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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

DIANA DÉBORA ROBERTO DA SILVA

Alterações mastigatórias em idosos e sua relação com a saúde bucal e


deglutição

NATAL
2021
DIANA DÉBORA ROBERTO DA SILVA

Alterações mastigatórias em idosos e sua relação com a saúde bucal e


deglutição

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação
em Fonoaudiologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito para obtenção do grau de
bacharel em Fonoaudiologia.
Orientador(a): Profa. Dra. Renata Veiga
Andersen Cavalcanti.

NATAL
2021
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Silva, Diana Débora Roberto da.


Alterações mastigatórias em idosos e sua relação com a saúde
bucal e deglutição / Diana Débora Roberto da Silva. - 2021.
35f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em


Fonoaudiologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Fonoaudiologia.
Natal, RN, 2021.
Orientadora: Renata Veiga Andersen Cavalcanti.

1. Envelhecimento TCC. 2. Idoso - ICC. 3. Mastigação - TCC. 4.


Sistema estomatognático - TCC. 5. Saúde bucal - TCC. 6.
Deglutição - TCC. I. Cavalcanti, Renata Veiga Andersen. II.
Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 616-053.9

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

DIANA DÉBORA ROBERTO DA SILVA

Alterações mastigatórias em idosos e sua relação com a saúde bucal e


deglutição

NATAL
2021
DIANA DÉBORA ROBERTO DA SILVA

Alterações mastigatórias em idosos e sua relação com a saúde bucal e


deglutição

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação
em Fonoaudiologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito para obtenção do grau de
bacharel em Fonoaudiologia.
Orientador(a): Profa. Dra. Renata Veiga
Andersen Cavalcanti.

NATAL
2021
2
DIANA DÉBORA ROBERTO DA SILVA

ALTERAÇÕES MASTIGATÓRIAS EM IDOSOS E SUA RELAÇÃO COM A


SAÚDE BUCAL E DEGLUTIÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em


Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito final para obtenção do grau de bacharel em Fonoaudiologia.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Profa. Dra. Renata Veiga Andersen Cavalcanti
Orientadora

________________________________________
Prof. Dr. Hipólito Virgílio Magalhães Júnior
Membro da banca

________________________________________
Profa. Dra. Karinna Veríssimo Meira Taveira
Membro da banca

Natal, 10 de setembro de 2021.

3
DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado ao meu tio Willame da Silva (in memorian),


vítima da Pandemia de Covid-19. Homem honesto e trabalhador, dono de um
coração grandioso, que sempre fez mais que o seu papel, sendo essencial na
minha educação.
Imaginei inúmeras formas para retribuir toda a ajuda, achei que teria mais
tempo, mas fui surpreendida pelo inevitável. Serei grata eternamente por me
ensinar a enxergar o lado bom da vida, a sorrir nas situações difíceis, assim
como faço hoje ao lembrar do nosso convívio.

4
AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo cuidado e proteção de todo santo dia, e por seu infinito amor
que me sustenta diante dos desafios.
À minha família, especialmente aos meus pais Aldeci e Maria José, que
mesmo em meio as dificuldades da vida, nunca mediram esforços para que eu
pudesse desfrutar de uma educação de qualidade, algo que eles não puderam
receber, são meu porto seguro, exemplos de amor, acolhimento e resiliência.
Aos meus irmãos Diogo e Danilo, que sempre me motivam e me ajudam a
recarregar as energias. Ao meu amigo e namorado Cleyton José, que
acompanha minha trajetória com amor e paciência, me ajudando e trazendo
leveza aos meus dias.
À UFRN, por fornecer total suporte para minha permanência na instituição
e me proporcionar uma formação de excelência, com brilhantes professores
que por demonstrarem competência e amor a profissão, tornaram-se inspirações
para minha carreira profissional.
À minha orientadora, Profa. Dra. Renata Veiga Andersen Cavalcanti
pela oportunidade de tê-la como mestre, guiando meus passos na pesquisa
científica, sempre a terei como exemplo de profissional responsável e dedicada.
Obrigada pela paciência, cuidado e atenção, mesmo em meio a tantas
demandas, seu esforço para a conclusão do curso com segurança e
responsabilidade sempre serão um marco nessa jornada, determinantes para
que eu pudesse chegar até aqui.
Às minhas amigas, Carliane, Abigail, Bruna, Anna Beatriz e Thainá que
tornaram a experiência da faculdade mais prazerosa, compartilhando aflições e
conquistas, enriquecendo cada dia que serviram como base para fortalecer
nossos laços de parceria e amizade.
Por fim, a todos aqueles que de alguma forma acrescentaram na trajetória
desta conquista, explano um valioso sentimento de gratidão.

5
“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão dadas em acréscimo”

- Mateus, 6:33
6
SILVA, Diana Débora Roberto da. Alterações mastigatórias em idosos e sua
relação com a saúde bucal e deglutição. 2021. 35p. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação em Fonoaudiologia) - Curso de Fonoaudiologia,
Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, 2021.

RESUMO

OBJETIVO: Verificar as alterações mastigatórias autorreferidas por idosos da


comunidade, relacionando-as com as condições de saúde bucal e a presença de
sintomas de disfagia orofaríngea. MÉTODO: Trata-se de um estudo seccional,
com amostra composta por 196 idosos, de ambos os sexos, com idades igual ou
superior a 60 anos. Os dados foram coletados através da aplicação do
questionário de Rastreamento de alterações mastigatórias em idosos (RAMI), do
Geriatric Oral Health Assessment Index (GOHAI) e do Rastreamento de disfagia
orofaríngea em idosos (RaDi). Realizou-se análise estatística descritiva e
analítica, utilizando Qui-quadrado, tendência linear e correlação de Spearman,
sendo considerado nível de significância de 0,05 (95%). RESULTADOS: A
média de idade correspondeu a 68,95 (±5,95), sendo a maioria do sexo feminino.
Parte considerável da amostra relatou dificuldade na incisão e trituração do
alimento, mastigação unilateral e preferência por alimentos mais fáceis de
mastigar, além de destacar a percepção de piora na mastigação no decorrer dos
anos, estando mastigando menos e mais devagar os alimentos. Foi verificada
associação (≤0,001) entre dificuldade de triturar o alimento e dificuldade para
engolir os alimentos; necessidade de esforço para mastigar e sentir cansaço
depois de comer; preferir comer alimentos mais fáceis de mastigar e diminuir a
quantidade de alimentos ou mudar o tipo de alimentação por causa dos dentes.
Houve correlação negativa e moderada (rho= -0,681; p< 0,001) entre a
pontuação final do GOHAI e a pontuação final do RAMI, assim como houve
correlação positiva de grau moderado (rho= 0,456; p<0,001) entre os resultados
do RAMI e RaDI. CONCLUSÃO: As alterações mastigatórias são recorrentes na
população estudada. Quanto maior a presença dessas alterações, pior a

7
condição de saúde bucal encontrada, e maior a ocorrência de problemas de
deglutição.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Idoso. Mastigação. Sistema


Estomatognático. Saúde Bucal. Deglutição.

ABSTRACT

Masticatory disorders in the elderly and their relationship with oral health
and swallowing
OBJECTIVE: To verify self-reported masticatory disorders in community-dwelling
elderly, relating them to oral health conditions and the presence of symptoms of
oropharyngeal dysphagia. METHOD: This is a non-randomized, sectional study.
196 elderly men and women aged 60 years and over participated in this study.
Data were collected through a self-reported questionnaire Screening for
Masticatory Disorders in Older Adults (SMDOA), the Geriatric Oral Health
Assessment Index (GOHAI) and the Tracking of Oropharyngeal Dysphagia for
Older Adults (RaDi). Descriptive and analytical statistical analysis was performed
using Chi-square, linear trend and Spearman correlation. It was considered a
significance level of 0,05 (95%). RESULTS: The majority of the participants of
this study were female (85,2%). The age average were 68,95 (±5,95). A
considerable part of the sample reported difficulty in incising and crushing food,
unilateral chewing and preference for foods that are easier to chew, in addition to
highlighting the perception of worsening chewing over the years, chewing food
less and more slowly. An association (≤0.001) was found between difficulty in
crushing food and difficulty in swallowing food; needing effort to chew and feeling
tired after eating; prefer to eat foods that are easier to chew and reduce the
amount of food or change the type of food because of the teeth. There was a
negative and moderate correlation (rho= -0,681; p< 0,001) between the GOHAI
score, well as a moderate positive correlation (rho= 0.456; p<0.001) between the
RAMI results and RADI. CONCLUSIONS: Masticatory disorders are recurrent in
the studied population. The greater the presence of these alterations, the worse
the oral health condition found, and the greater the occurrence of swallowing
problems.

KEYWORDS: Aging. Elderly. Mastication. Stomatognathic System. Oral Health.


Deglutition.

8
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultado percentual de autopercepção da função mastigatória através do


questionário RAMI.........................................................................................................16

Tabela 2 - Resultado da associação entre a questão 2 do RAMI e a questão 2 do


RaDI. ............................................................................................................................17

Tabela 3 - Resultado da associação entre a questão 7 do RAMI e a questão 9 do


RaDI. .............................................................................................................................17

Tabela 4 - Resultado da associação entre a questão 8 do RAMI e a questão 1 do


GOHAI...........................................................................................................................18

9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

GOHAI Geriatric Oral Health Assessment Index

HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes

OMS Organização Mundial da Saúde

RaDi Questionário de Rastreamento de Disfagia Orofaríngea em idosos

RAMI Questionário de Rastreamento de Alterações Mastigatórias em idosos

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

10
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 122


METODOLOGIA............................................................................................... 14
RESULTADOS ............................................................................................... 166
DISCUSSÃO .................................................................................................... 19
CONCLUSÃO................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 24
ANEXOS .......................................................................................................... 27
Anexo 1 - Documento de aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa;
Anexo 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido utilizado para pesquisa (TCLE);
Anexo 3 - Normas para submissão do artigo na revista CoDAS;

11
INTRODUÇÃO

A transição demográfica é um fenômeno social vivenciado atualmente


por inúmeros países no mundo. No caso de países como o Brasil, em vias de
desenvolvimento, esse processo apesar de mais lento, já é um fato amplamente
confirmado por estudos estatísticos, os quais estimam que em 2060, um quarto
da população brasileira será composta por idosos.1 Embora esse contexto seja
reflexo de grandes avanços nos indicadores de qualidade de vida da população,
para que essa realidade seja concretizada efetivamente, é importante
reconhecer os muitos desafios que envolvem as mudanças na estrutura
populacional.2
Para atender às demandas do público idoso, é necessário inicialmente,
conhecer as características que envolvem o processo de envelhecimento. O
ritmo natural de desenvolvimento, após atingir seu ápice na infância, tende a
desacelerar gradativamente, gerando espontaneamente perdas e
comprometimentos de determinadas funcionalidades do organismo.3 O termo
senescência é utilizado para definir esse processo que ocorre de maneira
natural, mas que não afeta a autonomia do sujeito.4 Porém, quando essas
mudanças são acompanhadas por doenças crônicas, as quais acometem mais
comumente essa população, tornando o idoso dependente, utiliza-se o termo
senilidade como classificação,4 o que previsivelmente também demanda maior
cuidado assistencial, principalmente no âmbito da saúde. 2,5
No entanto, o envelhecimento apresenta-se com grande variabilidade de
padrões, influenciado por um conjunto multifatorial de determinantes, e nessa
perspectiva, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aborda o envelhecimento
saudável, não considerando apenas a presença ou ausência de doença, mas a
capacidade funcional do indivíduo, que permite o bem-estar na idade
avançada.6,7
Na percepção dos idosos, manter-se ativo é uma das premissas para o
envelhecimento saudável.8,9 Entretanto, a sensação de declínio funcional é um
aspecto referido ao refletirem sobre alterações no estado físico.8 Como o

12
processo de envelhecimento é um fenômeno sistêmico, ocorrem modificações
orgânicas e funcionais que geram uma menor eficiência de todos os sistemas do
organismo,10 o que inclui o sistema estomatognático e suas respectivas funções.
A literatura evidencia as mudanças anatomofisiológicas do sistema
estomatognático, causadas pelo processo de envelhecimento4, havendo
comprometimento de estruturas orofaciais - modificações posturais e funcionais
de lábios, bochechas e língua; perdas dentárias; limitação dos movimentos
mandibulares; marcas dentárias, feridas e ressecamento da mucosa oral - e
alterações nas funções estomatognáticas, principalmente na mastigação,
deglutição e fala.11
Em relação a mastigação, pode-se afirmar que esta estaria prejudicada
em decorrência da deterioração de estruturas do sistema estomatognático
somado à ineficiência funcional. As alterações envolvem a incisão, feita
preferencialmente com as mãos,12 e a demora na realização do ato
mastigatório,13 resultando na má preparação do bolo alimentar.14 Essas
alterações sofrem influência direta da condição de saúde bucal15,16 e podem
provocar problemas na deglutição.17 Destaca-se ainda, que alterações
mastigatórias tendem a ser negligenciadas na população idosa,12 isso deve-se
tanto às adaptações feitas para minimizar os efeitos fisiológicos do
envelhecimento, como o aumento no número de ciclos mastigatórios, quanto
pelo acometimento de outros problemas que acabam mascarando a dificuldade
na mastigação.14
Problemas mastigatórios geram um impacto significativo na qualidade de
vida do idoso, limitando sua capacidade de ingestão de alimentos, o que pode
interferir no estado nutricional,18 além de aumentar a propensão a alterações
sistêmicas19e psicossociais.20 Dessa forma, o presente estudo buscou verificar
as alterações mastigatórias autorreferidas por idosos da comunidade,
relacionando-as com as condições de saúde bucal e a presença de sintomas de
disfagia orofaríngea.

13
MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional transversal, de caráter analítico,


sendo parte integrante do projeto de pesquisa “Validação dos instrumentos de
rastreamento de alterações mastigatórias e disfagia em idosos” aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Universitário Onofre
Lopes (HUOL), sob o parecer número 2.983.265, de 26/10/2018 (Anexo 1).
A amostra deste estudo foi constituída por 196 idosos de ambos os
sexos, com idades igual ou superior a 60 anos, recrutados por conveniência em
locais que oferecem atividades assistenciais, educacionais e sociais para a
população idosa na cidade de Natal/RN.
Foram excluídos da pesquisa sujeitos com distúrbio de origem
neurológica, neuromuscular ou neurodegenerativa, ou quaisquer outras que
pudessem interferir negativamente na função mastigatória e/ou aqueles que
apresentassem sinais de comprometimento cognitivo durante a aplicação dos
questionários. Os critérios citados foram aplicados através do autorrelato do
idoso, relato do acompanhante ou percepção do avaliador. Inicialmente, foi feita
uma explicação esclarecendo os objetivos e procedimentos do estudo. Em
seguida, cada idoso que desejou participar voluntariamente da pesquisa assinou
o termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE (Anexo 2).
Como método de coleta de dados, realizou-se a aplicação de três
questionários. Para autoavaliação da função mastigatória utilizou-se o
“Rastreamento de alterações mastigatórias em idosos” (RAMI). Esse protocolo
possui 9 questões com três respostas possíveis para cada questão: "não", "às
vezes" e "sempre". A pontuação varia de 0 a 18, onde, quanto maior resultado
maior indício de alteração.21 A saúde bucal foi investigada por meio do Geriatric
Oral Health Assessment Index (GOHAI), traduzido e adaptado nacionalmente
por Silva e Castellanos Fernandes em 2001,22 identificado como “Índice de
Determinação da Saúde Bucal Geriátrica”. Desenvolvido com o objetivo de
mensurar a influência da saúde bucal para a qualidade de vida dos indivíduos, o
GOHAI apresenta 12 questões, com três possibilidades de resposta: “nunca”,

14
“algumas vezes" e "sempre". As questões envolvem problemas enfrentados
pelos idosos em três domínios: O domínio físico inclui mastigação, deglutição e
fala, o domínio psicológico refere-se à preocupação, consciência e autoimagem
da saúde bucal, e o domínio de dor ou desconforto explana dificuldades durante
o processo de alimentação. A pontuação pode variar de 12 a 36 e quanto maior
o valor obtido, melhor é classificada a autopercepção da saúde bucal. Sendo em
alta (34-36), moderada (31-33) e baixa percepção de saúde bucal (<31). Para
correlacionar as alterações mastigatórias e os problemas de deglutição, foi
utilizado o questionário de “Rastreamento de disfagia em idosos” (RaDI).
Desenvolvido e validado no Brasil, o instrumento possui 9 questões fechadas e
três respostas possíveis: “nunca”, “às vezes” e “sempre”, no qual pontua-se entre
0 e 18. O protocolo apresenta ponto de corte de ≥4 para determinar o diagnóstico
de rastreio para a disfagia orofaríngea.23
Para análise de dados, foram aplicadas as estatísticas descritiva e
analítica, utilizando Qui-quadrado, tendência linear e correlação de Spearman,
considerando fraco os resultados até 0,3, moderado entre 0,3 e 0,7 e forte
quando encontrado valores acima de 0,7. Foi considerado nível de significância
de 0,05 (95%).

15
RESULTADOS

Participaram da pesquisa 196 idosos, com idades entre 60 e 87 anos,


gerando uma média de 68,95 (±5,95). Da totalidade de indivíduos da amostra,
167 (85,2%) são do sexo feminino e 29 (14,8%) do sexo masculino.
A tabela 1 apresenta o percentual de alteração mastigatória autorreferida
pelos idosos entrevistados. Esses resultados foram correlacionados com os
dados obtidos através dos questionários GOHAI e RaDI.

Tabela 1: Resultado percentual de autopercepção da função mastigatória através do


questionário RAMI.
Itens Não Às vezes Sempre
n (%) n (%) n (%)
Tem dificuldade para cortar o alimento com os dentes? 98 (50) 38 (19,4) 60 (30,6)

Tem dificuldade de triturar o alimento? 118 (60,2) 29 (14,8) 49 (25)

Mastiga mais de um lado do que do outro? 45 (23) 36 (18,4) 115 (58,7)

Sua mastigação lhe incomoda? 133 (67,9) 29 (14,8) 34 (17,3)

Nos últimos anos, percebe que está mastigando mais 81 (41,3) 35 (17,9) 80 (40,8)
devagar?
Nos últimos anos, está mastigando menos o alimento 105 (53,6) 30 (15,3) 61 (31,1)
antes de engolir?
Faz esforço para mastigar? 148 (75,5) 20 (10,2) 28 (14,3)

Prefere comer alimentos mais fáceis de mastigar? 76 (38,8) 35 (17,9) 85 (43,4)

Nos últimos anos, percebe que sua mastigação está pior? 97 (49,5) 34 (17,3) 65 (33,2)

No que se refere à classificação pelo GOHAI, 61 (31,1%) idosos tiveram


alta percepção, 50 (25,5%) moderada percepção e 85 (43,4%) baixa
percepção das condições de saúde bucal. Foi verificado correlação negativa e
moderada (rho= -0,681; p< 0,001) entre a pontuação final do GOHAI e a

16
pontuação final do RAMI, indicando que quanto pior o desfecho na saúde bucal
maior a presença de alterações mastigatórias.
Em relação a deglutição houve correlação positiva de grau moderado
(rho= 0,456; p<0,001) entre os resultados do RAMI e RaDI, o que indicou que
quanto pior a mastigação pior a deglutição do idoso.
Para evidenciar a relação entre os achados dos três instrumentos, bem
como para verificar a coerência das respostas dos idosos entrevistados, foram
realizadas associações entre perguntas dos três questionários. As tabelas 2, 3,
e 4 mostram o resultado dessas associações.

Tabela 2: Resultado da associação entre a questão 2 do RAMI e a questão 2 do RaDI.


RAMI: Tem dificuldade de triturar o p-valor*
alimento?
NÃO ÀS VEZES SEMPRE
n (%) n (%) n (%)

NÃO 109 (66,9) 21 (12,9) 33 (20,2)


RaDI:
Precisa engolir muitas vezes o
p < 0,001
alimento para fazê-lo descer? SIM 9 (27,3) 8 (24,2) 16 (48,5)

Total (%) 118 (60,2) 29 (14,8) 49 (25) 196 (100)


*Tendência Linear

Tabela 3: Resultado da associação entre a questão 7 do RAMI e a questão 9 do RaDI.


RAMI: Faz esforço para mastigar? p-valor*
NÃO ÀS VEZES SEMPRE
n (%) n (%) n (%)

NÃO 141 (78,3) 16 (8,9) 23 (12,8)


p = 0,001
RaDI: ÀS VEZES 6 (60) 2 (20) 2 (20)
Sente cansaço depois de
comer?
SEMPRE 1 (16,7) 2 (33,3) 3 (50)

Total (%) 148 (75,5) 20 (10,2) 28 (14,3) 196 (100)


*Tendência Linear

17
Tabela 4: Resultado da associação entre a questão 8 do RAMI e a questão 1 do GOHAI.
RAMI: Prefere comer alimentos p-valor*
mais fáceis de mastigar?
NÃO ÀS VEZES SEMPRE
n (%) n (%) n (%)

SEMPRE 3 (13,6) 0 (0,0) 19 (86,4)


GOHAI:
Diminuiu a quantidade de ÀS VEZES 3 (10) 8 (26,7) 19 (63,3)
alimentos ou mudou o tipo de p < 0,001
alimentação por causa dos
seus dentes? NUNCA 70 (48,6) 27 (18,8) 47 (32,6)

Total (%) 76 (38,8) 35 (17,9) 85 (43,4) 196 (100)


*Tendência Linear

Não foi vista associação entre a idade e o resultado do RAMI. No entanto,


esse resultado pode ser justificado pela composição da amostra, na qual a
quantidade de sujeitos com 80 anos ou mais é ínfima em comparação aos idosos
com idades entre 60 e 75 anos. Também não foi evidenciada presença de
associação entre sexo e o desfecho final do RAMI.

18
DISCUSSÃO

As mudanças anatomofisiológicas causadas pelo processo de


envelhecimento geram consequências na estrutura e no funcionamento do
sistema estomatognático. No estudo, apesar de não haver associação entre a
presença de alterações mastigatórias e a idade mais avançada, tendo em vista
a pequena quantidade de idosos longevos na amostra, a maior parte dos
entrevistados, quando questionados acerca da percepção de alterações
mastigatórias no decorrer dos anos, referiram estar mastigando mais devagar e
apontam piora na mastigação. Isso é evidenciado em pesquisa24 que comparou
a condição de saúde entre idosos jovens e longevos, no qual a dificuldade para
mastigar é mais referida na população de idosos com 80 anos ou mais. Assim
como no estudo25 que utilizou medidas objetivas para determinar a associação
entre função oral e fragilidade, no qual as avaliações funcionais orais que
envolviam: número de dentes funcionais, força de oclusão, espessura do
músculo masseter e a diadococinesia oral, mostraram-se piores com a idade e
significativamente menor com a progressão da fragilidade. Em outro estudo, a
dificuldade para mastigar relacionada com a idade avançada é mais específica
para alimentos duros, o que os autores atribuem à perda de tônus e de força
muscular orofacial, decorrentes do processo de envelhecimento.26

A maioria dos idosos desta pesquisa também destacaram preferência por


alimentos mais fáceis de mastigar. Esses mesmos idosos disseram diminuir a
quantidade de alimentos ou mudar o tipo de alimentação por causa dos seus
dentes. Em estudo que analisou fatores associados aos padrões dietéticos de
idosos, foi identificado que o padrão “Café com leite e pão com manteiga”
apresentou associação com idosos de 80 anos ou mais e com a presença de
dificuldade para mastigar. De acordo com os autores, esse padrão geralmente
compõe o café da manhã e lanches de brasileiros, ou substituindo as refeições
principais, o que se torna um fator de preocupação, considerando que a
substituição de uma refeição principal em indivíduos com necessidades

19
nutricionais aumentadas pode intensificar a fragilidade e a propensão ao
desenvolvimento de doenças.18 Um estudo de coorte prospectiva também
confirma essa preocupação, mostrando que idosos com capacidade de
mastigação insatisfatória e uma dieta pobre tiveram internações hospitalares
mais longas e despesas médicas mais elevadas.27 Esses ajustes na alimentação
estão muitas vezes associados à situação dentária dos idosos. Na mesma
pesquisa, os participantes que buscaram por cuidados preventivos e serviços
odontológicos foram aqueles que apresentaram capacidade mastigatória
satisfatória. As más condições bucais, incluindo perdas dentárias, interferem na
função e na eficiência da mastigação, dificultando a preparação adequada do
bolo alimentar, o que leva o sujeito a escolher para qual consistência dos
alimentos essa função é facilitada.

De acordo com pesquisa de base nacional realizada pelo Ministério da


Saúde,28 a presença de alterações dentais e periodontais, assim como a
necessidade do uso de próteses dentárias, são frequentes nessa população. Tal
evidência pode ser explicada ao considerar que historicamente as perdas
dentárias foram associadas ao processo natural de envelhecimento, e que
apesar dos avanços na odontologia, grande parte dos idosos ainda negligenciam
o tratamento e a preservação da saúde bucal, em detrimento da busca por
serviços médicos, como demonstra os resultados da avaliação clínica realizada
por um estudo de elaboração de protocolo.12 Nesta pesquisa, a maioria dos
idosos apresentaram baixa percepção das condições de saúde bucal e os
resultados sugerem que quanto pior essa condição, maior a presença de
alterações mastigatórias, o que também foi visto em estudo de validação de
protocolo,29 no qual a saúde bucal apresentou maior interferência sobre o
domínio funções do sistema estomatognático, principalmente envolvendo a
mastigação e a deglutição. Na mesma perspectiva, outros estudos também
evidenciam prejuízos na mastigação decorrentes da perda dentária e do uso de
prótese, tanto referentes ao desempenho mastigatório,15 quanto ao relato de
dificuldades e presença de dor ou desconforto para mastigar.16,30

20
Além dos agravos provocados pelas falhas dentárias e pelo uso de
próteses na função mastigatória, o próprio envelhecimento apresenta
características típicas que, de maneira fisiológica, modificam as estruturas do
sistema estomatognático. A musculatura orofacial e cervical diminui força e
tônus; os ossos tornam-se mais frágeis e as cartilagens menos elásticas,
podendo causar limitações de movimentos da articulação temporomandibular;
dentes, periodonto e mucosa oral sofrem modificações na forma e em
propriedades mecânicas; há uma redução da produção de saliva pelas glândulas
salivares; além da diminuição da percepção sensorial gustativa e olfativa.4
Considerando que a efetividade no desempenho das funções depende da
adequação das estruturas orofaciais, essas modificações podem justificar a
presença de alterações, como as dificuldades na incisão e trituração do alimento,
preferência de lado mastigatório e necessidade de esforço para mastigar,
mencionadas por grande parte dos idosos da pesquisa.

Aqueles que referiram fazer esforço também relataram sentir cansaço


depois de comer, o que pode ser relacionado com a diminuição da força e
mobilidade da musculatura orofacial, características do envelhecimento. Alguns
estudos confirmam tais achados ao evidenciarem essas alterações, como no
estudo de Silva et al.31 que analisou as características orofaciais de idosos
funcionalmente independentes por meio de avaliação clínica, identificando que
a hipomobilidade das estruturas do sistema estomatognático estava presente em
parte considerável da amostra. Em outra pesquisa, Watanabe et al.25 mostraram
que a força de oclusão teve valores significativamente menores com a
progressão da fragilidade, especialmente em idosos com idades a partir dos 70
anos, e Souza et al.12 também observaram por meio de avaliação clínica, a
flacidez dos tecidos moles presente na população avaliada.

Aqueles que confirmaram ter dificuldade para triturar o alimento também


afirmaram precisar engolir muitas vezes o alimento para fazê-lo descer,
demonstrando dificuldade nesse processo. A habilidade de triturar o alimento
envolve o controle e a força muscular com a coordenação dos movimentos
21
mandibulares. Koji Morita et al.32 mostram que idosos com maiores valores de
força de preensão, força de oclusão e diadococinesia oral possuem maior
desempenho mastigatório. Da mesma forma, Costa et al.13 investigaram a
relação entre diadococinesia oral e a função mastigatória em idosos saudáveis,
os autores encontraram correlação entre o tempo mastigatório e os parâmetros
que indicam instabilidade da diadococinesia das sílabas ‘’ta’’ e ‘’ka’’
demonstrando que as mudanças decorrentes do envelhecimento podem
influenciar o controle motor oral e ocasionar redução na velocidade da
mastigação. Além disso, uma trituração eficiente gera a pulverização adequada
do bolo alimentar, facilitando o processo de deglutição. Neste estudo houve
correlação entre a presença de alterações mastigatórias e a ocorrência de
sintomas de disfagia orofaríngea, indicando que quanto pior a mastigação,
também é pior a deglutição do idoso. Essa correlação também é evidenciada em
outros estudos, os quais apontaram maior disfunção da deglutição em indivíduos
com maior tempo de mastigação17 e dificuldade para formação e percepção da
textura do bolo alimentar devido a deterioração da sensibilidade tátil, decorrente
do processo de envelhecimento.14

O presente estudo encontrou como principais fatores limitantes os dados


autorreferidos e a ausência de uma amostra aleatória e estratificada, bem como
com maior número de idosos longevos e idosos do sexo masculino, o
que possibilitaria uma maior representatividade da população. Todavia, estes
resultados favorecem o entendimento acerca de características e possíveis
demandas da população idosa, tanto para assegurar aos profissionais uma
atuação pautada em evidências científicas, quanto para alertar sobre a
necessidade do desenvolvimento de políticas públicas voltadas à saúde do
sistema estomatognático, minimizando o aparecimento de danos e agravos à
saúde. Portanto, salienta-se a importância do desenvolvimento de novas
pesquisas sobre a temática do envelhecimento, buscando proporcionar maior
qualidade de vida a esses sujeitos.

22
CONCLUSÃO

As alterações mastigatórias referidas por grande parte dos idosos da


pesquisa, eram relacionadas tanto a fisiologia do ato mastigatório, quanto a
percepção de mudanças decorrentes do envelhecimento. Constatou-se
associação entre a presença dessas alterações mastigatórias e a autopercepção
de baixas condições de saúde bucal, assim como, à presença de sintomas de
disfagia orofaríngea.

23
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26
ANEXOS

Anexo 1 – Documento de aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa;

27
28
29
Anexo 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido utilizado para
pesquisa (TCLE);

30
31
32
33
Anexo 3 – Normas para submissão do artigo na revista CoDAS;

34
Link para acesso: http://www.codas.periodikos.com.br/instructions

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