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Resumo do capitulo IV
Neste capitulo, é nos apresentado o personagem Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, de 26
anos. Era soldado, mas acabou sendo expulso do exército por já não lhe ser útil, uma vez
que perdeu a mão esquerda numa batalha contra Espanha, para decidir a quem pertencia
o trono espanhol.
Após sair do exército, Baltasar começou a pedir esmola em Évora para pagar um gancho
e um espigão, a um ferreiro e a um seleiro, para ocuparem o lugar da mão esquerda.
Não sabia se ficaria em Lisboa ou se seguiria para Mafra onde estavam os seus pais,
enquanto não se decide vagueia pelas ruas da capital, onde conhece João Elvas, que
também fora soldado, com quem passa a noite junto de outros mendigos num telheiro
abandonado.
Alentejo é o percurso que pelo qual Baltasar percorre quando regressa de guerra da
sucessão de Espanha.
A ação decorre por ocasião da Guerra da Sucessão espanhola que desenrolou entre 1702 e
1714, na altura em que reinava em Portugal D.João V, que foi proclamado rei em 1706, tendo o
seu reinado durado 44 anos.
Baltasar Mateus surge em cena como um soldado esfarrapado e descalço, a viver da caridade,
que se viu obrigado a abandonar a Guerra da Sucessão espanhola por ter perdido a mão
esquerda. É um homem solitário, cuja família é de Mafra; é desenvolto, destemido e corajoso;
já que se atreve a percorrer os caminhos sozinho, acabando mesmo por matar um homem em
legítima defesa.
Por meio da figura de Baltasar, o narrador põe em evidência o sofrimento da classe mais
desfavorecida-o povo- às mãos dos caprichos dos poderosos. Baltasar que, como se disse,
perdera a mão esquerda ao serviço da pátria, numa guerra que nada tinha que ver como
Portugal, vê-se abandonado pela própria nação.
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3.Demonstre como neste excerto o narrador recorre à prolepse, antecipando
acontecimentos futuros.
Baltasar:
Ex-soldado desiludido e marcado pela
guerra.
Blimunda:
O encontro entre Baltasar e Blimunda está marcado pela crueldade do auto de fé, que
condena ao degredo Sebastiana de Jesus, mãe de Blimunda, e pelo misticismo da
promessa de Blimunda de que nunca «olhará por dentro» Baltasar.
Sol
Associado a Baltasar e o povo,
sugere a ideia de vida.
Blimunda Lua
Com o seu poder de visão, Como o sol, que todos os dias tem
compreende as coisas sobre a vida, a de vencer os guardiões da noite
morte, o pecado e o amor. (mitologia antiga)
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a. V
São visíveis (1) no facto de Blimunda ter esperado para comer na mesma colher
que Baltasar, situação que o narrador associa á declaração formal de união que
ocorre num casamento, (2) no facto de o padre ter abençoado não só a casa e a
comida mas também a esteira no chão e o punho cortado de Baltasar, (3) no facto
de Blimunda ter feito uma cruz no peito de Baltasar e se ter benzido com o sangue
da virgindade, como se tivesse a selar um pacto entre os dois.
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3.Estabeleça um contraste entre o ato sexual dos pares rei/rainha e
Baltasar/Blimunda
O ate sexual dos reis reveste-se de um formalismo ritual protocolar, apenas com o
objetivo preciso de gerar um herdeiro. Além disso, está isento de qualquer afeto e
intimidade, dada a presença de um conjunto de criados. Baltasar e Blimunda,
contrariamente, vivem a sexualidade com liberdade, de forma pura e com uma
entrega total, decorrente apenas da vontade prazerosa de ambos: " esse ela quis,
quererá ele.". O facto de Blimunda, findo o ato, se benzer e fazer uma cruz com o
sangue da sua virgindade no peito de Baltasar traduz o compromisso selado
entre ambos a partir daquele dia, um compromisso em que não cabem nem os
pensamentos libidinosos da rainha nem as relações adúlteras do rei.