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PARANAGUÁ 2023
JOÃO VICTOR PRZYGOCKI
]PARANAGUÁ
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1.1 Tema
1.3 Problematização
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1.4 Justificativa
A transição do sistema jurídico brasileiro de Civil Law para Common Law é uma
questão de notável relevância e complexidade que merece ser minuciosamente
examinada. Esta mudança de paradigma no cenário legal do país representa uma
virada crucial em sua história jurídica e levanta uma série de implicações que exigem
uma investigação aprofundada. Portanto, a justificativa para esta pesquisa é
fundamentada em diversos argumentos que corroboram a sua importância e
relevância.
Além disso, a transição para o Common Law não ocorre no vácuo, mas é
influenciada por fatores históricos, políticos e sociais. Explorar as origens dessa
mudança e as forças motrizes por trás dela é crucial para a compreensão abrangente
do processo em andamento. Além disso, essa transição ocorre em um contexto global,
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onde muitos países estão debatendo os méritos dos sistemas jurídicos e adaptandoos
às necessidades da sociedade contemporânea. O estudo desta transição no Brasil
pode contribuir para o diálogo internacional sobre sistemas legais e oferecer lições
valiosas.
Por fim, a pesquisa neste campo é também justificada pela sua relevância
acadêmica. Contribuir para o entendimento das dinâmicas que moldam os sistemas
jurídicos é fundamental para o avanço da teoria e da prática jurídica. Ao investigar a
transição do sistema jurídico brasileiro, esta pesquisa pode enriquecer a literatura
acadêmica sobre direito comparado, além de fornecer insights e recomendações para
futuras reformas do sistema legal no Brasil.
1.5 Objetivos
1.5 Hipótese
1.7 Metodologia
Será utilizado o método dedutivo na produção deste trabalho, tendo como base
a pesquisa bibliográfica para análise e discurso, com o intuito de responder à
problematização apresentada no trabalho.
REFERENCIAL TEÓRICO
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A contribuição efetiva do direito romano para a formação inicial da Civil Law foi
principalmente no âmbito do direito privado, uma vez que esse era seu domínio
predominante. O direito público só ganhou relevância na tradição continental após a
Revolução Cultural que ocorreu na Europa no século XVIII, especialmente nas
Revoluções Americana e Francesa. Esses eventos políticos, culturais e ideológicos
moldaram o direito público na Civil Law, influenciando sua estrutura, aplicação e
conteúdo dos códigos baseados no direito romano.
Isso visava prevenir a interferência do judiciário em áreas reservadas aos outros dois
poderes. Na França, os juízes foram alvos da Revolução Francesa devido à associação
com o antigo regime e à falta de distinção entre aplicar e criar o direito. Isso levou a um
foco na total separação dos poderes e na limitação do papel do juiz à mera aplicação
da lei, sem interpretação.
Na tradição da Common Law, por outro lado, os juízes tiveram um papel mais
ativo e progressivo, com a capacidade de moldar o desenvolvimento do direito. A
defesa rigorosa da separação de poderes na Civil Law foi impulsionada pela história
dos juízes vinculados ao antigo regime, o que resultou em uma restrição de sua
margem de interpretação. No entanto, nas últimas décadas, a introdução de
constituições rígidas e o controle judicial de constitucionalidade começaram a mudar o
papel dos juízes na Civil Law, permitindo-lhes um envolvimento mais significativo na
interpretação das leis e na defesa da constitucionalidade.
A Common Law é, em comparação com a Civil Law, uma tradição jurídica mais
recente em sua origem. De fato, enquanto já era possível identificar elementos da Civil
Law por volta do ano 533, com a publicação do Corpus Juris Civilis por Justiniano em
Constantinopla, a Common Law tem sua origem registrada em 1006, quando os
normandos conquistaram a Inglaterra.
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Além disso, a Common Law possui uma área de influência mais restrita.
Originalmente limitada à Inglaterra, sua expansão ocorreu principalmente durante o
período colonial, quando o Império Britânico se expandiu. Hoje, a Common Law é
predominante na Grã-Bretanha, Estados Unidos, Irlanda, Canadá, Austrália, Nova
Zelândia e influencia o direito de vários países na Ásia e na África.
A Common Law enfrentou o risco de ser superada por esse sistema rival,
conhecido como "equity," e chegou a um ponto de quase integração com a tradição
romano-canônica. No entanto, houve um compromisso para manter os dois sistemas
em equilíbrio. Essa união resultou na preservação da tradição da Common Law, que
passou por reformas no século XIX, principalmente em relação à organização
judiciária.
Trata-se de uma pergunta recorrente. Como foi possível, dado que tanto o
Continente europeu quanto a Inglaterra viveram sob o domínio do Império romano,
surgir duas tradições distintas? A quem atribuir o desvio do caminho até então era
trilhado em conjunto? Segundo Caenegem (2010), a responsabilidade pelo desvio do
caminho compartilhado deve ser atribuída à tradição da Civil Law, em vez da Common
Law. Ele argumenta que a Civil Law, com suas características de basear-se em um
corpus juris autorizado e ser codificada, foi a responsável pela mudança de curso.
Caenegem (2010) destaca que a prática romana, que se assemelha mais à Common
Law, não envolvia a ideia de encontrar todo o direito em um livro antigo e atemporal,
como o Corpus Juris Civilis.
Rossi (2015) argumenta que várias vozes sugerem que o Brasil está
avançando em direção ao Common Law, e alguns até afirmam que essa mudança é
positiva. No entanto, ele também enfatiza que a imposição da cultura de precedentes
por meio de legislação é problemática, pois difere das origens históricas dos
precedentes na Common Law.
Por outro lado, Luís Roberto Barroso (2016), ministro do STF, acreditam que a
adoção de um sistema de precedentes no Brasil é fundamental para melhorar o
funcionamento do Judiciário, garantir a segurança jurídica, a isonomia e a eficiência.
Eles destacam que essa mudança está alinhada com a evolução da jurisprudência e a
aproximação entre as tradições jurídicas ocidentais.
REFERÊNCIAS
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BARROSO, Luís Roberto; MELLO, Patrícia Perrone Campos. Trabalhado com uma
nova ordem: a ascensão dos precedentes no direito brasileiro, 2016. In:
<http://s.conjur.com.br/dl/artigo-trabalhando-logica-ascensao.pdf>. Acesso em:
01 fev.2017
CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris
Editor, 1999.
CAENEGEM, R. C. Van. Juízes, legisladores e professores. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010.