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Poesia trovadoresca
Cantigas de amor
Cantigas de amigo
Estilo:
Vivacidade e credibilidade;
Uso de discurso direto;
Coloquialismo;
Sensações (auditivas, visuais e de movimento);
Uso de gerúndio;
Pormenorização e apelo visual;
Pontuação expressiva;
Verbos expressivos e de movimento;
Objetividade e subjetividade;
Recursos expressivos: -enumeração, comparação, hipérbole, metáfora, personificação,
pergunta retórica e polissíndeto.
Capítulo 11:
Neste capítulo, conta-se como o povo de Lisboa foi ajudar o Mestre de Avis quando soube que
a sua vida corria perigo, após Álvaro Pais ter avisado toda a cidade. Chegando ao paço a
multidão verificou que o Mestre de Avis estava vivo, tendo Conde Andeiro sido morto. Desse
momento resultaram grandes manifestações de alegria. Tudo isso foi apenas um esquema por
parte de Álvaro para apoiar o Mestre na batalha pelo trono, gerando esta revolta no povo.
Capítulo 115
Neste capítulo conta-se como feita a preparação para o Cerco de Lisboa. De modo a não faltar
nada o Mestre de Avis ordena a recolha dos mantimentos, ll 4 e 5, a reparação dos muros à
volta da cidade, ll 13 e 14, a verificação das armas, ll 15 e 16 e a distribuição das tarefas de
defesa da cidade, ll 22-26. Salienta-se o facto de ser um esforço de guerra coletivo.
Capítulo 148
Este capítulo divide-se em três partes, na primeira começa por falar da grande falta de
mantimentos para a quantidade de gente que na cidade se refugiava, depois refere que os mais
pobres já nem arranjavam quem lhes desse comida e por isso vendo que a falta de alimentos
era cada vez maior decidiram expulsar as pessoas que eram consideradas incapazes de lutar
como as prostitutas, os judeus e os deficientes. Os castelhanos primeiro aceitavam estas
pessoas e alimentavam-nos, mas depois de se aperceberem das dificuldades da cidade
passaram a mandá-los de volta, mas aqueles que preferiam ficar eram maltratados. Na
segunda parte continua esta falta de mantimentos e é referido a subida dos preços, é também
usada uma metáfora para mostrar os sacrifícios feitos pelos habitantes para comer algo mesmo
que fosse incomestível, por fim refere a enorme tristeza que caia sob a cidade inteira. Na
terceira parte começa por falar sobretudo da tristeza e das tentativas para melhorar a situação,
sobretudo recorrendo à religião e às crenças, mesmo o Mestre de Avis se sentia triste ao
observar esta situação e sem nada para poder fazer. Muitas pessoas já preferiam morrer a
continuar a viver este pesadelo.
Gil Vicente havia sido acusado de plagiar obras do teatro espanhol de Juan del Encina. Em vista
disso, pediu para que aqueles que o acusavam dessem um tema para que ele pudesse, sobre
ele, escrever uma peça. Deram-lhe o seguinte ditado popular como tema: Mais vale asno que
me leve que cavalo que me derrube. No auge de sua carreira dramática, sobre este tema, Gil
Vicente criou A Farsa de Inês Pereira, respondendo assim àqueles que o acusavam de plágio.
1. Inês solteira
2. Inês casada com pero marques
3. Inês casada com Brás da mata
Apenas através das palavras é feita a caracterização indireta de Inês. Inês é uma jovem imatura,
algo rebelde, cansada, sente-se inútil com a vida que tem, desencantada, sonhadora,
sofrimento, prisioneira e sente se só.
A relação entre Inês e a sua mãe: apesar de obedecer à mãe, Inês protesta e reclama da sua
condição de solteira inútil, não segue os seus conselhos e recusa casar com Pero Marques,
numa fase inicial. A mãe assume sempre uma atitude critica, mas paciente, com ela.
A relação entre Inês e o escudeiro: movida pelo desejo de se casar com um membro da
nobreza, Inês aceita o escudeiro como marido, o que lhe vai ser nefasto, devido à sua tirania e
falta de escrúpulos. Esta escolha errada vai ser solucionada com a morte de Brás da Mata.
A relação entre Inês e Pero Marques: recusado no início por ser inculto r brejeiro, Inês vai
aceitar pero como seu marido e, a partir daí, vai conseguir ser feliz, enganando-o e pondo-o ao
serviço dos seus prazeres. Néscio, o bom Pero Marques vai concretizar todos os seus desejos
incluindo levando Inês a ver o seu amanta, o Ermitão.
Estrutura da obra
Dimensão satírica
Crise de valores;
Conflitos sociais (casamento de classes sociais distintas)
Camões lírico
Tópicos de conteúdos:
Formas:
Epopeia do início do Império (séculos XVI, 1572) - narrativa em verso, com características
clássicas a nível da estrutura e do estilo, que narra os feitos grandiosos de um herói com
interesse para toda a Humanidade:
4. Narração: poeta relata a descoberta do caminho marítimo para a Índia pelos navegadores
portugueses liderados por Vasco da Gama, começada «in media res», ou seja, a meio da
viagem.
5. Considerações do poeta: Camões exprime as suas opiniões sobre os factos que vai narrando.
A recompensa-os heróis têm acesso à Ilha dos Amores, prémio simbólico da heroicidade
•Plano da viagem: constitui a ação central relacionada com a descoberta do caminho marítimo
para a Índia, chefiada por Vasco da Gama. (canto 1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10)
•Plano mitológico: intervenções dos deuses do Olimpo na viagem, em alternância com a ação
principal. (canto 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10)
•Plano das reflexões do poeta: considerações de Camões, normalmente no final de cada canto,
fazendo várias críticas (nomeadamente à ignorância, desprezo pela cultura, ambição
desmensurada, poder tirânico, hipocrisia, exploração dos pobres, poder corrupto do ouro), e
defendendo um modelo de homem ideal que ganhará o direito a ser recebido na Ilha de Vénus.
(canto 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10)
Reflexões do poeta
Canto I- reflexões sobre a fragilidade da vida humana: o homem “bicho tão pequeno” esta
condicionado pelos “grandes e gravíssimos perigos”
Canto V- crítica à incultura dos portugueses, desprezo pelas artes e letras: falta de cultura e
divulgação dos feitos
Canto VI- valor das glórias e das honras, quando obtidas por mérito próprio.
Canto VII- invocação dos poetas às ninfas do tejo e do Mondego, lamento pelos infortúnios
sofridos e pelo não reconhecimento do seu mérito, facto de incentivo a futuros escritores.
Queixas do poeta: azares pessoais.
Canto VIII- o poder corruptor do dinheiro, o dinheiro corrompe qualquer um, sobretudo os
cargos altos da justiça e do clero.
Canto IX- ilha dos amores: gloria eterna, guerra pela religião, controlo do ócio, abstenção da
ambição e busca pela igualdade. O poeta reflete também sobre o significado da ilha dos
amores (o premio merecido, a união entre os deuses e os homens).
Estrutura externa:
Dez cantos
Oitavas
Versos decassilábicos
Rima cruzada (seis primeiros versos) e emparelhada (dois últimos versos).
-docere, isto é, ensinar, visto que os pregadores se servem dos púlpitos para criticar;
Com este sermão, Padre António Vieira pretende persuadir os fiéis a seguirem a palavra de
Deus, encantá-los e ensiná-los a seguir uma vida reta. Para isso utiliza várias citações de
exemplos evangélicos. Padre António Vieira satiriza o poder dos colonos que pretendem
escravizar os índios, utilizando um sistema alegórico, falando e criticando os peixes quando na
verdade são críticas aos homens.
Louvor das virtudes dos peixes, em geral (são bons ouvintes, escutaram santo António sendo
atentos e obedientes)>critica aos vícios dos homens, em geral (falta de devoção relativamente
à procura de Deus)
Exordio (capítulo 1)
Este capítulo inicia-se com o conceito predicável- vos etis sal terrae (vos sois o sal da terra)
- a partir do qual o discurso se desenvolve
Exposição (capítulo 2, 3, 4 e 5)
O orador afirma nunca ter tido pior auditório que os peixes, pois embora ouçam e
apresentem boas qualidades não se podem converter.
Louvores dos peixes em geral: ouvem e não falam; os primeiros que Deus criou; melhores
que o ser humano; obedientes; ordeiros; não se deixam domesticar; os que há em maior
número e tamanho no planeta. Os louvores dos peixes apresentam os vícios dos homens.
-Peixe de Tobias: cura a cegueira com as suas entranhas e o coração afasta os demónios. É
comparado a Santo António que curava a cegueira dos ateus e é indiretamente criticada a
falta de fé e de conversão dos homens.
-Rémora: pequena, mas forte consegue alterar o percurso de uma nau agarrando-se a ela,
e por isso comparada a Santo António por impedir que os homens se desorientem. Critica
a fraqueza humana. Com o seu discurso alegórico apresenta as naus:
A nau Soberba: não se desfez nos rochedos porque as palavras de António a salvaram;
A nau Vingança: repleta de ira e ódio, encontrou a paz através das palavras do santo;
A nau cobiça: sobrecarregada com uma carga injusta, foi salva das garras dos corsários
pela ação de santo António;
A nau Sensualidade: perdida na cerração e na noite, iludida pelos cantos das sereias e
encontrou a salvação graças ao santo.
-Torpedo: produz descargas elétricas não se deixando apanhar pelos pescadores, critica a
exploração do próximo, corrupção
-4 olhos: capaz de olhar para cima e para baixo, olha para o céu e o inferno ao mesmo
tempo, critica a vaidade e a incapacidade de discernimento humana.
Os homens vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros (exploram uns aos
outros) - antropofagia social.
Repreensões aos peixes em geral: comem-se uns aos outros>os maiores aos mais
pequenos. São também acusados de ignorância e cegueira.
-Pegador: colam-se aos peixes maiores, sendo uma parasita, é uma critica aqueles que
vivem à custa dos outros. Vieira diz que os peixes aprenderam com os portugueses.
Peroração (capítulo 6)
Sebastianismo
Dimensão patriótica
Papel trágico do destino
É um drama considerado também uma tragedia antiga, esta escrito em prosa e aborda
muitos temas relacionados ao romantismo. Desenrola-se em três atos, divididos em cenas
(cada ato muda o cenário, cada cena muda as personagens).
Personagens:
D. Madalena Vilhena: nobre; vive numa grande angústia e agitação emocional,
consciente da sua condenação à infelicidade; vive com a ideia de pecado;
sentimental. Apaixonada e instável.
D. Manuel de Sousa Coutinho: nobre; culto e apreciador de letras; dominado pela
racionalidade; patriota, corajoso, determinado e sensato.
Maria de Noronha: nobre; mulher anjo-perfeita; crê no sebastianismo; encontra-se
doente com tuberculose, frágil; inteligente, perspicaz, tem o dom da intuição.
Telmo Pais: escudeiro da família; conselheiro fiel; protetor de Maria; desempenha
a voz da consciência; vive com um profundo conflito interior.
D. João de Portugal: nobre (alta nobreza) muito respeitado; inicialmente severo e
vingativo e depois humano e compassivo; reduzido de anonimato; patriota e
integro.
Frei Jorge: pertence ao clero; amigo e confidente; apaziguador; sensato, firme,
sendo a voz da razão e muito equilibrado.
Estrutura interna:
Atos:
Sucessão cronológica:
Depois dos 7 anos: Madalena casa com D. Manuel Coutinho (casados há 14 anos) e nasce
Maria (tem 13 anos na altura)
-Romantismo
Escrito em prosa;
Dividido em 3 atos;
Presença de sentimentos fortes nas personagens;
Exaltação do patriotismo;
Personagens anjo- maria;
A morte de maria em palco;
A religião como consolo.
-Tragedia clássica
Relato histórico verídico>memorias de uma família: Camilo afirma ser sobrinho do herói da sua
obra, Simão.
O narrador é omnisciente, subjetivo e opinativo.
-Estatuto nobre
Heroínas românticas
Teresa Albuquerque:
-Estatuto nobre
Mariana:
Triângulo amoroso
O título da obra-Os Maias- remete o leitor para a história trágica de uma família da aristocracia
lisboeta.
O subtítulo- Episódios da vida romântica- encaminha o leitor para o ambiente social da época,
Eça faz o retrato satírico, mas realista, da Lisboa no final do séc XIX.
Personagens
Símbolo dos valores tradicionais apesar de escolher uma educação britânica para o seu
neto;
Na sua juventude defendeu os ideias liberais
Homem de carater forte
Carlos da Maia
Maria Eduarda
Bela mulher, loura e elegante;
Passado misterioso;
Bondosa;
Passa por um amor incestuoso com Carlos.
João da Ega
Críticas sociais
Corridas de cavalo
Falso cosmopolitano;
Tentativa de imitar os costumes estrangeiros;
Provincianismo;
Falta de civismo por parte da alta sociedade.
Sarau da Trindade
Atraso cultural;
Provincianismo;
Poesia ultrarromântica.
Educação à inglesa
Resumo:
Afonso da Maia, um rico proprietário e nobre, vive em Lisboa no Ramalhete. Pedro da Maia,
seu filho, casa-se contra a vontade do pai com Maria Monforte, filha de um traficante de
escravos. No entanto, depois de terem tido 2 filhos esta irá apaixonar-se por um italiano com o
qual foge e leva a sua filha. Pedro suicida-se e o seu filho, Carlos, fica a encargo do avô.
No entanto, outra tragedia acontece, o senhor Guimarães trouxe um pequeno cofre de Maria
Monforte, onde descobre que Carlos e Maria Eduarda são irmãos. Carlos apesar desta
informação continua a sua relação com Maria Eduarda até que esta descobre e ambos se
separam. Com esta tragédia, Afonso da Maia morre. Maria Eduarda vai para Paris e lá se casa.
Carlos parte para uma longa viagem, voltando para Portugal 10 anos depois.
Fase eufórica
Sonetos otimistas
Presença da razão
Confiante, acredita numa sociedade melhor
Romantismo humanitarista
Fase pessimista
Esta dualidade resulta da angústia existencial do poeta e da sua busca por um ideal.
Temas
Configurações do ideal:
Angústia existencial
Soneto- forma mais prática para a apresentação dos seus conceitos e conclusões
Noite<razão>morte
Cosmos
Ideal
Sentido oculto das coisas
Razão para a vida
Cesário Verde
Cesário apresenta maioritariamente lugares da cidade de Lisboa, por onde passa a caminho do
trabalho. Nesses lugares, dá-nos a ver os membros do povo que trabalham na urbe, em
condições físicas muito duras e até desumanas. Destacam-se populares, tais como calceteiros,
varinas, mestres carpinteiros, a vendedora de hortaliça, entre outros. No entanto, escreve
também poemas em que o centro é o campo e a burguesia que nele deambula/passeia, como
acontece, por exemplo, em textos poéticos como “De tarde” ou “De verão”.
À medida que vai caminhando de sua casa até à loja onde trabalha com o seu pai, Cesário
Verde vai registando no seu olhar tudo quanto vê (lugares, pessoas, sensações). Por vezes,
passa da realidade que vê aquilo que ela lhe lembra e, então, vamos para o plano da
imaginação. Prova desse plano imaginativo é o conjunto de verbos que o transportam do
visível para o imaginário, como, por exemplo: “embrenho-me”, “sigo”, “e eu recompunha, por
anatomia, /um novo corpo orgânico”, “e evoco, então, as cronicas medievais”.
É pelos seus cinco sentidos que o poeta regista em verso tudo quanto absorve, enquanto
caminha. Juntando às sensações um toque de imaginação poética e de pintor, Cesário
transforma mentalmente vegetais e frutos (entre outros) em partes do corpo humano,
“subitamente- que visão de artista! -/se Eu transformasse os simples vegetais (…) /num ser
humano que se mova e exista”.
Imaginário épico
Linguagem e estilo
Importante:
Fingimento artístico
Dor de pensar
Nostalgia de infância
Sonho e realidade
Para Pessoa, a sensação do sonho torna-se mais profunda que a própria realidade;
Os sonhos necessitam de proteção e privacidade;
Uma parte de ti é a realidade a outra parte é o sonho;
Fragmentação do eu.
A reter:
Linguagem e estilo:
Ode triunfal
Análise:
A poesia de Ricardo Reis revela claras influências de duas doutrinas filosóficas clássicas, o
epicurismo e o estoicismo. Na sua essência mais profunda, ambas procuram fornecer ao
homem respostas que o tranquilizem ao longo de uma vida perturbada por múltiplas
inquietações existenciais, nomeadamente a consciência da fugacidade da vida, do fluir
inelutável do tempo e da inevitabilidade da morte.
Procura encontrar paz e equilíbrio como o Mestre> equilíbrio do espírito clássico. É uma poesia
cerebral e didática. Existe o niilismo que é a negação da realidade e verdade.
Características gerais:
A nível temático:
- Irregularidade métrica;
- Linguagem erudita, com vocabulário cuidado, por vezes, alatinado, num estilo laboriosamente
construído;
- Formas verbais no gerúndio, no imperativo e no conjuntivo (estas duas últimas com claro
valor exortativo, na linha, aliás, da intenção moralista da sua mensagem).
A Mensagem inicia-se com uma frase em latim “Benedictus Dominus noster qui dedit nobid
signum” cuja tradução é “bendito seja deus” e termina com “Valete frates” significando
“Saúde, irmãos”, demarcando o domínio de religiosidade em que se situa a obra. A frase de
abertura reenvia para o legado de Deus na terra e a frase final assume-se como uma exortação
para que o homem reencontre os caminhos de salvação que essa herança postula. O poeta
assume-se como um medianeiro entre o nível divino e terreno.
1ªParte- Brasão
Bellum sine bello (Guerra sem guerra)> pelo jogo dos oximoros sugere um espaço para ser
conquistado por fazer parte de um desígnio
Possesio maris (Posse do mar)>o domínio dos mares permitiu expansão e a ligação entre os
povos
Inicia-se com o poema “Infante” onde o poeta exprime a sua conceção messiânica da
História, mostrando que o braço do herói é movido por Deus como causa primeira, o
Homem como agente intermédio e a obra como efeito;
Evoca a época dos Descobrimentos com os seus heróis, as glórias e as tormentas,
considerando que valeu a pena ao desbravarem os mares dando “novos mundos ao
mundo”;
Em Mar Português procura simbolizar a essência do ideal de ser português
vocacionado para o mar e para o sonho;
Termina com o poema “Prece” onde renova o sonho.
3ªParte- O Encoberto
“Pax in Excelsis” (Paz nas alturas/ Suprema paz) - mensagem de paz e fraternidade, tema do
Quinto Império e do Desejado.
Discurso épico:
Mitificação de um herói;
Importância atribuída a acontecimentos marcantes da História;
Uso narrativo da 3ªpessoa.
Discurso lírico:
Expressão de emoções e de subjetividade;
Uso da 1ª pessoa.
Este conto fala sobre a história de uma vila alentejana na qual a vida dos habitantes mudou por
completo após a visita de um vendedor de telefonias. Nesta vila existia um casal, onde a
mulher era trabalhadora e forte enquanto Batola, o homem, era um bêbado preguiçoso que
nunca queria trabalhar, juntos tinham uma venda na qual pouco ou nada se passava. No
entanto um dia foram abordados por um vendedor o qual promoveu a venda de uma telefonia,
o mesmo interessou a Batola, mas a sua mulher não parecia convencida, no entanto contra a
sua vontade a telefonia ficou durante um mês à experiência na monótona venda. Nada se
passava naquela aldeia sendo o momento mais empolgante da vida de Batola quando o seu
amigo Rata chegava, rata era um mendigo que andava a pedir pelas várias cidades do país
retornando com inúmeras histórias por contar, assim era o meio de comunicação com o resto
do mundo. Após adoecer irá perder a possibilidade de viajar e por isso suicidar-se-á, deixando
de existir quaisquer informações do mundo exterior. Por isso com a chegada da telefonia o que
aconteceu foi que a aldeia voltou a ter informações sobre o mundo, animando a vida na venda,
a qual tinha passado agora a ser um ponto de convívio. Chegando ao fim do mês de
experiência Batola considerava já destinado o fim da telefonia, mas surpreendentemente a sua
mulher queria agora manter a telefonia, devido à positiva mudança que a mesma tinha trazido
para a aldeia.
Solidão e convivialidade:
O espaço físico é a planície alentejana que rodeia a aldeia de Alcaria e acaba por ser
propício ao espaço psicológico, pois é a partir do espaço desértico que as personagens
pensam e se transportam psicologicamente para outros lugares.
O espaço sociopolítico é o de uma aldeia cuja sociedade, feita de ceifeiros, não
convivia, não dialogava, nem se divertia por estar geograficamente muito distante de
grandes cidades e mergulhada num quotidiano maquinalmente dividido entre campo e
casa. A telefonia aproxima metaforicamente os camponeses do resto do mundo, numa
época histórica marcada pela ditadura do Estado Novo.
No conto, sucedem-se episódios que vão ajudando a avançar a ação e servem para
caracterizar personagens e espaços, como, por exemplo: a descrição da rotina da
venda, a vida e morte do mendigo «velho Rata», os homens que trazem a telefonia e a
mudança social que se opera na aldeia de Alcaria, que acaba quando Batola desliga o
aparelho no fim do mês.
A peripécia final corresponde ao momento em que Batola desliga a telefonia,
pensando que a mulher seria sempre contra ela, porém esta pede-lhe que fiquem com
a telefonia porque esta «sempre é uma companhia».
Esta história desenrola-se em torno de uma mesma personagem feminina, George, desdobrada
na menina, mulher e velha, o que representa as três idades da sua vida. George saiu de casa
com cerca de 18 anos, rumo a Amesterdão, à procura da sua liberdade. Tornando-se com 45
anos numa mulher de sucesso, reconhecida pintora.
Realidade: George com 45 anos a fazer a viagem de comboio até à sua terra natal em
Portugal, George no regresso a Amesterdão;
Memoria: lembranças do passado, da sua antiga vida, da família (através do reencontro
e diálogo imaginados com Gi), outras lembranças que vão desaparecendo, à medida
que o comboio se afasta da estação onde entrou. Lembranças no futuro, prevendo-se
velha (Georgina) e refletindo sobre o que terá acontecido dos 45 até aos cerca de 70
anos.
Imaginação: apesar de fisicamente não conversar com Gi nem com Georgina, da sua
imaginação resulta a verdade de uma realidade- a vida nas suas três grandes idades:
juventude, idade adulta e velhice. É a partir desta relação Imaginação e Realidade que
Maria Judite de Carvalho consegue caracterizar cada uma dessas fases da vida,
totalmente reais e irreversíveis.
Tudo começa com uma crescente insatisfação com a vida pacata, vivida numa família
com pucos recursos e ausência de cultura/ de conhecimento do mundo. Daí surge a
sensação de incompreensão e a luta pela autonomia e pela liberdade.
O escape/ a evasão pelo desenho, durante a juventude com os pais, como único meio
de libertação.
Durante a idade adulta, George tenta livrar-se de tudo o que a prenda a algum lugar, o
que se nota no facto de gostar vender os seus livros, estando sempre pronta a sair para
qualquer outro mundo, sem amarras.
Nesta fase, a complexidade manifesta-se também pelo constante mudar de sítio, de
aspeto físico, de namorados, pelo casamento, pelo divorcio e recomeço de outras (e
novas) formas de viver.
Na velhice, esta complexidade fica demonstrada pelo inevitável reconhecimento da
decrepitude física, da vida agora sem grandes objetivos e do regresso a uma «casa
mobilada» (símbolo de estabilidade), esperando, resignadamente, a morte.
Poetas contemporâneos
Miguel Torga
Jorge de Sena
Eugénio de Andrade
António Ramos de Sousa
Alexandre O’Neill
Herberto Helder
Ruy Belo
Manuel Alegre
Luiza Neto Jorge
Vasco Graça Moura
Nuno Júdice
Ana Luísa Amaral
Representações do contemporâneo
A sociedade do início do seculo XX; a sociedade das duas Grandes Guerras; a sociedade
do Fascismo e do Pós-Fascismo; a sociedade finissecular;
Estrutura formal: irregularidade estrófica e métrica; linguagem ao serviço das
sensações; polissemia; trocadilhos; experiências linguísticas surrealistas;
Futurismo e contemporaneidade: indústria, cinema, literatura, escrita; representações
do quotidiano do século XX.
Tradição literária
Figurações do poeta
O poeta fragmentado/despersonalizado; o sofredor; o ser pensante; a consciência/ a
inconsciência; a razão/ o pensamento; o ser versus o não-ser; paradoxos e imagens;
existencialismo; niilismo.
Arte poética
Conceitos importantes
Existencialismo: centralidade do ser humano, único capaz de dar sentido à sua vida,
sem a existência de Deus. O centro é o individuo e a sua interpretação da própria
existência, em luta pela liberdade e pela individualidade.
Niilismo: ceticismo radical em relação a interpretações da realidade provenientes da
ciência e da religião. Este questionamento de tudo posiciona o ser humano num nível
de discussão e procura da verdade a partir de um ponto zero.
Título
A palavra memorial significa um texto cujos factos, eventos e acontecimentos do passado nele
retratados fora, contados para que ficassem na memória de quem os ler. Quanto a convento
refere-se à construção do Convento de Mafra, assim serve como memória aqueles utilizados
como escravos para a construção daquilo que ia ser um convento feito em tempo limite devido
às dimensões do Convento e ao envelhecimento do rei o qual ordenou a sagração do Convento
para o seu 41º aniversário, em 1730.
Linhas de ação
Construção do Convento de Mafra: ocupa grande parte da ação e tem a ver com a
narração de factos como: a escolha do local pelo rei D. João V, o lançamento da
primeira pedra (1717), a construção do monumento (sobressaindo o recrutamento
forçado dos homens do povo), por último a Sagração da Basílica, a 22 de outubro de
1730.
Construção da passarola: é paralela à narrativa da construção do Convento, é
desenhada e arquitetada pelo Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão (após alguns
conselhos holandeses sobre o seu combustível, ou seja, âmbar e éter), com a ajuda de
Blimunda e Baltasar a «maquina de voar» vai sendo construída na quinta do duque de
Aveiro, em São Sebastião da Pedreira, quando acabada Blimunda recolheu as vontades
dos vivos e a passarola fez o primeiro voo, sobrevoando Lisboa e Mafra, e caindo em
Monte Junto, desparecendo o Padre Bartolomeu e morrendo anos depois em Espanha.
Relação amorosa entre Blimunda e Bartolomeu: esta era uma relação livre, após os
dois se conhecerem no auto de fé passaram a viver juntos, sem outra bênção
sacerdotal que não a do Padre Bartolomeu; entre ambos ocorrem várias relações
intimas nutridas com um profundo amor; depois de ter ido visitar a passarola a Monte
Junto Baltasar desaparece misteriosamente, após ser apanhado pela passarola num
voo imprevisto, Blimunda procura-o então por 9 anos sem sucesso, encontrando-o
apenas num ato de fé a ser queimado pela Inquisição pela sua «bruxaria».
Relação amorosa entre D. João V e Rainha D. Maria Ana Josefa: esta era uma relação
mais por obrigação reunindo-se grosseiramente para o ato sexual de uma forma
impessoal. D. Maria Ana Josefa não conseguia engravidar e, por isso, o rei prometeu
que se a rainha engravidasse construiria um convento em Mafra, por isso quando a
rainha engravidou foi o que fez. A rainha tinha durante a sua relação sonhos eróticos
com o irmão do seu marido.
D. Ana Maria Josefa: rainha de Portugal, representa a submissão da mulher da época, cuja
única missão era gerar herdeiros para o marido. No romance é retratada como uma mulher
submissa, medrosa e beata.
Domenico Scarlatti: músico italiano que compôs inúmeras músicas, peças musicais e ganhou
fama como compositor e maestro. No romance, é o mensageiro da morte do Padre Bartolomeu
a Baltasar e Blimunda.
Personagens fictícios
Blimunda de Jesus (Blimunda Sete-Luas): jovem com poderes sobrenaturais que se apaixona
por Baltasar à primeira vista. Possuía o dom de ver o íntimo das pessoas, representando assim
a transcendência do ser humano quanto à morte, o amor, o pecado e a existência de Deus. Foi
a única sobrevivente da Inquisição.
Baltasar Mateus (Baltasar Sete-Sóis): jovem corajoso e forte que se apaixonou por Blimunda
assim que a conheceu. Perdeu a mão esquerda em combate durante a Guerra da Sucessão
Espanhola, característica corporal que representa os horrores do período de conflito armado. É
quem ajuda o padre Bartolomeu a realizar o seu sonho, tornando-se o responsável pela
conclusão do projeto de uma máquina voadora (Passarola) depois que o padre foge para a
Espanha.
Foram os populares incógnitos, sobre quem nunca rezou a História de Portugal, que realmente
construíram o Convento de Mafra, e não propriamente el-rei D. João V. os populares são
incultos, rudes e humildes, muito sacrificados, vivendo na miséria, mas revelam-se muito
respeitadores e obedientes à Coroa e às tarefas que dela lhes chega. Do povo sobressai Manuel
Milho que dialogo com outros populares. Representa, na sua individualidade, as características
da sua classe em geral: é corajosa, trabalhadora, consciente das diferenças sociais entre classes
e gosta de contar histórias.
Dimensão simbólica
A mistura de personagens reais e fictícios é utilizada por Saramago para abordar temáticas
como o amor, as relações humanas, a religião e a exploração do povo miserável em prol das
vontades dos homens poderosos.
Além disso, o autor faz também uma reflexão acerca da perseguição da igreja em Portugal no
século XIX àqueles que não seguiam os dogmas do catolicismo, sendo estes (judeus, cristãos-
novos, muçulmanos) acusados de bruxaria.
O dilema entre a liberdade do amor é outro assunto ao qual Saramago se dedica – enquanto a
rainha era submissa ao rei, sem liberdade para amar, Blimunda, uma mulher despojada e sem
pudores, era livre para viver o seu romance com Baltasar.
Assim, podemos dizer que Memorial do Convento se trata de um romance que critica a
história, a sociedade e a hipocrisia religiosa, temática recorrente na obra de Saramago e que
por tantas vezes causou indisposição entre o célebre escritor e a Igreja Católica de Portugal.
Com uma estrutura cambiante, Memorial do Convento promove, por meio da presentificação
dos factos, uma revisão crítica da narrativa histórica, destituindo-a da sua condição de oficial e,
logo, passível a interpretações.
Linguagem e estilo