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IA forte e IA fraca ( JOHN SEARLE)

ohn Searle (n. 1932) distingue a IA forte da IA fraca, opondo-se à IA forte que se define pela seguinte
perspectiva: «Um computador apropriadamente programado, que passe o teste de Turing, terá
necessariamente uma mente». Searle defende uma perspectiva diferente, a IA fraca em que «Um
computador apropriadamente programado pode simular processos mentais e ajudar-nos a compreender
a mente, mas isso não significa que tenha uma mente, mesmo que passe o teste de Turing».

Para Searle esta é a única perspectiva aceitável, pois as simulações computacionais do funcionamento da
nossa mente, desenvolvidas pelos investigadores da IA, podem ajudar-nos a compreender melhor a nossa
mente. Para refutar a IA forte, este filósofo propõe um argumento baseado numa experiência mental:
argumento do quarto chinês.

Definição do argumento
O quarto chinês foi um argumento construído por John Searle em 1980, um filósofo norte-
americano que pretendia com essa teoria contrapor os pesquisadores da área da
Inteligência Artificial. Esse argumento tem certa relação com o Teste de Turing, que objetiva
verificar se uma máquina pode ou não ser considerada inteligente. Caso você não conheça o
Teste de Turing, clique aqui para ler um artigo sobre esse assunto!
O argumento de Searle é baseado no fato de que os computadores podem entender
somente a sintaxe mas não a semântica;
Searle defende o argumento do quarto chinês que tem a seguinte teoria: supondo que uma
certa pessoa, cujo nome poderá ser António, está fechada num quarto (“quarto chinês”), no
qual existem cestos cheios de rabiscos estranhos que, para ele, não têm significado
nenhum. Nesse quarto, existe também um livro com regras em português (supondo que o
António é português) que serve para manipular os rabiscos em função do seu aspecto visual;
também existente no quarto uma abertura na porta à qual chegam de vez em quando novos
papéis com rabiscos.
Ora, o António, com a ajuda do livro, vai engendrando os rabiscos de acordo com as regras
que vêm no livro. Porém, o António não sabe que esses tais rabiscos são perguntas em
chinês colocadas por uma outra pessoa que domina a língua chinesa, e os símbolos, que
quem está dentro do quarto envia para o exterior, são as respostas em chinês a essas
perguntas.

A pessoa que se encontra do lado de fora do quarto fica com a ideia de que a pessoa que se
encontra no interior também percebe de chinês, mas isso não acontece, pois o António
limita-se a seguir o que o livro indica, sem saber o que significam cada um dos símbolos que
lhe é fornecido.
https://notapositiva.com/inteligencia-artificial-2/
https://iaexpert.academy/2017/02/14/argumento-do-quarto-chines/

O argumento do quarto chinês ( outro texto já com os dois)


A ideia de que a inteligência equivale a comportamento inteligente foi contestada por
algumas pessoas. O contra-argumento mais conhecido é a experiência intelectual do Quarto
Chinês, de John Searle. Searle descreve uma experiência em que uma pessoa que não sabe
falar chinês está trancada num quarto. Fora do quarto, está uma pessoa que pode passar
notas escritas em chinês para dentro do quarto, através de uma ranhura. A pessoa dentro
do quarto recebe um manual volumoso, onde pode encontrar instruções detalhadas para
responder às notas que recebe do exterior.
Searle argumentou que, mesmo que a pessoa fora do quarto tenha a sensação de que está a
conversar com outra pessoa que fala chinês, a pessoa dentro do quarto não percebe chinês.
Do mesmo modo, prossegue o argumento, mesmo que uma máquina se comporte de forma
inteligente, por exemplo passando no teste de Turing, isso não significa que seja inteligente
ou que tenha uma «mente» da mesma forma que um ser humano. A palavra «inteligente»
também pode ser substituída pela palavra «consciente», podendo invocar-se um argumento
semelhante.
Um carro autónomo é inteligente?
O argumento do Quarto Chinês contraria a noção de que a inteligência pode ser dividida em
pequenas instruções mecânicas automatizáveis.
Um carro autónomo é um exemplo de um elemento de inteligência (conduzir um carro) que
pode ser automatizado. No entanto, o argumento do Quarto Chinês sugere que isto não é
verdadeiramente pensamento inteligente: apenas aparenta sê-lo. Voltando à discussão
anterior sobre as «palavras mala», o sistema de IA instalado no carro não vê ou compreende
o seu ambiente, nem sabe como conduzir em segurança, da mesma forma como um ser
humano vê, compreende e sabe. Segundo Searle, isto significa que o comportamento
inteligente do sistema é fundamentalmente diferente de ser realmente inteligente.
Qual é a importância da filosofia na prática?
A definição de inteligência, natural ou artificial, e de consciência parece ser extremamente
evasiva e leva a um diálogo aparentemente infindável. Com uma companhia intelectual,
este debate pode ser bastante agradável (na ausência de uma companhia adequada, livros
como The Mind’s I, da autoria de Hofstadter e Dennett, podem ser estimulantes).
No entanto, tal como sublinhado por John McCarthy, a filosofia da IA «provavelmente não
terá mais efeito na prática da investigação sobre IA, do que a filosofia da ciência em geral
tem na prática da ciência». Assim, continuaremos a investigar sistemas que são úteis para
resolver problemas práticos, sem questionar demasiado se são inteligentes ou apenas se
comportam como tal.
https://course.elementsofai.com/pt/1/3
Contra-argumento à objecção do sistema por John R. Searle
Na defesa do seu argumento do Quarto Chinês (QC) Searle supõem que o António memoriza
todos os elementos do sistema, isto é que interioriza todas as regras expostas nos bancos de
dados e que as aplique sem consultas posteriores. No entanto apesar de conhecer todas as
regras, continua a não saber porque as aplica – António continua a não perceber chinês, e
consequentemente o sistema também não, pois agora o sistema é apenas mais uma parte
dele.
Site: nota positiva

OUTRO TEXTO:
John Searle responde à objeção proposta baseando-se na ideia de que o indivíduo
interioriza todos os elementos do sistema, isto é, memoriza as regras da tabela e os bancos
de dados com símbolos chineses, fazendo, assim todos os cálculos na sua cabeça. Deste
modo, todo o sistema é incorporado no sujeito, sendo possível até dispensar o quarto e
supor que ele trabalha no exterior. Contudo, a pessoa continua sem entender chinês,
portanto o sistema também não consegue compreende, visto que para além de não haver
nado no sistema que não esteja no sujeito, também o sistema constitui apenas uma parte
do indivíduo.
https://pt.slideshare.net/inteligncia-artificial-15223154

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