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Professora Flávia Rita

TEMA DE REDAÇÃO
Reforma Eleitoral
OFICINA DE REDAÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Promulgação da Reforma Eleitoral


As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal promulgaram, em 28
de setembro de 2021, a reforma eleitoral estabelecida pela Emenda
Constitucional 111. As regras serão aplicadas a partir das eleições de 2022, já que
entraram em vigor com um ano de antecedência.

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, afirmou que a proposta


traz inovações em três aspectos políticos eleitorais: promoção da diversidade
nos cargos públicos, estímulo à participação popular, e fidelidade partidária. “Uma
reforma político-eleitoral enxuta, mas com preceitos que contribuem para o equilíbrio
da atividade política brasileira”.
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Regras que serão aplicadas nas Eleições 2022


• Consultas Populares (art. 14, §§ 12 e 13, da Constituição Federal, incluído pela
Emenda Constitucional nº 111, de 2021): Conforme o art. 14, § 12, da
Constituição Federal, as consultas populares sobre questões locais aprovadas
pelas Câmaras Municipais serão realizadas juntamente com as eleições
municipais, devendo ser enviadas à Justiça Eleitoral até 90 dias antes da data
das eleições.

Cumpre ressaltar que as manifestações de candidatos e candidatas sobre esses


temas ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
gratuita no rádio e na televisão.
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• Fidelidade Partidária(art. 17, § 6º, da Constituição Federal, incluído pela


Emenda Constitucional nº 111, de 2021): Os Vereadores, Deputados Federais,
Estaduais, Distritais que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos,
não perderão o mandato nos casos de anuência do partido ou nas hipóteses de
justa causa estabelecida em lei, não sendo computada, em qualquer caso, a
migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de
outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.

Antes de entrar em vigor a Emenda Constitucional nº 111/2021, os referidos


parlamentares, ao trocar de partido, mantinham os respectivos mandatos nos
partidos pelos quais foram eleitos apenas nos casos de “justa causa”. Segundo a Lei
dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995), considera-se “justa causa” para a
desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:

1. mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;


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2. grave discriminação política pessoal;


3. mudança de partido efetuada durante o período de 30 dias que antecede o prazo
de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao
término do mandato vigente.

• Contagem em Dobro de Votos Dados a Mulheres e Pessoas Negras para a


Câmara dos Deputados (art. 2º da Emenda Constitucional nº 111, de 2021): Os
votos dados a candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos
Deputados nas eleições realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro, para
fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC) – também conhecido como fundo eleitoral.
Vale ressaltar que essa contagem em dobro será aplicada uma única vez.

A medida, introduzida pela EC n.º 111/2021, serve para incentivar a candidatura


desses grupos, que ainda são minoria no Poder Legislativo.
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As regras para a criação de federação são as seguintes:

a) a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo
no Tribunal Superior Eleitoral;

b) os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no


mínimo, 4 (quatro) anos;

c) a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das
convenções partidárias;

d) a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao


Tribunal Superior Eleitoral.
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Aplicam-se à federação de partidos todas as normas que regem as atividades


dos partidos políticos no que diz respeito às eleições, inclusive no que se refere à
escolha e registro de candidatos para as eleições majoritárias e proporcionais, à
arrecadação e aplicação de recursos em campanhas eleitorais, à propaganda
eleitoral, à contagem de votos, à obtenção de cadeiras, à prestação de contas e à
convocação de suplentes.

• Incorporação de Partidos Políticos (art. 3º, I, da Emenda Constitucional nº 111,


de 2021): Outra inovação se refere ao processo de incorporação de partidos. Até
que entre em vigor lei que discipline a referida matéria, nos processos de
incorporação de partidos políticos, as sanções eventualmente aplicadas aos
órgãos partidários regionais e municipais do partido incorporado, inclusive as
decorrentes de prestações de contas, bem como as de responsabilização de
seus antigos dirigentes, não serão aplicadas ao partido incorporador nem aos
seus novos dirigentes, exceto aos que já integravam o partido incorporado.
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O que é uma federação partidária


Uma das principais novidades para 2022 é a possibilidade das federações
partidárias. Instituída pelo Congresso em 2021, a federação é uma espécie de
associação entre partidos que vale não apenas para a eleição, mas também para
a atuação legislativa.

As siglas que integram uma federação passam a funcionar como uma só por um
período de 4 anos, sem no entanto precisarem se fundir. Dessa forma, podem
preservar suas próprias estruturas, diretórios, nome, identidade e afins. Na prática, é
como se a federação funcionasse como um partido só. Nas eleições proporcionais,
para vereadores e deputados, isso tem um efeito importante: os votos de candidatos
dos partidos federados são somados para o cálculo do número de cadeiras que eles
vão obter nas Casas legislativas. Assim, o dispositivo tem potencial de dar sobrevida
a pequenos partidos.
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Regras introduzidas pela Lei nº 14.211/2021


A Lei n.º 14.211/2021 inseriu o parágrafo 3º ao art. 91 do Código Eleitoral
facultando aos partidos políticos celebrar coligações no registro de candidatos às
eleições majoritárias, a fim de ajustar a sua redação à vedação constitucional de
coligações nas eleições proporcionais, bem como fixou regras para a participação
dos partidos e dos candidatos na distribuição dos lugares pelo critério das maiores
médias nas eleições proporcionais e para reduzir o limite de candidatos a que cada
partido poderá registrar nas eleições proporcionais.

De acordo com a nova lei, poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os
partidos que participaram do pleito, desde que tenham obtido pelo menos 80%
(oitenta por cento) do quociente eleitoral, e os candidatos que tenham obtido
votos em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) desse quociente.
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Regras que serão aplicadas somente nas Eleições 2026


Nova Data para as Posses do Presidente e Vice-Presidente da República e de
Governadores e Vice-Governadores (arts. 28 e 82, da Constituição Federal, ambos
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021): A Emenda
Constitucional nº 111/2021 também alterou as datas de posse do Presidente da
República e Vice-Presidente da República, para 05 de janeiro, e dos Governadores e
Vice-Governadores, para 06 de janeiro do ano subsequente às respectivas eleições.

Entretanto, tais mudanças somente ocorrerão a partir das Eleições de 2026,


ressaltando que o Presidente da República e os Governadores de Estado e do
Distrito Federal eleitos em 2022 tomarão posse em 1º de janeiro de 2023, e seus
mandatos durarão até a posse de seus sucessores, em 5 e 6 de janeiro de 2027,
respectivamente (arts. 4° e 5º da Emenda Constitucional nº 111/2021).
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ARGUMENTOS LEGAIS
1- Propostas de reforma política - A Comissão de Reforma Política no Senado
apresentou onze projetos de emenda constitucional, o que não aconteceu, ainda,
na Câmara dos Deputados – que, apesar de ter constituído uma comissão para
apresentar propostas para a reforma política, não chegou a um consenso e restou
suspenso o referido processo na Casa.

É importante ressaltar que a Constituição Federal de 1988 já sofreu reforma


eleitoral quando aprovada a proposta de emenda constitucional sobre a
possibilidade de reeleição, que permitiu Fernando Henrique Cardoso se reeleger em
1998. Outro exemplo significativo, que antecede a essa atual reforma política
eleitoral, foi a instituição da fidelidade partidária de modo a fortalecer a ideologia
partidária.
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Uma vez que a filiação partidária aparece como um requisito indispensável à


candidatura e à possível diplomação caso o candidato seja eleito, tal premissa
passou a ter maior valor no cenário político a partir da Resolução do TSE nº
21.612/2004, que gerou perdas de mandatos políticos nos casos de troca de
partidos depois de os candidatos estarem eleitos, decisão essa que foi confirmada
pelo Supremo Tribunal Federal.

Além disso, há ainda a famosa Lei da Ficha Limpa, que alterou a Lei das
Inelegibilidades tornando inelegível, por oito anos, os candidatos que tiveram seus
mandatos cassados, aqueles que renunciaram para evitar a cassação, os que foram
condenados por decisão de órgão colegiado, entre outros casos.

Diante dos exemplos acima citados, é importante frisar que a reforma eleitoral
política seja apenas na Constituição Federal ou também no sistema legal, pode
ocorrer de distintas formas:
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a) por proposta de emenda constitucional, cuja legitimidade é restrita aos


relacionados no art. 60, I a III, da Constituição Federal;
b) por iniciativa popular (art. 14 da Constituição Federal) mediante apresentação de
projeto de lei, momento em que o povo exerce a sua soberania;
c) por normatização da Corte Especial Eleitoral (indicação dos dispositivos de
iniciativa de lei do TSE e indicação dessa competência no Código Eleitoral);
d) por jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Propostas apresentadas pela Comissão de Reforma Política do Senado:

1. PEC n° 43/2011 c.c. a PEC n° 23/2011 – Sistemas eleitorais: institui o sistema


eleitoral proporcional de listas preordenadas nas eleições para a Câmara dos
Deputados, respeitada a alternância de um nome de cada sexo.
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2. PLS n° 268/2011– Financiamento público de campanha: destina recursos ao


Tribunal Superior Eleitoral em valor correspondente a R$7,00 por eleitor inscrito, a
serem aplicados exclusivamente por partidos políticos e respectivos candidatos nas
campanhas eleitorais.

3. PEC n° 37/2011 – Suplência de senador: reduz de dois para um o número de


suplentes de senador e veda a eleição de suplente que seja cônjuge ou parente do
candidato ao Senado.

4. PLS n° 266/2011 – Fidelidade partidária: prevê a perda de mandato por desfiliação


partidária em casos nos quais não se configure incorporação ou fusão de legenda,
desvio de programa partidário e grave discriminação pessoal.

5. PLS n° 265/2011 – Domicílio eleitoral: veda a transferência de domicílio eleitoral


de prefeitos e vice-prefeitos durante o exercício do mandato.
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6. PEC n° 40/2011 – Coligações: permite coligações eleitorais apenas nas eleições


majoritárias (presidente da República, governador e prefeito).

7. PEC n° 38/2011 – Data de posse e duração de mandato: estabelece a posse do


presidente da República em 15 de janeiro e de governador e prefeito em 10 de
janeiro. Proposta de mandato de cinco anos para esses cargos foi rejeitada.

8. PLS n° 267/2011 – Cláusula de desempenho: inclui entre os critérios em vigor para


funcionamento partidário na Câmara eleger e manter filiados no mínimo três
deputados, de diferentes estados.

9. PEC n° 39/2011 – Fim da reeleição: torna inelegível presidente da República,


governador e prefeito para os mesmos cargos, no período subsequente.
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10. PEC n° 41/2011 – Candidatura avulsa: acaba com a exigência de filiação


partidária para candidatos em eleições municipais.

11. PEC n° 42/2011 – Referendo: estabelece que lei ou emenda constitucional que
altere o sistema eleitoral seja aprovada em referendo para entrar em vigor.

Ao observar as propostas acima elencadas, é possível dizer que somente duas – a


PEC nº 39/2011, que trata do fim da reeleição, e a PEC nº 41/2011, que fala sobre a
candidatura avulsa – foram rejeitadas na Comissão de Constituição e Justiça do
Senado e, como consequência, arquivadas; o que não impede uma futura
reapreciação.

No que tange aos projetos de lei nos 265 e 267/2011, que versam sobre domicílio
eleitoral e cláusula de desempenho respectivamente, é válido ressaltar que eles
foram aprovados no Senado e encaminhados à Câmara para apreciação.
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FUNDAMENTAÇÃO ARGUMENTATIVA
1. Como fica a divisão do fundo partidário - O fundo partidário, a partir da Reforma
Eleitoral 2021, ficará da seguinte forma: 5% serão divididos de maneira igualitária
entre os partidos que cumprirem a cláusula de desempenho, independentemente da
quantidade de votos. Os outros 95% serão divididos de acordo com a proporção dos
votos alcançados na última eleição para a Câmara. E é exatamente neste contexto
que ocorrerá a contagem em dobro dos votos para mulheres e negros.

2. Divisão do fundo eleitoral - No que diz respeito ao fundo eleitoral, com a reforma
eleitoral 2021, ele passa a se dividir da seguinte forma: serão 2% divididos para
todos os partidos que tiverem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros
35% divididos para os partidos que elegerem ao menos um representante para a
Câmara, levando em consideração a proporção dos votos que ele obtiverem, ou seja,
os votos naqueles candidatos eleitos ou não.
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Mais uma vez é neste ponto que incide o peso em dobro para os candidatos negros e
para mulheres; 48% de acordo com o tamanho da bancada na Câmara; 15% de
acordo com a bancada no Senado.

3. Iniciativa popular - O texto aprovado pela Câmara dos Deputados continha um


trecho em que se flexibilizava a participação popular no processo eleitoral. Porém, o
Senado retirou este trecho antes da aprovação.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que foi encaminhada abria aos


eleitores a possibilidade de apresentarem um projeto de lei à Câmara, com
assinatura eletrônica. Porém, a relatora, a senadora Simone Tebet, excluiu o texto,
informando que é necessário um debate maior sobre o assunto, uma vez que, para
ela: “a dinâmica das redes sociais não está ainda suficientemente conhecida e
regulamentada”.
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4. Princípio da anualidade eleitoral - Esse princípio está expresso no artigo 16 da


Constituição de 1988, para o qual “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano
da data de sua vigência.” Em conformidade com a Constituição, os conceitos de
segurança jurídica, de eficácia normativa e de processo eleitoral estão intimamente
ligados ao princípio da anterioridade.

Pode ocorrer, entretanto, de a lei que altere o processo eleitoral ser editada há
mais de um ano das eleições. Nesse caso, não se fala em limitação temporal. Essa
lei terá vigência e eficácia imediatas. Não haverá necessidade de aplicar o
princípio da anualidade eleitoral. Como consequência, pode-se dizer que as leis
editadas até um ano e um dia antes das eleições terão, além da vigência,
aplicabilidade imediata.
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5. Lei Complementar 184/2021 - Em 29 de setembro, foi sancionada a Lei


Complementar 184, que alterou a disciplina das inelegibilidades no que se refere à
rejeição de contas. Agora, não se aplica mais a vedação do direito de ser eleito a
quem tiver suas contas julgadas irregulares, sem imputação de débito e sancionados
exclusivamente com o pagamento de multa (artigo 1º, §4º-A, da Lei Complementar
64/90). É uma medida proporcional e razoável, sistematicamente coerente, já que,
outras figuras da mesma legislação, como a inelegibilidade decorrente de
condenação em ações de improbidade, dependiam da existência de lesão ao
patrimônio público para serem caracterizadas (artigo 1º, inciso I, "l").

6. Voto impresso - O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a PEC do Voto


Impresso (Proposta de Emenda à Constituição 135/19). Foram 229 votos favoráveis,
218 contrários e 1 abstenção. Como não atingiu o mínimo de 308 votos favoráveis, o
texto será arquivado.
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A proposta rejeitada, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), determinava a


impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor” independentemente do
meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.

7. 'Distritão' - Os deputados rejeitaram, na votação em plenário, o chamado


"distritão" – modelo que elege como deputados federais os candidatos mais votados
em cada estado. A descrição parece simples mas, segundo especialistas, a
aprovação representaria um retrocesso em relação ao modelo proporcional adotado
hoje em dia. Pelo modelo atual, as 513 cadeiras da Câmara dos Deputados são
distribuídas de forma proporcional aos votos obtidos por cada partido – e então,
destinadas aos candidatos mais bem votados de cada legenda. Com isso, todo voto
é contabilizado e os partidos têm maior incentivo para oferecer uma diversidade de
candidatos nas urnas.
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8. Consequências do "distritão" incluído na PEC:


• favoreceria apenas os candidatos que são mais famosos e/ou têm mais dinheiro;
• dificultaria, com isso, a renovação dos representantes na Câmara;
• descartaria os votos dos candidatos menos votados, assim como os votos que
"ultrapassassem" o mínimo necessário para conseguir uma vaga;
• enfraqueceria os partidos políticos ao concentrar os cálculos nos candidatos,
individualmente;
• prejudicaria a pluralidade das candidaturas e enfraquece candidatos que
representam minorias.

9. Mulheres na política - Um estudo realizado pela União Interparlamentar,


organização internacional responsável pela análise dos parlamentos mundiais,
mostra que dentre 192 países, o Brasil aparece na 142° colocação do ranking de
participação de mulheres na política nacional. Os dados, que foram atualizados em
outubro, tem como base as eleições federais compreendidas entre 1997 e 2018.
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O levantamento da organização aponta que as mulheres brasileiras ocupam 15%


das cadeiras da Câmara dos Deputados. Em valores absolutos, 161 deputadas
federais foram eleitas no último pleito eleitoral. Já no Senado Federal brasileiro o
número é ainda menor: 12,4%. Apesar da pouca representatividade, dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as mulheres
representam 51,5% da população total do país.

10. Negros na política - A ausência de negros na política brasileira é um fato


perceptível e isso reflete em grande medida o acesso a recursos de campanha
como dinheiro e tempo de televisão. Pretos e pardos somam metade da população
nacional, mais precisamente 56,1% segundo dados do IBGE, mas ocupam cerca de
um décimo do parlamento. Esta desigualdade cresce ainda mais quando
observamos os cargos ocupados via eleições majoritárias como prefeituras,
governos estaduais e senado.
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O princípio básico das democracias representativas é que a composição da


política reflete a escolha dos eleitores. Ainda assim, existem boas razões para
defender medidas que incremente a participação de pretos e pardos nas esferas
decisórias estatais.

Primeiro, porque a composição da representação política não reflete apenas as


preferências dos eleitores, mas também as restrições presentes na oferta de
candidatos e candidatas por parte dos partidos políticos. Tradicionalmente, negros
têm menos acesso a partidos grandes e fortes no Brasil, o que reduz suas chances
eleitorais.

Ademais, eles têm menor acesso a recursos de campanha e tempo de televisão,


sendo menos conhecidos pelos eleitores. Tudo isso, coloca as candidaturas negras
em condições desiguais na competição eleitoral, reduzindo a liberdade de escolha
dos eleitores.
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POSSÍVEIS SOLUÇÕES
1- Medidas de conscientização do eleitorado - O ponto mais positivo da reforma,
na visão dos juristas, foi o aumento do peso de parlamentares mulheres e negros no
cálculo do fundo eleitoral. Mesmo com a vantagem oferecida a partidos que apoiem
mulheres e negros, tanto Joelson Dias quanto Marlon Reis apontam para a
necessidade de medidas de longo prazo para conscientizar os eleitores para que a
medida possa surtir o efeito desejado a longo prazo. “Isso tende a ter um impacto
importante, mas apenas a reforma não resolve”, declara Marlon Reis.

2. Ajustes pontuais - Para o jurista Joelson Dias, que já foi ministro substituto
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a reforma conseguiu atender ao seu principal
objetivo. “Ao invés de uma reforma política e eleitoral mais ampla, se optou por
ajustes pontuais na nossa legislação, buscando com isso aprimorá-la e aperfeiçoá-
la”, avalia.
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3. Maior mobilização da população – Joelson Dias e Marlon Reis destacam que


muitos dos aspectos positivos da reforma eleitoral se devem a alguns pontos que
foram revogados no Congresso. Um deles foi a proposta de mudança nos critérios
de entrega de projetos de lei de iniciativa popular, que permanecem com o requisito
de ao menos 1% da população brasileira espalhados em ao menos cinco estados.
“A população precisa aprender a se mobilizar mais, e não enfraquecer o
instrumento. Essa mudança poderia acabar desvalorizando o instituto”.

Joelson Dias acrescenta afirmando que o atual rigor nos requisitos permite o maior
aprofundamento e na ampliação do debate ao redor da matéria desses projetos,
aumentando a legitimidade das propostas no poder legislativo.
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FONTES

• https://www.camara.leg.br/noticias/811023-reforma-eleitoral-e-promulgada-novas-
regras-serao-aplicadas-nas-eleicoes-de-2022/acesso em 25/06/2022
• https://www.tre-rn.jus.br/comunicacao/noticias/2021/Novembro/reforma-eleitoral-
novas-regras-serao-aplicadas-nas-eleicoes-2022acesso em 25/06/2022
• https://blog.sajadv.com.br/reforma-eleitoral-de-2021/acesso em 25/06/2022
• https://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-
eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-4-ano-3/principio-da-anualidade-
eleitoralacesso em 25/06/2022
• https://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-
eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-1-ano-3/notas-sobre-o-andamento-da-reforma-
politica-com-enfase-no-senado-federalacesso em 25/06/2022
• https://www.conjur.com.br/2021-dez-26/eleitoral-espera-reforma-politica-ano-teve-
modificacoes-positivasacesso em 25/06/2022
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• https://www.camara.leg.br/noticias/792343-camara-rejeita-proposta-que-tornava-
obrigatorio-o-voto-impresso/acesso em 26/06/2022
• https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/08/11/com-acordo-para-retirar-distritao-
camara-aprova-texto-base-de-pec-que-resgata-coligacoes.ghtmlacesso em
26/06/2022
• https://www.cnnbrasil.com.br/politica/brasil-e-142-na-lista-internacional-que-
aponta-participacao-de-mulheres-na-politica/acesso em 26/06/2022
• https://brasil.elpais.com/brasil/2020-09-01/por-que-precisamos-de-mais-negros-e-
negras-na-politica.html acesso em 26/06/2022
• https://congressoemfoco.uol.com.br/area/pais/especialistas-elogiam-texto-final-da-
reforma-eleitoral/ acesso em 26/06/2022
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