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Trovadoresca

Cantigas de Amigo
 Origem: Autóctone/Peninsular
 Sujeito Lírico: Amiga/donzela/jovem enamorada
 Objeto: Amigo
 Características da figura feminina: Simples, popular e apaixonada
 Características da figura masculina: Apaixonado, ausente, mentiroso
 Ambiente: Natureza, lugares de romaria, casa
 Essência da cantiga: Simples, espontânea e popular
 Temas:
o Variedade do sentimento amoroso:
 Saudosa e expectante pela ausência do amado
 Triste e saudosa pela partida do amado
 Feliz a dançar com as amigas em romarias, para seduzir
 Desconfiada e triste por temer uma traição
 Temerosa por mentir à mãe acerca da sua relação com o amado
o Confidência amorosa:
 Diálogos com a mãe, irmãs, amigas ou a Natureza sobre os seus
sentimentos em relação ao amado
o Relação com a Natureza:
 A Natureza está sempre de acordo com o estado de espírito da jovem
 Como é uma confidente, a Natureza é frequentemente personoficada
 Linguagem, estilo e estrutura:
o Estrofes breves
o Existência de versos no fim de cada estrofe que servem de refrão
o O esquema rimático é, geralmente, abe/cde/abe/cde, ou seja, as estrofes
estão ligadas por leixa-pren
o Os recursos expressivos são recorrentes, nomeadamente a comparação e
personificação
Cantigas de Amor
 Origem: Provençal/ Sul de França
 Sujeito lírico: Homem (trovador)
 Objeto: Dona/A Senhor
 Características da figura feminina: Ser divino, aristocrática
 Características da figura masculina: submisso, vassalo, sofredor
 Ambiente: Espaços nobres, palacianos
 Essência da cantiga: artificial, convencional, aristocrática
 Temas:
o Coita amorosa:
 Sofrimento amoroso, por a dona não lhe responder, estar ausente e
causar-lhe mais sofrimento que amor
o Elogio da mulher amada:
 O objeto é uma mulher da nobreza cujo estatuto social lhe confere um
certo endeusamento
 Linguagem e estilo:
o Número variável de estrofes
o Número variável de rimas
o Por vezes apresentam refrão
o Existe progressão de sentido
o Recursos expressivos como a comparação e a personificação
Cantigas de Escárnio e Maldizer
 Sujeito poético: Trovador
 Ambiente: Não existe espaço concreto para a ação destes poemas
 Temas:
o Paródia do amor cortês:
 Louvor à mulher amada, mas com ironia e sarcasmo, exaltando as suas
faltas, defeitos e características físicas ou de personalidade
 Crítica ao tópico da coita do amor, sugerindo que esta é um fingimento
o Crítica de costumes:
 Toda a sociedade medieval é alvo de críticas
 Linguagem e estilo:
o Críticas por meio de sátiras e sarcasmos
o Recurso ao calão, trocadilhos e seleção de vocábulos que causem efeitos cómicos
o Recursos expressivos como a comparação, ironia e personificação
De D. Joao I
A crónica de D. João I encontra-se dividida em duas partes:
 Primeira – ocupa-se do espaço de tempo desde a morte de D. Fernando até à eleição de
D. João I, um período de grandes tensões políticas e crises económicas e sociais.
 Segunda – descreve os acontecimentos ocorridos durante o reinado de D.João I até 1411,
altura em que foi assinado um Tratado de paz com Castela
Capítulo 11
 O pajem do palácio vai a cavalo pela cidade de Lisboa a gritar que estão a matar o
Mestre, plano traçado por Álvaro Pais e pelo Mestre de Avis
 Os populares ao ouvirem a notícia apressam-se a arranjar armas para ajudar o Mestre
 Álvaro Pais, já pronto para o combate, incita à população que venha ajudar o Mestre,
pois este era filho de D. Pedro
 Circula pelo povo de que foi a própria rainha, D. Leonor Teles, com a orientação do seu
amante o Conde Andeiro, que mandara matar D. João
 Quando os populares chegam e veem as portas fechadas começam a gritar por D. João
e a tentar arrombar e incendiar o Paço
 Dentro do Paço soam vozes que afirmam que D. João está vivo e que o Conde Andeiro
está morto
 A multidão desconfiada pede para ver o Mestre e confirmar, assim, o Mestre mostra-se
à janela vivo e bem de saúde
 O povo exige também a morte de D. Leonor, mas esta consegue fugir com os seus
aliados
 O Mestre sai do palácio, acompanhado por Álvaro Pais e os seus cavaleiros e pede aos
populares que regressem a casa, por já terem feito o seu trabalho
Capítulo 115
 Após a fuga de Leonor Teles, os castelhanos preparam-se para invadir Lisboa. Neste
capítulo, é, então, iniciado com o Mestre a saber a intenção do rei de Castela e a ordenar
aos homens que recolham grande quantidade de alimentos para sobreviver ao cerco e se
unam todos em Lisboa, de forma a protegerem-se de Castela.
 É descrita a cidade cercada por muros robustos, 77 torres, armas, pedras e bandeiras
do seu padroeiro e com homens a guardar as torres. Cada torre tinha um sino, quando
este era tocado, os guardas preparavam-se para combater, bem como os restantes
populares. Todos contribuem e se unem para a defesa da sua cidade e para expulsar os
castelhanos
Capítulo 148
 O cerco prolonga-se mais que o previsível e começam a faltar os mantimentos.
 As pessoas começaram a comer tudo o que encontravam na Natureza, tentando
poder continuar a combater os castelhanos, mas torna-se cada vez mais difícil
continuas. Ainda assim, corajosos, os portugueses não desistem
 O Mestre e o seu Conselho têm pena dos homens, mas nada conseguem fazer para
os ajudar, pois, também eles estão a passar pela privação de alimentos
 Fernão Lopes exalta e apela aos futuros portugueses para se inspirarem na
devoção e patriotismo destes cercados obedientes, apesar do enorme sofrimento
 O Cerco termina quando a peste começa a atacar os soldados que estão a cercar
Lisboa, obrigando-os a regressar à sua terra
De Ines Pereira
A ação da farsa de Inês Pereira organiza-se em três partes:
 Exposição – Inês solteira que mostra o seu desejo de se libertar da mãe
 Conflito – Proposta e recusa do casamento com Pêro Marques, casamento com Brás da
Mata e fim do mesmo
 Desenlace – Casamento com Pêro Marques e concretização do desejo de Inês
Personagens
Inês Pereira
 Rapariga jovem em idade de casar
 Farta de estar presa à mãe e de não ter liberdade, acreditando que depois de casar a
obterá
 Inês não quer casar com qualquer um, tem de ser um homem bem-falante, discreto e
que saiba tocar e cantar. Casa com um homem assim
 Pouco tempo após o casamento, Inês sente-se dececionada com a sua escolha, pois o
marido aprisionou-a, privando-a da liberdade que sonhara.
 Quando recebe a notícia da morte do escudeiro, Inês fica feliz e determinada em fazer
de vez a escolha certa: casar com Pero que, ainda que parvo, lhe dará liberdade e a
amará.
 Podemos classificar a Inês como sendo arrogante, presunçosa, ignorante, sonhadora e
determinada

Mãe de Inês Pereira


 Podemos classificar a Mãe de Inês como sendo experiente, boa conselheira, religiosa,
inteligente e preocupada

Lianor Vaz
 É a intermediária entre o pretendente de Inês e a mesma. Receberá muito dinheiro se
Inês se casar com Pero Marques.
 Podemos classificá-la como casamenteira, sensata, boa conselheira e preocupada com o
futuro de Inês

Pero Marques
 Camponês rico que se apresenta como pretendente de Inês, mas que é rejeitado por ela.
 Apesar da primeira recusa, insiste no amor com a rapariga e promete não se casar até
que Inês o aceite
 Podemos classificá-lo como honesto, bem-intencionado, ingénuo, ignorante e traído
Brás da Mata (escudeiro)
 Escudeiro pobre, embora se tente fazer de rico perante a sociedade
 Quando vai para a guerra deixa Inês e o seu criado sem dinheiro
 Podemos classificá-lo como desonesto, ambicioso, calculista e que vive das aparências.
Depois do casamento revela-se autoritário e agressivo

Judeus Casamenteiros
 É lhes atribuída a missão de encontrar marido para Inês
 Os seus nomes são Latão e Vidal e atuam como uma única personagem
 Podemos classificá-los como oportunistas, sem escrúpulos, aldrabões, gananciosos,
desonestos, falsos e astutos

Ermitão
 O ermitão torna-se ermita devido a uma paixão antiga por Inês Pereira. Quando já era
religioso envolve-se com ela violando, assim, o voto de castidade
 Podemos classificá-lo como solitário, triste, rancoroso e magoado

Moço
 É o criado do Escudeiro
 Denuncia o verdadeiro caráter do seu amo, queixando-se da pobreza e da fome a que é
sujeito
 Fica triste, apesar de tudo com a notícia da morte do seu amo
 É despedido por Inês
Fernando e Luzia
 Amigos de Inês que vêm ao seu primeiro casamento trazidos pela mãe
 São eles que animam a festa

Personagens-tipo e dimensão satírica


Inês – representa os jovens da pequena burguesia, ambiciosas, levianas que usam o casamento
para ascender socialmente
Pero Marques – maridos ingénuos que se deixam enganar pelas mulheres e que aceitam essa
traição
Brás da Mata – representa a baixa nobreza decadente e faminta que vê no casamento a solução
para a sua ruína económica
Mãe – representa as mães materialistas, confidentes e conselheiras que, embora amigas,
querem casar as filhas para terem estabilidade económica
Lianor e Judeus – representam os casamenteiros típicos da sociedade quinhentista
Moço – representa os serviçais explorados e enganados que passam fome e frio, não sendo
pagos pelos seus patrões
Ermitão – representa o clero que desrespeita os preceitos da Igreja e a moral
Representação do quotidiano
Durante o auto temos várias representações do quotidiano inseridas na ação:
 Cenas da vida doméstica
 Conselhos maternos
 Festa do casamento
 Vida conjugal
 Traição conjugal
 Segundo matrimónio
Os relacionamentos humanos, familiares e amorosos entre as personagens, a oposição de
interesses e os conflitos também se inserem neste tópico, pois apresentam a forma de vida da
época
Relação entre personagens
 Inês-mãe – apesar de obedecer à mãe, Inês protesta e reclama da sua condição de
solteira inútil, não segue os seus conselhos e recusa casar com Pero Marques numa fase
inicial. A mãe assume sempre uma atitude critica, mas paciente
 Inês-Escudeiro – movida pelo desejo cego de se casar com um membro da nobreza, Inês
aceita o Escudeiro como marido, o que lhe vai causar muito sofrimento, já que, ele é
tirano e sem escrúpulos. Esta escolha errada vai ser solucionada com a sua morte
 Inês-Pero Marques – recusa no início por ele ser inculto, mas Inês acaba por aceitá-lo
como marido e, passa a viver feliz. Ainda assim, ela coloca-o ao seu serviço, fazendo-o
concretizar-lhe todos os desejos
Da Feira
Representado ao rei D. João III, no Natal de 1526, em Lisboa.
Personagens
Mercúrio:
 Mensageiro dos deuses
 Deus do comércio
 É ele quem ordena a realização da feira

Tempo:
 Personagem que dá o nome à feira
 Ao invés de vender na sua banca realiza trocas diretas
 Pede a Deus que lhe envie um anjo

Serafim:
 Anjo da hierarquia mais alta, sendo, por isso, dos mais poderosos
 Possui seis asas: duas para voar, duas a cobrir os pés e duas a cobrir a cara
 Bastante ligado ao louvor e glorificação de Deus

Diabo:
 Personagem que tenta vender mercadorias não relacionadas com o bem e com os bons
costumes
 Símbolo do Inferno
 Responsável pela revolta dos anjos contra Deus

Roma:
 Primeira cliente e compradora da Feira
 Roma tem de mudar de vida e acaba junto a Serafim a pedir-lhe paz

Amâncio Vaz e Denis Lourenço:


 São compadres e vão à feira para tentar ver-se livres das respetivas mulheres,
pensando trocá-las entre si

Branca Anes e Marta Dias:


 São, respetivamente, as esposas de Amâncio e Denis
 São primas
 Símbolo da ignorância do povo quanto aos dogmas da fé
Justina, Leonarda, Teodora, Moneca, Giralda, Juliana, Tesaura, Merenciana,
Doroteia, Gilberto, Nabor e Dionísio:
 Vendedores com o desejo de louvar a Virgem Maria

Vicente e Mateus:
 São dois homens que tentam atrair as mulheres
 Tentam obter prazeres carnais
 Acabam por abandonar a feira sem satisfazer os seus desejos

Resumo
Começando com um monólogo de Mercúrio, deus do comércio, o auto continua com os
preparativos para uma feira. A loja do Tempo e de um Serafim vende as virtudes enquanto que a
loja do Diabo vende os vícios.
A figura alegórica de Roma (do Papado) pretende comprar "paz, verdade e fé", mercadorias que
só podem ser compradas "a troco da santa vida" e não "a troco de perdões". A peça continua
com a entrada em cena de dois camponeses que pretendem vender as suas consortes.
O auto termina com uma dança diante do presépio feita por rapazes e raparigas.
Camoniana
Temas
Representação da amada:
 Nas redondilhas:
o A amada é de qualquer classe social, privilegiando-se a origem popular
o Geralmente, o sujeito poético e a amada pertencem à mesma classe social
o Amada bela, encantadora, é detalhada a roupa, objetos e sentimentos
o Possibilidade de relacionamento físico
 Nos sonetos:
o A amada, geralmente, pertence a uma classe social alta
o Mulher de pele branca, olhos claros, cabelo louro e indumentária elegante
o O sujeito poético é seu submisso
o Amor platónico

Representação da Natureza:
 A Natureza pode formar a beleza da amada
 A Natureza pode estar dependente dos sentimentos tristes, dolorosos e sombrios do
sujeito poético

Representação amorosa e reflexão do amor:


 O sujeito poético expressa o amor ora como um sentimento alegre e partilhado ora como
origem do sofrimento, de contradições e de desespero

Reflexão sobre a vida pessoal:


 Na lírica de Camões encontramos várias referências diretas e indiretas à sua biografia
 Assim, o sujeito poético reflete sobre:
o Destino que nunca foi favorável
o Erros que cometeu
o Fracasso do amor

Desconcerto:
 Neste tema o sujeito poético mostra a consciência que tem sobre o mundo ao nível social
e moral:
o Errada distribuição dos prémios e castigos
o Contrastes entre a riqueza e a miséria
o Crescente interesse dos homens pelos valores materiais
Mudança:
 O sujeito poético tem consciência da irreversibilidade do tempo:
o Renovação cíclica da Natureza
o Mudança da vida e das coisas

Linguagem, estilo e estrutura


Redondilhas (medida velha):
 Poemas com número variável de estrofes: cantigas, endechas, esparsas, vilancetes e
voltas
 Redondilha menor: 5 sílabas métricas
 Redondilha maior:7 silabas métricas
 Rima e esquema rimático variáveis
Sonetos (medida nova):
 Sonetos: duas quadras e dois tercetos
 Versos de 10 ou 12 sílabas métricas
 Rima interpolada e emparelhada nas quadras e rima interpolada nos tercetos
 Discurso pessoal, na primeira pessoa e com marcas de subjetividade
Estrutura Externa:
 10 cantos com número variável de estâncias
 As estrofes são oitavas
 Os versos são decassilábicos
 O esquema rimático é abababcc
Estrutura Interna:
 Preposição – explicação do assunto que o poeta vai tratar
 Invocação – pedido de ajuda às ninfas inspiradoras para que o canto seja grandioso
 Dedicatória – indivíduo ou entidade a quem o poeta dedica a sua epopeia
 Narração – viagens dos portugueses e reflexões do poeta

Tópicos de análise
Matéria épica:
 Camões propõe-se a narrar a viagem marítima dos portugueses até à Índia e contará os
feitos gloriosos dos navegadores. (Preposição)

Sublimidade do canto:
 Para louvar e cantar os feitos dos portugueses, Camões recorre às ninfas do Tejo
invocando-as, para que lhe deem inspiração. A intenção do poeta é fazer com que o povo
português seja o mais grandioso. (Invocação)

Mitificação do herói:
 O herói é o povo português, simbolizado por Vasco da Gama. Através dos seus feitos
gloriosos os Portugueses são elevados a um nível mítico.

Reflexões do poeta:
 Camões exprime as suas opiniões críticas sobre os factos que vai narrando. Assim,
através do acompanhamento da viagem, das conquistas e das proezas dos navegadores,
o poeta tece comentários críticos à ambição desmedida por dinheiro e fama, à falta de
cultura e de apreço pelas artes, à corrupção do ouro e aos comportamentos negativos
dos portugueses.

Resumo
Canto I (reflexão sobre a fragilidade da condição humana)
 Perigos a que o homem está sujeito (em terra e no mar)
 Incerteza da vida humana
Canto V (crítica ao desprezo das artes)
 Importância do louvor aos feitos heróicos que imortalizam os heróis e incentivam as
gerações futuras a não esquecer do passado
 Lamenta a falta de cultura dos portugueses
 Movido pelo amor à pátria Camões garante continuar a cantar as obras dos portugueses

Canto VII (mágoa causada pela ingratidão da sociedade)


 Lamenta a ingratidão dos portugueses pois não reconhecem o seu esforço de elaborar
uma epopeia nacional
 Refere o receio de não conseguir terminar a obra
 Apresenta as adversidades ao longo da sua vida
 Enumera os que serão excluídos do seu canto

Canto VIII (crítica ao materialismo e poder do ouro)


 Critica a excessiva importância que se dá ao dinheiro, enumerando os seus efeitos
negativos
 Critica a sociedade por se reger por valores materialistas

Canto IX (aspiração à imortalidade)


 Explicita o significado da Ilha dos Amores – recompensa e imortalidade dos heróis
 Enumera as condições necessárias para alcançar a glória

Canto X (lamentação do poeta/apelo ao rei)


 Expressa o seu desalento em relação à pátria que não reconhece o valor da sua obra
 Exorta o rei a realizar novos feitos que possam ser cantados
 Mostra-se disponível para servir o rei e a pátria através da sua escrita
De Santo Antonio aos peixes
Estrutura
Exórdio (introdução):
 Introdução ao tema/resumo do assunto
 Imploração da ajuda divina
 Termina com um Avé Maria
Capítulo 1 – Apresentação do conceito predicável “Vós sois o sal da terra”
Pregadores Ouvintes
Combater a
corrupção
Objetivo falhado: Na terra existe muita corrupção
Causas:
 “O sal não salga”
 “Os pregadores não pregam a verdadeira doutrina”
 “Os pregadores dizem uma coisa e fazem outra”
 “Os pregadores se pregam a si e não a Cristo”
Ou
 “A terra não se deixa salgar”
 “Os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber”
 “Os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem que fazer o que dizem”
 “Os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites”
Soluções:
 Sal: “lançá-lo fora como inútil, para que seja pisado de todos”
o Argumento de autoridade: Cristo
 Terra: “Deixa a Terra, vai-se ao mar”
o Argumento de autoridade: Santo António

Exposição (desenvolvimento):
 Expor o assunto do sermão
 Expor as partes do sermão
Capítulo 2 – Retoma o conceito predicável e para retomar o assunto e divide a sequência do
sermão em 2 partes:
◦ Louvores às virtudes (gerais e particulares)
◦ Repreensão aos vícios (gerais e particulares)
Louvores aos peixes em geral
 Obediência
 Ordem
 Tranquilidade
 Atenção
Estes louvores demonstram e enaltecem as qualidades dos peixes comparativamente ao Homem.
O Homem é apresentado como sendo pior que os peixes.
Aristóteles diz que todos os animais à exceção dos peixes se domesticam. Padre António Vieira diz
que os peixes não se domesticam, pois vivem longe dos homens, tendo assim maior liberdade e
não tomando tudo como garantido, lutando para sobreviver.

Confirmação (desenvolvimento):
 Parte mais longa do sermão
 Pode conter conceitos ou comparações de difícil compreensão
 Pretende comover os ouvintes e influenciá-los através do poder emotivo
Capítulo 3 – Louvores aos peixes em particular
o Peixe de Tobias:
 Virtudes do peixe – o fel do peixe curava a cegueira e o seu coração
expulsava os demónios
 Comparação com Santo António – Santo António fazia os homens ver a
virtude e afastar-se do pecado
 Crítica ao homem – os homens não queriam ver a verdade e agiam com
maldade
o Rémora:
 Virtudes do peixe – apesar de ser pequeno, consegue determinar o
rumo de uma nau
 Comparação com Santo António – a língua de Santo António era uma
rémora na terra, tinha força para dominar os homens
 Crítica ao homem – os homens deixam-se levar pelo orgulho e pela inveja
o Torpedo:
 Virtudes do peixe – faz tremer o braço dos pescadores através de uma
descarga elétrica na sua cana de pesca para os impedir de pescar
 Comparação com Santo António – Santo António também fazia os
homens “tremer” e arrependerem-se
 Crítica ao homem – os pescadores representam aqueles que se
aproveitam do poder para satisfazer a sua ganância
o Quatro-olhos:
 Virtudes do peixe – tem 2 pares de olhos: um para olhar para cima
(para o céu - o bem) e outro para olhar para baixo (para o inferno – o
mal)
 Comparação com Santo António – Santo António também ensina aos
homens o que é o céu e o que é a terra
 Crítica ao homem – criticar os homens que não distinguem o bem e o
mal
Capítulo 4 – Repreensões aos peixes em geral
o “Os peixes comem-se uns aos outros”
 Argumento de autoridade: Santo Agostinho
o Ignorância e cegueira dos homens

Capítulo 5 – Repreensões aos peixes em particular


o Roncadores:
 Repreensões – fazem muito barulho para o seu tamanho, o que os
torna ridículos, pois não têm razão para o fazerem
 Alusões a Santo António – era muito sábio e tinha muito poder, mas não
se gabava
 Tipo humano criticado – presunçosos e arrogantes
o Pegadores:
 Repreensões – peixes que se pegam aos maiores, aproveitando-se deles
para se sustentarem
 Alusões a Santo António – segue o caminho certo, o caminho de Deus
 Tipo humano criticado – oportunistas e parasitas
o Voadores:
 Repreensões – possuem barbatanas que os permitem voar, o que os
sujeita aos perigos do céu e do mar. Tornam-se muito vaidosos.
 Alusões a Santo António – viveu com humildade, apesar de ter tido a
hipótese de subir ao mais alto nível
 Tipo humano criticado – ambiciosos, gananciosos, exibicionistas e vaidosos
o Polvo:
 Repreensões – parece ser brando e manso, mas torna-se num traidor
 Alusões a Santo António – exemplo de bondade e sinceridade
 Tipo humano criticado – traidores e hipócritas

Peroração (Conclusão):
 Enumerar os seus melhores argumentos e ampliá-los
Capítulo 6 – conclusões finais
o A condição dos peixes é superior à dos outros animais
o A condição dos peixes é superior à do pregador
o Apelo aos ouvintes
o Não consegue cumprir a sua função
Objetivos da eloquência/sermão
Decere (ensinar):
 Divulgação do Evangelho
 Expor conceitos da doutrina

Delectare (agradar):
 Agradar aos ouvintes

Movere (mover):
 Levá-los a pensar e influenciar o comportamento dos ouvintes
Luis de Sousa
Classificação da obra
Tragédia (“pela índole”)
 Personagens em número reduzido
 Personagens nobres (social e moralmente)
 Ação sintética, confluindo para o desenlace trágico
 Concentração temporal
 Concentração espacial
 Indício do coro da tragédia clássica em Telmo e Frei Jorge
 Presença de indícios trágicos

Drama (“pela forma”)


 Utilização da prosa
 Organização em 3 atos
 Assunto de caráter histórico e cultural
 Ausência de coro
 Incumprimento da lei das 3 unidades
 Ideologia cristã
 Exaltação de valores patrióticos e da liberdade
 Morte de Maria em palco

Estrutura da obra
Externa
 Ato I (12 cenas)
 Ato II (15 cenas)
 Ato III (12 cenas)

Interna
 Exposição (Ato I cenas 1 e 2), preparação da ação – Anúncio de informações sobre as
personagens e suas ações no tempo, fundamentais para a evolução da intriga
 Conflito (Ato I cena 3 – Ato III cena 9), desenvolvimento da ação – Surge inicialmente
ligado a D. Madalena, e vai-se alastrando, sendo Manuel Coutinho o último a participar
através da angústia e desespero. O ponto-chave é o reconhecimento do Romeiro e,
consequentemente, o drama interior de um pai que vê a sua filha condenada a não ter
nome nem família
 Desenlace (Ato III cenas 10 a 12), apresentação da catástrofe – Desfecho fatal da
ação, com a morte física ou moral dos heróis
Dimensão trágica
 Subordinação ao destino inexorável
 Protagonista como pessoa justa, sem culpa, que cai num estado de infelicidade
 Crescendo da intensidade dramática no decorrer da ação
 Reminiscência do coro na personagem de Telmo
 Concentração do espaço e do tempo

Elementos da tragédia:
 D. Madalena apaixona-se por D. Manuel quando era casada com D. João
 D. Manuel incendeia o palácio
 Conflito interior de D. Madalena, que se intensifica ao longo da ação
 Chegada do Romeiro e reconhecimento da sua identidade
 Morte de Maria e entrada de D. Madalena e D. Manuel no convento
 Crenças sebastianistas de Maria e Telmo
 Destruição do retrato de D. Manuel no incêndio
 Mudança de cenário do Ato I para o Ato II

Concentração do tempo:
 Casamento de D. Madalena com D. João (sexta-feira)
 Paixão de D. Madalena por Manuel Coutinho (sexta-feira)
 Batalha de Alcácer Quibir (sexta-feira)
 Casamento de D. Madalena e D. Manuel (7 anos após a Batalha)
 Regresso de D. João (14 anos após a Batalha

Concentração do espaço:
 Palácio de Manuel de Sousa Coutinho (luxuoso, iluminado, elegante)
 Palácio de D. João de Portugal (espaço antigo, melancólico e escuro)
 Parte de baixo do palácio de D. João (espaço amplo sem decoração)

Personagens
D. Madalena Manuel Maria D. João Telmo Frei Jorge
Coutinho
Nobre Nobre Nobre Nobre Nobre de Racional
Romântica Bondoso Frágil Íntegro caráter Conselheiro
Emotiva Altruísta Sentimental Honrado Confiável Intransigente
Íntegra Patriota Emotiva Patriota Honrado Preocupado
Reta Racional Patriota Rígido Humilde com a
Vulnerável Honrado Supersticiosa Desencantado Sensível família
Frágil Vulnerável Astuta Atormentado
Supersticiosa Intransigente Carinhosa
Resumo
Ato I – Palácio de Manuel Coutinho (Almada)
Assunto Indícios trágicos
Cena I Madalena lê “Os Lusíadas”, o episódio de Inês de Castro Associação das vivências
Monólogo de Madalena e compara-se a Inês. Sente-se infeliz porque os medos de D. Madalena ao
não a deixam viver momentos de felicidade. episódio trágico de Inês
de Castro de Os
Lusíadas.
Cena II Telmo conversa com Madalena e aflige-a com A simbologia do número 7
Madalena e Telmo recordações do passado. associado ao tempo –
Nesta cena todas as personagens são apresentadas. mistério e fatalidade.
Ocorre uma analepse: recuo de 21 anos até à batalha O sebastianismo de
de Alcácer Quibir (1578), 7 anos de busca (1585), 2º Telmo, ligado à figura de
casamento de Madalena, nascimento de Maria (1599) e D. João de Portugal.
presente da ação.
Telmo confessa-se crente do regresso de D. João.
Madalena pede a Telmo que não fale de assunto
relacionados com a batalha e D. Sebastião com Maria.
Madalena está preocupada com a demora de Manuel
que foi a Lisboa e ainda não apareceu, pedindo a Telmo
que vá junto de Frei Jorge saber notícias

Cena III Maria evidencia a sua cultura e gosto pela leitura. Pede A crença sebastianista
Madalena, Telmo e Maria a Telmo o livro da ilha encoberta, mostrando-se crente de Maria (que pressupõe
no sebastianismo. a vida de D. João de
Madalena tenta levar a filha a não acreditar em Portugal).
fantasmas nem fantasias do povo A doença de Maria
Há um pequeno conflito de Maria com Telmo e a mãe (tuberculose).
pois ambos não querem ouvir falar de D. Sebastião, o
que causa estranheza a Maria

Cena IV Maria não consegue entender a preocupação dos pais A imaginação prodigiosa
Madalena e Maria com ela. Madalena não pode revelar a causa. de Maria.
Sem querer, Maria martiriza a mãe afirmando que lê os As flores simbolizam a
olhos, as estrelas e sabe muitas coisas, mostrando-se brevidade da vida
muito imaginativa. As flores de Maria
Madalena não responde às questões da filha tentando murcham
desviá-la pedindo-lhe que fale do seu jardim.
Cena V Frei Jorge dá a notícia de que os governadores saíram O ouvido muito apurado
Jorge, Madalena e Maria de Lisboa e querem hospedar-se na casa de Manel. de Maria (sintoma da sua
Maria mostra-se entusiasmada, dando asas à grave doença).
imaginação, idealismo e patriotismo
Madalena revela alguma individualidade, ingenuidade e não
revela sentido patriótico
Novos sinais da doença de Maria: ouve a voz do pai e
percebe que vem angustiado
Cena VI Miranda anuncia a chegada de Manuel Coutinho, o que A audição sensível de
Jorge, Madalena, Maria e confirma os sinais da doença de Maria Maria caracterizada por
Miranda Madalena e Frei Jorge ficam preocupados, destacando Frei Jorge como um
a agudez do ouvido de Maria “terrível sinal”.
Cena VII É noite fechada, Manuel entra agitado dando ordens aos O terror de D. Madalena.
Jorge, Madalena, Maria, seus criados. Madalena fica preocupada. A instalação (no palácio
Miranda e Manuel Manuel confirma as notícias dadas por Frei Jorge e diz de D. João) “quase
que têm de sair imediatamente daquela casa. Após o debaixo dos mesmos
anúncio Maria fica eufórica e Madalena assustada, telhados” de Frei Jorge
tentando contrariar Manuel (prenúncio da tomada do
hábito).
Cena VIII Nesta cena contrasta a linguagem serena e decidida de A preparação da
Madalena e Manuel Manuel com a linguagem emotiva e assustada de mudança para o palácio
Madalena de D. João de Portugal,
Manuel mostra-se um herói clássico, patriota. Para ele símbolo do reviver dos
não há razões para não mudar para o palácio que fora fantasmas do passado.
de D. João
Madalena é uma heroína romântica que age pelo
coração e está crente de que vai morrer infeliz naquela
casa.
Manuel tenta chamá-la à razão e pede-lhe que atente
na sua condição social, o ajude e apoie neste momento
da vida
Cena IX Anúncio, por Telmo, da chegada dos governadores
Todos espanhóis a Almada e início das movimentações
destinadas à saída de casa e mudança de palácio.
Cena X Partida das damas e verificação dos preparativos para
Todos a mudança por Manuel.
Cena XI Manuel compara a situação com acontecimento ligados a A possibilidade de morte
Manuel, Miranda e outros seu pai e teme que lhe aconteça o mesmo. Mostra-se de Manuel de Sousa por
criados um homem de intensos valores. causa do incêndio que ele
próprio ateia e o
reconhecimento da
fragilidade
Cena XII Concretiza-se o incêndio. A destruição do retrato
Manuel, criados, Telmo, Ao não conseguir salvar o palácio Madalena pede de Manuel de Sousa,
Jorge, Madalena e Maria desesperadamente que salvem o retrato do marido. consumido pelas chamas.
Ato II – Palácio de D. João de Portugal
Assunto Indícios trágicos
Cena I Maria pretende conversar com Telmo, para que este A referência aos versos
Maria e Telmo lhe revele a identidade do retrato que tanto assustava a
de Menina e Moça, de
mãe Bernardim Ribeiro.
O incêndio no palácio causou impressões diferentes Os presságios de D.
entre Maria e Madalena; Maria ficou fascinada e Madalena, perturbada com
Madalena ficou doente, ligando o incêndio à perda do a perda do retrato de
marido, sendo a destruição do retrato um indício. Manuel de Sousa no
As atitudes estranhas da mãe perante o quadro de D. incêndio (“prognóstico fatal
João deixam Maria curiosa. de uma perda maior que
Telmo alterou a sua posição face a Manuel depois do está perto”) e pela
incêndio, admirando-o pelo seu patriotismo e lealdade.presença do retrato de D.
Quando Maria questiona Telmo sobre a identidade do João de Portugal.
retrato este não lhe responde Os agouros de Maria (“há
grande desgraça a cair
sobre meu pai… decerto!
e sobre a minha mãe
também, que é o mesmo.”)
Cena II Manuel de Sousa entra e revela a identidade do retrato. O estado febril de Maria;
Maria, Telmo e Manuel Refere-se a D. João de Portugal admirando as suas A designação de
qualidades e sem ciúmes. “feiticeira” atribuída por
Manuel está coberto com uma capa pois está a fugir Manuel à filha.
dos governadores.
Maria confessa ao pai as suas capacidades intuitivas.
Cena III Conversam sobre a vida e Manuel confessa que com A visão do palácio, por
Manuel e Maria aquela capa parece uma fraude. Manuel, como um
Maria não controla as emoções diante o retrato de D. convento: “para frades
João admirando-o pela sua coragem e liga-o a D. não nos falta senão o
Sebastião, mas ama os seus pais. hábito…”.
Nesta cena Manuel é meigo, carinhoso e afetivo com a As referências de Manuel
filha. à morte.
Cena IV Frei Jorge sugere a Manuel que o acompanhe a Lisboa O exemplo de Joana de
Maria, Manuel e Frei para agradecer ao arcebispo, pois foi ele quem interviu Castro (Soror Joana), que,
Jorge junto dos governadores. com o marido, D. Luís de
Manuel decide acompanhá-lo a Lisboa, pois precisa de Portugal, Conde de Vimioso,
conversar com a abadessa. seguiu a vida religiosa.
Maria quer ir com o pai e conhecer a tia Joana. Quer
levar consigo Telmo, Jorge e Doroteia.
Cena V Madalena já está melhor e reage mal à ida de Manuel a As alusões à “sexta-feira”.
Madalena, Jorge, Manuel e Lisboa, não querendo que a filha a deixe só.
Maria É um dia terrível para Madalena, o aniversário da
batalha.
Perante toda a confusão, é frei Jorge quem resolve a
situação, comprometendo-se a ficar com Madalena.
Madalena está cheia de agouros e medos fatais ligados
ao passado.
Tudo faz pressentir que algo fatal está para acontecer
Cena VI Manuel confirma que Maria precisa de espairecer.
Manuel, Madalena e Jorge Madalena diz que não quer que Telmo fique.
Cena VII Madalena está preocupada, assustada e temerosa. A sugestão do carácter
Manuel, Madalena, Jorge e Chora e pede a todos que não se afastem de Maria e a definitivo da despedida de
Maria protejam. D. Madalena e Manuel:
A despedida é dolorosa e dramática. “Vão, vão… adeus! Adeus,
esposo do meu coração!”
Cena VIII Madalena volta a evidenciar a sua capacidade para não A referência ao caso dos
Manuel, Madalena e Jorge sentir medo. Condes de Vimioso, que
A despedida é dramática, voltam a referir a condessa optaram pela vida religiosa.
de Vimioso e paira no ar a fatalidade.
Cena IX Frei Jorge sente-se só, contagiado pela atmosfera O comentário de Frei
Monólogo de Jorge trágica. Jorge: “o coração lhes
adivinha desgraça”.
Cena X Madalena confessa a Jorge que é o dia que mais tem O tempo da ação:
Jorge e Madalena receado na sua vida. aniversário de todas as
-Anos que casou a primeira vez desgraças (“Hoje é o dia da
-Anos que se perdeu D. Sebastião e D. João minha vida que mais tenho
-Anos que conheceu Manuel receado…”)
Madalena considera-se uma pecadora por ter conhecido
Manuel com D. João vivo e por o ter amado assim que o
viu.
Cena XI A conversa é interrompida por Miranda que anuncia a O secretismo e a
Madalena. Jorge e Miranda chegada de um Romeiro. importância do recado que
Madalena desvaloriza, mas Miranda diz que ele traz um o Romeiro traz.
recado que só dará a ela.
Madalena dá ordem que mande entrar o Romeiro.
Cena XII Reflexão e comentário de Frei Jorge sobre o
Madalena e Jorge comportamento de muitos falsos peregrinos que se
aproveitam da caridade dos fiéis.
Cena XIII Miranda apresenta o Romeiro. A resposta do Romeiro: “A
Madalena, Jorge e Jorge apresenta-o a Madalena e pergunta se é ela a mesma.”
Miranda quem ele deseja falar.
O Romeiro confirma
Cena XIV É nesta cena que se atinge o clímax da ação. Clímax da ação trágica: a
Madalena, Jorge e O Romeiro dá-se a conhecer gradualmente. revelação de que D. João
Romeiro Madalena, ingenuamente não reconhece D. João de Portugal está vivo.
Como ninguém o reconhece ele desdobra a sua
personalidade.
Com a revelação do recado, Madalena apenas
compreende que D. João está vivo, assim, Maria é
ilegítima e Manuel já não é seu marido.
Ao longo da cena todos percebem que o Romeiro é D.
João menos Madalena.
Cena XV O Romeiro identifica-se como Ninguém apontando para o Identificação de D. João de
Jorge e Romeiro retrato. Portugal.

Ato III – Parte de baixo do palácio de D. João de Portugal

Assunto Indícios trágicos


Cena I Manuel que ate aqui parece um homem racional e A preocupação de Manuel
Manuel e Jorge decidido, apresenta-se como um homem emotivo e com a sobrevivência de
atormentado, sobretudo em relação ao destino da filha. Maria: “a filha do meu
Sente-se responsável por toda a desgraça. pecado… não vive, não
Maria, que tinha chegado já doente de Lisboa, ficou resiste, não sobrevive a
pior quando viu o estado em que a mãe se encontrava. esta afronta.”
Frei Jorge informa que está tudo preparado e que
Manuel e Madalena tomarão o hábito naquele dia. Diz-
lhe ainda que apenas eles e o Arcebispo sabem a
verdadeira identidade do Romeiro.
Cena II Telmo trás notícias de Maria, está melhor, mas muito
Manuel, Jorge e Telmo triste e fraca.
Cena III Telmo conversa sobre Maria
Telmo e o irmão converso
Cena IV Telmo está completamente mudado, é grande o seu As dúvidas de Telmo sobre
Monólogo de Telmo conflito interior. Deve ficar a lado de D. João ou Maria? a capacidade de
Está dividido entre a fidelidade ao passado e o amor ao resistência de Maria: “Se
presente. ela me viverá, se escapará
Oferece a Deus a sua vida em troca da vida de Maria. desta crise terrível?”
Cena V Telmo reconhece no Romeiro a voz de D. João e a sua
Telmo e o Romeiro dolorosa divisão afetiva é cada vez maior. O Romeiro
pede-lhe para evitar a desgraça iminente pedindo-lhe
que diga que o Romeiro é um impostor.
Cena VI Última ilusão de D. João que ouvindo Madalena chamar
Romeiro, Telmo e Madalena o seu marido pensou que era ele a quem se dirigia.
Cena VII Telmo transmite a frei Jorge o recado do Romeiro,
Telmo, Madalena, Jorge e porém frei Jorge não acredita. Madalena tenta evitar
Manuel o inevitável.
Cena VIII Madalena continua a tentar o inevitável mas acaba por
Madalena, Jorge e Manuel seguir a decisão que Manuel tomou pelos dois.
Cena IX Início da cerimónia de tomada do hábito Referência a Maria como
Madalena, Jorge e Coro elemento sacrificial:
“Tomai, Senhor, tomai
tudo… A minha filha
também?... também essa
vos dou, meu Deus.”
Cena X Cerimónia de tomada do hábito
Prior, Manuel, Arcebispo e
Madalena
Cena XI Maria interrompe a cerimónia, delirando devido à febre
Prior, Manuel, Arcebispo, exprime-se de forma violenta, mostrando uma
Madalena e Maria profunda revolta por a sociedade não permitir
separações, tornando os filhos ilegítimos por atos que
não cometeram.
Cena XII A voz do Romeiro, que Maria ouve pedindo a Telmo que Consumação da
Prior, Manuel, Arcebispo, os salve pois ainda está a tempo realça o golpe fatal. catástrofe, com a morte
Madalena e Maria Maria morre. física e espiritual das
Manuel de Sousa Coutinho torna-se frei Luís de Sousa personagens.
e Madalena Soror Madalena. Morrem para o mundo.
Linguagem, estilo e estrutura
Linguagem e estilo:
 Vocabulário técnico de arquitetura e escultura
 Vocabulário medieval
 Enumerações, comparações, metáforas, personificações e alegorias
Estrutura:
 Introdução:
o Capítulo 1 “O Cego”
 Desenvolvimento:
o Capítulo 2 “Mestre Ouguet”
o Capítulo 3 “O Auto”
o Capítulo 4 “Um rei cavaleiro”
 Conclusão:
o Capítulo 5 “O voto fatal”
Imaginação histórica
Nesta obra, a imaginação histórica acontece, devido à inclusão das personagens da ficção aliadas:
 Às relações e episódios de ficção quer entre personagens reais quer entre personagens
inventadas por Herculano
 Descrições de pormenores sobre cenários
 Crenças em feitiçarias e exorcismos típicos da Idade Média
Sentimento Nacional
O sentimento Nacional revela-se neste conto através:
 Da defesa da construção do Mosteiro da Batalha
 Defesa da construção desse mosteiro por um Mestre português e não estrangeiro
 Presença assídua do rei D. João I e dos seus conselheiros João das Regras e Martim de
Océm que devolvem a planta a Mestre Afonso e despedem o irlandês Ouguet
 Referência ao Castelo de Guimarães, símbolo de grande exaltação patriótica do Portugal
independente
 Celebração da fé católica, tipicamente portuguesa com a adoração aos reis magos
Características do herói romântico
 Honrado  Incompreendido  Patriotista
 Voluntarioso  Justo  Nacionalista
 Inconformado  Persistente  Determinado
 Insubmisso  Ser superior, excecional  Fiel às suas ideias
Relações entre personagens
Afonso Domingues

Rivalidade profissional Respeito/admiração/amigos

Mestre Ouguet D. João I

Resumo

Capítulo 1 “O Cego”
 6 de janeiro de 1401: dia soalheiro de inverno
 O povo reúne-se no adro do Mosteiro da Batalha para ver o auto de adoração dos reis
magos
 Os frades Frei Lourenço de Lampreia e Frei Joane avistam e conversam com Mestre
Afonso que se encontra ofendido por o rei lhe ter retirado o cargo de mestre das obras
do Mosteiro devido ao facto de ele estar cego, surdo e coxo
 A construção é entregue a Mestre Ouguet que altera a planta para a abóboda da casa
do capítulo inicialmente desenhada por Afonso
 Chegada do rei D. João I

Capítulo 2 “Mestre Ouguet”


 D. João ao entrar no Mosteiro repara que as arcadas de Ouguet não são tão perfeitas
quanto as de Afonso
 Pelas resposta de Ouguet o rei percebe que este se trata de um homem arrogante que
considera Portugal um país ignorante
 Todos consideram a abóbada da sala do capítulo mal acabada

Capítulo 3 “O Auto”
 Representação do Auto
 Ouguet interrompe o Auto aos gritos, ofendendo todos, especialmente Mestre Afonso e
os que estão a seu lado acusando-os de feitiçarias
 Todos consideram que ele está possuído pelo Diabo, então Frei Lourenço realiza um
exorcismo
 Ouguet adoece após o exorcismo
 A Abóbada desmorona

Capítulo 4 “Um rei cavaleiro”


 D.João I tenta restituir Mestre Afonso mas este não aceita de imediato
 A bondade, a piedade e o zelo do rei comovem o Mestre que promete ter a obra pronta
em 4 meses

Capítulo 5 “O Voto Fatal”


 Afonso Domingues termina antes do tempo e exige a presença do rei
 Antes de sair de Lisboa o rei traz presos estrangeiros para arriscarem a sua vida a
testar a durabilidade da abóbada
 Quando o rei chega o Mestre recusa os presos e senta-se debaixo da abóbada para
testar a sua durabilidade, jejuando durante 3 dias
 A abóbada não caiu, mas Afonso Domingues morre, pois o seu corpo idoso e frágil não
resistiu a três dias de jejum
 D.João manda erguer uma estátua em homenagem ao Mestre
Espaços sociais e crónica de costumes
Ao subtítulo “Episódios da Vida Romântica”, corresponde a crónica de costumes. Estes episódios
têm o objetivo de relatar a sociedade portuguesa da segunda metade do século XIX. Eça utiliza
personagens-tipo para representar grupos, classes sociais e mentalidades para mostrar os
costumes e vícios da sociedade.
Jantar no hotel central
Objetivos:
 Homenagear o banqueiro Cohen
 Proporcionar a Carlos o primeiro contacto com o meio social lisboeta e a visão de Maria
Eduarda
 Apresentar a visão crítica de alguns problemas
Crítica literária:
 Através de Alencar um Ultrarromântico e de Ega um defensor do realismo/naturalismo.
Carlos e Craft não concordam com a perspetiva de nenhum dos dois.
Finanças:
 Através de Cohen que tendo um cargo tão importante o que desencadeia grandes
responsabilidades, afirma alegremente que o país está num caminho certo para a
bancarrota.
Política:
 João da Ega concorda com Cohen e defende a invasão espanhola e a instalação de uma
República. Alencar, por outro lado, teme a invasão espanhola e defende a república
governada por génios, ou seja, o romantismo político.
Corrida de cavalos
É uma crítica ao desejo de imitar o que se faz no estrangeiro. Representa de uma forma
caricatural uma sociedade que vive de aparências.
O desajuste do vestuário feminino à ocasião traduz a falta de gosto e o ridículo de uma situação
que se pretende requintada sem o ser.
Servem para Ega criticar o comportamento e mentalidade da alta burguesia: aborrecimento das
pessoas e a falta de educação e classe.
Jantar em casa dos Gouvarinho
Através das falas é possível observar o atraso intelectual do país e a mediocridade de algumas
figuras da alta burguesia e da aristocracia. Os indivíduos detentores de altos cargos são bastante
incultos e desconhecedores do mundo á sua volta
Episódios dos jornais
Destaca-se a incompetência dos jornalistas e a ganância dos mesmos, que se deixam corromper a
troco de dinheiro.
Sarau no teatro da Trindade
Evidencia-se os valores ultrapassados dos portugueses ao nível do sentimentalismo educacional e
social. A alta burguesia e a aristocracia nacional não apresentam espírito crítico nem cultura.
Passeio final
Traduz o sentido de degradação progressiva e irremediável da sociedade portuguesa, para a qual
não é visível qualquer saída.
Espaços e valor simbólico e emotivo
Espaços geográficos
Coimbra: espaço de diversão, da formação de Carlos marcada ainda pelo Romantismo que a sua
geração quer rejeitar. Ambiente propício ao diletantismo e desleixo.
Lisboa: é o espaço mais importante da obra. É o símbolo da sociedade da Regeneração, incapaz
de se modernizar e que, por isso, não permite a contemplação do passado glorioso.
Sintra: Passagem obrigatória da alta sociedade. Espaço de uma enorme beleza sendo considerado
um paraíso romântico perdido e um refúgio campestre e purificador.
Espaços interiores
Quinta de Santa Olávia: é um refúgio dos problemas, um lugar calmo que representa a infância
de Carlos e proporciona um ambiente agradável
Ramalhete: associado à degradação da família Maia. A degradação do jardim acompanha o
percurso da família Maia.
Casa de Benfica: Representa a tragédia de Pedro da Maia, sendo este o local onde se suicidou
Casa de Arroios: casa de Pedro e Maria Monforte. Espaço de festa, vida boémia e símbolo da
traição de Maria Monforte com Tancredo.
Consultório: a descrição do consultório revela algumas das facetas de Carlos como o amadorismo
e os entusiasmos passageiros. É um símbolo do diletantismo.
Vila Balzac: a caracterização da casa remete para a personalidade de Ega. A decoração
representa a extravagância e o caráter erótico do mesmo.
Hotel Central: representa o local do primeiro encontro de Carlos com Maria Eduarda e as
discussões sobre a literatura
Casa da rua de S. Francisco: casa onde Castro Gomes instalou Maria Eduarda quando partiu
para o Brasil.
A Toca: é o refúgio de Carlos e Maria Eduarda. Representa a sensualidade. A decoração simboliza
a excentricidade e a tragédia. Local onde ocorre o incesto.
Representações do sentimento e da paixão: diversificação da
intriga amorosa
N’Os Maias, a diversificação da intriga amorosa é conseguida através da referência a diferentes
tipos de relação:
 Pedro/Maria Monforte – Pedro revolta-se contra o pai e casa com Maria Monforte,
fugindo os dois. No entanto, depois do nascimento dos filhos Maria foge com Tancredo e
leva a filha com ela. A fragilidade emocional de Pedro leva-o a matar-se.
 Ega/Raquel Cohen – romance adúltero. A paixão dos dois é influenciada pelos ideais do
amor romântico. O amor termina quando o Cohen descobre e expulsa Ega.
 Carlos/Gouvarinho – romance adúltero não correspondido a nível sentimental por Carlos. O
romance termina após uma discussão quando a Gouvarinho descobre a proximidade de
Carlos com Maria Eduarda.
 Carlos/Maria Eduarda – Carlos encontra o amor d sua vida em Maria Eduarda. Ambos
são profundamente apaixonados um pelo outro. É a relação principal da ação que termina
na descoberta de que ambos são irmão e, por isso, a relação é incestuosa.
Pluralidade de ações
Podemos distinguir dois níveis de ação: a intriga (1º nível da ação) e a crónica de costumes (2º nível).
O primeiro nível divide-se em intriga principal e intriga secundária.
O título “Os Maias” corresponde à intriga e o subtítulo “Episódios da Vida Romântica” ao subtítulo.
 Intriga principal – protagonista é Carlos. São retratados o incesto entre Carlos e Maria
Eduarda e a degradação da família
 Intriga secundária – antecedentes de Carlos, história de Afonso e de Pedro.
Personagens Principais
Caetano da Maia – Pai de Afonso da Maia, miguelista ferranho, defendia os valores tradicionais
e conservadores. Não perdoava ao filho as aventuras da sua juventude, mandando-o para Santa
Olávia
Afonso da Maia – Baixo, de costas largas e fortes, com face larga, nariz curvo e pele corada.
Cabelo branco, muito curto e barba branca e comprida. Personagem mais simpático, homem de
caráter culto e gostos requintados. Dedica a vida ao neto Carlos.
Maria Eduarda Runa – Mulher de Afonso da Maia. É uma personagem bastante doente, fraca,
religiosa, morena, pensativa e uma verdadeira lisboeta.
Pedro da Maia – Pequenino, face oval, olhos belos e valentia física. Apresentava um
temperamento nervoso, fraco e de grande instabilidade emocional. O autor dá importância à ligação
desta personagem à família Runa, devido à sua semelhança psicológica. Apesar da robustez física é
de enorme cobardia moral.
Maria Monforte – Bela e sensual, com cabelos loiros. Caráter pobre, excêntrico e excessivo.
Acaba por abandonar Pedro, fugindo com Tancredo e levando a filha. É a culpada das desgraças dos
Maias.
Maria Eduarda – Alta, loira, sensual e delicada. Personagem misteriosa, nunca criticada. É
considerada perfeita.
Personagens-tipo
João da Ega – retrato de Eça. Personagem contraditória, romântica e sentimental, mas crítico e
sarcástico do Portugal Constitucional. Amigo íntimo de Carlos. Faz grandes projetos literários que
nunca executa. Revela-se um eterno romântico.
Conde de Gouvarinho – Ministro e par do reino, com bigode encerado e uma pera curta. Tem
falta de cultura. Representa a incompetência do poder político. Fala de um modo depreciativo das
mulheres.
Condessa de Gouvarinho – Cabelos ruivos, olhos escuros e brilhantes, pele clara, fina e doce.
Sem escrúpulos, trai o marido com Carlos sem quaisquer remorsos. Revela-se demasiado fútil.
Dâmaso Salcede – Baixo, gordo, cobarde e sem dignidade. Mesquinho e convencido. Representa
os vícios da Lisboa da segunda metade do século XIX.
Senhor Guimarães – Largas barbas e um grande chapéu. É o mensageiro da trágica verdade
que destruirá a felicidade de Carlos e Maria Eduarda.
Alencar – Muito alto, face encaveirada, com longos e espessos bigodes. Simboliza o romantismo
piegas. Não tem defeitos e possui um coração grande e generoso
Cruges – Maestro e pianista, amigo íntimo de Carlos. Muito ligado à mãe. É desmotivado pelo meio
lisboeta
Craft – Representa a formação britânica, o que deve ser um homem. É culto e forte de hábitos
rígidos.
Eusebiozinho – Representa a educação retrógrada portuguesa. Amigo de Carlos. Tristonho,
molengão e corrupto.
Resumo
 Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX.
 No outono de 1875, Afonso da Maia, um homem nobre e rico instala-se no Ramalhete.
 O seu filho Pedro da Maia é muito apegado à mãe, ficando, por isso, inconsolável após a sua
morte. Tal muda quando conhece Maria Monforte, a filha de um negreiro.
 Afonso não aceita o romance do filho mas eles casam mesmo assim. Deste casamento
nascem dois filhos Carlos e Maria Eduarda.
 Algum tempo depois, Pedro magoa Tancredo e este muda-se para sua casa até recuperar.
Maria Monforte apaixona-se por ele e fogem junto para Itália levando consigo a filha.
 Após descobrir a fuga da amada Pedro volta para casa do pai fazem as pazes e ele suicida-
se, entregando Carlos aos cuidados do avô.
 Os Maias abandonam o Ramalhete
 Carlos tem uma educação muito boa e acaba por se formar médico em Coimbra. Após se
formar, Carlos volta para o Ramalhete e abre um consultório
 A certa altura, Carlos envolve-se com a Condessa de Gouvarinho mas acaba por a deixar
 Um dia, Carlos conhece Maria Eduarda e apaixona-se. Após um dia em que é chamado para
ir a sua casa para atender a sua governanta, os dois começam-se a envolver.
 Os dois vivem um grande romance até que aparece um viajante, o senhor Guimarães com a
herança de Maria Monforte para Maria Eduarda
 Carlos descobre que a mãe de Maria Eduarda era a sua fugida mãe, ou seja eles eram
irmãos.
 Afonso da Maia descobre o incesto e morre de desgosto.
 Maria Eduarda volta para Paris e casa-se
 Carlos fica 10 anos a viajar pelo mundo, até que retorna a Portugal e encontra Ega. Os dois
constatam que falharam na vida
De Quental

Fases da escrita de Antero de Quental:


Tendência luminosa, apolínea ou diurna:
 Sonetos otimistas
 Presença da razão
 Racionalidade confiante
 Romantismo humanitarista
 Crença na luta por uma sociedade melhor

Tendência obscura, romântica ou noturna:


 Sonetos pessimistas
 Presença de desencanto, da angústia, da dor, da morbidez, da frustração e do cansaço
 Interiorização reflexiva
 Inquietação filosófica e desassossego
 Desilusão e incredulidade face à luta
 Refúgio da desistência, no sonho e na transcendência religiosa

A angústia existencial
 Desejo de alcançar um mundo perfeito e a frustração de não conseguir
 Luta interior entre o sentimento e o pensamento
 Complexidade interior: luta entre a extrema imaginação e a razão
 Por não encontrar um equilíbrio na sua mente é arrasado pelo pessimismo
 A angústia transforma-se em estoicismo
 Crítico de tudo e de si mesmo, o que demonstra o seu desequilíbrio
Linguagem, estilo e estrutura
Utilização de sonetos do estilo clássico com versos decassilábicos, rima interpolada e cruzada e, onde
o último terceto é a conclusão (chave d’ouro)
Utiliza o discurso conceptual:
 Conceitos destacados a maiúsculas
 As ideias transformam-se em imagens e as imagens concretas em imagens abstratas
 Passagem do particular para o geral
 Sublimação da experiência humana em formas superiores de pensamento
 Utilização de personagens alegóricas
 Interrogações retóricas
Frequente utilização de alegoria, personificação, apóstrofes e metáforas
Verde
Temas
A representação da cidade e dos tipos sociais
 Cesário apresenta sobretudo lugares de Lisboa por onde passa a caminho do trabalho
 Nesses lugares mostra aos leitores os membros do povo e os trabalhadores em condições
miseráveis
 Escreve poemas em que o centro é o campo e a burguesia por onde deambula/passeia
Deambulação e imaginação: o observador acidental
 À medida que vai caminhando de sua casa até à loja onde trabalha com o seu pai, Cesário
Verde vai registando no seu olhar tudo o que vê
 Por vezes passa da realidade que vê àquilo que ela lhe lembra e, então, vamos para o plano
da imaginação.
Perceção sensorial e transfiguração poética do real
 Através dos 5 sentidos o poeta regista em verso tudo quanto absorve enquanto caminha.
Juntando às sensações um toque de imaginação poética e de pintor, Cesário transforma
mentalmente vegetais e frutos em partes do corpo humano
Imaginário Épico (em Sentimento dum Ocidental)
 Poema dividido em 4 partes: “Avé-Marias”, “Noite Fechada”, “Ao Gás” e “Horas Mortas”
 O poeta denuncia a realidade decadente e antiépica do final do século XIX
 Utilizando as marcas do género épico, Cesário Verde faz críticas e louvores às qualidades
lusitanas, isto é, escolhe um tema de interesse universal cantando com linguagem erudita
 Consciente das injustiças sociais que testemunha ao circular por Lisboa, especialmente as
que opõem os muito ricos aos muito pobres, Cesário apela a um futuro glorioso construído
no presente e respetivo no futuro
A mulher, objeto de sentimentos diversos
 Mulher da cidade – produto de convenções citadinas. Trata-se de uma mulher fatal, fria,
distante, sedutora, perigosa e dominadora. Personifica a morte. Por outro lado, também
demonstra a mulher vítima social, das injustiças que a sociedade tem.
 Mulher do campo – mulher da cidade, mas que não lhe pertence, surgindo natural,
autêntica e associada ao calor e ao sol, transportando a pureza campestre
Mulher da cidade = símbolo da humilhação e da perdição
Mulher do campo = mulher-anjo, símbolo da redenção
Linguagem e estilo
 Utilização frequente de rima cruzada e interpolada
 Utilização de quadras e quintilhas
 Versos decassilábicos e alexandrinos
 Frequente utilização de comparações, metáforas, enumerações, hipérboles, sinestesias e
usos expressivos do adjetivo e do advérbio
Ortonimo
O fingimento artístico
O ortónimo escreve de acordo com o seguinte processo:
 Sente – sentimento, coração
 Pensa sobre o que sentiu – fingimento, intelectualização e transformação mental do que
sentiu
 Escreve
O que está escrito não é, por isso, resultado de uma sensação pura, mas de uma transformada pelo
pensamento

 Fingimento artístico ≠ sinceridade humana


 Intelectualização das emoções e das sensações experienciadas
 A imaginação sobrepõe-se ao coração
 Recusa da espontaneidade e emotividade literários: a poesia é um produto intelectual
A dor de pensar
É o sofrimento que o poeta sente por ter uso da razão e da consciência. Tal consciência fá-lo ver o
que é negativo e doloroso na vida. Assim, deseja não pensar e manter a inconsciência de uma
criança, de uma pessoa inculta, de um gato etc.

 A intelectualização excessiva causa sofrimento, angústia e frustração


 Dicotomia consciência/inconsciência; pensar/sentir
 Desejo de evasão – ser inconsciente e feliz
 Impossibilidade de ser conscientemente inconsciente
Sonho e realidade
Estes dois mundos são sempre apresentados ao leitor em contraste/oposição. O “sonho” é
interligado com o ideal, liberdade e perfeição. A realidade é o factual, o inevitável e o mundo físico
onde vive o poeta e que lhe causa frustração e sofrimento.

 Transmutação entre a realidade e o mundo lírico


 Evasão e refúgio através dos sonhos
 Indistinção entre estados ilusórios e reais
A nostalgia da infância
A infância é um período de vida recheado de momentos felizes, plenos e maravilhosos. Porém, sendo
trazida por uma sensação, a infância intensifica o contraste entre o passado e o presente. Assim,
ao recordar esse passado, o poeta evoca espaços, pessoas e vivências que hoje, para sua tristeza
e saudade são apenas memórias
Heteronimos
Através dos seus heterónimos, Fernando Pessoa, questiona o conceito da tradição romântica de
sujeito e da sinceridade da expressão da sua emotividade, através da linguagem. Em cada
heterónimo, Pessoa dá a conhecer várias emoções e perspetivas sobre os sentimentos, emoções e
desejos
Pessoa tem consciência de que dentro de si existem outros seres que sentem, pensam e escrevem
de maneira diferente da do ortónimo.
Alberto Caeiro
Fingimento artístico
 Aprecia a solitude e o silêncio dos ambientes rurais
 Contemplação da natureza
 Integração, comunhão e harmonia com os elementos naturais
 Simplicidade e felicidade em primeiro lugar
 Bucolismo como máquina poética
Reflexão existencial
 A sensação sobrepõe-se ao pensamento
 O poeta do olhar
 Observação subjetiva da realidade
 Ausência total de pensamentos
 Rejeição da intelectualização
 Sensações vividas como se fossem as primeiras
Linguagem, estilo e estrutura
 Linguagem familiar e tom oralizante
 Presença de máximos e de ditado populares
 Vocabulário do campo lexical de natureza
 Predomínio do uso da frase complexa
 Predomínio do presente do indicativo
 Verso livre e longo
 Irregularidade estrófica, rítmica e métrica
 Ausência de rimas
 Uso da comparação, metáfora, anáfora e repetição
Ricardo Reis
Fingimento artístico
 Revivalismo da cultura da Antiguidade Clássica – Neoclassicismo
 Hierarquização ascendente (animais, homens, deuses e fado) – Neopaganismo
 Brevidade da vida e inevitabilidade da morte que originam um estado de ataraxia –
epicurismo
 Aceitação das leis do tempo e do destino, submissão à frágil condição humana e ao
sofrimento e prática da autodisciplina e abdicação dos sentimentos – Estoicismo
 Carpe Diem moderado – Horacianismo
 Contemplação da Natureza e desejo de aprender com ela, afastamento social
 Arte poética clássica
Reflexão existencial
 Consciência da brevidade da vida, da inexorabilidade do tempo e da inevitabilidade da morte
 Previsão e preparação da morte, negação de sentimentos excessivos
 Intelectualização das emoções e contemplação de impulsos
 Vivência moderada do momento
 Preocupação obsessiva com a passagem do tempo e com a inelutável morte
Linguagem, estilo e estrutura
 Linguagem culta e recorrência ao latim
 Tom didático e moralista
 Preferência pela composição poética em ode
 Regularidade estrófica, métrica e rítmica
 Ausência de rima
 Alteração da ordem padrão dos constituintes sintáticos
 Uso frequente do presente do indicativo e da primeira pessoa do plural
 Uso da anástrofe, metáfora, aliteração e apóstrofe
Álvaro de Campos
Fingimento artístico
 Postura provocatória e transgressora da moral, com a finalidade de chocar
 Futurismo
 Sensacionismo
 Concatenação no momento presente de todos os tempos
 Tensão, insatisfação e frustração perante a incapacidade de abarcar a totalidade das
sensações
Reflexão existencial
 Consciência da identidade fragmentada
 Ceticismo perante a realidade e a passagem do tempo
 Angústia existencial, solidão, cansaço e morbidez
 Introspeção e pessimismo (dor de pensar)
 Evasão para o mundo da infância feliz que já não volta
Imaginário épico
 Louvores aos progressos da ciência como fundamentais na mudança do passado para o
futuro
 Escrita desenfreada e permeada de exageros motivados pelas sensações novas e vibrantes
de um mundo novo
 Exaltação do moderno
Linguagem, estilo e estrutura
 Verso livre e longo
 Irregularidade estrófica, rítmica e métrica
 Ausência de rima
 Linguagem simples, objetiva, prosaica, onomatopeias, empréstimos…
 Inclusão de vários registos da língua
 Vocabulário concreto
 Uso do presente do indicativo
 Uso da aliteração, anáfora, enumeração. Gradação e metáfora
Mensagem
Estrutura
Primeira parte: Brasão
 Diz respeito ao passado medieval português ou à sua heráldica história da sua nobreza e
coroa. Os heróis guerreiros transformaram-se nos que constroem o império marítimo
o I “Os Campos” – formação de Portugal
o II “Os Castelos” – agentes da construção do país
o III “As Quinas” – heróis mártires
o IV “A Coroa” – herói que vem proteger Portugal
o V “O Timbre” – ligação entre o poder celeste e terrestre para construir o império
português
Símbolos

 Brasão – simboliza o passado que não se pode mudar e que deu a Portugal qualidades
guerreiras, políticas e morais
 Campo – simboliza a vida terrena, na qual há espaço para a criação humana
 Castelo – símbolo de proteção e segurança
 Quinas – símbolo da espiritualidade dos portugueses
 Coroa – remete para o poder do herói
 Timbre – significa a escolha de um povo, o povo português
 Grifo – simboliza a conjugação de dois espaços: a terra e o céu. O ser humano cria e tem
também uma missão sobrenatural para além da vida terrena
Segunda parte: Mar Português
 Diz respeito ao período dos Descobrimentos e tem relação com o presente de Pessoa, pois
ele deseja que o agora de Portugal seja como o seu passado. É a concretização do sonho
Símbolos

 Padrão – sinal de que as terras descobertas pelos portugueses eram por eles tornadas
também cristãs
 Mostrengo – simboliza todos os perigos, medos, angústias e sofrimentos dos portugueses
no mar
 Nau – símbolo de aventura no mar e do pioneirismo português na tentativa de descobrir
novos mundos
 Ilha – é o lugar da recompensa, onde tudo é perfeito
Terceira parte: O Encoberto
 Diz respeito ao futuro de Portugal, sendo que nesta parte se referem profecias sobre a
nossa pátria. Corresponde ao declínio do império português.
Símbolos

 Noite – simboliza tudo o que é imóvel ou tudo o que está à espera da altura certa para
florescer
 Manhã – simboliza o início de uma nova vida, bem como a glória e a luz
 Nevoeiro – é uma fonte de incerteza, pois é símbolo de tristeza e confusão. No entanto,
significa ainda esperança no futuro e no regresso de D. Sebastião
Tópicos de análise
Sebastianismo
Crença no regresso de el-rei D. Sebastião desaparecido na batalha de Alcácer Quibir em 1578. O
regresso aconteceria numa manhã de nevoeiro, de onde surgiria el-rei no seu cavalo branco. Este
mito revela poder, ânimo e esperança de que os portugueses dos séculos seguintes pudessem
inspirar-se na valentia e patriotismo do rei jovem, fazendo de Portugal uma nação novamente
grandiosa.
Imaginário Épico
Exalta o Portugal conquistador, descobridor e lutador, qualidades que o levaram a feitos gloriosos à
escala universal, designadamente nas Descobertas. Pessoa comenta estes feitos, verbalizando ideias
e sentimentos críticos: os portugueses podem continuar a ser grandes obreiros de glória, não já de
descoberta geográfica, mas de descobertas intelectuais, científicas e espirituais, de forma a formar
o Quinto Império
Para demonstrar isto esta obra é dividida em três partes:
 Primeira – primórdios da nação, desde a Antiguidade até ao fim da Idade Média
 Segunda – tempo magnífico dos Descobrimentos
 Terceira – presente e futuro de um Portugal envolto em inércia, apatia e indiferença
O herói coletivo desta obra é, Portugal, o povo português que movido pelo sebastianismo pode ser
novamente grandioso e superior. Este heroísmo está espelhado em figuras históricas que Pessoa
lembra e exalta para despertar os portugueses da sonolência e apatia
Exaltação patriótica
Recuperação de toda a história de Portugal desde os mitos iniciais que envolvem Luso e Ulisses,
passando pela Idade Média, pelo período histórico e seus correspondentes heroicos - Os
Descobrimentos, chegando ao Portugal do século XX a quem Pessoa tenta reavivar e inspirar
Contemporaneos

O que é um conto?
Um conto é um género textual marcado pela narrativa curta, escrita em prosa e de menor
complexidade em relação aos romances.

Características do conto
 Enredo único - os contos focam-se num enredo que não se desdobra em tramas
menores. Muitas vezes a história gira em torno de uma única situação
 Simplicidade - os contos não costumam exigir grandes interpretações por parte do leitor
 Curto espaço de tempo - é comum a história se passar num só dia
 Início próximo do fim - os contos não se dedicam à introdução do ambiente e das
personagens, por isso, a história inicia próxima do clímax e do desfecho
 Poucos personagens
 Final súbito - não há uma fase da narrativa em que podemos acompanhar as
consequências da resolução do conflito
 Objetivo único - por não possuir desdobramentos, o conto pretende causar um
sentimento único no leitor ou simplesmente contar uma história.

Sempre é uma companhia


Tempo: época da II Guerra Mundial
Espaço físico: aldeia de Alcaria (planície alentejana)
Espaço psicológico:
 Antes da telefonia - solidão, tristeza e dureza do trabalho
 Depois da telefonia - alegria, empatia, convívio e felicidade
Espaço sociopolítico: a telefonia e os seus impactos na aldeia são uma metáfora aos
camponeses do resto do mundo, numa época marcada pela ditadura
Lugar central da mudança: venda do Batola
Tema central: mudança provocada pela presença da telefonia, que altera, positivamente, as
relações familiares e sociais e se afirma como meio de comunicação que motiva o convívio.
Outros temas: temas intemporais como as relações matrimoniais marcadas pela falta de
comunicação e até pela violência doméstica.
Personagens individuais: António Barrasquinho (Batola) e a mulher
Personagem coletiva: habitantes da aldeia
Resumo: História de um casal que é proprietário de uma venda numa aldeia alentejana e cujo
quotidiano é caracterizado pela solidão, monotonia, isolamento do mundo, tédio e até agressividade.
Este panorama é alterado com a chegada de dois vendedores de telefonias que convencem o
Batola a comprar uma telefonia. A mulher, decidida e de mão firme não aprova a decisão. Posto
isto, um dos vendedores propõe deixar a telefonia à experiência durante um mês.
A aquisição do aparelho transforma a povoação e a vida dos habitantes, já que, quebra a solidão
dos mesmos, ao aproximá-los todas as noites para ouvirem as notícias, música e dançarem.
As mudanças na aldeia são visíveis até na mulher de Batola que deixa de ser autoritária e se
mostra submissa ao pedir ao marido para ficarem com a telefonia, já que a mesma representa
uma companhia naquela aldeia de pessoas solitárias.

George

Tempo:
Espaço físico:
Espaço psicológico:
Espaço sociopolítico:
Tema central:
Personagens individuais:
Personagem coletiva:
Resumo:
Contemporaneos
Figurações do Poeta  Poeta fragmentado
 Sofredor
 Ser pensante
 Dicotomias consciência/inconsciência e
razão/pensamento
 Ser/não ser
 Existencialista (o ser humano é o centro da vida)
 Niilista (duvida das interpretações da realidade feitas
pela ciência e pela religião)

Arte poética  Dureza inerente ao ato de escrever


 Poema como parte do próprio poeta
 Poema como espelho da Natureza e das sensações
 Confluência interartes e interciências
Tradição literária Temas abordados:
 Amor
 Nostalgia da infância
 Natureza
 Quotidiano
 Críticas sociopolíticas

Representações do  Sociedade do século XX


contemporâneo  Sociedade nos tempos de Guerra
 Sociedade no tempo do Fascismo
 Sociedade no Pós-Fascismo
 Sociedade do fim do século
 Irregularidades estróficas e métricas
 Linguagem controlada pelas sensações
 Futurismo

Existencialismo: centralidade do ser humano, único capaz de dar sentido à sua vida. O centro é,
portanto, o indivíduo e a sua interpretação da própria existência, em luta pela liberdade e
individualidade.
Niilismo: dúvida absoluta em relação a interpretações da realidade provenientes da ciência e da
religião, com os seus valores e as suas convicções.
Miguel Torga
Temas
 Desespero humanista - o sujeito poético está revoltado e inconformado com a vida
humana, a existência da mesma, o destino, a morte e o meio onde vive. Ou seja,
preocupa-se com as limitações do homem, apesar de colocar de lado as suas inquietações
para dar esperanças às vítimas de injustiças
 Problemática religiosa - sujeito poético revoltado contra Deus, mas que em parte
alguma se demonstra ateu. É um indivíduo perturbado com a ausência de um Deus que ele
possa ver e sentir, fazendo-o questionar sobre a sua existência
 Sentimento telúrico - o sujeito poético é muito ligado à terra, um lugar que para si liga o
homem com a divindade. o Homem deve ser fiel à terra, à pátria, ao país. A terra é
apresentada como sendo um ventre, um gerador de vida, que o homem deve respeitar e
se orientar

Características da escrita
 Estrofes irregulares
 Uso da rima
 Antíteses
 Metáforas
 Personificações
 Alegorias
 Anáforas
 Comparações
 Adjetivações

Eugénio de Andrade
Temas
 Amor
 Natureza
 Causas dos anos 40 do século XX
 Consciência da passagem do tempo muitas vezes associado à passagem das estações do
ano e à aproximação da velhice ou da morte
Características da escrita
 Vocabulário simples, mas carregado de sentimentos
 Palavra certa no lugar certo (que faz com que para ele o processo de arte poética seja
uma tarefa árdua e complexa)
 Poesia associada à luz, límpida e pura
 Verso livre
 Métrica irregular
 Metáforas
Do Convento
Resumo
Capítulo 1
 Ida de D.João V ao quarto da sua mulher, devido ao seu desejo e necessidade de
ter um filho.
 Vinda do frade franciscano, Frei António de S.José e do bispo D.Nuno Cunha, que
dizem ao rei que só terá descendentes se mandar construir um convento
franciscano em Mafra
 O rei promete construir o convento se a rainha tivesse um filho no espaço de
um ano
Capítulo 2
 Reflexão do narrador sobre os milagres franciscanos em Portugal
 Confirmação da gravidez da rainha
 Desejo antigo dos franciscanos de construir um convento em Mafra
Capítulo 3
 Crítica de hábitos religiosos como a quaresma e os sacrifícios corporais a que o
povo se sujeita
 Sonho da rainha com o cunhado
Capítulo 4
 Regresso de Baltasar Sete-sóis a Lisboa, vindo da guerra em Espanha onde
perdeu a mão esquerda.
 Viagem de Baltasar de até Lisboa
Capítulo 5
 Descrição de um auto da fé
 Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda, é acusada de ser feiticeira e
cristã-nova
 Primeiro encontro de Baltasar e Blimunda e do padre Bartolomeu Lourenço com
os dois
 Consumação do amor entre Baltasar e Blimunda
Capítulo 6
 Crítica à economia portuguesa e apresentação da carência de alimentos instalada
em Lisboa
 Reencontro do padre com Baltasar e pedido de ajuda por parte do padre para a
concretização do projeto da passarola
 Depois de muitas dúvidas Baltasar aceita a parceria com o padre Bartolomeu e
os dois vão a S.Sebastião da Pedreira ver a passarola

Capítulo 7
 Falta de dinheiro para a construção da passarola
 Nascimento da filha dos reis D.Maria Xavier Francisca Leonor Bárbara e batizado
da mesma
 Morte de frei António de São José
Capítulo 8
 Revelação do segredo de Blimunda a Baltasar: em jejum ela consegue ver o
interior das pessoas
 Nascimento do segundo filho do rei D.Pedro
 Ida do rei a Mafra para escolher o local da construção do convento
Capítulo 9
 Blimunda e Baltasar mudam-se para a quinta do duque de Aveiro, de forma a ser
mais fácil ajudarem na construção da passarola
 Após problemas com a inquisição o padre Bartolomeu Lourenço parte para a
Holanda
 Baltasar e Blimunda apesar de terem ficado responsáveis pela continuação da
passarola resolvem ir trabalhar para as obras do Convento de Mafra
 Antes de partirem para Mafra assistem a uma tourada no Terreiro do Paço
Capítulo 10
 Regresso de Baltasar a casa da sua família, apresentação de Blimunda e
explicação de como perdeu a mão esquerda aos seus pais
 Venda de terras do pai de Baltasar ao rei para para a construção do convento
 Morte do segundo filho da rainha e do sobrinho de Baltasar
 Nova gravidez da rainha
 Doença do rei e tentativa de aproveitamento do infante D. Francisco (irmão do
rei) da rainha.
Capítulo 11
 Regresso do padre a Portugal após três anos na Holanda
 O padre dirige-se à quinta em S.Sebastião da Pedreira onde encontra a passarola
completamente abandonada
 Reencontro do padre com Blimunda e Baltasar em Mafra
 O padre pede para os três voltarem a trabalhar em conjunto
 Bartolomeu parte rumo a Coimbra e enviará uma carta quando for altura de
Baltasar e Blimunda partirem para Lisboa (Baltasar construirá a máquina e
Blimunda com os seus poderes recolherá vontades)
Capítulo 12
 O padre escreve a Baltasar e Blimunda para que se dirijam a Lisboa
 Início das festividades do início da construção do convento no dia 17/11/1717 com
o lançamento da primeira pedra
 Após uma semana da inauguração Baltasar e Blimunda partem para Lisboa

Capítulo 13
 Baltasar constrói a forja e o fole e Blimunda recolhe vontades
 O padre Bartolomeu estima que sejam necessárias pelo menos duas mil vontades
para fazer voar a passarola
 Os três trabalham na passarola durante quase um ano inteiro
Capítulo 14
 O rei apoia a criação da passarola e exprime o seu desejo de voar nela
 O maestro Domenico Scarlatti vem de Itália para das aulas à infanta
 Um dia Scarlatti e o Padre Bartolomeu vão até S.Sebastião da Pedreira e
Bartolomeu revela o seu segredo
Capítulo 15
 Chega a Portugal uma epidemia de cólera e febre amarela
 Blimunda trabalha dia e noite na recolha de vontades. Após recolher as 2 mil
necessárias está exausta e cai gravemente doente, Baltasar nunca a abandona
 Scarlatti também preocupado visita-a regularmente
 A passarola fica pronta, mas o padre não quer informar o rei sem antes testá-la
Capítulo 16
 O capítulo inicia com críticas às maneiras de fazer justiça no reino, onde o poder
e a riqueza se sobrepõem sempre àqueles que não têm posses
 A passarola já finalizada aguarda em S.Sebastião da Pedreira para ser mostrada
ao rei
 Um dia o padre chega em pânico e diz a Baltasar e Blimunda para fugirem com
ele na passarola, pois soube que o Santo Ofício a considera uma arte demoníaca.
Levantam os três voo na máquina.
 Por dificuldades têm de aterrar em Monte Junco, onde o padre acaba por
desaparecer
 Sem conseguirem encontrar o padre Blimunda e Baltasar escondem a máquina
entre ramagens e rumam para Mafra onde fingem vir de Lisboa com uma
procissão que andava na rua
Capítulo 17
 Baltasar e Blimunda instalaram-se na casa da família de Sete-Sóis
 Baltasar vai pedir emprego no convento e é aceite
 Baltasar vai a Monte Junco e a passarola encontra-se no mesmo sítio
 Scarlatti visita as obras do convento e procura Baltasar e Blimunda informando-
os que o padre morreu em Espanha
Capítulo 18
 Devido aos recursos oriundos das colónias, o rei D.João V tem riqueza para
adornar o convento
 Os trabalhadores do convento reúnem-se numa taberna e contam histórias das
suas vidas
Capítulo 19
 Baltasar passa a ser condutor de juntas de bois
 Transporte de uma grande pedra desde Pero Pinheiro até Mafra
 Descrição da pedra e do seu transporte doloroso
 Morte por esmagamento de Francisco Marques
Capítulo 20
 Baltasar e Blimunda vão ver e fazer manutenção à passarola em Monte Junto
 Morte do pai de Baltasar
Capítulo 21
 Desejo de D.João de contruir uma basílica em Mafra como a de S.Pedro em Roma
 Devido à incapacidade de realizar esta réplica o rei decide aumentar a capacidade
do convento de 80 para 300 frades
 D.João V com medo de morrer antes da sagração da basílica ordena que a
inauguração seja no dia 22 de outubro de 1730, dia do seu 41º aniversário
 Para conseguir realizar tudo no prazo estipulado, o número de trabalhadores é
aumentado
Capítulo 22
 Este capítulo incide nas famílias reais portuguesa e espanhola
 A Infanta Maria Bárbara casa com o príncipe D.Fernando de Castela e D.José de
Portugal casa com Mariana Vitória
 Maria Bárbara vai para Espanha sem nunca ter visitado o convento que estava a
ser construído em sua honra
Capítulo 23
 Cortejo de estátuas de santos em direção a Mafra nas vésperas da sagração do
convento
 Depois de 6 meses Baltasar quer ir ver a passarola, sem Blimunda e ela ficou
preocupada
 No dia seguinte, Baltasar chega ao Monte Junto e entra na Passarola, no
entanto, pisou num lugar errado e acionou o mecanismo de ascensão da máquina
Capítulo 24
 Baltasar não regressou e Blimunda fica desesperada
 Blimunda parte à sua procura em Monte Junto, mas não havia sinal de Baltasar nem da
passarola
 Encontra um frade que tenta violá-la e mata-o com o espigão de Baltasar que se
encontrava no local
 Volta a Mafra pensando que se podiam ter desencontrado
 Inauguração do convento
Capítulo 25
 Blimunda procurou Baltasar durante 9 anos, passando várias vezes pelos mesmo
lugares e perguntando se alguém o tinha visto
 Na sétima vez que passou por Lisboa encontrou-o a ser queimado num Auto de
Fé. Blimunda que estava em jejum recolheu-lhe a vontade. pois ele pertencia-lhe

O título e as linhas de ação


Título
 Glorificação dos heróis esquecidos, o povo, que foram quem realmente construiu
o Convento

Linhas de ação
Construção do convento: a epopeia do trabalho
 A promessa do rei de mandar construir o convento de Mafra se a rainha lhe der
um herdeiro
 Cumprimento da promessa
 Expansão do tamanho do convento
 Antecipação da inauguração do convento para o dia do 41º aniversário do rei

Consequências a nível económico:


 Compra e venda de terras em Mafra
 Falta de controlo e desperdício financeiro
Consequências a nível social:
 Aproveitamento da desgraça de uns para o lucro de outros
 Utilização da morte de Francisco Marques como forma de representar o esforço
sobre-humano dos trabalhadores
 As más condições de trabalho
 A forma desumana e bruta do recrutamento do povo para as obras do convento

Blimunda e Baltasar: A sublimação do amor

Rei e Rainha Baltasar e Blimunda


 Relação contratual - o único  Violam as normas de amor estabelecidas na época - não são
objetivo desta relação é a criação casados, não procriam e satisfazem as suas necessidades
de herdeiros ao trono fisiológicas não importa o dia ou o lugar
 Casamento marcado pela distância  Vivem um amor sem regras, instintivo e natural
física entre os dois  Amor físico e espiritual
 Ausência total de afeto e carinho

A construção da passarola: o elogio do sonho


 O sonho de voar por parte do padre Bartolomeu origina o início da construção da
passarola
o Conjugação dos saberes científicos do padre, artesanais e físicos de
Baltasar, sobrenaturais de Blimunda e artísticos de Domenico Scarlatti
 Concretização do sonho através do voo da passarola
o Conjugação dos sonhos e da força de vontade de 2 mil humanos,
Bartolomeu, Blimunda e Baltasar

Visão Crítica
Narrador crítico e subjetivo
 Ridicularização e remoção da sacralidade do poder régio e do poder religioso
 Solidariedade para com os oprimidos:
o a crítica e o olhar sarcástico enfatizam a escravidão a que foram
sujeitos 40 000 portugueses, para alimentar o sonho de um rei
megalómano ao qual se atribui a edificação do Convento de Mafra;
o resgate do esquecimento histórico dos verdadeiros heróis da construção
do convento

Crítica de costumes do século XVIII


 os casamentos por conveniência
 o poder absolutista e opressor
 a megalomania régia e a “escravatura” do povo na edificação do convento
 o esbanjamento dos poderosos e a pobreza do povo
 o fanatismo religioso: ignorância popular, perseguição e crueldade inquisitoriais (o
auto de fé)
 a vida conventual e a hipocrisia do clero
 a Quaresma, as procissões, o Carnaval, a tourada, como momentos de evasão
 desprezo do que é nacional e preferência pelo estrangeiro
Valor Modal
Modalidade Valor de certeza: o locutor assume uma posição de certeza relativamente à
epistémica verdade do conteúdo enunciado
Valor de probabilidade: o locutor não tem a certeza daquilo que afirma, mas
tenta chegar a uma conclusão a partir de conhecimentos prévios
Modalidade Valor de obrigação: o locutor procura impor ou proibir a realização daquilo
deôntica que é expresso no seu enunciado
Valor de permissão: o locutor apresenta uma possibilidade de escolha ao
interlocutor, dentro das hipóteses que lhe propõe
Modalidade O locutor exprime um juízo de valor positivo ou negativo sobre uma situação
apreciativa desejável ou indesejável

Valor Aspetual

Valor Situação inacabada. Os verbos encontram-se no pretérito imperfeito do


imperfetivo indicativo
Valor Situação acabada. Os verbos encontram-se no pretérito perfeito do indicativo
perfetivo
Valor Situação universalmente reconhecida. Os verbos encontram-se no presente do
genérico indicativo
Valor habitual Situação que se repete segundo um determinado padrão. Os verbos
encontram-se no presente do indicativo ou no pretérito imperfeito. (Adiciona-
se “Tenho o hábito de…”)
Valor Situação que se repete mas que não ocorre com frequência suficiente para
iterativo ser um hábito. Os verbos encontram-se no pretérito perfeito composto do
indicativo
Frase Complexa

Coordenada Copulativa e/nem

Adversativa mas

Disjuntiva ou

Conclusiva logo

Explicativa pois

Subordinada adverbial Causal porque/como/que

Temporal quando/enquanto

Condicional se/caso

Final para

Comparativa como

Consecutiva que (tão/tanto/tal)

Concessiva embora/conquanto
Subordinada adjetiva Relativa restritiva não está entre vírgulas

Relativa explicativa está entre vírgulas

Subordinada substantiva Completiva que

Restritiva quem
Sequências Textuais
Narrativa Uma sombria tarde de dezembro, degrande chuva, Afonso da
Relato de acontecimentos, Maia estava no seu escritório lendo, quando a porta se abriu
reais ou fictícios com a violentamente, e, alçando os olhos do livro, viu Pedro diante de
participação de personagens si. Vinha todo enlameado, desalinhado, e na sua face lívida, sob
cuja ação é contada por um os cabelos revoltos, luzia um olhar de loucura. O velho ergueu-
narrador se aterrado. E Pedro sem uma palavra atirou-se aos braços do
pai, rompeu a chorar perdidamente.
(Os Maias)
Descritiva Depois, o sol desanda para trás da casa. Começa a acercar-se
Predomina uma espécie de a tardinha. Batola, que acaba de dormir a sesta, já pode vir
pausa da ação, para o sentar-se, cá fora, no banco que corre ao longo da parede. A
narrador fornecer detalhes seus pés, passa o velho caminho que vem de Ourique e
sobre as categorias da continua para sul. Por cima, cruzam os fios de eletricidade que
narrativa vão para Valmurado, uma tomada de corrente cai dos fios e
entra, junto das telhas, para dentro da venda.
(Sempre é uma companhia)
Argumentativa Com os Voadores tenho também uma palavra, e não pequena a
Integra um texto queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deus para peixes? Pois
argumentativo e tenta porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e
convencer o leitor em relação o ar para elas. Contentai-vos com o mar, e com nadar, e não
a algo queirais voar, pois sois peixes. [.. ]
Grande ambição é que sendo o mar tão imenso lhe não basta a
um peixe tão pequeno todo o mar,
e queira outro elemento mais largo. Mas vede, peixes, o
castigo da ambição. O Voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser
ave, e permite o mesmo Deus que tenha os perigos de ave, e
mais os de peixe.
(Sermão de Santo António)
Explicativa O sistema é simples e, pode dizer-se com propriedade,
Serve para explicar, luminoso. Um homem pedala numa bicicleta erguida a dez
caracterizar ou informar centímetros do chão por suportes de ferro. A corrente faz
sobre algo em concreto ou girar uma imã dentro de uma bobina. A energia gerada vai
abstrato acender as luzes de um semáforo, comutadas pelo ciclista.
(Famílias Desavindas)
Dialogal -António-murmura ela, adiantando-se até ao meio da venda.-Eu
Diálogo entre pelo menos dois queria pedir-te uma coisa…
interlocutores que discutem Suspenso, o homem aguarda. Então, ela desabafa,[.. ]
ou concluem sobre -Olha…Se tu quisesses, a gente ficava com o aparelho.
determinado assunto Sempre é uma companhia neste deserto.
(Sempre é uma companhia)

Intertextualidade
Epígrafe Indicação do autor original
Excerto de um texto colocado no início de uma obra que Entre aspas ou em itálico
estabelece uma ligação com o que virá seguidamente Surge no início do livro
Citação Entre aspas ou em itálico
Uso direto de palavras que pertencem a outros autores Indicação do autor original
Surge no corpo do texto
Alusão Vocabulário diferente do original, mas
Breve referência, direta ou indireta, a algo ou alguém conceitos e expressões típicas do
que o leitor pode identificar autor que alude
Paráfrase Uso de sinónimos,
Adaptação de palavras de outro autor pelo narrador hiperónimos/hipónimos e palavras
atual, servindo-se das mesmas ideias ou de alguns parónimas
vocábulos, sem fazer colagem ou plágio. Ou seja, é dizer Seleção de alguns mas poucos
o mesmo mas usando um discurso original vocábulos identificadores do autor
original
Paródia Uso de personagens específicas
Recurso textual que se serve de uma ideia ou de um desse outro autor ou texto
conceito para o ridicularizar Alteração dos seus comportamentos
para provocar riso
Imitação Criativa Uso de expressões do texto a ser
Recriação de um texto, com originalidade, mas sem o recriado
ridicularizar ou criticar

Funções Sintáticas
Sujeito - nome ou pronome a quem é dirigida a frase
 Simples - grupo nominal simples
 Composto - mais do que 1 grupo nominal
 Nulo subentendido - não está explícito na frase
 Nulo Indeterminado - não é especificado, substitui-se por alguém
Predicado - função sintática desempenhada pelo grupo verbal
Vocativo - serve para chamar ou interpelar alguém
Complemento direto - está contido no predicado. Pode ser substituído por o/a, os/as ou uma
oração subordinada substantiva completiva
Complemento indireto - está contido no predicado. Pode ser substituído por lhe/lhes
Complemento oblíquo - está contido no predicado. Não pode ser substituído
Complemento agente da passiva - está presente numa frase passiva. Indica-se por pelo/pela,
pelos/pelas e por
Complemento do nome - selecionado pelo nome. Pode ser constituído por um grupo preposicional,
oracional ou adjetival
Complemento do adjetivo - selecionado pelo adjetivo. Pode ou não ser constituído por um grupo
preposicional ou oracional
Complemento do advérbio - selecionado pelo advérbio.
Predicativo do sujeito - aparece depois de um verbo copulativo
Predicativo do complemento direto - predica algo acerca do complemento direto. Pode ser um
grupo nominal, adjetival ou preposicional
Modificador - acrescenta informações não obrigatórias à frase
 Restritivo do nome - restringe o nome e não está entre vírgulas
 Apositivo do nome - introduz uma explicação adicional e tem de estar entre vírgulas
 Do verbo -
 Da frase -

Reprodução do Discurso no Discurso


Discurso direto - reprodução mais fiel das palavras do locutor:
EX: O dia terminara.
 Aqui está tudo terminado !
Discurso indireto - reprodução das palavras do locutor com alterações e com verbos introdutores
de relato do discurso:
EX: O dia terminara. Exclamou, então, que naquele lugar estava tudo terminado.
Discurso indireto livre - reprodução das palavras do locutor com alterações próprias do discurso
indireto, mas sem verbos introdutores de relato do discurso. Mantém-se a pontuação, as
interjeições,..
EX: O dia terminara. Naquele lugar estava tudo acabado!

NOTA:
Marcas da intertextualidade como a citação e a alusão também podem ser reprodução do
discurso no discurso.

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