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NFPSS – ELEITORAL1

Fala Pessoal! Tudo bem com vocês? Eu, novamente, trazendo mais conteúdo para vocês estudarem.

O NFPSS de direito eleitoral foi feito com base em principais apostas, como o arquivo já estava muito grande, optei
por selecionar temas (os mais importantes para provas de MP como por exemplo, a LC 64/90 e também temas de
maior dificuldade para os alunos, como ações eleitorais). Além disso, trouxe temas de justiça eleitoral, MP eleitoral,
condutas vedadas aos agentes públicos, crimes e processo eleitoral.

As alterações efetuadas pela minirreforma (tempo de registro partidário, tempo de domicílio eleitoral,
parcelamento de multa eleitoral, candidatura avulsa, fundo especial de financiamento de campanha, limites de
gastos na campanha, multa em doações acima dos limites, posts impulsionados, debates, entre outras alterações,
não foram incluídas no NFPSS). Mas, não foi por desconhecimento ou desatualização, foi por opção mesmo, trouxe
os temas que reputei mais importantes.

Ademais, o material foi feito com base no livro de direito eleitoral (de 2020) e com base nas nossas fucs.

No entanto, alguns alunos solicitaram uma revisão sobre a minirreforma eleitoral (ocorrida em 2017), peço
desculpas, havia colocado no nosso RAIO X o link do dizer o direito2, porém esqueci que muitos alunos só compram
o NFPSS. Então vamos embarcar nesta viagem? Aproveitei e trouxe informações sobre alterações mais recentes (de
2019), algumas inclusive, já estão no material principal do NFPSS (como p. exemplo as alterações ocorridas na lei
dos partidos), mas é sempre bom reforçar!

Novamente, é somente um material de #APOSTAS, não tem a pretensão de esgotar os temas do Edital. Trouxe as
principais alterações, que reputo importantes para a prova de vocês!

Então, contaremos com a ajuda do nosso querido #MARCINHO. Espero poder contribuir para a aprovação de vocês.

Foram publicadas no dia 06/10/2017, as Leis nº 13.487/2017 e 13.488/2017, que alteraram:

• a Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições);

• a Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos); e

• a Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral).

Vamos conversar sobre as principais alterações:

ALTERAÇÕES NA LEI 9504/97

TEMPO DE EXISTÊNCIA DO PARTIDO PARA CONCORRER ÀS ELEIÇÕES

Art. 4º Poderá participar das eleições o partido que, até seis meses antes do pleito, tenha registrado seu estatuto
no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de direção
constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto
Obs. Antes o tempo mínimo era de 01 ano de existência.

1
Ketlin Borges
2
https://www.dizerodireito.com.br/2017/10/comentarios-minirreforma-eleitoral-de.html
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TEMPO DE DOMICÍLIO ELEITORAL

Domicílio eleitoral é o lugar onde a pessoa tem vínculos políticos (ex: participa do diretório do partido no local),
sociais (ex: é líder comunitário), profissionais (ex: trabalha na cidade), econômicos (ex: possui empresa no
Município) ou até mesmo afetivos.
Enfim, mesmo que a pessoa não more naquele Município ou Estado, ela, em tese, pode ter domicílio eleitoral ali,
desde que possua um dos vínculos acima expostos.
Trata-se de uma interpretação bem mais ampla que o domicílio civil.
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo
prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. (Redação dada pela Lei nº
13.488, de 2017)
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será considerada,
para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem.
Obs. O prazo anterior era de 01 ano.
PARCELAMENTO DAS MULTAS ELEITORAIS
Para que uma pessoa possa ser candidata ela precisa pagar as multas que tenham sido impostas contra ela até a
data da formalização do seu pedido de registro de candidatura.
É possível também que ela faça o parcelamento da multa
A Lei nº 13.488/2017 trouxe as seguintes novidades em termos de parcelamento de multas:
• Incluiu a possibilidade de parcelamento das multas eleitorais também para as pessoas jurídicas (a possibilidade
de parcelamento das multas para pessoas físicas já existia);
• O valor máximo da prestação do parcelamento para pessoas físicas, que era de 10%, passou para 5% do
rendimento do devedor. Para as pessoas jurídicas foi estabelecido o limite máximo da parcela em 2% do
faturamento bruto e as parcelas dos débitos dos partidos políticos não podem ultrapassar 2% do valor recebido do
Fundo Partidário;
• Em relação aos partidos políticos foi prevista a possibilidade de parcelamento de débitos públicos de “natureza
não eleitoral”.
Confira as mudanças no texto da Lei:
Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas
do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as eleições. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;
II - autorização do candidato, por escrito;
III - prova de filiação partidária;
IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor na
circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art. 9º;
VI - certidão de quitação eleitoral;
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VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual;
VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto
no § 1º do art. 59.
IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da
República. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2o A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é verificada tendo por
referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para
o pedido de registro. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 3º Caso entenda necessário, o Juiz abrirá prazo de setenta e duas horas para diligências.
§ 4o Na hipótese de o partido ou coligação não requerer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo
perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista dos
candidatos pela Justiça Eleitoral. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 5º Até a data a que se refere este artigo, os Tribunais e Conselhos de Contas deverão tornar disponíveis à Justiça
Eleitoral relação dos que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por
irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão
estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou que haja sentença judicial favorável ao interessado.
§ 6o A Justiça Eleitoral possibilitará aos interessados acesso aos documentos apresentados para os fins do disposto
no § 1o. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 7o A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular
exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a
inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de
contas de campanha eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 8o Para fins de expedição da certidão de que trata o § 7o, considerar-se-ão quites aqueles que: (Incluído
pela Lei nº 12.034, de 2009)
I - condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do seu pedido de registro de
candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido; (Incluído pela
Lei nº 12.034, de 2009)
II - pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade
solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo
fato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
III - o parcelamento das multas eleitorais é direito dos cidadãos e das pessoas jurídicas e pode ser feito em até
sessenta meses, salvo quando o valor da parcela ultrapassar 5% (cinco por cento) da renda mensal, no caso de
cidadão, ou 2% (dois por cento) do faturamento, no caso de pessoa jurídica, hipótese em que poderá estender-
se por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem os referidos limites; (Redação dada pela Lei
nº 13.488, de 2017)
IV - o parcelamento de multas eleitorais e de outras multas e débitos de natureza não eleitoral imputados pelo
poder público é garantido também aos partidos políticos em até sessenta meses, salvo se o valor da parcela
ultrapassar o limite de 2% (dois por cento) do repasse mensal do Fundo Partidário, hipótese em que poderá
estender-se por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem o referido limite. (Incluído
pela Lei nº 13.488, de 2017)
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§ 9o A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políticos, na respectiva circunscrição, até o dia 5 de junho do ano da
eleição, a relação de todos os devedores de multa eleitoral, a qual embasará a expedição das certidões de quitação
eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização
do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que
afastem a inelegibilidade. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 11. A Justiça Eleitoral observará, no parcelamento a que se refere o § 8o deste artigo, as regras de parcelamento
previstas na legislação tributária federal. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 12. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 13. Fica dispensada a apresentação pelo partido, coligação ou candidato de documentos produzidos a partir de
informações detidas pela Justiça Eleitoral, entre eles os indicados nos incisos III, V e VI do § 1o deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária. (Incluído
pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 15. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

VEDAÇÃO DE CANDIDATURAS AVULSAS:


Observe no §14 do artigo acima que houve a vedação de candidaturas avulsas.
Candidatura avulsa é aquela apresentada por um indivíduo que não é filiado a partido político ou que, mesmo
sendo filiado, o partido não o escolhe como sendo candidato oficial da agremiação.
Ex1: João não é filiado a partido político, mas deseja ser candidato a Presidente da República. Se o ordenamento
jurídico permitisse, ele poderia apresentar uma “candidatura avulsa”, ou seja, sem que tenha partido político o
apoiando.
FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
A Lei nº 13.487/2017 e a Lei nº 13.488/2017 criaram um fundo para custear as campanhas eleitorais.
Ele foi previsto nos arts. 16-C e art. 16-D, dispositivos acrescentados na Lei nº 9.504/97. Perceba que já em 2019,
tivemos mais alterações. #FIQUEDEOLHO
Art. 16-C. O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) é constituído por dotações orçamentárias da
União em ano eleitoral, em valor ao menos equivalente: (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

I - ao definido pelo Tribunal Superior Eleitoral, a cada eleição, com base nos parâmetros definidos em lei; (Incluído
pela Lei nº 13.487, de 2017)

II - ao percentual do montante total dos recursos da reserva específica a programações decorrentes de emendas
de bancada estadual impositiva, que será encaminhado no projeto de lei orçamentária anual. (Redação dada
pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 1o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

§ 2o O Tesouro Nacional depositará os recursos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal
Superior Eleitoral, até o primeiro dia útil do mês de junho do ano do pleito. (Incluído pela Lei nº 13.487,
de 2017)
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§ 3o Nos quinze dias subsequentes ao depósito, o Tribunal Superior Eleitoral: (Incluído pela Lei nº 13.487, de
2017)

I - divulgará o montante de recursos disponíveis no Fundo Eleitoral; e (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

II - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

§ 7o Os recursos de que trata este artigo ficarão à disposição do partido político somente após a definição de
critérios para a sua distribuição, os quais, aprovados pela maioria absoluta dos membros do órgão de direção
executiva nacional do partido, serão divulgados publicamente. (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

§ 11. Os recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que não forem utilizados nas
campanhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, integralmente, no momento da apresentação
da respectiva prestação de contas. (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

§ 15. O percentual dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser reduzido mediante
compensação decorrente do remanejamento, se existirem, de dotações em excesso destinadas ao Poder
Legislativo. (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)

§ 16. Os partidos podem comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral até o 1º (primeiro) dia útil do mês de junho a
renúncia ao FEFC, vedada a redistribuição desses recursos aos demais partidos. (Incluído pela Lei nº 13.877, de
2019)

Art. 16-D. Os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), para o primeiro turno das
eleições, serão distribuídos entre os partidos políticos, obedecidos os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº
13.488, de 2017)

I - 2% (dois por cento), divididos igualitariamente entre todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal
Superior Eleitoral; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

II - 35% (trinta e cinco por cento), divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na Câmara
dos Deputados, na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

III - 48% (quarenta e oito por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes na
Câmara dos Deputados, consideradas as legendas dos titulares; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

IV - 15% (quinze por cento), divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes no Senado
Federal, consideradas as legendas dos titulares. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

§ 2o Para que o candidato tenha acesso aos recursos do Fundo a que se refere este artigo, deverá fazer
requerimento por escrito ao órgão partidário respectivo. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, a distribuição dos recursos entre os partidos terá por
base o número de representantes eleitos para a Câmara dos Deputados na última eleição geral, ressalvados os
casos dos detentores de mandato que migraram em razão de o partido pelo qual foram eleitos não ter cumprido
os requisitos previstos no § 3º do art. 17 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

§ 4º Para fins do disposto no inciso IV do caput deste artigo, a distribuição dos recursos entre os partidos terá por
base o número de representantes eleitos para o Senado Federal na última eleição geral, bem como os Senadores
filiados ao partido que, na data da última eleição geral, encontravam-se no 1º (primeiro) quadriênio de seus
mandatos. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)
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LIMITES DE GASTOS COM CAMPANHAS SÃO DEFINIDOS POR LEI

Art. 18. Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas efetuadas pelos candidatos e
as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput deste artigo, os gastos advocatícios e de contabilidade referentes a
consultoria, assessoria e honorários, relacionados à prestação de serviços em campanhas eleitorais e em favor
destas, bem como em processo judicial decorrente de defesa de interesses de candidato ou partido político, não
estão sujeitos a limites de gastos ou a limites que possam impor dificuldade ao exercício da ampla
defesa. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)
E houve o descumprimento?
Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento de multa
em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da
apuração da ocorrência de abuso do poder econômico. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
CROWDFUNDING E COMERCIALIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

Arrecadação de recursos para campanha por meio de “vaquinhas” na internet


Atento às novas tecnologias, o legislador alterou a Lei nº 9.504/97 para prever expressamente a possibilidade de
que os partidos políticos e candidatos arrecadem recursos por meio de websites que organizam “vaquinhas
virtuais” pela internet. Isso é chamado de crowdfunding e existem sites especializados nesta prática, como é o caso
do Kickante, Kickstarter, Indiegogo, StartMeUp, entre outros.
O crowdfunding, ou seja, esse financiamento coletivo existe para diversas áreas, como artistas, novos empresários
etc, e agora foi permitido expressamente para candidatos em campanhas políticas.
Antes da Lei nº 13.488/2017 o crowdfundig era permitido em campanhas eleitorais?
Não. Em 2014, o TSE, em uma consulta formulada pelo Deputado Federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) respondeu que a
arrecadação de recursos para campanhas eleitorais através de websites de financiamento coletivo não era
permitida porque tais doações seriam concentradas em uma única pessoa que repassaria ao candidato como se
fosse uma única doação, ou seja, não haveria como individualizar os doadores.
A Lei nº 13.488/2017 resolveu esta questão ao permitir o crowdfundig em campanhas eleitorais exigindo a
“identificação obrigatória, com o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de
cada um dos doadores e das quantias doadas”.
Art. 23 § 4o As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta mencionada no art. 22
desta Lei por meio de: (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006)

I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos; (Incluído pela Lei nº 11.300, de
2006)

II - depósitos em espécie devidamente identificados até o limite fixado no inciso I do § 1o deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 11.300, de 2006)

III - mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet, permitindo inclusive o uso de
cartão de crédito, e que deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
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a) identificação do doador; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

IV - instituições que promovam técnicas e serviços de financiamento coletivo por meio de sítios na internet,
aplicativos eletrônicos e outros recursos similares, que deverão atender aos seguintes
requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

a) cadastro prévio na Justiça Eleitoral, que estabelecerá regulamentação para prestação de contas, fiscalização
instantânea das doações, contas intermediárias, se houver, e repasses aos candidatos; (Incluído pela
Lei nº 13.488, de 2017)

b) identificação obrigatória, com o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
de cada um dos doadores e das quantias doadas; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

c) disponibilização em sítio eletrônico de lista com identificação dos doadores e das respectivas quantias doadas,
a ser atualizada instantaneamente a cada nova doação; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

d) emissão obrigatória de recibo para o doador, relativo a cada doação realizada, sob a responsabilidade da
entidade arrecadadora, com envio imediato para a Justiça Eleitoral e para o candidato de todas as informações
relativas à doação; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

e) ampla ciência a candidatos e eleitores acerca das taxas administrativas a serem cobradas pela realização do
serviço; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

f) não incidência em quaisquer das hipóteses listadas no art. 24 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.488, de
2017)

g) observância do calendário eleitoral, especialmente no que diz respeito ao início do período de arrecadação
financeira, nos termos dispostos no § 2o do art. 22-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

h) observância dos dispositivos desta Lei relacionados à propaganda na internet; (Incluído pela Lei nº 13.488,
de 2017)

V - comercialização de bens e/ou serviços, ou promoção de eventos de arrecadação realizados diretamente pelo
candidato ou pelo partido político. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

§ 4º-A Na prestação de contas das doações mencionadas no § 4o deste artigo, é dispensada a apresentação de
recibo eleitoral, e sua comprovação deverá ser realizada por meio de documento bancário que identifique o CPF
dos doadores. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

MULTA EM CASO DE DOAÇÕES ACIMA DOS LIMITES


O art. 23 da Lei nº 9.504/97 prevê que as pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em
dinheiro para as campanhas eleitorais.
Ocorre que a lei estipula os seguintes limites para doação:
Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais,
obedecido o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 1o As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas a 10% (dez por cento) dos rendimentos
brutos auferidos pelo doador no ano anterior à eleição. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
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I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 1o-B - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
em dinheiro a candidato específico, comitê ou partido deverão ser feitas mediante recibo, assinado pelo doador,
exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 28. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 2º-A. O candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o total de 10% (dez por cento) dos
limites previstos para gastos de campanha no cargo em que concorrer. (Incluído pela Lei nº 13.878, de 2019)
§ 3º A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor
de até 100% (cem por cento) da quantia em excesso. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
ALTERAÇÕES SOBRE DESPESA!
O art. 26 da Lei nº 9.504/97 prevê uma lista de despesas que os partidos e candidatos fazem durante a campanha
e que deverão ser obrigatoriamente incluídas como gastos eleitorais. Em outras palavras, são despesas que deverão
ser objeto de prestação de contas junto à Justiça Eleitoral.
A Lei nº 13.488/2017 criou exceções, ou seja, situações nas quais os gastos com transporte e deslocamento não
poderão ser computados como gastos eleitorais (novo § 3º do art. 26).
REGRA: as despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas são considerados gastos eleitorais.

EXCEÇÕES:
Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as seguintes
despesas de natureza pessoal do candidato:
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha;
b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo usado pelo candidato na
campanha;
c) alimentação e hospedagem própria;
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três
linhas.

E teve alteração em 2019! #FICADEOLHO

§ 1o São estabelecidos os seguintes limites com relação ao total do gasto da campanha: (Redação dada
pela Lei nº 13.488, de 2017)
I - alimentação do pessoal que presta serviços às candidaturas ou aos comitês eleitorais: 10% (dez por
cento); (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
II - aluguel de veículos automotores: 20% (vinte por cento). (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
§ 2o Para os fins desta Lei, inclui-se entre as formas de impulsionamento de conteúdo a priorização paga de
conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet. (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 3o Não são consideradas gastos eleitorais nem se sujeitam a prestação de contas as seguintes despesas de
natureza pessoal do candidato: (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
a) combustível e manutenção de veículo automotor usado pelo candidato na campanha; (Incluído dada pela
Lei nº 13.488, de 2017)
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b) remuneração, alimentação e hospedagem do condutor do veículo a que se refere a alínea a deste
parágrafo; (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
c) alimentação e hospedagem própria; (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
d) uso de linhas telefônicas registradas em seu nome como pessoa física, até o limite de três
linhas (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 4º As despesas com consultoria, assessoria e pagamento de honorários realizadas em decorrência da prestação
de serviços advocatícios e de contabilidade no curso das campanhas eleitorais serão consideradas gastos eleitorais,
mas serão excluídas do limite de gastos de campanha. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)
§ 5º Para fins de pagamento das despesas de que trata este artigo, inclusive as do § 4º deste artigo, poderão ser
utilizados recursos da campanha, do candidato, do fundo partidário ou do FEFC. (Incluído pela Lei nº 13.877, de
2019)
§ 6º Os recursos originados do fundo de que trata o art. 16-C desta Lei utilizados para pagamento das despesas
previstas no § 4º deste artigo serão informados em anexo à prestação de contas dos candidatos. (Incluído pela
Lei nº 13.877, de 2019)
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Tem sido cada vez mais comum que os candidatos façam propaganda eleitoral pela internet. A Lei nº 13.488/2017
atenta a esta realidade, permitiu expressamente que os candidatos e partidos políticos façam propaganda eleitoral
por meio de “posts impulsionados”:
Art. 57-C. É vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o
impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente
por partidos, coligações e candidatos e seus representantes. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 1o É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em
sítios: (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
I - de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
II - oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela divulgação da propaganda e, quando
comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
30.000,00 (trinta mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeita o responsável pela divulgação da propaganda ou pelo
impulsionamento de conteúdos e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário, à multa no valor
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais) ou em valor equivalente ao dobro da quantia
despendida, se esse cálculo superar o limite máximo da multa. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 3o O impulsionamento de que trata o caput deste artigo deverá ser contratado diretamente com provedor da
aplicação de internet com sede e foro no País, ou de sua filial, sucursal, escritório, estabelecimento ou
representante legalmente estabelecido no País e apenas com o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas
agremiações. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)
Nos posts impulsionados, o candidato, partido ou coligação paga um determinado valor para o Facebook, Instagram
ou outras redes sociais para que o post divulgando o candidato apareça em destaque na timeline dos usuários
daquela rede social. Assim, quando você estiver vendo fotos de comidas no Instagram, não se assuste se aparecer
um post de determinado candidato da sua cidade.
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Vale ressaltar que também é considerado “impulsionamento”, o valor pago para que o anúncio com o nome do
candidato apareça com destaque nos resultados da busca no Google.
Direito de resposta em caso de ofensas praticadas por meio de post impulsionados
A Lei nº 13.488/2017 prevê, de forma acertada, que em caso de ofensa realizada por meio de posts impulsionado,
o ofendido possui direito de resposta e esta, caso seja deferida pela Justiça Eleitoral, deverá ser veiculada com igual
impulsionamento e iguais características, devendo o ofensor arcar com os custos. Veja:
Art. 57-D. É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da
rede mundial de computadores - internet, assegurado o direito de resposta, nos termos das alíneas a, b e c do inciso
IV do § 3o do art. 58 e do 58-A, e por outros meios de comunicação interpessoal mediante mensagem
eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 2o A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela divulgação da propaganda e, quando
comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$
30.000,00 (trinta mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 3o Sem prejuízo das sanções civis e criminais aplicáveis ao responsável, a Justiça Eleitoral poderá determinar, por
solicitação do ofendido, a retirada de publicações que contenham agressões ou ataques a candidatos em sítios da
internet, inclusive redes sociais. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

Art. 58. 3A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado o direito de resposta a candidato, partido
ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória,
injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social.

§ 1º O ofendido, ou seu representante legal, poderá pedir o exercício do direito de resposta à Justiça Eleitoral nos
seguintes prazos, contados a partir da veiculação da ofensa:

I - vinte e quatro horas, quando se tratar do horário eleitoral gratuito;

II - quarenta e oito horas, quando se tratar da programação normal das emissoras de rádio e televisão;

III - setenta e duas horas, quando se tratar de órgão da imprensa escrita.

IV - a qualquer tempo, quando se tratar de conteúdo que esteja sendo divulgado na internet, ou em 72 (setenta e
duas) horas, após a sua retirada. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

PROPAGANDA POR MEIO DE BANDEIRAS E ADESIVOS


Propaganda por meio de bandeiras nas ruas
Tem sido muito comum nas últimas eleições as propagandas por meio de pessoas segurando bandeiras com os
nomes dos candidatos nas vias públicas.
A Lei nº 13.488/2017 tratou sobre o tema prevendo expressamente a possibilidade deste tipo de propaganda.
Além disso, a Lei disciplinou melhor a propaganda feito por meio de adesivos colados em automóveis e janelas.
Veja:

3
Obs. Se tiver tempo! Leia todo o art. 58.
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§ 2º Não é permitida a veiculação de material de propaganda eleitoral em bens públicos ou particulares, exceto
de: (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
I - bandeiras ao longo de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de
pessoas e veículos; (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
II - adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas residenciais, desde que não
exceda a 0,5 m² (meio metro quadrado) (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 3º Nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora.
§ 4o Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros
comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada. (Incluído pela Lei nº 12.034,
de 2009)
§ 5o Nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e tapumes divisórios,
não é permitida a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza, mesmo que não lhes cause
dano.
PROPAGANDA POR MEIO DE CARROS DE SOM E MINITRIOS SOMENTE EM CARREATAS E ASSIMILADOS
É muito comum, especialmente, em cidades do interior, a propaganda eleitoral por meio de “carros de som” ou
mintrios.
Esses carros de som passam pelas ruas da cidade anunciando o nome do candidato, seu número e/ou suas
propostas.
A Lei nº 13.488/2017 trouxe novas restrições a esse tipo de propaganda e passou a dizer que ela somente será
permitida “em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios”.
Assim, não é mais possível a realização de propagandas por meio de carros de som ou minitrios por meio de uma
única pessoa contratada para passar todos os dias dirigindo pelas ruas e anunciando o candidato.
Agora a propaganda feita em carros de som e minitrios só será permitida durante a realização de carreatas,
caminhadas, passeatas ou reuniões e comícios que são eventos esporádicos durante uma campanha e envolvem
uma coletividade de pessoas
Art. 39. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não
depende de licença da polícia.
§ 1º O candidato, partido ou coligação promotora do ato fará a devida comunicação à autoridade policial em, no
mínimo, vinte e quatro horas antes de sua realização, a fim de que esta lhe garanta, segundo a prioridade do aviso,
o direito contra quem tencione usar o local no mesmo dia e horário.
§ 2º A autoridade policial tomará as providências necessárias à garantia da realização do ato e ao funcionamento
do tráfego e dos serviços públicos que o evento possa afetar.
§ 3º O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som, ressalvada a hipótese contemplada no parágrafo
seguinte, somente é permitido entre as oito e as vinte e duas horas, sendo vedados a instalação e o uso daqueles
equipamentos em distância inferior a duzentos metros:
I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das
sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares;
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II - dos hospitais e casas de saúde;
III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.
(...)
§ 11. É permitida a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde que
observado o limite de oitenta decibéis de nível de pressão sonora, medido a sete metros de distância do veículo, e
respeitadas as vedações previstas no § 3o deste artigo, apenas em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante
reuniões e comícios. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
§ 12. Para efeitos desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
I - carro de som: veículo automotor que usa equipamento de som com potência nominal de amplificação de, no
máximo, 10.000 (dez mil) watts; (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
II - minitrio: veículo automotor que usa equipamento de som com potência nominal de amplificação maior que
10.000 (dez mil) watts e até 20.000 (vinte mil) watts; (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)
III - trio elétrico: veículo automotor que usa equipamento de som com potência nominal de amplificação maior que
20.000 (vinte mil) watts.
FOMENTO DA PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS E NEGROS NA POLÍTICA
Art. 93-A. O Tribunal Superior Eleitoral, no período compreendido entre 1o de abril e 30 de julho dos anos
eleitorais, promoverá, em até cinco minutos diários, contínuos ou não, requisitados às emissoras de rádio e
televisão, propaganda institucional, em rádio e televisão, destinada a incentivar a participação feminina, dos jovens
e da comunidade negra na política, bem como a esclarecer os cidadãos sobre as regras e o funcionamento do
sistema eleitoral brasileiro.

ALTERAÇÕES NA LEI 9.096/95 (LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS)

VEDAÇÕES AO RECEBIMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO

A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos.


Vejamos as alterações que foram nela promovidas pela Lei nº 13.488/2017.
O art. 31 da Lei nº 9.096/95 prevê que os partidos políticos não podem receber ajuda financeira de determinadas
pessoas (físicas ou jurídicas). Ex: não podem receber auxílio pecuniário de governos estrangeiros.
A Lei nº 13.488/2017 promove três mudanças na lista do art. 31. Veja o que mudou:
Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações referidas no art. 38 desta Lei
e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha; (Redação dada pela Lei nº 13.488,
de 2017)
III - autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, sociedades de economia mista e
fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades governamentais;
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III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
IV - entidade de classe ou sindical.
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego
público temporário, ressalvados os filiados a partido político. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

FUNDAÇÕES CRIADAS POR PARTIDOS POLÍTICOS

O art. 53 da Lei nº 9.096/95 prevê a possibilidade de que os partidos políticos criem fundações ou institutos de
direito privado para estudo, pesquisa, doutrinação e educação política:

Art. 53. A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político, destinado ao estudo e pesquisa, à
doutrinação e à educação política, rege-se pelas normas da lei civil e tem autonomia para contratar com instituições
públicas e privadas, prestar serviços e manter estabelecimentos de acordo com suas finalidades, podendo, ainda,
manter intercâmbio com instituições não nacionais.
§ 1º O instituto poderá ser criado sob qualquer das formas admitidas pela lei civil. (Incluído pela Lei nº
13.487, de 2017)
§ 2o O patrimônio da fundação ou do instituto de direito privado a que se referem o inciso IV do art. 44 desta Lei
e o caput deste artigo será vertido ao ente que vier a sucedê-lo nos casos de: (Incluído pela Lei nº 13.487,
de 2017)
I - extinção da fundação ou do instituto, quando extinto, fundido ou incorporado o partido político, assim como nas
demais hipóteses previstas na legislação; (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)
II - conversão ou transformação da fundação em instituto, assim como deste em fundação. (Incluído pela
Lei nº 13.487, de 2017)
§ 3o Para fins do disposto no § 2o deste artigo, a versão do patrimônio implica a sucessão de todos os direitos, os
deveres e as obrigações da fundação ou do instituto extinto, transformado ou convertido. (Incluído pela
Lei nº 13.487, de 2017)
§ 4o A conversão, a transformação ou, quando for o caso, a extinção da fundação ou do instituto ocorrerá por
decisão do órgão de direção nacional do partido político. (Incluído pela Lei nº 13.487, de 2017)
ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS DE 20194
Foi publicada a Lei nº 13.831/2019 que altera a Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos).
Dentro dos partidos políticos existem órgãos internos, que são chamados de órgãos partidários.
Ex: diretoria executiva nacional, diretoria executiva estadual e diretoria executiva municipal.
Existem cargos dentro desses órgãos, ocupados por dirigentes dos partidos. Assim, temos o presidente nacional
do partido, o presidente estadual, o secretário, o tesoureiro etc.
TSE fixou prazo de duração do mandato dos dirigentes partidários

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https://www.dizerodireito.com.br/2019/05/lei-138312019-altera-lei-909695-lei-dos.html
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O TSE fixou em 4 anos o prazo máximo de duração dos mandatos dos dirigentes partidários. Isso desagradou os
partidos que gostaria de ter liberdade para determinar, por meio dos regimentos internos, o prazo de duração dos
mandatos.
Como esse pleito não foi atendido pelo TSE, foi editada a Lei nº 13.831/2019, que alterou a Lei nº 9.096/95 com o
objetivo de assegurar autonomia aos partidos políticos para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros
dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.
Veja abaixo os dispositivos que foram inseridos na Lei nº 9.096/95 pela Lei nº 13.831/2019:
Previsão expressa da autonomia dos partidos
É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos
seus órgãos partidários permanentes ou provisórios (novo § 2º do art. 3º).

Prazo máximo de vigência dos órgãos provisórios


O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 anos (novo § 3º do art. 3º).
Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o
cancelamento de sua inscrição no CNPJ (novo § 4º do art. 3º).
Obs: o TSE entendia que a duração máxima dos órgãos partidários temporários era de apenas 180 dias.
Art. 3º É assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento.

§ 1º. É assegurada aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o cronograma das
atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em
lei. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.831, de 2019)

§ 2º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros
dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

§ 3º O prazo de vigência dos órgãos provisórios dos partidos políticos poderá ser de até 8 (oito)
anos. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

§ 4º Exaurido o prazo de vigência de um órgão partidário, ficam vedados a extinção automática do órgão e o
cancelamento de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). (Incluído pela Lei nº
13.831, de 2019)

Dispensa de prestação de contas se não houve movimentação de recursos


O partido político é obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o
dia 30 de abril do ano seguinte (art. 30).
O balanço contábil do órgão nacional é enviado ao TSE.
O balanço contábil dos órgãos estaduais é remetido aos TREs.
O balanço contábil dos órgãos municipais é mandado aos Juízes Eleitorais.
Além disso, em regra, os órgãos partidários são também obrigados a fazer a declaração à Receita Federal.
A Lei nº 13.831/2019 acrescenta um parágrafo ao art. 32 afirmando que, se o órgão partidário municipal não tiver
movimentado recursos ou arrecadados bens, não precisará prestar contas:
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§ 4º Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens
estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral e de enviar declarações de isenção,
declarações de débitos e créditos tributários federais ou demonstrativos contábeis à Receita Federal do Brasil, bem
como ficam dispensados da certificação digital, exigindo-se do responsável partidário, no prazo estipulado
no caput deste artigo, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.
6º O Tribunal Superior Eleitoral, na condição de unidade cadastradora, deverá proceder à reativação da inscrição
perante o CNPJ na Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil dos órgãos partidários municipais referidos no §
4º deste artigo que estejam com a inscrição baixada ou inativada, após o recebimento da comunicação de
constituição de seus órgãos de direção regionais e municipais, definitivos ou provisórios. (Redação dada pela Lei
nº 14.063, de 2020)

§ 7º O requerimento a que se refere o § 6º deste artigo indicará se a agremiação partidária pretende a efetivação
imediata da reativação da inscrição pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil ou a partir de 1º de janeiro
de 2020, hipótese em que a efetivação será realizada sem a cobrança de quaisquer taxas, multas ou outros encargos
administrativos relativos à ausência de prestação de contas. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

§ 8º As decisões da Justiça Eleitoral nos processos de prestação de contas não ensejam, ainda que desaprovadas
as contas, a inscrição dos dirigentes partidários no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público
Federal (Cadin). (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

Regras para os partidos que não tenham aplicado o mínimo dos recursos nos programas de participação feminina
na política

Art. 55-A. Os partidos que não tenham observado a aplicação de recursos prevista no inciso V do caput do art. 44
desta Lei nos exercícios anteriores a 2019, e que tenham utilizado esses recursos no financiamento das candidaturas
femininas até as eleições de 2018, não poderão ter suas contas rejeitadas ou sofrer qualquer outra
penalidade. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

Art. 55-B. Os partidos que, nos termos da legislação anterior, ainda possuam saldo em conta bancária específica
conforme o disposto no § 5º-A do art. 44 desta Lei poderão utilizá-lo na criação e na manutenção de programas de
promoção e difusão da participação política das mulheres até o exercício de 2020, como forma de
compensação. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

Art. 55-C. A não observância do disposto no inciso V do caput do art. 44 desta Lei até o exercício de 2018 não
ensejará a desaprovação das contas. (Incluído pela Lei nº 13.831, de 2019)

Art. 55-D. Ficam anistiadas as devoluções, as cobranças ou as transferências ao Tesouro Nacional que tenham como
causa as doações ou contribuições feitas em anos anteriores por servidores públicos que exerçam função ou cargo
público de livre nomeação e exoneração, desde que filiados a partido político. (Incluído pela Lei nº 13.831,
de 2019)

Art. 55-E. O disposto no art. 30 desta Lei deverá ser implantado no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado da data de entrada em vigor deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.877, de 2019)

Ainda em 2019, foi publicada a LEI 13.877/19, que fez importantes alterações. Vamos ver as principais?
Art. 8º da Lei de Eleições
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Como era? Como ficou?


Art. 8º O requerimento do registro de partido Art. 8º O requerimento do registro de partido político,
político, dirigido ao cartório competente do dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Pessoas Jurídicas do local de sua sede, deve ser subscrito
Federal, deve ser subscrito pelos seus fundadores, pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101
em número nunca inferior a cento e um, com (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3
domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos (um terço) dos Estados, e será acompanhado de:
Estados, e será acompanhado de: (...)
1º O requerimento indicará o nome e função dos § 1º O requerimento indicará o nome e a função dos
dirigentes provisórios e o endereço da sede do dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido
partido na Capital Federal. no território nacional. (Redação dada pela Lei nº
13.877, de 2019)

Art. 19 da Lei de Eleições


Como era? Como ficou?
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e Art. 19. Deferido internamente o pedido de filiação, o
outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos partido político, por seus órgãos de direção municipais,
de direção municipais, regionais ou nacional, regionais ou nacional, deverá inserir os dados do filiado no
deverá remeter, aos juízes eleitorais, para sistema eletrônico da Justiça Eleitoral, que
arquivamento, publicação e cumprimento dos automaticamente enviará aos juízes eleitorais, para
prazos de filiação partidária para efeito de arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de
candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes filiação partidária para efeito de candidatura a cargos
de todos os seus filiados, da qual constará a data eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da
de filiação, o número dos títulos eleitorais e das qual constará a data de filiação, o número dos títulos
seções em que estão inscritos. eleitorais e das seções em que estão inscritos.
§ 1º Se a relação não é remetida nos prazos § 1º Nos casos de mudança de partido de filiado eleito, a
mencionados neste artigo, permanece inalterada Justiça Eleitoral deverá intimar pessoalmente a
a filiação de todos os eleitores, constante da agremiação partidária e dar-lhe ciência da saída do seu
relação remetida anteriormente. filiado, a partir do que passarão a ser contados os prazos
para ajuizamento das ações cabíveis. (Redação
dada pela Lei nº 13.877, de 2019)

Art. 37 da lei de Eleições


Como era? Como ficou?
§ 10. Os gastos com passagens aéreas serão § 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados
comprovados mediante apresentação de fatura mediante apresentação de fatura ou duplicata emitida por
ou duplicata emitida por agência de viagem, agência de viagem, quando for o caso, e os beneficiários
quando for o caso, desde que informados os deverão atender ao interesse da respectiva agremiação e,
beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a nos casos de congressos, reuniões, convenções, palestras,
exigência de apresentação de qualquer outro poderão ser emitidas independentemente de filiação
documento para esse fim. partidária segundo critérios interna corporis, vedada a
exigência de apresentação de qualquer outro documento
para esse fim.

Art. 262 do Código Eleitoral (incluíram alguns parágrafos):


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Art. 4º O art. 262 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar acrescido dos seguintes
§§ 1º, 2º e 3º: Promulgação partes vetadas
‘Art. 262. ......................................................................................................................
§ 1º A inelegibilidade superveniente que atrai restrição à candidatura, se formulada no âmbito do processo de
registro, não poderá ser deduzida no recurso contra expedição de diploma.
§ 2º A inelegibilidade superveniente apta a viabilizar o recurso contra a expedição de diploma, decorrente de
alterações fáticas ou jurídicas, deverá ocorrer até a data fixada para que os partidos políticos e as coligações
apresentem os seus requerimentos de registros de candidatos.
§ 3º O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo de 3 (três) dias após o último dia limite fixado
para a diplomação e será suspenso no período compreendido entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, a partir
do qual retomará seu cômputo.’” (NR)
Obs. As demais alterações já foram incluídas nos artigos citados no decorrer de todo o arquivo.
#DEOLHONAJURIS:

A Lei nº 13.107/2015 acrescentou o § 9º ao art. 29 da Lei nº 9.096/95 prevendo o seguinte: § 9º Somente será
admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior
Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos. Essa previsão é constitucional e não viola a autonomia partidária prevista
no art. 17 da CF/88. A exigência do tempo mínimo de 5 anos para que possa ser feita a fusão ou incorporação de
partidos políticos é necessária para garantir o compromisso do cidadão com a sua opção partidária, evitando-se
agremiações descompromissadas e sem substrato social. Além disso, reforça o objetivo do constituinte reformador,
expresso na EC 97/2017, em coibir o enfraquecimento da representação partidária. STF. Plenário. ADI 6044/DF, Rel.
Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

Mesmo com a situação de calamidade pública decorrente da covid-19, são constitucionais e devem ser mantidos
os prazos para filiação partidária e desincompatibilização previstos na legislação para a as eleições municipais de
2020. STF. Plenário. ADI 6359 Ref-MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2020 (Info 977).

São constitucionais as modificações realizadas pela Lei nº 13.107/2015 nos arts. 7º e 29 da Lei nº 9.096/95 (Lei dos
Partidos Políticos). A Constituição Federal garante a liberdade para a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, a eles assegurando a autonomia (art. 17). Ocorre que não há liberdade absoluta. Também não
se tem autonomia sem limitação. Logo, é possível que sejam estabelecidos requisitos e condições para a criação,
fusão e incorporação de partidos políticos. As normas legais impugnadas não afetam, reduzem ou condicionam a
autonomia partidária, porque o espaço de atuação livre dos partidos políticos deve estar de acordo com as a normas
jurídicas que estabelecem condições pelas quais se pode dar a criação, ou recriação por fusão ou incorporação de
partido sem intervir no seu funcionamento interno. STF. Plenário. ADI 5311/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
4/3/2020 (Info 968)

É constitucional o art. 4º da Lei nº 13.165/2015, que deu nova redação ao art. 108 do Código Eleitoral, para dizer
que só será eleito o candidato que obtiver votos em número igual ou superior a 10% do quociente eleitoral. Essa
alteração não viola o princípio democrático ou o sistema proporcional, consistindo, antes, em valorização da
representatividade e do voto nominal, em consonância com o sistema de listas abertas e com o comportamento
cultural do eleitor brasileiro. A pessoa que está sendo eleita pelo partido tem que ter o mínimo de
representatividade popular e, por isso, se estabeleceu esses 10%. O objetivo do legislador foi o de acabar com a
figura do “puxador de votos”, excluindo da participação, no parlamento, candidatos que pessoalmente tenham
obtido votação inexpressiva e, por isso, tenham representatividade popular ínfima. STF. Plenário. ADI 5920/DF, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 4/3/2020 (Info 968).
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É inconstitucional a expressão “número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário do
art. 107”, prevista no inciso I do art. 109 do Código Eleitoral, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015. Com a
declaração de inconstitucionalidade dessa expressão, deve-se adotar o critério de cálculo anterior, ou seja, o que
vigorava antes da Lei nº 13.165/2015. STF. Plenário. ADI 5420/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/3/2020 (Info
968).

É constitucional o art. 3º da Lei nº 13.488/2017 que deu nova redação do art. 109, § 2º, do Código Eleitoral e
estabeleceu que todos os partidos e coligações que participaram do pleito podem concorrer às denominadas
“sobras eleitorais”. • Antes da Lei nº 13.488/2017: somente poderia concorrer à distribuição das sobras eleitorais
os partidos ou as coligações que tivessem obtido quociente eleitoral. • Depois da Lei nº 13.488/2017: podem
concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos e coligações que participaram do pleito. Trata-se de uma
opção legislativa legítima, que não viola diretamente qualquer dispositivo da Constituição Federal. STF. Plenário.
ADI 5947/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/3/2020 (Info 968)

O art. 45, II e III da Lei nº 9.504/97 prevê que, depois do prazo para a realização das convenções no ano das eleições,
as emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário, não podem: a) usar trucagem,
montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato,
partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito (inciso II) e b) difundir opinião favorável ou
contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes (segunda parte do inciso III). Os §§ 4º e
5º explicam o que se entende por trucagem e por montagem. O STF decidiu que tais dispositivos são
INCONSTITUCIONAIS porque representam censura prévia. A liberdade de expressão autoriza que os meios de
comunicação optem por determinados posicionamentos e exteriorizem seu juízo de valor, bem como autoriza
programas humorísticos, “charges” e sátiras realizados a partir de trucagem, montagem ou outro recurso de áudio
e vídeo, como costumeiramente se realiza, não havendo nenhuma justificativa constitucional razoável para a
interrupção durante o período eleitoral Vale ressaltar que, posteriormente, é possível a responsabilização dos
meios de comunicação e de seus agentes por eventuais informações mentirosas, injuriosas, difamantes. O que não
se pode é fazer uma censura prévia. São inconstitucionais quaisquer leis ou atos normativos tendentes a
constranger ou inibir a liberdade de expressão a partir de mecanismos de censura prévia. STF. Plenário. ADI
4451/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20 e 21/6/2018 (Info 907).

Pessoal! Termino este adendo, torcendo pela aprovação de cada um de você! Espero ter contribuído
para tanto.

“Acredite e não se explique, pois, poucos vão entender: só se compreende um sonho se o sonhador for
você”5

Boa Sorte. Prof. Ketlin.

5
Bráulio Bessa.

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