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Cantigas de amigo – São composições poéticas nas quais o emissor é uma donzela
apaixonada, saudosa, inocente e muitas vezes, ingénua, que dirigindo-se à mãe, às amigas ou à
natureza como confidentes, exprime os seus sentimentos face à ausência do seu amado
Inquietação
Saudade
Preocupação
Sofrimento
Agitação
Reencontro
Nota: Normalmente, a natureza, o sonho ou outra representação que seja mencionada nas
cantigas, representa simbolicamente a alegria, a felicidade, a esperança e o desejo nutrido
pela donzela para com o amigo, enfatizando assim, os sentimentos da apaixonada.
Cantigas de escárnio – São cantigas em que o trovador troça de uma determinada pessoa
indiretamente, recorrendo ao duplo sentido e ambiguidade das palavras, à ironia, à alusão e à
sugestão jocos (divertido), à sátira e ao ridículo. Ao contrário das cantigas de amor, em vez de
se louvar, vai-se denegrir a imagem da “senhor” (escárnio de amor).
Capítulos de destaque:
Capítulo 11
1ª parte - É apresentado o pajem do Mestre, a deixar o Paço da Rainha
e cavalgado a grande velocidade em direção à casa de Álvaro Pais ao
mesmo tempo que lança o boato/pregão combinado;
2ª parte - É mostrada a incorporação de Álvaro Pais e das gentes de
Lisboa, em obediência ao grito;
3ª parte - O povo em fúria e unido junto ao paço, na impaciência de
Resumo saber o que aconteceu realmente ao Mestre;
4ª parte - Revela-se o aparecimento do Mestre numa janela do Paço,
para confirmar de que este estava vivo e tranquilizando o povo;
5ª parte - É registada a atitude de subordinação e disponibilidade do
povo, a quem o Mestre se junta agradecendo e despedindo-se;
Capítulo 115
Comunicação entre o narrador e o narratário
- Apelo à leitura de outros capítulos (“na maneira que já ouvistes”;
“como acerca ouvirees”); Aproximação do leitor com a situação
descrita (“Ora esguardae (vede) como se fosses presente”; “Como nom
querees”); Convite à reflexão e à consciência coletiva (“Ó geração que
depois veio, povo bem aventurado, que nom soube parte de tantos
males, nem foi participante de tais padecimentos!”)
A afirmação do povo como identidade coletiva
- Unido, corajoso e com capacidade de organização e resistência
(“leixavam o sono, e tomavam as armas e saía muita gente, e
defendiam-nos as bestas “); Fragilizado e vulnerável (“Pera que é dizer
Resumo mais de tais falecimentos?”); Resiliente e forte perante o sofrimento
(“nenhum mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus
inimigos”); Com espírito de compaixão e entreajuda (“Esforçavam-se
uns por consolar os outros, por dar remedio à sua tristeza”); Povo
religioso (“bradavam a Deus que lhes acorresse”; “rogassem a Deus
devotadamente por o estado da cidade”)
A visão do Mestre de Avis
- Figura de realeza, mas acarinhado e apoiado pelo povo, que o aclama
“Regedor e defensor do Reino”; Líder e estratega político; atento e
solidário com a situação do povo, tomando medidas para a resolução
de problemas, mas incapaz de os solucionar, mostrando-se frio e
distante perante o sofrimento geral;
Representação quotidiano:
Não faltam exemplos, ao longo da farsa, de hábitos de vida e de costumes do dia a dia
da época, e Gil Vicente soube dar-lhes uma segunda dimensão, ao associá-los a
personagens-tipo (estas sintetizam em si funções sociais, estilos de vida, trejeitos…
típicos de um grupo social, profissional ou outro), concretizando assim também a
intenção satírica da obra. Assim a representação do quotidiano está presente….
No modo de vida popular (Pêro Marques) vs. Modo de vida cortês (Escudeiro);
Cerimónia do casamento e o hábito de recorrer a casamenteiros;
Nas conceções de vida e de casamento (Mãe e Lianor Vaz vs. Inês Pereira);
No episódio relatado por Lianor Vaz (depravação do clero);
Na falta de liberdade da rapariga solteira, confinada à casa da mãe ;
Na ocupação da mulher solteira em tarefas domésticas (coser, bordar, …);
No adultério, infidelidade… ;
A dimensão satírica e os cómicos
O que Gil Vicente pretende criticar através das personagens-tipo?
a mentalidade das jovens raparigas; jovens da pequena burguesia, ambiciosas e
levianas, que usam o casamento para ascender – Inês;
os escudeiros fanfarrões, galantes e pelintras; a baixa nobreza decadente e faminta
que vê no casamento a solução para a sua ruína económica – Escudeiro;
a ignorância, simplicidade, provincianismo e ingenuidade de Pero Marques; maridos
ingénuos que se deixam enganar pelas mulheres e que aceitam a sua traição (o marido
enganado é um tipo muito recorrente em Vicente) – Pero Marques;
judeus casamenteiros (desonestos ,falsos, materialistas…); casamenteiros típicos da
sociedade renascentista;
os casamentos por conveniência; mães materialistas, confidentes e conselheiras, que,
embora amigas, querem casar as filhas para terem sustentabilidade económica;
os clérigos e os Ermitões; clero que desrespeita os preceitos da Igreja e a moral, dado
o comportamento leviano dos membros que se envolvem amorosamente com
mulheres;
serviçais explorados e enganados que passam fome e frio, não sendo pagos pelos seus
patrões – Pajem Fernando;
Na farsa o riso está ao serviço da crítica, criticando-se os costumes, mas também para
demarcar as personagens e as suas situações vividas
“Mais quero asno que me leve, do que cavalo que me derrube”
Pero Marques (que lhe faz as vontades) Escudeiro (que lhe retire a liberdade…)
Rimas- Temáticas
Representação da amada;
A experiência amorosa e a reflexão sobre o mor;
A representação da natureza;
A reflexão sobre a vida pessoal;
O desconcerto do mundo – premiar os maus e castigar os bons;
A mudança – a vida sempre muda para pior; traz tristeza e elimina a felicidade;
Os Lusíadas – Luís de Camões
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O recado que trazem é de amigos, No mar tanta tormenta e tanto dano,
Mas debaixo o veneno vem coberto; Tantas vezes a morte apercebida!
Que os pensamentos eram de inimigos, Na terra tanta guerra, tanto engano,
Segundo foi o engano descoberto. Tanta necessidade avorrecida!
Ó grandes e gravíssimos perigos, Onde pode acolher-se um fraco humano,
Ó caminho de vida nunca certo, Onde terá segura a curta vida,
Que aonde a gente põe sua esperança, Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Tenha a vida tão pouca segurança! Contra um bicho da terra tão pequeno?
Principais temáticas:
Dor fingida
A dor real, para se elevar ao plano da arte, tem de ser fingida;
Não há poesia, sem que o real seja imaginado de forma a exprimir-se
artisticamente;
O leitor sente com a imaginação (intelectualização dos sentimentos)
Contraste entre o sonho e realidade
Valorização dos sonhos;
O mundo dos sonhos permite a eternidade e a felicidade, transmitindo
tranquilidade, paz, suavidade, harmonia…
O sonho chega a trazer sofrimento, devido à ilusão;
A realidade estará associada ao sentimento de frustração e desilusão;
Nostalgia da infância
Passado irremediavelmente perdido;
Tempo longínquo em que era feliz sem saber que o era, devido à
inconsciência. Enquanto adulto, é consciente das coisas (dor de pensar);
Dor de pensar
Ser consciente
Fernando Pessoa – heterónimos
Capítulo VI – Peroração
Reconhece vantagens nos peixes – bruteza e instinto; os peixes são
superiores ao pregador e aos homens devido à sua irracionalidade e não
possuidores de livre-arbítrio
Afirmação de humildade do pregador, que se assume por pecador
Antero de Quental