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MATERIAIS DE APOIO
CORREÇÃO DA FICHA DE ORIENTAÇÃO DA cumprir a sua tarefa. É, ainda, Scarlatti que dá a notícia
LEITURA DE MEMORIAL DO CONVENTO a Baltasar e Blimunda da morte do padre Bartolomeu.
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4. Data de inauguração do Convento: 22 de outubro de H. A música: poder curativo, valor sobrenatural, ao tirar
1730. Blimunda do estado profundo de inconsciência; revela-se
como fonte de vida. Representa também o último
5. contributo para a concretização do voo da Passarola,
ajudando na sua construção e na sua elevação.
D. Visão crítica
I. A Passarola: realização de um sonho; libertação do
1. Excerto da obra que se pode intitular “O desgoverno do homem das amarras que o prendem às limitações do seu
reino”: “E se aumentássemos para duzentos frades o quotidiano, à mesquinhez do dia a dia. Representa a
Convento de Mafra, quem diz duzentos, diz quinhentos, força criadora que revoluciona o mundo, a esperança
diz mil, estou que seria uma ação de não menor num mundo livre e diferente, e o sofrimento que a sua
grandeza que a basílica que não pode haver” (p. 312). conquista acarreta para quem se atreve a lutar por ele.
J. A história de Manuel Milho: rebeldia, coragem do
2. Personagens caricaturadas na obra: D. João V, D.
contador de histórias. Reflexão sobre a existência
Francisco, freiras, frades.
humana, em que o mais importante é o ser humano e a
3. Personagens engrandecidas na obra: Blimunda, sua essência. Esta história mostra que cada um é aquilo
que as condições sociais e as circunstâncias permitem
Baltasar, Bartolomeu de Gusmão, Domenico Scarlatti,
que seja.
os construtores / povo.
K. A viagem final de Blimunda: insistência e determinação.
4. Grupos sociais criticados na obra: nobreza e clero. Associada ao número nove, simboliza a ideia de procura,
de espera e a conclusão de uma ação.
E. Dimensão simbólica
1. F. A estrutura da obra
A. O número sete: para a cultura cristã, representa união, 1. Três linhas de ação paralelas que se entrelaçam ao
complementaridade e perfeição (sete virtudes cristãs e longo do romance: a de Baltasar e Blimunda, a da
sete sacramentos, mas também sete pecados capitais). construção do Convento e a da construção e voo da
Passarola.
B. O Sol: fonte de vida. Tal como o Sol percorre um ciclo
celeste diurno de Oriente para Ocidente, assim Baltasar 2. Padre Bartolomeu de Gusmão faz um sermão, tendo
percorre, no interior da Passarola, um ciclo entre Lisboa apenas como público Baltasar e Blimunda: “Et ego in illo,
e Montejunto; e tal como o Sol, para nascer, segundo a
disse o padre Bartolomeu Lourenço, dentro da
antiga mitologia, tem que vencer todos os dias todos os
abegoaria (…) Durus est hic sermo, et quis potest eum
guardiães da noite/morte, Baltasar terá que vencer os
guardiães da "noite histórica": a Inquisição, a credulidade audire”, pp.188-189.
popular, as forças espirituais retrógradas.
3. História simbólica de Manuel Milho: “Mais tarde chegou-
C. A Lua: por direta relação com Sete-Sóis, pois a Lua não se-lhes Manuel Milho que contou uma história (…) Não
tem luz própria, é o princípio passivo do Sol, mas, em sei.”, pp. 277-291.
Memorial do Convento, o princípio simbólico da
passividade feminina é subvertido e atribuem-se a G. Intertextualidade
Blimunda capacidades intuitivas e visionárias,
1. • Provérbios: “quem vai à guerra empadas leva” (p. 101),
dependentes das fases da Lua, que a tornam, como
“pela catadura se conhece o catacego” (p. 392).
elemento ativo, tão importante quanto Baltasar.
D. A mão esquerda: dimensão mais nefasta, mais • Registos populares: "de boca à banda" (p. 29), “deitar
masculina, por oposição à mão direita, uma dimensão os bofes pela boca” (p. 268).
mais espiritual, marcada pela perseverança, força, luta e • Autores portugueses:
sentido de futuro que sairá reforçada na associação com
Blimunda. Luís de Camões, Os Lusíadas: "O homem, bicho da
terra" (p. 65) e “vós me direis qual é mais excelente, se
E. Os olhos: representam o poder visionário de Blimunda, ser do mundo rei, se desta gente” (p. 321).
que a tornava conhecedora dos outros nos seus bens e
nos seus males, recusando-se, no entanto, a olhar Padre António Vieira, “Sermão de Santo António (aos
Baltasar por dentro. O seu olhar mágico seduz Baltasar e Peixes)”: "Estão parados diante do último pano da
será muitas vezes uma forma de comunicação entre o história de Tobias, aquele onde o amargo fel do peixe
casal. restitui a vista ao cego, A amargura é o olhar dos
videntes, senhor Domenico Scarlatti," (p. 181).
F. As vontades: união dos homens por uma mesma causa
ou num mesmo sonho, capaz de vencer a ignorância, o Fernando Pessoa, Mensagem: "Em seu trono entre o
fanatismo, a intolerância, libertando o Homem, brilho das estrelas, com seu manto de noite e solidão,
projetando-o para uma nova idade, abrindo-lhe tem aos seus pés o mar novo e as mortas eras, o único
perspetivas de um mundo diferente. imperador que tem, deveras, o globo mundo em sua
mão, este tal foi o infante D. Henrique, consoante o
G. A mãe da pedra: anuncia os "trabalhos" fabulosos que louvará o poeta por ora ainda não nascido... (p. 249).
terão de ser contornados e o esforço imperioso, mais do
que humano, que terá de ser despendido. Simboliza a 2. Momento de diálogo “Como sabes, se com ela não
gesta heroica, epopeica, do transporte da pedra gigante pudeste falar, Sei que sei, não sei como sei, não faças
de mármore. perguntas a que não posso responder, faze como
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