Você está na página 1de 5

André Kawatsu – Bruno Sgotti – Hedla Sol

Karen Kramek – Lavignia Souza – William Albuquerque

Análise e Desenvolvimento de Sistemas – 6º ciclo

Resumo: Inteligência Artificial ou Imbecilidade automática ? As máquinas


podem pensar e sentir?

1. O ser humano é uma máquina?


Para Valdemar Setzer, seres humanos não são máquinas. Seja pela
definição linguística, ou pelo fato de que seres humanos podem
determinar seus próprios pensamentos, além de possuírem imaginação
e sonhos. Outro fato que ele determina que diferencia humanos de
máquinas é pela capacidade de aprendizado, que humanos possuem,
enquanto máquinas não aprendem e sim armazenam dados, portanto
elas possuem uma memória limitada, enquanto humanos tem uma
memória infinita.

2. Os filmes Bicentennial Man e AI


Nesses filmes, a mensagem passada é que robôs serão capazes de se
comportar como humanos, tendo sentimentos, ideais etc. E que os
humanos não farão distinção entre humano e máquina, além de que
com o avanço da tecnologia, será possível que os humanos se tornem
máquinas, repassando suas memórias e temperamento para uma
máquina. E com essa tecnologia, os robôs acabarão substituindo os
humanos, e que na verdade ao invés de máquinas estarem se tornando
“humanas”, temos o ser humano sendo uma máquina.

3. Qual a posição dos cientistas?


Segundo Valdemar Setzer, a maioria dos cientistas, principalmente na área
de Inteligência Artificial, tem o pensamento de que o ser humano é uma
máquina. Setzer cita diversos exemplos em sua pesquisa, entre eles a fala do
pesquisador científico e escritor John Searle, que diz que, de certa forma, todos
nós somos máquinas, partindo do sentido de que a máquina é somente um
sistema físico. Em sua obra, Valdemar fala sobre esse pensamento equivocado
dos cientistas, pois a mente humana possui semântica e várias outras coisas
que a diferencia das máquinas, que possuem um sistema sintático e
computadorizado.
4. Questões a serem abordadas
Existem algumas questões que podem ser abordadas sobre esse tema,
são elas:
- As máquinas possuem sentimentos?
- Elas podem pensar como o ser humano?
- As máquinas podem ser inteligentes?
- O ser humano é um ser puramente físico?
- As máquinas poderão exercer todas as atividades humanas? Se sim,
elas serão melhores?
Depois de levantar todas as questões que são abordadas dentro desse
tema, Setzer as responde detalhadamente, como estará apresentado nos
próximos tópicos desse trabalho.
5. Sensações e sentimentos
Sensação é uma reação interior, por exemplo o sabor de algo. Sentimento
também é uma reação interior, como o gostar ou não de algo. Ambos citados
anteriormente são únicos e individuais onde um indivíduo não possui as
mesmas percepções de outro sobre um mesmo elemento.
Máquinas analógicas, como geladeiras, não possuem individualidades
executando tarefas idênticas, enquanto máquinas digitais, como computadores,
interpretam números executando comandos. Portanto, máquinas são objetivas
e computadores, além de objetivas são universais.
Sendo as sensações subjetivas e individuais, e as máquinas objetivas,
conclui-se que as máquinas não são passíveis de sentimentos.

6. O pensar
Envolve semântica, compreensão, envolve conceitos, associa conceitos
a conceitos.
Envolver conceitos é a percepção visual com relação a um determinado
objeto, com isso, não enxergamos uma “porta” e sim impulsos luminosos
visuais que interpretamos como o objeto “porta”.
Associar conceitos a conceitos são uma ponte entre um ponto e outro,
associação de ideias. O pensar é um órgão de percepção de conceitos.
Percepção sensorial, sem ela não se percebe nada. Uma história ilustra bem
esse conceito, onde um homem obteve a deficiência visual a partir dos seus
primeiros meses de vida e aos 50 anos recebeu um transplante de córneas,
passando a enxergar. Ao perguntar sobre o que era aquele objeto à sua frente
(um torno) não sabia responder, soube apenas após tocá-lo.
Compreender é a associação uma percepção correta a um conceito
correto.
O pensar tem características únicas no universo:
● o pensar sobre o pensar;
● concentração mental;
As máquinas jamais terão livre arbítrio, tendo sujeição às leis físicas e
autodeterminação, e se assim a tivesse, não fario o que a determinamos. Nós
humanos não é um ser puramente físico, o que nos diferencia dos demais
animais, assim, não somos máquinas. O máximo que podemos dizer é que o
cérebro participa de um processo de uma ação do corpo e não o comanda.

7. Máquinas podem ter inteligência?


Segundo Valdemar Setzer, a resposta para essa questão depende – única e
exclusivamente – da definição de inteligência adotada.

Obviamente, computadores, como qualquer máquina, têm uma inteligência


incorporada. Mas eles não podem ter inteligência criativa. Em relação a esta,
computadores são idiotas absolutos: eles só podem fazer o que são forçados a
fazer. Aqui, devemos mais apropriadamente falar sobre imbecilidade
automática. Considerando as múltiplas inteligências de Howard Gardner (cf.
4.2), está claro que a única inteligência incorporada bem desenvolvida que os
computadores podem ter é a lógico-matemática, e mesmo esta deve ser
restrita à matemática algorítmica e discreta. Alguns outros tipos de matemática
podem ser simulados até certo ponto, mas sempre por meio dessa última. Toda
verdadeira inteligência que requer sentimentos, como a interpessoal e a
musical, não pode ser incorporada em um computador. O mesmo aplica-se às
inteligências que requeiram autoconsciência.

8. Inteligência Artificial
Para Setzer, existem duas classificações adicionais para Inteligência
Artificial: a IA prática e a IA humilde.

A IA prática lida com a simulação de ações complexas humanas, por


exemplo para a substituição do trabalho humano por máquinas. Ele concorda
totalmente com esse ponto de vista, na medida em que o trabalho a ser
substituído degrade o ser humano e que um trabalho mais digno seja
providenciado para as pessoas substituídas. Por exemplo, Setzer é totalmente
contra qualquer uso de computadores na educação de crianças pequenas.

A IA humilde é apenas uma coleção de técnicas e algoritmos interessantes


da ciência da computação, tal como simulação de jogos, reconhecimento de
padrões, programação em lógica, sistemas "especialistas", etc.

9. “Aprendizado” de máquina
De acordo com Setzer, programas podem ser “treinados” em duas fases,
sendo 70% com base em dados (entradas e saídas) e em seguida, o
computador calcula os parâmetros de entrada para transformá-los em saída.
Na fase de teste de previsão, 30% dos dados e resultados conhecidos são
utilizados para obter a probabilidade de acertos e na fase de uso, o sistema,
com novos dados, irá calcular novas saídas. Desta forma, sistemas de
“aprendizado” de máquina não tem mais seu funcionamento determinado pelo
desenvolvedor do software, mas sim pela fase de treinamento.

Entre os problemas relacionados ao aprendizado de máquina, Setzer


destaca o fato de o software tornar-se proprietário dos dados a ponto de não se
saber como são feitos os cálculos dos parâmetros, como exemplo, o sistema
judiciário americano.

10. Singularidade e transhumanismo


Setzer, quanto à singularidade, destaca que os computadores vão
aperfeiçoar a si mesmos e criar outras máquinas, cada vez melhores. Mas isso
não significa que irão ultrapassar as capacidades humanas cognitivas, pois
estas ainda são subjetivas e não há evidências físicas que descrevam o
pensar, sentir, querer, ter consciência etc.

Quanto ao transhumanismo, Setzer descreve como sendo a simbiose entre


humano-máquina e cita exemplos como realizar upload da memória de um ser
humano para um computador e vice-versa. No entanto, ele não vê como
possível tal situação, visto que até então não existe um código fonte do cérebro
humano e por isso não há como replicá-lo, sendo no máximo possível repetir o
comportamento sináptico do cérebro de forma empírica, para mover um cursor
de mouse, por exemplo.

Conclusão

Concluímos que apenas seres humanos têm inteligência criativa, e que


computadores não podem fantasiar, pois eles simplesmente geram novos
dados a partir de dados previamente fornecidos ou calculados, seguindo algum
programa, em um processo combinatório.

Entendemos ainda que os computadores não são individuais e nem


subjetivos. Não há individualidade em um computador: outro computador pode
emular as suas instruções da sua linguagem de máquina, e interpretar um certo
programa exatamente da mesma forma como o primeiro.

Por fim, entendemos que o homem não é um sistema meramente físico;


nossas atividades de pensar, sentir e ter vontade não se originam em nossas
partes físicas. Portanto, será impossível introduzir uma mente humana real nas
máquinas; estudar e desenvolver máquinas nunca revelará nossa essência.

Você também pode gostar