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É PROIBIDO

diego arboleda rodríguez


O ano é 1932. Cidade de Nova York.
Alice tem apenas 10 anos e uma incrível
capacidade de imaginação, como
transformar em situações reais personagens
LER LEWIS CARROLL
e cenários de seu livro preferido,
diego arboleda rodríguez raúl sagospe romero
Alice no País das Maravilhas.
ilustrações
Os pais da menina, motivo de riso da alta
sociedade pela excentricidade da filha,
veem como única solução a proibirem

É PROIBIDO LER LEWIS CARROLL


de ler os livros de Lewis Carroll,
missão para a nova preceptora,
Eugénie Chignon. A verdadeira Alice,
que inspirou Lewis Carroll, estará na
cidade para receber uma homenagem.
E Eugénie precisa impedir que
a menina descubra isso.
Este livro é uma comédia absurda,
com dados históricos (reais, apesar de
serem ainda mais absurdos!), no qual
o nonsense tão característico de Carroll
acaba sendo muito real.

flavio de souza
tradução
9040303000001

ISBN 978-85-8392-135-6

9 7 8 8 5 8 3 9 2 1 3 5 6

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É PROIBIDO
LER LEWIS CARROLL

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diego arboleda rodríguez

É PROIBIDO
LER LEWIS CARROLL
ilustrações tradução
raúl sagospe romero flavio de souza

1·a edição

São Paulo — 2018

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Copyright da edição brasileira © Quinteto Editorial Ltda., 2018
Todos os direitos reservados à
QUINTETO EDITORIAL LTDA
Rua Rui Barbosa, 156, 1.o Andar, Sala 1 – São Paulo – SP
CEP 01326-010 – Tel. (0-xx-11) 3598-6000
Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

Título original: Prohibido leer a Lewis Carroll


© Texto: Diego Arboleda Rodríguez, 2013
© Ilustraciones: Raúl Sagospe Romero, 2013
© Grupo Anaya, S.A., 2013. Madrid, España.

Editor especialista Luís Camargo


Revisora Lívia Perran

Diego Arboleda Rodríguez nasceu em Estocolmo, Suécia. Formado em


Filologia Hispânica pela Universidade Autônoma de Madri, trabalhou em
grandes livrarias na Espanha. Recebeu diversos prêmios literários.

Raúl Sagospe Romero nasceu em Vicálvaro, Espanha. Formado em


Geografia e História pela Universidade de Alcalá de Henares. Estudou
ilustração e já trabalhou em diversas parcerias com Diego Arboleda.
Flavio de Souza é escritor, tradutor, ator, ilustrador, diretor e roteirista.
Recebeu o Prêmio Jabuti pela obra Chapeuzinho adormecida no País
das Maravilhas, em 2006.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Arboleda Rodríguez, Diego


É proibido ler Lewis Carroll / Diego Arboleda Rodríguez;
ilustrações Raúl Sagospe Romero; tradução Flavio de Souza. –
1. ed. – São Paulo: Quinteto Editorial, 2018.

Título original: Prohibido leer a Lewis Carroll


ISBN 978-85-8392-135-6 (aluno)
ISBN 978-85-8392-136-3 (professor)
ISBN 978-84-678-6410-6 (ed. original)
1. Carroll, Lewis, 1832-1898 2. Ficção juvenil
I. Sagospe, Raúl. II. Título.
18-16534 CDD-028.5
Índice para catálogo sistemático:
1. Ficção : Literatura juvenil 028.5
Iolanda Rodrigues Biode - Bibliotecária - CRB-8/10014

A Quinteto Editorial foi fundada em 1984. Desde então, dedica-se à literatura


infantil e juvenil, publicando os mais renomados autores desse segmento.

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CONVITE À LEITURA
Olá, leitor.
Você já ouviu falar em Alice no País das Maravilhas?
Lewis Carroll, o autor dessa história, revolucionou a lite-
ratura infantojuvenil no século XIX; e Diego Arboleda, o
autor deste livro que você vai ler agora, é muito fã dele.
Arboleda criou esta narrativa original e bem-humorada
depois de descobrir dois fatos curiosos: em 1931, a lei-
tura do romance de Lewis Carroll foi proibida na China;
e, em 1932, Alice Liddell, a menina que inspirou Carroll a
criar a personagem de seu livro mais famoso, foi convidada
por uma universidade norte-americana para participar dos
eventos comemorativos do centenário de nascimento do
autor e, por isso, viajou para os Estados Unidos. É assim
que a história deste livro começa…

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SUMÁRIO

Personagens permitidos neste livro 8


Personagens proibidos neste livro 10

1. Piscadas 13
2. Mademoiselle Chignon, preceptora i6
3. Uma carta com 4 pontos (e o número
quatro sublinhado) 24
4. Southampton, um transatlântico e o efeito
dominó 27
5. Mademoiselle Chignon, preceptora desastrada 34
6. Nova York e a ave-elefante de Madagascar 42
7. Um bolo, a senhora Welrush e o homem mais estranho
do mundo 51
8. Mademoiselle Chignon, preceptora fingida 60
9. Alice 72

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10. A menina que adorava Alice e o homem
que odiava a excelência 78
11. Seis regadores 89
12. Três más ideias i00
13. Os não conversadores de uma não
conversação i14
14. Boa noite (sem sustos) i26
15. Os perigos de pensar em voz alta i30
16. O quarto das maravilhas i36
17. A... aqui? i49
18. Os Três Magníficos i54
19. Convidados sem autorização e barbas
sem bigodes i58
20. Diferentes formas de ver um ovo i66
21. Uma senhora idosa com um nome
muito grande e uma menina com
as mãos muito pequenas i84

Dedicatória sem sentido 203


Biografias do autor, ilustrador e tradutor 207

Informações paratextuais 208

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PERSONAGENS PERMITIDOS
NESTE LIVRO

Alice

Eugénie Chignon

Timothy Stilt

Alice Liddell
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Baptiste Travagant

Peter Davies

Senhor e senhora Welrush

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PERSONAGENS PROIBIDOS
NESTE LIVRO

Humpty Dumpty

Rainha de Copas
Coelho Branco

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Lewis Carroll

General-sapo
Ho Chien

Lagarta

Gato de Cheshire

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1. PISCADAS

Todo o mundo sabe o que é piscar: abrir e fechar repeti-


damente as pálpebras.
Quando dizemos que todo o mundo sabe, não é só
um jeito de dizer, não é como dizer todos os meus amigos
ou toda a cidade. Todo o mundo é todo o mundo, porque
todas as pessoas de todo o planeta Terra piscam. E todos
o fazem da mesma maneira. Sempre foi assim.
Durante a história da humanidade, muitas coisas
mudaram: a forma de se vestir, a forma de construir e a
forma de destruir. Mas a forma de piscar não.
Pisque duas vezes. Pronto? Do mesmo jeito que você
fez, piscava-se há mil anos, ou há cem.
E, o que mais nos interessa para esta história, hoje
em dia nós piscamos como se piscava no ano de 1932.

Em 1932, aconteceram um punhado de grandes coi-


sas e, como todos os anos, milhares de pedacinhos de

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coisas pequenas. A maioria das pessoas supõe que as coisas
pequenas não costumam aparecer nos jornais, e as gran-
des sim. Mas não é bem assim. Todos os dias os jornais
publicam uma montanha de anúncios, notícias e artigos
que ninguém ou quase ninguém lê. Aparentemente não
têm importância, mas são publicados porque para al-
guém, em algum lugar, cada um desses pequenos textos
pode ter o maior interesse.
Naquele ano, os jornais mostraram notícias importan-
tes, como a celebração dos jogos olímpicos e a primeira
tentativa de Adolf Hitler de tomar o poder na Alemanha.
Para esta história, interessa um anúncio conciso que
apareceu no canto da penúltima página do L’Hérault des
Arcs, um jornal do interior da França.
Em 10 de abril de 1932, uma marquesa, um conde e
dois barões chegaram sem avisar à casa da jovem Eugénie
Chignon e insistiram que ela lesse aquele anúncio.
Apesar de todas as piscadas se parecerem, como já
dissemos, nem sempre se pisca pelo mesmo motivo. Pode-
-se piscar porque entrou alguma coisa no olho, por causa
de uma luz muito forte, por pena, por
alegria, por engano ou por espanto.
Neste caso, quando mademoi-
selle Chignon leu o anúncio naque-
le jornal francês pela primeira vez,
ela piscou admirada.

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2. MADEMOISELLE CHIGNON,
PRECEPTORA

Por mais estranho que pareça, não foi à mademoiselle


Chignon que o anúncio que apareceu no jornal interessou
mais, e sim à aristocracia de Les Arcs, a comarca onde
vivia Eugénie. A possibilidade daquela jovem conseguir
um emprego em Nova York provocou nos nobres uma
inesperada e unânime alegria.
Quando descobriu o anúncio durante o café daque-
la manhã, a marquesa de Poin-
tilliste apertou entusiasma-
da o jornal contra o peito,
sem se importar que a
tinta fresca pudesse
manchar seu colar de
pérolas ou seu vestido.
Em sua biblioteca,
o conde de Abôlengue o
leu com cada um de seus

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sete monóculos, incluindo o mo-
nóculo dourado que usava apenas
para ler sua árvore genealógica.
O barão de Àdroite trans-
passou o anúncio com um de
seus floretes, uma honra reser-
vada durante séculos apenas a
pessoas de sua família rival, os
Àgauche. Quando se inteirou, o
barão de Àgauche, longe de se
aborrecer, mandou emoldurar o
anúncio e colocou-o no salão de
retratos da família.
E, sem dúvida, até o sempre
sério visconde de Analphabète te-
ria se entusiasmado com o anún-
cio, se soubesse ler.
Esta foi a eufórica reação
que a leitura do jornal produziu
naquela manhã entre a maioria
dos aristocratas de Les Arcs.
Mas por que se alegraram
tanto estes distintos nobres?

A culpa de um pequeno
anúncio em um jornal do in-
terior ter o poder de desenca-
dear semelhante entusiasmo

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entre marqueses, condes e viscondes se dividia, em partes
iguais, entre:
a) Nossa jovem protagonista, Eugénie Chignon.
b) A cláusula XIII do testamento do nobre mais im-
portante daquela região, o falecido duque de Les Arcs.
Eugénie era a filha do mordomo do duque de Les
Arcs e fez companhia ao ancião aristocrata durante os
últimos anos da vida dele, quando ninguém se dava ao
trabalho de visitá-lo, e ele vivia, além de cego e meio sur-
do, quase sempre sozinho.
Eugénie, apesar de ser uma criança, dedicou muito
tempo ao cuidado do duque. O senhor de Les Arcs a re-
compensou proporcionando-lhe uma boa educação e, o
que foi ainda melhor, incluindo uma cláusula em seu tes-
tamento, a cláusula XIII, em que exigia que todos os no-
bres de sua comarca arranjassem emprego para Eugénie
como preceptora dos filhos das melhores famílias.
A princípio a cláusula XIII não parecia oferecer maio-
res problemas. De fato, quando os nobres a conheceram,
não lhes pareceu má ideia que aquela jovem bem-educada
fosse professora de seus filhos.
No entanto, quando monsieur Chignon, o pai de Eu-
génie, soube desta última vontade do duque, não pôde
evitar de soltar uma sonora gargalhada.
Não riu porque sua filha não podia ser uma boa pre-
ceptora; pelo contrário, ela era apaixonada pela leitura e
falava com desenvoltura francês, inglês e alemão. Podia
educar perfeitamente qualquer filho de nobre. O proble-
ma era que, por causa de sua cegueira e de sua surdez,

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