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O principal objetivo dos sistemas de IA, é executar funções que, caso um ser humano fosse executar, seriam consideradas
inteligentes. É um conceito amplo, e que recebe tantas definições quanto damos significados diferentes à palavra Inteligência.[3]
Podemos pensar em algumas características básicas desses sistemas, como a capacidade de raciocínio (aplicar regras lógicas a um
conjunto de dados disponíveis para chegar a uma conclusão), aprendizagem (aprender com os erros e acertos de forma a no futuro
agir de maneira mais eficaz), reconhecer padrões (tanto padrões visuais e sensoriais, como também padrões de comportamento) e
[3]
inferência (capacidade de conseguir aplicar o raciocínio nas situações do nosso cotidiano).
O desenvolvimento da área começou logo após a Segunda Guerra Mundial, com o artigo "Computing Machinery and Intelligence" do
matemático inglês Alan Turing[4], e o próprio nome foi cunhado em 1956.[5][6] Seus principais idealizadores foram os cientistas
Herbert Simon, Allen Newell, John McCarthy, Warren McCulloch, Walter Pitts e Marvin Minsky, entre outros. A construção de
máquinas inteligentes interessam à humanidade há muito tempo, havendo na história tanto um registro significante de autômatos
mecânicos (reais) quanto de personagens místicos (fictícios) construídos pelo homem com inteligência própria, tais como o Golem e
o Frankenstein. Tais relatos, lendas e ficções demonstram expectativas contrastantes do homem, de fascínio e de medo, em relação à
Inteligência Artificial.[7][8]
Apenas recentemente, com o surgimento do computador moderno, é que a inteligência artificial ganhou meios e massa crítica para se
estabelecer como ciência integral, com problemáticas e metodologias próprias. Desde então, seu desenvolvimento tem extrapolado os
clássicos programas de xadrez ou de conversão e envolvido áreas como visão computacional, análise e síntese da voz, lógica difusa,
redes neurais artificiais e muitas outras. Inicialmente a IA visava reproduzir o pensamento humano. A Inteligência Artificial abraçou
a ideia de reproduzir faculdades humanas como criatividade, auto-aperfeiçoamento e uso da linguagem. Porém, o conceito de
inteligência artificial é bastante difícil de se definir. Por essa razão, Inteligência Artificial foi (e continua sendo) uma noção que
[2]
dispõe de múltiplas interpretações, não raro conflitantes ou circulares.
Índice
Visão geral
Mitos sobre Inteligência Artificial
Inteligência Artificial pode funcionar como nosso cérebro
Inteligência Artificial eliminará todos os cargos de trabalho
Inteligência Artificial mudará o mundo em poucos anos
Abordagens
Cibernética e simulação cerebral
Sub-simbólica
IA forte e IA fraca
Inteligência artificial forte
Inteligência artificial fraca
Impossibilidade de Simulação Qualitativa
Críticas filosóficas e a argumentação de uma IA forte
História
Investigação na IA experimental
Resoluções de problemas com IA
Abordagens
Aplicações Práticas de Técnicas de IA
Vantagens e Desvantagens da utilização da inteligência artificial
Vantagens:
Desvantagens:
Pesquisadores de IA
Alan Turing (1912-1954)
John McCarthy (1927-2011)
Marvin Minsky (1927-2016)
Raj Reddy (1937)
Terry Winograd (1946):
Douglas Lenat (1950)
Ver também
Referências
Ligações externas
Organizações relacionadas a IA
Visão geral
A questão sobre o que é "inteligência artificial", mesmo como definida anteriormente, pode ser separada em duas partes: "qual a
natureza do artificial" e "o que é inteligência". A primeira questão é de resolução relativamente fácil, apontando no entanto para a
questão de o que poderá o homem construir.
A segunda questão seria consideravelmente mais difícil, levantando a questão da consciência, identidade e mente (incluindo a mente
inconsciente) juntamente com a questão de que componentes estão envolvidos no único tipo de inteligência que universalmente se
aceita como estando ao alcance do nosso estudo: a inteligência do ser humano. O estudo de animais e de sistemas artificiais que não
são modelos triviais, começa a ser considerados como matéria de estudo na área da inteligência.
Ao conceituar inteligência artificial, presume-se a interação com o ambiente, diante de necessidades reais como relações entre
indivíduos semelhantes, a disputa entre indivíduos diferentes, perseguição e fuga; além da comunicação simbólica específica de causa
e efeito em diversos níveis de compreensão intuitiva, consciente ou não.
Suponhamos uma competição de cara ou coroa, cujos resultados sejam observados ou não. Se na segunda tentativa der o mesmo
resultado que a primeira, então não existiam as mesmas chances para ambas as 2 opções iniciais. Claro que a coleta de informação
em apenas duas amostragens é confiável apenas porque a quantidade de tentativas é divisível pelo número de opções de resultados
prováveis.
A verdade é que o conceito de cara ou coroa está associado a artigos de valor, como moedas e medalhas que podem evitar que as
pessoas abandonem o jogo e induzir participantes a acompanhar os resultados até o final. Para manter a disposição do adversário em
desafiar a máquina seria necessário aparentar fragilidade e garantir a continuidade da partida. Isso é muito utilizado em máquinas de
cassino, sendo que vários apostadores podem ser induzidos a dispensar consideráveis quantias em apostas.
A utilização de uma máquina de resultados pode compensar a ausência de um adversário, mas numa partida de xadrez, por exemplo,
para que a máquina não precise armazenar todas as informações que excedem a capacidade de próprio universo imaginável são
necessárias fórmulas que possam ser armazenadas para que então sejam calculadas por princípios físicos, lógicos, geométricos, e
estatísticos para refletir o sistema completo em cada uma das suas partes; como a integração do
Google com Wikipedia, por exemplo.
Uma popular e inicial definição de inteligência artificial, introduzida por John McCarthy na famosa conferência de Dartmouth em
1956 é "fazer a máquina comportar-se de tal forma que seja chamada inteligente caso fosse este o comportamento de um ser
humano." No entanto, esta definição parece ignorar a possibilidade de existir a IA forte (ver abaixo).
Outra definição de Inteligência Artificial é a inteligência que surge de um "dispositivo artificial". A maior parte das definições
podem ser categorizadas em sistemas que: "pensam como um humano; agem como um humano; pensam racionalmente ou agem
racionalmente".[9]
Abordagens
Não existe uma teoria ou paradigma unificador que orienta a pesquisa de IA. Pesquisadores discordam sobre várias questões.[10]
Algumas das perguntas constantes mais longas que ficaram sem resposta são as seguintes: a inteligência artificial deve simular
inteligência natural, estudando psicologia ou neurociência? Ou será que a biologia humana é tão irrelevante para a pesquisa de IA
como a biologia das aves é para a engenharia aeronáutica? O comportamento inteligente pode ser descrito usando princípios simples
e elegantes (como lógica ou otimização)? Ou ela necessariamente requer que se resolva um grande número de problemas
completamente não relacionados? A inteligência pode ser reproduzida usando símbolos de alto nível, similares às palavras e ideias?
Ou ela requer processamento "sub-simbólico?" John Haugeland, que cunhou o termo GOFAI (Good Old-Fashioned Artificial
Intelligence - Boa Inteligência Artificial à Moda Antiga), também propôs que a IA deve ser mais apropriadamente chamada de
AI.[11][12]
inteligência sintética, um termo que já foi adotado por alguns pesquisadores não-GOF
Sub-simbólica
Inteligência computacional
Interesse em redes neurais e "conexionismo" foi revivida por David Rumelhart e outros em meados de 1980. Estas e outras
abordagens sub-simbólicas, como sistemas de fuzzy e computação evolucionária, são agora estudados coletivamente pela disciplina
emergente inteligência computacional.
IA forte e IA fraca
Entre os teóricos que estudam o que é possível fazer com a IA existe uma discussão onde se consideram duas propostas básicas: uma
conhecida como "forte" e outra conhecida como "fraca". Basicamente, a hipótese da IA forte considera ser possível criar uma
[13]
máquina consciente, ou seja, afirma que os sistemas artificiais devem replicar a mentalidade humana.
A IA forte é tema bastante controverso, pois envolve temas comoconsciência e fortes problemas éticos ligados ao que fazer com uma
entidade que seja cognitivamente indiferenciável de seres humanos.
A ficção científica tratou de muitos problemas desse tipo. Isaac Asimov, por exemplo, escreveu O Homem Bicentenário, onde um
robô consciente e inteligente luta para possuir um status semelhante ao de um humano na sociedade.[14] E Steven Spielberg dirigiu
"A.I. Inteligência Artificial" onde um garoto-robô procura conquistar o amor de sua "mãe", procurando uma maneira de se tornar
três leis da robótica.[7]
real. Por outro lado, o mesmo Asimov reduz os robôs a servos dos seres humanos ao propor as
Uma contribuição prática de Alan Turing foi o que se chamou depois de Teste de Turing (TT),[15] de 1950: em lugar de responder à
pergunta "podem-se ter computadores inteligentes?" ele formulou seu teste, que se tornou praticamente o ponto de partida da
pesquisa em "Inteligência Artificial".[4]
O teste consiste em se fazer perguntas a uma pessoa e um computador escondidos. Um computador e seus programas passam no TT
se, pelas respostas, for impossível a alguém distinguir qual interlocutor é a máquina e qual é a pessoa.
No seu artigo original ele fez a previsão de que até 2000 os computadores passariam seu teste.[15] Pois bem, há um concurso anual de
programas para o TT, e o resultado dos sistemas ganhadores é tão fraco (o último tem o nome "Ella") que com poucas perguntas logo
percebe-se as limitações das respostas da máquina. É interessante notar que tanto a Máquina de Turing quanto o Teste de Turing
talvez derivem da visão que Turing tinha de que o ser humano é uma máquina.
Há quem diga que essa visão está absolutamente errada, do ponto de vista lingüístico, já que associamos à "máquina" um artefato
inventado e eventualmente construído. Dizem eles: "Nenhum ser humano foi inventado ou construído". Afirma-se ainda que a
comparação, feita por Turing, entre o homem e a máquina é sinônimo de sua "ingenuidade social", pois as máquinas são
infinitamente mais simples do que o homem, apesar de, paradoxalmente, se afirmar que a vida é complexa. No entanto, esta linha de
raciocínio é questionável, afinal de contas, os computadores modernos podem ser considerados "complexos" quando comparados ao
COLOSSUS (computador cujo desenvolvimento foi liderado por T
uring, em 1943), ou a qualquer máquina do início do século XX.
A inteligência artificial fraca centra a sua investigação na criação de inteligência artificial que não é capaz de verdadeiramente
raciocinar e resolver problemas. Uma tal máquina com esta característica de inteligência agiria como se fosse inteligente, mas não
T de Turing.[15]
tem autoconsciência ou noção de si. O teste clássico para aferição da inteligência em máquinas é oeste
Há diversos campos dentro da IA fraca, e um deles é o Processamento de linguagem natural, que trata de estudar e tentar reproduzir
os processos de desenvolvimento que resultaram no funcionamento normal da língua. Muitos destes campos utilizam softwares
específicos e linguagens de programação criadas para suas finalidades. Um exemplo bastante conhecido é o programa A.L.I.C.E.
(Artificial Linguistic Internet Computer Entity, ou Entidade Computadorizada de Linguagem Artificial para Internet), um software
que simula uma conversa humana. Programado em Java e desenvolvido com regras heurísticas para os caracteres de conversação, seu
desenvolvimento resultou na AIML (Artificial Intelligence Markup Language), uma linguagem específica para tais programas e seus
vários clones, chamados de Alicebots.
Muito do trabalho neste campo tem sido feito com simulações em computador de inteligência baseado num conjunto predefinido de
regras. Poucos têm sido os progressos na IA forte. Mas dependendo da definição de IA utilizada, pode-se dizer que avanços
consideráveis na IA fraca já foram alcançados.
Searle é bastante conhecido por seu contra-argumento sobre o Quarto Chinês (ou
Sala Chinesa), que inverte a questão colocada por Minsky a respeito do Teste de
Turing.[21] Seu argumento diz que ainda que uma máquina possa parecer falar
chinês por meio de recursos de exame comparativo com mostras e tabelas de
referência, binárias, isso não implica que tal máquina fale e entenda efetivamente a
língua. Ou seja, demonstrar que uma máquina possa passar no Teste de Turing não
necessariamente implica um ser consciente, tal como entendido em seu sentido
humano.[22] Dreyfus, em seu livro O que os computadores ainda não conseguem
fazer: Uma crítica ao raciocínio artificial, argumenta que a consciência não pode
John Searle ser adquirida por sistemas baseados em regras ou lógica; tampouco por sistemas que
não façam parte de um corpo físico. No entanto, este último autor deixa aberta a
possibilidade de um sistema robótico baseado em Redes Neuronais, ou em mecanismos semelhantes, alcançar a inteligência
artificial.[19]
Mas já não seria a referida IA forte, mas sim um correlato bem mais próximo do que se entende por IA fraca. Os revezes que a
acepção primeira de Inteligência Artificial vem levando nos últimos tempos contribuíram para a imediata relativização de todo seu
legado. O papel de Marvin Minsky, figura proeminente do MIT e autor de Sociedade da Mente, fora central para a acepção de uma
IA linear que imitaria com perfeição a mente humana, mas seu principal feito foi construir o primeiro computador baseado em redes
neurais, conhecido como Snark,[23] tendo simplesmente fracassado pois nunca executou qualquer função interessante, apenas
consumiu recursos de outras pesquisas mais promissoras. O primeiro neuro computador a obter sucesso (Mark I Perceptron) surgiu
em 1957 e 1958, criado por Frank Rosenblatt, Charles Wightman e outros.Atualmente, no entanto, as vertentes que trabalham com os
pressupostos da emergência e com elementos da IA fraca parecem ter ganhado proeminência do campo.
As críticas sobre a impossibilidade de criar uma inteligência em um composto artificial podem ser encontradas em Jean-François
Lyotard (O Pós-humano) e Lucien Sfez (Crítica da Comunicação); uma contextualização didática do debate encontra-se em Sherry
Turkle (O segundo Eu: os computadores e o espírito humano). Pode-se resumir o argumento central no fato de que a própria
concepção de inteligência é humana e, nesse sentido, animal e biológica. A possibilidade de transportá-la para uma base plástica,
artificial, encontra um limite claro e preciso: se uma inteligência puder ser gerada a partir destes elementos, deverá ser
necessariamente diferente da humana, na medida em que o seu resultado provém da emergência de elementos totalmente diferentes
dos encontrados nos humanos. A inteligência, tal como a entendemos, é essencialmente o fruto do cruzamento da uma base biológica
com um complexo simbólico ecultural, impossível de ser reproduzido artificialmente.
Outros filósofos sustentam visões diferentes. Ainda que não vejam problemas com a IA fraca, entendem que há elementos suficientes
para se crer na IA forte também. Daniel Dennett argumenta em Consciência Explicada que se não há uma centelha mágica ou alma
nos seres humanos, então o Homem é apenas uma outra máquina. Dennett questiona por que razão o Homem-máquina deve ter uma
posição privilegiada sobre todas as outras possíveis máquinas quando provido de inteligência.
Alguns autores sustentam que se a IA fraca é possível, então também o é a forte. O argumento da IA fraca, de uma inteligência
imitada mas não real, desvelaria assim uma suposta validação da IA forte. Isso se daria porque, tal como entende Simon Blackburn
em seu livro Think, dentre outros, não existe a possibilidade de verificar se uma inteligência é verdadeira ou não. Estes autores
argumentam que toda inteligência apenas parece inteligência, sem necessariamente o ser. Parte-se do princípio que é impossível
separar o que é inteligência de fato do que é apenassimulação: apenas acredita-se ser.
Estes autores rebatem os argumentos contra a IA forte dizendo que seus críticos reduzem-se a arrogantes que não podem entender a
origem da vida sem uma centelha mágica, um Deus ou uma posição superior qualquer. Eles entenderiam, em última instância,
máquina como algo essencialmente incapaz e sequer conseguem supô-la como capaz de inteligência. Nos termos de Minsky, a crítica
contra a IA forte erra ao supor que toda inteligência derive de um sujeito - tal como indicado por Searle - e assim desconsidera a
possibilidade de uma maquinaria complexa que pudesse pensar. Mas Minsky desconsidera o simples fato de que os maiores avanços
na área foram conseguidos com "maquinaria complexa", também chamada por pesquisadores mais importantes de Inteligência
Artificial Conexista. Se a crítica de Minsky fosse válida a maquina criada por Rosenblatt e Bernard Widrow não estaria em uso ainda
hoje, e o Mark I Perceptron não seria o fundador da neuro-computação. Alguns pesquisadores importantes afirmam que um dos
motivos das críticas de Minsky foi o fato de ter falhado com Snark. A partir daí começou a criticar essa área por não compreende-la
completamente, prejudicando desde então pesquisas importantes sobre o assunto.
O debate sobre a IA reflete, em última instância, a própria dificuldade da ciência contemporânea em lidar efetivamente com a
ausência de um primado superior. Os argumentos pró-IA forte são esclarecedores dessa questão, pois são os próprios cientistas, que
durante décadas tentaram e falharam ao criar uma IA forte, que ainda procuram a existência de uma ordem superior. Ainda que a IA
forte busque uma ordem dentro da própria conjugação dos elementos internos, trata-se ainda da suposição de que existe na
inteligência humana uma qualidade superior que deve ser buscada, emulada e recriada. Reflete, assim, a difícil digestão do legado
radical da Teoria da Evolução, onde não existe positividade alguma em ser humano e ser inteligente; trata-se apenas de um complexo
de relações que propiciaram um estado particular, produto de um cruzamento temporal entre o extrato biológico e uma complexidade
simbólica.
História
O conceito de inteligência artificial não é contemporâneo. Aristóteles, professor de Alexandre, o Grande, almejava substituir a mão-
de-obra escrava por objetos autônomos, sendo essa a primeira idealização de Inteligência Artificial relatada, uma ideia que seria
explorada muito tempo depois pela ciência da computação. O desenvolvimento dessa ideia se deu de forma plena no Século XX, com
enfoque nos anos 50, com pensadores como Herbert Simon e John McCarthy. Os primeiros anos da IA foram repletos de sucessos –
mas de uma forma limitada. Considerando-se os primeiros computadores, as ferramentas de programação da época e o fato de que
apenas alguns anos antes os computadores eram vistos como objetos capazes de efetuar operações aritméticas e nada mais, causava
surpresa o fato de um computador realizar qualquer atividade remotamente inteligente.
O sucesso inicial prosseguiu com o General Problem Solver (Solucionador de problemas gerais) ou GPS, desenvolvido por Newell e
Simon.[24] Esse programa foi projetado para imitar protocolos humanos de resolução de problemas. Dentro da classe limitada de
quebra-cabeças com a qual podia lidar, verificou-se que a ordem em que os seres humanos abordavam os mesmos problemas. Desse
modo, o GPS talvez tenha sido o primeiro programa a incorporar a abordagem de “pensar de forma humana”.
Desde o início os fundamentos da inteligência artificial tiveram o suporte de várias disciplinas que contribuíram com ideias, pontos
de vista e técnicas para a IA. Os filósofos (desde 400 a.C.) tornaram a IA concebível, considerando as ideias de que a mente é, em
alguns aspectos, semelhante a uma máquina, de que ela opera sobre o conhecimento codificado em alguma linguagem interna e que o
pensamento pode ser usado para escolher as ações que deverão ser executadas. Por sua vez, os matemáticos forneceram as
ferramentas para manipular declarações de certeza lógica, bem como declarações incertas e probabilísticas. Eles também definiram a
base para a compreensão da computação e do raciocínio sobre algoritmos.
Os economistas formalizaram o problema de tomar decisões que maximizam o resultado esperado para o tomador de decisões. Os
psicólogos adotaram a ideia de que os seres humanos e os animais podem ser considerados máquinas de processamento de
informações. Os lingüistas mostraram que o uso da linguagem se ajusta a esse modelo. Os engenheiros de computação fornecem os
artefatos que tornam possíveis as aplicações de IA. Os programas de IA tendem a serem extensos e não poderiam funcionar sem os
grandes avanços em velocidade e memória que a indústria de informática tem proporcionado.
Atualmente, a IA abrange uma enorme variedade de subcampos. Dentre esses subcampos está o estudo de modelos conexionistas ou
redes neurais. Uma rede neural pode ser vista como um modelo matemático simplificado do funcionamento do cérebro humano.[25]
Este consiste de um número muito grande de unidades elementares de processamento, ou neurônios, que recebem e enviam estímulos
elétricos uns aos outros, formando uma rede altamente interconectada.
No processamento, são compostos os estímulos recebidos conforme a intensidade de cada ligação, produzindo um único estímulo de
saída. É o arranjo das interconexões entre os neurônios e as respectivas intensidades que define as principais propriedades e o
funcionamento de uma RN. O estudo das redes neurais ou o conexionismo se relaciona com a capacidade dos computadores
aprenderem e reconhecerem padrões. Podemos destacar também o estudo da biologia molecular na tentativa de construir vida
artificial e a área da robótica, ligada à biologia e procurando construir máquinas que alojem vida artificial. Outro subcampo de estudo
é a ligação da IA com a Psicologia, na tentativa de representar na máquina os mecanismos de raciocínio e de procura.
Nos últimos anos, houve uma revolução no trabalho em inteligência artificial, tanto no conteúdo quanto na metodologia. Agora, é
mais comum usar as teorias existentes como bases, em vez de propor teorias inteiramente novas, fundamentar as informações em
teoremas rigorosos ou na evidência experimental rígida, em vez de utilizar como base a intuição e destacar a relevância de aplicações
reais em vez de exemplos de brinquedos.
A utilização da IA permite obter não somente ganhos significativos de performance, mas também possibilita o desenvolvimento de
aplicações inovadoras, capazes de expandir de forma extraordinária nossos sentidos e habilidades intelectuais. Cada vez mais
presente, a inteligência artificial simula o pensamento humano e se alastra por nosso cotidiano. Em maio de 2017 no Brasil, foi criada
a ABRIA (Associação Brasileira de Inteligência Artificial) com o objetivo de mapear iniciativas brasileiras no setor de inteligência
artificial, englobando os esforços entre as empresas nacionais e formação de mão de obra especializada. Esse passo reforça que,
atualmente, a inteligência artificial é impactante no setor econômico.
Investigação na IA experimental
A inteligência artificial começou como um campo experimental nos anos 50 com
pioneiros como Allen Newell e Herbert Simon, que fundaram o primeiro laboratório de
inteligência artificial na Universidade Carnegie Mellon, e McCarty que juntamente com
Marvin Minsky, que fundaram o MIT AI Lab em 1959. Foram eles alguns dos
[26]
participantes na famosa conferência de verão de 1956 em Darthmouth College.
Pesquisas sobre inteligência artificial foram intensamente custeadas na década de 1980 pela Agência de Projetos de Pesquisas
Avançadas sobre Defesa (“Defense Advanced Research Projects Agency”), nos Estados Unidos, e pelo Projeto da Quinta Geração
(“Fifth Generation Project”), no Japão. O trabalho subsidiado fracassou no sentido de produzir resultados imediatos, a despeito das
promessas grandiosas de alguns praticantes de IA, o que levou proporcionalmente a grandes cortes de verbas de agências
governamentais no final dos anos 80, e em conseqüência a um arrefecimento da atividade no setor
, fase conhecida comoO inverno da
IA. No decorrer da década seguinte, muitos pesquisadores de IA mudaram para áreas relacionadas com metas mais modestas, tais
como aprendizado de máquinas, robótica e visão computacional, muito embora pesquisas sobre IA pura continuaram em níveis
reduzidos.
[28]
Abordagens
Não há uma teoria ou paradigma unificado estabelecido que guie a pesquisa em IA. Os pesquisadores discordam em muitas
questões.[29] Algumas das questões mais duradouras que permaneceram sem respostas são essas: a inteligência artificial poderia
simular a inteligência natural, através do estudo dapsicologia ou neurologia? Ou a biologia humana é tão irrelevante à pesquisa de IA
quando a biologia de um pássaro é para a engenharia aeronáutica? O comportamento inteligente pode ser descrito usando simples
princípios elegantes (tais como lógica ouotimização)? Ou faz-se necessário resolver um grande número de problemas completamente
não-relacionados? A inteligência pode ser reproduzida utilizando-se símbolos de alto nível, semelhante à palavras e ideias? Ou faz-se
necessário o processamento "sub-simbólico"?[30]
Muitos outros sistemas úteis têm sido construídos usando tecnologias que ao menos uma vez eram áreas ativas em pesquisa de IA.
Alguns exemplos incluem:
Jogos: o Deep Blue da IBM se tornou o primeiro programa de computador a derrotar o campeão mundial em uma
partida de xadrez, ao vencer Garry Kasparov por um placar de 3,5 a 2,5 em ummatch de exibição em 1996.[37][38]
Kasparov disse que sentiu “uma nova espécie de inteligência” do outro lado do tabuleiro. O valor das ações da IBM
teve um aumento de 18 bilhões de dólares. Ainda hoje há indícios que o jogo foi armado, pois a IBM negou-se a
entregar os logs sobre o jogo, especialistas afirmam que na verdade o jogo foi uma farsa, pois não era a maquina
que estava jogando e sim uma equipe de especialistas em xadrez.
Controle autônomo: o sistema de visão de computador AL VINN foi treinado para dirigir um automóvel, mantendo-o
na pista. Ele foi colocado na minivan controlada por computador NA VLAB da CMU e foi utilizado para percorrer os
Estados Unidos – ao longo de quase 4.600 km o AL VINN manteve o controle da direção do veículo durante 98% do
tempo. Um ser humano assumiu o comando nos outros 2%, principalmente na saída de declives. A NA VLAB tem
câmeras e vídeo que transmitem imagens da estrada para AL VINN, que então calcula a melhor forma de guiar
,
baseado na experiência obtida em sessões de treinamento anteriores.
Diagnóstico: programas de diagnóstico medico baseados na analise probabilística foram capazes de executar
tarefas no nível de um medico especialista em diversas áreas da medicina. Heckerman (1991) descreve um caso
em que um importante especialista em patologia de gânglios linfáticos ridiculariza o diagnóstico de um programa em
um caso especialmente difícil. Os criadores do programa sugeriram que ele pedisse ao computador uma explicação
do diagnóstico. A máquina destacou os principais fatores que influenciaram sua decisão e explicou a interação sutil
de vários sintomas nesse caso. Mais tarde, o especialista concordou com o programa.
Planejamento logístico: durante a crise do Golfo Pérsico em 1991, as forças armadas dos Estados Unidos
distribuíram uma ferramenta denominada Dynamic Analysis and Replanningool, T ou DART, a fim de realizar o
planejamento logístico automatizado e a programação de execução do transporte. Isso envolveu até 50 000
veículos, transporte de carga aérea e de pessoal ao mesmo tempo, e teve de levar em conta os pontos de partida,
destinos, rotas e resolução de conflitos entre todos os parâmetros. As técnicas de planejamento da IA permitiram a
geração em algumas horas de um plano que exigiria semanas com outros métodos. A Defense Advanced Research
Project Agency (DARPA) declarou que essa única aplicação compensou com folga os 30 anos de investimentos da
DARPA em IA.
Robótica: muitos cirurgiões agora utilizam robôs assistentes em microcirurgias. O HipNav é um sistema que
emprega técnicas de visão computacional para criar um modelo tridimensional da anatomia interna de um paciente,
e depois utiliza controle robótico para orientar a inserção de uma prótese de substituição do quadril.
Reconhecimento de linguageme resolução de problemas: o PROVERB é um programa computador que resolve
quebra-cabeças de palavras cruzadas melhor que a maioria dos seres humanos, utilizando restrições sobre
possíveis preenchimentos de palavras, um grande banco de dados de quebra-cabeças anteriores e uma variedade
fonte de informações que incluem dicionários e bancos de dados on-line, como uma lista de filmes e dos atores que
participam deles.[39] Por exemplo, ele descobre que a pista “Nice Story” pode ser resolvido por “ETAGE”, porque
seu banco de dados inclui o par pista/solução ”Story in France/ET AGE” e porque reconhece que os padrões “Nice
X” e “X in France” com freqüência tem mesma solução. O programa não sabe que Nice é uma cidade da França,
mas consegue resolver o quebra-cabeça. *Chinook foi declarado o campeão Homem-Máquina emDamas em
1994.
Lógica incerta, uma técnica para raciocinar dentro de incertezas, tem sido amplamento usada em sistemas de
controles industriais.[40]
Sistemas especialistasvêm sendo usados a uma certa escala industrial. Os sistemas especialistas foram um dos
primeiros sucessos da IA, com o softwareMycin.[41] Os principais componentes de um Sistema especialista são
uma base de conhecimento alimentada por um especialista, uma máquina de inferência e uma memória de
trabalho.[42] Sistemas especialistas em uso como o XCON/R1 da Digital Equipment Coporation sabem hoje muito
mais do que um especialista humano em como configurar os seus sistemas de computação. [43]
Sistemas Tutoriais Inteligentes vem sendo usados para o aprendizado.[44] Uma característica distintiva desta
técnica é o modelo do estudante.[45][46] * Sistemas tradutores, tais como SYSTRAN,[47] têm sido largamente
usados (no entanto, os resultados não são ainda comparáveis com tradutores humanos).
Redes Neurais vêm sendo usadas em uma larga variedade de tarefas, de Sistema de detecção de intrusosa jogos
de computadores.
Sistemas de reconhecimento óptico de caracteres(OCR) podem traduzir letra escrita de forma arbitrária em texto.
Reconhecimento de escrita a mãoé usada em muitos Assistentes Pessoais Digitais. Atualmente existe um sistema
de comparação de escrita forense a mão chamado CEDAR-FOX. [48] * Reconhecimento de vozestá disponível
comercialmente e é amplamente usado.
Sistemas de álgebra computacional, tais como Mathematica e Macsyma, são bons exemplos de aplicações de IA na
solução de problemas algébricos.[49]
Sistemas com Visão computacional são usados em muitas aplicações industriais.
Aplicações utilizando Vida Artificial são utilizados na indústria de entretenimento e no desenvolvimento da
Computação Gráfica.
Sistemas baseados na ideia de agentes artificiais, denominadosSistemas Multiagentes, têm se tornado comuns
para a resolução de problemas complexos.[50]
Chatterbots (robôs de software para conversação), personagens virtuais que conversam em linguagem natural
como se fossem humanos de verdade, são cada vez mais comuns na internet. [51]
Compliance & Mitigação de riscos, empresas como Experian, Dun and Bradstreet, Equifax, LexisNexis, UpLexis,
Montax Big Data e eStracta utilizam IA na análise do risco de contratações a partir de consultas automáticas de
megadados sobre pessoas e organizações disponíveis em bancos de dados públicos e privados.
Aplicação na área da saúde, a introdução na medicina com a criação da IAM (Inteligência artificial na Medicina)
propôs a ajuda mútua entre profissionais da saúde e da computação com a ideia de realizarem uma revolução na
área médica. A partir dos anos 70 e 80, grandes universidades americanas iniciaram projetos para auxiliar no
processo de diagnósticos, como MIT , Tufts University, Pittsburgh, entre outras. Esses programas rapidamente
atraíram vários dos melhores cientistas da época, com os primeiros anos da realização dos projetos sendo até hoje
referências na história da IAM, por terem sido extremamente ricos e produtivos.
A visão da Inteligência Artificial substituindo julgamento humano profissional tem surgido muitas vezes na história do campo, em
ficção científica e, hoje em dia, em algumas áreas especializadas onde "Sistemas Especialistas" são usados para melhorar ou para
substituir julgamento profissional em engenharia e medicina, por exemplo.
Vantagens:
Redução de erros: Uma vez que são máquinas, a inteligência artificial é mais resistente e tem maior capacidade de
suportar ambientes hostis, reduzindo as chances de falharem em seus propósitos, tendo a possibilidade de alcançar
um maior grau de precisão.
Exploração: Devido à programação dos robôs, eles podem realizar um trabalho mais laborioso e duro com maior
responsabilidade. Assim, são capazes de ser utilizadas também em processos de exploração de minérios e de
outros combustíveis, no fundo do oceano e, portanto, superar as limitações humanas.
Aplicações diárias: Inteligência Artificial é amplamente empregada por instituições financeiras e instituições
bancárias para organizar e gerenciar dados. A sua utilização está presente em vários mecanismos do nosso
cotidiano como o GPS (global positioning system),a correção nos erros de digitação na ortografia, entre outros.
Sem pausas: As máquinas, ao contrário dos seres humanos, não precisam de intervalos frequentes. Ela
conseguem exercer vários horas de trabalho sem ficarem cansadas, distraídas ou entendiadas, apenas pela sua
programação.
Desvantagens:
Alto custo: o custo de produção das máquinas de IA são demasiados, o que se deve a complexidade e dificuldade
de manutenção. O processo de recuperação de códigos perdidos, por exemplo, requer muito tempo e recursos.
Falta de criatividade: A inteligência artificial não é desenvolvida ao ponto de atuar como o cérebro humano, de
forma criativa. Ademais, o cérebro humano ainda ainda não é suficientemente compreendido para que um dia
possa ser simulado fielmente em uma forma artificial. Portanto, a ideia de replicar funções do cérebro humano é
intangível.
Causa o desemprego: Como são capazes de executar tarefas antes exclusivas aos humanos de maneira mais
otimizada e eficiente, os mecanismos de inteligência artificial tendem a substituir a atividade humana em larga
escala. O trabalho de uma máquina que possui inteligência artificial é, muitas vezes, mais viável que o trabalho
humano, logo, a projeção de um crescimento no desemprego em função disso é coerente.
Pesquisadores de IA
Atualmente existem diversos pesquisadores de IA ao redor do mundo em várias instituições e companhias de pesquisa. Entre os
muitos que fizeram contribuições significativas estão:
Ver também
Realidade simulada
Redes neurais
Robocode
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ISBN 0-534-95053-1
Ligações externas
Organizações relacionadas a IA
http://www.ed.conpet.gov.br/br/converse.php robo programa pelo governo para defender suas questões (site 100%
em português).
American Association for Artificial Intelligence
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