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POESIA TROVADORESCA
→ Cantigas de amigo
→ Cantigas de amor
→ Cantigas de escárnio e maldizer
Linguagem:
Paralelismo → dois primeiros versos de uma estrofe replicam praticamente
os dois versos de outra estrofe
Leixa-prem → o verso da primeira estrofe começa a terceira estrofe
Cantiga de refrão // Cantiga de mestria
→ 1ª Parte: Pré-Aljubarrota
Narrados os acontecimentos que precedem a morte do rei D. Fernando e que levam
à crise de sucessão de 1383-1385, acabando com a aclamação do Mestre de Avis
como D. João I. Relatados episódios como o cerco de Lisboa, a Batalha de
Aljubarrota (destaque a D. Nuno Álvares Pereira).
→ 2ª Parte: Pós-Aljubarrota
Acontecimentos ocorridos durante o reinado de D. João I até 1411 (paz com Castela).
Figuras de Destaque:
● D. Leonor Teles
De cariz dramático, apresenta-se como determinada, persistente, dominadora,
indomável, astuciosa e adúltera.
● Conde Andeiro
Rosto da ameaça castelhana contra a independência de Portugal. Acaba como “bode
expiatório” para desencadear a revolução.
● Rei de Castela
Representa a força de Castela, é ambicioso, orgulhoso e calculista.
● Álvaro Pais
Chefe da insurreição em 1383 e instigador do plano para assassinar o Conde
Andeiro. É astuto, determinado e destemido.
● Povo
Força gregária e unida por uma vontade comum. Personagem colectiva. Embora
ignorante, supersticioso e até cruel, revela-se como a força motora da revolução
(ao não reconhecer o rei de Castela como sucessor ao trono, resiste e padecer).
Dá-se assim a afirmação da consciência coletiva.
Estilo:
Gil Vicente: Auto da Feira e Farsa de Inês Pereira séc. XV-XVI (início)
Autor entre dois movimentos literários (Idade Média e Renascimento), a sua obra
espelha isso. “Pai do teatro literário português”.
● Tempo
Mercador-mor que “arma” a sua tenda a favor de Mercúrio. Negociante de virtudes
que critica a Cristandade, os Estados e os homens. Pede a proteção de um anjo.
● Serafim
Chama os que devem vir à feira oferecendo os seus conselhos. Convida as pessoas
das igrejas e mosteiros a mudarem de vida e recuperarem as práticas dos primeiros
cristãos.
● Diabo
Interessa-se por bens materiais, sendo assim um vendedor ambulante de
bugigangas. Denuncia os comportamentos viciosos das pessoas. Ardiloso.
● Roma
Representa a Cristandade corrompida pelos bens materiais. Procura a Fé, Paz e
Verdade (conflitos da época da Igreja não a permitem ter isto). Teria de mudar de
vida, pois a forma como anteriormente obteve estas já não é aceite (jubileus).
● Mãe → amiga e conselheira, alerta Inês para o que realmente deve procurar
num marido.
● Moço → criado do Escudeiro, sendo maltratado por este. Contudo, é lhe fiel.
RENASCIMENTO
❖ estudo das civilizações antigas (grega, latina e hebraica)
❖ recuperação e imitação de valores e modelos da Antiguidade greco-romana
❖ renovação das artes, arquitetura e letras, inspiradas nos clássicos
❖ reorganização da sociedade com base no modelo da república romana
❖ curiosidade face à vida e ao Homem
❖ associado ao Humanismo (teocentrismo → antropocentrismo)
❖ adoção do Classicismo (noção de equilíbrio e harmonia das formas)
● Representação da amada
● Tema do desconcerto
→ Desconcerto do mundo
→ Errada distribuição de prémios e castigos, contrastes entre a opulência e a
miséria, interesse por bens materiais
→ Domínio da Fortuna, Fado, Caso (fatalidade), Tempo e Sorte
● Tema da mudança
→ Consciência da irreversibilidade do tempo
→ Renovação cíclica da Natureza
→ mudança da vida e coisas
→ caminho inalterável e iminente do poeta para a morte
Epopeia → composição narrativa, em verso ou prosa, que canta e eleva uma ação
heróica passada. Articulação entre o feito heróico e o plano mitológico.
Poeta → viagem de Vasco da Gama até à Índia e regresso
Vasco da Gama → história de Portugal e viagem de
Lisboa a Moçambique ao rei de Melinde
Paulo da Gama → alguns factos da nossa História e
significado das 23 figuras nas bandeiras
Fernão Veloso → episódio dos doze de Inglaterra
Estrutura Externa:
● Narração in media res = a narração começa com a armada portuguesa já no
oceano Índico
● Uso de analepses (para narrar factos passados, ou até futuros : profecia)
● Versos decassilábicos, geralmente heroicos (6ª e 10ª sílabas)
● rima cruzada (primeiros 6 versos) e rima emparelhada (2 versos seguintes)
● estâncias = oitavas
● 10 cantos → 1102 estrofes
PROPOSIÇÃO :
➔ Apresentação do assunto : Camões propõe-se a cantar (Canto I, est. 1-3)
➔ Navegações e conquistas no oriente nos reinados de D.Manuel e D.João III
➔ Vitórias em África de D.João I a D.Manuel
➔ Organização do país durante a 1ª dinastia
INVOCAÇÃO :
➔ Súplica, do poeta, por inspiração para escrever a obra
➔ Ninfas do Tejo (Tágides) : ajuda na organização do poema (Canto I, est. 4-5)
➔ Calíope : estão em causa os + importantes feitos lusíadas (Canto III, est. 1-2)
➔ Ninfas do Tejo e Mondego : queixa-se dos infortúnios (Canto VI, est. 78-87)
➔ Calíope : inspiração para terminar a obra (Canto X, est. 8-9)
DEDICATÓRIA:
➔ obra dedicada a D. Sebastião (Canto I, est. 6-18)
➔ reflete a esperança do povo português no novo monarca e na retoma da
expansão no Norte de África
NARRAÇÃO :
➔ in media res (frota no canal de Moçambique, a caminho de Melinde)
➔ momentos retrospectivos (História de Portugal e da viagem)
➔ momentos prospectivos (sonhos, presságios, profecias)
➔ Epílogo (regresso dos nautas e episódio da Ilha dos Amores)
PLANO DA VIAGEM (plano central) : narração da viagem de ida e volta, e das suas
peripécias. Confere unidade ao poema.
Objetivos do Sermão:
➔ Docere (educar/ensinar)
função pedagógica alcançada através de citações bíblicas
➔ Delectare (agradar)
função estética, discurso rico em recursos expressivos para cativar a audiência
➔ Movere (persuadir)
função crítica e moralizadora, argumenta de uma forma apelativa e referindo
argumentos de autoridade
● Exórdio
→ Capítulo 1 (apresentação do tema e captação da audiência)
→ Conceito predicável : Evangelho de S. Marcos
● Exposição e confirmação
→ Louvores aos peixes em geral (capítulo 2)
→ Louvores aos peixes em particular : peixe de Tobias, rémora, torpedo e
quatro-olhos (capítulo 3)
→ Repreensões aos peixes em geral (capítulo 4)
→ Repreensões aos peixes em particular : roncadores, pegadores, voadores, polvo
(capítulo 5)
● Peroração
→ capítulo 6
→ apelo aos ouvintes numa última advertência aos peixes
→ retrato do próprio P. António Vieira como pecador
Rémora → cabeça ventosa que lhe permite fixar → procurou conduzir a um bom
as naus, sendo capaz de as imobilizar caminho e guiar os soberbos,
vingativos, cobiçosos e sensuais
Torpedo → produz pequenas descargas elétricas → homens tiram sem castigo
(faz tremer = consciencializar) → fez tremer 22 homens
Quatro-olhos → dois olhos virados para os inimigos → olhar para cima: Céu
do ar → olhar para baixo: Inferno
→ dois olhos a vigiar os inimigos do → dever dos cristãos de olhar para o
mar Céu, sem esquecer o Inferno
Roncador → pequenos, mas emitem um som forte → nunca se vangloriou das suas
(autopromoção : soberba e arrogância) capacidades
→ S. Pedro → simplesmente um servo de Deus
Voador → quer imitar os peixes (ambição) → reconhecia que as asas que fazem
→ esta ambição desmedida leva-o a subir também fazem descer
sofrer perigos de dois sítios → remete-se à humildade
TRAGÉDIA:
● aborda a relação do ser humano com o destino e as forças divinas
● personagens de alta estirpe (social ou moral)
● presença de um coro
● lei das três unidades
unidade da ação → intriga simples, sem ações secundárias (evita a dispersão)
unidade de espaço → ação desenrola-se no mesmo espaço
unidade de tempo → duração da ação dramática não excede as 24 horas
● estrutura tripartida da ação
exposição → apresentação das personagens e esboço do conflito (força oculta do
destino = anankê)
progressão dramática → desenvolvimento do conflito e aproximação do clímax
(hybris) , sofrimento das personagens intensifica-se (pathos)
desenlace/catástrofe → morte física, social, afetiva ou espiritual das personagens
DRAMA ROMÂNTICO:
● conflitos emocionais
● valoriza os sentimentos humanos das personagens
● acontecimentos de cariz sentimental e amoroso
● prosa em vez do verso
● linguagem próxima da realidade vivida pelas personagens
Tempo
→ final do século XVI (1599) = domínio filipino
→ 1578 (batalha de Alcácer Quibir) + 7 (procura por D. João de Portugal)
→ + 14 anos (vida do segundo casamento)
→ ação em si decorre ao longo de 8 dias
→ afunilamento temporal que reduz as possibilidades de “saída”das personagens
da catástrofe (21 anos → 14 anos → 7 anos → 8 dias → 1 dia → 5 horas da madrugada)
● 1º nível narrativo:
viagem geográfica → narrador-viajante, participante e personagem principal
(autodiegético)
● 2º nível narrativo:
novela sentimental → narrador-companheiro de viagem, não participante
(extradiegético)
● 3º nível narrativo:
carta de Carlos a Joaninha, narrador-Carlos, participante e personagem principal
(autodiegético)
Carlos:
→ franco e leal, ou, duvidoso, incerto e mentiroso → sentimental, poeta
→ generoso e fácil no perdão, mas também na ira → acomodado, barão
→ temperamental, vaidoso, descrente
Joaninha:
→ menina pura, mulher angelical e harmoniosa
→ serena, pura, espiritual e feliz
→ ligada à Natureza e ao rouxinol (o seu canto pressagia a morte)
As deambulações geográficas e o percurso pelos diferentes espaços físicos
desencadeiam reflexões sobre o estado político e social do país. Patriotismo.
Binómio passado grandioso / presente disfórico.
Crítica e reflexão:
→ oposição povo/sociedade
→ degradação do património
→ passado eufórico / presente disfórico
→ perda da memória nacional (deve-se relembrar a grande epopeia lusitana)
→ Idealismo / Materialismo (D. Quixote e Sancho Pança-barão)
→ descrições e enredos resultantes da imaginação sensível e não da observação do
real (Ultrarromantismo)
→ diferenciação Natureza / Sociedade
Simão:
→ protótipo do herói romântico
→ transgressor das regras sociais e desejoso de liberdade
→ temperamento bravo e rebelde, mas de espírito nobre
→ quando conhece Teresa, acalma-se (regeneração)
→ revelador de coragem e verticalidade
Teresa:
→ perspicaz, percebe a hipocrisia social, que potencia a mentira, engano e falsidade
→ determinada, corajosa, insubmissa e desafiadora
→ com grande autodomínio e controlo das emoções
Carácter fatal do Amor, associado à ideia do Destino e Morte, conferindo a este uma
sacralidade que leva à expiação no mundo terreno, na busca da redenção espiritual.
Crença num amor capaz de transcender o domínio físico, sendo espiritual e eterno.
Romance:
→ tempo histórico (enquadramento histórico)
→ tempo narrativo (tempo da história/narrativa)
→ tempo psicológico (vivências e pensamentos das personagens)
→ analepses (recuos), elipses (omissões), sumários (resumos) e prolepses (saltos)
→ ação extensa podendo apresentar ramificações secundárias
→ personagens revelam complexidade e densidade psicológica
→ multiplicidade de espaços e organização temporal complexa
Eça de Queirós:
→ Geração de 70 (agitação e adoção do Ultrarromantismo)
→ polémica literária em torno da permanência do Ultrarromantismo
→ Questão Coimbrã (Ultrarromantismo vs “pensamento moderno”)
→ arte pela arte (Castilho) vs arte ao serviço das transformações sociais (Antero)
→ adepto do Realismo
→ Conferências Democráticas do Casino (arranque do Realismo em Portugal)
NATURALISMO :
● Natureza como única realidade existente
● recusa explicações que transcendam as ciências naturais
● estudo analítico e análise das circunstâncias sociais das personagens
● ações explicadas por problemas e doenças hereditárias, antecedentes
familiares, educação, meio social em que se inserem e posição económica
● Pedro da Maia, Eusebiozinho
REALISMO :
● representação fidedigna do mundo exterior, sem reflexões intelectuais e
preconceitos
● análise das condições políticas, sociais e económicas
● análise do psicológico, por influência do Naturalismo
● positivismo substitui idealismo (só conhece o que se observa e experimenta)
● Realismo ataca a ideia do Romantismo
● revolução científica, arte literário ao serviço da revolução de mentalidades
O romance Os Maias terá sido escrito ao longo de oito anos. Assim é possível
explicar porque é que o autor se vai distanciando dos cânones realistas e
naturalistas. No início faz-se uso do Naturalismo para explicar as ações da família
Maia , acabando o Destino a ser responsável pelo desenlace trágico desta família.
Afonso da Maia
→ figura emblemática do Liberalismo romântico, exílio da pátria em Inglaterra
→simboliza as virtudes e moral de outrora
Pedro da Maia
→ representa o ambiente excessivamente doentio do Ultrarromantismo
→ educação portuguesa e a sua consequente fragilidade de espírito
Carlos da Maia
→Portugal sofre as consequências do Romantismo (país sem identidade e projetos)
→ educação inglesa (educação moderna, apologista do físico, ética e respeito)
→ gosto requintado que o distingue da mediocridade do meio social que o rodeia
→ vítima de uma ociosidade que o impede de acabar os projetos, diletante
Ega
→ defensor do Naturalismo (disputa verbal e física com Alencar, Hotel Central)
→ protótipo do demagogo
Alencar
→ poeta ultrarromântico, idealismo extremo e exacerbado
Cohen
→ financeiro sem escrúpulos, símbolo da alta finança portuguesa oportunista
Conde de Gouvarinho
→ político incompetente e retrógado
Dâmaso
→ vulgar embora pertença à alta sociedade
→ calunioso, covarde, falso serventil e imitador
Cruges
→ intelectual incompreendido e marginalizado
Craft
→ inglês rico e boémio, observa com distanciamento os costumes lisboetas
Modo lírico:
● Nível Semântico: palavras adquirem novos sentidos → polissemia da palavra
● Nível Morfossintático: sintaxe e morfologia podem ser subvertidas
● Nível fónico: dimensão fônica e significado têm igual valor
ANTERO DE QUENTAL
→ forte consciência social e lado cívico
→ pensador melancólico, impossibilitado de acabar os planos devido à doença
→ Conferências Democráticas
→ busca da resposta filosófico sobre o sentido da existência
→ marcado pelo pessimismo
ANGÚSTIA EXISTENCIAL :
● disforia da consciência da inutilidade da vida
● angústia existencial, tédio, pessimismo
● inquietação metafísica e espiritual
● ânsia do absoluto
● entrega à Noite como refúgio e libertação
CONFIGURAÇÕES DO IDEAL :
● busca filosófica e metafísica
● dilema interior → razão abstrata / sentimento (consciência, religião, real)
● espírito religioso
● importância do sonho
● espírito lúcido e crítico, com exaltação do Amor e Razão
Cesário Verde, O Sentimento dum Ocidental,séc XIX
Cesário Verde
● rápido aumento populacional nas cidades → êxodo rural
● proliferação de doenças, cidades como foco de infeção
● desenvolvimento industrial leva a iniquidade agravada
● nascimento e propaganda de causas republicanas
● aparecimento do anticlericalismo
● Geração de 70
● Impressionismo (apreensão do real na pintura e literatura)
→ Ave Marias :
● fim da tarde e início da noite
● errância do s.p. que vai descrevendo os diversos espaços que percorre
● insatisfação e nojo perante a cidade que causa um“desejo absurdo de sofrer”
● solidariedade e simpatia para com as classes sociais mais desfavorecidas
● observação do presente evoca o passado heróico dos Descobrimentos
● disforia do presente
→ Noite Fechada :
● passeio continua num espaço mais confinado, enclausurado e solitário
● fechamento progressivo do espaço → tristeza e morbidez
● realçar das iniquidades sociais (mulheres da moda e empregadas de lojas)
→ Ao Gás :
● escuridão evidente à sua volta cria uma atmosfera de alucinação
● interpretação da realidade externa à luz da realidade subjetiva do s.p.
● opção entre a doença e sujidade, e a saúde (cheiro a pão e forjador)
● dicotomia cidade / campo
● pedido suplicante de um mendigo (velho professor de Latim)
→ Horas Mortas :
● afunilamento espacial, a cidade dorme
● cidade percorrida pelos imorais, ideia de amor como uma quimera
● morte é inexorável, esperança está confinada às gerações futuras
● singular torna-se no coletivo, apelo vão de esperança
● libertação associada ao campo e s.p. cada vez mais embrenhado na cidade
● ideia de cidade-prisão
Pessoa Ortónimo, início do séc. XX
Período de agitação política, social e económica, e constrangimentos da liberdade
individual e coletiva.
MODERNISMO :
● duas vertentes: uma mais lata (fim séc. XIX - anos 50),uma mais abrangente
● revista Orpheu
● revista Presença → segundo Modernismo
● Geração de Orpheu (acabar com os hábitos culturais retrógrados)
● diversidade estética e ideológica
● experimentação de correntes → Cubismo, Futurismo, Intersecionismo
FINGIMENTO POÉTICO
→ poema deve ser feito não no momento de emoção, mas na recordação dela
→ composição poética leva à necessidade de intelectualizar o que se sente
→ sinceridade intelectual e metafísica é tudo o que a poesia necessita
→ poema só comunica dor fingida, pois a real é apenas sentida pelo s.p.
→ as emoções nos poemas são apenas figurações e imagens das emoções reais
sentidas apenas pelo poeta (daí serem “fingidas”, não autênticas)
→ criação poética parte de uma emoção sentida e real e cria uma fingida e distante
→ elaboração estética presente na oposição razão / sentimento
→ sinceridade/fingimento inconsciência/consciência sentir/pensar
→ “Autopsicografia”
DOR DE PENSAR
→ sente-se condenado a ter de pensar e ser lúcido
→ gostava de ser inconsciente (consciência das coisas ou de seres comuns)
→ insatisfação e dúvida sobre a utilidade do pensamento
→ procura a relização do paradoxo de ter uma consciência inconsciente
→ ao pensar sobre o pensamento → impossibilidade de consolidação da dicotomia
→ consciente da vida e da sua efemeridade que cria o desejo de regressar à infância
→ “Ela canta, pobre ceifeira”, “Gato que brincas na rua”
SONHO E REALIDADE
→ forma de evasão à realidade que corrói, refúgio
→ sonho como solução para uma existência sofrida e breve ilusão de felicidade
→ momento efémero de felicidade ao imaginar uma vida de inconsciência
→ certeza de que a lucidez impede a felicidade
A NOSTALGIA DA INFÂNCIA
→ nostalgia da infância como um paraíso perdido e falta de ternura
→ crença em sonhos impossíveis e consciência da efemeridade da vida
→ “O meu passado é tudo quanto não consegui ser.” - Bernardo Soares
Alberto Caeiro
● “simples guardador de rebanhos” → poeta bucólico
● vê de forma objetiva e natural sem atribuir significados às coisas
● recusa o pensamento metafísico e a abstração
● desprovido de educação literária, tendo frequentado a escola pouco tempo
● realidade é captada através das sensações → sensacionismo
● verso livre e métrica irregular, linguagem simples e coloquial
● Mestre → ao anular o pensamento, livra-se da dor associada a este
Ricardo Reis
● poeta “clássico” → ode; adota o epicurismo e estoicismo
● epicurismo → “Carpe diem” → busca pela felicidade e aproveitamento da vida
● estoicismo → não se deve seguir os impulsos pois quando uma grande
felicidade passa vem um momento de grande tristeza → contenção
● adoção de uma ataraxia procurando uma felicidade relativa através de um
esforço estoico e disciplinado (desafio helénico)
● noção das leis do Destino e consciência do Fado e efemeridade
● aurea mediocritas (sossego e Natureza como fonte da felicidade relativa)
● busca pela perfeição e equilíbrio na vida e na produção lírica, vocabulário
selecionado e cuidado
Álvaro de Campos
● poeta da Modernidade
● totalização das sensações “sentir tudo de todas as maneiras”
● sente a complexidade e dinâmica da vida moderna procurando experimentar
a violência e força de todas estas emoções
● incapacidade unificar o mundo externo e interno
● abulia, tédio, deceção, pessimismo
● exaltação da beleza e força da máquina
● FASE DECADENTISTA → tédio,cansaço,necessidade de novas sensações, ópio
● FASE FUTURISTA → exaltação de energia e das máquinas, velocidade
● FASE INTIMISTA → incapaz de unificar os dois planos retorna ao abatimento
● linguagem em estilo torrencial, rápido e nervoso
● versos livres e longos, tom mecânico, moderno e cosmopolita
● Walt Whitman, Nietzche e Marinetti (marcam a fase futurista)
BRASÃO
● nascimento de Portugal → erguido pelo esforço e destinado a grandes feitos
● mitos e figuras históricas até D. Sebastião identificadas nos elementos dos
brasões
● povo heroico e guerreiro, construtor do império marítimo
● referência aos predestinados, mulheres portuguesas e mães dos fundadores
● Bellum sine bello (guerra sem geurra)
MAR PORTUGÛES
● vida do país e personagens de acontecimentos dos Descobrimentos
● exaltação da luta contra factores desconhecidos e naturais
● Possessio maris (posse do mar)
O ENCOBERTO
● desintegração do império moribundo
● presente de sofrimento: morte implica o renascimento “falta cumprir-se
Portugal”
● ânsia pela regeneração deste e esperança no Quinto Império
● Pax in excelsis (pax nos céus)
● tripartida em “Os Símbolos”, “Os Avisos” e “Os Tempos”
Memorial do Convento, José Saramago, fim do séc. XX
Tipologia da obra:
● interesse pelo passado remete ao Romantismo
● Alexandre Herculano deu o exemplo (romances históricos) → coexistência de
factos reais e fantasia criada
vestuário e pertences
espaços físicos
referências ao passado reconstituição de acontecimentos passados históricos
linguagem das personagens
Contexto histórico:
● D. João V no trono (como modelo D. Luís XIV de França)
● guerra da sucessão em Espanha
● ouro, pedras preciosas e bens do Brasil
● rei gastava todo o dinheiro a manter uma aparência
● vieram para Portugal estrangeiros ricos, técnicos e estrangeirados
BALTASAR SETE-SOÍS
● crítica do narrador à desumanidade da guerra
● pragmático e simples
● construtor da passarola e do Convento de Mafra
● cúmplice de Blimunda
BLIMUNDA SETE-LUAS
● mulher sensual e inteligente, sem regras que a condicionem ou escravizem
● escolhe Baltasar para partilhar a vida e existência repleta de amor e
liberdade → sem compromissos ou culpa
● representa o transcendente e a inquietação face ao amor, morte, pecado e
Deus
● o seu dom aproxima-a da espiritualidade da música de Scarlatti e do sonho
do Padre Bartolomeu
POVO
● real herói e protagonista
● personagem tipo
● massa colectiva e anónima, trabalhadora, por vezes rude e violenta
CLERO
● hipócrita e violento
● espiritualismo convencional e religiosidade vazia
● corrupção e degradação moral
Lisboa
→ Terreiro do Paço (local de trabalho de Baltasar)
→ Rossio (autos de fé)
→ São Sebastião da Pedreira
Mafra
→ Vela (convento) → Serra do Barregudo
→ Ilha da Madeira (alojamento dos trabalhadores) → Monte Junto
→ Pero Pinheiro → Torres Vedras
Procissão da Quaresma
→ caracterização de Lisboa
→ excessos praticados durante o Entrudo
→ satisfação dos prazeres carnais
→ brincadeiras carnavalescas
→ descrição da procissão
→ manifestações de fé que tocam a histeria
→ embora haja uma tentativa de purificação (incenso) a cidade permanece suja,
caótica e hipócrita
Autos de fé
→ população em festa após dois anos sem autos de fé
→ crítica ao gosto sanguinário
→ busca pela emoção como preenchimento para o vazio da vida
→ vaidade e futilidade das mulheres à janela
→ refrescos adquiridos (água, limonada) antes de os condenados arderem
→ dominicanos seguidos da Inquisição
→ distinção dos sentenciados (menção de alguns nomes)
→ bens dos judeus eram deixados à Coroa
Tourada
→ forma como os touros são torturados
→ público exaltado e sem inibição
→ população não fica incomodada com o sangue e cheiro a carne queimada
Trabalho no Convento
→ simboliza o espaço de servidão deshumana
→ condições deploráveis (40 000 portugueses)
Miséria no Alentejo
→ Alentejo associado à fome e miséria
→ luta pela sobrevivência
→ comportamentos imorais (salteadores no início da obra)
NEORREALISMO:
→ influenciado pelo modernismo, marxismo, psicanálise freudiana
→ mantem o determinismo presente no Naturalismo
→ analogia homem / animal
Batola
→ António Barrasquinho
→ preguiçoso, ocioso, “atarracado”
→ “cara redonda amarfanhada num bocejo”
→ olhos “semicerrados” para não enxergar a sua existência monótona e entediante
→ bebe muito, exceto às refeições, arrastando-se pela venda
→ incapaz de tomar uma posição face à atitude controladora da mulher
→ insurge-se contra a mulher quando decide ficar com a telefonia
→ torna-se energético e ativo ganhando a admiração da mulher
Mulher de Batola
→ responsável pela logística da venda e lida doméstica
→ energética, por oposição ao laxismo do marido
→ sem se aperceber permite a transformação do marido, abandonando, o seu tom
superior e altivo
Velho Rata
→ companhia habitual de Batola, antes de se suicidar
→ permite a comunicação deste com o mundo
→ portador de novidades que permitiam combater o alheamento da vila
→ incapaz de lidar com o imobilismo do reumatismo, suicida-se
Vendedor e Calcinhas
→ persuasivo, instala o conflito no casal
→ consegue finalmente agradar a ambas as partes, instalando a mudança
→ ajudante passivo à encenação do Vendedor
GI
→ primeira sequência narrativa
→ retrato de uma jovem com sonhos e ambições
→ esbarra com os projetos traçados pelos pais, o casamento tradicional ideal e com
uma vida tranquila e sossegada
→ mudanças constantes de aspecto e vontade de alugar casas já mobiliadas
expressam a sua libertação e vontade de independência
→ reencontro com as memórias do passado
GEORGE
→ segundo momento, diálogo entre Gi e George
→ conversa entre as duas mulheres (adulta e jovem)
→ comboio chega e George dispede-se do seu passado, embarcando numa viagem
ao fantasma do futuro
→ conflito interior
→ concretiza os seus sonhos e aspirações de vida
GEORGINA
→ terceira etapa da narrativa e da vida
→ solidão profunda e melancolia
→ culminar das decisões levadas ao longo da vida
Miguel Torga :
Manuel Alegre :
Alexandre O´Neill :
Ruy Belo :
Eugénio de Andrade :
Herberto Helder :