Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Poesia Trovadoresca
Passa-se na idade média, entre finais do século XII a meádos do
século XIV, época medieval, marcada pela luta cristã contra os árabes, pela
luta entre leão e castela e por ser uma época bastante religiosa.
A língua utilizada é o galego português, mas não têm a ver com a
matéria geográfica pois mesmo fora da galiza outros poeta usavam a língua
para a criação de poemas.
Os poemas/trovas organizavam-se em cancioneiros. Existem 3 com
vários temas de poemas organizados: o Cancioneiro da ajuda, o Cancio-
neiro da Biblioteca Nacional e o Cancioneiro da Vaticana.
Existem cantigas de 3 tipos: amor, amizade, escárnio e maldizer.
Os temas das cantigas baseiam-se muito nos valores da época que
consistiam na honra, vassalagem, fidelidade/lealdade, hierarquia, cortesia e
vingança.
Cantigas de Amor:
Têm origem em Provença, na França, sendo então importada por nós
e, por isso, um pouco forçado, por ser imitado.
A voz do poeta é masculina, e canta sobre uma mulher (normalmente
idealizada (inspiração petrarquista), por isso é tão perfeita), que não é
especificada, porque normalmente é casada. O protagonista é o trovador.
A cantigas de amor são marcadas pelo:
- amor cortês, onde o “poeta servidor” enaltece a sua Senhor
colocando-a num pedestal, ou seja numa posição superior à sua
- coita de amor, que retrata o sentimento de sofrimento e dor que o
poeta sente pela indiferença e posição de inalcance em que a
Senhor se encontra
- circunstâncias da época, relacionadas com o caráter aristo-
crático, e de corte das cantigas : a vassalagem entre o senhor e
a senhor, a boa educação, a cortesia, etc.
A comparação é o recurso estilístico que mais está presente
Cantigas de Amigo:
Têm origem na galiza, sendo então autóctones.
A voz narrativa é feminina, apesar de ser um trovador que está a
cantar, e a protagonista é quase sempre a donzela “formosa”.
A variedade do sentimento amoroso da donzela varia bastantante nos
poemas podendo estar feliz, triste ou com saudades do amigo.
Cenários recorrentes nas cantigas de amigo são:
- a confidência amorosa da donzela para com a mãe, as amigas, as
irmãs ou até mesmo a natureza
- a sua relação com a natureza, que por vezes é confidente, e por
outras personifica o seu estado de espírito.
- os espaços medievais (espaços naturais, fontes, o rio, os baile) e as
circunstâncias da época (guerras, atividades do quotidianos como ir buscar
água ou lavar a roupa, idas à romarias ou ao santuário)
Trovador, Jogral, Segreis, Jogralesa/Soldadeira.
Regras de trovar: distinguir cantigas de amor e de amigo e as de
escárnio de maldizer. Tenções: Disputas de diálogo, um contra o outro.
Mestria: uma palavra que não rima com as outras.
A personificação é o recurso estilístico que mais está presente.
Crónica de D. João I
Estrutura externa:
Apesar da farsa não ter qualquer divisão em atos e cenas, é possível
estabelecer várias “cenas”, com a entrada e saída de personagens, como é
típico do teatro vicentino.
Estrutura interna:
A farsa estrutura-se a partir de quadros que se vão sucedendo, e que
podem ser organizados da seguinte forma:
Assuntos Quadros temáticos (Episódios)
Características formais:
✐ Género Dramático (Farsa)
✐ Estrofes de nove versos (nonas)
✐ Rima interpolada e emparelhada (esquema rimático abbaccddc)
✐ No que toca à métrica predomina a redondilha maior
Personagens:
As personagens na obra são maioritariamente personagens-tipo, ou
seja, representam um certo tipo de comportamento na sociedade em geral.
Características da escrita:
✎ Baseia-se na medida velha (característica da poesia trovadoresca) e
utiliza os seguintes tipos de poemas:
- Vilancete (um mote de 2 ou 3 verso, com voltas de sete versos, sendo que
o último repete o verso final do mote)
- Cantiga (um mote de 4 a 5 versos, seguido por glosas de 8 a 9 versos com
a repetição do último verso do refrão no final de cada volta)
- Esparsa (uma única estrofe com 8 a 16 versos)
- Endecha (número variável de estrofes,com 4 a 8 versos, de 5 a 6 sílabas
métrica)
A obra organiza-se em :
➔ Estrutura Externa:
Estrofes: São oitavas (No total são 1102, dispersas de diferente forma pelos
cantos)
Características da Obra:
❏ Planos:
- Plano da Viagem: plano central
- Plano História de Portugal: plano encaixado na narrativa
- Plano da Mitologia: plano paralelo
- Plano (das Reflexões) do Poeta: plano ocasional
❏ Narração:
Na história existem 4 narradores:
✍ Camões (relata a viagem de Moçambique até a Índia e o regresso)
✍ Vasco da gama (conta a viagem de lisboa a moçambique (ao rei de
Melinde) e a história de portugal)
✍ Paulo da gama (explica o significado das 23 figuras representadas nas
bandeiras portuguesas)
✍ Fernão Veloso (descreve o episódio dos 12 de inglaterra)
Reflexões do Poeta:
O poeta teses diversas considerações no início e no fim dos campos
criticando e aconselhando os portugueses:
Episódios:
Contextualização
Objetivos da eloquência
Oratória --- é a arte de falar em público
Eloquência --- é uma faculdade individual
Capítulo Introdução
Introdução Exórdio Capítulo I
Exposição Confirmação
… IV V ]
Repreensões
Em geral Em particular
Exórdio (Capítulo I)
Contextualização do sermão, apresenta o tema (corrupção na
terra/defesa dos direitos indígenas brasileiros), partindo do conceito
predicável.
Homenagem a Santo António, na celebração do seu dia, imitação das
suas práticas. Invocação a Nossa Senhora do Mar.
Sal ---- Metáfora dos pregadores Terra - --- Metáfora dos ouvintes
O pregador é como o sal -----> Se a palavra não chegas aos ouvintes ou não
produz ou seus frutos é porque alguma coisa está mal.
Argumentos:
Pregadores Ouvintes
- Os pregadores não pregam a - Os ouvintes não querem receber a
verdadeira doutrina doutrina
- Os pregadores dizem uma coisa e - Os ouvintes querem imitar o que
fazem outra fazem os pregadores
- Os pregadores pregam-se a si e - Os ouvintes servem os seus
não a Cristo apetites e não a Cristo
Exposição
[referência às obrigações do sal; indicação das virtudes dos peixes em
geral, crítica aos homens]
Propriedades do Sal Propriedades da Pregação
. Conservar o são . Louvar o bem
. Preservá lo . Repreender o mal
Sermão
Louvores Repreensões
(Cap. II e III ) (Cap. IV e V )
Louvores em Geral (Capítulo II)
> obediência
> ”ordem, quietação e atenção” com que ouviram as palavras do S.A.
> respeito e devoção ao ouvirem a palavra de Deus
> o seu afastamento em relação ao homens
> Na exaltação dos peixes em relação aos animais terrestres
TOBIAS
[Representa a aceitação da doutrina divina]
Virtudes Simbologia
O fel (entranha) cura a Santo António “abria a boca contra os hereges”
cegueira
O coração afasta fora os Procurava aluminar e curar a cegueira dos
demónios homens
Tentava lançar os demónios fora da casa,
limpando a alma dos homens
RÉMORA
[Incentiva à moderação]
Virtudes Simbologia
É pequena de corpo “Se alguma rémora houve na terra, foi a
língua de Santo António”:
Grande em força e poder - Pegada ao leme da nau (procurando
Consegue agarrar-se por conduzir o bom caminho)
ter uma ventosa na - Agarrada ao freio do cavalo (travando o
cabeça mal)
TORPEDO
[provoca mudança]
Virtudes Simbologia
Produz energia Como o torpedo, S António através das suas
palavras “deu um choque” a 22 homens que se
converteram
É capaz de produzir Realça a falta que este choque fazia para ”alertar”
descargas elétricas os que se desviam do caminho certo
QUATRO-OLHOS
[Distingue o bem do mal, o certo do errado]
Virtudes Simbologia
Dois olhos para se vigiarem Também nós humanos devemos olhar para
das aves ( inimigos do ar) cima (céu) e para baixo (inferno) e escolher
que caminho queremos seguir.
Dois olhos para se vigiarem
dos peixes ( inimigos do
mar)
Repreensões em Geral (Capítulo IV)
> Crítica os homens pela sua vaidade, que faz com que se endividam
RONCADOR
Defeitos Simbologia
Faziam muito barulho Os homens que também falam muito
(vangloriam-se) são os que costumam
valer menos
PEGADOR
Defeitos Simbologia
Parasitismo e São como as pessoas que vivem á custa dos outros,
Adulação “quando o tubarão (hospedeiro) morre, morre também o
pegador (parasita) ”
VOADOR
Defeitos Simbologia
Ambição e presunção Querem transformar-se naquilo que não são e por
isso eles próprio determinam a sua sentença quando
voam e embatem nas embarcações
POLVO
Defeitos Simbologia
Traidor O polvo é o maior traidor do mar, muda de cor e camufla-se para
apanhar outros peixes. Não nos podemos deixar enganar pela
sua beleza ou falsa serenidade/mansidão.
Síntese da Obra:
Apresenta o drama que se abate sobre a família de Manuel de Sousa
Coutinho e D. Maria de vilhena. As apreensões e pressentimentos de D.
Madalena de que a paz e a felicidade familiar podiam estar em perigo tornam-
-se, gradualmente, numa realidade. O incêndio no final do Ato I, permite uma
mutação nos acontecimentos e precipita a tensão dramática. Quando se
mudam para o palácio que fora de D. João I de Portugal, a ação atinge o seu
clímax, quer pelas recordações de imagens e vivências, quer pela
possibilidade que dá ao Romeiro de reconhecer a sua antiga casa e de se
identificar com Frei Jorge.
Personagens:
⚗ D. Madalena de Vilhena
[Emocionalmente instável, Angustiada e com medo do regresso do ex-marido,
Sente-se pecadora devido à sua “traição”, Supersticiosa, Preocupada com a
filha]
⚗ Manuel de Sousa Coutinho
[Nobre honrado fidalgo, Cético em relação aos presságios, Nacionalista, Bom
pai]
⚗ Maria de Noronha
[Frágil e doente (tuberculose), Inteligente e precoce para a sua idade, Curiosa
e corajosa, Morre com vergonha]
⚗ Telmo
[Fiel escudeiro de D. João, Não concorda com o 2º casamento de D.
Madalena, Crente no sebastianismo, Gosta mais de maria do que do antigo
senhor]
⚗ Frei Jorge
[Sensato e confidente, Racional e preso aos valores religiosos]
⚗ D. João de Portugal/ Romeiro
[Fidalgo, Simboliza o Portugal do passado, Humano (ao tentar proteger Maria
e D. Madalena)]
Simbologias:
● Os versos de Camões referem-se ao fim trágico dos amores de Inês de
Castro que também vivia na felicidade quando a tragédia chegou
● Os tempos principais da ação referem-se ao dia aziado: sexta-feira
● A Maria vive apenas 13 anos, número que representa o azar
● A numerologia parece ter sido escolhida de forma intencional:
- Madalena casou 7 anos depois do desaparecimento de D. João
- Vive há 14 anos com Manuel de Sousa Coutinho
- O Romeiro surge 21 anos depois da batalha ( 21= 7 x3 , onde o 7
corresponde aos ciclos lunares e o 3 ao ciclo perfeito, ou seja, o 21
coincide com o nascimento de uma nova realidade )
Resumo da ação:
A novela inicia-se com o narrador a expressar a sua vontade de partir
numa viagem de Lisboa a Santarém.
Chegando a seu destino, começa a tecer comentários através da
observação de uma janela. É neste ponto que se dá início à história de amor
entre Joaninha e Carlos.
No romance, Joaninha é uma rapariga que mora apenas com D.
Francisca, sua avó. Semanalmente, elas recebem uma visita de Frei Dinis,
que traz notícias do Carlos, filho da D. Francica. Este partiu para a Inglaterra
após desentender-se com Frei Dinis, que mais tarde vêm a saber ser seu pai.
Quando a guerra civil, entre liberais e miguelistas, atinge Santarém, Carlos
resolve voltar à cidade. Quando reencontra a sua prima Joaninha trocam um
beijo apaixonado, apesar de Carlos ter uma esposa (Georgina), na Inglaterra,
e de não sabe se deve ou não contar a verdade à sua prima.
Carlos acaba por se ferir durante a guerra, e fica hospedado próximo à
casa de Joaninha. Após a sua recuperação, vai à casa de D. Francisca e
pede que lhe revele o segredo sobre os seus progenitores. Ao saber a
verdade, parte para Inglaterra, porém, quando lá chega Georgina diz ter
ouvido a história de amor entre Carlos e Joaninha e declara não mais amar o
marido. Carlos pede perdão mas a sua mulher não o aceita de volta.
Através do Frei Dinis, sabemos que Carlos larga as paixões e começa
sua carreira na política como barão, mas depois de um tempo desaparece e
que Joaninha e D. Francisca acabam por morrer. Sabe-se também que
Georgina vai para Lisboa.
Os Maias
A obra Os Maias, foi escrita por Eça de Queirós no século XIX.
Influências:
➔ do Realismo
Procura uma representação fidedigna da realidade, sem interferência
de reflexões ou preconceitos. Fotografa a realidade. Está voltada para a
análise das condições políticas, sociais e económicas. Foca-se no indivíduo.
➔ do Naturalismo
Não chegam só as “fotografia da realidade” e, por isso, retrata também
na obra o naturalismo, ou seja, as doenças hereditárias, os seus percursos,
os antecedentes familiares, a educação, o meio social e a sua posição
económica. Relata o lado patológico do indivíduo, incapacitado de mudar a
realidade que lhe está predestinada.
Tanto as obras realistas como as naturalistas possuem uma linguagem
clara e simples, como um tipo de texto informativo e utilizando uma ordem
sintática das frases.
Resumo da Obra:
A obra desenvolve a crónica da vida social lisboeta no seu tempo,
integrando-a na história de uma família, que culmina com os amores
incestuosos entre Carlos da Maia e Maria Eduarda e a sequente morte trágica
de Afonso da Maia. São ainda integrados alguns episódios onde se faz a
Crónica de Costumes.
O plano da intriga apresenta uma ação secundária, que envolve Pedro
e Maria Monforte,e que surge como introdução, facultando a apresentação de
Afonso da Maia, como fator de unidade. Ajuda também a situar no tempo e no
espaço o início da ação. E, uma ação principal, que mantém a dimensão
trágica e a amplifica, provocando o desenvolvimento dos acontecimentos,
incide nas relações incestuosas de Carlos e Maria Eduarda.
No último episódio da obra, assistimos a Carlos e a Ega, que
regressam a Lisboa para um passei final, e concluem que fracassaram na
vida e que Portugal continua um país atrasado.
Características da Obra:
Trata-se da história de uma família lisboeta em decadência, ao mesmo
tempo que se procura criticar os costumes da altura.
Da mesma maneira que fala das amizades duradouras que perduram
perante as adversidades, expõe os corruptos, os infiéis e os parasitas sociais.
Título e subtítulo:
Episódios:
Personagens:
(da família)
(da sociedade)
Educação:
Tempo:
Espaços:
Ação trágica:
Trata-se de uma tragédia, devido ao desenlace dramático que se abate
sobre a família Maia.
É visível o fatalismo da paixão no suicídio de Pedro da Maia e no último
envolvimento de Carlos com Maria Eduarda, já com consciência da ligação
situação familiar.
Antero de Quental
Fez parte da geração de 70.
Atacou o ultra romantismo.
É um poeta místico e filosófico, tinha um caráter muito complexo, a
nível político e revolucionário, os direitos de trabalhadores, adjacente ao
socialismo, e envolveu-se em movimentos e manifestações contra o reitor, no
seu tempo de universidade em Coimbra.
Cesário Verde
Viveu e escreveu no fim do século XIX e início do século XX, marcados
pelo naturalismo e pelo realismo.
Teve uma vida curta. Viveu numa época de desenvolvimento indus-
trial (capitalismo), que correspondia ao reinado de D. Pedro V.
O tempo era de florescimento dos transportes e das migrações para as
cidades, que retrata nas suas obras.
● Modernismo
[poetização de todo o real, incluído o seu lado mais sombrio. Temas como:
tédio existencial, o desejo de evasão do tempo, no espaço, na imaginação e
no onírico ]
● Surrealismo
[transfiguração poética do real e associação de imagens inesperadas e
experimentalismo vocabular]
Na sua escrita encontramos algumas dualidades como campo/cidade,
vida/morte, objetividade/subjetividade e a mulher angelical do campo/mulher
fatal da cidade.
O campo e a cidade apresenta-se em oposição, pois o campo dá-lhe
força para viver e a cidade causa-lhe um sentimento de opressão. Um é
saúde e outro é doença.
A cidade moderna exerce sobre si atração e repulsa, pela opressão
que é descrita nos seus poemas perante os mais frágeis e oprimidos.
São poetizados, analisados e dissecados todos os tipos sociais.
A poesia de Cesário traz um mundo cumulativo da cidade, engloba
vários pontos de vista numa mesma obra. A sua escrita traz a realidade vivida
para a escrita tal de igual. Ou seja, vão se acumulando planos.
A noção de espaço é essencial e as sensações também.
A sua poesia é itinerante e caracterizada pela utilização dos verbos da
1º pessoa.
Para além da sua tarefa de observador, na sua longa deambulação, o
poeta mistura também uma parte sua sonhadora na escrita dos poemas.
É sobretudo um poeta visual mas também dá valor aos outros sentidos.
Utiliza a transfiguração poética do real, através de estímulos sensoriais.
A efemeridade da vida e a passagem do tempo também o afetam.
Por vezes evoca um imaginário épico.
A mulher da cidade é caracterizada por ser rica, distante, altiva, por
representar a sexualidade e ainda por causar uma certa humilhação ao
sujeito poético de se aproximar dela.
12º Ano
Fernando Pessoa
Ortónimo
➢ A vertente modernista:
☞ Vertente paulista
☞ Sinceridade duvidosa
☞ Abusa das sinestesias
☞ Intercecionismo (cruzamento de realidades)
✍ Dor de pensar
✍ Nostalgia da infância (evasão do tempo e do espaço)
✍ Fingimento artístico (construção intelectual da emoção )
✍ Sonho e realidade
……………. Heterónimos
Alberto Caeiro
Na sua biografia Alberto Caeiro teve apenas a instrução primária e os
seus pais morreram-lhe cedo, o que o fez viver de rendimentos.
Álvaro de Campos
➔ 1º fase: Decadentista
[ tédio, fase do ópio, necessidade de experimentar novas sensações]
➔ 2º fase: Futurista e do Sensacionalismo
[ energia, força, exaltação e até paroxismo(dor extrema) pelo cansaço]
➔ 3º fase: Abolia
[ fase de destruição, sentimento de inutilidade de tudo, frustração e
fracasso]
Bernardo Soares
Bernardo Soares é o semi-heterónimo de Fernando Pessoa, por ser
apenas uma mutação da personalidade do criador.
Escreve numa prosa cuidada e é autor das reflexões mais íntimas de
Pessoa, compostas no “livro aos avessos”, que é quase uma espécie de
diário, com visões subjetivas do quotidiano.
O Livro do Desassossego têm natureza fragmentária, pois não possui
uma ordem cronológica, considerando assim que os textos podem ser lidos
como o leitor entender. São temas da obra:
- o imaginário urbano
- o quotidiano (narrativa do dia a dia)
- a deambulação e o sonho, que originam o observador acidental
- a perceção e transfiguração do real (um mundo de percepções criadas a
partir da memória)
A Mensagem
O espírito comanda a matéria
É a única obra completa que ele publica em vida.
Contém 44 poemas, que foram escritos entre 1913 e 1934.
Os poemas têm uma linguagem metafórica, simbólica e musical,
bastante sugestiva, com frases pequenas e aforísticas, pontuação expressi-
va e perguntas retóricas.
Desde o início que Pessoa pressagia ou profetiza o futuro de Portugal.
Quinto Império:
Fernando Pessoa não se limitou a elogiar os portugueses mas
deu-lhes forças para dominar e influenciar outros povos
Retrato de S. Sebastião:
1º Fase: Príncipe infeliz que fica perdido em alcácer quibir
2º Fase: Mito que surgirá um dia no nevoeiro
3º Fase: Alguèm guardado por deus para criar o 5 Império quando for hora
Lusíadas vs. Mensagem .
O “rosto” de Portugal
Camões vê Portugal como a cabeça da Europa.
Pessoa afirma que é Portugal que fita o mundo, como se tivéssemos
predestinados a algo, por termos os mais importante dos sentidos: o olhar.
O épico
Camões fala do alagamento histórico português e glorifica os feitos dos
portugueses
Fernando Pessoa escolhe figuras históricas que estão destinadas à
perpetuação do Império e que simbolizam a essência de ser português (o ser
que acredita no sonho e que dispõe a persegui-lo); Pessoa têm também o
papel de enunciador do novo e Quinto Império
O mito
Camões apresenta e conta os mitos
Pessoa reflete sobre a sua importância
Conceito de herói
Nos Lusíadas o herói é desfiados pelos deuses e sai glorioso e é limitado
pela sua condição humana
Na Mensagem pela intervenção divina sagram-se os heróis; é contemplativo,
embora manifeste capacidade de sonhar; é um mito e compete-lhe restaurar
a glória de Portugal
Aspetos formais:
Lusíadas
- narrativa épica
- carácter fortemente histórico
- prevê a queda do Império
- marcado pelo sentimento de realização
Mensagem
- obra equilibrada e fragmentária (poemas)
- carácter maioritariamente reflexivo
- confirma o fim do império
- marcada por um sentimento de mágoa e de perda, que se traduz na
ânsia de um novo futuro glorioso
Contos
Personagens:
Batola:
⚗ Polído e fraco
⚗ Bebe muito
⚗ Preguiçoso, conformado com a vida e violento com a mulher
⚗ Ganha vitalidade e ânimo com a chegada da telefonia
Mulher de Batola:
⚗ Demonstra determinação, organização e sensatez na forma como
administra a casa e o trabalho
Rata:
⚗ Amigo de Batola que sai da aldeia e percorre o Alentejo
⚗ Suicida-se por conta da miséria e doença.
Habitantes da aldeia:
⚗ São quase todos trabalhadores agrícolas
⚗ Trabalham sem parar e não conseguem superar suas difíceis
condições de existência
Vendedor da telefonia:
⚗ Elegante, sedutor e convincente.
eorge
Conto : G
Personagens:
Gi:
⚗ Representa o passado e a juventude
⚗ Tentativa vã de fugir de si mesma
⚗ Recusa da vida imposta pela sociedade
⚗ Ânsia de liberdade, descoberta e conhecimento
George:
⚗ Representa o presente e a vida adulta
⚗ Vida vazia e solitária
⚗ Desvaloriza as relações afetivas
⚗ Desapego com objetos ligados a recordações.
Georgina:
⚗ Representa o Futuro e a velhice
⚗ Ausência de esperança
⚗ Consciência da passagem de tempo, da efemeridade da vida, da
efemeridade do poder e da importância dos afetos
amílias Desavindas
Conto : F
Personagens:
Ramon:
⚗ Era galego e familiar de um proprietário de um bom restaurante
⚗ Nunca tinha pedalado na vida
⚗ Era esforçado e cheio de boa vontade
Ximenez:
⚗ Substituiu o pai por alturas da II Guerra Mundial
Asdrúbal:
⚗ Substituiu o pai pouco depois da revolução de Abril
Paco:
⚗ Substituiu o pai
⚗ Partilha um ódio acumolado pelo Dr. Paulo
⚗ Vai sofrer um acidente, em que a mota vem contra ele no semáforo
Poetas Contemporâneos
MIGUEL TORGA
Miguel Torga sofre de uma dicotomia sobre o que é ser escritor, e, ora
se expõe, ora se esconde.
A sua escrita sofre de duas fases: uma eufórica, na qual escreve
quando está inspirado, e outra onde têm um trabalho rigoroso com a sua
escrita. Pois os seus poemas apresentam trabalho técnico na construção.
Não é influenciável pelas correntes artísticas, mantendo-se fiel aos
seus princípios. Inspirou-se na tradição literária mas a sua escrita distingue-
-se de todos os poetas portugueses.
A escrita de Torga é marcada pela luta com deus, a batalha com a vida
e a luta com as palavras que lhe causam sofrimento.
A escrita de Miguel traduz a presença do mundo da pastorícia e do
mundo agrícola devido às suas influências natais de Traz-dos-Montes.
Retrata a sua dimensão rústica da dura vida agrícola. Miguel Torga é um
homem e poeta telúrico (força da terra).
A sua criação revela tanto dramatismo e tensão, como plenitude e paz.
Assume a plenitude do ser humano, de carne e osso, que peca, erra e
que é egoísta, inclusive consigo próprio.
A angústia de quem busca incessantemente atingir o inatingível apenas
se atenua com a esperança, quem em si é frágil.
A sua escrita traduz um caráter muito visual, com presença de cores e
sensações do mundo físico, mas também de um mundo sobrenatural,
encantatório, de enfeitiçamento, que apresenta várias referências bíblicas e
que fala do milagre e do deslumbramento.
Deus está muito presente na sua poesia e distancia-se do homem
ocupando uma posição de opositor ao mesmo.
Assume a sua essência, boa e má, para criticar deus.
Escrever liberta-o, redimi-o mas desgasta-o profundamente. Poesia
para si é liberdade.
EUGÉNIO DE ANDRADE
Memorial do Convento
Linhas de ação
➔ Construção do convento:
- Promessa de D. João V de edificar um convento se Deus lhe conce-
desse um herdeiro;
- Escavações, por uma multidão de homens;
- Lançamento da 1ª pedra;
- Contratação de Baltasar;
- Caminhada da pedra de Pero Pinheiro;
- Decisão régia de aumentar a obra; marcação de uma data da sagração;
recrutamento forçado de homens;
- Percurso da infanta para a fronteira; visão do cortejo de homens
acorrentados;
- A sagração.
➔ Baltasar e Blimunda:
- Encontro no auto de fé; ritual de casamento;
- Revelação do poder de Blimunda;
- Mudança para S. Sebastião da Pedreira; visita à família de Baltasar;
- União comparada com o casamento real e com uma missa;
- Doença de Blimunda;
- Noite de amor na passarola;
- Última noite de amor;
- Morte do frade;
- Busca de Blimunda por Baltasar.
♔ D. João V
[ imagem caricatural - construção da basílica em miniatura, megalomania,
engano ao acreditar no milagre]
♔ D. Maria Ana
[ reduzida à função de fornecedora de herdeiros. Satisfaz o vazio de sua vida
com orações e sonhos]
♔ O infantes D. Francisco
[ilustrativo da crueldade de um tempo que tudo admite aos poderosos,
disputa a coroa, antecipando a morte do irmão]
♔ A infanta D. Maria Bárbara
[ Retratada com maior benevolência, quando criança. Levada, posterior-
mente, para casar com um desconhecido, num longo e penoso percurso]
♔ A alta nobreza e o alto clero
[ luxo desmedido e servilismo de quem se encontra na órbita de um rei
absoluto]
O herói coletivo:
♙ Desejo do narrador de imortalizar o povo, o herói anônimo;
♙ O povo sofredor, que sofre com a opressão, é o mesmo que assiste
tranquilo aos autos de fé.
Baltasar e Blimunda:
♥ Baltasar
[ Percurso representativo da realização do ser humano: mutilado, pedinte →
arrisca viver um amor pleno e transgressor → com Bartolomeu, acredita
sonha e faz → atinge a consciência libertadora do valor do ser humano no
vôo → adquire consciência social ao se tornar trabalhador no convento → é
morto, mas sua vontade é recolhida por Blimunda, vence a opressão ]
♥ Blimunda
[ máxima realização do ser feminino, tem um papel decisivo na definição da
relação com Baltasar. Mágica, sábia, mulher do povo, executa as funções
historicamente. Única sobrevivente da trindade terrena ]
☞ Bartolomeu Lourenço de Gusmão:
[ Conseguiu voar conciliando o seu saber, a magia de blimunda e o trabalho
manual de Baltasar ]
☞ Scarlatti
[ Recriação do músico que foi mestre de capela e professor na Casa Real ]
Dimensão simbólica
A Construção do convento representa o poder opressivo, que aprisiona
e esmaga a população menos afortunada.
A Construção da passarola representa o poder da vontade, do afeto e
do sonho que permitem a libertação do ser humano.
O Sol representa o ciclo da alternância vida - morte - ressurreição
A Lua representa o complemento do sol e simboliza a renovação.
O Fogo e o sangue representam o início e o fim da relação de Balta-
sar e Blimunda.
Tempo histórico
☫ Título: intenção de recordar o passado (construção do convento);
☫ Personagens, feitos e passagens que realmente existiram/ocorreram;
☫ Caracterização da mentalidade da época e descrição de festividades e
cerimônias.
Tempo da narrativa
✑ Presente da narrativa determinado no início do romance
✑ Duração da ação igualmente expressa (“vinte e oito anos”)
✑ Passagem do tempo descrita por indicações diretas e por sinais de
passagem do tempo
✑ Ordem dos acontecimentos, em geral, é cronológica; há a utilização de
algumas prolepses (antecipação de algo)
Visão crítica
☣ Vida miserável e submissa dos trabalhadores do convento em
contraste com a riqueza e opulência da realeza
☣ Denúncia do poder absoluto do rei, que toma as atitudes baseando-se
na sua megalomania;
☣ Crítica ao fanatismo religioso, que gerava mortes nos autos de fé;
crítica ao uso da religião para a satisfação de desejos profanos
☣ Visão crítica sobre os casamentos de conveniência
☣ Crítica à guerra, com causas fúteis e grandes consequências
Linguagem e estilo
✎ Uso da intertextualidade
✎ Uso peculiar da pontuação
✎ Uso de recursos expressivos
✎ Uso de provérbios
✎ Narrador polifónico (narra, comenta, critica, mistura tempos e insere
intertextos)
Gramática
Orações
……………….... Coordenadas
Sentido Conjunções/locuções
conjuncionais coordenativas
……………….... Subordinadas
………………………………………… Substantivas
Relativa sem O pronome relativo não têm quem, o (que), onde, quem
antecedente um antecedente
………………………………………….. Adjetivas
……………………………………………… Adverbiais
Sentido Conjunções/locuções
conjuncionais subordinativas
Causal Conjunções/locuções porque, que, dado que, uma vez que,
conjuncionais subordinadas visto que, já que
Condicional Apresenta uma condição ou se, caso, desde que, salvo se,
hipótese exigida para a contanto que, a menos que, a não
ser que
realização expressa na
subordinate
Temporal Cria uma referência tem- quando, enquanto, apenas, logo que,
poral à luz da qual a ação mal, depois de/que, antes de/que,
até que, sempre que, antes de/que,
expressa na subordinante
até que, sempre que, todas as vezes
deve ser interpretada que, agora que, cada vez que, assim
que
Funções Sintáticas
Sujeito:
……….……. simples:
Ex. A Maria foi à praia. ou Quem ler Saramago ficará fascinado.
…………. composto:
Ex. O Manel e o João não são irmãos. ou Quem leu o jornal e quem viu
o telejornal ficou mais informado.
Vocativo :
Ex. João, vai lavar a loiça!
Predicado :
Ex. O Pedro telefonou ao primo.
Complemento do adjetivo :
estão contentes com a vitória. Eles estão satisfeitos por terem obtido o
primeiro prémio.
Valor Temporal
……… de Simultaneidade:
Ex. Enquanto o Manuel lia, a Maria pintava.
……… de Anterioridade:
Ex. A Joana comeu um chocolate antes de abrir as pipocas.
……… de Posterioridade:
Ex. Eles compraram um CD, depois de assistirem ao espetáculo.
Valor Aspectual
Aspeto Pefetivo: A ação apresenta-se completa (no passado).
Ex. A Rita já leu o livro.
Aspeto Genérico:
Ex. As baleias são mamíferos.
Aspeto Habitual:
Ex. A Teresa levanta-se sempre cedo.
Valor Modal
Modalidade Apreciativa: (exprime-se uma apreciação de valor)
Ex. Este livro é magnífico .
Modalidade Epistémica
- Com valor de certeza (afirma-se algo)
Ex. No final, a mulher apoiou o marido.
- Com valor de probabilidade (não se afirma verdade nem falsidade)
Ex. É provável que não vá há festa.
Modalidade Deôntica :
- Com valor de permissão (autoriza algo)
Ex. Podes fazer o que quiseres depois de acabares os trabalhos.
- Com valor de obrigação (impõe ou obriga a algo)
Ex. Deves estudar mais!
Dêixis
Deíticos pessoais: Formas verbais conjugadas na 1º pessoa do singular,
determinantes possessivos e pronomes pessoais na 3º pessoa ou a denúncia da
presença do interlocutor
verbal
Prótese Adição de uma unidade fonológica no início da palavra SCRIBERE > escrever
Epêntese Adição de uma unidade fonológica no interior da palavra HUMILE > humilde
Paragoge Adição de uma unidade fonológica no fim da palavra ANTE > antes
Apócope Queda de uma unidade fónica no fim da palavra AMARE > amar
Assimilação Alteração de uma unidade fónica por influência de outra IPSE > esse
Palatalizaçã Assimila uma unidade quando ganha uma articulação CLAMARE >
o palatal chamar
Contração Crase Contração de duas vogais numa só TIBI > tii > ti
Composição
…………….…… Morfológica
Associação de radical + radical, ligados por uma vogal
Ex. foto + [o] + grafia = fotografia
…………….…… Morfossintática
(Processo de composição de associação de palavras )
Ex. passatempo, fim de semana, surdo-mudo, guarda-chuva
Intertextualidade
1. Métrica
Nº de Classificação Nº de Classificação
sílabas sílabas
2 dissílabo 8 octossílabo
3 trissílabo 9 eneassílabo
4 tetrassílabo 10 decassílabo
2. Estrofe
Nº de Classificação Nº de Classificação
versos versos
1 monóstico 6 sextilha
2 dístico 7 sétima
3 terceto 8 oitava
4 quadra 9 nona
5 quintilha 10 décima
3. Rima
Tipo Definição
Interpolada Rima entre dois versos, com dois versos pelo meio
(ABBA, A
BCA ou ABBCA)
RECURSOS EXPRESSIVOS
Gradação: sucessão de, pelo menos três termos, organizados por ordem
crescente ou decrescente
Ex. “Deus quer, o homem sonha a obra nasce.”