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PORTUGUÊS

POESIA TROVADORESCA
→ Cantigas de amigo
→ Cantigas de amor
→ Cantigas de escárnio e maldizer

CRÓNICA DE D. JOÃO I, Fernão Lopes

AUTO DA FEIRA, Gil Vicente


FARSA DE INÊS PEREIRA,Gil Vicente

RIMAS, Luís de Camões


LUSÍADAS, Luís de Camões

SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO, Padre António Vieira

FREI LUÍS DE SOUSA, Almeida Garrett

VIAGENS NA MINHA TERRA, Almeida Garret

AMOR DE PERDIÇÃO, Camilo Castelo Branco

OS MAIAS, Eça de Queirós

SONETOS COMPLETOS, Antero de Quental

O SENTIMENTO DE UM OCIDENTAL, Cesário Verde

POESIA DO ORTÓNIMO (poesia lírica), Fernando Pessoa


POESIA DOS HETERÓNIMOS (poesia lírica), Alberto Caeiro, Ricardo Reis,
Álvaro de Campos
MENSAGEM (poesia épica), Fernando Pessoa

MEMORIAL DO CONVENTO, José Saramago


ANO DA MORTE DE RICARDO REIS, José Saramago

SEMPRE É UMA COMPANHIA, Manuel da Fonseca


GEORGE, Maria Judite de Carvalho
POESIA CONTEMPORÂNEA
→ Miguel Torga → Ruy Belo
→ Jorge de Sena → Manuel Alegre
→ Eugénio de Andrade → Luiza Neto Jorge
→ Alexandre O’Neill → Vasco Graça Moura
→ António Ramos Rosa → Nuno Júdice
→ Herberto Helder → Ana Luísa Amaral

Poesia Trovadoresca: séc XII-XIV

Linguagem:
Paralelismo → dois primeiros versos de uma estrofe replicam praticamente
os dois versos de outra estrofe
Leixa-prem → o verso da primeira estrofe começa a terceira estrofe
Cantiga de refrão // Cantiga de mestria

Cantiga de Amigo Cantiga de Amor Cantiga de escárnio e


maldizer

Origem Peninsular Provençal Peninsular

S.P. Feminino Masculino Masculino

Tema → Variedade no →Amor cortês: atitude → Sátira, e crítica de


sentimento amoroso serviçal e de vassalagem costumes (mau
trovador, guerreiro
→ Coita de amor: cobarde ou fealdade
→ Confidências à mãe,
sofrimento amoroso do de uma dama)
amigas ou Natureza
s.p. que pode levar à sua
morte → Crítica é apenas
→Personificação da velada nas cantigas de
Natureza que espelha o → Elogio cortês: louvor à escárnio
estado de espírito da mulher (sua senhor)
donzela idealizada e virtuosa

Ambiente Ambiente doméstico, Ambiente aristocrático Retrato leal e


coletivo (romaria, (corte, palácio) marcado fidedigno da
santuário) ou rural e por regras e contenção sociedade (palácio e
corte) e costumes do
natural
fim da Idade Média
Linguagem Maioritariamente Cantiga de refrão ou Maioritariamente
e estrutura cantigas de refrão, mestria cantigas de mestria
paralelísticas, uso de
leixa-prem

Fernão Lopes : Crônica de D.João I séc. XIV


Apresenta duas partes:

→ 1ª Parte: Pré-Aljubarrota
Narrados os acontecimentos que precedem a morte do rei D. Fernando e que levam
à crise de sucessão de 1383-1385, acabando com a aclamação do Mestre de Avis
como D. João I. Relatados episódios como o cerco de Lisboa, a Batalha de
Aljubarrota (destaque a D. Nuno Álvares Pereira).

→ 2ª Parte: Pós-Aljubarrota
Acontecimentos ocorridos durante o reinado de D. João I até 1411 (paz com Castela).

Figuras de Destaque:

● D. Leonor Teles
De cariz dramático, apresenta-se como determinada, persistente, dominadora,
indomável, astuciosa e adúltera.

● Conde Andeiro
Rosto da ameaça castelhana contra a independência de Portugal. Acaba como “bode
expiatório” para desencadear a revolução.

● Rei de Castela
Representa a força de Castela, é ambicioso, orgulhoso e calculista.

● Álvaro Pais
Chefe da insurreição em 1383 e instigador do plano para assassinar o Conde
Andeiro. É astuto, determinado e destemido.

● D. João, Mestre de Avis


Homem normal e comum, com dúvidas, que hesita e chega até a cometer erros,
revelando um cariz realista (precedente numa crônica feita para um rei e elemento
que destacou Fernão Lopes), ambicioso. Líder do povo, aceitando a sua missão.
● Nuno Álvares Pereira
Herói com inclinações místicas, virtuoso, determinado, corajoso, perspicaz e leal.

● Povo
Força gregária e unida por uma vontade comum. Personagem colectiva. Embora
ignorante, supersticioso e até cruel, revela-se como a força motora da revolução
(ao não reconhecer o rei de Castela como sucessor ao trono, resiste e padecer).
Dá-se assim a afirmação da consciência coletiva.

Estilo:

● Descrições vívidas e dinâmicas (sensações visuais e auditivas, ritmo


acelerado)
● Rigor do pormenor
● Coloquialismo (imperativo, interpelações ao leitor, transcrições de cantigas)
● Conjunção de planos (plano geral vs plano de pormenor)

Gil Vicente: Auto da Feira e Farsa de Inês Pereira séc. XV-XVI (início)
Autor entre dois movimentos literários (Idade Média e Renascimento), a sua obra
espelha isso. “Pai do teatro literário português”.

“ridendo castigat mores”


● Cómico de linguagem
● Cómico de carácter
● Cómico de situação

→ Auto da Feira: auto religioso (de moralidade, alegórico)


Não apresenta qualquer indicação de cenas ou atos, as várias personagens
movimentam-se livremente num único espaço, a feira, sucedendo-se umas às
outras.

Personagens míticas: Mercúrio (deus greco-romano)


Personagens alegóricas: Tempo, Serafim, Diabo e Roma
Personagens-tipo: lavradores, mulheres dos lavradores, nove moças, três
mancebos
● Mercúrio
Deus do comércio e dos viajantes, mensageiro dos deuses. Primeiramente profere
um monólogo em tom crítico sobre a valorização da “astronomia”, o seu discurso
revela-se vazio, revelando que o conhecimento transmitido pela astrologia é vão,
por ser o óbvio. Critica ainda a Igreja e algumas crenças populares.
O seu monólogo inicial pode ser considerado como um prólogo pois este determina
que se fará uma feira.

● Tempo
Mercador-mor que “arma” a sua tenda a favor de Mercúrio. Negociante de virtudes
que critica a Cristandade, os Estados e os homens. Pede a proteção de um anjo.

● Serafim
Chama os que devem vir à feira oferecendo os seus conselhos. Convida as pessoas
das igrejas e mosteiros a mudarem de vida e recuperarem as práticas dos primeiros
cristãos.

● Diabo
Interessa-se por bens materiais, sendo assim um vendedor ambulante de
bugigangas. Denuncia os comportamentos viciosos das pessoas. Ardiloso.

● Roma
Representa a Cristandade corrompida pelos bens materiais. Procura a Fé, Paz e
Verdade (conflitos da época da Igreja não a permitem ter isto). Teria de mudar de
vida, pois a forma como anteriormente obteve estas já não é aceite (jubileus).

● Os lavradores → Amâncio Vaz e Diniz Lourenço


Representam o homem rústico, simples, comum e machista. Os dois homens estão
descontentes com as mulheres (uma é demasiado agressiva e a outra parada).

● As mulheres dos lavradores → Branca Anes e Marta Dias


Procuram bens materiais e fúteis. Também descontentes com os maridos.

● As nove moças e Os três mancebos simbolizam a alegria,ingenuidade,


simplicidade e pureza.

Representação do Quotidiano Dimensão Religiosa

● azáfama de uma feira ● Bem vs Mal (crise de valores)


● vida conjugal ● exaltação da Virgem (no fim)
→ Farsa de Inês Pereira :
Com um tempo e personagens reduzidos, representa cenas da vida profana, num
ambiente popular. Ocorre um conflito entre forças opostas revelando-se uma
intriga mais complexa.

“Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube.”

● Inês Pereira → deseja casar para ascender socialmente e alcançar mais


liberdade, preguiçosa. Casa-se com Brás da Mata (cavalo, ignorando os
conselhos da Mãe e de Lianor Vaz, oprimida e sofredora. Apercebendo-se do
seu erro, acaba por casar com Pêro Marques (asno), vingativa e adúltera.

● Mãe → amiga e conselheira, alerta Inês para o que realmente deve procurar
num marido.

● Lianor Vaz → tipifica a alcoviteira, apresentando um bom marido a Inês,


aprovado pela Mãe (Pêro Marques). Denuncia a imoralidade do clero ao
contar que foi assediada por um.

● Pêro Marques → camponês, rústico e simples. Escreve uma carta a Inês


(linguagem rudimentar), não sabe para que serve uma cadeira e procura por
peras no chapéu. No entanto, é um homem de bem, honesto e decente.
Acede a todos os desejos da mulher, incluindo transportá-la ao Ermitão.

● Brás da Mata (escudeiro) → parece corresponder ao marido ideal de Inês,


contudo após o casamento revela o seu verdadeiro eu. Homem falso,
pretensioso e prepotente, autoritário e cobarde.

● Judeus → desempenham um papel parecido ao da alcoviteira, apresentando


Brás da Mata. Personagens cômicas, com um discurso caricato.

● Moço → criado do Escudeiro, sendo maltratado por este. Contudo, é lhe fiel.

● Ermitão → seduz Inês representado a vida de liberdade que esta sempre


procurou. Encarna uma outra crítica ao clero.

Representação do Quotidiano Dimensão Satírica

● modo de vida e costumes ● ascensão social


● casamento e estatuto da mulher ● adultério
● vida doméstica ● Escudeiro, Pêro Marques e Ermitão
● corte e clero ● Lianor Vaz e Judeus
Luís de Camões, Rimas séc. XVI - Renascimento
A sua poesia lírica apresenta características clássicas e tradicionais. Ao nível das
tradições peninsulares deu continuidade aos temas da poesia trovadoresca
(cantigas de amor e amigo), fazendo uso da estrutura estrófica e versificatória da
poesia palaciana.

RENASCIMENTO
❖ estudo das civilizações antigas (grega, latina e hebraica)
❖ recuperação e imitação de valores e modelos da Antiguidade greco-romana
❖ renovação das artes, arquitetura e letras, inspiradas nos clássicos
❖ reorganização da sociedade com base no modelo da república romana
❖ curiosidade face à vida e ao Homem
❖ associado ao Humanismo (teocentrismo → antropocentrismo)
❖ adoção do Classicismo (noção de equilíbrio e harmonia das formas)

LÍRICA TRADICIONAL → Medida velha : redondilha menor (5 sílabas) e redondilha


maior (7 sílabas)
Mote desenvolvido em voltas ou glosas.

★ Cantigas → mote, de 4-5 versos, e glosas (uma ou mais), de 8-10 versos


★ Vilancetes → mote, de 2-3 versos, e glosas (uma ou mais) de 7 versos
★ Esparsas → sem mote, com apenas uma estrofe, de 8-10 ou + versos
★ Trovas ou Endechas → sem mote, nº variável de estrofes, 4-8 versos

INSPIRAÇÃO CLÁSSICA → Medida nova (10 sílabas)


“Dulce stil nuovo”

★ Soneto → 2 quadras e 2 tercetos decassilábicos (total = 14 versos)


→ verso acentuado na 6ª e 10ª sílabas : verso heróico
→ verso acentuado na 8ª e 10ª sílabas : verso sáfico
→ introdução (1ª quadra), desenvolvimento (2ª quadra, 1º terceto), conclusão (2º
terceto)
→ Último terceto correspondente ao remate final = chave d´ouro
→ Petrarquismo, tema do amor e caracterização da mulher (ser inalcançável,
repleto de virtudes e qualidades, harmonioso e perfeito)
→ Platonismo,(influências de Petrarca), mulher idealizada que não pertence a este
mundo terreno, o amor sentido é um reflexo de um sentimento profundo, belo, e do
mundo inteligível das ideias puras e perfeitas. A mulher também pode ser um ser
cruel e quase demoníaco, o amor idealizado dá lugar a um amor de contradições e
sofrimento.

● Representação da amada

→ mulher angélica e divina que representa a perfeição física e espiritual, com um


poder transformador da Natureza e do Homem
→ mulher maléfica e cruel, quase demoníaca; o amor cria sofrimento e angústia
→ novo conceito de beleza, distinto do de Petrarca, consequência do contacto
intercultural, que provoca calma no s.p.
● Representação da Natureza

→ espelha os sentimentos do poeta, sendo sua confidente e testemunha


→ pode ser um espaço alegre, propício e adequado ao amor (locus amoenus)

● Experiência amorosa e reflexão sobre o amor

→sujeito poético dividido entre um amor puramente espiritual, platónico e


“petrarquista”, e uma atração carnal
→ o amor espiritual não é suficiente, a ausência da mulher amada causa dor e
sofrimento
→ vivência de uma vida amorosa fracassada, poder transformador do amor

● Reflexão sobre a vida pessoal


→ reflexões sobre o destino (que nunca lhe foi favorável), os erros que cometeu, o
amor (fracassado), o desterro, etc

● Tema do desconcerto
→ Desconcerto do mundo
→ Errada distribuição de prémios e castigos, contrastes entre a opulência e a
miséria, interesse por bens materiais
→ Domínio da Fortuna, Fado, Caso (fatalidade), Tempo e Sorte

● Tema da mudança
→ Consciência da irreversibilidade do tempo
→ Renovação cíclica da Natureza
→ mudança da vida e coisas
→ caminho inalterável e iminente do poeta para a morte

Luís de Camões, Lusíadas


A produção de Os Lusíadas ficou marcada por circunstâncias como um longo
período de maturação de 25 anos (escrita da obra maioritariamente numa gruta,
resgate do manuscrito, a nado).

Esta obra é claramente renascentista, espelhando os seus valores: pluralidade


cultural (novas geografias e culturas), aspecto crítico, experiência humanista
(modelo clássico da epopeia e uso da mitologia grego-latina), valorização das
capacidades do Homem, conceito de herói e valorização da observação e da
experiência (astronomia e novas técnicas náuticas).

Epopeia → composição narrativa, em verso ou prosa, que canta e eleva uma ação
heróica passada. Articulação entre o feito heróico e o plano mitológico.
Poeta → viagem de Vasco da Gama até à Índia e regresso
Vasco da Gama → história de Portugal e viagem de
Lisboa a Moçambique ao rei de Melinde
Paulo da Gama → alguns factos da nossa História e
significado das 23 figuras nas bandeiras
Fernão Veloso → episódio dos doze de Inglaterra

Estrutura Externa:
● Narração in media res = a narração começa com a armada portuguesa já no
oceano Índico
● Uso de analepses (para narrar factos passados, ou até futuros : profecia)
● Versos decassilábicos, geralmente heroicos (6ª e 10ª sílabas)
● rima cruzada (primeiros 6 versos) e rima emparelhada (2 versos seguintes)
● estâncias = oitavas
● 10 cantos → 1102 estrofes

PROPOSIÇÃO :
➔ Apresentação do assunto : Camões propõe-se a cantar (Canto I, est. 1-3)
➔ Navegações e conquistas no oriente nos reinados de D.Manuel e D.João III
➔ Vitórias em África de D.João I a D.Manuel
➔ Organização do país durante a 1ª dinastia

INVOCAÇÃO :
➔ Súplica, do poeta, por inspiração para escrever a obra
➔ Ninfas do Tejo (Tágides) : ajuda na organização do poema (Canto I, est. 4-5)
➔ Calíope : estão em causa os + importantes feitos lusíadas (Canto III, est. 1-2)
➔ Ninfas do Tejo e Mondego : queixa-se dos infortúnios (Canto VI, est. 78-87)
➔ Calíope : inspiração para terminar a obra (Canto X, est. 8-9)

DEDICATÓRIA:
➔ obra dedicada a D. Sebastião (Canto I, est. 6-18)
➔ reflete a esperança do povo português no novo monarca e na retoma da
expansão no Norte de África

NARRAÇÃO :
➔ in media res (frota no canal de Moçambique, a caminho de Melinde)
➔ momentos retrospectivos (História de Portugal e da viagem)
➔ momentos prospectivos (sonhos, presságios, profecias)
➔ Epílogo (regresso dos nautas e episódio da Ilha dos Amores)
PLANO DA VIAGEM (plano central) : narração da viagem de ida e volta, e das suas
peripécias. Confere unidade ao poema.

PLANO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL : relata factos marcantes da história de


Portugal, posteriormente à viagem de Vasco da Gama, esta é nos contada por
prolepses (profecias).

PLANO DA MITOLOGIA : deuses assumem-se como ajudantes ou oponentes,


formando-se a intriga da obra. Confere beleza e diversidade, auxiliando o processo
de divinação dos portugueses.

PLANO DO POETA : considerações, críticas, lamentos e opiniões do poeta.

Ver resumos dos Cantos página 139-142

Sermão de Santo António, Padre António Vieira


No séc. XVII vive-se um clima de medo e opressão com o aumento do poder da
Inquisição. Ocorre a Reforma Protestante. Em Portugal este período é ainda mais
preocupante devido ao desaparecimento de D. Sebastião e à consequente dinastia
filipina. Nas colônias, a exploração dos índios é cada vez mais evidente, apoiada
pela perseguição aos jesuítas.

Objetivos do Sermão:
➔ Docere (educar/ensinar)
função pedagógica alcançada através de citações bíblicas

➔ Delectare (agradar)
função estética, discurso rico em recursos expressivos para cativar a audiência

➔ Movere (persuadir)
função crítica e moralizadora, argumenta de uma forma apelativa e referindo
argumentos de autoridade

Crítica feita através de uma ALEGORIA.

Conceito predicável: “VOS ESTIS SAL TERRAE”


sal = pregadores terra = homens

Os pregadores não “salgam” A terra não se deixa “salgar”


pregador não prega a palavra de Deus a terra não ouve a palavra pregada
corretamente

→ não pregam a verdadeira doutrina → não querem receber a doutrina


→ dizem uma coisa e fazem a outra → imitar os pregadores em vez do que dizem
→ pregam-se a si e não a Cristo → servir os seus apetites, em vez de Cristo

● Exórdio
→ Capítulo 1 (apresentação do tema e captação da audiência)
→ Conceito predicável : Evangelho de S. Marcos

● Exposição e confirmação
→ Louvores aos peixes em geral (capítulo 2)
→ Louvores aos peixes em particular : peixe de Tobias, rémora, torpedo e
quatro-olhos (capítulo 3)
→ Repreensões aos peixes em geral (capítulo 4)
→ Repreensões aos peixes em particular : roncadores, pegadores, voadores, polvo
(capítulo 5)

● Peroração
→ capítulo 6
→ apelo aos ouvintes numa última advertência aos peixes
→ retrato do próprio P. António Vieira como pecador

LOUVORES DOS PEIXES :


→ obediência
→ “ordem, quietação e atenção” com que ouviram as palavras de Santo António
→ respeito e devoção ao ouvirem a doutrina
→ afastamento e “retiro” relativamente aos homens
→ “só eles entre todos os animais se não domam nem domesticam”

Peixe Virtudes Semelhança a St. António

Peixe do Tobias → fel cura a cegueira → curar a cegueira dos homens


→ coração afugenta os demônios → lançar os demónios fora de casa
→ vestido de burel e atado com corda → hábito e figura iguais

Rémora → cabeça ventosa que lhe permite fixar → procurou conduzir a um bom
as naus, sendo capaz de as imobilizar caminho e guiar os soberbos,
vingativos, cobiçosos e sensuais
Torpedo → produz pequenas descargas elétricas → homens tiram sem castigo
(faz tremer = consciencializar) → fez tremer 22 homens

Quatro-olhos → dois olhos virados para os inimigos → olhar para cima: Céu
do ar → olhar para baixo: Inferno
→ dois olhos a vigiar os inimigos do → dever dos cristãos de olhar para o
mar Céu, sem esquecer o Inferno

REPREENSÕES AOS PEIXES:


→ não só se comem uns aos outros, como os grandes comem os pequenos
→ ignorância e cegueira

Peixe Vícios Semelhança a St. António

Roncador → pequenos, mas emitem um som forte → nunca se vangloriou das suas
(autopromoção : soberba e arrogância) capacidades
→ S. Pedro → simplesmente um servo de Deus

Pegador → parasita que vive à custa do → aqueles que espalham a palavra


hospedeiro divina (David e St. António), sendo
→ quem parte para as conquistas vai ambos bem sucedidos
rodeado de uma grande comitiva → pegadores de Deus
→ pegadores morrem com o tubarão
em que se alojam

Voador → quer imitar os peixes (ambição) → reconhecia que as asas que fazem
→ esta ambição desmedida leva-o a subir também fazem descer
sofrer perigos de dois sítios → remete-se à humildade

Polvo → aparenta santidade, beleza, → “mais puro exemplar da candura,


serenidade e mansidão da sinceridade, e da verdade, onde
→ maior traidor e dissimulador do mar nunca houve dolo, fingimento ou
→ pior que Judas engano”

Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett, séc. XIX


Período após as invasões francesas e a crise de sucessão, em que o início do regime
liberal leva a uma instabilidade política. Adepto de um liberalismo que valoriza a
estética, o civismo e a política do país.
Em Portugal, o Romantismo encontra-se indissociavelmente associado ao
liberalismo e à ascensão da burguesia. Este opõe-se ao Neoclassicismo.
ROMANTISMO:
● valorização do “eu” face ao coletivo
● exaltação do sentimento
● ideais de liberdade individual e política
● patriotismo e características nacionalistas
● preferência pelos ambientes noturnos
● crença no progresso
● carácter didático dos textos
● reinvenção da História
● libertação da rigidez das normas clássicas (inflexibilidade géneros literários)
● prosa enquanto discurso literário
● linguagem coloquial e mais oralizante

TRAGÉDIA:
● aborda a relação do ser humano com o destino e as forças divinas
● personagens de alta estirpe (social ou moral)
● presença de um coro
● lei das três unidades
unidade da ação → intriga simples, sem ações secundárias (evita a dispersão)
unidade de espaço → ação desenrola-se no mesmo espaço
unidade de tempo → duração da ação dramática não excede as 24 horas
● estrutura tripartida da ação
exposição → apresentação das personagens e esboço do conflito (força oculta do
destino = anankê)
progressão dramática → desenvolvimento do conflito e aproximação do clímax
(hybris) , sofrimento das personagens intensifica-se (pathos)
desenlace/catástrofe → morte física, social, afetiva ou espiritual das personagens

DRAMA ROMÂNTICO:
● conflitos emocionais
● valoriza os sentimentos humanos das personagens
● acontecimentos de cariz sentimental e amoroso
● prosa em vez do verso
● linguagem próxima da realidade vivida pelas personagens

Palácio de Manuel de Sousa Coutinho


→ luxo e elegante, espaço aberto e com duas grandes janelas
→ retrato de Manuel de Sousa Coutinho (transmite serenidade)
→ família vive em paz e harmonia
→ incêndio e consequente destruição do retrato = premonição da catástrofe

Palácio de D. João de Portugal


→ salão antigo, melancólico e pesado, com reposteiros a impedir a entrada da luz
→ três retratos: D. Sebastião, D. João de Portugal e Camões
→ comunicação com a Capela de Nossa Senhora da Piedade
Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal
→ lugar vasto e sem qualquer ornamento
→ comunica com a Capela de Nossa Senhora da Piedade
→ decorada com símbolos de morte (esquife) e dor (cruz, objetos da Semana Santa)
→ única saída para a família católica é a renúncia ao mundo e à luz

Tempo
→ final do século XVI (1599) = domínio filipino
→ 1578 (batalha de Alcácer Quibir) + 7 (procura por D. João de Portugal)
→ + 14 anos (vida do segundo casamento)
→ ação em si decorre ao longo de 8 dias
→ afunilamento temporal que reduz as possibilidades de “saída”das personagens
da catástrofe (21 anos → 14 anos → 7 anos → 8 dias → 1 dia → 5 horas da madrugada)

Viagens na minha terra, Almeida Garret séc. XIX


Influenciado pela literatura de viagem, Viagem Sentimental (1768) - Sterne, e
Viagem à roda do meu quarto (1795) - Xavier Maistre. Combina a literatura de
viagem (física, reflexiva e crítica) com a novela sentimental. O relato da viagem
está associado a um tom crítico e pedagógico.

● 1º nível narrativo:
viagem geográfica → narrador-viajante, participante e personagem principal
(autodiegético)
● 2º nível narrativo:
novela sentimental → narrador-companheiro de viagem, não participante
(extradiegético)
● 3º nível narrativo:
carta de Carlos a Joaninha, narrador-Carlos, participante e personagem principal
(autodiegético)

O retrato físico indica qualidades psicológicas. Olhos como manifestação da


emoção.

Carlos:
→ franco e leal, ou, duvidoso, incerto e mentiroso → sentimental, poeta
→ generoso e fácil no perdão, mas também na ira → acomodado, barão
→ temperamental, vaidoso, descrente

Joaninha:
→ menina pura, mulher angelical e harmoniosa
→ serena, pura, espiritual e feliz
→ ligada à Natureza e ao rouxinol (o seu canto pressagia a morte)
As deambulações geográficas e o percurso pelos diferentes espaços físicos
desencadeiam reflexões sobre o estado político e social do país. Patriotismo.
Binómio passado grandioso / presente disfórico.

Crítica e reflexão:
→ oposição povo/sociedade
→ degradação do património
→ passado eufórico / presente disfórico
→ perda da memória nacional (deve-se relembrar a grande epopeia lusitana)
→ Idealismo / Materialismo (D. Quixote e Sancho Pança-barão)
→ descrições e enredos resultantes da imaginação sensível e não da observação do
real (Ultrarromantismo)
→ diferenciação Natureza / Sociedade

Amor de Perdição, Camilo Castelo Branco séc. XIX


Amor de Perdição, Memórias de uma família (subtítulo).

Apresenta dois níveis de ação:


→ narração dos factos trágicos da personagem principal, Simão Botelho
→ apresentação da genealogia da família Botelho.

A obra, inspirada na vida do tio paterno de Camilo, apresenta uma estrutura


tripartida “Amou, perdeu-se e morreu amando”, em gradação constante e sem
pausas acentuadas.

Capítulo I (período de 40 anos)


→ genealogia da família Botelho
→ explicação do ódio entre as duas famílias

Capítulo I-XX (período 1801-1807)


→ rebeldia de Simão em Coimbra e a sua consequente prisão
→ paixão proibida por Teresa
→ morte de Baltasar (antagonista) pela mão de Simão
→ prisão e condenação ao degredo

Conclusão (período de 10 dias)


→ partida de Simão para a Índia
→ morte de Teresa
→ morte de Simão e suicídio de Mariana
Na Introdução são estabelecidas comparações entre o herói romântico e Camilo
(preso na mesma cadeia que o tio paterno, pelo mesmo motivo: amor proibido).

Simão:
→ protótipo do herói romântico
→ transgressor das regras sociais e desejoso de liberdade
→ temperamento bravo e rebelde, mas de espírito nobre
→ quando conhece Teresa, acalma-se (regeneração)
→ revelador de coragem e verticalidade

Teresa:
→ perspicaz, percebe a hipocrisia social, que potencia a mentira, engano e falsidade
→ determinada, corajosa, insubmissa e desafiadora
→ com grande autodomínio e controlo das emoções

Carácter fatal do Amor, associado à ideia do Destino e Morte, conferindo a este uma
sacralidade que leva à expiação no mundo terreno, na busca da redenção espiritual.
Crença num amor capaz de transcender o domínio físico, sendo espiritual e eterno.

Apresenta-se um anúncio da iminente mudança social:


→ matrimónio
→ ideais da Revolução Francesa
→ sociedade retrógrada e desigual (insignificância social da mulher)
→ sociedade opressora (domínios social, jurídico, religioso e familiar)

Faceta de narrador-autor (introdução e conclusão) e narrador da ficção, intervindo


ainda com comentários. Dimensões fictional e memorialista evidenciadas pelo
título e subtítulo.

Os Maias, Eça de Queirós, séc. XIX


Os Maias, episódios da vida romântica

Romance:
→ tempo histórico (enquadramento histórico)
→ tempo narrativo (tempo da história/narrativa)
→ tempo psicológico (vivências e pensamentos das personagens)
→ analepses (recuos), elipses (omissões), sumários (resumos) e prolepses (saltos)
→ ação extensa podendo apresentar ramificações secundárias
→ personagens revelam complexidade e densidade psicológica
→ multiplicidade de espaços e organização temporal complexa
Eça de Queirós:
→ Geração de 70 (agitação e adoção do Ultrarromantismo)
→ polémica literária em torno da permanência do Ultrarromantismo
→ Questão Coimbrã (Ultrarromantismo vs “pensamento moderno”)
→ arte pela arte (Castilho) vs arte ao serviço das transformações sociais (Antero)
→ adepto do Realismo
→ Conferências Democráticas do Casino (arranque do Realismo em Portugal)

NATURALISMO :
● Natureza como única realidade existente
● recusa explicações que transcendam as ciências naturais
● estudo analítico e análise das circunstâncias sociais das personagens
● ações explicadas por problemas e doenças hereditárias, antecedentes
familiares, educação, meio social em que se inserem e posição económica
● Pedro da Maia, Eusebiozinho

REALISMO :
● representação fidedigna do mundo exterior, sem reflexões intelectuais e
preconceitos
● análise das condições políticas, sociais e económicas
● análise do psicológico, por influência do Naturalismo
● positivismo substitui idealismo (só conhece o que se observa e experimenta)
● Realismo ataca a ideia do Romantismo
● revolução científica, arte literário ao serviço da revolução de mentalidades

O romance Os Maias terá sido escrito ao longo de oito anos. Assim é possível
explicar porque é que o autor se vai distanciando dos cânones realistas e
naturalistas. No início faz-se uso do Naturalismo para explicar as ações da família
Maia , acabando o Destino a ser responsável pelo desenlace trágico desta família.

Crónica social, cultural e política que dá a conhecer o espaço social da época.


Análise cômico-trágica da sociedade, sem perder o ponto de vista ético. Cômico de
costumes da sociedade burguesa e lisboeta oitocentista.

→ amizades que resistem ao tempo → jornalistas corruptos


→ jogos de interesses → funcionários incultos
→ indivíduos que não merecem admiração → parasitas sociais
→ políticos sem valor → mulheres sedutoras e fúteis

Os Maias → história de uma família ao longo de três gerações (Afonso, Pedro e


Carlos), incluindo a intriga secundária e principal numa ação fechada.
Episódios da vida romântica → descrição do estilo de vida romântico, através de
uma crónica de costumes sobre a vida da aristocracia e burguesia lisboetas da época
Antecedentes da intriga central → Introdução e preparação da ação (Capítulo I-IV)
● instalação dos Maias em Lisboa
● descrição e história do Ramalhete (outono de 1875)
● analepse, com o objetivo de explicar os antecedentes da família (1820)
→ juventude de Afonso e exílio em Inglaterra
→ vida de Pedro (educação, infância, juventude)
→ casamento e relação de Pedro com Maria Monforte
→ suicídio de Pedro e fuga de Maria com o italiano
→ vida de Carlos (infância. juventude e vida académica em Coimbra, Europa)

Intriga Principal (Capítulo I-XVII)


● Carlos começa a sua atividade no consultório, sem muito sucesso
● Ega/Raquel Cohen , Carlos/Condessa Gouvarinho (desinteresse)
● Jantar no Hotel Central (por Ega, 1ª visão de Maria Eduarda por Carlos)
● imposição de Dâmaso Salcede
● ida a Sintra (Carlos tem esperança de ver Maria Eduarda)
● Carlos visita Rosa, filha de Maria Eduarda, a pedido de Miss Sara
● Escândalo do baile de máscaras em casa dos Cohen
● Episódio da corrida de cavalos (crítica de costumes)
● Carlos visita Miss Sara, pretexto para as consequentes visitas deste a Maria E
● crescente intimidade entre Carlos e Maria Eduarda, ciúmes de Dâmaso
● Jantar em casa dos condes de Gouvarinho
● difamação de Carlos por Dâmaso (crítica à imprensa parcial)
● instalação de Maria Eduarda e Rosa nos Olivais (casa de Craft), a Toca
● Castro Gomes revela a Carlos a realidade da sua relação com Maria E.
● Episódio do sarau no Teatro da Trindade
● Sr. Guimarães revela a Ega o parentesco entre Carlos e Maria E.
● incesto consciente de Carlos e morte do avó (apoplexia)
● revelações de Ega a Maria Eduarda, partida desta com a filha para Paris

Epílogo (Capítulo XVIII)


● viagem de Ega e Carlos pelo mundo (1 ano e meio)
● regresso de Ega a Lisboa, Carlos em Paris, passagem por Sevilha
● reencontro de Carlos e Ega em Lisboa (já num ritmo mais demorado)
● uso de elipses e resumos para retomar o ritmo rápido da narrativa

Afonso da Maia
→ figura emblemática do Liberalismo romântico, exílio da pátria em Inglaterra
→simboliza as virtudes e moral de outrora
Pedro da Maia
→ representa o ambiente excessivamente doentio do Ultrarromantismo
→ educação portuguesa e a sua consequente fragilidade de espírito

Carlos da Maia
→Portugal sofre as consequências do Romantismo (país sem identidade e projetos)
→ educação inglesa (educação moderna, apologista do físico, ética e respeito)
→ gosto requintado que o distingue da mediocridade do meio social que o rodeia
→ vítima de uma ociosidade que o impede de acabar os projetos, diletante

Ega
→ defensor do Naturalismo (disputa verbal e física com Alencar, Hotel Central)
→ protótipo do demagogo

Alencar
→ poeta ultrarromântico, idealismo extremo e exacerbado

Cohen
→ financeiro sem escrúpulos, símbolo da alta finança portuguesa oportunista

Conde de Gouvarinho
→ político incompetente e retrógado

Dâmaso
→ vulgar embora pertença à alta sociedade
→ calunioso, covarde, falso serventil e imitador

Cruges
→ intelectual incompreendido e marginalizado

Craft
→ inglês rico e boémio, observa com distanciamento os costumes lisboetas

Características trágicas dos protagonistas:


➔ superioridade intelectual e física
➔ papel do Destino e Fatalidade como motriz e inescapável
➔ temática do incesto
Antero de Quental, Sonetos Completos

Modo lírico:
● Nível Semântico: palavras adquirem novos sentidos → polissemia da palavra
● Nível Morfossintático: sintaxe e morfologia podem ser subvertidas
● Nível fónico: dimensão fônica e significado têm igual valor

ANTERO DE QUENTAL
→ forte consciência social e lado cívico
→ pensador melancólico, impossibilitado de acabar os planos devido à doença
→ Conferências Democráticas
→ busca da resposta filosófico sobre o sentido da existência
→ marcado pelo pessimismo

1ª fase → corte com a fé da infância e insatisfação


2ª fase → crise sentimental e consequente sentimento de frustração
3ª fase → espírito combativo
4ª fase → pessimismo metafísico
5ª fase → reconciliação mística

Discurso Conceptual : recurso a conceitos abstratos. noções filosóficas, metafísicas


e abstratas

A tríade Razão, Amor, Justiça é uma e indivisível,


sendo por isso um poeta de valores universais. A
Razão é essencial para o conhecimento humano.

ANGÚSTIA EXISTENCIAL :
● disforia da consciência da inutilidade da vida
● angústia existencial, tédio, pessimismo
● inquietação metafísica e espiritual
● ânsia do absoluto
● entrega à Noite como refúgio e libertação

CONFIGURAÇÕES DO IDEAL :
● busca filosófica e metafísica
● dilema interior → razão abstrata / sentimento (consciência, religião, real)
● espírito religioso
● importância do sonho
● espírito lúcido e crítico, com exaltação do Amor e Razão
Cesário Verde, O Sentimento dum Ocidental,séc XIX

Cesário Verde
● rápido aumento populacional nas cidades → êxodo rural
● proliferação de doenças, cidades como foco de infeção
● desenvolvimento industrial leva a iniquidade agravada
● nascimento e propaganda de causas republicanas
● aparecimento do anticlericalismo
● Geração de 70
● Impressionismo (apreensão do real na pintura e literatura)

O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL :


→ 44 estrofes de uma cidade asfixiante e castradora, desde tarde a madrugada
→ margens do rio Tejo (partida das naus) até aos becos sombrios de Lisboa

→ Ave Marias :
● fim da tarde e início da noite
● errância do s.p. que vai descrevendo os diversos espaços que percorre
● insatisfação e nojo perante a cidade que causa um“desejo absurdo de sofrer”
● solidariedade e simpatia para com as classes sociais mais desfavorecidas
● observação do presente evoca o passado heróico dos Descobrimentos
● disforia do presente

→ Noite Fechada :
● passeio continua num espaço mais confinado, enclausurado e solitário
● fechamento progressivo do espaço → tristeza e morbidez
● realçar das iniquidades sociais (mulheres da moda e empregadas de lojas)

→ Ao Gás :
● escuridão evidente à sua volta cria uma atmosfera de alucinação
● interpretação da realidade externa à luz da realidade subjetiva do s.p.
● opção entre a doença e sujidade, e a saúde (cheiro a pão e forjador)
● dicotomia cidade / campo
● pedido suplicante de um mendigo (velho professor de Latim)

→ Horas Mortas :
● afunilamento espacial, a cidade dorme
● cidade percorrida pelos imorais, ideia de amor como uma quimera
● morte é inexorável, esperança está confinada às gerações futuras
● singular torna-se no coletivo, apelo vão de esperança
● libertação associada ao campo e s.p. cada vez mais embrenhado na cidade
● ideia de cidade-prisão
Pessoa Ortónimo, início do séc. XX
Período de agitação política, social e económica, e constrangimentos da liberdade
individual e coletiva.

MODERNISMO :
● duas vertentes: uma mais lata (fim séc. XIX - anos 50),uma mais abrangente
● revista Orpheu
● revista Presença → segundo Modernismo
● Geração de Orpheu (acabar com os hábitos culturais retrógrados)
● diversidade estética e ideológica
● experimentação de correntes → Cubismo, Futurismo, Intersecionismo

Fingimento poético Dor de pensar

Sonho e realidade Nostalgia da infânca

FINGIMENTO POÉTICO
→ poema deve ser feito não no momento de emoção, mas na recordação dela
→ composição poética leva à necessidade de intelectualizar o que se sente
→ sinceridade intelectual e metafísica é tudo o que a poesia necessita
→ poema só comunica dor fingida, pois a real é apenas sentida pelo s.p.
→ as emoções nos poemas são apenas figurações e imagens das emoções reais
sentidas apenas pelo poeta (daí serem “fingidas”, não autênticas)
→ criação poética parte de uma emoção sentida e real e cria uma fingida e distante
→ elaboração estética presente na oposição razão / sentimento
→ sinceridade/fingimento inconsciência/consciência sentir/pensar
→ “Autopsicografia”

DOR DE PENSAR
→ sente-se condenado a ter de pensar e ser lúcido
→ gostava de ser inconsciente (consciência das coisas ou de seres comuns)
→ insatisfação e dúvida sobre a utilidade do pensamento
→ procura a relização do paradoxo de ter uma consciência inconsciente
→ ao pensar sobre o pensamento → impossibilidade de consolidação da dicotomia
→ consciente da vida e da sua efemeridade que cria o desejo de regressar à infância
→ “Ela canta, pobre ceifeira”, “Gato que brincas na rua”
SONHO E REALIDADE
→ forma de evasão à realidade que corrói, refúgio
→ sonho como solução para uma existência sofrida e breve ilusão de felicidade
→ momento efémero de felicidade ao imaginar uma vida de inconsciência
→ certeza de que a lucidez impede a felicidade

A NOSTALGIA DA INFÂNCIA
→ nostalgia da infância como um paraíso perdido e falta de ternura
→ crença em sonhos impossíveis e consciência da efemeridade da vida
→ “O meu passado é tudo quanto não consegui ser.” - Bernardo Soares

Alberto Caeiro
● “simples guardador de rebanhos” → poeta bucólico
● vê de forma objetiva e natural sem atribuir significados às coisas
● recusa o pensamento metafísico e a abstração
● desprovido de educação literária, tendo frequentado a escola pouco tempo
● realidade é captada através das sensações → sensacionismo
● verso livre e métrica irregular, linguagem simples e coloquial
● Mestre → ao anular o pensamento, livra-se da dor associada a este

Ricardo Reis
● poeta “clássico” → ode; adota o epicurismo e estoicismo
● epicurismo → “Carpe diem” → busca pela felicidade e aproveitamento da vida
● estoicismo → não se deve seguir os impulsos pois quando uma grande
felicidade passa vem um momento de grande tristeza → contenção
● adoção de uma ataraxia procurando uma felicidade relativa através de um
esforço estoico e disciplinado (desafio helénico)
● noção das leis do Destino e consciência do Fado e efemeridade
● aurea mediocritas (sossego e Natureza como fonte da felicidade relativa)
● busca pela perfeição e equilíbrio na vida e na produção lírica, vocabulário
selecionado e cuidado

Álvaro de Campos
● poeta da Modernidade
● totalização das sensações “sentir tudo de todas as maneiras”
● sente a complexidade e dinâmica da vida moderna procurando experimentar
a violência e força de todas estas emoções
● incapacidade unificar o mundo externo e interno
● abulia, tédio, deceção, pessimismo
● exaltação da beleza e força da máquina
● FASE DECADENTISTA → tédio,cansaço,necessidade de novas sensações, ópio
● FASE FUTURISTA → exaltação de energia e das máquinas, velocidade
● FASE INTIMISTA → incapaz de unificar os dois planos retorna ao abatimento
● linguagem em estilo torrencial, rápido e nervoso
● versos livres e longos, tom mecânico, moderno e cosmopolita
● Walt Whitman, Nietzche e Marinetti (marcam a fase futurista)

Mensagem, Fernando Pessoa


→ 44 poemas
→ natureza epico-lírica : cantou o fim do império procurando incentivar o
reaparecimento de um império de língua, cultura e valores
→ relato histórico (Camões) → visão subjetiva e introspectiva dos episódios míticos
→ reavivando o mito sebastianista, anuncia-se o Quinto Império
→ QUINTO IMPÉRIO : império espiritual, moral, cultural e civilizacional
→ herói é escolhido por Deus, sendo-lhe atribuída uma missão
→ Sebastianismo como mito regenerador, ligado ao sonho e perseverância
→ círculo perfeito : estrutura tripartida (nascimento, realização, morte)

BRASÃO
● nascimento de Portugal → erguido pelo esforço e destinado a grandes feitos
● mitos e figuras históricas até D. Sebastião identificadas nos elementos dos
brasões
● povo heroico e guerreiro, construtor do império marítimo
● referência aos predestinados, mulheres portuguesas e mães dos fundadores
● Bellum sine bello (guerra sem geurra)

MAR PORTUGÛES
● vida do país e personagens de acontecimentos dos Descobrimentos
● exaltação da luta contra factores desconhecidos e naturais
● Possessio maris (posse do mar)

O ENCOBERTO
● desintegração do império moribundo
● presente de sofrimento: morte implica o renascimento “falta cumprir-se
Portugal”
● ânsia pela regeneração deste e esperança no Quinto Império
● Pax in excelsis (pax nos céus)
● tripartida em “Os Símbolos”, “Os Avisos” e “Os Tempos”
Memorial do Convento, José Saramago, fim do séc. XX

● retrato da sociedade portuguesa no início do séc. XVIII (1711-1739) aos olhos


da sociedade atual
● reinado de D. João V (rei megalomano)
● Saramago contraía a versão oficial da história, homenageando o povo e
fazendo deste o héroi coletivo

→ D. João V promete construir um convento maior que o Palácio de Versailles se D.


Maria Ana Josefa lhe der um filho.

→ Presença e omnipotência da Inquisação → prendia, turturava e matava :


livres pensadores judeus cientístas
feiticeiras artistas

Tipologia da obra:
● interesse pelo passado remete ao Romantismo
● Alexandre Herculano deu o exemplo (romances históricos) → coexistência de
factos reais e fantasia criada

MEMORIAL DO CONVENTO → pode não ser considerado como um romance


histórico, pois embora relate factos reais e verídicos, fá-lo à luz da caneta e crítica
da sociedade contemporânea.

vestuário e pertences
espaços físicos
referências ao passado reconstituição de acontecimentos passados históricos
linguagem das personagens

Contexto histórico:
● D. João V no trono (como modelo D. Luís XIV de França)
● guerra da sucessão em Espanha
● ouro, pedras preciosas e bens do Brasil
● rei gastava todo o dinheiro a manter uma aparência
● vieram para Portugal estrangeiros ricos, técnicos e estrangeirados

2 linhas de ação que se desenvolvem paralelamente


→ Construção do Convento de Mafra : recriada através de personagens fictícias e da
família real
→ Amor entre Baltasar e Blimunda : alinhada com a construção da passarola
D. JOÂO V
● rei megalomano, soberano absoluto
● condena o povo a seguir a sua religiosidade fanática e vaidade (promessa
pessoal → construir o Convento de Mafra)
● dimensão procriadora → descendentes e convento
● não amava a rainha (faceta quase animalesca enfatizada pela linguagem)
● compara-se a Deus na sua relação com as religiosas

D. MARIA ANA JOSEFA


● D. Maria Ana da Áustria
● mulher que apenas é livre no sonho (troca a sua faceta de aristocrata pela
sua feminilidade)
● passiva e insatisfeita → casamento de fachada, sexualidade oprimida
● falso código moral, ético e religioso (religião como salvação e redenção, em
de uma pratica comum, diária e altruísta)
● busca constante pela redenção (atração por D. Fernando)

BALTASAR SETE-SOÍS
● crítica do narrador à desumanidade da guerra
● pragmático e simples
● construtor da passarola e do Convento de Mafra
● cúmplice de Blimunda

BLIMUNDA SETE-LUAS
● mulher sensual e inteligente, sem regras que a condicionem ou escravizem
● escolhe Baltasar para partilhar a vida e existência repleta de amor e
liberdade → sem compromissos ou culpa
● representa o transcendente e a inquietação face ao amor, morte, pecado e
Deus
● o seu dom aproxima-a da espiritualidade da música de Scarlatti e do sonho
do Padre Bartolomeu

PADRE BARTOLOMEU GUSMÃO


● representa as novas ideias que estranham a inculta sociedade portuguesa
● proteção real não impede a chacota da Corte e ataques da Inquisição
● curioso, bom orador sacro (aproxima-se do Padre António Vieira)
● crise de fé → leituras e postura anti-dogmática → busca pelo saber

Tríade → Baltasar, Blimunda e Padre Bartolomeu → sonho → desgraça partilhada


→ empenho tornado realidade
DOMENICO SCARLATTI
● representa a arte aliada ao sonho
● cura Blimunda e permite a execução da passarola

POVO
● real herói e protagonista
● personagem tipo
● massa colectiva e anónima, trabalhadora, por vezes rude e violenta

CLERO
● hipócrita e violento
● espiritualismo convencional e religiosidade vazia
● corrupção e degradação moral

Lisboa
→ Terreiro do Paço (local de trabalho de Baltasar)
→ Rossio (autos de fé)
→ São Sebastião da Pedreira

Mafra
→ Vela (convento) → Serra do Barregudo
→ Ilha da Madeira (alojamento dos trabalhadores) → Monte Junto
→ Pero Pinheiro → Torres Vedras

Procissão da Quaresma
→ caracterização de Lisboa
→ excessos praticados durante o Entrudo
→ satisfação dos prazeres carnais
→ brincadeiras carnavalescas
→ descrição da procissão
→ manifestações de fé que tocam a histeria
→ embora haja uma tentativa de purificação (incenso) a cidade permanece suja,
caótica e hipócrita

Autos de fé
→ população em festa após dois anos sem autos de fé
→ crítica ao gosto sanguinário
→ busca pela emoção como preenchimento para o vazio da vida
→ vaidade e futilidade das mulheres à janela
→ refrescos adquiridos (água, limonada) antes de os condenados arderem
→ dominicanos seguidos da Inquisição
→ distinção dos sentenciados (menção de alguns nomes)
→ bens dos judeus eram deixados à Coroa
Tourada
→ forma como os touros são torturados
→ público exaltado e sem inibição
→ população não fica incomodada com o sangue e cheiro a carne queimada

Procissão do Corpo de Deus


→ descrição das preparações, ostentação e aparato
→ crítica religiosa
→ forma como Blimunda e Baltasar vivem a procissão
→ crítica à relação do rei com as freiras
→ procissão como forma de purificação das almas
→ histeria (pecadores batem e são batidos)
→ esconjuração do mal momentaneamente
→ ideal marxista do narrador face à religião “ópio do povo”

Trabalho no Convento
→ simboliza o espaço de servidão deshumana
→ condições deploráveis (40 000 portugueses)

Miséria no Alentejo
→ Alentejo associado à fome e miséria
→ luta pela sobrevivência
→ comportamentos imorais (salteadores no início da obra)

Tempo diegético Tempo histórico Tempo do discurso

● tempo em que ● 1711 → começo ● forma como o narrador relata


decorre a ação ● 1716 → Pedra de Mafra os acontecimentos
● 1711 - 1739 ● 1717 → regresso a ● linear
● D. João V < 25 anos Lisboa e passarola ● analepses → recuos no tempo,
● rainha em Portugal ● 1719 → casamentos explicam episódios passados e
< 2 anos reais permitem coesão narrativa
● 1730 → inauguração (porquê da construção do
do Convento convento)
● 1739 → fim ● prolepses → ações futuras,
antecipação de acontecimentos
com um tom crítico (morte do
enfante e sobrinho de Baltasar)
ou fornecendo uma visão
globalizante (tempo diegético /
presente do escritor)
Contos, séc. XX
→ narrativa breve, pouco extenso
→ número reduzido de personagens (habitualmente pouco complexas)
→ enredo simples e com pouca variedade de acontecimentos
→ concentração no tempo e espaço
→ tempo psicológico : forma como as personagens vivenciam o tempo, de acordo
com o seu estado de espírito

Sempre é uma companhia, Manuel da Fonseca


● Neorrealismo
● conflitos sociais provincianos na dura vivência alentejana
● ambiente rural alentejano

NEORREALISMO:
→ influenciado pelo modernismo, marxismo, psicanálise freudiana
→ mantem o determinismo presente no Naturalismo
→ analogia homem / animal

SEMPRE É UMA COMPANHIA


● Batola → ocioso proprietário de uma venda no Alentejo
● vida de monotonia e solidão → “sonolênica pegada”
● mulher de Batola → pilar que sustenta o casamento e negócios (venda)
● mulher com papel determinante no casamento, sofre violência física quando
Batola não consegue ultrapassar a humilhação, solidão, monotonia e tédio
● Batola relembra o velho Rata, mendigo que percorria outras terras e contava
histórias sobre estas → viajava através destas histórias
● carro para em frente à venda → chegada da telefonia
● telefonia permite dinamismo social, convivência e arejamento da população
● mudança na aldeia, mas também em Batola
● Alentejo 1940/50, aldeia de Alcaria
● espaço rural pobre, duras condições de vida, alheamento e falta de
informação

Batola
→ António Barrasquinho
→ preguiçoso, ocioso, “atarracado”
→ “cara redonda amarfanhada num bocejo”
→ olhos “semicerrados” para não enxergar a sua existência monótona e entediante
→ bebe muito, exceto às refeições, arrastando-se pela venda
→ incapaz de tomar uma posição face à atitude controladora da mulher
→ insurge-se contra a mulher quando decide ficar com a telefonia
→ torna-se energético e ativo ganhando a admiração da mulher
Mulher de Batola
→ responsável pela logística da venda e lida doméstica
→ energética, por oposição ao laxismo do marido
→ sem se aperceber permite a transformação do marido, abandonando, o seu tom
superior e altivo

Velho Rata
→ companhia habitual de Batola, antes de se suicidar
→ permite a comunicação deste com o mundo
→ portador de novidades que permitiam combater o alheamento da vila
→ incapaz de lidar com o imobilismo do reumatismo, suicida-se

Vendedor e Calcinhas
→ persuasivo, instala o conflito no casal
→ consegue finalmente agradar a ambas as partes, instalando a mudança
→ ajudante passivo à encenação do Vendedor

Ceifeiros e habitantes da aldeia


→ vida dura e estéril
→ inicialmente tristes e sorumbáticos passam a juntar-se ao fim do dia na venda,
libertando-se da sua existência de monotonia

George, Maria Judite de Carvalho


● percurso de uma figura ao longo das três etapas da vida

GI
→ primeira sequência narrativa
→ retrato de uma jovem com sonhos e ambições
→ esbarra com os projetos traçados pelos pais, o casamento tradicional ideal e com
uma vida tranquila e sossegada
→ mudanças constantes de aspecto e vontade de alugar casas já mobiliadas
expressam a sua libertação e vontade de independência
→ reencontro com as memórias do passado

GEORGE
→ segundo momento, diálogo entre Gi e George
→ conversa entre as duas mulheres (adulta e jovem)
→ comboio chega e George dispede-se do seu passado, embarcando numa viagem
ao fantasma do futuro
→ conflito interior
→ concretiza os seus sonhos e aspirações de vida
GEORGINA
→ terceira etapa da narrativa e da vida
→ solidão profunda e melancolia
→ culminar das decisões levadas ao longo da vida

Poetas Contemporâneos,segunda metade do séc. XX


● atenta a um mundo inquieto que assistiu a momentos trágicos
● poesia de intervenção e mensageira da liberdade
● regime ditatorial, guerra colonial, emigração, 2ª Grande Guerra, transição
para a democracia
● poesia consciente
● REPRESENTAÇÕES DO CONTEMPORÂNEO (problemas atuais e ambiente)
● TRADIÇÃO LITERÁRIA (inspiração e escritores )
● FIGURAÇÕES DO POETA (sentimento pessoal do poeta/s.p.)
● ARTE POÉTICA (processo de criação)

→ Miguel Torga → Ruy Belo


→ Ana Luísa Amaral → António Ramos Rosa
→ Luiza Jorge Neto → Eugénio de Andrade
→ Manuel Alegre → Herberto Helder
→ Nuno Judice → Vasco Graça Moura
→ Alexandre O´Neill → Jorge de Sena

Miguel Torga :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ atualidade política → condição humana → sentimento telúrico → processo rigoroso


e social → homem/mundo → consciência social e → implica sofrimento
→ Natureza → homem/Deus ética
→ Camões → inconformismo,
→ Pessoa rebeldia, agonia e
inquietação face à
atualidade
Ana Luísa Amaral :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ espaços quotidianos → quotidiano → ambiguidade → quotidiano como


(interiores e exteriores) → questão de género “eu” poético / autor motor
→ episódio comuns do → amor → contornos → aparente
dia a dia → tradição autobiográficos simplicidade esconde
→ tarefas domésticas anglo-saxónica um trabalho de
dispertam a criação → Camões aperfeiçoamento
poética → Pessoa

Luiza Jorge Neto :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ fragmentos do mundo → olhar e descrição → atenção ao real e → estilo depurado


circundante do real remetem ao quotidiano → transgressão do
→ descrição do real para : → diálogo com o cânone
→ inquietação face ao → Cesário Verde leitor
convencional e à
deshumanização

Manuel Alegre :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ ditadura → Camões → ser comprometido → poesia como arma


→ guerra colonial → cantigas de com o seu tempo contra a opressão e
→ defesa da liberdade amigo → defesa da liberdade violência
Nuno Judice :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ reflexão e análise da → património literário → subjetividade do → poesia de


atualidade e histórico sujeito de características
→ contraste entre o → Camões enunciação narrativas
mundo exterior e interior → Garret
do s.p. → Antero de Quental

Alexandre O´Neill :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ crítica sarcástica → cantigas de escárnio e → recusa da ordem → liberdade de criação


ao país maldizer estabelecida poética
→ consciência → poetas barrocos → ironia → sentimentalismo
burguesa → poetas → provocação excessivo
pré-românticos → poesia de → condenação da rima e
intervenção artificialismos normativos

Ruy Belo :

Representações do Tradição literária Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo

→ poesia de intervenção → crítica social → consciência da → trabalho árduo


→ real ético e cívico do → poesia de efemeridade → ofício artesanal
país intervenção → morte inevitável
→ passado eufórico /
presente disfórico
António Ramos Rosa :

Representações do Tradição literária Figurações do Arte poética


contemporâneo poeta

→ opressão Salazarista → Camões → denúncia do → importância da palavra


→ consciência da → Pessoa regime opressivo → palavra = matéria prima
efemeridade e morte do Estado Novo → poesia reflexiva
→ panteísmo → aceitação do limite da
→ Natureza poesia

Eugénio de Andrade :

Representações do Tradição Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo literária

→ Natureza → correntes e → amor (vertente → labor angustiante


→ 4 elementos primordiais poetas maternal ou sexual) → artesanal
→ análise do presente que tradicionais → ser trabalhador em → mão = símbolo da
permite a construção do → Camões busca da perfeição génese artística
futuro das palavras

Herberto Helder :

Representações do Tradição Figurações do poeta Arte poética


contemporâneo literária

→ inquietação → Camões → Natureza ligada à → metáforas


→ enigma da vida → Orpheu criação poética → símbolos complexos
→ recusa do quotidiano → simbolistas → artista da palavra → trabalho inerente à
banal franceses → insatisfeito mas não criação artística
→ presença do sagrado desiste

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