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Apresentação
A partir de então
A maioria dos países do globo provê aos partidos políticos um financiamento público regular,
como podemos ver no mapa acima, nos países em verde escuro. O Brasil está hoje com ambos,
portanto, atualizaríamos em cor preta, segundo essa categorização. O país possui financiamento
regular, anual, para a manutenção de sua organização, como pagamento de profissionais do partido,
aluguel, água, luz, telefone, internet, e, o financiamento eleitoral público, exclusivo para a realização
de campanhas. O aumento da dependência dos partidos com relação aos recursos advindos do
Estado pode levar à cartelização ou congelamento do sistema partidário, como colocado por Katz e
Mair (2009).
As coligações, ou seja, a união de diferentes partidos para disputar um pleito, não serão mais
permitidas em eleições proporcionais a partir de 2020 para os cargos de vereadores, deputados
A partir de 2018, somente tiveram acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda
gratuita no rádio e televisão os partidos que obtiveram, nas eleições para a Câmara dos Deputados,
o mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou tiveram elegido pelo menos nove deputados federais distribuídos em pelo menos um terço
das unidades da federação.
Na legislatura seguinte às eleições de 2026, somente irão receber recursos do FP aqueles que
obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo
de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou tiverem elegido pelo menos
treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
E, por fim, a partir de 2030, só terão acesso aos recursos do fundo partidário e a rádio e
televisão gratuitos, os partidos que obtiverem, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
cento) de votos válidos em cada uma delas; ou se tiverem obtido pelo menos quinze deputados
federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
Aos eleitos que estiverem em partidos que não atingirem essa barreira, é assegurada a
possibilidade de mudança de partido, sem perda do mandato, a outro que tenha atingido a cláusula.
Contudo, essa filiação não é contabilizada para a distribuição do fundo, apenas aquela da data da
eleição.
Segundo o Art. 41 da Lei dos Partidos Políticos (9.096/1995), 5% do total do Fundo Partidário
são distribuídos, em partes iguais, a todas as siglas que atendam aos requisitos de acesso a esses
recursos constitucionais citados acima. Os outros 95% são distribuídos na proporção dos votos
obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
4. Lei 13.165/2015 (mínimo de 10% dos votos) e em março de 2020, correção do Art. 4º da
Lei 13.165/2015 pelo TSE em 2017 e 2020
Primeiro cálculo:
Segundo cálculo:
Depois que se sabe quantas cadeiras cada partido tem direito, a ordem de ocupação delas é
dada pelos eleitores, ou seja, são os eleitores que ordenam a lista a partir do voto. Os candidatos
mais votados, são eleitos. No entanto, eles têm que obrigatoriamente ter recebido no mínimo 10%
(Lei 13.165/2015) do quociente eleitoral. Essa mudança foi colocada pela minirreforma eleitoral de
2015 a fim de evitar distorções na representação, como a eleição de candidatos com votação irrisória
“puxados” por outros com muitos votos, acima do suficiente para uma cadeira.
Nem todas as vagas são ocupadas pela distribuição via quociente eleitoral e essas são as
chamadas médias ou “sobras”. A terceira e última etapa da distribuição de vagas é via maiores
médias e esse procedimento se repete até que todas as cadeiras sejam ocupadas. De acordo com o
Código Eleitoral (Art. 106 ao 109), as vagas não preenchidas devem ser distribuídas de acordo com
as seguintes regras: calcula-se o número de votos válidos recebidos por cada partido dividido pelo
número de vagas por ele obtido (no quociente eleitoral ou na última rodada) +1. O partido que
apresentar a maior média preencherá a vaga, respeitado o mínimo de 10% do quociente eleitoral
pelo candidato. A conta se refaz até que todas as cadeiras sejam preenchidas.
Para avaliar as consequências de duas dessas alterações, tomamos as eleições para a Câmara
dos Deputados como exemplo e simulamos o que teria ocorrido se não houvesse a introdução do
mínimo de 10% de votos do quociente eleitoral e se as sobras fossem distribuídas apenas aos
partidos que alcançaram o mesmo quociente.
1
Para executar o passo-a-passo de todas essas operações, consulte: https://apps.tre-sc.jus.br/site/eleicoes/calculo-de-
vagas-deputados-e-vereadores/index.html. Acesso em 02 de setembro de 2020.
PT -2 56
PSL 52 7
PP -1 37
PSD 34 3
MDB 34 1
PR 33 1
PSB -2 32
PRB 30 3
PSDB 29 3
DEM -2 29
PDT-3 28
SD 13 1
PODE 11 0
PSOL -1 10
PTB 10 1
PCdoB -1 9
PSC 8 0
NOVO 8 0
PROS 8 0
PPS 8 1
AVANTE -1 7
PHS -2 6
PATRI -1 5
PV 4 0
PRP -2 4
PMN 30
PTC -12
PPL 10
REDE -11
DC -11
Legislação consultada:
Referências:
KATZ, R. S.; MAIR, P. The Cartel Party Thesis: A Restatement. Perspectives on Politics, v. 7, n. 04, p.
753, 1 dez. 2009.