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Poesia trovadoresca

Expressões galego- portuguesas frequentes nas cantigas:


Ca – porque; Leda – Alegre; Mais – mas; Coita – Dor, sofrimento; Al – outra (coisa);
Aquestas – Este/a; U – Onde;

Cantigas de amigo – São composições poéticas nas quais o emissor é uma donzela
apaixonada, saudosa, inocente e muitas vezes, ingénua, que dirigindo-se à mãe, às amigas ou à
natureza como confidentes, exprime os seus sentimentos face à ausência do seu amado

Principais sentimentos/desejos da donzela, “meninha”:

 Inquietação
 Saudade
 Preocupação
 Sofrimento
 Agitação
 Reencontro

Nota: Normalmente, a natureza, o sonho ou outra representação que seja mencionada nas
cantigas, representa simbolicamente a alegria, a felicidade, a esperança e o desejo nutrido
pela donzela para com o amigo, enfatizando assim, os sentimentos da apaixonada.

Cantigas de amor – São composições poéticas em que o trovador apaixonado presta


vassalagem amorosa à mulher como ser superior, a quem chama a sua “senhor”. Produto da
inteligência e imaginação, o amor é, geralmente, “fingido”, o que caracteriza estas cantigas
como aristocráticas, convencionais e cultas. De ambiente palaciano (cortês), estas
composições são originárias da Provença (França).

Causas do sofrimento do sujeito poético:

 Amor não correspondido (coita – estado de sofrimento e tensão que invade o


trovador, devido à não correspondência amorosa)
 Enganado
 Rejeição
 Relação distante entre o “eu” e a “senhor”

Cantigas de escárnio – São cantigas em que o trovador troça de uma determinada pessoa
indiretamente, recorrendo ao duplo sentido e ambiguidade das palavras, à ironia, à alusão e à
sugestão jocos (divertido), à sátira e ao ridículo. Ao contrário das cantigas de amor, em vez de
se louvar, vai-se denegrir a imagem da “senhor” (escárnio de amor).

Cantigas de maldizer – São cantigas em que o trovador ridiculariza determinada pessoa de


forma direta, criticando situações de adultério, amores interesseiros ou ilícitos, entre outros.
Identifica-se pelo nome a pessoa visada na sátira.
Crónica de D. João I – Fernão Lopes Porquê o mestre de Avis? Segundo o
povo, o Mestre de Avis era a escolha mais
Estilo:
viável para assegurar a independência do
Uso do discurso direto (falas personagens) Reino, ao contrário da herdeira de D.
Dinamismo Fernando casada com o rei de Castela ou
Pormenorização das ações os filhos de D. Pedro com D. Inês de
Emoção e intensidade da narrativa Castro.
Descrição visualista e realista, com registo de
várias sensações
 Títulos longos que se aproximam a um resumo

Capítulos de destaque:

 Capítulo 11
 1ª parte - É apresentado o pajem do Mestre, a deixar o Paço da Rainha
e cavalgado a grande velocidade em direção à casa de Álvaro Pais ao
mesmo tempo que lança o boato/pregão combinado;
 2ª parte - É mostrada a incorporação de Álvaro Pais e das gentes de
Lisboa, em obediência ao grito;
 3ª parte - O povo em fúria e unido junto ao paço, na impaciência de
Resumo saber o que aconteceu realmente ao Mestre;
 4ª parte - Revela-se o aparecimento do Mestre numa janela do Paço,
para confirmar de que este estava vivo e tranquilizando o povo;
 5ª parte - É registada a atitude de subordinação e disponibilidade do
povo, a quem o Mestre se junta agradecendo e despedindo-se;

 Capítulo 115
 Comunicação entre o narrador e o narratário
- Apelo à leitura de outros capítulos (“na maneira que já ouvistes”;
“como acerca ouvirees”); Aproximação do leitor com a situação
descrita (“Ora esguardae (vede) como se fosses presente”; “Como nom
querees”); Convite à reflexão e à consciência coletiva (“Ó geração que
depois veio, povo bem aventurado, que nom soube parte de tantos
males, nem foi participante de tais padecimentos!”)
 A afirmação do povo como identidade coletiva
- Unido, corajoso e com capacidade de organização e resistência
(“leixavam o sono, e tomavam as armas e saía muita gente, e
defendiam-nos as bestas “); Fragilizado e vulnerável (“Pera que é dizer
Resumo mais de tais falecimentos?”); Resiliente e forte perante o sofrimento
(“nenhum mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus
inimigos”); Com espírito de compaixão e entreajuda (“Esforçavam-se
uns por consolar os outros, por dar remedio à sua tristeza”); Povo
religioso (“bradavam a Deus que lhes acorresse”; “rogassem a Deus
devotadamente por o estado da cidade”)
 A visão do Mestre de Avis
- Figura de realeza, mas acarinhado e apoiado pelo povo, que o aclama
“Regedor e defensor do Reino”; Líder e estratega político; atento e
solidário com a situação do povo, tomando medidas para a resolução
de problemas, mas incapaz de os solucionar, mostrando-se frio e
distante perante o sofrimento geral;

Farsa de Inês Pereira – Gil Vicente


Estrutura interna:
Exposição –  O monólogo de Inês e o seu diálogo inicial com a mãe, em que se
apresentam as características da jovem e os seus objetivos. Desejo de Inês se libertar
(pelo casamento).
Conflito – Desde a proposta e recusa de casamento com Pero Marques e
futuramente do casamento falhado com o Escudeiro, até ao casamento com Pero
Marques.
Desenlace – Concretização do desejo de Inês (Inês põe-se às costas do marido que o
leva a Ermitão).

Representação quotidiano:
Não faltam exemplos, ao longo da farsa, de hábitos de vida e de costumes do dia a dia
da época, e Gil Vicente soube dar-lhes uma segunda dimensão, ao associá-los a
personagens-tipo (estas sintetizam em si funções sociais, estilos de vida, trejeitos…
típicos de um grupo social, profissional ou outro), concretizando assim também a
intenção satírica da obra. Assim a representação do quotidiano está presente….
 No modo de vida popular (Pêro Marques) vs. Modo de vida cortês (Escudeiro);
 Cerimónia do casamento e o hábito de recorrer a casamenteiros;
 Nas conceções de vida e de casamento (Mãe e Lianor Vaz vs. Inês Pereira);
 No episódio relatado por Lianor Vaz (depravação do clero);
 Na falta de liberdade da rapariga solteira, confinada à casa da mãe ;
 Na ocupação da mulher solteira em tarefas domésticas (coser, bordar, …);
 No adultério, infidelidade… ;
A dimensão satírica e os cómicos
O que Gil Vicente pretende criticar através das personagens-tipo?
 a mentalidade das jovens raparigas; jovens da pequena burguesia, ambiciosas e
levianas, que usam o casamento para ascender – Inês;
 os escudeiros fanfarrões, galantes e pelintras; a baixa nobreza decadente e faminta
que vê no casamento a solução para a sua ruína económica – Escudeiro;
 a ignorância, simplicidade, provincianismo e ingenuidade de Pero Marques; maridos
ingénuos que se deixam enganar pelas mulheres e que aceitam a sua traição (o marido
enganado é um tipo muito recorrente em Vicente) – Pero Marques;
 judeus casamenteiros (desonestos ,falsos, materialistas…); casamenteiros típicos da
sociedade renascentista;
 os casamentos por conveniência; mães materialistas, confidentes e conselheiras, que,
embora amigas, querem casar as filhas para terem sustentabilidade económica;
 os clérigos e os Ermitões; clero que desrespeita os preceitos da Igreja e a moral, dado
o comportamento leviano dos membros que se envolvem amorosamente com
mulheres;
 serviçais explorados e enganados que passam fome e frio, não sendo pagos pelos seus
patrões – Pajem Fernando;
Na farsa o riso está ao serviço da crítica, criticando-se os costumes, mas também para
demarcar as personagens e as suas situações vividas
“Mais quero asno que me leve, do que cavalo que me derrube”

Pero Marques (que lhe faz as vontades) Escudeiro (que lhe retire a liberdade…)

A medida velha e a medida nova – Luís de Camões

Muito facilmente conseguimos distinguir composições de corrente tradicional


(medida velha) da corrente renascentista (medida nova), principalmente através do verso
mas também através da forma e dos temas:

Medida velha Medida nova


5 sílabas métricas - redondilha menor; 10 sílabas métricas - decassílabo
verso
7 sílabas métricas - redondilha maior;
Forma Soneto, canção, Ode
Vilancete, cantigas, esparsa, trova
s
Cenário bucólico; a jovem bela que Classicismo e humanismo europeus -
vai à fonte ou pastar os gados; o as complexidades do amor, a beleza e
verde dos campos e dos olhos da a psicologia femininas, e as questões
pastora; o amor simples e natural; a filosóficas do tempo, da mudança, do
Temas saudade; a mágoa; o ambiente destino; mulher inalcançável, divina
cortesão com as suas futilidades e de pele alva, cabelos e olhos claros
gracejos; os perigos do amor; plano (visão petrarquista)
de igualdade entre o sujeito poético e
a amada; visão realista mulher

Rimas- Temáticas
 Representação da amada;
 A experiência amorosa e a reflexão sobre o mor;
 A representação da natureza;
 A reflexão sobre a vida pessoal;
 O desconcerto do mundo – premiar os maus e castigar os bons;
 A mudança – a vida sempre muda para pior; traz tristeza e elimina a felicidade;
Os Lusíadas – Luís de Camões

Reflexões do poeta (Aprendizagens essenciais)


Canto I

105 106
O recado que trazem é de amigos, No mar tanta tormenta e tanto dano,
Mas debaixo o veneno vem coberto; Tantas vezes a morte apercebida!
Que os pensamentos eram de inimigos, Na terra tanta guerra, tanto engano,
Segundo foi o engano descoberto. Tanta necessidade avorrecida!
Ó grandes e gravíssimos perigos, Onde pode acolher-se um fraco humano,
Ó caminho de vida nunca certo, Onde terá segura a curta vida,
Que aonde a gente põe sua esperança, Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Tenha a vida tão pouca segurança! Contra um bicho da terra tão pequeno?

Breve resumo: As traições e os perigos a que os navegadores estão sujeitos justificam o


desabafo do poeta sobre a fragilidade da condição humana que submete o homem a inúmeros
e permanentes perigos. Quando o poeta refere o Homem como “um bicho da terra tão
pequeno”, pretende salientar a sua condição mortal e frágil.
Conclusão: Apesar do tom disfórico com que termina esta reflexão, não há uma contradição
total com o tom épico inicial. Apesar dos portugueses terem condição mortal e frágil,
conseguiram superar os seus objetivos. Desta forma, acaba-se por salientar a sua coragem e
ousadia.

Canto V (92 – 100) – Partida de Vasco da Gama


 Dirige-se ao povo português criticando-os pela sua falta de cultura e atitude de
desprezo face à literatura/arte;
 Incentiva os portugueses a mudarem a sua mentalidade;
 Afirma que apesar dos defeitos dos portugueses, continua a ter um enorme amor à
Pátria Portuguesa.
 Dá superioridade a Vasco da Gama, nas suas navegações;
 Necessidade de conciliação entre as armas e as letras!

Canto VII (78-87) – Ninfas do Tejo e do Mondego


 Através da súplica às ninfas do Tejo e do Mondego, o Poeta lamenta pelo facto de não
ver reconhecido o seu valor, o seu mérito. De facto, o Poeta, acentua a indiferença e a
insensibilização do povo português perante a literatura e a cultura em geral, o que os
poderá levar à decadência. Em geral, podemos encarar o episódio como uma reflexão
crítica acerca da atitude dos portugueses perante a sua obra.

Canto VIII (96-99) – O poder corrupto do dinheiro


 No final deste canto, o poeta reflete sobre o poder vil do dinheiro. Ele acredita
que o dinheiro corrompe a alma humana, sendo capaz de tornar homens bons
em homens cruéis e injustos, “poluindo” até o Homem mais puro.

Canto IX (88-95) – A ilha dos amores e a imortalidade


 Este episódio funciona como reflexão sobre a imortalidade porque o poeta
refere o modo de a atingir: deixando a preguiça, a ambição e a cobiça. Inclui
ainda nesta reflexão vários aspetos de matéria épica: feitos históricos, a viagem
e a nomeação dos heróis como deuses. (“impossibilidades não façais”)

Canto X (145-156) – Lamentações e profecias de futuras glórias nacionais


 Camões aconselha D. Sebastião através de algumas recomendações, para que
valorize os súbditos :
 Favorecê-los e alegrá-los
 Aliviá-los das leis rigorosas
 Promover os mais experimentados
 Apoiar todos, desde os religiosos aos cavaleiros
 Garantir que outros povos (alemães, Franceses. Ítalos e Ingleses)
não afirmem que os portugueses são para serem mandados, mas
sim para mandar
Fernando Pessoa – Ortónimo

Perfil poético de Fernando Pessoa:


 Imagem clássica, de seriedade, intelectual, culto…
 Autor introspetivo, virado para o mundo interior (pensamento, ideias…);
 Espaço poético aberto, associado à imaginação
 Temas e símbolos da sua poesia: mar, Descobrimentos, viagem…
 Sugestão de se solidão, sentimentos melancólicos
 Mistura de realidade exterior com interior
 Tendência para divagação

Principais temáticas:

 Dor fingida
 A dor real, para se elevar ao plano da arte, tem de ser fingida;
 Não há poesia, sem que o real seja imaginado de forma a exprimir-se
artisticamente;
 O leitor sente com a imaginação (intelectualização dos sentimentos)
 Contraste entre o sonho e realidade
 Valorização dos sonhos;
 O mundo dos sonhos permite a eternidade e a felicidade, transmitindo
tranquilidade, paz, suavidade, harmonia…
 O sonho chega a trazer sofrimento, devido à ilusão;
 A realidade estará associada ao sentimento de frustração e desilusão;
 Nostalgia da infância
 Passado irremediavelmente perdido;
 Tempo longínquo em que era feliz sem saber que o era, devido à
inconsciência. Enquanto adulto, é consciente das coisas (dor de pensar);
 Dor de pensar
 Ser consciente
Fernando Pessoa – heterónimos

Alberto Caeiro (poeta bucólico)


 Poeta bucólico – ambiente natural, harmonioso e calmo
 Mestre de todos os heterónimos, que transmite ensinamentos e pensamentos:
Caeiro aponta soluções para os problemas existenciais e filosóficos que
atormentam quer o ortónimo quer os outros heterónimos.
 Guardador de rebanhos
 Valoriza a comunhão com a natureza, vida bucólica, valorização dos sentidos
(defesa do realismo sensorial)
 Poesia demarcada pela sua simplicidade
 Defesa do conhecimento empírico: nega o pensamento, o ato de pensar,
sendo o importante a sensação/ observação das coisas tais como elas são
(afastamento do ato de intelectualização)
 Relação de harmonia com a natureza

Ricardo Reis (poeta clássico)


 Apatia – ser indiferente às paixões
 Desejo de viver de forma tranquila (ataraxia), equilibrada e sem
preocupações (carpe diem), aceitado a efemeridade da vida e a consciência da
morte que lhe está associada. A razão é entendida como o caminho para
alcançarmos este modo sereno, de encarar a vida;
 Influenciado pelo epicurismo (procura de prazer moderado) e estoicismo
(aceitar o destino, contenção das emoções, indiferença), dois sistemas
filosóficos que ganharam forma na antiguidade clássica, o poeta defende uma
atitude serena diante dos prazeres e imperturbável perante o sofrimento
 O sujeito poético propõe uma visão pagã da existência e defende a integração
do Homem na Natureza, constatando a brevidade, a efemeridade da vida
humana e a aceitação do destino e da morte. A renúncia à ação, pelo
reconhecimento da inutilidade da mesma (influência das filosofias epicurista e
estoica) surge como a única atitude que conduz à tranquilidade.
 Apaixonado pela cultura clássica
 Obsessão com a passagem inexorável do tempo e fugacidade da vida
Álvaro Campos (poeta moderno)
 Homem viajado, moderno e cosmopolita (atento às inovações do mundo)
 Fases: Decadentista (marcado pelo tédio profundo), futurista (enaltece a
civilização moderna), intimista (reflete sobre o seu mundo interior, revisita a
infância…);
 Sente de forma amargurada a passagem do tempo, desalento, Ceticismo e
ausência de sentido marcam os seus poemas

Padre António Vieira – Sermão de Santo António


Resumo: Vieira prega aos peixes com o intuito de censurar alegoricamente o
comportamento dos homens (destinatários reais do sermão). Ao elogiar as virtudes
dos peixes, critica, por contraste, a ausência dessas mesmas virtudes no homem.
Capítulo I - Exórdio
Conceito predicável – “vós sois o sal da Terra” diz Deus aos pregadores

Qual a função do sal? Impedir a corrupção

A Terra encontra-se corrupta de quem é a causa?


“Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar”

Ou o sal não salga porque…


 Os pregadores não pregam a verdadeira doutrina
 Os pregadores dizem uma coisa e fazem outra
 Os pregadores se pregam a si e não a Cristo

Ou a Terra não se deixa salgar porque…


 Os ouvintes não querem receber a verdadeira doutrina
 Os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem que fazer o que dizem
 Os ouvintes em vez de servir Cristo, servem os seus apetites

“Se o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há de fazer é lançá-lo


como inútil, para que seja pisado por todos”

Exemplo de santo António:


 Santo António pregava contra os hereges, mas o povo chegou a virar-se
contra ele. Por isso mudou de púlpito e o auditório, mas não desistiu da
doutrina;
 Tal como fez Santo António, Vieira vai pregar aos peixes, já que os homens
não se aproveitam;
 Viera invoca a Virgem Maria pedindo-lhe inspiração para o seu sermão;

Capítulo II – Louvor das virtudes dos peixes, em geral


 Os peixes são os mais e os maiores (comparação de baleia e elefante)
 Não se domam nem se deixam domesticar
 “Peixes, quanto mais longe dos homens melhor”
 Indomáveis, isolados, bons ouvintes, 1ª criação de Deus

Estas virtudes, contrastam com a atitude do homem, criticando a ausência destas


virtudes
Capítulo III – Louvor das virtudes dos peixes em particular
Tobias – O fel sara a cegueira; o coração expulsa os demónios;
Rémora – Tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder
Torpedo – Descarga elétrica que faz tremer o braço do pescador
Quatro-olhos – tem 4 olhos, dois que olham para cima e dois que olham para baixo
Capitulo IV – Repreensão dos vícios dos peixes, em geral
 Comem-se uns aos outros – os grandes comem os pequenos

Capítulo V - Repreensão dos vícios dos peixes, em particular


Roncador - (presunção, gabar, vangloriar…; diz que faz muito, mas é o 1º a falhar
nas ações
Pegador – (oportunismo, parasitismo, ignorância)
Voador – ambição (sendo peixe, não deveria voar), vaidade de voar
Polvo – hipócrita (muda de cor), traidor do mar

Capítulo VI – Peroração
 Reconhece vantagens nos peixes – bruteza e instinto; os peixes são
superiores ao pregador e aos homens devido à sua irracionalidade e não
possuidores de livre-arbítrio
 Afirmação de humildade do pregador, que se assume por pecador

Antero de Quental

Foi um poeta sem se esquecer de ser um homem comprometido com o seu


tempo e projetou na sua poesia o seu desejo: o desejo (impossível) de aliar a vida
ao Ideal. 
O panorama geral que se nos oferece é, acima de tudo, o de uma incessante
inquietação espiritual, a infinita procura de qualquer coisa capaz de conceder um
sentido ou uma finalidade à existência humana. Tal entidade aparece quase
sempre sob contornos vagos ou indefinidos e pode assumir o nome de Deus – um
Deus que infunde nos homens a aspiração de um ideal sempre mais alto

 Insatisfação perante um real sentido como demasiado frustrante ou


limitado
 inquietação que assolava o poeta de tentar dar sentido à existência humana
e de conciliar, o Ideal e o Real
 Infinita procura de qualquer coisa capaz de conceder um sentido
 Projeção do “eu” num ideal mais ou menos onírico (mundo dos sonhos) ou
imaginário
 Irreprimível desejo de sonhar

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