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FACULDADE EVOLUÇÃO ALTO OESTE POTIGUAR

CURSO DE PSICOLOGIA

RELAÇÃO TRABALHO E CONSUMO DE ÁLCOOL EM UMA FÁBRICA DE

CONFECÇÕES DO INTERIOR DO RN

BEATRIZ CECÍLIA DIÓGENES CARVALHO GURGEL

PAU DOS FERROS/RN

2019
BEATRIZ CECÍLIA DIÓGENES CARVALHO GURGEL

RELAÇÃO TRABALHO E CONSUMO DE ÁLCOOL EM UMA FÁBRICA DE

CONFECÇÕES DO INTERIOR DO RN

Monografia apresentada à Faculdade Evolução Alto

Oeste Potiguar como parte dos requisitos para a

formação no curso de Psicologia.

Prof.(a) Orientador(a): Mestra Jéssica Luana

Fernandes de Queiroz

PAU DOS FERROS/RN

2019

II
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Faculdade Evolução Alto Oeste Potiguar

Gurgel, Beatriz Cecília Diógenes Carvalho.


Relação trabalho e consumo de álcool em uma fábrica de confecções do interior do RN. /
Beatriz Cecília Diógenes Carvalho Gurgel. Pau dos Ferros/RN – 2019.
58 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade Evolução Alto Oeste


Potiguar, Curso de Psicologia, Pau dos Ferros, 2019.
Orientador: Profa. Ma. Jéssica Luana Fernandes de Queiroz.

1. Álcool. 2. Trabalho. 3. Prevenção. 4. Psicologia Organizacional. I. Faculdade Evolução


Alto Oeste Potiguar, Curso de Psicologia. II. Título.

CDU 159.9:658

Bibliotecária: Francismeiry Gomes de Oliveira CRB 15/869

III
Faculdade Evolução Alto Oeste Potiguar

Curso de Psicologia

A monografia "Título completo do trabalho", elaborada por "Nome Completo do/a Aluno/a",

foi considerada aprovada por todos os membros da Banca Examinadora e aceita pelo curso de

Psicologia da Faculdade Evolução Alto Oeste Potiguar, como parte dos requisitos necessários

à formação.

Pau dos Ferros, RN, __ de ________ de 20___

BANCA EXAMINADORA

Nome Completo do/a Professor/a ____________________________

Nome Completo do/a Professor/a ____________________________

Nome Completo do/a Professor/a ____________________________

IV
Dedico este trabalho a Deus e a minha
família, que nunca me desampararam, são
a razão da minha existência, da minha
felicidade e que são tudo em minha vida.

V
Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus que me deu discernimento, coragem e força para

conseguir concluir minha trajetória acadêmica, que não foi fácil por muitas questões, mas Ele

me sustentou para que eu conseguisse concluir esta realização de um sonho, em busca de ajudar

do outro a partir do ouvir.

Agradeço aos meus pais, por serem exemplo diário de luta e perseverança, e por me

mostrarem diariamente que a vida é feita de lutas e precisamos delas para valorizar o que

conquistamos. Em especial a minha mãe Hortência, por abdicar de realizar os sonhos dela pela

realização dos meus, está graduação não teria se concretizado se não fosse pelos esforços dela.

Seria a ti eternamente grata por tudo Mainha.

A minha família materna que são tudo em minha vida, as minhas tias Irinha e Hocelia,

por sempre estarem disponíveis de forma financeira e emocional, para me ajudar nesta etapa

académica e durante toda minha vida. Em especial também agradeço a minha avó Vianei,

mulher virtuosa e de fé, que sempre esteve orando por mim, por todo cuidado e preocupação,

por ser a pessoa que me apoio de forma incomparável nesta trajetória acadêmica. Palavras

jamais expressarão a gratidão que sinto por ter a senhora, obrigada por tudo.

Ao meu namorado Eduardo Monte, por compreender as minhas ausências, minha falta

de paciência, meu estresse quase que diário, meu tempo limitado para estar com ele em muitos

momentos, mas que sempre esteve me apoiando, e se mostrou prestativo para me apoiar e ajudar

durante a graduação. Obrigada meu amor.

Aos meus amigos, que sempre compreenderam as minhas ausências em eventos por ter

que me dedicar a vida acadêmica. Em especial, a minha amiga de longas datas Priscilla

Cavalcanti, por acreditar em mim, por me motivar e ser exemplo, e por fim me ajudar na

VI
elaboração deste trabalho. Ao Eduardo Oliveira por sempre se fazer presente mesmo na

distância, sempre preocupado com meu bem-estar e com o meu sucesso profissional.

Aos meus colegas de classe, agradeço por todos os momentos compartilhados juntos,

por todos os aprendizados, todas as angústias que pude dividir com vocês, e agora vitórias.

A Faculdade Evolução pelo curso de Psicologia de excelente qualidade e aos professores

da graduação, pela paciência na entrega dos trabalhos, por compreenderem minha rotina corrida

de trabalho e estudos, e por todos os ensinamentos. Mas em especial agradeço a Professora Esp.

Iana Fernandes Caldas, a qual me apoiou de forma especial neste ano de 2019, com quem pude

desabafar quando não estava bem, e com quem também dividi momentos de felicidades, como

foi o final de cada disciplina de Estágio Supervisionado com resultados positivos.

A minha Orientadora nesta longa e difícil jornada, Jessica Luana Fernandes de Queiroz

por toda compreensão que teve comigo durante este ano, pela paciência quanto aos meus atrasos

para enviar os textos, e pela dedicação à qual teve para elaborar este trabalho juntamente

comigo, me impulsionando na reta final de forma positiva para que eu conseguisse concluí-lo.

E por último e não menos importante, agradeço as minhas colegas de trabalho Gisely

Porfirio, Joelma Holanda e Katallyne Cavalcante, por toda a flexibilidade me disponibilizada

neste ano de 2019, quanto a horários, ausências e disponibilidade, por me compreenderem

enquanto estudante em conclusão de curso, e me permitirem chegar ao fim da vida acadêmica

sem prejuízos profissional.

VII
Sumário
Agradecimentos ........................................................................................................................VI

Resumo .....................................................................................................................................IX

Abstract ...................................................................................................................................... X

1. Introdução.......................................................................................................................... 11

2. O consumo de álcool e as condições de trabalho ................................................................. 15

3. Estratégias de prevenção ao consumo de álcool nas organizações ...................................... 22

4. O papel do psicólogo do trabalho frente ao consumo de álcool ........................................... 27

5. Método .................................................................................................................................. 33

5.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................. 33

5.2 Local do Estudo .................................................................................................................. 33

5.3 População e Amostra .......................................................................................................... 33

5.4 Instrumentos de pesquisa e coleta de dados ....................................................................... 34

5.5 Análise dos dados ............................................................................................................... 35

5.6 Aspectos éticos ................................................................................................................... 36

6. Resultados e Discussão......................................................................................................... 37

7. Considerações finais ............................................................................................................. 45

Referências ............................................................................................................................... 47

Apêndices ................................................................................................................................. 50

VIII
Resumo

O consumo de álcool tornou-se um problema mundial que envolve questões de saúde pública,
sendo considerado uma das substâncias psicoativas mais consumidas no Brasil e também
responsável por problemas relacionados ao mundo do trabalho. A pesquisa foi realizada em
uma fábrica de roupas no interior do Rio Grande do Norte, e teve como objetivo verificar o
padrão de uso de álcool por parte de trabalhadores de uma empresa do Alto Oeste Potiguar.
Sendo uma pesquisa de cunho quantitativo, teve como instrumento de coleta de dados o uso de
questionários, sendo um destes o AUDIT. A análise dos dados foi descritiva, para que se
pudesse obter informações de como se dar o consumo de álcool dos funcionários desta empresa,
e como a empresa lida com isto. Concluiu-se através deste estudo, que os escores obtidos
através dos questionários respondidos pelos trabalhadores responderam, representaram um
baixo risco do uso do álcool por parte daquele grupo, mas se faz necessário por parte da empresa
a iniciativa de implementação de programas de prevenção, para que consumo de álcool não se
torne de alto risco.

Palavras-chave: álcool; trabalho; prevenção; psicologia organizacional.

IX
Abstract

Alcohol consumption has become a worldwide problem that involves public health issues,
being considered one of the most consumed psychoactive substance in Brazil, and also
responsible for problems related to the world of work. The research was carried out in a garment
factory in the interior of Rio Grande do Norte, and aimed to verify the pattern of alcohol use of
workers in a company in the Upper West Potiguar. Being a quantitative research, it had how an
instrument of data collection use of questionnaires, being one of these or AUDIT. The analysis
of the data was descriptive, so that we could obtain information on how to the alcohol
consumption of employees of this company, and how the company deals with this. It was
concluded through this study, that the scores obtained through the questionnaires that the
workers answered represented a low risk of alcohol use by that group, but that the company
needs the initiative to implement prevention programs to that alcohol consumption does not
become high risk.

Keywords: alcohol; job; prevention; psychology organizational.

X
1. Introdução

A bebida alcoólica é socialmente aceita pela sociedade brasileira e até considerada de

consumo positivo, mesmo assim, é uma das drogas psicotrópicas que quando colocada em

comparação com as demais que temos em circulação tem uma maior frequência de consumo

gerando um maior número de dependentes, cerca de 10 a 12% da população adulta brasileira é

atingida, causando altos custos para a sociedade. Este percentual de prevalência esclarece um

pouco a grande quantidade de pessoas com problemas de saúde afetadas diretamente pelo

consumo de álcool e levando-o a se tornar um dos principais causadores de problemas no

ambiente organizacional (Vargas, Oliveira & Luis, 2010). Associado ao uso do álcool também

temos os inúmeros casos de embriagues que consequentemente acabam gerando acidentes, e

ainda dependendo das circunstâncias, da frequência e da dose que o indivíduo ingere, o

consumo de álcool pode levar o indivíduo à dependência alcoólica.

Entre 10 e 40% da população atendida nas unidades de atendimento básico de saúde,

apresenta sintomas atrelados ao uso abusivo de álcool. A Organização Mundial de Saúde –

OMS, afirma que o álcool é um dos maiores causadores de doenças cardiovasculares, levando

o indivíduo a sofrer com limitações funcionais e causando um maior número de mortalidade,

provocando no indivíduo o desenvolvimento de transtornos mentais, câncer e cirrose, chegando

a ser considerado mais perigoso e ofensivo a saúde do indivíduo, do que o tabaco (Costa et al.,

2004).

Uma doença que tem seu desencadeamento causado por diversos fatores, sendo estes

biológicos, genéticos, psicológicos ou socioculturais, estes que são determinantes para a

permanência e instalação do alcoolismo no indivíduo, tornando-se um dos problemas

socioeconômicos mais graves a nível mundial, e que passou a ser considerado doença pela OMS

a partir de 1967, ficando entre os maiores causadores de danos diretos e indiretos na saúde dos

11
indivíduos, se enquadrando atualmente na 10° versão da Classificação Internacional de Doenças

(CID), juntamente aos transtornos mentais e de comportamento (Meloni & Laranjeira, 2004),

podendo ser definido como:

“Um estado psíquico e algumas vezes também físico, resultante da interação


entre um organismo vivo e uma substância caracterizada por um comportamento e
outras reações que incluem sempre compulsão para ingerir a droga, de forma contínua
ou periódica, com a finalidade de experimentar seus efeitos psíquicos e às vezes para
evitar o desconforto de sua abstinência. A tolerância pode existir ou faltar e o indivíduo
pode ser dependente de mais de uma droga. (Rehfeldt, 1989, p.02)”

Segundo a OMS a organização de trabalho é considerada um dos fatores psicossociais

de risco que podem levar o trabalhador ao alcoolismo crônico (Donato, 1999). As condições do

ambiente de trabalho onde o sujeito está inserido são importantes para o processo da busca pelo

álcool, pois se este se encontra em péssimas condições, o sujeito supostamente irá buscar no

álcool um refúgio para suportar aquela situação. Por isto, é importante destacar o quanto os

empregadores podem ser receptores ativos na busca pela melhoria da qualidade de vida destes

trabalhadores, sendo o ambiente laboral um local propício para a aplicação de programas de

prevenção ao uso de álcool, já que é ali onde o trabalhador passa a maior parte do seu tempo.

O trabalho tem uma relação diretamente ligada com a saúde do trabalhador, o que

ocasiona consequências nesta, sendo um alienador (Mendes e Dias, 1991), causando problemas

específicos, como sobrecarga e desgaste físico e emocional, levando o corpo e a mente ao seu

desequilíbrio, provocando maiores chances de acidentes, incômodos e doenças, sendo uma

delas a doença mental, que vem apresentando um grande número de transtornos psíquicos,

fadiga patológica, e doenças psicossomáticas estão interligadas diretamente ao trabalho do

indivíduo. Tendo em vista que a saúde do trabalhador é de suma importância para o processo

de produção das empresas, cabe a estas a responsabilidade de implantar programas de

prevenção, pois além dos benefícios para os trabalhadores que terão estimulo para não procurar

refúgio no álcool ou sair do estado de alcoólatra, também proporciona um ambiente de trabalho


12
mais saudável, elevando a moral e a imagem positiva dos trabalhadores e da comunidade, sob

a empresa.

De acordo com o Ministério da Saúde (2001, p.176):

O trabalho pode ser considerado como fator de risco, no conjunto de fatores de


risco associados à etiologia multicausal do alcoolismo crônico. Trata-se, portanto, de
um nexo epidemiológico, de natureza probabilística, principalmente quando as
informações sobre as condições de trabalho forem consistentes com as evidências
epidemiológicas disponíveis.

Durante muitas décadas, no Brasil, a única forma de tratamento para os usuários de

álcool e outras drogas era pela internação em hospitais psiquiátricos, que na verdade eram

manicômios, em clínicas de cunho particular, ou em centros religiosos. Com a Reforma

Psiquiátrica foi surgindo a curiosidade e necessita da busca de formas de tratamento adequadas

para os sujeitos, eram feitas pesquisas em Universidades no Brasil em busca de uma melhor

forma de tratamento, foi onde começou a surgir a proposta da Redução de Danos, tendo início

no Brasil nos anos 80 e trazendo possibilidades de um ressocialização mais rápida do usuário

de álcool e drogas, que busca a autonomia do sujeito, fazendo com que ele seja inserido na

sociedade sem julgamentos morais ou preconceito (Crepop, 2019).

O papel do(a) psicólogo(a) é de fundamental importância para este processo de

descontruir paradigmas frente ao sujeito trabalhador alcoólatra, mostrando posição de

acolhimento, e mostrar a estes sujeitos que eles ocupam um lugar social, para que desta forma

possa fazer com que este se permita participar de grupos em serviços ofertados pelo governo,

por exemplo do Projeto Terapêutico Singular (Crepop, 2019). Como Psicólogo do trabalho, este

tem função de verificar como os processos de trabalho acontecem, em que condições de

trabalho o sujeito se encontra, e como este vem vivenciando estes processos, desta forma é feita

uma análise do trabalho em si, levando em consideração o trabalhador singular, o trabalho e

suas influências socias.

13
Sendo assim o interesse pelo tema desta pesquisa parte da problemática em torno do

alcoolismo e sua relação com o mundo do trabalho, os prejuízos que o consumo de álcool

exagerado causa na vida dos sujeitos, e sendo este trabalhador é valido buscar compreender

como as organizações vem lidando com esta situação, afinal estes não devem ser excluídos do

mundo do trabalho, e sim sem incluídos em estratégias de prevenção e tratamento. Por fim, é

necessário por parte das organizações compreenderem que os processos de trabalho influenciam

de forma direta na vida dos trabalhadores, então estes se tornam responsabilidade também da

organização de trabalho. E para que aconteça iniciativa por parte das organizações de se

preocuparem mais por esse tipo de problema, se faz necessário que acontecem mais pesquisas

sobre o tema, para que além dos gestores, os psicólogos do trabalho também possam ter base

teórica para atuar e influênciar de forma positiva na vida dos sujeitos trabalhadores.

Por tudo isso, esta pesquisa tem como objetivo geral identificar o nível do consumo de

álcool dos funcionários de uma indústria de confecções do interior do RN, e tem como objetivo

específicos a busca por analisar como a gestão empresarial lida com o consumo de álcool dos

funcionários. Ao final da pesquisa pretende-se proporcionar a reflexão de como o ambiente de

trabalho pode se tornar um influenciador direto no surgimento de um sujeito alcoolista.

Nas próximas sessões apresentam-se os seguintes capítulos teóricos: O consumo de

álcool e as condições de trabalho; Estratégias de prevenção ao consumo de álcool nas

organizações; O papel do psicólogo do trabalho frente ao consumo de álcool; Método, contendo

o tipo de pesquisa, o local de estudo, população e amostra, coleta de dados, análise dos dados;

e por fim os resultados e discussões.

14
2. O consumo de álcool e as condições de trabalho

O álcool é uma substância tóxica que quando ingerida em grandes quantidades pode

causar alucinações e delírios no indivíduo, fazendo com que ele reaja de maneira “anormal” ao

seu comportamento cotidiano comum, é umas das drogas que possui um maior número de

dependentes no mundo inteiro, considerando que até 90% da população adulta consome algum

tipo de bebida alcoólica, 20% destes se destacam como dependentes e/ou consumidores

frequentes(Gigliotti & Bessa, 2004) . O consumo de álcool se excessivo pode levar o sujeito

ao vício, em que o corpo e a mente do sujeito sofrem processos físicos e psíquicos, e se tornam

dependentes da bebida alcoólica, levando o sujeito ao alcoolismo, se consumida em um curto

espaço de tempo em grandes quantidades pode levar o sujeito até a morte (Oliveira, 2011).

Após a revolução industrial, em meados do século XVIII, logo quando o álcool começou

a ser produzido para comercialização surgiu o conceito de alcoolismo, quando foram dando

conta dos efeitos que esse causava nos trabalhadores industriais. Neste período surgiram três

autores que ganharam destaque neste meio: Benjamin Rush, psiquiatra americano e conhecido

pela autoria da frase "beber inicia um ato de liberdade caminha para o hábito e, finalmente,

afunda na necessidade". O segundo autor foi Thomas Trotter, quem pela primeira vez tratou o

alcoolismo como doença. E por fim Magnus Huss que trabalhou o conceito de alcoolismo

crônico, que se manifestava como uma intoxicação causada pelo álcool que era acompanhada

de sintomas psiquiátricos, físicos ou mistos (Gigliotti & Bessa, 2004), caracterizado pelo nível

alto de embriagues e perca de controle ao beber.

Uma pesquisa feita no Brasil (Correa & Lopes, 2003) com dependentes químicos

comparando os índices de pessoas não dependentes, mostram que essas pessoas ficam com os

índices abaixo da média publicada pelo Inventario de Habilidades Sociais de Del Prette e Del

Prette (2001), sendo as habilidades sociais um conjunto de comportamentos que o indivíduo

15
produz, como a habilidade de se relacionar socialmente, a autoconsciência sobre suas atitudes

positivas e negativas, a forma como se comunica, seu desempenho profissional e forma com

que lida com seus problemas, podemos resumir como a forma que o sujeito lida com o seu meio

social. É importante destacar que o álcool afeta de forma aguda o psicológico do indivíduo

podendo leva-lo a cometer suicídio, a violentar outras pessoas, perca de memória, podendo

chegar a demência, desequilíbrio emocional, trazendo também prejuízo as funções sensoriais e

psicomotoras do indivíduo, podendo causar também alucinações alcoólicas ou convulsões

causadas pela falta do álcool. Além das questões biológicas comprometidas, o trabalhador

alcoólatra tem sua produtividade no trabalho reduzida em até 30% comparada ao trabalhador

não alcoólatra, pois este em sua grande maioria perde o comprometimento com o trabalho, a

competência, o profissionalismo, o respeito com os colegas e superiores, geralmente comete

muitas faltas e com isso acaba afetando sua vida financeira que também reflete em vários outros

aspectos na sua vida pessoal.

De acordo com Rehfeldt (1989, p.02):

[...] existem países com realidades diferentes: alguns conseguiram, com medidas
governamentais, reduzir o consumo do álcool a ponto de minimizar os riscos
envolvidos, enquanto que outros contam a seu favor com a existência de motivação
cultural ou religiosa [...], o álcool continua tendo sua função social, em determinadas
ocasiões, é quase impossível esquivar-se da bebida sem provocar a passiva expulsão do
grupo.

Os motivos que levam o indivíduo ao alcoolismo são considerados de ordem íntima,

causados por fatores genéticos, biológicos, socioculturais e psicológicos, sendo atualmente

considerado um problema de abrangência mundial de saúde pública, prevalecendo nas

populações de adulto e jovens, sendo considerado um transtorno psiquiátrico com diversas

consequências de ordem biopsicossocial na vida destes (Silva, 2004). A OMS considera o

consumo de álcool a terceira causa de mortes, depois do câncer e problemas cardíacos. A

dependência alcoólica alcança em média 15% da população mundial (Magallón & Robazzi,
16
2005), e essa parcela da sociedade sofre com consequências como: rompimento de relações

amorosas, maior probabilidade de envolvimento em acidentes, hospitalizações, problemas de

saúde graves e morte prematura, podendo trazer um imenso prejuízo econômico ao país,

consequentemente podendo trazer problemas relacionados as habilidades sociais do sujeito.

Pois o sujeito começa a passar por mudanças físicas e psíquicas, começa a perder o controle de

do seu corpo e da mente, e com isto começa a fugir da normalidade imposta pela sociedade, e

consequentemente ele acabara possivelmente sendo excluído de grupos sociais (Oliveira,

2011).

Por questões relacionadas ao consumo de álcool, em 1948 o alcoolismo foi incluído na

Classificação Internacional de Doenças – CID na sua 10° edição, incluído no capítulo

direcionado aos transtornos mentais e de comportamento, considerado causador de intoxicação

e psicoses devido ao uso do álcool (Vaissman, 2004), e enfim em 1956 a Associação Médica

Americana definiu o alcoolismo propriamente como doença. E apesar do grande número de

pesquisas relacionados ao alcoolismo, seja de forma conceitual ou de forma mais ampla

relacionado a outros contextos (Silva, 2004), ainda assim existe uma grande dificuldade de

definir o alcoolismo enquanto conceito médico de enfermidades permanentes. Considerando

que o alcoolismo é diferente do abuso de álcool, mesmo que alguns sintomas presentes no

dependente do álcool apareçam nos abusadores dele, o alcoolismo é considerado doença por

ser além do abuso de álcool, o consumo ser frequente, se tornando uma dependência que vem

acarretada de diversos prejuízos biopsicossociais. Na literatura de P. Fouquet dos anos 50 traz

um conceito mais biomédico, considerando o alcoolismo como a necessidade estritamente

orgânica de se manter um determinado nível de álcool no corpo para que não fosse quebrada a

sensação de bem-estar psíquico e segurança que o álcool traria.

Alguns autores ressaltam que o alcoolismo apesar de popularmente ser considerado

como um desvio de conduta, moral e pessoal, o alcoolismo é de fato uma doença que afeta as
17
relações interpessoais, afetando de forma indireta as interrelações no ambiente organizacional

de trabalho. Acredita-se que o consumo do álcool exagerado tem grande relação com a

facilidade de acesso a substância, também por ela ser socialmente aceita e culturalmente

tradicional, hoje em dia as mídias sociais contribuem bastante propagando o consumo de álcool,

no Brasil, sendo bem cultural que amigos se reúnam para beber com frequência, e por acaso

alguém recuse-se a participar da bebedeira pode acabar sendo excluído ou considerado

inadequado a fazer parte daquele grupo social, o que pode causar muito constrangimento ao

sujeito e também isolamento (Machado, 2014).

Na concepção médica, o indivíduo para chegar a ser considerado alcoólico passa por um

processo de tempo, lento e que dura em média de 15 anos, sendo a frequência praticamente

diária de uso, ingerindo pelo menos 40g de álcool no dia. Na maioria dos casos o alcoolista

inicia suas primeiras doses se tornando um bebedor social por volta dos 20 anos de idade, já

por volta dos 35 anos este se torna um bebedor problema pois o consumo do álcool já lhe causa

problemas sociais, de saúde, conjugais, financeiros, psicológicos e ocupacionais ligados ao

álcool, e geralmente a partir dos 40 anos pode se instalar a Síndrome de Dependência Alcoólica

(Castro, 2002).

Donato (2002), destaca que fatores psicossociais negativos relativos ao trabalho são

determinantes para que o desenvolvimento do alcoolismo, ele cita algumas falhas no ambiente

organizacional que podem ser destaque; sendo o trabalho excessivo, falta de reconhecimento

pelos serviços prestados, trabalho em uma função que não aproveite de suas potências,

desigualdade salarial, muitas cobranças da parte da gerência e supervisores, conflitos no

ambiente organizacional, falta de segurança no trabalho, o trabalho sendo executado em turnos

inadequados, essas situações e outras que levam os sujeitos a ter uma má qualidade de vida e

insatisfação pessoal, por isto quanto mais o trabalho se torna exaustivo, Fontaine (2006, p. 31,

apund Lima, 2010, p.263) dar exemplo de situações que podem acontecer:
18
Estresse ligado ao exercício profissional, decorrente de um desinteresse pelo
trabalho efetuado, do fato de exercer uma atividade insuportável – tanto física quanto
psicologicamente – da sensação de ‘perder sua vida ou ganhá-la’, sendo o trabalho
percebido como um entrave ao desenvolvimento pessoal.

No setor do trabalho o alcoolismo vem sendo a causa de muitos problemas, se destaca

como a terceira causa mais frequente de responsabilidade por afastamento do setor laboral,

acidentes no trabalho, e aposentadorias precoces, ficando como o oitavo causador de acessão

de auxílio-doença pela previdência social brasileira (Araújo, Silva, Santana, & Souza, 2012).

Algumas organizações costumam relatar que esse tipo de prática traz diversos prejuízos para a

empresa, aumentando o número de acidentes de trabalho, prejudicando a produção devido ao

baixo desempenho da atividade, levando a aposentadoria precoce e até levando a demissão.

Segundo Fontaine (2006, apund Lima, 2010, p.263) existem duas inclinações que

envolvem o trabalhador que faz uso de álcool e outras drogas, a primeira delas é deixar o uso

das substancias para o tempo extra desligado do ambiente de trabalho, pois ele não faz uso no

trabalho mas geralmente faz logo após o expediente no final do dia ou aos fins de semanas e

feriados. A segunda inclinação é fazer uso no ambiente de trabalho, para que sinta prazer em

estar ali, apesar das condições ele tem que estar ali, então esta é a saída que encontra. Então em

ambas as inclinações para manter o vício é possível perceber que o álcool serve como um

“lubrificante” para que o trabalhador consiga cumprir suas atividades.

Em pesquisas feitas pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA)

do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas em São Paulo, mostram que certa de 7,3%

do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é gasto com tratamento de problemas relacionados ao

uso abusivo do álcool, que pode ser a partir do tratamento da dependência até o prejuízo na

produtividade por conta do vício, pois quando a empresa chega a demitir o funcionário

alcoólatra ele na maioria das vezes só começa a agravar mais o seu estado de saúde, e com isto

o pais acaba se tornando o responsável por manter estas pessoas, com benefícios, tratamento
19
através de dispositivos públicos e/ou associações, com os gastos com estrutura e profissionais

começa a acontecer um desfalque na economia do pais.

Para os trabalhadores o alcoolismo ainda chega a ser considerado uma “via dupla”, por

um lado o álcool acaba sendo considerado um “combustível” para o trabalhador enfrentar os

problemas organizacionais, a pressão dos gestores, a cobrança por produção, o consumo

exagerado acaba trazendo prejuízos a organização (Soares & Ferreira, 2017), e ainda que

consumido em pequenas quantidades o álcool pode afetar o comportamento do trabalhador,

fazendo com que ocorram conflitos com colegas e com a regras da organização, criando mal

estar para ele e para a empresa (Seibel, 2001). Mas é preciso ter consciência que após um

determinado tempo de uso abusivo do álcool ele poder se tornar um ciclo vicioso, e o que era

uma saída para lidar com os problemas passa a ser mais um problema. No ambiente de trabalho

o que se tem verificado é que a substancia surgi de início como um meio de enfrentamento de

situações importas pelo trabalho, mas com o uso constante a própria substancia se tornar

responsável por causar problemas no ambiente organizacional que trazem consequências

negativas para o trabalhador.

No Brasil as organizações que são consideradas de maior risco psicossocial para o

trabalhador são nas empresas executivas, onde se é justificado o consumo de álcool como uma

fuga para esquecer o estresse causado pela competitividade dentro do trabalho (Donato, 2002).

Segundo Michel (2000) cerca de 5% dos trabalhadores são dependentes químicos, tendo sua

produtividade reduzida 25%, mas ainda assim as empresas, sejam elas de natureza pública ou

privada, sabendo dos problemas e possíveis prejuízos que o alcoolismo pode trazer, se negam

a trabalhar e investir na solução deste problema, o que se é perceptível através da falta de

trabalhos de prevenção e de atenção ao problema.

Segundo Frone (1999), os fatos acontecidos cotidianamente no trabalho, mesmo que em

pequenas situações, são influentes diretos para levar o trabalhador ao hábito de beber, o
20
paradigma do controle social diz que o trabalhador tem uma maior tendência ao consumo do

álcool, quando ele não consegue fazer realmente parte da organização, quando não tem

reconhecimento dos seus serviços por parte de patrões e colegas. Quando falamos do paradigma

de cultura e acesso, estamos falando sobre a promoção do fácil acesso ao álcool dentro da

própria organização, onde os trabalhadores podem beber quando trabalham ou em intervalos, e

para finalizar o paradigma da alienação ou estresse ocupacional que traz que as condições de

trabalho, o ambiente, a cobrança excessiva por produção, e conflitos interpessoais na empresa

são causadores do consumo de álcool abusivo. Como citado a cima, neste contexto o álcool

vem mostrando ser um fator positivo, quanto a alívio de tensões causadas pelo trabalho, mas

seus fatores negativos já citados anteriormente são de grande prejuízo para todos.

21
3. Estratégias de prevenção ao consumo de álcool nas organizações

Apesar do álcool não ter se tornado uma questão problema a pouco tempo, as empresas

somente começaram a se preocupar com os efeitos deste quando começou a afetar na produção,

na qualidade dos produtos e serviços, e consequentemente na lucratividade, motivos que levam

os donos de emprestas a implementarem políticas de prevenção e tratamento ao alcoolismo e

outras drogas, pois todos estes efeitos afetam diretamente a economia da empresa, e com

programas de prevenção é possível reduzir os gastos com acidentes, licenças, faltas, custo de

treinamento e perda de mão de obra qualificada (Frone, 1999).

O local de trabalho é considerado o ambiente ideal para aplicação das práticas de

prevenção e promoção de saúde, contra ao alcoolismo e o consumo de outras substâncias

psicoativas, já que o trabalho é onde o sujeito passa maior parte dos seus dias. Muitos

trabalhadores dizem sentir a necessidade de políticas sobre álcool e drogas dentro das empresas,

é realmente importante esta divulgação das reações do álcool na vida do sujeito, intervenções

como palestras fazem com que o trabalhador se conscientize, e busque a mudança de

comportamento (Coelho & Costa, 2016). É importante reconhecer que aquele trabalhador

precisa de ajuda, principalmente ali no local de trabalho, onde são formadas diversas opiniões

negativas sobre as pessoas dependentes químicos devido a toda uma imagem negativa

relacionada ao usuário, bem como a recusa e a dificuldade de tratamento. Trabalhar o

tratamento dos dependentes dentro das instituições é uma tarefa de muita complexidade, mas

com certeza de grande importância para as organizações que se preocupam com o bem-estar

dos funcionários e com a produção da empresa.

Até o momento não existem dados efetivamente concretos de prevalência de alcoolismo

nas empresas, a maioria dos estudos falam sobre empresas especificas pesquisas, já que cada

organização possui suas próprias características de trabalho e também o fato dos funcionários

22
na maioria das vezes se recusarem a responder questões envolvendo o assunto, assim como

também a gestão empresarial em muitos casos faz “vista grossa” para o número de faltas, erros

cometidos, afim de não ter que lidar com aquele funcionário considerado problema e gasto, ou

mesmo pelo desinteresse neste (Coelho & Costa, 2016).

Ferreira e Sartes (2015) trazem que é de suma importância a prevenção do consumo de

álcool nas empresas, pois desta forma as organizações estarão investindo para que aconteça

uma queda no consumo de álcool e aumento de produtividade, diminuição de custos, redução

de faltas e atrasos, e aumento da disciplina organizacional. Com o apoio das empresas a

motivação do indivíduo para largar o alcoolismo chega a aumentar consideravelmente,

constatando-se através de pesquisas que o índice de recuperação pode chegar até 70%,

comparado aos apenas 30% particulares.

Para que a prevenção e o tratamento do uso de álcool e outras drogas possa acontecer

efetivamente dentro das empresas é necessário empenho colaborativo da parte gestora,

buscando apoio de especialistas e apoio de instituições que trabalhem com pessoas voluntarias

que estão em situação de abstinência, mas que podem contar suas histórias, para que as pessoas

se identifiquem ali, e partir daí busquem o tratamento. Exemplos de programas de prevenção e

tratamento que podem ser implementados, sugeridos por Rahfeldt (1989) são: Programa de

Prevenção Primaria Instrutiva, Programa de prevenção Primária Estrutural, Programa de

Tratamento Secundário, Programa de Tratamento Terciário.

O Programa de Prevenção Primaria Instrutiva busca a conscientização dos

trabalhadores sobre as consequências e riscos que uso do álcool causa na sua saúde física,

psíquica, em sua vida social e profissional. O desenvolvimento deste, se dar através da

distribuição de cartazes e folders informativos distribuídos no local de trabalho e palestras que

tratam temas como, consequência do alcoolismo; o trabalhador saudável e seus benefícios para

23
todo uma vida profissional, familiar e social; os riscos de acidentes e consequências

econômicas.

Segundo Rehfeldt (1989, p.35):

As aludidas medidas devem ser basicamente agrupadas da seguinte maneira:


esclarecimento geral sobre o alcoolismo; incentivos à consciência sanitária; formação
de mediadores na empresa, principalmente entre as chefias; e instrução para pretensos
colaboradores da empresa. Estas estratégias objetivam, a longo prazo e a partir de uma
visão global da prevenção primária instrutiva, desencadear processos de
conscientização.

No Programa Prevenção Estrutural são estudos o clima organizacional, ambiente

estrutural, carga horaria de trabalho, condições de trabalho, e a forma são distribuídas as

hierarquias dentro da empresa, verificando se estas são pontos que levam o trabalhador ao uso

abusivo de álcool, já que dentre estes fatores podem existir discordância da forma de

organização por parte do trabalhador com a gestão podendo induzir o sujeito a fazer alta

ingestão de álcool.

Ainda segundo Rehfeldt (1989, p.45):

É preciso frisar que, na relação entre condições de trabalho e consumo de álcool,


não se trata de uma simples situação causal (causa-efeito), mas, sim, de uma estrutura
funcional de condições e/ou fatores. Isto significa que determinadas condições e/ou
fatores do ambiente de trabalho geram ou aumentam o risco de uso do álcool pelos
atingidos, com o objetivo de “lubrificar” a superação de condições desfavoráveis ou de
prejuízos.

Após identificar os problemas estruturais de origem organizacional que levam o

trabalhador ao uso abusivo de álcool, agora se inicia a Prevenção Primária Estrutural onde se

dar o planejamento de ações voltadas para os pontos negativos identificados, podendo ser de

origem comportamental dos colaboradores da empresa, origem do ambiente físico, das

condições de trabalho, da forma que os processos de trabalho acontecem, podem a partir daí

buscar a mudanças em um ou mais destes fatores, para que eles não se tornem influenciadores

do consumo de álcool abusivo.


24
Para empresas que já identificaram um número considerável de trabalhadores alcoolistas

dentro do ambiente é necessário um tratamento mais incisivo, pois o problema já existe e precisa

ser solucionado com urgência. O Programa de Tratamento Secundário é onde os gestores,

alcoolistas em abstinência e algum familiar para auxiliar no tratamento, dando apoio durante a

aceitação do diagnóstico, a forma de abordagem utilizada, tratamento e reorganização do sujeito

no local de trabalho, então estas figuras entram como pontos importantes do tratamento, pois

nesta etapa já são necessárias intervenções terapêuticas e acompanhamento clínico individual,

com todos os processos feitos por uma equipe multiprofissional, com apoio administrativo.

Nesta etapa, em que o sujeito já deve estar consciente da sua situação enquanto alcoólatra, deve

haver esclarecimento total sobre sua doença por parte da equipe de profissionais responsáveis,

pois somente com esta conscientização e reconhecimento sobre a necessidade de tratamento o

programa possa alcançar todas as metas definidas, e assim sessar o uso abusivo do álcool do

trabalhador.

De acordo com Rehfeldt (1989) o Programa de Tratamento Terciário é a etapa de

“manutenção” pós o tratamento, onde o sujeito será reinserido no ambiente de trabalho e no

ambiente social, colocando em práticas as ações preventivas de recaídas já planejadas. É uma

fase que indispensavelmente é preciso o apoio dos familiares, das pessoas que convivem

diariamente com o paciente, dos colegas de trabalho e dos administradores da empresa, pois ele

está na etapa de se ré encaixar novamente, no trabalho, na família, na sociedade e até no grupo

de conhecidos que continuam alcoólatras. No ambiente de trabalho é necessário que exista uma

relação de confiança entre trabalhador alcoólatra em abstinência, para que este possa ter

ambiente de trabalho que o acolha, que não o descrimine, reconheça suas pequenas vitorias,

fazendo com que ocorra mudanças comportamentais no sujeito e estas influenciem na sua

reintegração de forma positiva fazendo com que ele não volte ao vício. No ambiente familiar

ele deve ser apoiado e compreendido, sendo acolhido dentro deste, para que exista uma relação
25
de apoio e confiança, onde o sujeito consiga ser respeitado e que a doença não se torne

consequência de exclusão e discussão neste ambiente. Quanto ao meio social, não se faz

diferente do já citado acima, é necessário de forma geral que o alcoolista em tratamento seja

bem recebido pela sociedade, que não acontece preconceitos em volta desse sujeito, pois o apoio

e a confiança são de suam importância para que ele se torne novamente autônomo e

autoconfiante, para se manter sóbrio.

26
4. O papel do psicólogo do trabalho frente ao consumo de álcool

Ao citar o psicólogo do trabalho também se faz necessário falar um pouco sobre a

psicologia do trabalho de modo geral, pois é uma área que vai além dos processos de trabalho,

é a ciência que trabalha em busca da explicação de fenômenos e processos psicólogos, levando

em consideração o sujeito como ser dono de uma singularidade, o seu meio social e as condições

de trabalho onde ele está inserido (Cruz, 2005).

Assim como citado no capítulo anterior, a implementação de programas relacionados a

prevenção e tratamento do alcoolismo geralmente acontece em meio a necessidade de

reestruturação da economia da empresa, quando esta começa a apresentar queda na qualidade

dos produtos e serviços, baixa produção, aumento do número de acidentes no local de trabalho,

falta de motivação por parte do trabalhador, insatisfação, falha nos compromissos profissional,

aumento no número de doenças, faltas com maior frequência, e etc., queixas estas tragas pelos

administradores. O Psicólogo do Trabalho busca em meio a estas demandas, criar um

diagnóstico organizacional para identificar as falhas de forma linear, e a partir daí iniciar os

processos de intervenções necessário. Após o diagnostico elaborado, havendo demandas para

o psicólogo na organização, envolvendo a influência positiva ou negativa da forma que

acontecem os processos de trabalho na empresa e como estes influenciam no bem-estar ou mal-

estar do sujeito, indicadores de produção, desempenho por parte dos colaboradores, e estado de

saúde (Cruz, 2004).

Para se estudar os processos de trabalho o psicólogo do trabalho irá focar primeiramente

em quatro aspectos importantes – risco, carga horaria, desempenho humano e exigência – estas

devem ser exploradas independente da queixe inicial dos administradores. Se faz necessário

uma avaliação por parte do psicólogo do trabalhador, verificando a forma como ele se comporta

neste meio profissional e social, levando em consideração suas características singulares, suas

27
condições de trabalho e as consequências geradas pela atividade que ele desenvolve (Cruz,

2005). Cabe ao psicólogo saber relacionar estes influenciadores que evolvendo o meio de

trabalho, não levando em consideração apenas o ambiente organizacional, mas sim todas as

suas variáveis, pois o sistema de trabalho possíveis diversas variáveis, e se faz necessário fazer

um divisão das situações que mais afetam o trabalhador, e como estas estão relacionadas. O

psicólogo do trabalho precisa fazer uma avaliação das exigências da atividade, para que ele

possa compreender as consequências que estas causam na saúde do trabalhador, no seu

desempenho profissional e no quanto ele é produtivo ou não.

Ainda segundo Cruz (2004, p. 12):

O mais importante é reconhecer que a situação de trabalho produz inúmeros


eventos comportamentais direta e indiretamente associados entre si, dos quais importa
compreender seus nexos, as particularidades que os envolvem e porque são tão
significativos e determinantes para o bem-estar ou o adoecimento físico e psicológico.

Para que aconteça o processo diagnóstico de determinada situação é necessário

compreender que toda atividade possui exigências e consequências, por isso no processo de

análise do trabalho a Noção de exigência é a primeira parte a ser avaliada. De acordo com Leplat

e Cuny (1977), é indispensável que o psicólogo tenha conhecimento detalhado da situação de

trabalho, tenha auxilio material, organizacional, ambiental e humano, ligado ao processo que

está sendo analisado. Os autores ainda trazem suposições que as exigências acontecem em

diferentes categorias, sendo elas: Exigências físicas, onde se envolve os esforços físicos que o

trabalho precisa fazer, a postura, os movimentos se são repetitivos ou não, o desempenho

cardiovascular e respiratório. Exigências ambiental, ou seja, o ambiente de trabalho, a

iluminação deste, a temperatura e sonoridade. Exigências sensório-motoras, que correspondem

as características antropométricas e a dispositivos sinais-comando. Exigências mentais,

relacionadas a função e operador.

28
A segunda parte que compõe o processo de análise do trabalho é a Noção de risco, pois

todo trabalhador estar exposto a riscos no ambiente organizacional, mesmo que nível leve,

podendo depender da função a qual é exercida. A NR 9 do Manuais de Legislação Atlas,

denomina os riscos no trabalho de riscos ambientais e decompostos de agentes físicos, químicos

e biológicos, mas que dependendo da sua intensidade e concentração, levando em consideração

o quanto o trabalhador fica exposto, podem causar problemas de saúde. Os agentes físicos

podem ser considerados barulhos extremos, temperaturas excessivas, e radiação ionizante ou

não. Os agentes químicos, são os que podem ser absorvidos pelo organismo com facilidade,

através da pele, respiração ou ingestão. E os agentes biológicos são fungos, parasitas,

protozoários, vírus, fungos e etc.

A terceira parte do processo de análise do trabalho é a Noção de carga de trabalho, onde

Ferreira e Freire (2001) dizem que não existe uma afirmativa quanto o que significa carga, pois

este é corrompido por diversas incertezas, discussões e dúvidas. Mas ainda de acordo com eles

o conceito de carga na maioria das pesquisas está dividida em dois aspectos: o primeiro deles é

as variações que ocorrem no ambiente de trabalho, exigindo do trabalhador adaptações; o

segundo é a função da carga como mediadora para compreender a relação entre o trabalho e o

desgaste que ele causa nos trabalhadores. Já Wisner (1994) considera que a carga de trabalho é

dívida em dois processos: o físico e o mental (cognitiva e psíquica), sendo a carga física aquela

notada com facilidade, através da postura e formas de locomoção; já o mental é preciso uma

avaliação mais profunda para se perceber, já ele avalia os processos de atenção, cognição,

concentração, memorização, tomada de decisão, entre outros. Mas para o autor, a carga está

presente em todos os processos de trabalho, seja em maior ou menor grau.

Nesta última parte do processo, que é a Noção de desempenho humano é onde acontece

a comparação entre competências, exigências e consequências da situação de trabalho, pois

mesmo não possuindo todas as exigências o trabalhador busca se adequar as necessidades da


29
organização, em busca de gerar produção, mas neste processo é necessário cuidado, pois pode

acorrer um desempenho positivo ou negativo, e não se sabe se as condições de trabalho são

suficientes para cumprir com as exigências, o que pode gerar uma maior carga de trabalho e um

maior número de riscos, onde o trabalhador ficara exposto. E para levar em consideração a

Noção de desempenho humano, o psicólogo do trabalho deve verificar as possíveis variáveis

destas categorias: habilidades do trabalhador, individuo, condições de trabalho, consequências

e competências.

O psicólogo do trabalho deve ter sempre em mente que cada trabalhador é um ser

singular, apesar de estarem inseridos no mesmo ambiente de trabalho, eles possuem diferentes

sistemas fisiológicos, padrão emocional, nível de conhecimento, grau de qualificação e

cognições diferentes. Por isso ao enfrentar as mesmas situações, cada trabalhador reage

diferente, porque o enfrentamento segundo Guérin, Laville, Daniellou e kerguelen (2001) varia

da personalidade individual, em aspectos físicos corporais, a gênero, ao metabolismo corporal,

a fadiga acumulada e efeitos do envelhecimento. Por isso é necessário compreender bem a

demanda de cada sujeito, e caso aja solicitação de intervenção o psicólogo deve considerar,

segundo Wisner (1994, p.19):

Todo indivíduo chega ao trabalho com seu capital genético, remontando o


conjunto de sua história patológica antes do nascimento, à sua existência in útero, e com
as marcas acumuladas das agressões físicas e mentais sofridas na vida. Ele traz também
seu modo de vida, seus costumes pessoais e étnicos, seus aprendizados. Tudo isso pesa
no custo pessoal da situação de trabalho.

É preciso também verificar as condições de vida dos trabalhadores de modo geral, como

eles se locomovem para o trabalho, a duração do percurso, as condições de habitação, o meio

familiar, e como essas atividades vem contribuindo para aumentar ou diminuir os efeitos

causados pelo trabalho. As condições de execução do trabalho, que é basicamente o modo que

se organiza o local físico de trabalho, as ferramentas ou matérias disponíveis, maquinas e

30
equipamentos, as regras e as normas que devem ser seguidas, o tamanho da jornada de trabalho,

os turnos, como é a remuneração, e como se dar a relações interpessoais dentro da organização,

com colegas e administração. Segundo Ferreira (2004), existe uma serie de crenças do ser do

fazer dentro das organizações, que estabelecem metas, prazos e objetivos a serem alcançados,

da modalidade dos instrumentos a serem utilizados, e dos critérios de qualidade e quantidade a

serem seguidos. O autor diz que o fazer estar ligado as regas impostas pela empresa, pelas

responsabilidades impostas, a disciplina para cumprir as exigências e o respeito a hierarquia

administrativa.

Senão existir um equilíbrio entre exigências e as condições de trabalho, podem aparecer

consequências geradas na execução do trabalho, gerada pela carga de trabalho, que acaba

virando uma sobrecarga e gerando estresse, frustação, desmotivação, doenças, aumento do

índice de acidentes e do número de faltas. Segundo Cruz (2004, p. 236), “o estudo das cargas

de trabalho serve como parâmetro de análise dos impactos de componentes do processo de

trabalho sobre a saúde do trabalhador”. Por isso é necessário ter conhecimento sobre as cargas

existentes é de suma importância para a elaboração do diagnóstico e para a intervenção do

psicólogo, pois os processos de saúde e doenças são influenciadores diretos no desempenho de

trabalho.

Por fim a competência e as habilidades do trabalhador estão interligadas a maneira como

ele lida com as situações, como ele se adapta e se adequa a situações impostas pelo cotidiano,

e como eles lidam com as consequências geradas pela situação de trabalho. A competência está

relacionada a forma que o trabalhador executa as atividades exigidas pela organização,

entretanto Cruz (2005) acredita que o sujeito possui uma “plataforma de aptidão”, que é onde

as competências e habilidades se desenvolvem, considerando que a aptidão é capacidade de agir

sabiamente frente a qualquer situação, as competências são um conjunto de aptidões mais

evoluídas, e habilidades são a especialidade das competências. Para o psicólogo as


31
competências são o primeiro meio que ele tem de avaliar a carga de trabalho e as condições

destas, pois a partir delas será possível verificar a capacidade de ser ágil frente a determinas

situações, sendo através destas competências criar possibilidades frente as ações do trabalhador

e controlar as consequências. Cabe então ao psicólogo desenvolver estratégias para investigar

os processos cognitivos e comportamentais, que os trabalhadores desenvolvem para suportar as

consequências geradas pelos processos de trabalho.

32
5. Método

5.1 Tipo de pesquisa

O presente estudo utilizará de abordagem quantitativa que segundo Richardson (1999)

é o método mais adequado para compreender um fenômeno social do qual se tem poucas

informações e cuja compreensão determinará uma análise comportamental da organização e

seus indivíduos, por meio de procedimentos instrumentais que trarão sua explicação e

descrição.

Esta pesquisa é um estudo transversal e é considerada descritiva, pois seguindo os

critérios de Gil (2002), tem por objetivo descrever informações obtidas através de questionários

que trazem atitudes de um determinado grupo, segundo o autor este tipo de pesquisa detalha a

complexidade dos problemas extraindo seu conteúdo, descrevendo, explorando e explicando

este.

5.2 Local do Estudo

A pesquisa em questão aconteceu em uma Fábrica de Confecções localizada no Alto

Oeste Potiguar, uma região do Estado do Rio Grande do Norte localizado no Nordeste do Brasil,

que possui trinta e um municípios, e de acordo com o ultimo senso de 2010 possui cerca de

196.291 habitantes. A região ocupa uma área territorial de 4 045, 95 km2, e faz divisa com a

Paraíba, o Ceará e a Chapada do Apodi.

5.3 População e Amostra

Os participantes da pesquisa foram 21 funcionários da empresa, de gêneros diversos,

idades entre 25 e 45 anos, que fazem parte do setor de produção, a escolha destes se deu por ser

o setor com maior número de funcionários. A empresa possui 71 funcionários ao total, e é

dividida em quatro setores, estes são: administrativo; corte; produção; e vendas.


33
5.4 Instrumentos de pesquisa e coleta de dados

A coleta de dados aconteceu por meio de aplicação de dois instrumentos: um

questionário e uma entrevista. Questionários, segundo Gil (1999), o questionário pode ser

definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de

questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões,

crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”.

O primeiro instrumento foi feito em forma de entrevista com a pessoa que representa a

gerência da empresa, já que a empresa não possui setor de gestão de pessoas, foi possível através

desta pessoa obter informações sobre ações por parte da empresa com relação ao funcionário

consumidor de álcool. Este era composto em sua maior parte por perguntas fechadas, contendo

poucas abertas apenas para descrever ações da empresa, caso esta tenha, a escolha por um maior

número de questões fechadas se deu também devido a necessidade de economizar tempo na

aplicação, facilitar a análise dos dados e os resultados desta pesquisa.

O questionário (Apêndice A) aplicado já estava elaborado e sofreu somente algumas

modificações que cabiam aos objetivos desta pesquisa, ele foi retirado de uma dissertação de

mestrado que foi realizada na Faculdade Federal de Santa Catarina (Dias, 2002), com objetivo

de verificar se a empresa localizada no interior do Rio Grande do Norte usa instrumentos para

identificar o trabalhador alcoolista no ambiente laboral e, diante de trabalhadores que

consomem álcool excessivamente, como a empresa lida com estes.

O segundo questionário utilizado foi o Teste de Identificação de Desordens Devido ao

Uso de Álcool- AUDIT (Apêndice B), que é composto por 10 questões de auto relato, sendo

destas as três primeiras questionando sobre o padrão do consumo de álcool, as seguidas três a

frente, a possíveis sinais e sintomas de dependência, e as quatro ultimas questiona sobre

problemas decorrentes do uso do álcool. Cada questão obtém uma pontuação de 0 a 4 pontos,

34
servindo para avaliar a intensidade do consumo de álcool e seus eventos relacionados. Para

obter os resultados é feita uma soma desta pontuação, que resulta em um escore, e se o indivíduo

atingir uma pontuação entre 0 a 7 pontos este precisa de ações educativas sobre o uso do álcool;

se for entre 8 e 15, é recomendado aconselhamento; se o escore chegar entre 16 e 19, o indivíduo

deve ser submetido a psicoterapia breve e aconselhamento; se o escore chegar a 20 ou mas, este

deve ser encaminhado a algum especialista para que o mesmo posso adquirir diagnostico e fazer

tratamento. Este indivíduo pode ser classificado como não dependente, dependente ou alto

dependente.

O AUDIT se tornou um dos instrumentos mais utilizados em pesquisas de variados

portes, por possuir características psicométricas com uma maior sofisticação e possuir

fidedignidade e validade comprovadas por populações de variados países. Ele tem por objetivo

avaliar o nível de álcool dos sujeitos, sendo ele avaliado em escala Likert e recomendado pela

Organização Mundial de Saúde – OMS (Marques & Furtado, 2004), ele abrange as diferentes

realidades econômicas e socioculturais. Sendo ele um instrumento muito utilizado tanto em

ambiente nacional quanto internacional, que foi construído mediante vinte anos de pesquisa

tendo a colaboração de meia dúzia de países de diferentes culturas.

5.5 Análise dos dados

Pra fins de análise dos questionários aplicados na empresa, foi utilizada a Estatística

Descritiva com analise das frequências das variáveis.

Desta forma os dados desta população foram analisados de forma quantitativa, através

de escores que o manual do próprio instrumento disponibiliza para que o pesquisador possa

tomar como referência. O instrumento utiliza as seguintes frequências de uso de álcool: nunca;

uma vez por mês ou menos; duas a quatro vezes por mês; duas a três vezes por semana; e quatro

ou mais vezes por semana.

35
Através disto foi construída uma tabela onde foram colocadas as zonas de risco, o tipo

de intervenção, os escores e número de funcionários que se enquadraram em cada zona, e foi

possível verificar através desta pesquisa os seguintes padrões de uso do álcool: baixo uso de

álcool e médio uso de álcool (usuário de risco).

5.6 Aspectos éticos

Em busca de seguir normas éticas, foi mantido o anonimato da empresa e dos

participantes da pesquisa onde os questionários foram aplicados. Cada trabalhador que se

disponibilizou a participar da pesquisa recebeu primeiro Termo de Consentimento Livre e

Esclarecimento – TCLE (Apêndice C), que explicava sobre todo o anonimato da pesquisa, os

objetivos, os riscos e os benefícios desta, onde eles assinaram concordando participar

voluntariamente da pesquisa.

A pesquisa foi executada utilizando as Resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho

Nacional de Saúde como base ética para o seu desenvolvimento, já que estas tratam da maneira

eticamente correta da aplicação de pesquisas e testes em seres humanos.

36
6. Resultados e Discussão

Os resultados e discussões discorridos a seguir foram extraídos utilizando a análise

descritiva, em busca de verificar em ambos os questionários a possível relação entre suas

respostas.

6.1 O posicionamento da gestão de pessoas frente o consumo de álcool

No primeiro questionário que foi aplicado com a representante da gestão da empresa

teve como objetivo verificar como a gestão da empresa identifica o alcoolismo dentro do

ambiente de trabalho, que instrumentos são utilizados para reconhecer a doença alcoolismo e

diante do trabalhador doente, como a empresa lida com ele.

Diante do que foi respondido pelo entrevistado a empresa está no mercado a quase 30

anos, mas ainda assim não possui um setor formal de recursos humanos, não possui politicas

relacionadas ao alcoolismo, nem possui serviços de manutenção de qualidade na empresa que

envolvam a saúde do trabalhador, voltado para o alcoolismo, apenas possui programas de saúde

odontológica e na área de medicina do trabalho, mas não possui convênios médicos para fins

de dependência alcoólica, pois esta não considera ações voltadas para o alcoolismo uma

prioridade especifica, por isto também não tem interesse em implementar programas de

tratamento e acompanhamento ao trabalhador alcoólatra.

A gestão identifica o funcionário alcoólatra através do número de faltas e observação

do comportamento deste no ambiente de trabalho, e quando este é identificado a própria chefia

conversa com ele, o advertindo e aconselhando, pois estes são responsáveis pelo aumento do

custos na organização, já que faltam e com isto reduzem a produção, além da queda de

produtividade deste funcionário no cotidiano. A empresa também não arca com os custos de

tratamento de saúde dos alcoolistas, por isso se for identificado no processo de recrutamento e

seleção um candidato que faça consumo excessivo de álcool, este será excluído do processo de
37
seleção, já que na empresa existem cargos/funções que prioritariamente o candidato deve ter

boa saúde física, por isto em alguns cargos/funções o alcoolismo é um fator restritivo para sua

admissão.

A gestão busca identificar candidatos alcoolistas através de perguntas diretas no

processo de seleção e através de exames médicos exigidos pela empresa. Existem cargos

específicos na empresa que não permitem um alcoolista como ocupante, mas caso o trabalhador

desenvolva o alcoolismo enquanto ocupada o cargo, este será realocado de função, pois em

algumas funções os trabalhadores manuseiam objetos cortantes e por questões de segurança

estes são relocados. Quanto a avaliação do desempenho do trabalhador é feita através de

métodos mistos ou desenvolvidos pela própria empresa, e são submetidos a ela somente os de

nível operacional.

É necessário que o funcionário responsável pelo processo de recrutamento e seleção

trabalhe de forma ética, sem ferir a moral dos candidatos, e não interfira na vida social dos

candidatos de forma direta ou indireta, pois este tipo de comportamento além de ferir a imagem

da empresa através de comentários fora daquele ambiente, também pode gerar processos

judiciais por danos morais (da Silva & Behnke, 2014). “A discriminação pré-contratual é uma

modalidade muito comum, por outro lado, apresenta extremas dificuldades na comprovação,

isso porque nesse momento não há a constituição de uma relação jurídica entre a empresa e o

trabalhador (Lima, 2011, p. 52).” Para que não haja descriminação por parte dos responsáveis

por esse processo, é preciso que seja traçado o perfil de cada candidato e avaliado, pois cada

um destes possui características singulares de personalidade, física e de comportamento, e para

verificar se ele cumpre com os requisitos exigidos para ocupação da vaga, pois é necessário que

aja uma tomada de decisão justa através de procedimentos adequados (Gil, 2001).

“A discriminação no âmbito laboral se dá em virtude de tratamentos


diferenciados de formas injustificadas, seja em razão do gênero, raça, cor,
nacionalidade, opção política, opção religiosa, sexual, etc. Todavia, nem todo
38
tratamento desigual resultará em tratamento discriminatório, “este somente ocorrerá
quando o ato venha atingir um determinado trabalhador que pertença a um grupo
caracterizado por um caráter e, por conta dessa pertinência haja um resultado prejudicial
(Lima, 2011, p. 52).”

De acordo com estudos do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – LENAD

(2012), o Brasil é o segundo país do mundo que mais consome álcool e drogas, ficando atrás

somente dos Estados Unidos. No Brasil o alcoolismo já é reconhecido pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) formalmente como doença reconhecida formalmente, já que atinge

cerca de 82 milhões de trabalhadores e o consumo total estimado é equivalente a 8,7L por

pessoa, quantidade superior à média mundial (Lenad, 2012), por isto o alcoolismo envolve

saúde pública, e a não contratação por dependência alcoólica, caracteriza descriminação.

Em relação ao plano de benefícios sociais a empresa possui somente os exigidos pelas

leis trabalhistas. Na questão “a empresa proporciona momentos de happy hour para seus

funcionários”, é respondido que sim, e nas questões seguintes é respondido que nestes

momentos possui consumo de álcool, mas que estes acontecem no ambiente externo, no

ambiente interno não ocorre promoção do consumo de álcool por parte da gestão.

A OMS considera que em situações envolvendo colegas de trabalho e chefes, o

trabalhador pode se sentir pressionado a beber para que ele se sinta parte daquele grupo (Brasil,

2001). A partir daí o beber passar a ser considerado uma tentativa de inclusão, para que não

ocorram outros tipos de sofrimentos que o sujeito não consiga superar. E partir do momento

que a própria organização proporciona momentos onde a bebida alcoólica é ofertada, ela está

reforçando um comportamento que já contém diversos fatores de cunho biopsicossocial, onde

a cultura já influência de forma direta ao consumo de álcool, afinal este já se tornou algo

considerado normal quando se acontecem encontros entre amigos e familiares, através de

propagandas, musicas, e festas que citam a bebida como algo positivo para a imagem do sujeito.

39
Nas questões voltadas para Higiene e Segurança no Trabalho é respondido que não

existiram registro de acidentes de trabalho provocado pelo consumo de álcool, nem

aconteceram prejuízos patrimonial pela mesma causa. Apenas ocasionalmente em programas

de treinamento a empresa promove eventos relacionados a dependência alcoólica. Quanto a

forma de desligamento devido ao uso abusivo de álcool, seja esse de forma voluntária ou

involuntária, é feita uma entrevista não estruturada pela própria chefia.

Em estudos feitos por Campana (1990) é sempre enfatizada a importância de programas

de alcoolismo, pois a promoção de prevenção e tratamento dentro da empresa pode reduzir o

número de trabalhadores e alcoolistas e também evitar que surjam novos, pois a partir da

prevenção é possível diminuir os custos e aumentar a produtividade. Apesar de ser um trabalho

complexo promover o tratamento aos alcoolistas na empresa, é de suma importância para as

organizações que se preocupam com a saúde dos seus trabalhadores e com a produtividade.

A Revista VEJA publicou em abril do ano de 2002 uma nota sobre empresas que tinham

como prioridades planos de prevenção e reabilitação dos funcionários que faziam uso de álcool

e outras drogas. Entre as empresas publicadas, estava a ESSO e SHELL, que se negavam a fazer

qualquer tipo de negócios com outras empresas que não tivessem programas voltados para o

alcoolismo. A EMBRATEL foi uma das empresas destaque quanto ao investimento em

Prevenção e Reabilitação, com 82% de funcionários alcoolista em processo de reabilitação, o

que vem dando retorno significativo a empresa, pois em cada dólar gasto com os programas,

acontece um retorno de até 7 dólares de aumento na produtividade do trabalhador, reduzindo a

procura pelo serviço médico, reduzindo o número de faltas e valorizando a imagem da empresa.

É notável que estas empresas passaram a ver o alcoolismo além de uma doença, mas um

problema social, e passaram a oferecer benéficos de forma espontânea, além dos exigidos pelas

leis trabalhistas (Morais & Pilatti, 2004).

6.2 Consumo de álcool segundo AUDIT


40
O segundo questionário foi o AUDIT, que foi aplicado em 21 funcionários de gêneros

e idades entre 25 e 45 anos, os escores identificados foram reorganizados na tabela abaixo para

simplificar os dados:

Tabela 1 – Escores onde os funcionários se enquadraram


Total de funcionários que se
Nível de uso Intervenção Escores
enquadraram
Zona I Orientação primaria 0-7 11 (onze)
Zona II Orientação Básica 8-15 10 (dez)
Intervenção Breve e
Zona III 16-19 0 (zero)
Monitoramento
Encaminhamento para
Zona IV 20-40 0 (zero)
Serviço Especializado
Fonte: O autor, 2019.
Observa-se que o padrão do uso de álcool entre os trabalhadores nesta empresa ficou

entre baixo e médio de risco, obtendo 14 como número de escores mais alto. Os que ficaram

com escores entre 0 a 7, correspondem a 52,39% da amostra total, e destes aproximadamente

28,20% responderam 0 para todas as perguntas, mostrando que não fazem uso de bebida

alcoólica, e o restante que equivale a 24,19% responderam que bebiam geralmente um vez por

mês ou menos, em ocasiões que bebiam tomavam entre 1 a 6 doses e que excediam estes

números uma vez ao mês em alguma ocasião, a maioria deles respondeu ser capaz de se

controlar quanto a quantidade que bebe, e dizem nunca ter perdido algum compromisso devido

ao uso do álcool, e todos eles responderam que não precisaram beber pela manhã para se sentir

melhor, assim como também nenhum sentiu remorso ou culpa depois de beber, não houve perda

de memória por parte da maioria nenhuma vez no último ano. A maioria respondeu na questão

9 que nenhuma vez na vida outra pessoa já se machucou ou se prejudicou devido ao seu uso de

álcool, e ainda que nunca foi alertado por nenhum parente, amigo, médico ou outro profissional

da saúde devido ao uso de álcool que faz.

41
A outra parte da amostra que corresponde a 47,61% ficou com escores de 8 a 15, e na

questão 1 a maioria destes respondeu que toma bebida alcoólicas de duas a mais de quatro vezes

por semana, nas ocasiões que costumam beber, quanto ao número de doses que costumam tomar

todos responderam que tomam de 10 a mais doses, e que bebem de seis a mais doses de duas a

quatro vezes por mês. Na questão 4 a maioria dos entrevistados responderam que durante o

último ano nunca acharam que não seriam capazes de controlar a quantidade de bebida após

começar. Na questão 5, a maioria respondeu que durante o último ano nunca perdeu

compromisso devido ao uso do álcool, e apenas um respondeu que durante o último ano perdeu

compromissos de duas a quatro vezes por mês. Apenas dois dos entrevistados responderam na

questão 6 que precisaram beber pela manhã uma vez por mês ou menos, para se sentir melhor

depois de ter bebido muito, e a maioria respondeu que no último ano não sentiu culpa ou

remorso depois de beber. Na questão 8, a maioria respondeu que durante o último ano uma vez

por mês ou menos não conseguiu se lembrar do que aconteceu na noite anterior por causa do

álcool. Quanto a alguma vez na vida alguém na ter se machucado ou se prejudicado devido ele

ter bebido, a maioria respondeu ou não, ou sim, mas não no último ano. Na última questão que

perguntou se já havia sido alertado por nenhum parente, amigo, médico ou outro profissional

da saúde devido ao uso de álcool que faz, a maioria dos entrevistados respondeu que não.

A rigor dos resultados obtidos nesta pesquisa através dos instrumentos utilizados foi

possível perceber que na empresa em questão se enquadrou nas zonas I e II do AUDIT, na

primeira zona (I) ficam pessoas que fazer uso de baixo risco de álcool ou são abstêmias, que

ultrapassam o número de cinco dozes padrão nas ocasiões. Na segunda zona (II) são

enquadrados os usuários de risco, que fazem uso de mais de cinco dozes padrões por ocasião,

porém não apresentam problemas relacionados ao uso do álcool.

Em ambas as zonas, o AUDIT sugere que sejam feitas intervenções a nível de educação

em saúde para a manutenção do uso de álcool atua, e Orientação Básica sobre as possíveis
42
consequências que o uso de risco de álcool causa nos organismo, no psicológico e os prejuízos

na vida social, se este não tomar consciência do padrão do uso de álcool que vem fazendo

(Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas, 2016).

6.3 Devolutiva ao campo

A partir do que foi identificado na coleta de dados dos dois questionários foi-se pensado

em uma possível intervenção a ser feita na empresa juntamente com a equipe do Centro de

Referência da Assistência Social – CRAS do município onde a empresa fica localizada. Teria

como mediadores a autora desta pesquisa, estudante do 10° período do curso de psicologia e

estagiária no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas - CAPS ad na cidade de

Pau dos Ferros/RN, e com a presença do Psicólogo do CRAS do município onde se localiza a

empresa.

Para tanto, planejou-se um encontro em formato de roda de conversa com o tema

“Reflexões sobre o uso de álcool”, em que teria como público os trabalhadores que participaram

da pesquisa, e durante este encontro seria feita a busca através da conversa sobre como os

trabalhadores percebem o consumo de álcool, se eles conseguem perceber os riscos que este

consumo se exagerado pode causar na vida do sujeito, o lugar que o álcool ocupa na vida de

cada um deles, e também se eles percebem a necessidade de políticas voltados para o alcoolismo

dentro do ambiente de trabalho onde estão inseridos.

Após entrar em contato com a gestão da empresa e sugerir a proposta de intervenção,

também como forma de devolver aos sujeitos participantes os resultados da pesquisa, a empresa

deu o retorno informando que infelizmente não seria possível no momento disponibilizar tempo

para a intervenção, pois a mesma estava em etapa de produção de mercadorias para fim de ano,

e tinham metas a cumprir no setores, principalmente no setor onde foi aplicada a pesquisa, pois

43
é o setor onde acontece a produção de forma terceirizada. No mais, firmou-se o compromisso

de retornar ao campo para a realização desta atividade em outro momento.

44
7. Considerações finais

Nesta pesquisa se buscou verificar o nível do consumo de álcool dos trabalhadores de

uma fábrica de confecções, já que após leituras durante a graduação, que traziam o álcool e o

trabalho como temas, estes sempre estavam um pouco interligados, afinal os processos de

trabalho de forma incorreta, a modo que prejudique a saúde do trabalhador pode levar este ao

alcoolismo. Neste processo de consumo exagerado a empresa também sofre diversos prejuízos,

pois na maioria dos casos o trabalhador passa a faltar com maior frequência, reduz a

produtividade, passa a adoecer mais maior frequência, pode se tornar um “problema” dentro da

instituição, e pra evitar que isto aconteça é necessário que de contrapartida a empresa também

coopere para melhorias na saúde dos trabalhadores, que ofereça programas em que este possa

ser ajudado.

Através da pesquisa foi possível verificar também que não é de interesse da empresa

implementar programas de prevenção e tratamento ao consumo de álcool, mesmo que este

exista dentro da organização, afinal são através dos estudos já relatados no decorrer deste

trabalho que fica claro que o álcool não é somente uma doença causada pelo consumo do

próprio álcool, mas pela influência de muitos outros fatores que fazem parte da vida do sujeito,

e o trabalho está dentre estes. Por isso é importante lembrar, que a organização de trabalho

como promotor de prevenção e tratamento, assume um papel de grande importância na vida do

trabalhador que devido a doença deixaram de lado a personalidade e capacidade.

É um limite desta pesquisa não ter averiguado as condições de trabalho e os instrumentos

utilizados me limitaram a isto, por somente foi possível verificar como estava o consumo atual

de álcool dos trabalhadores e fazer uma relação com o que foi respondido pela gestão da

empresa no questionário em Apêndice A.

45
Além disso, apesar dos dados coletados terem mostrado que o uso de álcool entre aquele

grupo de trabalhares ainda está em baixo risco, é necessário que se façam presentes políticas de

prevenção, pois mesmo baixo, o uso existe e pode se tornar abusivo. Ressaltando-se ainda a

importância de outros estudos mais detalhados sobre o tema, em busca de se refletir e enfatizar

quanto a preocupação do consumo de álcool.

46
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49
Apêndices

Apêndice A

Pesquisa de Campo
Tema: Dependência Alcoólica no Trabalho
Identificação da Empresa:_________________________________________________
Número de funcionários:_________________________
Identificação do Entrevistado:______________________________________________
Cargo/Função:__________________________________________________________

1° Fase – Perguntas Genéricas:


1. Há quanto tempo a empresa existe no mercado?
[ ] 1 a 5 anos
[ ] 6 a 10 anos
[ ] 11 a 15 anos
[ ] 16 a 20 anos
[ ] 21 a 30 anos
[ ] mais de 30 anos
2. A empresa possui, em sua estrutura formal, a área de recursos humanos?
[ ] Sim [ ] Não
3. A empresa adota algum programa de qualidade?
[ ] Sim [ ] Não
4. No programa de qualidade adotado pela empresa existe algum item sobre a saúde do
trabalhador?
[ ] Sim [ ] Não
5. A empresa possui alguma política (regras, programas, atitudes) especifica, relacionada
ao alcoolismo?
[ ] Sim e essa política é formalizada e documentada. (responda a próxima questão)
[ ] Sim e essa política é informal e não está documentada. (responda a próxima questão)
[ ] Não, não possui nenhuma política relacionada ao alcoolismo. (responda à questão 7)
6. Caso sim, desde quando a empresa possui políticas específicas para o alcoolismo dentro
da empresa?
[ ] há 1 ano
[ ] há 2 anos
[ ] há 3 anos
[ ] há 4 anos
[ ] há mais de 5 anos

7. Caso não tenha políticas específicas para o alcoolismo, qual o motivo que levou a
empresa a não as desenvolver? (pode marcar mais de uma alternativa)
[ ] A empresa não possui essa prioridade específica.
[ ] A empresa vê alcoolismo como problema pessoal, exclusivo do funcionário.

50
[ ] A empresa não vê alcoolismo como fator de risco no seu ambiente interno.
[ ] A empresa entende que não possui alcoolismo entre seus funcionários.
[ ] Outros motivos._______________________________________________________
8. Assinale qual o método que a empresa utiliza para reconhecer um funcionário
dependente alcoólico (pode assinalar mais de uma alternativa).
[ ] Questionários periódicos de entrevistas de avaliação.
[ ] Observação da chefia direta.
[ ] Manifestação voluntária do dependente alcoólico.
[ ] Por número de atestados médicos.
[ ] Testes psicotécnicos.
[ ] A empresa não possui método algum para reconhecer um dependente alcoólico.
[ ] Outro______________________________________________________________.
9. Que decisão é tomada pela empresa quando reconhece um funcionário dependente
alcoólico?
[ ] Exige um tratamento, sendo este obrigatório.
[ ] Indica um tratamento, sendo este voluntário.
[ ] Demite, apoiada na CLT. (vá para a fase 2, questão 14)
[ ] Ignora o fato e não se pronuncia, pois não reconhece dependência alcoólica.
[ ] Outros_____________________________________________________________
10. A empresa possui algum registro formal dos custos do dependente alcoólico para a
empresa?
[ ] Sim (responda a próxima questão) [ ] Não (vá para a questão 12)
11. Esses custos são associados a quais variáveis? (pode marcar mais de uma alternativa)
[ ] Atrasos ou faltas ao trabalho. [ ] Afastamento por auxílio doença.
[ ] Produtividade no trabalho. [ ] Outro__________________.
[ ] Demissão.
[ ] Acidentes no trabalho.
[ ] Remanejamento de setor.
12. A empresa promove o tratamento do funcionário dependente alcoólico de que forma?
[ ] Tratamento e acompanhamento dentro da própria empresa.
[ ] Tratamento e acompanhamento por terceiros, fora da empresa.
[ ] Tratamento fora da empresa e acompanhamento por profissionais da empresa.
[ ] Outro_____________________________________________________________.
13. A empresa financia o tratamento e acompanhamento da dependência alcoólica:
[ ] Integralmente [ ] Parcialmente [ ] Não financia.

2° fase – Perguntas Específicas (foco no fluxo do funcionário na empresa).


Quais os procedimentos da empresa em relação à dependência alcoólica:
Política de Suprimento de Recursos Humanos:
No Processo de Recrutamento:
14. A empresa divulga para os candidatos potenciais suas políticas relacionadas ao
programa de saúde no trabalho?
[ ] Nunca [ ] Ocasionalmente [ ] Frequentemente
15. Em caso de possuir um procedimento formal, para essa divulgação, qual seria ele? (pode
marcar mais de uma alternativa)
51
[ ] Publica junto ao anuncio do cargo ou função a ser preenchida.
[ ] Publica na ficha de inscrição a ser preenchida pelo candidato.
[ ] Publica em campanhas publicitárias da empresa.
[ ] Outro______________________________________________________________.
16. A empresa adota algum procedimento para informar aos candidatos potenciais sobre a
política da empresa relacionada à dependência alcoólica?
[ ] Nunca (ir p/ questão 18) [ ] Ocasionalmente [ ] Frequentemente
17. Caso exista algum procedimento, qual seria ele? (Pode marcar mais de uma alternativa)
[ ] Publica junto ao anuncio do cargo ao função disponível.
[ ] Publica na ficha de inscrição a ser preenchida pelo candidato.
[ ] Publica em campanhas publicitárias da empresa.
[ ] Outro______________________________________________________________.
18. Existe algum cargo/função que p fator saúde física é fundamental para a aceitação do
candidato?
[ ] Sim [ ] Não
19. Existe algum cargo/função em que o alcoolismo é um fator restritivo para a aceitação
do candidato?
[ ] Sim [ ] Não
20. Caso seja detectada a dependência alcoólica na fase de recrutamento, a empresa:
[ ] Encaminha para a seleção, sem restrições.
[ ] Encaminha para a seleção, com restrições.
[ ] Não encaminha para a seleção, excluindo o candidato em potencial.
No Processo de Seleção:
21. A empresa possui procedimentos formais para reconhecer candidatos com dependência
alcoólica?
[ ] Sim (responda à próxima questão) [ ] Não
22. Caso sim, quais são os procedimentos formais que reconhecem os candidatos com
dependência alcoólica? (pode marcar mais de uma alternativa)
[ ] Perguntas diretas na entrevista de seleção.
[ ] Exames médicos de admissão.
[ ] Observação do entrevistador.
[ ] Testes psicotécnicos.
[ ] Outros____________________________________________________________.
23. Caso identifique a dependência alcoólica no candidato, qual a decisão da empresa?
[ ] Contrata sem restrições [ ] Contrata com restrições [ ] Não contrata
Política de Aplicação de Recursos Humanos:
Na Análise e Descrição de Cargos:
24. A empresa possui analise de cargos cuja descrição incluem requisitos físicos e mentais?
[ ] Sim [ ] Não

25. A empresa possui algum cargo restritivo para quem possui dependência alcoólica?
[ ] Sim (responda à questão seguinte) [ ] Não

52
26. Caso sim, a empresa possui algum procedimento específico para detectar a dependência
alcoólica do funcionário antes dele ocupar o cargo?
[ ] Sim (responda à questão seguinte) [ ] Não (vá para a questão 28)
27. Caso sim, quais seriam esses procedimentos?
[ ] Perguntas diretas no processo de seleção para a função.
[ ] Exames médicos.
[ ] Avaliação do desempenho.
[ ] Testes psicotécnicos.
[ ] Observação informal do comportamento do funcionário.
[ ] Outro _______________________________________________________.

28. Caso não haja a identificação prévia da dependência alcoólica do funcionário, qual o
procedimento da empresa caso esse funcionário apresente dependência alcoólica
ocupando o cargo com restrições ao dependente alcoólico?
[ ] Mantém no cargo com tratamento [ ] Demite [ ] Realoca
Na Avaliação do Desempenho:
29. A empresa possui avaliação formalizada do desemprenho de seus funcionários?
[ ] Sim, a avaliação é global, incluindo todos os níveis hierárquicos.
[ ] Sim, mas apenas para os cargos chaves
[ ] Sim, mas apenas para o nível intermediário (executivo e chefias)
[ ] Sim, mas apenas para o operacional
[ ] Não possui avaliação de desempenho formal.
30. Qual o método adotado de avaliação de desempenho?
[ ] método de escala gráfica.
[ ] método de escolha forçada.
[ ] método de pesquisa de campo.
[ ] método de avaliação por objetivo.
[ ] métodos mistos ou desenvolvidos pela própria empresa.
[ ] Outro__________________________________________________________.
31. O comportamento do funcionário em relação a bebidas alcoólicas, é avaliado pela
empresa:
[ ] Nunca [ ] Ocasionalmente [ ] Frequentemente
Política de Manutenção de Recursos Humanos:
No Plano de Benefícios Sociais:
32. A empresa possui, além dos benefícios sociais exigidos por lei, benefícios de caráter
espontâneo?
[ ] Sim [ ] Não, apenas os legais.
33. A empresa desenvolve algum programa de saúde no trabalho junto aos seus
funcionários?
[ ] Sim (responda à questão seguinte) [ ] Não
34. Quem administra o programa de saúde do trabalhador?
[ ] A chefia imediata dos funcionários.
[ ] Área de serviço social/benefícios sociais.
[ ] Área de medicina do trabalho.
53
[ ] Área de psicologia do trabalho.
[ ] É terceirizado.
[ ] Outros_______________________________________________________
35. A empresa proporciona momentos de happy hour para seus funcionários?
[ ] Sim, permitindo o uso de bebidas alcoólicas.
[ ] Sim , porem proibido o uso de bebidas alcoólicas.
[ ] Não promove happy hour com os funcionários.
36. Qual dos benefícios espontâneos diretos os funcionários mais utilizam?
[ ] Assistência médico-hospitalar
[ ] Assistência odontológica
[ ] Assistência financeira(empréstimos)
[ ] Seguro de vida
[ ] Grêmio, clube ou atividades esportivas
[ ] Restaurante no local de trabalho ou Ticket refeição
[ ] Assistência Educacional
[ ] Não possui benefícios espontâneos
37. A empresa possui algum convênio médico para fins de tratamento de dependência
alcoólica?
[ ] Sim [ ] Não
38. A empresa pretende implantar algum programa de tratamento e acompanhamento do
funcionário alcoólico nos próximos anos?
[ ] Sim, a curto prazo (1 a 3 anos)
[ ] Sim, a médio prazo (3 a 5 anos)
[ ] Sim, a longo prazo (acima de 5 anos)
[ ] Não pretende implantar programa de tratamento e acompanhamento do alcoolismo.
39. A empresa já promoveu algum evento em que houvesse consumo de álcool em seu
ambiente interno?
[ ] Sim [ ] Não
40. A empresa já promoveu algum evento em que houvesse consumo de álcool em seu
ambiente externo?
[ ] Sim [ ] Não
Na Higiene e Segurança do Trabalho:
41. A empresa já registrou algum acidente de trabalho provocado por consumo de álcool?
[ ] Sim [ ] Não
42. A empresa já registrou alguma perda patrimonial provocada por consumo de álcool?
[ ] Sim (responda a questão seguinte) [ ] Não
43. Essa perda envolveu (pode marcar mais de uma alternativa)
[ ] Perda econômica/financeira
[ ] Perda material
[ ] Perda material com lesões em pessoas
[ ] Perda material e perda de vida humana.
Na Medicina no Trabalho:
44. A empresa possui instrumentos para levantamento de necessidades que identifique
casos de funcionários portadores de dependência alcoólica?
54
[ ] Sim (responda a questão seguinte) [ ] Não
45. Caso sim, qual instrumento aplica? (pode marcar mais de uma alternativa)
[ ] Pesquisa formal interna com perguntas diretas sobre dependência alcoólica
[ ] Indicadores na avaliação de desempenho e produtividade funcional
[ ] Observação da chefia direta
[ ] Exames médicos
[ ] Outro _____________________________________________________________
No Treinamento e Desenvolvimento
46. Nos programas de treinamento, a empresa promove algum evento relacionado à
dependência alcoólica?
[ ] Nunca [ ] Ocasionalmente [ ] Frequentemente
No Desligamento dos Recursos Humanos:
47. A empresa possui algum instrumento para identificar o alcoolismo como causa do
desligamento voluntário ou involuntário do funcionário?
[ ] Sim (responda a questão seguinte) [ ] Não
48. Caso sim, qual o instrumento utilizado?
[ ] Entrevista estruturada com profissionais de RH e/ou chefia direta.
[ ] Entrevista não estruturada com profissionais de RH e/ou chefia direta.
[ ] Formulários a serem respondidos pelos funcionários, individualmente.
[ ] Outro___________________________________________________________

55
Apêndice B
AUDIT – Teste de Identificação de Desordens Devido ao Uso de Álcool

UMA DOSE:
Uma taça de vinho = 150 ml
1 coquetel = 350 ml
1 dose de destilado (whisky, vodka, pinga) = 40ml
Uma lata de cerveja = 350 ml

INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO:


a) escolha uma opção para cada pergunta e passe o número dela para a “caixinha” do lado
direito;
b) veja na figura o que é uma dose;
c) após a última questão some os números que colocou nas “caixinhas”.

1) Com que frequência você toma bebidas alcoólicas?


0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

2) Nas ocasiões em que bebe, quantas doses você costuma tomar?


0 1 a 2 doses 3 7 a 9 doses
1 3 ou 4 doses 4 10 ou mais doses
2 5 ou 6 doses

3) Com que frequência você toma “seis ou mais doses” em uma ocasião?
0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

4) Com que frequência, durante o último ano, você achou que não seria capaz de
controlar a quantidade de bebida depois de começar?
0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

5) Com que frequência, durante o último ano, você não conseguiu cumprir com algum
compromisso
por causa da bebida?
0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

56
6) Com que frequência, durante o último ano, depois de ter bebido muito, você precisou
beber pela manhã para se sentir melhor?
0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

7) Com que frequência, durante o último ano, você sentiu culpa ou remorso depois de
beber?
0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

8) Com que frequência, durante o último ano, você não conseguiu se lembrar do que
aconteceu na noite anterior por causa da bebida?
0 Nunca 3 Duas a três vezes por semana
1 Uma vez por mês ou menos 4 Quatro ou mais vezes por semana
2 Duas a quatro vezes por mês

9) Alguma vez na vida você ou alguma outra pessoa já se machucou, se prejudicou por
causa de você ter bebido?
0 Não 2 Sim, durante o último ano
1 Sim, mas não no último ano

10) Alguma vez na vida algum parente, amigo, médico ou outro profissional da saúde já
se preocupou com você por causa de bebida ou lhe disse para parar de beber?
0 Não
1 Sim, mas não no último ano
2 Sim, durante o último ano

Total:

57
Apêndice C

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


Este é um convite para você participar da pesquisa: Relação trabalho e Consumo de
álcool em uma Fábrica de Confecções do interior do RN, sob os cuidados da aluna Beatriz
Cecília Diógenes Carvalho Gurgel que é coordenada pela professora Jéssica Luana Fernandes
de Queiroz. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer
momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Este estudo busca analisar, o nível do consumo de álcool dos funcionários, identificar os
principais fatores que os levam ao alcoolismo, assim como também abordar a importância da
implementação de políticas de prevenção a álcool e drogas dentro da empresa Porfirio
Confecções do município de São Francisco do Oeste. Caso decida aceitar o convite, você
responderá um questionário físico que contém dez (10) questões de modo fechado. Os riscos
com sua participação serão mínimos. Você terá os seguintes benefícios ao participar da
pesquisa: poderão obter reflexões sobre o modo que o consumo de álcool vem afetando sua
vida. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum
momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita
de forma a não identificar os voluntários. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano
comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado. Dúvidas a respeito da
conduta ética dessa pesquisa poderão ser questionadas a Faculdade Evolução Alto Oeste
Potiguar, no endereço Rua José Paulino Do Rêgo, 45, Bairro João XXIII, Pau dos Ferros/RN
ou pelo telefone (84) 3351-2552 | 3351-3708.
Consentimento Livre e Esclarecido: Declaro que compreendi os objetivos e procedimentos
desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos, e concordo em
participar voluntariamente da pesquisa.
Data: ___/____/____

_________________________________________________
Nome do participante da pesquisa

_________________________________________________
Assinatura da coordenadora da pesquisa

58

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