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Baltasar

Resumo do capitulo IV
 Neste capitulo, é nos apresentado o personagem Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, de 26
anos. Era soldado, mas acabou sendo expulso do exército por já não lhe ser útil, uma vez
que perdeu a mão esquerda numa batalha contra Espanha, para decidir a quem pertencia
o trono espanhol.

 Após sair do exército, Baltasar começou a pedir esmola em Évora para pagar um gancho
e um espigão, a um ferreiro e a um seleiro, para ocuparem o lugar da mão esquerda.

 A caminho de Lisboa Baltasar mata um homem de dois que o tentaram assaltar.

 Não sabia se ficaria em Lisboa ou se seguiria para Mafra onde estavam os seus pais,
enquanto não se decide vagueia pelas ruas da capital, onde conhece João Elvas, que
também fora soldado, com quem passa a noite junto de outros mendigos num telheiro
abandonado.

 Antes de dormirem todos contaram histórias de assassinatos e mortes que ocorreram na


cidade, as quais compararam com mortes que alguns presenciaram na guerra.
Caracterização
 Personagem fictícia, embora haja registos de que viveu
realmente em Mafra a família dos Sete-Sóis.

 Foi soldado na Guerra da Sucessão de Espanha, onde


perdeu a mão esquerda; foi o esecutor do projeto do
padre Bartolomeu Lourenço e , mais tarde, trabalhou
nas obras de edificação do convento.

 É um homem do povo, determinado, destemido,


talentoso, corajoso e sonhador.

 Morre às mãos da Inquisição, queimado numa fogueira.


Sete-Sóis / Sete-luas

Símbolo da união e da plenitude. O primeiro representa o dia, a força física, o


trabalho. A segunda, a noite, a magia, o transcendente, o mundo onírico. A
união de ambos simboliza a perfeição, visível não só nas alcunhas, como no
número sete e nas três sílbas que compõem o seu nome.
Espaço
 Neste capítulo ocorre em vários espaços, nomeadamente no Alentejo e Lisboa.

 Alentejo é o percurso que pelo qual Baltasar percorre quando regressa de guerra da
sucessão de Espanha.

Espanha Évora Montemor Pegões Lisboa


Baltasar Sete-Sóis – o construtor sonhador
Trabalha em Mafra, no campo, Combate na Guerra da Sucessão de
antes de entrar no exército do rei Espanha, aí perde a mão esquerda
D.João V

26 de julho de 1711 conhece e


Trabalha em Lisboa, no Terreiro do
casa com Blimunda, o amor da
Paço, no açougue
sua vida

Trabalha em Mafra, nas obras do Constrói a Passarola, em S.


Convento Sebastião da Pedreira, em Lisboa

Realiza, com o Padre Bartolomeu Em 1739 desaparece, voando na


e Blimunda o primeiro voo Passarola

18 de outubro de 1739 morre na fogueira,


sentenciado pela Inquisição
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1.Localize a ação deste exerto em termos históricos

A ação decorre por ocasião da Guerra da Sucessão espanhola que desenrolou entre 1702 e
1714, na altura em que reinava em Portugal D.João V, que foi proclamado rei em 1706, tendo o
seu reinado durado 44 anos.

2.Trace o retrato físico e psicológico de Baltasar, explicando de que forma, através da


personagem, se manifesta o sofrimento e a opressão das classes desfavorecidas.

Baltasar Mateus surge em cena como um soldado esfarrapado e descalço, a viver da caridade,
que se viu obrigado a abandonar a Guerra da Sucessão espanhola por ter perdido a mão
esquerda. É um homem solitário, cuja família é de Mafra; é desenvolto, destemido e corajoso;
já que se atreve a percorrer os caminhos sozinho, acabando mesmo por matar um homem em
legítima defesa.
Por meio da figura de Baltasar, o narrador põe em evidência o sofrimento da classe mais
desfavorecida-o povo- às mãos dos caprichos dos poderosos. Baltasar que, como se disse,
perdera a mão esquerda ao serviço da pátria, numa guerra que nada tinha que ver como
Portugal, vê-se abandonado pela própria nação.
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3.Demonstre como neste excerto o narrador recorre à prolepse, antecipando
acontecimentos futuros.

O narrador serve-se da prolepse quando se refere ao desfecho da Guerra da Sucessão, numa


altura em que ainda decorria. Antecipa também acontecimentos futuros ao revelar que
Baltasar, em legítima defesa, matará um homem que o tenta assaltar.
O encontro e a
união
Caracterizaçaõ

Baltasar:
 Ex-soldado desiludido e marcado pela
guerra.

 Representa a força física e a experiência


da vida.

 Ele carrega consigo cicatrizes visíveis e


invisíveis de seus traumas passados.
Caracterização

Blimunda:

 Retratada como uma figura divina e


misteriosa, dotada de
habilidades sobrenaturais que transcendem
os limites da realidade física.

 Ela representa a espiritualidade e


o mistério.
Blimunda – a mulher com poderes de ecovisão
26 de julho de 1711 conhece e casa com É separada da mãe que é exilada,
Baltasar, o amor da sua vida para Angola, pela Inquisição

Recolhe as vontades humanas, em Lisboa


para encher as esferas da Passarola

Realiza com o padre Bartolomeu e


Baltasar, o primeiro voo na Passarola
De 1730 a 1739 procura Baltasar

Percorre Portugal do litoral até ao


interior, atravessando algumas vezes a
18 de outubro de 1739, fronteira de Espanha
encontra Baltasar num auto-
de-fé, sentenciado pela Blimunda recolhe a vontade de Baltasar
Inquisição a morrer queimado
na fogueira
Caracterização

Padre (Bartolomeu Lourenço de Gusmão):

 Representa as novas ideias que causavam


estranheza na inculta sociedade portuguesa

 Homem curioso e grande orador

 A sua personagem risível era conhecido por


"Voador" , torna-o elemento catalisador do
voo da passarola, conjuntamente com
Baltasar e Blimunda
Amor verdadeiro relação Baltasar/Blimunda

 O encontro entre Baltasar e Blimunda está marcado pela crueldade do auto de fé, que
condena ao degredo Sebastiana de Jesus, mãe de Blimunda, e pelo misticismo da
promessa de Blimunda de que nunca «olhará por dentro» Baltasar.

 Blimunda amou apaixonadamente Baltasar desde o primeiro momento.

 O silêncio e os gestos simples, como o de deixar a porta aberta, o acender o lume, o


servir a sopa, o esperar pela coler usada de Baltasar, marcam a entrega e a comunhão
entre estes dois seres.
Símbolos do relacionamento

Colher Número "sete"


É um símbolo da aliança, que É o número de dia de cada ciclo
vai unir para sempre as duas lunar, que regula os ciclos de vida e
personagens. da morta na terra.

Sol
Associado a Baltasar e o povo,
sugere a ideia de vida.

Blimunda Lua
Com o seu poder de visão, Como o sol, que todos os dias tem
compreende as coisas sobre a vida, a de vencer os guardiões da noite
morte, o pecado e o amor. (mitologia antiga)
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1.Classifique as afirmações como verdadeiras ou falsas. Corrija as falsas

a. V

b. F (Dado o seu carácter sanguínário e a sua ignorância, o povo regozijava-se e excitava-


se com a violência infligida aos seus semelhantes, no descurso dos autos de fé.)

c. F (Prolepse, uma vez que o narrador avança no tempo até á atualidade.)

d. F( É Sebastianas de Jesus quem, telepaticamente, leva a filha a estabelecer contacto


com Baltasar.)
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2.Identifique, explicando a sua funcionalidade, os símbolos que consagram a
união de Baltasar e de Blimunda.

São visíveis (1) no facto de Blimunda ter esperado para comer na mesma colher
que Baltasar, situação que o narrador associa á declaração formal de união que
ocorre num casamento, (2) no facto de o padre ter abençoado não só a casa e a
comida mas também a esteira no chão e o punho cortado de Baltasar, (3) no facto
de Blimunda ter feito uma cruz no peito de Baltasar e se ter benzido com o sangue
da virgindade, como se tivesse a selar um pacto entre os dois.
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3.Estabeleça um contraste entre o ato sexual dos pares rei/rainha e
Baltasar/Blimunda

O ate sexual dos reis reveste-se de um formalismo ritual protocolar, apenas com o
objetivo preciso de gerar um herdeiro. Além disso, está isento de qualquer afeto e
intimidade, dada a presença de um conjunto de criados. Baltasar e Blimunda,
contrariamente, vivem a sexualidade com liberdade, de forma pura e com uma
entrega total, decorrente apenas da vontade prazerosa de ambos: " esse ela quis,
quererá ele.". O facto de Blimunda, findo o ato, se benzer e fazer uma cruz com o
sangue da sua virgindade no peito de Baltasar traduz o compromisso selado
entre ambos a partir daquele dia, um compromisso em que não cabem nem os
pensamentos libidinosos da rainha nem as relações adúlteras do rei.

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