Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Biografia
José de Souza Saramago morou a maior parte da vida em Lisboa, para onde a família
migrou quando ele tinha dois anos de idade. Apesar do reconhecimento como escritor,
frequentou apenas cursos técnicos. Por cinco anos esteve na escola para aprender o ofício
de serralheiro mecânico.Foi desenhista, funcionário público dos setores de saúde e
segurança social, jornalista, editor e tradutor. Também foi diretor literário e de produção de
uma revista literária, a Seara Nova. No período de 1972 a 1973, foi comentarista político no
jornal Diário de Lisboa, onde também coordenou um suplemento cultural. Saramago
também integrou a Associação Portuguesa de Escritores e foi diretor adjunto do Diário de
Notícias. Em 1976, tomou a decisão de viver exclusivamente da literatura. Começou como
tradutor antes de chegar à fase autoral.
Características Literárias
Forma
A crítica afiada e a descrição minuciosa estão entre as características da obra de Saramago.
A pontuação não é convencional. Os pontos finais aparecem ao fim dos parágrafos, que
podem ser longos. Os travessões foram excluídos e a interpretação da fala dos
personagens é, muitas vezes, confundida com a auto-reflexão.
Conteúdo
Ação
A ação principal é a construção e voo da passarola.
Personagens e Características
D.joão V- D.joão representa o poder real absolutista que condena uma nação a servir a sua
religiosidade fanática e a sua vaidade.
É o homem que teme a morte e que antecipa a sua imortalidade, através da sagração do
convento no dia do seu quadragésimo primeiro aniversário.
Dotada de poderes invulgares, como a mãe escolhe Baltasar para partilhar a sua vida numa
existência de amor pleno de liberdade sem compromissos e sem culpa.
Padre Bartolomeu Lourenço- O padre Bartolomeu Lourenço representa as novas ideias que
causam estranheza na inculta sociedade portuguesa;
Homem curioso e grande orador sacro( a sua fama aproxima-o do padre Antônio Vieira
Scarlatti- Scarlatti representa a arte, que aliado ao sonho permite a cura de Blimunda e
possibilita a conclusão e voo da passarola.
TEMPO
Espaço físico
Lisboa,Mafra,Abegoaria, s. sebastião da pedreira
Narrador
Heterodiegético- Exemplo: Encerrados na quinta Blimunda e Baltasar assistem ao passar
dos dias pág.211
Homodiegético- Exemplo: E agora que farás tu , Anjo- Custódio, nunca tão necessário foste
desde que te nomearam para esse lugar, aqui tens estes três que não tarda se erguerão
aos ares…pág 212
Figuras e estilo
Metáfora - As pessoas que encontravam no caminho eram arcas fechadas, cofres
aferolhados.
Anáfora- “Por isso é que Lisboa parecia tão quieta, apesar dos pregões na rua, das
zaragatas de vizinhas, dos diferentes toques dos sinos, das orações gritadas dos nichos”
1. "À prova de bala" - essa expressão é usada por Blimunda para descrever a
Passarola que estão construindo, querendo dizer que ela é resistente e
robusta, assim como uma bala que não pode ser perfurada.
2. "Pôr a mão na massa" - essa expressão é usada por Bartolomeu para
incentivar Blimunda a ajudá-lo na construção da Passarola, querendo dizer
que é preciso colocar as mãos na massa, ou seja, trabalhar e se dedicar à
tarefa.
3. "Ler nas entrelinhas" - essa expressão é usada por Blimunda para descrever a
sua habilidade de enxergar o que está implícito nas palavras de uma pessoa,
ou seja, entender o significado oculto ou subentendido.
4. "Nem que a vaca tussa" - essa expressão é usada por Bartolomeu para
enfatizar que ele não irá revelar o segredo da Passarola, querendo dizer que
ele não irá contar, nem que algo muito improvável aconteça, como uma vaca
tossir.
"Padre Bartolomeu de Gusmão não se importava de olhar para o céu, mas não
acreditava em nada do que não pudesse ver. Blimunda, porém, via para dentro das
coisas. Olhava o que Bartolomeu não via, e via também as coisas invisíveis que
havia dentro das outras coisas, dentro das pessoas. Por isso sabia que havia um
espírito na máquina, e que a máquina tinha uma alma. E os dois discutiam muitas
vezes sobre isso, como se discutissem a alma deles próprios."
Além disso, a obra do padre Antônio Vieira é citada em vários momentos do livro, e
no capítulo 15 há uma referência direta a ele. Quando Blimunda e Bartolomeu de
Gusmão estão discutindo sobre a alma da máquina, Bartolomeu diz que "não
podemos levar a alma a uma máquina como se ela fosse uma tábua rasa, como se
fosse um livro de Vieira a quem não soubéssemos ler". Essa frase é uma referência
à complexidade da obra do padre Antônio Vieira, que é conhecido por sua retórica
elaborada e de difícil compreensão.
Capítulo xvi
resumo
Este capítulo começa com uma forte crítica à forma como se faz justiça, uma vez que quem
têm poder e riqueza é sempre sobreposto àqueles que vivem na miséria. A passarola está
pronta a voar. Em São Sebastião da Pedreira, Baltasar e Blimunda têm que deixar a quinta
que foi perdida pelo rei para o Duque de Aveiro. O Padre Bartolomeu aguarda a visita do
Rei para testar a máquina e quer dividir a glória da construção da passarola com os seus
dois ajudantes. No entanto, e apesar do apoio do Rei, o Padre teme ser acusado de
feitiçaria e de ser judeu.
O tempo vai passando, mas D. João V não chega. Já é Outono, o que não é favorável pois
a passarola precisa de sol para que possa levantar voo. Certo dia, o Padre Bartolomeu
aparece junto da passarola, pálido e assustado, anunciando que têm que fugir, já que o
Santo Ofício o procura. O Padre pede assim auxílio ao Anjo Custódio e a passarola faz
assim o seu voo de batismo, sem destino certo. Ao cair da noite, a passarola começa a
perder altitude, devido à ausência de sol. Blimunda, com toda a sua inspiração, consegue
controlar a máquina, com a ajuda de Baltasar, evitando o pior, para alívio do Padre.
Conseguem, assim, chegar a terra firme sem qualquer ferimento, o que é um verdadeiro
milagre.
O Padre continua com medo da Inquisição os encontre. No entanto, e mesmo sem saber
onde estão, Blimunda e Baltasar acreditam que se sobreviveram àquela queda,
sobreviverão a qualquer coisa. O padre Bartolomeu tenta pegar fogo à passarola, mas é
impedido pelos dois. Depois disto foge e nunca mais é visto. Com medo que a passarola
seja descoberta, Baltasar e Blimunda cobrem-na com ramos e partem para Mafra, onde
chegam dois dias depois e têm uma excelente vista do convento.
Recursos expressivos
1. Metáfora - "A boca do sol" (página 261) é uma metáfora que descreve o
nascer do sol como se ele estivesse abrindo a sua boca no horizonte.
2. Personificação - "O ar sussurrava ao ouvido de Bartolomeu" (página 264) é
uma personificação, pois atribui características humanas ao ar.
3. Hipérbole - "Ela é um pássaro, ela é um anjo, ela é uma santa" (página 265) é
uma hipérbole, que exagera as características de Blimunda.
4. Metonímia - "As unhas acesas do sol" (página 266) é uma metonímia, pois
usa uma parte do sol (as unhas) para representar o todo.
5. Comparação - "Era como uma vela apagando" (página 266) é uma
comparação, que estabelece uma relação de semelhança entre a Passarola
perdendo altitude e uma vela queimando.
6. Onomatopeia - "Tictac" (página 268) é uma onomatopeia que reproduz o som
do relógio e ajuda a criar um ambiente sonoro.
perguntas e respostas
"O palácio era imenso. O interior tinha um aspecto severo, com a pedra nua, os
tectos altos e o ar solene. O marquês mandara cobrir as paredes da capela com
azulejos azuis, que representavam cenas da vida de Nossa Senhora. A igreja era
uma maravilha, com os seus altares de talha dourada, os seus quadros de pintores
famosos, as suas esculturas de mármore e as suas campainhas de bronze. (...) O
padre António Vieira foi alojado numa sala enorme, com janelas gradeadas e vista
para o Tejo, e com uma cama de dossel que parecia ter sido feita para um gigante. A
cama estava coberta por um colcha vermelha com bordados de ouro e prata, que
parecia um campo de flores de todas as cores."
● Resposta: A sala em que o padre António Vieira foi alojado é descrita como
enorme, com janelas gradeadas e vista para o Tejo, e com uma cama de
dossel que parecia ter sido feita para um gigante.
Como é a colcha que cobre a cama de dossel de António Vieira?