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PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

FONOAUDIOLOGIA UFPB/UFRN

ELIZA MIKAELE TAVARES DA SILVA

QUEIXA DE TONTURA, RELAÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS,


CLÍNICO-FUNCIONAIS E PSICO-COGNITIVAS EM IDOSOS COM
DIABETES MELLITUS TIPO 2

NATAL/RN

2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
FONOAUDIOLOGIA

ELIZA MIKAELE TAVARES DA SILVA

QUEIXA DE TONTURA, RELAÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS, CLÍNICO-


FUNCIONAIS E PSICO-COGNITIVAS EM IDOSOS COM DIABETES
MELLITUS TIPO 2

Dissertação apresentada ao Programa


Associado de Pós-Graduação em
Fonoaudiologia da Universidade Federal
da Paraíba – UFPB e Universidade
Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN, como requisito obrigatório para
obtenção do título de Mestre em
Fonoaudiologia, sob orientação do Profª.
Drª. Juliana Maria Gazzola.

NATAL

2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
FONOAUDIOLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
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PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
FONOAUDIOLOGIA

ELIZA MIKAELE TAVARES DA SILVA

QUEIXA DE TONTURA, RELAÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS, CLÍNICO-


FUNCIONAIS E PSICO-COGNITIVAS EM IDOSOS COM DIABETES
MELLITUS TIPO 2

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Juliana Maria Gazzola - Presidente - UFRN


Prof. Dr. Leonardo Wanderley Lopes - Avaliador - UFPB
Profa. Dra. Fátima Cristina Alves Branco Barreiro - Avaliador - UNIFESP
Profa. Dra Hannalice Gottschalck Cavalcanti - Suplente - UFPB
Profa. Dra. Aline do Nascimento Falcão Freire Monte - Suplente - Suplente -
FATERN
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PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
FONOAUDIOLOGIA

Aos meus pais, pelo amor, carinho, incentivo e apoio constante.


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FONOAUDIOLOGIA

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por sua infinita bondade, misericórdia e


amor incalculável por mim! Saber que estais presente em minha vida me dá
forças para caminhar! Que todos os méritos sejam a Ti, pois sem Ti eu nada
seria.

Àquela que é amor por excelência, Nossa Senhora, por toda ternura,
carinho e intercessão. Obrigada, minha mãe, por estar comigo sempre e me
carregar no colo nos momentos de fragilidade.

Agradeço a minha mãe, Dalva Maria Tavares, pela compreensão e


sacrifícios para realização de todos os meus sonhos. Nenhuma palavra, frase
ou página pode descrever a minha gratidão por seu amor e seu carinho! A
senhora é meu exemplo de força, amor e superação. Obrigado por todos os
dias que levantou na madrugada pra me acompanhar, aconselhar e abençoar!

Agradeço ao meu pai, José Bernardino da Silva, que tanto se esforçou


para a construção dos meus objetivos. E que a todo o momento, apesar dos
problemas ou dores, me presenteou com seu sorriso e mostrou-me que as
dificuldades não são nada para quem tem um Deus forte e poderoso.

Agradeço aos meus irmãos, Kelson e Alice, que sofreram, muitas vezes,
com minhas ausências e agonias, porém ficaram firmes e me deram forças pra
continuar em todas as circunstâncias da vida!

Agradeço aos meus amigos, Mara, Francker, Evenny, Luan, Vinicius,


Wallisson que compreenderam minhas ausências e me fizeram sorrir durante
as contrariedades da vida.

Agradeço aos meus companheiros de aventura, Helimara, Milena,


Lucas, Luana Celly, Luana Caroline, Patrícia, Inara, Jéssika e Taline por toda
força e palavras de amparo. Sou imensamente grata a cada um, pois mais que
colegas de turma tornaram-se grandes amigos!
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FONOAUDIOLOGIA

Agradeço a minha orientadora, Juliana Maria Gazzola, que foi um


presente de Deus e Nossa Senhora em minha vida, que com muito amor,
carinho e zelo desempenhou seu papel com extrema excelência. Excelência
não só como orientadora, mas como profissional e pessoa, pois me ensinou a,
além dos conhecimentos acadêmicos, ser espelho de Deus para os outros e
aturou com muita sabedoria minhas ansiedades e angústias. Não tenho
palavras pra descrever minha gratidão, saiba que foi luz em minha vida e
instrumento para realização de um sonho. Obrigada por tornar o caminho para
a realização desse sonho lindo e leve.

Agradeço aos companheiros do LAIS/HUOL pelo auxilio, forca e


incentivo, vocês foram parte essencial para construção desse sonho.

Agradeço a todos os professores do Programa Associado de Pós-


graduação em Fonoaudiologia UFRN/UFPB pelo brilho no olhar, entusiasmo e
ensinamentos.

Agradeço imensamente a Deus pela vida de cada um citado, pois vocês


são presentes perfeitos em minha vida!

Por fim, agradeço a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao


Programa Associado de Pós-graduação em Fonoaudiologia UFRN/UFRPB pela
oportunidade.

Minha gratidão eterna a todos!


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FONOAUDIOLOGIA

Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

2. OBJETIVOS .............................................................................................. 14

2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 14

2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 14

3. MÉTODO .................................................................................................. 15

3.1 Desenho do estudo .................................................................................... 15

3.2 Local da pesquisa e período de referência................................................. 15

3.3 População e amostra ................................................................................. 15

3.4 Procedimentos de obtenção dos dados ..................................................... 17

3.5 Definição das Variáveis ............................................................................. 17

3.6 Instrumentos de Coleta de Dados ............................................................. 18

3.8 Análise dos Dados ..................................................................................... 21

3.9 Considerações Éticas ................................................................................. 22

4. RESULTADOS .......................................................................................... 23

4.1 Artigo 1 ....................................................................................................... 23

4.2 Artigo 2 ....................................................................................................... 38

5. DISCUSSÃO ............................................................................................. 51

6. CONCLUSÃO ........................................................................................... 54

7. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 55

ANEXO I ........................................................................................................... 62

ANEXO II .......................................................................................................... 64

APÊNDICE I ..................................................................................................... 65

APÊNDICE II .................................................................................................... 67

APÊNDICE III ................................................................................................... 69


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APÊNDICE IV................................................................................................... 71

APÊNDICE V.................................................................................................... 73
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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

TABELA 1. Valores descritivos da amostra piloto ................................................. 16

FIGURA 1. Fluxograma referente à amostra do estudo desde o contato no


ambulatório até o momento da avaliação
27
.............................................................................................................
TABELA 1. Caracterização sociodemográfica, clinico-funcional e psicocognitiva
da amostra geral por variáveis dicotômicas (N=157)
28
..............................................................................................................

TABELA 2. Caracterização sociodemográfica da amostra de idosos com e sem


queixa de tontura (N=157)....................................................................
29
TABELA 3. Caracterização clinico-funcional da amostra de idosos com e sem
queixa de tontura (N=157) ...................................................................
29
TABELA 4. Caracterização sociodemográfica, clinico-funcional e psicocognitiva
da amostra (N=157) por variáveis quantitativas .................................
31
TABELA 5. Análise de regressão logística entre as variáveis sociodemográficas,
clínicas e psicocognitivas com a ocorrência de tontura
32
.............................................................................................................

FIGURA 1. Fluxograma da seleção dos artigos .................................................... 41


TABELA 1. Características dos estudos inseridos ................................................ 43
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LISTA DE ABREVIATURAS

ADA American Diabetes Association


CRM Manobra de Reposicionamento Otolítico
DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DM Diabetes Mellitus
DM2 Diabetes Mellitus tipo 2
EP Equilíbrio Postural
EVA Escala Visual Analógica
GDS Escala de Depressão Geriátrica Abreviada
HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
KG Quilograma
LAIS Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde
m metro
MMII Membros Inferiores
MMSE Mini-Mental State Exam
SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatístico
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
SNC Sistema Nervoso Central
TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido
TUGT Timed Up and Go Test
VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
VEMP Potencial Evocado Miogênico Vestibular
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RESUMO

Introdução: o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é responsável por perturbações


no equilíbrio postural, como a tontura, uma vez que esse distúrbio pode alterar
os sistemas sensoriais envolvidos na manutenção do equilíbrio postural.
Objetivo: verificar associação da queixa de tontura com os dados
sociodemográficos, clínico-funcionais e psicocognitivos em idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2. Método: Trata-se de estudo do tipo transversal,
descritivo de caráter analítico realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes,
em Natal/ RN. Participaram idosos com idade igual ou maior a 60 anos
diagnosticados com DM2. Os idosos foram avaliados a partir de um inquérito
multidimensional, contendo dados sociodemográficos, clínico-funcionais e
psicocognitivos, além disso, utilizou-se os instrumentos: Mini-Mental State
Exam (MMSE), Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (GDS) e Timed Up
and Go Test (TUGT) para rastreio de déficit cognitivo e sintomas depressivos e
análise da mobilidade, respectivamente. Resultados: A amostra consistiu em
157 idosos, destes 45,22% apresentaram queixa de tontura. A queixa de
tontura apresentou associação com as variáveis sexo, estado civil,
escolaridade, autopercepção de saúde geral e visão, queixa de dor em
membros inferiores, medo de quedas, tendência a quedas e sintomas
psicocognitivos. Conclusão: Ressalta-se a associação da queixa de tontura
com a autopercepção negativa de saúde geral e visão e com o estado civil sem
vida conjugal.

Palavras-chave: idoso, saúde do idoso, vertigem, tontura.


12

1. INTRODUÇÃO

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a


expectativa de vida no Brasil vem aumentando, consideravelmente, ao decorrer
dos anos. Em 1950, a expectativa de vida era de menos de 50 anos, em 2013
passou para 74,9 anos e estima-se que em 2041 será de 80,0 anos
(CAMARGOS, GONZAGA 2015; IBGE, 2013).

O aumento da expectativa de vida junto com o incremento de cerca de 650


mil novos idosos na população brasileira por ano causa preocupação nas
autoridades de saúde pública, uma vez que as alterações anatomo-fisiológicas
ocasionadas pelo processo de envelhecimento humano torna o organismo mais
vulnerável as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). E isto,
consequentemente, gera maior utilização dos serviços de saúde e redução da
produtividade do indivíduo no mercado de trabalho (PELEGRINI et al., 2018;
SBD, 2017; CARNEIRO et al., 2016; GARCIA et al., 2016; LEITE et al., 2015).

Dentre as DCNT, o Diabetes Mellitus (DM) merece destaque visto que o


Brasil é o quarto país do mundo com maior número de pessoas diabéticas.
Dentre os tipos de DM, o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é o mais prevalente,
abarcando cerca de 90% de todos os casos de DM (SBD, 2017).

O DM2 é uma doença endócrino-metabólica caracterizada, principalmente,


pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas e/ou pela resistência do
organismo a esse hormônio. Em longo prazo, essa doença pode ocasionar
vários danos a sistemas e órgãos, especialmente aos rins, nervos, coração,
vasos sanguíneos e sistemas visual, somatossensorial e vestibular (SBD, 2017;
ADA, 2017; BITTAR, SANTOS, MEZZALIRA, 2016).

Desse modo, o DM2 é admitido como responsável por perturbações no


equilíbrio postural (EP), como tontura (BITTAR, SANTOS, MEZZALIRA, 2016;
JÁUREGUI-RENAUD et al., 2009). Uma vez que os indivíduos com DM2,
frequentemente, desenvolvem alterações nos sistemas sensoriais responsáveis
13

pela manutenção da estabilidade corporal (sistema visual, somatossenrorial e


vestibular), tais como retinopatia, neuropatia periférica e alterações no sistema
vestibular (KANADANI et al., 2018; MOZETIC et al., 2017; BITTAR, SANTOS,
MEZZALIRA, 2016; MARONESI et al., 2016; JÁUREGUI-RENAUD et al, 2009).

Indivíduos com DM2 possuem menor competência em resolver conflito


visuo-vestibular (RAZZAK et al, 2015) e apresentam maior frequência de
queixas relacionadas ao equilíbrio quando comparado a indivíduos sem a
doença (JÁUREGUI-RENAUD et al 2009).

Contudo, apesar de a população diabética se encontrar em ascensão (LIMA


et al., 2018; COSTA et al, 2017) e a tontura ser capaz de acarretar grandes
impactos na dimensão funcional, social e emocional da vida dos idosos
(CIORBA et al., 2017; PELUSO, QUINTANA, GANANÇA, 2016; GANANÇA,
2015; ROCHA JÚNIOR, KOZAN, MORAES, 2014), poucos são os estudos que
trazem informações quanto a relação dos fatores associados a tontura nesta
população (D’SILVA et al., 2017; JÁUREGUI-RENAUD et al., 2009, ARANDA
et al., 2009).

Diante disso, faz-se necessário identificar os fatores biopsicossociais que


apresentam associação com a tontura em portadores de DM2, pois isto
representará uma importante contribuição na perspectiva de desenvolver
diretrizes clínicas e políticas públicas que possiblitem a sistematização de
estratégias de promoção, prevenção e de reabilitação efetivas a estes
indivíduos.
14

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar se existe associação entre a queixa de tontura e os dados


sociodemográficos, clínico-funcionais e psico-cognitivos em idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2.

2.2 Objetivos específicos

 Verificar se existe associação entre queixa de tontura e dados


sociodemográficos;
 Verificar se existe associação entre queixa de tontura e os dados clínico-
funcionais;
 Verificar se existe associação entre queixa de tontura e os dados psico-
cognitivos.
15

3. MÉTODO
3.1 Desenho do estudo

Trata-se de estudo observacional, transversal, descritivo.

3.2 Local da pesquisa e período de referência

A pesquisa ocorreu no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), no


Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), vinculado a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no período de
novembro de 2016 a novembro de 2017.

3.3 População e amostra

A amostra foi constituída por idosos com 60 anos ou mais, residentes na


cidade de Natal/RN ou em região metropolitana, de ambos os sexos e com
diagnóstico clínico de DM2 segundo os critérios da American Diabetes
Association (ADA), encaminhados pelos ambulatórios de Endocrinologia,
Otoneurologia e de Geriatria do HUOL/UFRN.
A amostra foi composta por 157 idosos (n=157), mediante a realização
do calculo amostral.
Foram excluídos do estudo idosos (a) em crise vertiginosa no momento
da avaliação, (b) com queixa de tontura há menos de 30 dias (VAN VUGT,
2017), (c) com limitações físicas e cognitivas que impedissem a realização do
no protocolo de avaliação, como incapacidade de compreender e atender a
comando verbal simples e/ou imitar movimentos, (d) com acuidades visuais e
auditivas gravemente diminuídas e absolutamente incapacitantes às atividades
de vida diária, mesmo com uso de lentes corretivas e/ou aparelhos de
amplificação sonora, (e) com amputação de membros inferiores, independente
do nível, (f) com impossibilidade de deambular independentemente, (e) com
locomoção exclusivamente por cadeira de rodas ou (f) que apresentaram
16

algum desconforto importante que inviabilizou a realização dos testes.


A partir da inclusão na pesquisa, o idoso foi alocado no grupo com
queixa de tontura ou sem queixa de tontura segundo a pergunta “O sr. (a) sente
tontura?”.

3.3.2 Cálculo Amostral

O cálculo do tamanho da amostra foi baseado em uma amostra piloto


retirada da população de estudo.

Na tabela abaixo apresentamos os valores descritivos de algumas


variáveis com base nas quais foram calculados os tamanhos de amostra
necessários para a obtenção de testes com 5% de significância e poder de
80%.

Tabela 1. Valores descritivos da amostra piloto

Tontura n

Necessário

Variável Com (n=23) Sem (n=27) em cada grupo

Mini Mental 22 + 5,0 24 + 4,0 61

GDS 5,9 + 4,0 4,1 + 2,5 55

TUGT 15,6 + 8,2 12,7 + 2,5 69

Analfabeto/Fund. Inc. 65,2% 40,7% 66

Saúde Excelente/Boa 34,8% 66,7% 37

Legenda: GDS: Escala de Depressão Geriátrica Abreviada TUGT: Timed Up and Go Test
Fund. Inc : Ensino Fundamental I Incompleto

Pela tabela acima observamos que o tamanho da amostra necessário


para o desenvolvimento do estudo era de no mínimo 138 pacientes (69 em
cada grupo).
17

Os cálculos foram realizados através do software SPSS SamplePower


3.0.1 com base nas comparações de duas médias e de duas proporções em
amostras independentes.

3.4 Procedimentos de obtenção dos dados

Durante a consulta de rotina nos ambulatórios de Geriatria,


Otoneurologia e de Endocrinologia do HUOL os idosos que atendiam os
critérios de elegibilidade da pesquisa foram orientados, pelo médico, a procurar
o Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME) para realização de uma
avaliação funcional.

No SAME foi agendado o horário e local da avaliação. No dia anterior a


esta o pesquisador entrou em contato com o paciente para confirmar presença,
verificar o interesse e instruir quanto à necessidade de levar os exames
laboratoriais e receitas médicas no dia seguinte.

Antes do início da avaliação o sujeito o tomou conhecimento das


propostas da pesquisa, objetivos, limitações e possíveis riscos. Caso o
paciente estivesse em conformidade com a proposta, assinava o termo de
consentimento esclarecido (TCLE – Apêndice I), comprovando, e permitindo, a
sua participação no estudo e, assim iniciava-se o processo avaliativo.

O protocolo de avaliação durou cerca de uma hora. Vale salientar que


para diminuir os riscos de quedas no teste físico, a avaliação contou com a
presença de, no mínimo, dois pesquisadores, para proporcionar o máximo
amparo.

3.5 Definição das Variáveis


3.5.1 Variável Dependente

Queixa de tontura crônica


18

3.5.2 variáveis independentes

(Apêndice II)

3.6 Instrumentos de Coleta de Dados

3.6.1 Questionário

Para a avaliação dos idosos atendidos foi aplicado um protocolo de


avaliação contendo questões relacionadas a dados sociodemográficos, clínico-
funcionais e psico-cognitivos (Apêndice III).

3.6.2 Dados Sociodemográficos

Os dados sociodemográficos foram compostos pelas variáveis: sexo


(feminino/masculino), idade (anos completos), faixa etária (60- 69 anos/70 ou
mais), estado civil (com vida conjugal/sem vida conjugal), anos de escolaridade
(anos completos de estudo) e escolaridade (analfabeto ou ensino fundamental I
incompleto/fundamental I completo ou pós-fundamental).

3.6.3 Dados Clínico-Funcionais

Foram constituídos por questões relacionadas à autopercepção da


saúde geral, visão e audição, Índice de Massa Corporal (IMC), número de
medicamentos em uso, número de doenças, tempo de diagnóstico da DM2,
exames laboratoriais dos últimos seis meses para o controle do DM2 - glicemia
de jejum e hemoglobina glicada, presença de dor em membros inferiores
19

(MMII), Escala Analógica Visual da Dor (EVA), quedas no último ano, tendência
a quedas, medo de quedas e mobilidade por meio do Timed Up and Go Test
(TUGT).

A autopercepção da saúde geral, visão e audição foram classificadas em


“excelente”, “muito boa”, “boa”, “ruim” ou “muito ruim” e posteriormente
dicotomizadas em “excelente, muito boa ou boa” e “ruim ou muito ruim”. Já o
Índice de Massa Corporal (IMC) foi realizado a partir da divisão da massa
corporal em quilogramas (Kg), pela altura em metro (m), elevada ao quadrado
(IMC=Kg/m²) (BARROSO et al., 2017), os sujeitos foram pesados por balança
do tipo plataforma da marca Balmak Actlife e a altura foi mensurada por fita
métrica fixada à parede.

Os idosos também foram questionados quanto aos medicamentos em


uso, doenças portadas, tempo de diagnóstico da DM2, e níveis de glicemia de
jejum e hemoglobina glicada, todos esses dados foram confirmados a partir das
receitas médicas, laudos e exames laboratoriais. Em caso de dúvida foi
consultado o prontuário médico do paciente. Posteriormente os dados foram
agrupados em “de 1 a 4 medicamentos” ou “5 ou mais medicamentos”, “1 a 4
doenças” ou “5 ou mais doenças”, “0 a 5 anos” ou “6 anos ou mais”, “até
130mg/dL” ou “131 mg/dL ou mais”, “até 8,0%” ou “8,1% ou mais”,
respectivamente.

A presença e a intensidade de dor em MMII (sim/não) foram


perguntadas, uma vez que este tipo de dor pode ocasionar anormalidades na
movimentação dificultando o equilíbrio (CENCI et al., 2013). A intensidade foi
avaliada através da EVA, na qual o indivíduo quantificava sua dor entre 1 a 10,
sendo “1” dor leve e “10” dor extremamente forte.

Levando em consideração que as quedas em idosos podem ocasionar


consequências devastadoras, os participantes foram questionados sobre
episódios de quedas último ano (sim/não), tendência a quedas (sim/não) e
medo de quedas (sim/não) através das perguntas “O(a) senhor(a) caiu alguma
vez no último ano?”, “O(a) senhor(a), às vezes, tem a sensação que vai cair,
mas não cai?”, “O(a) senhor (a) tem medo de cair?”, respectivamente.
20

Para avaliação de mobilidade foi realizado TUGT (PODSIADLO,


RICHARDSON, 1991) que consiste em um teste prático e rápido. O teste
analisa o tempo gasto em segundos que o idoso necessita para executar a
tarefa proposta. A tarefa consiste em levantar de uma cadeira com apoio para
braços (46 cm de altura), percorrer 3 metros, girar em torno de um demarcador
no solo (cone), retornar à cadeira e assentar-se. O paciente antes de iniciar o
teste, deve estar sentado e encostado na cadeira com seus braços apoiados e
usando o seu calçado habitual. Quando o instrutor dá a ordem “vai”, o sujeito
inicia a tarefa. O paciente é instruído a não conversar durante a execução do
teste e realizá-lo em velocidade habitual. Caso necessário, pode-se utilizar
dispositivo de auxílio à marcha, porém, nenhuma assistência física é dada. O
teste finaliza somente quando o paciente colocar-se novamente na posição
inicial sentado com as costas apoiadas na cadeira (FILIPPIN et al., 2017,
MARTINEZ et al., 2016).

3.6.5 Dados Psicocognitivos

Os dados psicocognitivos são referentes à aplicação do teste cognitivo


Mini-Mental State Exam – MMSE (FOLSTEIN, FOLSTEIN, MCHUGH, 1975) -
Anexo I - e a Escala de Depressão Geriátrica Abreviada - GDS (YESAVAGE et
al, 1983) - Anexo II.
O MMSE é um “screening” composto por 30 questões, validado
transculturalmente para o idioma Português, amplamente utilizado para rastrear
casos com suspeita de déficit cognitivo. O instrumento avalia questões e
problemas simples relacionados a orientação temporal/espacial, memória
imediata, cálculo, evocação de palavras, nomeação, repetição, comando,
leitura, redigir frase e cópia de desenho. Os pontos medianos por escolaridade
são: analfabetos 20 pontos; escolaridade 1-4 anos 25 pontos; 5-8 anos 26,5
pontos; 9-11 anos 28 pontos e superior a 11 anos 29 pontos (COELHO et al.,
2012).
21

A GDS é um questionário de 15 perguntas com respostas dicotômicas


(sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a
última semana. Trata-se de uma ferramenta útil de rastreio para facilitar a
avaliação de sinais de depressão em idosos. Em relação à pontuação, de 0 a 4
pontos é considerado não deprimidos, de 5 a 10 com indícios de depressão
leve ou moderada e de 11 a 15 com indícios de depressão grave ou severa
(LAMPERT, SCORTEGAGNA, 2017; PARADELA, LOURENÇO, VERAS,
2005).

3.8 Análise dos Dados

Inicialmente, a análise de normalidade da distribuição dos dados foi


verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, apresentando característica não
paramétrica.

Para a análise descritiva, foram utilizados valores mínimo e máximo,


média, desvio-padrão e mediana como medidas de tendência central. Para
análise inferencial, foram realizadas associações entre a variável qualitativa
dependente (queixa de tontura) e variáveis independentes dicotômicas por
meio do teste de qui-quadrado. Para analisar a associação da queixa de
tontura com idade, anos de escolaridade, IMC, número de medicamentos,
tempo de diagnóstico da DM2, hemoglobina glicada, EVA da dor em MMI,
TUGT, MMSE e GDS-15 utilizou-se o teste Mann-Whitney.

Para identificação dos fatores associados independentes com a


presença de tontura, foi realizada a análise múltipla de regressão logística.
Para isso, utilizou-se o método Stepwise Forward Selection Procedure, em que
as variáveis que compõem o modelo foram agrupadas em blocos, ordenando-
os de acordo com sua significância estatística. A modelagem foi iniciada pelas
variáveis mais significativas do método Qui-quadrado e T-student, e a seguir,
as demais variáveis foram acrescentadas uma a uma, aceitando um valor de p
crítico de <0,25 para compor o modelo. A permanência da variável na análise
múltipla deu-se através do teste da razão de verossimilhança (Likelihood Ratio
22

Test), ausência de multicolinearidade, bem como sua capacidade de melhorar


o modelo através do teste de Hosmer and Lemeshow e não interferindo nos
intervalos de confiança. Por fim, fez-se a análise dos resíduos para isolar casos
que exercem uma influência indevida ao modelo, provocando pouca aderência.
Em todas as análises foi considerado o nível de significância de 5%.

3.9 Considerações Éticas

A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com


Seres Humanos sob CAAE: 45183715.0.0000.5537.
Todos os idosos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) após o esclarecimento dos objetivos, protocolos e possíveis riscos da
pesquisa.
23

4. RESULTADOS

4.1 Artigo 1

Associação entre queixa de tontura e os dados sociodemográficos,


clínico-funcionais e psicocognitivos em idosos com diabetes mellitus
tipo 2

Association between complaint of dizziness and sociodemographic, clinical-


functional and psycho-cognitive data in elderly with type 2 diabetes mellitus

RESUMO

Introdução: Idosos com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) desenvolvem


comumente, ao longo do tempo, alterações nos sistemas sensoriais,
responsáveis pelo equilíbrio postural, que pode tornar as queixas de tontura
mais comuns nessa população. Objetivo: Verificar se existe associação da
queixa de tontura com os dados sociodemográficos, clínico-funcionais e psico-
cognitivos em idosos com DM2. Método: Trata-se de estudo do tipo
transversal, descritivo realizado em um XXXXXXX. Participaram idosos com
idade igual ou maior a 60 anos diagnosticados com DM2. Os idosos foram
avaliados a partir de um inquérito multidimensional, contendo dados
sociodemográficos, clínico-funcionais e psicocognitivos, além disso, utilizou-se
os instrumentos: Mini-Mental State Exam (MMSE), Escala de Depressão
Geriátrica Abreviada (GDS) e Timed Up and Go Test (TUGT) para rastreio de
déficit cognitivo e de sintomas depressivos e análise da mobilidade,
respectivamente. Resultados: A amostra consistiu em 157 idosos, destes
45,22% apresentaram queixa de tontura. A queixa de tontura apresentou
associação com as variáveis sexo, estado civil, escolaridade, autopercepção de
saúde geral e visão, queixa de dor em membros inferiores, medo de quedas,
tendência a quedas e sintomas psicocognitivos. Conclusão: Ressalta-se a
associação da queixa de tontura com a autopercepção negativa de saúde geral
e visão e com o estado civil sem vida conjugal.
Palavras-chave: idoso; saúde do idoso; vertigem; tontura.

ABSTRACT

Introduction: Over time, elderly people with type 2 diabetes mellitus (T2DM)
commonly develop changes in sensory systems responsible for postural
balance, which may make complaints of dizziness more common in this
population. Objective: To determine whether the complaint of dizziness is
associated with sociodemographic, clinical and functional, and psychological
and cognitive data in elderly people with T2DM. Methods: This was a cross-
24

sectional, descriptive conducted at a XXXXXXXX. Elderly people aged 60 or


older diagnosed with T2DM participated in the study. The elderly were
assessed using a multidimensional survey, containing sociodemographic,
clinical and functional, and psychological and cognitive data. We used the Mini-
Mental State Exam (MMSE) and Short Geriatric Depression Scale (GDS), to
screen for cognitive deficits and depressive symptoms, respectively, and the
Timed Up and Go Test (TUGT) to assess mobility. Results: The sample
consisted of 157 elderly people, of whom 45.22% complained of dizziness. The
complaint of dizziness was associated with the following variables: sex, marital
status, education, self-reported general health and vision, complaint of lower
limb pain, fear of falls, tendency to fall, and psychological and cognitive
symptoms. Conclusion: The association between dizziness complaints and
negative self-perception of general health and vision, and not being married
should be highlighted.
Keywords: aged; health of the elderly; vertigo; dizziness.

INTRODUÇÃO

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se


que, em 2060, o Brasil terá cerca de 73,5 milhões de idosos, em decorrência
do aumento de 650 mil novos idosos por ano, e a expectativa de vida será de
81,2 anos1,2.
Essas projeções provocam preocupação nas autoridades de saúde pública,
uma vez que o processo de envelhecimento humano acarreta redução das
funções orgânicas, declínio funcional, aumento da dependência e dos fatores
de riscos para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que ocasionam
altos gastos para o governo devido a maior utilização dos serviços de saúde e
menor produtividade do indivíduo no mercado de trabalho. Dentre as DCNT,
destacam-se as doenças circulatórias (hipertensão arterial, insuficiência
cardíaca), respiratórias, câncer e disfunção no metabolismo da glicose
(Diabetes Mellitus)2-4.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença endócrino-metabólica
caracterizada por falhas na secreção e ação da insulina, bem como na
regulação da produção hepática de glicose, o que, consequentemente, gera
hiperglicemia sanguínea. A cronicidade da hiperglicemia sanguínea pode
ocasionar vários danos a sistemas e órgãos, especialmente aos rins, nervos,
coração, vasos sanguíneos e sistemas visual, somatossensorial e vestibular5-7.
Cerca de nove milhões de brasileiros autorreferem-se portadores de DM,
segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, o que corresponde a 6,2% da
população adulta, todavia metade dos portadores de DM não sabem que a
possuem8. Dentre as subclassificações do DM, destaca-se o Diabetes Mellitus
tipo 2 (DM2), que é a disfunção do metabolismo da glicose mais encontrada na
população, chegando a alcançar cerca de 90% do total dos casos5.
Nesse contexto, o DM2 é responsável por perturbações no equilíbrio
postural (EP), como a tontura. Indivíduos com DM2 podem desenvolver, ao
longo do tempo, doenças como a retinopatia9 e/ou neuropatia periférica10 e
alterações no sistema vestibular11,12 uma vez que a orelha interna possui
atividade metabólica intensa e não dispõe de reserva energética, o que a torna
25

sensível a desordens agudas ou crônicas nos níveis de glicose no sangue.


Dessa forma, os sistemas sensoriais envolvidos no envio de informações ao
Sistema Nervoso Central (SNC) para manutenção do equilíbrio corporal podem
estar alterados9-12.
Estudos como o de Razzak et al (2015)13 e Jáuregui-Renaud et al (2009)12
mostram que pacientes com DM2 possuem menor habilidade em resolver
conflito visuo-vestibular, bem como apresentam maior frequência de queixas
relacionadas ao EP em relação a indivíduos saudáveis, respectivamente.
Atualmente, são descritos alguns estudos relacionados à queixa de tontura
em idosos14. Entretanto, são escassas as pesquisas que incluem idosos
portadores DM2 em suas amostras, apesar de a tontura ser considerada uma
das complicações desse distúrbio12.
A tontura ocasiona grandes impactos na vida dos idosos, pois tende a
provocar várias condições como: insegurança física e psíquica, irritabilidade,
ansiedade, fobias, pânico, depressão e quedas15,16. Diante disso, é de extrema
necessidade identificar os fatores biopsicossociais que apresentam associação
com a tontura em portadores de DM2, pois isto representará uma importante
contribuição na perspectiva de desenvolver estratégias preventivas e
reabilitativas eficazes e, assim, sistematizar um modelo ideal de cuidados para
essa população.
Logo, esse estudo tem por objetivo verificar se existe associação entre
queixa de tontura e dados sociodemográficos, clínico-funcionais e
psicocognitivos em idosos com Diabetes Mellitus tipo 2.

METODOLOGIA

Trata-se de estudo observacional, transversal, descritivo, realizado em


um XXXXXX. A geração de dados ocorreu no período de novembro de 2016 a
novembro de 2017.
A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos sob parecer número XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
A amostra foi constituída por 157 idosos com idade igual ou superior a
60 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico clínico de DM2, segundo os
critérios da ADA (American Diabetes Association), encaminhados pelos
ambulatórios de Endocrinologia, Otoneurologia e de Geriatria.
Foram excluídos do estudo idosos (a) em crise vertiginosa no momento
da avaliação, (b) com queixa de tontura há menos de 30 dias 17, (c) com
limitações físicas e cognitivas que impedissem a realização do no protocolo de
avaliação, como incapacidade de compreender e atender a comando verbal
simples e/ou imitar movimentos, (d) com acuidades visuais e auditivas
gravemente diminuídas e absolutamente incapacitantes às atividades de vida
diária, mesmo com uso de lentes corretivas e/ou aparelhos de amplificação
sonora, (e) com amputação de membros inferiores, independente do nível, (f)
com impossibilidade de deambular independentemente, (e) com locomoção
exclusivamente por cadeira de rodas ou (f) que apresentaram algum
desconforto importante que inviabilizou a realização dos testes.
A partir da inclusão na pesquisa, o idoso foi alocado no grupo com
queixa de tontura ou sem queixa de tontura segundo a pergunta “O sr. (a)
sente tontura?”.
26

Todos os idosos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido


(TCLE) após o esclarecimento dos objetivos, protocolos e possíveis riscos da
pesquisa.
Para a avaliação dos idosos atendidos foi aplicado um protocolo de
avaliação contendo questões relacionadas a dados sociodemográficos, clínico-
funcionais e psico-cognitivos.
Os dados sociodemográficos foram compostos pelas variáveis sexo,
idade, faixa etária, estado civil e escolaridade.
Os dados clínicos-funcionais constituíram-se de questões relacionadas à
autopercepção da saúde geral, visão e audição, Índice de Massa Corporal
(IMC), número de medicamentos em uso, número de doenças concomitantes,
tempo de diagnóstico da DM2, exames laboratoriais realizados nos últimos seis
meses para o controle do DM2 - glicemia de jejum e hemoglobina glicada,
presença de dor em membros inferiores (MMII), quedas último ano, tendência a
quedas, medo de quedas e, por fim, utilizou-se o Timed Up and Go Test
(TUGT) para avaliar a mobilidade.
A aferição do peso foi realizada por uma balança do tipo plataforma da
marca BalmakActlife e a altura mensurada por fita métrica fixada na parede.
Para análise da intensidade da dor em MMII, foi utilizada a Escala Analógica
Visual (EVA) e para investigação de quedas no último ano, tendência a quedas
e medo de quedas foram utilizadas as seguintes perguntas “O(a) senhor(a)
caiu alguma vez no último ano?”, “O(a) senhor(a), às vezes, tem a sensação
que vai cair, mas não cai?”, “O(a) senhor (a) tem medo de cair?”,
respectivamente.
Os dados psicocognitivos foram pesquisados a partir da aplicação dos
testes cognitivos: Mini-Mental State Exam (MMSE) e Escala de Depressão
Geriátrica Abreviada (GDS-15) para rastreio de déficit cognitivo e sintomas
depressivos, respectivamente.

Análise de dados

Inicialmente, foi realizada a análise de normalidade da distribuição dos


dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov que mostrou característica não
paramétrica da amostra.
Para a análise descritiva, foram utilizados valores mínimo e máximo,
média, desvio-padrão e mediana como medidas de tendência central. Para
análise inferencial, foram realizadas associações entre a variável qualitativa
dependente (queixa de tontura) e variáveis independentes dicotômicas por
meio do teste de qui-quadrado. Para analisar a associação da queixa de
tontura com idade, anos de escolaridade, IMC, número de medicamentos,
tempo de diagnóstico da DM2, hemoglobina glicada, EVA da dor em MMI,
TUGT, MMSE e GDS-15 utilizou-se o teste Mann-Whitney.
Para identificação dos fatores associados independentes com a
presença de tontura, foi realizada a análise múltipla de regressão logística.
Para isso, utilizou-se o método Stepwise Forward Selection Procedure, em que
as variáveis que compõem o modelo foram agrupadas em blocos, ordenando-
os de acordo com sua significância estatística. A modelagem foi iniciada pelas
variáveis mais significativas do método Qui-quadrado e T-student, e a seguir,
as demais variáveis foram acrescentadas uma a uma, aceitando um valor de p
27

crítico de <0,25 para compor o modelo. A permanência da variável na análise


múltipla deu-se através do teste da razão de verossimilhança(Likelihood Ratio
Test), ausência de multicolinearidade, bem como sua capacidade de melhorar
o modelo através do teste de Hosmer and Lemeshow e não interferindo nos
intervalos de confiança. Por fim, fez-se a análise dos resíduos para isolar casos
que exercem uma influência indevida ao modelo, provocando pouca aderência.
Em todas as análises foi considerado o nível de significância de 5%.

RESULTADOS

Foram contatados 212 idosos para compor a pesquisa. Contudo, 20 não


mostram interesse na participação da pesquisa, três faleceram entre o período
de atendimento nos ambulatórios e, na avaliação, cinco adoeceram, 25 não
compareceram a avaliação e dois receberam alta do ambulatório e mudaram o
telefone celular. Dessa forma, a amostra foi composta por 157 idosos (n=157)
(Figura 01).

212 idosos contactados

20 não mostraram
3 morreram
interesse

25 não compareceram a
5 adoeceram
avaliação

2 receberam alta do
ambulatório

157 idosos

Figura 1. Fluxograma referente à amostra do estudo desde o contato no ambulatório


até o momento da avaliação.

O número de idosos inseridos nesta pesquisa baseou-se no cálculo


amostral realizado a partir de uma amostra piloto retirada da população do
estudo. Utilizou-se o poder de 80% e nível de significância de 5% para os
testes de hipóteses bicaudais. Dentre as variáveis, encontrou-se o maior
tamanho da amostral para a “TUGT”. Com isso, verificou-se que o tamanho da
28

amostra necessário para o desenvolvimento do estudo era de no mínimo 138


pacientes (69 em cada grupo).
A média etária dos entrevistados foi de 69,1 (Dp=6,54) anos, sendo a
idade máxima de 86 anos e média de escolaridade de 6,83 (Dp=5,47) anos. Os
demais dados sociodemográficos, clinico-funcionais e psicocognitivos estão
descritos na tabela 1.

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica, clínico-funcional e psico-cognitiva da amostra geral por


variáveis dicotômicas (N = 157).
Variáveis Categorias N (%)
Sexo Feminino 103 (65,6%)

Masculino 54 (34,4%)

Faixa etária 60-69 anos 95 (60,5%)

70 anos ou mais 62 (39,5%)

Estado civil Sem vida Conjugal 57 (36,3%)

Com vida conjugal 100 (63,7%)

Escolaridade Analfabeto ou ensino fundamental I incompleto 86 (54,8%)

Fundamental I completo ou pós-fundamental 71 (45,2%)

Autopercepção da saúde geral Excelente, muito boa, boa 86 (54,8%)

Ruim ou muito ruim 71 (45,2%)

Autopercepção da visão Excelente, muito boa, boa 84 (53,5%)

Ruim ou muito ruim 73 (46,5%)

Autopercepção da audição Excelente, muito boa, boa 113 (72,0%)

Ruim ou muito ruim 44 (28,0%)

Número de doenças 1 a 4 doençsa 99 (63,1%)

5 ou mais doenças 58 (36,9%)

Medicamentos (n = 155) 1 a 4 medicamentos 56 (36,1%)

5 ou mais medicamentos 99 (63,9%)

Dor em MMI Sim 83 (52,9%)

Quedas no ano passado Sim 94 (59,9%)

Medo de quedas (n = 156) Sim 122 (78,2%)

Tendência a quedas (n = 156) Sim 83 (53,2%)

Déficit cognitivo (n = 156) Sim 68 (43,6%)

Sintomas depressives (n = 156) Sim 81 (51,9%)

MMI: membros inferiores

A queixa de tontura foi apresentada por 45,22 % da população total. Da


população queixosa, 71,23% apresentaram tontura rotatória, 13,69% não
rotatória, 6,84% ambos os tipos (rotatória e não rotatória) e 8,21% não
souberam relatar. Além disso, 60,64% dessa população referiu conviver com a
29

queixa de tontura entre 3 a 5 anos. Vale salientar que 51,5% dessa população
eram mulheres e 46,8% possuíam 70 anos ou mais. Os dados
sociodemográficos dos grupos com e sem queixa de tontura estão descritos na
Tabela 2.

Tabela 2. Caracterização sociodemográfica da amostra de idosos com e sem queixa de tontura (N = 157).

Variáveis Tontura Tontura Razão de Intervalo de p-valor


Sim Não Prevalência Confiança (Qui-
(N=71) (%) (N=86) (%) (95%) quadrado)
Sexo

Feminino 53 (51,5%) 50 (48,5%)

Masculino 18 (33,3%) 36 (66,7%) 1,544 1,013 – 2,352 0,030*

Faixa etária

70 anos ou mais 29 (46,8%) 33 (53,2%)


1,058 0,747 – 1,499 0,752
60-69 anos 42 (44,2%) 53 (55,8%)

Estado civil

Sem vida conjugal 35 (61,4%) 22 (38,6%)


1,706 1223 - 2,379 0,002*
Com vida conjugal 36 (36,0%) 64 (64,0%)

Escolaridade

Analfabeto ou ensino fundamental I incompleto 45 (52,3%) 41 (47,7%) 1,429 0,990 – 2,061 0,049*

Fundamental I completo ou pós-fundamental 26 (36,6%) 45 (63,4%)

* Qui-quadrado

Ao analisar as variáveis clínico-funcionais em relação aos grupos


estudados, verifica-se maior frequência dos idosos com tontura nas categorias
“ruim ou muito ruim” da autopercepção de saúde geral (60,6%) e visão (58,9%),
dor em membros inferiores (55,4%), medo de quedas (49,2%), tendência a
quedas (56,6%) em relação aos idosos sem queixa de tontura (Tabela 3).

Tabela 3. Caracterização clinico-funcional da amostra de idosos com e sem queixa de tontura (N=157).

Variáveis Tontura Tontura Razão de Intervalo de p-valor


Sim Não Prevalência Confiança (95%) (Qui-
(N=71) (%) (N=86) (%) quadrado)
Autopercepção de saúde geral

Ruim ou muito ruim 43 (60,6%) 28 (39,4%)

Excelente, muito boa, boa 28 (32,6%) 58 (67,4%) 1,860 1301 – 2659 <0,0001*

Autopercepção da visão

Ruim ou muito ruim 43 (58,9%) 30 (41,1%)


30

Excelente, muito boa, boa 28 (33,3%) 56 (66,7%) 1,767 1,235 - 2528 0,001*

Autopercepção da audição

Ruim ou muito ruim 23 (52,3%) 21 (47,7%)

Excelente, muito boa, boa 48 (42,5%) 65 (57,5%) 1,231 0,863 – 1,754 0,268

Número de doenças

5 ou mais doenças 31 (53,4%) 27 (46,6%)

1 a 4 doenças 40 (40,4%) 59 (59,6%) 1,323 0,943 – 1,857 0,113

Medicamentos

5 ou mais medicamentos 48 (48,5%) 51 (51,5%)

1 a 4 medicamentos 22 (39,3%) 34 (60,7%) 1,234 0,841 – 1,811 0,269

IMC

Desnutrido ou eutrófico 28 (45,9%) 33 (54,1%)

Sobrepeso 42 (44,2%) 53 (55,8%) 1,038 0,729 -1479 0,836

Hemoglobina Glicada

Normal (até 8%) 24 (44,4%) 30 (55,6%)

Alterado (8.1% ou mais) 24 (43,6%) 31 (56,4%) 1,019 0,667 – 1,555 0,932

Glicemia de Jejum

Alterado (131mg / dL ou mais) 31 (44,9%) 38 (55,1%)

Normal (até 130mg / dL) 30 (40,5%) 44 (59,5%) 1,108 0,758 – 1,620 0,596

Queixa de dor em MMI

Sim 46 (55,4%) 37 (44,6%)

Não 25 (33,8%) 49 (66,2%) 1,640 1,130 - 2,382 0,007*

Quedas no último ano

Sim 33 (52,4%) 30 (47,6%)

Não 38 (40,4%) 56 (59,6%) 1,296 0,922 – 1,821 0,140

Medo de Quedas

Sim 60 (49,2%) 62 (50,8%)

Não 10 (29,4%) 24 (70,6%) 1,672 0,964 – 2,901 0,040*

Tendência a quedas

Sim 47 (56,6%) 36 (43,4%)

Não 23 (31,5%) 50 (68,5%) 1,797 1220 - 2647 0,002*

IMC: índice de massa corporal


MMI: membros inferiores
DM2: Diabetes mellitus tipo 2
* Qui-quadrado

A tabela 4 apresenta as análises inferenciais entre os grupos (com


tontura vs sem tontura) e as variáveis quantitativas. Dentre as variáveis
sociodemográficas e clínico-funcionais, destaca-se a diferença das medianas
de anos de escolaridade (5,00 vs 8,00) e da EVA (5,00 vs 0,00) entre os
31

grupos, tendo o grupo com queixa de tontura um menor número de anos de


escolaridade e maior autopercepção da dor.
Em relação às variáveis psicocognitivas, observa-se que MMSE (23,00
vs 26,50) e o GDS (5,00 vs 3,00) exibem diferenças significativas entre as
medianas. Os indivíduos com tontura apresentaram menor score no MMSE e
maiores pontuações no GDS, o que aponta maior risco de déficit cognitivo e
maior número de sintomas depressivos.
Não foram encontradas associações significantes entre os indivíduos
com queixa e sem queixa de tontura com as variáveis idade, IMC, número de
medicamentos, tempo de diagnóstico da DM, hemoglobina glicada, glicemia de
jejum, EVA e TUGT.

Tabela 4. Caracterização sociodemográfica, clinico-funcional, e psicocognitiva da amostra (N=157) por variáveis


quantitativas.
Variáveis Tontura Tontura p-valor
Sim (n=71) Não (n=86) (Mann
Whitney)
Média (SD) Mediana IC (95%) Média (SD) Mediana IC (95%)

Idade (anos) 68,52 (1,39) 67,00 65,67 -71,37 68,66 (0,86) 67,00 66,92 -70,40 0,960

Escolaridade 5,17 (0,80) 5,00 3,53-6,82 8,14 (0,82) 8,00 6,47 - 9,80 0,040**
(anos)
Número de 6,38 (0,53) 6,00 5,29-7,47 5,70 (0,438) 5,00 4,82-6,59 0,929
medicamentos
Tempo de
diagnóstico de 6,01-11,17 13,02 (1,679) 10,00 9,63-16,40
8,59 6,00 0,677
DM2 (meses)
EVA (dor em 4,79 (0,745) 5,00 3,27-6,32 2,57 (0,517) 0,00 1,53-3,61 0,028**
membros
inferiores)
TUGT
14,48 (3,13) 10,40 8,06-20,89 10,63 (0,46) 10,00 9,70-11,56 0,214
(segundos)
MMSE 0,002**
22,62 (0,802) 23,00 20,98-24,26 25,34 (0,60) 26,50 24,13- 26,55
(escore total)
GDS-15 (escore 0,030**
6,00 (0,566) 5,00 4,84-7,16 4,11 (0,393) 3,00 3,32-4,91
total)
BMI: VAS: EVA: Escala Visual Analógica
m: Lower TUGT: Timed Up an Go Test
MMSE: Mini-Mental State Exam
GDS-15: Short Geriatric Depression Scale
* * Teste Mann-Whitney

A partir da análise de regressão logística, as variáveis autopercepção da


saúde geral (p=0,033), autopercepção da visão (p=0,007) e estado civil
(p=0,041) se mostraram como fatores independentes associados à queixa de
tontura, com razão de prevalência de 61%, 66% e 62%, respectivamente
(Tabela 5).
32

Tabela 5. Análise de regressão logística entre as variáveis sociodemográficas, clínicas e psicocognitivas com a
ocorrência de tontura.
Tontura

Variáveis Sim Não

(N=71) (%) (N=86) (%) RP RP Ajustada IC 95% p-valor

Autopercepção de saúde
geral

Ruim ou muito ruim 43 (60,6%) 28 (39,4%) 1,86 1,61 1,04-2,48 0,033

Excelente, muito boa, boa 28 (32,6%) 58 (67,4%)

Estado civil

Sem vida conjugal 35 (61,4%) 22 (38,6%) 1,71 1,66 1,14-2,40 0,007

Com vida conjugal 36 (36,0%) 64 (64,0%)

Autopercepção de visão

Ruim ou muito ruim 43 (58,9%) 30 (41,1%) 1,77 1,62 1,02-2,58 0,041

Excelente, muito boa, boa


28 (33,3%) 56 (66,7%)

* Teste de Hosmer and Lemeshow = 0,910; no Resid; R 2 Nagelkerke = 0,194; Modelo ajustado pelas variáveis
“Audição” e “Quedas no último ano”.

DISCUSSÃO

Idosos com DM2 desenvolvem comumente, ao longo do tempo,


alterações nos sistemas, visual9, somatossensorial10 e vestibular11,12 que são
responsáveis pelo EP, o que pode tornar as queixas de tontura mais comuns
nessa população.
A ocorrência da queixa de tontura, neste estudo, foi de 45,22% e, destes
71,23% apresentaram tontura rotatória, proporção semelhante encontrada no
estudo de base populacional de Moraes et al12 que estudou 391 idosos, sendo
176 com queixa de tontura dos quais 70,4% possuíam tontura rotatória e 43,9%
DM.
Em meio as variáveis estudadas, a queixa de tontura em idosos
diabéticos mostrou associação com sexo, escolaridade, estado civil,
autopercepção da saúde geral e da visão, queixa e intensidade de dor em
membros inferiores, medo de quedas, tendência a quedas e sintomas
psicocognitivos.
Dentre os indivíduos que apresentaram queixa de tontura, 51,5% eram
do sexo feminino e 52,3% com baixo grau de escolaridade. A predominância
feminina pode ser atribuída às variações hormonais, pertinentes ao sexo, e à
maior busca de assistência médica por esta população 18,19. Já o baixo grau de
escolaridade é bastante controverso na literatura. Alguns estudos 20,21 mostram
baixos níveis educacionais em idosos com queixa e/ou diagnóstico de tontura e
33

outros14,22 não fazem esta associação. Contudo, sabe-se que o baixo grau de
escolaridade compromete o acesso à educação em saúde e entendimento das
orientações médicas. Sendo assim estes idosos são mais propensos a
apresentarem dificuldades no adequado seguimento do tratamento orientado
pela equipe médica e a possuírem percepções errôneas quanto ao
autocuidado, ocasionando assim a potencialização das doenças portadas e,
consequentemente, a diminuição da qualidade de vida 23.
A maioria dos idosos com queixa de tontura não possuía vida conjugal
(61,4%), dado que corrobora com alguns estudos encontrados na literatura20,22.
Nessa perspectiva, merece destaque o estudo de Gonçalves et al (2011) 24 que
mostrou que mais de 50,0% dos idosos com vida conjugal eram cuidados pelo
cônjuge. Dessa forma, destaca-se a importância dos vínculos afetivos na
terceira idade bem como do papel do cuidador o qual promove saúde, previne
incapacidades e auxilia na manutenção da capacidade funcional da pessoa
cuidada, o que acaba por evitar hospitalizações, uso inadequado de
medicações, isolamento25. Fatores estes que podem estar associados à
presença de queixas de tontura20,26. Vale salientar que não foram encontrados
estudos que trouxessem associação do estado civil com a queixa de tontura na
população diabética.
A população diabética com a queixa estudada descreveu a
autopercepção da saúde geral (60,6%) e visão (58,9%) majoritariamente como
“ruim ou muito ruim”. Alguns estudos com metodologias semelhantes à
utilizada neste trabalho mostraram autopercepção negativa da visão em
48,8%14, 35,4%22 e de 53,3%14 em relação à saúde geral na população idosa
geral. Esse aumento na autopercepção negativa da visão pode ser decorrente
do processo de envelhecimento que traz uma maior incidência de alterações
oculares, como a catarata e o glaucoma, e, consequentemente, ocasiona a
diminuição da acuidade visual, o que colabora, negativamente, com a
manutenção do EP22. Já a autopercepção negativa de saúde geral pode ter
sido ocasionada pelo o aumento do número de doenças juntamente com a
tontura que acarreta diminuição na qualidade de vida de seus portadores4,5,15.
Os idosos com queixa de tontura também apresentaram queixa de dor
em membros inferiores (55,4%) que é um sintoma comum da neuropatia
periférica, comorbidade comumente desenvolvida, ao longo do tempo, por
pacientes com DM2. A NP pode interromper as aferências e eferências dos
membros inferiores, o que altera a propriocepção e, consequentemente, o
equilíbrio10,27.
Alterações do EP estão comumente associadas a episódios de quedas
e, por conseguinte, idosos portadores de tontura referem maior medo de cair e
tendência a quedas em relação à população idosa em geral, como visto neste
estudo e na literatura28,29. Duarte e Soldera (2013)29 buscaram investigar a
associação da queixa de tontura, medo de cair e ocorrência de quedas em
idosos, e seus resultados mostraram que 97,4% da amostra total estudada
exibiram medo de cair e, consequentemente, restrições de atividades
cotidianas pelo medo apresentado. Vale salientar que, além das limitações em
atividades diárias, o medo de cair também pode acarretar déficits na
autoconfiança, e estes fatores somados ocasionam maior dependência e perda
de autonomia28,29.
34

Além disso, têm-se uma elevada prevalência de transtorno de ansieda-


de, fobias e depressão em idosos com tontura crônica 16. Entretanto, este
estudo se ateve a investigar somente os sintomas depressivos, tendo em vista
que o rastreio dessa doença pode ser realizado por qualquer profissional de
saúde. Os resultados deste estudo são semelhantes ao de Peluso, Quintana,
Ganança (2016)16, que mostrou associação da tontura com sintomas
depressivos. Desse modo, ressalta-se a importância de identificar os pacientes
com esse tipo de acometimento e encaminhá-los para atendimento
especializado, melhorando, assim, o processo de interventivo da tontura e a
qualidade de vida do idoso.
O SNC é um dos sistemas mais afetados pelas modificações anatomo-
fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento. Dessa forma são
comuns alterações em regiões responsáveis pelas funções cognitivas 30. Com
isso, habilidades como pensar, lembrar, raciocinar e produzir respostas às
solicitações e estímulos externos podem se encontrar deficitárias e dificultar o
processo de reabilitação30,31. É importante destacar que os pacientes com DM2
e queixa de tontura apresentaram medianas menores no MMEM,
apresentando, assim, maiores probabilidades de déficit cognitivo nesta
população, fato este que pode vir a dificultar o processo de reabilitação do
equilíbrio, tendo em vista a necessidade de modificações de hábitos, realização
de exercícios e mudanças na rotina.
Dentre as variáveis que mostraram associação com a queixa de tontura,
deve-se dar destaque, de forma especial, à autopercepção da saúde geral
“ruim ou muito ruim”, à autopercepção da visão “ruim ou muito ruim” e ao
estado civil “sem vida conjugal”, uma vez que a análise de regressão logística
as mostrou como preditoras da queixa de tontura. Desse modo, idosos nestas
categorias apresentam 61%, 62% e 66% de chance a mais de desenvolver
tontura independente das outras variáveis.
Algumas variáveis estudadas chamaram atenção por não mostrarem
associação com a queixa de tontura na população em estudo. São elas:
autopercepção da audição, idade, tempo de diagnóstico e exames laboratoriais
(hemoglobina em glicada e glicemia de jejum). Acreditamos que a queixa de
tontura não apresentou associação com autopercepção da audição devido esta
ser influenciada por vários fatores, dentre eles o contexto e a experiência de vida, a cultura, a
escolaridade, a cognição e, além disso, a presbiacusia, perda auditiva comum em idosos, possui
caráter lento, gradual e progressivo o que permite o idoso desenvolver estratégias adaptativas e,
consequentemente, diminuir a autopercepção negativa relacionada a perda auditiva 32.
Supomos que a idade e o tempo de diagnóstico do DM2 não mostraram
associação devido ao fato de todos os idosos avaliados se encontrarem em
acompanhamento pela equipe médica multidisciplinar, constantemente, o que
propicia a diminuição de alterações ocasionadas pelo DM2.
Salienta-se que as queixas de tontura são comuns em idosos, porém
nem sempre são adequadamente valorizadas pelos familiares e/ou equipe
médica, por serem vagas, inespecíficas ou simplesmente consideradas inatas
ao processo do envelhecimento humano. Contudo, a descrição da queixa traz
importantes informações para elucidação da etiologia e/ou alerta para outras
demandas como alterações auditivas, vestibulares, de memória ou risco de
quedas11-13.
Portanto, proporcionar aos idosos diabéticos com queixa de tontura uma
avaliação abrangente capaz de identificar os fatores sociodemográficos,
35

clínico-funcionais e psicocognitivos associados é de extrema importância na


perspectiva de desenvolver estratégias preventivas e reabilitativas eficazes,
assim como para sistematizar e aplicar um modelo ideal de cuidados a esta
população.
Dentre as limitações deste estudo, destacam-se a dificuldade de se
obter os valores dos últimos exames laboratoriais (hemoglobina glicada e
glicemia de jejum) dos participantes que, mesmo sendo solicitados
anteriormente e tendo acesso aos prontuários médicos, ainda assim tiveram
perdas no número de casos; a ausência de dados quanto os fatores
desencadeantes da queixa de tontura; e o estabelecimento do nexo causal,
visto que este estudo teve delineamento transversal.
Espera-se que mais estudos nessa área sejam realizados, uma vez que
a literatura ainda traz poucas informações quanto às alterações do EP em
idosos com DM2. Com isso, possibilitaremos a construção de diretrizes clínicas
e políticas públicas que respaldem essa população.

CONCLUSÃO

Verificou-se que a queixa de tontura é comum em idosos portadores de


DM2 e se encontra associada ao sexo, escolaridade, estado civil,
autopercepção da saúde geral e da visão, queixa e intensidade de dor em
membros inferiores, medo de quedas, tendência a quedas e sintomas
psicocognitivos.
Dentre as variáveis que se encontram associadas de forma significativa
à queixa de tontura merece destaque o estado civil sem vida conjugal e a
autopercepção negativa de saúde geral e visão.

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hearing loss: use of the subjective faces scale to screen hearing among
the elderly. Ciênc. saúde coletiva. 2017; 22: 3579-88.
38

4.2 Artigo 2

DOENÇAS E SINTOMAS ASSOCIADOS A ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO


POSTURAL EM DIABÉTICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Diseases and symptoms associated with changes in postural balance in
diabetics: an integrating review

RESUMO
Objetivo: verificar doenças e sintomas associados às alterações do equilíbrio
postural em indivíduos de meia-idade e idosos com Diabetes Mellitus tipo 2.
Métodos: trata-se de uma revisão integrativa. A busca foi realizada a partir dos
descritores: “Dizziness”, “Vertigo”, “Vestibular Diseases”, “Labyrinth Diseases”,
“Diabetes Mellitus, Type 2” e seus correspondentes no português nas bases de
dados: PubMed, Scielo, LILACS, Web of Science e Scopus. Foram inseridos
artigos observacionais que trouxessem indivíduos a partir de 40 anos com
alteração no equilíbrio postural e Diabetes Mellitus tipo 2 e que apresentassem
pelo menos uma doença ou sintoma associado a esta alteração. Resultados: a
busca resultou em 1209 artigos, porém somente cinco atenderam os critérios
de elegibilidade. Os indivíduos participantes dos estudos selecionados
apresentaram hipertensão arterial sistêmica, índice de massa corporal elevado,
neuropatia periférica, instabilidade postural ao andar em superfícies irregulares
e no escuro, ao olhar para objetos em movimento, ao movimentar a cabeça
rapidamente e ao mudar de postura, tropeços ao andar e quedas. Os artigos
foram classificados como IIb e III, segundo os níveis de evidências da
American Speech-Language Hearing Association. Conclusão: o público dos
artigos estudados apresentou alterações cardiovasculares, neuropatia
periférica, sintomas vestibulares, dificuldades em tarefas/movimentos em
contextos desafiadores e quedas.
Descritores: Tontura; Vertigem; Diabetes Mellitus Tipo 2

ABSTRACT
Purpose: to verify the diseases and symptoms associated with changes in
postural balance in middle-aged and elderly individuals with type 2 diabetes
mellitus. Methods: it is an integrative review. The search was performed from
the descriptors: "Dizziness", "Vertigo", "Vestibular Diseases", "Labyrinth
Diseases" and "Diabetes Mellitus, Type 2" and their correspondents in
Portuguese in the databases: PubMed, Scielo, LILACS, Web of Science and
Scopus. Observational articles were inserted which brought individuals aged 40
years or more with alterationin the postural balance and Diabetes Mellitus type
2 and who presented at least one disease or symptom associated with that
alteration. Results: the research resulted in 1209 articles, but only five met the
eligibility criteria. Individuals participating in the selected studies had systemic
arterial hypertension, high body mass index, peripheral neuropathy and postural
39

instability when walking on irregular surfaces and in the dark, when looking at
moving objects, moving the head quickly and changing posture, stumbling when
walking and falls. The articles were classified as IIb and III, according to the
levels of evidence of the American Speech-Language Hearing Association.
Conclusion: the public of the articles studied presented of cardiovascular
alterations, peripheral neuropathy, vestibular symptoms, difficulties in
tasks/movements in challenging contexts and falls.
Keywords: Dizziness; Vertigo; Diabetes Mellitus, Type 2

INTRODUÇÃO

O Brasil é o quarto país do mundo com maior número de pessoas


diabéticas1,2. Em 2015, existiam cerca de 14,3 milhões de casos entre
indivíduos adultos e idosos, porém projeta-se para 2050 o quantitativo de 23,3
milhões1-3.
Nessa conjuntura, vários são os fatores considerados responsáveis pelo
aumento da incidência e prevalência do Diabetes Mellitus (DM) no Brasil e no
mundo3,4. A modificação do estilo de vida, caracterizado por padrão alimentar
desbalanceado, a obesidade, o sedentarismo e o processo de envelhecimento
populacional são alguns deles3-5.
Dentre os tipos de DM, o tipo 2 (DM2) possui grande relevância no cenário
brasileiro e mundial nas últimas décadas, pois é considerado uma epidemia
global e corresponde a cerca de 90% de todos os casos de diabetes1,3.
Esse contexto causa preocupações, uma vez que se gera um alto custo para
a sociedade e governo. Estima-se que, no Brasil, entre 2008 e 2010, 15,3%
dos custos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) foram ocasionados
pelo DM. Os danos financeiros não são os únicos, já que o DM2 pode
ocasionar prejuízos a órgãos e sistemas do organismo, cursando com
diminuição da capacidade funcional e redução da autonomia 1,6.
Além disso, o DM2 é considerado um potencializador de alterações no
equilíbrio postural (EP)7. Indivíduos diabéticos, frequentemente, apresentam
desordens nos sistemas sensoriais responsáveis pela manutenção do EP
devido às comorbidades como retinopatia, neuropatia periférica e desordens no
sistema vestibular7-10.
Apesar de a população diabética se encontrar em ascensão 1,3 e a relação do
DM2 com alterações no EP ser conhecida7,11, poucos são os estudos que
trazem informações quanto às doenças e/ou sintomas associados a esta
alteração na população diabética. Assim, estes fatores tornam-se pouco
conhecidos clinicamente o que, consequentemente, gera dificuldades na
realização de uma avaliação abrangente e no manejo adequado do paciente 3,5.
O reconhecimento dos fatores (doenças e/ou sintomas) associados às
alterações no EP na população diabética é de extrema importância, pois isto
representará uma importante contribuição de na perspectiva direcionar um
adequado processo avaliativo e de reabilitação. Além disso, possibilitará a
construção de estratégias preventivas e orientará um apropriado manejo
(encaminhamentos, planejamento terapêutico, escolha do tipo de tratamento,
40

entre outros) do paciente, uma vez que as algumas comorbidades podem


causar e/ou intensificar as alterações do EP.
Logo, esse estudo tem por objetivo verificar doenças e sintomas associados
às alterações do EP em indivíduos de meia-idade e idosos com DM2.

MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa realizada no período de maio a


novembro de 2018, a partir das bases de dados: PubMed (US National Library
of Medicine National Institutes of Health), SciELO (Scientific Electronic Library
Online), LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da
Saúde), Web of Science e Scopus.
A pergunta norteadora da pesquisa foi: “quais doenças e sintomas estão
associados às alterações no EP em pacientes com DM2?”. Ressalta-se que a
faixa etária do estudo foi elencada baseada nas diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes; a referida sociedade descreve que o diagnóstico de
DM2, geralmente, ocorre após os 40 anos de idade12.
A busca foi executada a partir dos descritores (em português e inglês)
“Dizziness”, “Vertigo”, “Vestibular Diseases”, “Labyrinth Diseases” e “Diabetes
Mellitus, Type 2” nas seguintes combinações: “Diabetes Mellitus, Type 2 and
Dizziness”; “Diabetes Mellitus, Type 2 and Vertigo”; “Diabetes Mellitus, Type 2
and Vestibular Diseases”; “Diabetes Mellitus, Type 2 and Labyrinth Diseases”;
“Diabetes Mellitus Tipo 2 and Tontura”; “Diabetes Mellitus Tipo 2 and Vetigem”;
“Diabetes Mellitus Tipo 2 and Doenças Vestibulares”; “Diabetes Mellitus Tipo 2
and Doenças do Labirinto”.
Foram selecionados para este estudo artigos que preencheram os seguintes
critérios de elegibilidade: (a) ser observacional, (b) publicados no período de
2008 a 2018, (c) que trouxeram em suas amostras indivíduos, com idade igual
ou superior aos 40 anos, com alteração no EP e DM2, (d) que apresentaram
pelo menos uma doença ou sintoma associado a alterações no EP, por meio
de análise inferencial ou descritiva. Foram excluídos artigos que (a)
apresentaram como critério de inclusão possuir determinada(s) doença(s)
associada(s) não secundária(s) ao DM2, pois assim o estudo teria como foco
determinada(s) condição de saúde em uma população em particular e não na
população em geral, (b) que trouxeram amostras de indivíduos com hipotensão
postural (HO) uma vez que esta pode ser assintomática e suas alterações
variadas podem ou não ocasionar alterações no EP 13 e (c) que estivesse
repetido nas bases de dados. Vale salientar que nos estudos do tipo
prospectivo foram analisados os sintomas iniciais ao tratamento, pois esses
podem ser minimizados ou sanados com o mesmo.
Com relação aos erros e vieses que podem estar presente nesse tipo de
pesquisa, destacam-se o erro aleatório, que envolve a amostra e seus valores
reais da população, que pode ser diminuído por optar por artigos com uma
amostra maior; erro sistemático, referente a erros na parte metodológica,
minimizado nesta pesquisa pela revisão da metodologia e pela base em
estudos de revisão já publicados em revistas de alto impacto; viés de seleção,
de informação e de confundimento, minimizados pela análise detalhada dos
critérios de elegibilidade, pela revisão crítica da metodologia e pela revisão feita
por pares do manuscrito14.
41

Os artigos foram pesquisados e selecionados de maneira independente por


dois avaliadores treinados e envolvidos com a produção do manuscrito,
visando minimizar perdas de citações. A seleção ocorreu em três etapas: (a)
leitura dos títulos, (b) dos resumos dos artigos e (c) do artigo na íntegra.
Os artigos inseridos foram analisados e classificados segundo os níveis de
evidências empregados pela ASHA em 200415, adaptados do Scottish
Intercollegiate Guideline. Os quais são classificados da seguinte forma: Ia -
metanálise bem desenhada de múltiplos estudos controlados e randomizados;
Ib - estudo controlado aleatório e bem desenhado; IIa - estudo controlado não
randomizado bem concebido; IIb - estudo quase-experimental bem desenhado;
III - estudo não experimental bem desenhado; IV - relatório de comitê de
especialista, conferência para consenso, experiência clínica de expertises.
Salienta-se que o instrumento foi aplicado por dois avaliadores de forma
independente e em caso de divergência, solicitou-se um terceiro avaliador para
critério de desempate.

REVISÃO DE LITERATURA

A busca inicial resultou em 1209 artigos identificados, desses 927 foram


excluídos com bases nos títulos, 257 duplicaram-se entre as combinações de
descritores ou bases de dados, três foram excluídos durante a leitura do
resumo por não contemplar o tema abordado e 17 durante a leitura do texto na
íntegra por não atenderem os critérios de elegibilidade. Dessa forma, cinco
artigos atenderam os critérios de elegibilidade dessa pesquisa e foram
revisados.

1209 artigos identificados

927 excluídos pelos títulos

257 duplicaram-se entre as combinações


de descritores ou bases de dados

3 excluídos durante a leitura do


resumo
17 excluídos após a leitura do artigo na
íntegra

5 artigos inseridos

FIGURA 1. FLUXOGRAMA DA SELEÇÃO DOS ARTIGOS


42

A Tabela 1 descreve as características dos estudos incorporados nesta


revisão, tais como autor/ano/país, objetivo, amostra, tipo do estudo,
instrumentos utilizados, principais achados, doenças e/ou sintomas
encontrados em indivíduos com DM2 e alteração do EP e nível de evidência.
Dos cinco artigos inseridos nesta pesquisa, dois desses15,16 citaram a
variável hipertensão arterial sistêmica (HAS) e, em ambos, indivíduos
diabéticos com alteração do EP exibiram maior frequência dessa doença. A
HAS ocasiona aumento dos níveis pressóricos arteriais que levam a alterações
funcionais e/ou estruturais de alguns órgãos e podem gerar o
comprometimento no fluxo sanguíneo capilar e no transporte de oxigênio 20,21.
Com isso, os nutrientes não são fornecidos adequadamente para as estruturas
do organismo, como a orelha interna7,20,21.
43

TABELA 1. CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS INSERIDOS

Autor/ano/ Objetivo Amostra Tipo do Instrumentos utilizados Principais achados Doenças e/ou Sintomas Nível de
país estudo encontrados em indivíduos Evidência
com DM2 e alteração no (ASHA)
equilíbrio postural.

Aranda,Meza, A neuropatia periférica Pacientes com DM2


Avaliar a influência da -10 indivíduos com DM2 e Estudo -Questionário padronizado IIB
Rodríguez, contribui para a apresentaram hipertensão
neuropatia periférica sem neuropatia com média Prospectivo relacionado ao equilíbrio
Mantilla,
diabética na de idade 54,9 anos de idade. corporal; incapacidade auto- arterial sistêmica, tontura,
Jáuregui-
incapacidade auto- referida e pode vertigem, instabilidade
Renaud
15 referida e no controle -10 indivíduos com DM2 e -Dizziness Handicap
(2009) interferir na postural ao olhar objetos em
postural de pacientes com neuropatia e média de Inventory;
com doença vestibular idade de 57,2. reabilitação do movimento, ao andar em
México
periférica antes e após -Posturografia;
equilíbrio corporal. superfícies irregulares, ao
um programa
-Programa de reabilitação de andar no escuro, ao mover a
padronizado de
Cawthorne & Cooksey cabeça rapidamente e ao
reabilitação vestibular
(exercícios de mudar de postura. Os
Cawthorne &
indivíduos com NP
Cooksey).
apresentaram maior
frequência de todos os
sintomas citados acima,
exceto instabilidade postural
ao olhar objetos em
movimento.

D’Silva et al Analisar a função Participantes com idade Estudo -Auto-relato de dados A VPPB e o DM2 Hipertensão arterial III
otolítica usando o clínicos, confirmados pelo podem afetar de forma sistêmica, neuropatia
44

16
(2017) potencial evocado entre 40 e 65. transversal prontuário eletrônico; independente a função periférica e IMC elevado.
miogênico vestibular utricular e sáculo, no
Estados (VEMP) em pessoas -20 controles; -Michigan Neuropathy entanto, não parecem
Unidos com DM e VPPB e Screening Instrument; ter possuir efeito
examinar as relações -19 indivíduos com diabetes cumulativo.
entre VEMP e as tipo 2 sem alterações -VEMP cervical;
variáveis relacionadas vestibulares;
-VEMP ocular.
ao diabetes.
-18 indivíduos com VPPB
unilateral de canal posterior
sem DM;

-14 indivíduos com VPPB


unilateral de canal posterior
e DM.

Comparar a gravidade Participantes com idade Estudo -Dix-Hallpike; Não houve diferenças Índice de massa corporal IIB
D'Silva, dos sintomas, a entre 40 a 80 anos. Prospectivo na gravidade dos elevado, neuropatia
mobilidade e o -Dizziness Handicap sintomas, déficits de periférica.
Whitney, -34 indivíduos com VPPB; Inventory;
equilíbrio corporal mobilidade ou eficácia
Santos, Dai, antes e após a do CRM tratamentos
manobra de -16 indivíduos com VPPB + -Functional gait assessment; em pessoas com
Kluding
reposicionamento DM2. VPPB do canal
17
(2017) -Variáveis de oscilação
otolítico (CRM) em posterior com e sem
postural;
pessoas com DM.
Estados canalitíase da VPP de -Michigan Neuropathy
canal posterior, com e Screening Instrument;
Unidos
sem DM.
-Auto-relato de dados
clínicos, confirmados pelo
prontuário eletrônico;

-Verificação da hemoglobina
45

glicada.

Jáuregui- Avaliar a prevalência -101 pacientes com DM2 e Estudo -Questionário padronizado Pacientes com DM2 Tontura, vertigem, III
Renaud, de sintomas de média de idade de 54,3 Transversal relacionado ao equilíbrio exibiram maior instabilidade postural ao
equilíbrio corporal no anos; corporal. frequência de todos os
Sánchez, mudar de posição, ao
diabetes mellitus tipo 2 sintomas investigados.
Olmos, (DM2), no primeiro -101 pacientes sem DM2 e Os sintomas mais movimentar a cabeça, ao
González- nível de atenção à média de idade de 53,8 frequentes foram andar em superfícies
saúde. anos. tontura (49%),
Barcena irregulares e no escuro e ao
instabilidade postural
18
(2009) ao mudar de posição olhar para objetos em
(43%) e instabilidade movimento; mais que três
postural ao andar em
quedas inexplicadas durante
superfícies irregulares
México (38%). o ano, tropeços ao andar.

Examinar a oscilação Participantes com idade Estudo -Condição 1: de pé sobre A presença de Índice de massa corporal III
D'Silva et al postural em entre 40 a 65 anos. transversal uma superfície firme com os neuropatia periférica elevado.
19
(2017) pessoas com diabetes -14 controles; pés juntos, olhos abertos. diabética pode
tipo 2 que apresentam -14 indivíduos diabéticos; -Condição 2: de pé sobre diminuir a
Estados VPPB sintomática, não -13 indivíduos com VPPB; uma superfície firme com os estabilidade postural.
Unidos tratada. - 11 indivíduos com VPPB e pés juntos, olhos fechados. Em indivíduos com

DM2. -Condição 3: de pé sobre VPPB, diabetes e


uma almofada de espuma neuropatia periférica, a
com os pés juntos e os olhos posição tandem
abertos. pode ser um teste fácil
-Condição 4: de pé sobre de realizar no
uma almofada de espuma ambiente clínico para
46

com os pés juntos, olhos detectar instabilidade


fechados. postural.
-Condição 5: na posição
tandem com os olhos abertos
em uma superfície firme.

Legenda: DM2- Diabetes Mellitus tipo 2; VPPB – Vertigem Posicional Paroxística Benigna; CRM - Manobra de Reposicionamento Otolítico; VEMP- Potencial Evocado
Miogênico Vestibular (VEMP).
47

A orelha interna possui atividade metabólica intensa e, diferente de outros órgãos,


não dispõe reserva energética armazenada, o que a torna mais sensível às
flutuações, principalmente, da glicose e do oxigênio, suprimentos necessários para o
seu adequado funcionamento11,7. Dessa forma, a HAS e o DM2 são fatores que
podem gerar alterações no EP20. Contudo, ainda não é claro se a sobreposição das
duas doenças pode aumentar o risco de desequilíbrio corporal.
O Índice de Massa Corporal (IMC) elevado foi descrito em três artigos 16,17,19, que
mostram uma população com médias elevadas do IMC, a partir de 30 Kg/m 2, em
relação aos demais grupos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
valores do IMC igual ou acima de 30 Kg/m2 são caracterizados como obesidade.
Entretanto, os artigos não trouxeram explicações quanto à relação do IMC
elevado (obesidade) com alterações no EP. Todavia, a literatura geral descreve a
associação da obesidade com o DM2 devido ao aumento da liberação de
substâncias, como dos ácidos graxos não esterificados pelo tecido adiposo, que
induzem a resistência à insulina, prejudicando a função das células β, produtoras de
insulina, e, consequentemente, gerando falhas no controle da glicemia 22,23.
Atualmente, a obesidade é associada ao maior risco de quedas, incapacidades de
funcionais24 e sintomas depressivos25.
Os artigos de D’Silva et al (2017)16 e D’Silva et al (2017)17 mostraram diferenças
entre os indivíduos com DM2 com e sem alteração no EP em relação a neuropatia
periférica (NP). A NP é uma das principais complicações do DM, afetando entre 5 a
80% desta população. Essa comorbidade pode interromper as aferências e
eferências das extremidades dos membros inferiores. Com isso, a propriocepção
torna-se deficitária e, consequentemente, a manutenção da postura, a estratégia
reativa do passo e a execução dos passos tornam-se mais difíceis e, deixam os
indivíduos mais suscetíveis a quedas10,12.
Este dado corrobora com o artigo de Aranda et al (2009)15, que trouxe a
comparação dos sintomas relacionados ao EP em diabéticos com doença vestibular
periférica com e sem NP. Foram observadas maiores frequências da vertigem, das
instabilidades ao andar em superfícies irregulares e andar no escuro, ao movimentar
a cabeça rapidamente e ao mudar de postura nos indivíduos com NP em relação
aos sem NP. Dessa forma, comorbidades como NP podem intensificar, ainda mais,
queixas de desequilíbrio corporal.
O artigo de Jáuregui-Renaud et al (2009)18 traz metodologia diferente em relação
ao artigo Aranda et al (2009)15, todavia, também descreve os principais sintomas do
EP, em indivíduos com e sem DM2, por meio de um questionário padronizado
similar. Como resultado, constatou-se maior frequência dos sintomas relacionados
ao EP indivíduos com DM2 (Tabela 1).
Os artigos inseridos nesta revisão exibiram: HAS; IMC elevado; NP; tontura;
vertigem e instabilidade postural ao andar em superfícies irregulares, ao olhar para
objetos em movimento, ao andar no escuro, ao movimentar a cabeça rapidamente e
mudar de postura; tropeços ao andar; e relato de três ou mais quedas inexplicadas
durante o ano como fatores frequentes em indivíduos com alteração do EP e com
DM2.
Porém, nenhum dos artigos inseridos nesta pesquisa descreveram se realizaram
cálculo amostral ou randomização da população e, somente um artigo 17 trouxe o
cegamento dos juízes. Essas lacunas diminuem a representatividade e validade
externa dos estudos bem como dificultam o entendimento da veracidade dos dados
48

apresentados pelos vieses metodológicos. Contudo, os procedimentos utilizados


foram descritos adequadamente e os instrumentos padronizados, permitindo assim a
reprodutibilidade clínica dos estudos. Dessa forma, os artigos foram caracterizados
com nível de evidência IIb e III, segundo os níveis de evidência empregados pela
ASHA.

Vale ressaltar que as alterações no EP podem possuir etiologia multifatorial28,


então avaliar o indivíduo de forma abrangente, levando em consideração as
comorbidades apresentadas, é de extrema importância para um adequado manejo
do paciente. Destaco a importância da avaliação abrangente, tendo em vista que
poucos são os estudos que trazem amostras com indivíduos diabéticos e, além das
variáveis citadas acima, a literatura mostra que fatores clínico-funcionais e
psicoemocionais, como capacidade funcional, ansiedade e depressão 29-31 se
encontram associados a alterações no EP na população em geral.
Sendo assim, a clínica audiológica e otoneurológica deve direcionar atenção
especial as comorbidades apresentadas por cada indivíduo, uma vez que estas são
capazes de potencializar ou causar de alterações no EP e/ou atenuar o processo de
reabilitação bem como podem auxiliar no processo de planejamento terapêutico,
visto que o tratamento e/ou estimulação dos sistemas alterados pode ser o ponto
chave para o sucesso do processo interventivo e, consequentemente, melhora da
qualidade de vida.

CONCLUSÃO

Adultos de meia-idade e idosos com DM2 com alterações no EP apresentaram


maior frequência de alterações cardiovasculares, neuropatia periférica em membros
inferiores, sintomas vestibulares, dificuldades em tarefas/ movimentos em contextos
desafiadores e quedas.
Estudos futuros são necessários para esclarecer quais doenças e sintomas se
encontram associados, tendo em vista que isso pode propiciar um melhor
delineamento preventivo, avaliativo e interventivo uma vez que o DM2 é
potencializador de alterações no EP. Destaca-se, ainda, a importância de
metodologias com robustez, pois assim contribuirão para construção de um modelo
ideal de cuidados.
49

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51

5. DISCUSSÃO

As alterações anatomo-fisiológicas geradas pelo processo de envelhecimento


trazem fragilidade ao organismo, tornando este mais susceptível a morbidades como
as DCNT (MALTA et al., 2017; LEITE et al., 2015).
Dentre as DCNT, o DM2 é um é admitido como potencializador de alterações no
EP, como tontura, uma vez que ocasiona desordens nos sistemas sensoriais
responsáveis pela estabilidade corporal. Tornando assim, os portadores ainda mais
propensos a desequilíbrio postural, déficits funcionais e quedas (KANADANI et al.,
2018; MOZETIC et al., 2017; D’SILVA et al., 2017; BITTAR, SANTOS, MEZZALIRA,
2016; MARONESI et al., 2016).
Desse modo, buscou-se, com os artigos inseridos nesta dissertação, verificar
quais fatores biopsicossociais (dados sociodemográficos, clínico-funcionais e psico-
cognitivos) apresentam associação com a queixa de tontura em idosos com
Diabetes Mellitus tipo 2; e quais doenças e sintomas se encontram associadas às
alterações do EP em indivíduos de meia-idade e idosos com DM2.

Dentre os dados sociodemográficos analisados foi observado predominância do


sexo feminino, do baixo nível de escolaridade e de idosos sem vida conjugal no
grupo com queixa de tontura. Atribui-se a predominância feminina as variações
hormonais, inerentes ao sexo, e a maior procura por assistência médica por esta
população (MARTINS et al., 2017; BITTAR, LINS, 2015). Já o baixo grau de
escolaridade dificulta a compreensão das orientações médicas e o acesso à
educação em saúde o que torna estes indivíduos mais propensos a cuidados
inadequados e, consequentemente, potencialização das doenças portadas
(ANDRADE et al., 2014). Não dispor de vida conjugal, também, mostrou associação
com a queixa de tontura o que deixa claro a importância dos vínculos afetivos na
terceira idade e do papel do cônjuge como cuidador (GONÇALVES et al., 2011;
BRASIL, 2008).

Os dados clínico-funcionais mostraram que idosos diabéticos com queixa de


tontura possuem com maior frequência autopercepção negativa da saúde geral e da
visão, queixa de dor em membros inferiores e maior intensidade desta, medo de
quedas e tendência a quedas em relação ao grupo sem queixa de tontura. As
52

associações, relacionadas a autopercepção negativa da saúde geral e da visão,


podem ser decorrentes do processo de envelhecimento que torna o organismo mais
frágil e, consequentemente, mais vulnerável a doenças nos vários sistemas. Com
isso, ocorre a piora na autopercepção da saúde geral e da visão, tendo em vista o
aumento das alterações oculares e do número de doenças que diminuem a QV
nesta população (GARCIA et al., 2016; ROSA, MORAES, SANTOS FILHA, 2016;
ROCHA JÚNIOR et al., 2014; SOUZA et al., 2011).

Já as queixas de dores em membros inferiores e a maior intensidade destas,


podem ocorrer pela elevada média de anos que os participantes apresentaram em
relação ao diagnóstico de DM2. Sabe-se que, ao longo do tempo, portadores de
DM2 são propensos a desenvolver alterações no sistema somatossensórial, como a
neuropatia periférica, que ocasiona déficits nas aferências e eferências dos
membros inferiores que traz a diminuição da sensibilidade, dor, infecção e falhas no
envio das informações sensoriais ao SNC (SBD, 2016; RAZZAK et al., 2015; CENCI
et al., 2013).
As quedas, o medo de quedas e a tendência a quedas é associada a
alterações do EP. Esse é um dado importante uma vez que medo de cair produz
restrições nas atividades de vida diária, déficits na autoconfiança, maior
dependência e perda de autonomia; e as quedas, propriamente ditas, podem gerar
fraturas, prejuízo da mobilidade e até a morte. Desse modo as dimensões social,
emocional e funcional podem ser diretamente afetadas por esses episódios
(NASCIMENTO, TAVARES, 2016; ROSA, MORAES, SANTOS FILHA, 2016;
ROCHA JÚNIOR et al., 2014; DUARTE, SOLDERA, 2013).
Em relação às variáveis psicocognitivas, observou-se diferenças, entre os
grupos, no MMSE e o GDS. Os indivíduos com queixa de tontura apresentaram
menor score no MMSE e maiores pontuações no GDS, o que aponta maior risco de
déficit cognitivo e maior número de sintomas depressivos.
Ressalta-se que a tontura se encontra associada a alterações psíquicas,
como ansiedade generalizada, fobias e depressão (PELUSO, QUINTANA,
GANANÇA, 2016). Com isso, vê-se a necessidade de um olhar direcionado não só a
queixa de tontura, mas, também, as consequências trazidas por ela. Identificar de
forma precoce e fazer os devidos encaminhamentos melhoram não só processo
interventivo, mas, também a qualidade de vida desses idoso.
53

Dentre as variáveis apresentadas acima à autopercepção da saúde geral


“ruim ou muito ruim”, à autopercepção da visão “ruim ou muito ruim” e ao estado civil
“sem vida conjugal” merece destaque, já que a análise de regressão logística exibiu
que idosos nestas categorias apresentam 61%, 62% e 66% de chance a mais de
desenvolver tontura independente das outras variáveis.
Vale salientar que a população estudada no artigo 2 é mais abrangente em
relação o artigo 1, uma vez que não foram encontrados estudos suficientes para
compor uma revisão integrativa a qual respondesse a pergunta norteadora “quais
doenças e sintomas estão associados a tontura em idosos com DM2”, desse modo
resolveu-se ampliar o espoco. Então, utilizou-se o descritor EP em vez de tontura,
com isso abarcou-se várias alterações como VPPB, desequilíbrio postural, a própria,
tontura, entre outras; e se ampliou a faixa etária, estudaram-se indivíduos a partir de
40 anos, já que segundo as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes o
diagnóstico de DM2, geralmente, ocorre após esta idade (SBD, 2016).

A revisão realizada mostrou que indivíduos com alteração no EP e portadores de


DM2 apresentaram maior frequência de alterações cardiovasculares, neuropatia
periférica em membros inferiores, sintomas vestibulares, dificuldades em tarefas/
movimentos em contextos desafiadores e quedas.

Dentre as alterações cardiovasculares a HAS e o IMC elevado se mostrou


associado a alterações no EP na população estudada. A HAS é caracterizada por
níveis pressóricos arteriais elevados o que oportuniza o surgimento de déficits
funcionais e/ou estruturais, ocasionando o comprometimento no fluxo sanguíneo
capilar e, consequentemente, o transporte de oxigênio e nutrientes ao organismo
(RIBEIRO et al., 2017; BITTAR, SANTOS, MEZZALIRA, 2016; MARCHIORI, MELO,
POSSETTE, 2010). Com isso, os suprimentos necessários para o funcionamento
adequado à orelha interna não chegam de forma satisfatória, podendo causar
alterações no EP (RAMOS et al., 2017; BITTAR, SANTOS, MEZZALIRA, 2016;
MARCHIORI, MELO, POSSETTE, 2010).
O IMC apresentou médias elevadas, a partir de 30 Kg/m 2, o que configura a
população como obesa, segundo a classificação da Organização Mundial da Saúde
(OMS). Sabe-se que a obesidade possui relação com o DM2, em virtude do
aumento da liberação de algumas substâncias que induzem a resistência à insulina
e acarretam falhas no controle da glicemia. Salienta-se que a obesidade,
54

atualmente, é associada ao maior risco de quedas, incapacidades de funcionais e


sintomas depressivos (WANNMACHER, 2016; HOOKER et al. 2014; LOPES et al,
2013; HIMES, REYNOLDS, 2012).
A NP, também, mostrou uma maior frequência na população estudada. Como
citada acima essa doença traz várias alterações aos seus portadores, podendo ser
uma delas o desequilíbrio postural, visto que gera déficits a um dos sistemas
responsáveis pelo EP (SBD, 2016; RAZZAK et al., 2015; CENCI et al., 2013).
Os sintomas encontrados estavam relacionados ao sistema vestibular, tais como
tontura; vertigem e instabilidade postural ao andar em superfícies irregulares, ao
olhar para objetos em movimento, ao andar no escuro, ao movimentar a cabeça
rapidamente e mudar de postura; tropeços ao andar; e relato de três ou mais quedas
inexplicadas durante o ano. Todos os sintomas citados foram mais frequentes em
indivíduos com as duas doenças estudadas concomitates (ARANDA et al., 2009;
JÁUREGUI-RENAUD et al., 2009).
Com isso, é claro que as alterações no equilibrio postural em diabéticos são
multifatoriais. Desse modo, analisar esse portador de forma abrangente, tendo em
vista não só a queixa mais o contexto biopssicosocial o qual estar inserido e as
possíveis comorbidades associadas é de extrema importância para um adequado
manejo, pois dessa forma torna-se mais fácil reabilitar e melhorar a qualidade de
vida dessa população.
Salienta-se, também, a necessidade de construção de políticas públicas de
promoção e prevenção a alterações no EP, uma vez que estas além de diminuir a
QV podem acarretar em quedas as quais ocaionam consequências devastadoras a
essa população e trazem altos gastos ao sistema de saúde.

6. CONCLUSÃO

Diante do exposto, verificou-se associação de fatores sociodemográficos, clínico-


funcionais e psico-cognitivos com a queixa de tontura e em idosos com Diabetes
Mellitus tipo 2. Dentre eles, destaca-se autopercepção da saúde geral “ruim ou muito
ruim”, à autopercepção da visão “ruim ou muito ruim” e ao estado civil “sem vida
conjugal”.
55

Além disso, observa-se uma maior frequência de alterações cardiovasculares,


neuropatia periférica em membros inferiores, sintomas vestibulares, dificuldades em
tarefas/ movimentos em contextos desafiadores e quedas em indivíduos com DM2 e
alteração no EP.

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62

ANEXO I
MINI MENTAL STATE EXAMINATION (MMSE)

“Agora faremos algumas perguntas para saber como está sua memória. Sabemos
que, com o tempo, as pessoas vão tendo mais dificuldade para se lembrar das
coisas. Não se preocupe com os resultados das questões”
1) Em qual dia estamos?
( ) ano ( ) Semestre ( ) Mês ( ) Dia ( ) Dia da Semana
2) Onde nós estamos?
( ) Estado ( ) Cidade ( ) Bairro ( ) Hospital ( ) Andar
3) Repita as palavras: (1 segundo para dizer cada uma, depois pergunte ao
idoso todas as três).
( ) Caneca ( ) Tijolo ( ) Tapete
Se ele não consegue repetir as três, repita até que ele aprenda todas as três. Conte
as tentativas e registre.
4) O sr (a) faz cálculos? (1) Sim (2) Não
Se a resposta for positiva pergunte: Se de 100 reais forem tirados 7, quanto resta? E
se tirarmos mais 7 reais, quanto resta? (total de 5 subtrações).
93 ( ) 86 ( ) 79 ( ) 72 ( ) 65 ( )
Se a resposta for não, peça-lhe para soletrar a palavra “mundo” de trás para diante
O( ) D() N() U() M()
5) Repita as palavras que disse há pouco
___________ ( ) ______________ ( ) ____________ ( )
6) Mostre um relógio de pulso e pergunte-lhe: O que é isto? Repita com o lápis.
Relógio ( ) Lápis ( )
7) Repita o seguinte: “ NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ” ( )
8) Siga uma ordem de três estágios:
“Tome um papel com sua mão direita( )
“Dobre-o ao meio” ( )
“Ponha-o no chão” ( )
9) Leia e execute o seguinte: (cartão)
“FECHE OS OLHOS” ( )
10) Escreva uma frase ( )
63

11) Copie este desenho (cartão) ( ) TOTAL_____ pontos


64

ANEXO II
Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage – Versão reduzida (GDS-15)
65

APÊNDICES

APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa: Sistemas do Controle
Postural em Idosos com Diabetes Mellitus que tem como pesquisador responsável
Prof. Dra. Juliana Maria Gazzola(Fisioterapeuta - CREFITO 1/37080-F).
Esta pesquisa pretende avaliar o equilíbrio postural de idosos diabéticos e
verificar associação com dados sócio-demográficos, clínicos, funcionais, psico-
cognitivos e quedas.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é a necessidade do conhecimento
das alterações do equilíbrio postural de idosos diabéticos para que possamos aplicar
medidas educativas e reabilitativas em relação ao risco de quedas e prejuízo
funcional.
Caso você decida participar, você deverá responder a questionários simples
sobre sua vida pessoal como idade, escolaridade, estado civil; questionários sobre
dificuldades nas suas tarefas do dia a dia; avaliação da memória e da sua saúde
mental. Para examinar o equilíbrio, serão utilizados testes simples envolvendo ações
do dia a dia que serão explicadas pelo examinador, como andar, permanecer em pé
com olhos abertos e fechados, levantar e sentar na cadeira e apoiar o pé em um
degrau. A avaliação terá a duração de aproximadamente 2 horas. O(a) senhor(a)
poderá determinar quantos intervalos serão necessários para descanso entre
cada teste.
Durante a realização dos testes a previsão de riscos é mínima, ou seja, o
risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico
de rotina. No entanto, pode acontecer de haver algum desconforto ao responder o
questionário com relação aos seus resultados ou a questões gerais sobre sua saúde
mental e memória. Além do mais, durante os testes físicos pode ocorrer cansaço,
tontura desequilíbrio ou eventual queda. Contudo, todos os cuidados serão tomados
pela equipe para minimizar os possíveis danos.
Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,
você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo examinador presente
e o responsável por isso será a pesquisadora responsável.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando
para Dra. Juliana Maria Gazzola (9147-0202), enviando e-mail para
juliana.gazzola@terra.com.br ou entrando em contato através do endereço Av. Nilo
Peçanha, 620, Petrópolis, CEP 59012-300, Natal/RN, Núcleo Avançado de Pesquisa
e Inovação Tecnológica em Saúde (NAPS), no 3 subsolo, sala 6 – Tecnologias
Assistivas, do Hospital Universitário Onofre Lopes na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
66

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em


qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de
nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa
pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,
você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, telefone 3342-
5003, enviar e-mail para cep_huol@yahoo.com.br ou entrar em contato no endereço
Av. Nilo Peçanha, 620, Petrópolis, CEP 59012-300, Natal-RN.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra
com o pesquisador responsável Dra. Juliana Maria Gazzola.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os


dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e
benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,
concordo em participar da pesquisa “Sistemas do Controle Postural em Pacientes
Idosos com Diabetes Mellitus”, e autorizo a divulgação das informações por mim
fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado
possa me identificar.
Natal ____de____________de______.

__________________________________
Assinatura do participante da pesquisa ou do responsável Impressão
datiloscópica do
__________________________________ participante

Assinatura do pesquisador responsável


67

APÊNDICE II
QUADRO DE VARIÁVEIS DO ESTUDO

Sexo Sociodemográfico Categórica nominal 1. Feminino


2. Masculino
Idade Sociodemográfico Numérica discreta

Faixa Etária Sociodemográfico Categórica ordinal 1. 70 ou mais


2. 60- 69 anos
Estado Civil Sociodemográfico Categórica nominal 1. Sem vida conjugal
2. Com vida conjugal
Anos de Escolaridade Sociodemográfico Numérica discreta

Escolaridade Sociodemográfico Categórica ordinal 1. Analfabeto ou ensino


fundamental I incompleto
2. Ensino fundamental I
completo ou pós-
fundamental I
Autopercepção da Clínico-funcional Categórica ordinal 1. Excelente, muito boa
saúde Geral ou boa
2. Ruim ou muito Ruim
Autopercepção da Visão Clínico-funcional Categórica ordinal 1. Excelente, muito boa
ou boa
2. Ruim ou muito Ruim
Autopercepção da Clínico-funcional Categórica ordinal 1. Excelente, muito boa
Audição ou boa
2. Ruim ou muito Ruim
Índice de Massa Clínico-funcional Numérica discreta
Corporal

Número de Clínico-funcional Categórica ordinal 1. 5 ou medicamentos


Medicamentos 2. 1 a 4 medicamentos

Número de Doenças Clínico-funcional Categórica ordinal 1. 5 ou mais doenças


2. 1 a 4 doenças
Tempo de Diagnóstico Clínico-funcional Categórica ordinal 1. 6 anos ou mais
da DM2 2. 0 a 5 anos
68

Glicemia de Jejum Clínico-funcional Categórica ordinal 1. 131 mg/dL ou mais


2. Até 130mg/dL
Hemoglobina Glicada Clínico-funcional Categórica ordinal 1. 8,1% ou mais

2. Até 8,0%”

Dor em Membros Clínico-funcional Categórica nominal 1. Sim


Inferiores
2. Não

Escala Analógica Visual Clínico-funcional Numérica discreta


da Dor em Membros
Inferiores

Quedas Último Ano Clínico-funcional Categórica nominal 1. Sim

2. Não
Tendência a Quedas Clínico-funcional Categórica nominal 1. Sim

2. Não

Medo de Quedas Clínico-funcional Categórica nominal 1. Sim

2. Não
Timed Up and Go Test Clínico-funcional Numérica discreta

Mini-Mental State Exam Psicocognitiva Numérica discreta

Escala de Depressão Psicocognitiva Numérica discreta


Geriátrica Abreviada
69

APÊNDICE III

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO

Universidade Federal do Rio Grande do Norte


Hospital Universitário Onofre Lopes
Laboratório de Inovações Tecnológicas em Saúde

Nome:_______________________________________________________________________
Profissão_____________________________________________________________________
Endereço:____________________________________________________________Nº:______
Bairro:_____________________ Cidade: ____________________________________________
Fones:________________-___________________Número do protocolo: __________________

Avaliador: _______________________ Data: ______ / ______ / _______

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino


2. Idade: _____ Data de Nascimento: ____/____/______
3. Estado civil: ( ) sem vida conjugal ( ) Com vida conjugal
4. Anos de Escolaridade: ______ ( ) analfabeto ( ) primário incompleto ( ) primário completo ( )
pós elementar

DADOS CLÍNICOS-FUNCIONAIS
1. Hipóteses diagnósticas: ______________________________________________________
2. Medicamentos:__________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3. Queixa Principal: ____________________________________________________________
4. Auto avaliação da saúde: ( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim
5. Auto avaliação da visão: ( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim
6. Auto avaliação da audição: ( ) excelente ( ) muito boa ( ) boa ( ) ruim ( ) muito ruim
7. Sente dor em membros inferiores: ( ) sim ( ) não EVA da dor: _____
8. Apresenta quase quedas: ( ) sim ( ) não
9. Medo de cair: ( ) sim ( ) não
10. Caiu mais alguma vez durante o ultimo ano? ( ) sim ( ) não
11. Tempo de diagnóstico do DM2:_________________
12. Hemoglobina Glicada:________________________
13. Glicemia de Jejum:___________________________

Peso:______________ Altura:__________________ IMC:_________________

TIME UP AND GO TEST (Podsiadlo , Richardson , 1991)

Levantar e Caminhar Cronometrado (Time Up and Go Test)


70

O Time Up and Go Test (TUGT) é uma versão modificada do 'Get-upand Go' (PODSIADLO &
RICHARDSON, 1991) desenvolvido por Mathias, Nayak e Isaacs (1986).

Objetivo: avaliar a mobilidade. O teste quantifica em segundos a mobilidade funcional através do


tempo que o indivíduo realiza a tarefa, ou seja, em quantos segundos ele levanta de uma cadeira
padronizada com apoio e braços e de aproximadamente 46 cm de altura e braços de 65 cm de altura,
caminha 3 metros, vira, volta rumo à cadeira e senta novamente.

Procedimento de Avaliação:

Versão: Time Up and Go Test (TUG)

Instrução: sujeito sentado em uma cadeira com braços, com as costas apoiadas, usando seus
calçados usuais e seu dispositivo de auxílio à marcha. Após o comando “vá”, deve se levantar da
cadeira e andar um percurso linear de 3 metros, com passos seguros, retornar em direção à cadeira e
sentar-se novamente.

Tempo gasto na tarefa: ______________________

DADOS PSICO-COGNITIVOS

1. MEEM

Memória Cálculo/
Orientação Evocação Nomeação
Imediata Soletração
Comando em 3 Cópia do
Repetição Leitura Escrita
estágios desenho
MEEN: _____ pontos
Apresenta défict cognitivo: ( ) sim ( ) não

2. EDGA

1 SIM NÃO 6 SIM NÃO 11 SIM NÃO


2 SIM NÃO 7 SIM NÃO 12 SIM NÃO
3 SIM NÃO 8 SIM NÃO 13 SIM NÃO
4 SIM NÃO 9 SIM NÃO 14 SIM NÃO
5 SIM NÃO 10 SIM NÃO 15 SIM NÃO
GDS: _____ pontos
GDS categoria: ( ) 1 a 4 = normal ( ) 5 a 10 = depressão leve ( ) 11 a 15 = depressão grave
71

APÊNDICE IV

Parecer de aprovação do comitê de ética


72
73

APÊNDICE V

Comprovante de submissão do artigo 1 e 2

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