguido ascender economicamente e se tornar
figuras importantes na política romana. Lembra-se dos nobilitas e das leis que garantiram
uma série de direitos aos plebeus aprovadas lá no início da República? Então, apesar de o
jogo continuar, aqueles plebeus e ex-escravos que tinham mais proximidade com patrícios e
pessoas ricas, no caso aqueles que tinham a confiança e o afeto de seus ex-proprietários,
essas leis permitiram que uma parcela minoritária, mas significativa, de plebeus conseguisse
ascender economicamente e participar da política institucional. Mais de 500 anos depois, no
século I no qual os textos aqui destacados foram escritos, era quase impossível achar algum
romano, mesmo na elite, que não tivesse nenhum ancestral escravo.
Incorreta. Nero era um amante das artes e da cultura ele construiu uma série de teatros e
ginásios, mas não promoveu uma reforma do latim erudito.
Incorreta. Na verdade, havia muitas transformações sociais em curso no Império Romano
naquele momento. A entrada massiva de escravos estrangeiros e a anexação de novos
territórios gerava grande instabilidade social, pois novas classes sociais acabavam se
formando, como os nobilitas e os ex-escravos. Assim, as transformações sociais eram
justamente as principais motivações dos senadores para desejar retirar a liberdade dos
libertos.

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Incorreta. Nero não ampliou os direitos econômicos dos mais pobres, mas promoveu
reformas tributárias que diminuíam a carga de imposto para aliviar o custo de vida aos mais
pobres.
Incorreta. Essa alternativa não está totalmente errada. Realmente, a proliferação de sotques
e dialetos derivados do convívio do latim com as línguas estrangeiras de escravos e ex-
escravos contribuiu para a descentralização do Império. Contudo isso não é mencionado em
nenhum dos textos, pois no século I isso ainda não estava evidente para os contemporâneos.
Apenas o primeiro autor aborda o tema da linguagem. Além disso, ele não demonstra uma
preocupação de que isso ameaçasse de alguma forma a unidade do Império, pelo contrário
o autor zomba dessa diversidade linguística.
Correta! Essa é uma interpretação de acordo com o que foi dito no comentário. Sobretudo
o segundo texto nos permite interpretar que a questão os ex-escravos era complexa, pois,
apesar da maioria deles fazerem parte da massa de plebeus empobrecidos, uma parcela
significativa ascendeu e passou a participar da política romana. Isso deixava mais difícil tomar
qualquer medida legislativa nomeadamente contra a liberdade dos ex-escravos, pois quase
todo romano tinha um ancestral que fora escravizado, ou ele próprio havia sido.
Gabarito: E

(UEL 2006)
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Varrão, escritor romano do período republicano (116-27 a.C.), em seu Rerum Rusticarum (Da
Coisa Rústica), descrevia aos seus contemporâneos como deveriam tratar os escravos: “Você
não deve deixar seus escravos muito deprimidos ou animados. Não deixe os capatazes
usarem os chicotes, se conseguirem o mesmo resultado com encorajamento. Não compre
muitos escravos do mesmo país, pois eles conversam entre si. Se você os tratar bem, lhes
der alimentos e roupas extras e permissão para seus animais pastarem no seu terreno – eles
trabalharão melhor”. (RODRIGUES, Joelza Ester. História em Documento: imagem e texto.
2. ed. São Paulo: FTD, 2002. p. 235.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a escravidão romana, considere as afirmativas
a seguir.
I. Varrão propõe abrir mão da violência no tratamento dos escravos visando a obter um
rendimento maior de seu trabalho.
II. Varrão procura demonstrar a inviabilidade da compra de escravos de um mesmo país,
posto que propiciaria a realização de processos comunicativos e possíveis revoltas.
III. Os capatazes romanos, na visão de Varrão, deveriam usar estratégias sutis de repressão
para obter um trabalho consentido.
IV. Varrão compartilha das idéias de Columela, autor da época que apregoa a redução dos
custos do trabalho escravo para obtenção de maior produtividade.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.

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b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV..
Comentários
No período que Varrão viveu e escreveu sua obra Roma era uma República e estava no auge
de sua expansão territorial. Quando ele nasceu, fazia poucos anos que os romanos saíram
vitoriosos das Guerras Púnicas (246-146 a. C.), contra Cartago, consolidando seu domínio
sobre os territórios e o comércio no mar Mediterrâneo. A economia romana era
expansionista e escravista, consistindo em invadir e conquistar territórios estrangeiros, para
usar as terras para a produção agrícola em larga escala, a fim de comercializar o excedente
por todo o domínio romano, no qual poderiam ser cobrados impostos e taxas pelo Estado.
Além disso, os sobreviventes aprisionados das guerras expansionistas eram escravizados e
também comercializados, para serem usados como mão-de-obra.
O efeito colateral foi o crescimento da população plebeia pobre, pois ficavam cada vez mais
sem terras e sem trabalho. Esses plebeus empobrecidos migravam em massa para as cidades
em busca de empregos, mas também lá os escravos eram a mão-de-obra mais utilizada por
seu baixo custo e total submissão. Assim, os plebeus mais uma vez se tornaram uma grande
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fonte de temor para os poderosos em Roma, pois devido à sua situação miserável, eles
podiam começar revoltas violentas e perturbar a ordem, o que de fato fizeram em muitas
ocasiões. Por isso, é completamente plausível que Varrão esteja discutido o tratamento mais
adequado que os amos deveriam ter com seus escravos, para evitar insurreições e revoltas,
ao mesmo tempo que os fazia trabalhar mais e de boa vontade, aumentando a produção. As
afirmações propostas pelo enunciado apresentam algumas interpretações sobre o que está
escrito no texto. Sabendo disso e do contexto que explicamos acima, vejamos:
Verdadeira. Esse é o argumento principal do texto.
Verdadeira. Varrão afirma isso com todas as letras no trecho “Não compre muitos escravos
do mesmo país, pois eles conversam entre si”.
Verdadeira. Isso é afirmado no trecho “Não deixe os capatazes usarem os chicotes, se
conseguirem o mesmo resultado com encorajamento”.
Falsa. Varrão não está defendendo uma redução dos custos no trecho destacado. Ele fala
apenas do tratamento em relação aos escravos. Para ele, a depender de como o amo tratar
o escravo, se com violência ou com encorajamento e negociação, a produtividade seria
indiretamente aumentada.
Portanto, a alternativa certa é a letra “d”.
Gabarito: D

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A interpretação do valor do trabalho recebeu diferentes respostas ao longo da história da


humanidade. Sobre a concepção de trabalho manual na Antiguidade Clássica, é correto
afirmar:
a) Era glorificado, por ser a maneira como o homem se apropria da natureza e a transforma
em benefício próprio.
b) Tinha o mesmo valor que a atividade intelectual, por ser expressão de diferentes, mas
complementares, aptidões do homem.
c) Era visto como causador de sofrimento, mas essencial para a garantia do ingresso no “reino
dos céus”.
d) Era considerado uma atividade inferior e degradante em comparação à atividade
contemplativa.
e) Era compreendido como o instrumento de libertação do homem, permitindo a ele superar
a determinação da natureza.
Comentários
O trabalho manual já teve muitos significados ao longo da história da humanidade, em alguns
momentos era visto como inferior, em outros como algo honroso e edificante. Esta última
concepção de trabalho, como algo positivo, só surgiu no fim da Idade Média e início da
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Idade Moderna, com a ascensão da burguesa como classe social na Europa. Os burgueses
eram comerciantes que ascenderam economicamente por meio de seu próprio trabalho,
contudo, apesar de alguns terem tanto dinheiro quanto a nobreza, não eram considerados
nobres justamente por terem tido que trabalhar. A visão positiva sobre o trabalho ainda
demoraria alguns séculos para se tornar hegemônica, isto é, tornar-se algo considerado bom
e honroso para a maioria das pessoas. No fim do século XIX e início do XX, após o fracasso
das várias revoltas liberais na Europa e do sucesso das independências na América, momento
no qual trabalho passa ser propagandeado pelas próprias elites, agora em grande maioria
compostas por burgueses.
No período que interessa para a questão, no entanto, as coisas eram diferentes. Na
Antiguidade e até o fim da Idade Média, o trabalho manual era predominantemente visto
como algo inferior e indigno das pessoas nobres, ricas e dos poderosos. Trabalhos braçais
eram visto como algo degradante, pois grande parte das maiores civilizações antigas era
expansionista e acreditava na legitimidade da conquista. Em outras palavras, os antigos
acreditavam que os conquistadores tinham todo o direito de viver do trabalho dos
derrotados. Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.
Gabarito: D

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CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULA


Bem, querido e querida vestibulando, chegamos ao final da nossa aula demonstrativa.
Espero que vocês tenham gostado dessa forma de estudar história. A intenção foi mostrar a vocês
que é possível – e necessário – gabaritar história. Espero nos encontrarmos na Aula 01.

Viu, deixa eu falar uma última coisa: Não existe solução mágica para mandar bem na prova. Apesar
disso, existem estratégias que, se utilizadas com afinco e dedicação, podem realizar sonhos!! Uma
ótima professora, um excelente material e um acertado planejamento individualizado, conforme
sua necessidade e suas potencialidades, podem ser o diferencial.

Lembre-se de que cada questão acertada é como um degrau até a sua sonhada aprovação.
E nessa jornada eu orientarei você, sempre!
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei rapidinho! E não se esqueça
de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais
conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo!
Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para ajudar
na sua preparação!
Um grande abraço estratégico, Alê
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