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Revista Serviço Social em Perspectiva,

Volume 4, Edição Especial, março de 2020.


Anais do II Encontro Norte Mineiro de Serviço Social
https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/sesoperspectiva
Comunicação Oral
Eixo Temático – Estado e Políticas Sociais

UMA PONTE PARA O DESASTRE SOCIAL E A EXPROPRIAÇÃO DO FUNDO PÚBLICO NO


BRASIL

Brenda Alyne Alves Nogueira1


NatháliaEliette Barbosa2
Wesley Helker Felício Silva3

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discutir acerca do fundo público e a sua
disputa em contexto de crise do capital, portanto, este estudo busca apreender os
fundamentos do fundo público e a sua destinação na sociedade. Além disso, foi realizado um
recorte histórico a partir de 2015, momento que iniciou o golpe institucional-parlamentar
contra a ex-presidente Dilma Rousseff e que acarretou a diversos ataques aos direitos sociais
estabelecidos na Constituição Federal de 1988, após a destituição da presidenta do poder e a
formulação do documento Uma Ponte para o Futuro, colocando o fundo público como
principal mecanismo de disputa.
Palavras-chaves: Fundo Público, Capital, Crise.

Abstract:The present work aims to discuss about the public fund and its dispute in the
context of a capital crisis, therefore, this study seeks to apprehend the fundamentals of the
public fund and its destination in society. In addition, a historical cut was made from 2015, a
moment that started the institutional-parliamentary coup against former President
DilmaRousseff and which led to several attacks on the social rights established in the Federal
Constitution of 1988, after the dismissal of the president of the power and the formulation of
the document ABridge to the Future, placing the public fund as the main dispute mechanism.
Keywords: Public Fund, Capital, Crisis.

1
Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
2
Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
3
Doutor em Serviço Social pela UFRJ e professor da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

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1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem como objetivo realizar uma análise sobre os fundamentos do fundo
público e a sua destinação no contexto de crise. Deste modo, foi realizado uma abordagem
sobre a categoria fundo público partir dos seguintes autores Behring (2010), Oliveira (1988) e
Salvador (2019), buscando compreender como se dá a formação dessa massa orçamentaria e
a sua destinação, atentando-se às divergências da sua análise tendo em vista a produção de
valor no capitalismo contemporâneo.
Além disso, foi realizado um recorte histórico a partir do no de 2015, período que
iniciou o grupo de Estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff no Brasil. O objetivo dessa
análise é compreender como o fundo público se tornou o principal componente de disputa no
capitalismo contemporâneo, portanto, foi feito uma análise do documento Uma Ponte para o
Futuro, elaborado no mesmo ano por Michel Temer que previa um duro ataque aos direitos
sociais inscritos na Constituição Federal de 1988, dentre os quais, além de uma
contrarreforma previdenciária, previa o congelamento dos gastos públicos por 20 anos para
conter o déficit primário.
Para tanto, foi realizado uma pesquisa bibliografia como forma de abranger e
conceituar o tema, além disso, foi utilizado a pesquisa qualitativa que tem como concepção de
que o conhecimento se produz a partir da relação dinâmica entre sujeito e objeto. Nesse
sentido, através da pesquisa documental foram extraídos dados de relatórios publicados por
órgãos oficiais do governo e institutos de pesquisa, que vem mostrando as arrecadações e os
gastos do governo brasileiro nos últimos anos.
Logo, esta pesquisa é relevante pois busca compreender como se dá a utilização dessa
massa orçamentária que em sua maior parte constitui-se do tempo de trabalho necessário,
diga-se, de parte dos salários da classe trabalhadora, tendo em vista a tributação regressiva no
Brasil, buscando analisar suas contradições ao intensificar seu destino para o capital
financeiro no intuito de alavancar o processo de acumulação e amortizar a dívida pública do
país.

2. DESENVOLVIMENTO

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O fundo público é um mecanismo usado para compreender como o capitalismo perdeu
a sua capacidade de auto regulação, conforme Behring (2010) aponta que em contexto de
crise o sistema capitalista utiliza do fundo público para manter o seu processo de acumulação
de capital.
Conforme, a ótica liberal esse processo de crise é oriundo de uma intervenção estatal,
na qual o Estado torna-se o promotor do desenvolvimento econômico. Contudo, no período
em que as demandas sociais tornam-se cada vez mais crescentes, o Estado é chamado a
ampliar o espaço de destinação do fundo público, tendo em vista o processo de produção e
reprodução do capital.
Diante disse, o fundo público é caracterizado como um componente estrutural ao
capitalismo contemporâneo, sendo essencial e insubstituível. Como pontua a autora

(...) o que se observa é que o fundo público assume tarefas e proporções cada
vez maiores no capitalismo contemporâneo, diga-se, em sua fase madura e
fortemente destrutiva, com o predomínio do neoliberalismo e da
financerização, não obstante todas as odes puramente ideológicas em prol do
Estado mínimo, amplamente difundidas desde os anos 80 do século XX
(BEHRING, 2010, p. 14).

Partindo dessa concepção, para Oliveira (1998) fundo público procura explicar a
construção de uma nova sustentação no modo de produção capitalista, constituído
concomitantemente de valor e antivalor, e que juntamente com o capital sustenta o processo
de valorização. Processo de produção, no qual, se dá por meio de luta de classe e o
deslocamento da esfera das relações privadas para a das relações públicas.
Desse modo, Oliveira (1998, p.19-20) compreende “o fundo público, em suas diversas
formas, é o pressuposto do financiamento da acumulação de capital e da reprodução da força
de trabalho, atingindo globalmente toda a população por meio dos gastos sociais”, ou seja, tem
como função sustentar o processo acumulativo do capital através de subsídios que
contribuem para a valorização do sistema capitalista e o financiamento da reprodução da
força de trabalho, por meio de investimentos em políticas públicas, como a saúde, a educação,
lazer e outras políticas de proteção social para a população.
De acordo Behring (2010, p.21), o fundo público é constituído pelo trabalho necessário
(salários) e o trabalho excedente (lucros), sendo uma massa de recursos orçamentário que se
apropriou da mais valia produzida por meio de impostos e tributos que incidem sobre os

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salários e lucros. Assim sendo, para a autora o fundo público é formado pela “(...) exploração
do trabalho na produção que é complementada pela exploração tributaria crescentes em
tempo de intensa crise e metabolismo do capital”.
Ou seja, o fundo público é um recurso compulsório que se dá através da classe
trabalhadora, devido está vinculado a impostos que basicamente estão embutidos nos preços
das mercadorias e/ou serviços de forma direta ou indireta. Partindo da percepção de que o
fundo público é considerado um elemento que se forma pela junção dos salários e lucros,
consequentemente, tem como função regular o processo de reprodução do capital e da força
de trabalho.
Nesse sentido, Salvador (2019, p.100) supõe que “o fundo público envolve toda a
mobilização de recursos que o Estado tem para intervir na economia, seja por meio das
empresas públicas, pelo uso das suas políticas monetária e fiscal, assim como pelo orçamento
público”, além disso, para o autor a constituição desse fundo se dá através da extração de
recursos provenientes da sociedade, via impostos e taxas.
Logo, Behring (2010) pontua que o fundo público atua na intensificação e ampliação do
sistema capitalista, e, em especial em momento de quedas da taxa de lucros, intervindo no
processo de circulação de mercadorias e dinheiro, sendo um elemento que contribui para a
consolidação e expansão do modo de produção capitalista.
Pois, conforme Boschetti (2018) o Estado participa do modo de produção capitalista,
no processo de constituição do valor e mais-valor, a partir da exploração da força de trabalho
como meio de acumulação; agindo de forma direta e indireta na regulação, centralização e
distribuição do trabalho excedente e o trabalho necessário.
Por conseguinte, é possível perceber que tanto Behring (2010) como Salvador (2019)
têm a mesma concepção acerca do fundo público como sendo uma massa orçamentária
formada cujo objetivo é manter a acumulação capitalista, tensionada para ser usada em sua
maior parte na amortização da dívida pública destinada ao capital portador de juros.
Perante a isso, Behring (2010) entende que no capitalismo contemporâneo essa massa
orçamentária atua somente em causas que atendem os interesses dos capitais, tendo em vista
o papel do Estado, através da dívida pública, no processo de reprodução ampliada do capital.
Nessa direção, para Behring (2010) é ilusório o argumento de Francisco de Oliveira
referente ao fundo público no capitalismo contemporâneo, no qual o Estado se apropria dos

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recursos públicos que foram extraídos da mais-valia socialmente produzida, como forma de
assegurar o seu processo de acumulação e reprodução; e diante esse processo ocorre o
desenvolvimento de políticas sociais. Pois, segundo a autora o fundo público retorna para a
classe trabalhadora através de benefícios monetários, com o intuito de manter o processo de
reprodução da superexploraçao relativa estagnada, logo, contribui para a expropriação de
direitos.
Em outros termos, a autora entende que em contextos de crise o fundo público
participa ativamente do processo de circulação do capital e na extração da mais valia, sendo
uma chave essencial para a regulação do capital assegurando condições para sua produção e
reprodução. Em suma, o fundo público atua diretamente na lógica de valorização do capital e
não necessariamente como um “antivalor”, uma vez que, sem ele não existiria a lógica
capitalista.
Behring (2010, p. 24) ainda pontua que o fundo público é o componente que atua sobre
a ciclo D-M-D’, e quando esse ciclo se encontra em estado de crise. O financiamento público é o
principal elemento para que volte ao processo normal de produção, impulsionando o
desenvolvimento do sistema capitalista, ou seja, o fundo público ocupa um lugar estrutural,
sendo “um suporte à rotação mais rápida em contexto de ampliação dos riscos dos
investimentos, pelos efeitos da compressão espaço-temporal produzida pela busca da
diminuição do tempo de rotação”
Por conseguinte, com o processo de extração da mais valia no âmbito de reprodução
ampliada do capital, intensifica-se uma disputa pelo fundo público entre os capitais e a classe
trabalhadora. Assim sendo, com a correlação de forças existente, o fundo público no
capitalismo contemporâneo tende a beneficiar mais os interesses do capital em relação aos
dos trabalhadores, ocorrendo uma desigualdade na repartição do financiamento público.
No Brasil, com a crise de acumulação capitalista evidenciada a partir de 2015 com a
queda das taxas de lucros oriundo do decréscimo do capital variável em relação ao capital
constante e a elevação dos salários através da redução do exército industrial de reserva
acentuando no conflito entre capital e trabalho, houve uma desconfiança e descontentamento
das frações do bloco do poder em relação à forma de governo exercida pela ex-presidente
Dilma Rousseff.

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Por isso, essas frações passaram a defender uma série de contrarreformas como a da
previdência e uma redução no custo da força de trabalho, visando a realização de um ajuste
fiscal através de cortes de gastos do Estado, tendo como objetivo retirar o país da crise
através do remédio neoliberal.
Com a reforma da previdência, o bloco no poder e suas frações visavam realizar um
ajuste fiscal em cerca da renumeração do trabalhador e cortes em alguns gastos do Estado, no
entanto, como anteriormente destacado, o bloco no poder e a classe política entraram em um
acordo, no qual no final de 2015 foi proposto a Agenda Brasilque se estendeu no documento
Uma Ponte Para o Futuro, no qual tinha como objetivo “(...) o resgate pleno da agenda
neoliberal (o modelo perdedor nas eleições de 2014), purificando-a dos arroubos sociais dos
governos do PT e retornando o processo de privatização, relativamente brecado nas gestões
de Lula e Dilma” (PAULANI, 2016, p.74).
De acordo com o documento, este programa busca “preservar a economia brasileira e
tornar viável o seu desenvolvimento, devolvendo ao Estado a capacidade de executar políticas
sociais que combatam efetivamente a pobreza e criem oportunidades para todos” (PMDB,
2015, p. 2).
Conforme o documento Uma Ponte para o Futuro o Brasil está passando por uma
grande e dura crise fiscal, com elevados déficits e com crescente aumento da dívida pública,
portanto, é necessária esta reforma por contribuir para o crescimento econômico e por serem
“capazes de produzir tanto a redução inteligente das despesas como a diminuição dos custos
da dívida” (PMDB, 2015, p.16).
Deste modo, o referido documento apresenta as seguintes propostas, metas e objetivos
construir uma equilíbrio fiscal duradouro, com superávit operacional e a redução progressiva
do endividamento público; estabelecer um limite para as despesas de custeio inferior ao
crescimento do PIB; alcançar, em no máximo 3 anos, a estabilidade da relação Dívida/PIB e
uma taxa de inflação no centro da meta de 4,5%; executar uma política de desenvolvimento
centrada na iniciativa privada; realizar a inserção plena da economia brasileira no comércio
internacional; promover legislação para garantir o melhor nível possível de governança
corporativa às empresas estatais e às agências reguladoras; reformar amplamente o processo
de elaboração e execução do orçamento público; estabelecer uma agenda de transparência e
de avaliação de políticas públicas; na área trabalhista, permitir que as convenções coletivas

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prevaleçam sobre as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos; na área tributária,
realizar um vasto esforço de simplificação, reduzindo o número de impostos e unificando a
legislação do ICMS; promover a racionalização dos procedimentos burocráticos e assegurar
ampla segurança jurídica para a criação de empresas e para a realização de investimentos; dar
alta prioridade à pesquisa e o desenvolvimento tecnológico que são a base da inovação.
Entretanto, para conseguir a implementação do que foi proposto as frações sociais (os
grandes empresários, os políticos, a mídia e a lava jato) se uniram para retirar o PT e a Dilma
do poder, e para que este processo fosse executado foi aprovado a Emenda Constitucional n.
95/2016 que pretendia estabelecer um novo regime fiscal limitando os gastos do governo
pelos próximos 20 anos, originado da chamada “Pec do Fim do Mundo”, a Proposta de Emenda
à Constituição 241 (Câmara dos Deputados) e a EC 55 (no Senado Federal).
Ou seja, os gastos com serviços públicos como a saúde e a educação seria apenas
nominal, não será permitido que as despesas do governo aumentem acima da inflação, mesmo
que haja taxas de crescimento econômico ou demográfico, pois, o recurso destinado para
esses serviços são direcionados para resolução da crise, isto é, direcionado para amortização
da dívida pública.
Logo, o fundo público ganha centralidade no contexto de crise do capitalismo, no que
se refere à disputa pela a massa de recursos apreendidos pelo Estado, no qual tem se como
prioridade o ajuste fiscal demandado pelo mercado, excluindo a classe subalterna no processo
de repartição desse recurso.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise referente aos fundamentos do fundo público e o processo ocorrido


no Brasil a partir de 2015 é nítido perceber que após a derrubada da ex-presidente Dilma do
poder, houve diversos cortes e reduções de recursos destinados aos serviços e políticas
públicas acarretando-se no processo de pauperização e superexploração da classe
trabalhadora; além disso, em contexto de crise o fundo público passou a ganhar centralidade
referente ao processo de disputa pelo destino da massa de recursos capturados pelo Estado.

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Sendo assim, um recurso apenas que será usufruído pelo capital financeiro a partir da
expropriação do fundo público que ocorre através do mecanismo da dívida pública.
Por fim, percebe-se que o fundo público é um mecanismo usado alavancar a
acumulação capitalista, desvinculando-se da função de mantedor de políticas públicas que
atendessem as demandas do trabalho e sociais, e que em momento de crise essa massa
orçamentária é destinada ao capital financeiro, deixando assim a classe trabalhadora, a que
mais contribui para sua sustentação, desprotegida, como elucida Salvador (2010, p.356) “o
fundo público transfere enorme massa de recursos para os rentistas, o que restringi as
políticas sociais, a capacidade de investimento público, ainda, concentrando renda e riqueza e
dificultando o crescimento econômico”.
No Brasil, a partir do documento Uma Ponte Para o Futuro houve o agravamento desse
processo de expropriação dos direitos sociais através da utilização pelo capitais dos recursos
destinados ao financiamento das políticas sociais, ou seja, conforme Paulani (2016, p.74) esse
documento tinha como objetivo não apenas acabar com os programas e políticas sociais
criadas no governo do PT, e sim “(...) destruir a Constituição de 1988”, sendo assim
considerado uma ponte para o abismo no qual se precipitara o país.
Nesse sentido, em 2019 houve um bloqueio no orçamento fazendo com que as verbas
para custeio e investimento caísse para 90 bilhões de reais e que 44% de todo o orçamento
federal fosse destinado para o pagamento da dívida pública, no qual afetara diretamente as
políticas sociais. Além disso, com Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019, nesse mesmo
compasso bloqueou o orçamento para a educação em 5,83 bilhões de reais, afetando o
funcionamento das Universidades públicas, ao mesmo tempo em que acentuou o discurso da
sua mercantilização, e ainda 0,599 bilhões da saúde, precarizando ainda mais os serviços do
Sistema Único de Saúde – SUS (FARAGE, 2019).
Portanto, o fundo público é um mecanismo essencial usado em contexto de crise como
forma de contribuir para a regulação do sistema capitalista, possuindo um lugar estrutural
para a reprodução do capital.

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REFERÊNCIAS

AUDITORIA CIDADÃ DA DIVIDA. O rombo das contas públicas (folheto). Disponível em:
https://auditoriacidada.org.br/conteudo/o-rombo-das-contas-publicas-esta-no-sistema-da-
divida-e-nao-na-previdencia-social/. Acesso em 22/09/2019.

BEHRING. Elaine. Crise do capital, fundo púbico e valor. In: BOSCHETTI, Ivanete, [et al.];
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Boschetti, Ivanete. Expropriação de direitos e reprodução da força do trabalho. In.:Boschetti,


Ivanete (orgs.). Expropriação e direitos no capitalismo. São Paulo: Cortez, 2018.

FARAGE, Eblin. Capitalismo contemporâneo e os projetos de educação no Brasil. Oficina


Regional da Associaçao Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. – ABEPSS/Leste,
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OLIVEIRA. Francisco de. Os direitos do antivalor: a economia política da hegemonia


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SALVADOR. Evilásio. Fundo público, crise e financerização da previdência social. In.:


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________________. Capital portador de juros: sócio privilegiado do fundo público no Brasil.


In.:Fundo público e seguridade social no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010.

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